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FACULDADE DE CEILÂNDIA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA RESUMO SOBBRE AVCI/AVCH. Acidente Vascular Cerebral/Encefálico Material didático e apresentação com base nestes tópicos: Conceituar a condição de saúde; Apresentar as estruturas que estão relacionadas; Indicar as funções das estruturas; Descrever os sinais e sintomas da condição de saúde. Estudar sobre o Acidente Vascular Encefálico correlacionando todas os âmbitos da Neurociências. • Neurociência molecular; • Neurociência comportamental; • Neurociência neurofisiológicas; • Neurociência neuroanatomia; • Neurociência cognitiva. ✓ CONCEITUE A CONDIÇÃO DE SÁUDE. • Primeiramente, temos que entender que o Acidente Vascular Cerebral, atualmente denominado Acidente Vascular Encefálico – AVE, encefálica secundária a um mecanismo vascular, NÃO traumático e que pode ser dividido em dois tipos: isquêmico e hemorrágico. • ISQUÊMICO – obstrução da irrigação sanguínea de determinada área cerebral ou por diminuição da perfusão sistêmica. Ou seja, é quando um coágulo/trombo impede que o oxigênio chegue no cérebro e, esta falta de irrigação causa um sofrimento neuronal. O AVCI pode acontecer por origem trombótica, que é quando o trombo é formado na própria artéria envolvida no AVC ou de origem embólica, que é proveniente de outra região e por meio da circulação, chega a lesar a artéria cerebral. • HEMORRÁGICO – Ocorre devido à ruptura dos vasos que irrigam o encéfalo. Esse AVE pode manifestar-se como sendo hemorragia subaracnóide (quando ocorre no espaço aracnoideo) ou hemorragia cerebral/intraparenquimatosa (quando ocorre no parênquima cerebral). • Quando não se sabe ao certo a causa, é denominado AVC criptogênico. • Esse infarto não prejudica apenas a região em isquemia, mas também neurônios que estão próximos, denominada zona de penumbra, porém apenas na região com isquemia o dano é irreversível. ✓ ESTRUTURAS RELACIONADAS E SUAS FUNÇÕES; O cérebro é vascularizado por 4 artérias grandes, sendo estas: as carótidas internas (responsáveis pela circulação anterior) e as vertebrais (responsáveis FACULDADE DE CEILÂNDIA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA RESUMO SOBBRE AVCI/AVCH. pela circulação posterior). Cada uma das artérias carótida comum, se dividem em artéria carótida interna e externa. A carótida interna, de cada lado, entra no crânio e se divide em Artéria Cerebral Anterior (ACA) e Artéria Cerebral Média (ACM). • ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA – é responsável pela irrigação da maior parte do território encefálico e é também o vaso mais acometido por conta de sua anatomia. Essa artéria, faz na região externa do córtex, um “acotovelamento”, e é nessa região onde mais ocorre as obstruções, então quando ocorre deslocamento de êmbolos nesta região de transição. é onde mais ocorre isquemia. Essa artéria irriga toda a face externados lobos frontais, parietais e também parte dos temporais da ínsula, parte do núcleo estriado e também parte da cápsula interna e externa. CASO HAJA LESÃO NESTA ARTÉRIA – Hemiplegia (braquiofacial); ou seja, os membros superiores são mais acometidos. Hemianestesia; normalmente acompanha o quadro motor. Paralisia facial; compromete o quadrante inferior contra-lateral à lesão. Déficit sensitivo; Afasia de Broca (motora), Wernicke (sensitiva) ou global– essa última mais extensa. • ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR – tem como território de irrigação a face interna dos lobos frontais e parietais, ela irriga a face interna do córtex (irá comprometer mais os membros inferiores) Irriga também a cabeça do núcleo caudal, parte do núcleo nentiforme, hipotálamo anterior. CASO HAJA LESÃO NESTA ARTÉRIA – Déficit motor (predomínio braquiofacial); Déficit sensitivo; Hemiplegia (crural); ou seja, membro inferior mais comprometido que o superior. Hemianestesia; Retorno do reflexo de preensão (Grasp); Alterações comportamentais do tipo frontal; Afasia transcortical; sendo esta, mais rara. • ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR – tem irrigação no lobo occipital, também a parte interna do lobo temporal, também irriga o mesencéfalo e também o tálamo. CASO HAJA LESÃO NESTA ARTÉRIA – Rebaixamento do nível de consciência; Alteração no campo visual; Déficit sensitivo; Hemianopsia; que é quando a pessoa tem comprometimento de metade do campo visual, nasal ou temporal. Alexia (quando a pessoa não consegue ler mas consegue escrever – isso ocorre quando há lesão no esplênio do corpo caloso, é raro) sem agrafia; Síndromes talâmicas; já que essa artéria posterior vai irrigar o tálamo, pode ocorrer da pessoa desenvolver síndromes talâmicas, sendo a mais comum, a síndrome de Déjérine- Roussy, também conhecida como síndrome talâmica ou dolorosa, onde a pessoa sente dor a todo e qualquer estímulo, seja ele o menor possível. Isso ocorre pois no tálamo há o núcleo ventral-posterolateral onde vai ser FACULDADE DE CEILÂNDIA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA RESUMO SOBBRE AVCI/AVCH. encontrado o terceiro neurônio da via sensitiva. Hipoacusia; redução da capacidade auditiva, podendo levar até mesmo à acusia, que é a perda total da audição. Afasia, hemiplegia (geralmente transitória, passa a fase aguda, diminuindo o edema cerebral, ela pode desaparece, tendo em vista que essa artéria não irriga diretamente nenhuma área motora) e hemianestesia (raro); normalmente são raras em lesões da artéria cerebral posterior, só se ela for muito extensa. • ARTÉRIA BASILAR – lesões nesta artéria causam: Disfunção cerebelar como por exemplo ataxia, dismetria, disdiadococinesia; Alteração de nervos cranianos; Alteração do nível da consciência; Déficit motores e sensitivos. • ARTÉRIA VERTEBRAL – lesões nesta artéria causam: Vômitos e náuseas; Tonturas; Alterações cerebelares; Alteração de nervos cranianos. ✓ SINAIS E SINTOMAS DA CONDIÇÃO DE SAÚDE. Apesar de não ser possível descrever clinicamente, sem o auxílio de um exame de imagem, se o AVC é isquêmico ou hemorrágico a como identificar se a pessoa estiver sofrendo um. Na maioria das vezes, o território mais acometido é o suprido pela Artéria Cerebral Média, porém a maior parte dos sintomas são: • Instalação dos sintomas de forma súbita; • Alteração do nível de consciência; • Distúrbios de fala e comunicação; • Déficits motores e sensoriais de acordo com a região, comprometida; Hipotonia e arreflexia (principalmente na fase aguda); • Paralisia facial central; • Alterações dos nervos encefálicos. ISQUÊMICO HEMORRÁGICO • Perda repentina da força muscular e/ou da visão; • Dificuldades na fala; • Tonturas; • Formigamento em um dos lados do corpo; • Alteração da memória. • Dor de cabeça; • Edema Cerebral; •Aumento da pressão intracraniana; •Náuseas e vômitos; •Déficits neurológicos semelhantes aos provocados pelo AVC isquêmico. Necessário lembrar também que alguns sintomas podem ser transitórios, ou seja, houve um déficit neurológico decorrente da diminuição do fluxo sanguíneo, mas não foi capaz de levar à morte dos neurônios; caracterizado como AVC ISQUÊMICO TRANSITÓRIO. FACULDADE DE CEILÂNDIA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA RESUMO SOBBRE AVCI/AVCH. NEUROCIÊNCIA COMPORTAMENTAL Após o AVE, há um grande comprometimento neurológico que dificulta os indivíduos de fazerem atividades comuns e necessitando do suporte de terceiros. Com essa incapacitação, o sujeito se vê em um estado de dependência e isso pode afetar também o comportamento e aspectos emocionais, tendo em vista que antes, a maioria destas AVD’s eram feitas sem auxílio. A morbimortalidade juntamente com outros fatores ambientais, contribuem para que o indivíduo que sofreu um AVC possa desencadear um transtorno psíquicocomo por exemplo, a depressão. ➢ FATORES DE RISCO Os fatores de risco para AVC são divididos em modificáveis e não-modificáveis, sendo o primeiro, inerentes aos indivíduos, enquanto o segundo, fatores que podemos prevenir. MODIFICÁVEIS NÃO-MODIFICÁVEIS •HAS (causa controlável mais comum); • Tabagismo; • Fibrilação atrial; • Diabetes mellitus; • Terapia hormonal (pós-menopausa ou contracepção oral); • Dislipidemia; • Obesidade; • Sedentarismo, entre outros. • Idade avançada; • Sexo masculino; • Baixo peso ao nascer; • Afrodescendência; •Histórico familiar de AVC; • Anemia falciforme. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TERRONI, Luisa de Marillac Niro; LEITE, Claudia Costa Leite; TINONE, Gisela; FRÁGUAS JR, Renério. Depressão pós-AVC: fatores de risco e terapêutica antidepressiva. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.49 no.4 São Paulo, 2003. FERRAZ, Inês Ferraz; NORTON, Andreia; SILVEIRA, Celeste. Depressão e acidente vascular cerebral: Causa ou consequência? Arq Med vol.27 no.4 Porto ago. 2013. CRUZ, Daniel Marinho Cezar da. Terapia Ocupacional na Reabilitação Pós-acidente Vascular Encefálico. São Paulo: Santos, 2012. Fisioterapia: Avaliaçãoetratamento. AOTA (American Occupational Therapy Association). Occupational therapy practice framework: Domain and process (3rd ed.). American Journal of Occupational Therapy, 68, S1–S48. 2014. WINSTEIN, Carolee J. et al. Guidelines for Adult Stroke Rehabilitation and Recovery. A Guideline for Healthcare Professionals From the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke 2016. Machado, A. Neuroanatomia funcional. 2ª Ed. Atheneu, Rio de Janeiro, 2006. American Heart Association/American Stroke Association. Guidelines for the Early Management of Patients With Acute Ischemic Stroke. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302003000400040&lng=en&nrm=iso https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302003000400040&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132013000400002 http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132013000400002
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