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TUTORIA 3 – MÓDULO 3 MILENA BAVARESCO IRRIGAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO POLÍGONO DE WILLIS Tutoria 3 MÓDULO 3 TUTORIA 3 – MÓDULO 3 MILENA BAVARESCO DISCUTIR O MECANISMO DO AVE Objetivo 1 ▪ Acidente vascular encefálico é definido por uma lesão encefálica secundária a um mecanismo vascular e não traumático, caracterizado pela instalação súbita de um déficit neurológico, geralmente focal, de rápida evolução, com duração maior que 24 horas (ou menor, quando leva o paciente à morte). ▪ É conhecido também como acidente vascular cerebral (AVC) ou derrame cerebral, mas sua nomenclatura mudou para abranger todo o encéfalo, visto que estruturas do tronco cerebral, diencéfalo e cerebelo também podem sofrer esses eventos vasculares. EPIDEMIOLOGIA ▪ Atualmente, é 2a causa mais comum de óbito no mundo (atrás apenas da cardiopatia isquêmica, mostrando a predominância dos eventos vasculares como causas de morte), e é o distúrbio neurológico mais incapacitante. ▪ No Brasil, é a causa mais frequente de óbito da população adulta, e corresponde a grandes gastos anuais nos setores de saúde pública – portanto sua prevenção é de interesse não só para a saúde, mas para a economia nacional. ▪ Os fatores de risco para o AVE podem ser divididos em modificáveis (que podem ajudar na prevenção) e não modificáveis. ▪ Os AVEs são classificados como isquêmicos (AVEi) ou hemorrágicos (AVEh), em relação ao processo fisiopatológico subjacente. ▪ Os AVEi são os mais comuns, representando até 85% dos casos, e têm como fatores de risco principais a HAS e a fibrilação atrial (portanto, fatores de risco modificáveis). ▪ Já os AVEh, correspondendo a 15% dos casos, têm como principais fatores de risco a HAS, angiopatia amilóide (condição comum em pacientes com idade avançada), má formações vasculares (MAV) e uso de drogas ilícitas, em especial a cocaína (principalmente após as primeiras 48 horas de uso). FISIOPATOLOGIA AVE ISQUÊMICO ▪ É causado por uma obstrução súbita do fluxo arterial encefálico, devido, na maioria das vezes, a uma causa embólica (trombo proveniente de circulação distante) ou, mais raramente, trombótica (o trombo é formado na TUTORIA 3 – MÓDULO 3 MILENA BAVARESCO própria artéria envolvida no AVE). Quando não é possível determinar a causa do AVE, o denominamos AVE criptogênico. ▪ O AVE criptogênico é responsável por grande parte dos AVEs. Embora não tenha fisiopatologia esclarecida, estudos sugerem que seja decorrente de embolia paradoxal através de um forame oval patente no coração, ou que seja causado por êmbolos provenientes de placas ateromatosas instáveis da aorta ascendente. ▪ Têm, em geral, quadro clínico semelhante aos AVEs isquêmicos embólicos! ▪ A interrupção do fluxo sanguíneo subsequente gera isquemia, privando neurônios e células gliais de oxigênio e glicose, e causando disfunção neuronal (quando o fluxo cerebral de oxigênio cai abaixo de 20ml/100mg/min). ▪ Caso essa não haja reversão dessa situação, acontece o infarto do núcleo isquêmico, a morte do tecido e uma lesão irreversível. ▪ Ao redor da região infartada, existe a zona de penumbra, onde um mecanismo de extração aumentada de oxigênio apesar do baixo fluxo permite que a lesão causada seja potencialmente reversível, contanto que o fluxo sanguíneo seja restaurado (por recanalização do vaso ocluído ou circulação colateral, altamente dependente da pressão arterial – por isso, é preciso ter cuidado no controle da PA na fase aguda do AVE isquêmico!). ARTERIOEMBÓLICO: ▪ O êmbolo é proveniente de uma artéria – em geral, uma placa aterosclerótica instável principalmente em artérias carótidas ou vertebrais (logo, como vimos, a HAS é fator de risco para AVE isquêmico arterioembólico por causar aterosclerose nessas artérias!) ▪ Após o infarto neuronal, instala-se principalmente o edema citotóxico (intracelular, devido ao desbalanço da bomba de Na/K pela falta de ATP), mas o edema vasogênico também pode acontecer (mais raramente e principalmente nos estágios tardios do infarto, extracelular, por extravasamento do líquido dos vasos para o parênquima em razão da permeabilidade capilar aumentada), e têm seu pico de 3-4 dias após o AVE, podendo causar complicações como hipertensão intracraniana e herniação cerebral. Existem 2 tipos de AVE isquêmico de causa embólica: Cardioembólico: o êmbolo é proveniente do coração, na maior parte das vezes formado em razão da fibrilação atrial (trombo no átrio esquerdo); seguido do IAM de parede anterior (trombo no ventrículo esquerdo) e pelas cardiomiopatias (trombos no átrio ou ventrículo esquerdo). TUTORIA 3 – MÓDULO 3 MILENA BAVARESCO ▪ Nas primeiras 48 horas após o AVE, há migração de neutrófilos e monócitos para a região infartada, contribuindo para a inflamação local e edema cerebral. ▪ Após cerca de 10 dias, o edema citotóxico é resolvido, e a zona infartada fica nítida na fotografia. Após esse período, as células fagocitárias produzem necrose de liquefação nessa região, deixando um aspecto cístico pelo centro liquefeito. ▪ O Ataque isquêmico transitório (AIT) é um evento também isquêmico, mas não pode ser considerado AVE visto que trata-se de um déficit neurológico focal reversível, transitório, e de duração inferior a 24 horas. ▪ Em geral, é proveniente de causas arterioembólicas, e um pequeno número de casos advém de trombose em evolução. ▪ Além de ter manifestações clínicas semelhantes ao AVE isquêmico, é também um fator de risco para o mesmo: Cerca de 25% dos AVEs isquêmicos são precedidos de ataques isquêmicos transitórios, muitas vezes não identificados. ▪ Se o AIT do tipo sintomas transitórios com infarto (TSI) faz lesão irreversível, como diferenciá-lo do AVE isquêmico? Pelo tempo, visto que o AIT tem sintomas com tempo inferior a 24 horas. Além disso, a região infartada do TSI costuma ser bem inferior que a do AVE isquêmico. Entretanto, seu reconhecimento é importante por se tratar de uma condição com altíssimo risco para AVE isquêmico. AVE HEMORRÁGICO ▪ Já o AVE hemorrágico ocorre pela ruptura de estruturas vasculares cerebrais, fazendo compressão das estruturas encefálicas e causando isquemia secundária e edema. ▪ Pode ser devido a uma Hemorragia Intraparenquimatosa (HIP), quando o sangramento acontece dentro do parênquima cerebral, principalmente devido à fragilidade da parede vascular e rompimento dos aneurismas de Charcot-Bourchard (causados pela adaptação do vaso à HAS). ▪ Ou devido a uma Hemorragia Subaracnóidea (HSA), quando o sangramento ocorre entre as meninges aracnóide e pia-máter, principalmente pelo rompimento de aneurismas saculares. TUTORIA 3 – MÓDULO 3 MILENA BAVARESCO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO AVE ▪ Quanto maior a extensão do sangramento e o volume do hematoma, maior será a hipertensão intracraniana e pior será o prognóstico. ▪ Além disso, outros fatores podem piorar esse prognóstico, como a presença de sangue nos ventrículos (hemoventrículo) ou hemorragia subaracnóidea. ▪ Esses parâmetros são analisados na Escala de Fisher modificada, criada inicialmente para análise seletiva de hemorragias subaracnóideas mas hoje utilizada para mensurar prognóstico de qualquer AVE hemorrágico. ▪ O hematoma aumenta de tamanho nas 12-36 horas seguintes ao AVE, pela inflamação local, contribuindo para a piora clínica e para o pior desfecho. Objetivo 2 ▪ Devemos ter em mente que o AVE é uma doença tempo- dependente, ou seja, reconhecer precocemente seus sinais clínicos é de extrema importância para se agir rápido no tratamento e aumentar as chances de recuperação completa. ▪ Os sinais e sintomasdependem da área acometida do encéfalo; por isso, ter conhecimento da anatomia vascular encefálica e das suas regiões de irrigação é de extrema importância para a avaliação clínica. ▪ O encéfalo é irrigado por dois sistemas arteriais: um mais anterior (sistema carotídeo) e outro mais posterior (sistema vertebrobasilar). AVE ISQUÊMICO SISTEMA CAROTÍDEO ▪ Artéria oftálmica: alterações visuais monoculare. ▪ Artéria cerebral anterior: sinais de frontalização, déficit motor e sensitivo na região proximal do membro superior contralateral. ▪ Artéria cerebral média: déficit motor; perda sensorial em face ou membro superior; afasia de Wernick (área da compreensão da fala) e Broca (área motora da fala) no hemisfério dominante; Neglingência no hemisfério não dominante; hemiplegia fascio-braquio-crural (por atingir cápsula interna); síndrome piramidal contralateral (por interrupção da via corticoespinhal) ▪ Obs.: Síndrome do 1º neurônio motor: ocorre quando atinge as artéria perfurantes do sistema lentículo- estriado, que irriga a cápsula interna (local mais atingindo no AVE lacunar). O paciente apresenta sinal de Babinski, hiperreflexia, espasticidade e sinreflexias. SISTEMA VERTEBROBASILAR ▪ Artéria cerebral posterior: cefaleia ipsilateral, alterações de memória, hemibalismo, alterações do campo visual, rebaixamento do nível de consciência, déficit sensitivo, alterações de funções nervosas superiores. TUTORIA 3 – MÓDULO 3 MILENA BAVARESCO ▪ Artéria vertebral ou cerebelar póstero-inferior: síndrome bulbar (vertigem central, disfagia, náuseas, vômitos, nistagmo e ataxia ipsilateral) e síndrome de Horner ipsilateral (ptose palpebral, anisocoria, perda da sensibilidade térmica e dolorosa em face ipsilateral, disartria e nistagmo para o lado infartado). ▪ A artéria mais afetada pelo AVE isquêmico é a cerebral média, afetando locais irrigados por essa artéria, enquanto as mais atingidas pelo AVE hemorrágico são os ramos perfurantes. o Se incluem nesse quadro paresias e parestesias plenas ou no lado contralateral à artéria afetada, alterações na visão, afasias, rebaixamento de nível de consciência, tontura e distúrbios de marcha (principalmente nos AVEs cerebelares), cefaléias súbitas (muito relacionadas à HSA), dentre outros. ▪ O chamado “AVC isquêmico maligno” ou “infarto maligno cerebral” é definido como o infarto de mais de 50% do território de irrigação da artéria cerebral média, representando grande parte do hemisfério cerebral, e têm mortalidade de 80% apesar do tratamento conservador adotado, sendo uma importante causa de morte encefálica. AVE HEMORRÁGICO ▪ No AVE hemorrágico, os sintomas aparecerão de acordo com o local em que a hemorragia esteja concentrada. ▪ Os locais mais acometidos na Hemorragia Intraparenquimatosa (HIP) são: Putâmen, Tálamo, Cerebelo e Ponte. ▪ Hemorragia no putâmen: Costuma atingir a cápsula interna, cursando com quadro súbito de hemiplegia fasciobraquiaquicrural contralateral. o Desvio do olhar conjugado contrário à hemiplegia também pode ocorrer. Aqui, a hemorragia pode se estender e causar hemoventrículo. ▪ Hemorragia talâmica: Também atinge a cápsula interna, gerando os mesmos sintomas da hemorragia no putâmen, associada a hemianestesia para todas as sensibilidades. o Pela extensão da hemorragia ao hipotálamo e teto do mesencéfalo, são comuns: desvio dos olhos em direção ao nariz, ou para o lado da hemiplegia; pupilas mióticas; anisocoria com pupila menor ao lado da hemorragia (síndrome de Horner) e afasia talâmica. É comum a hemorragia se estender ao terceiro ventrículo. ▪ Hemorragia de cerebelo: gera quadro idêntico ao AVE isquêmico cerebelar (náuseas, vertigem central, vômitos e ataxia cerebelar aguda). o Têm grande efeito expansivo, podendo comprimir o IV ventrículo e levar à hidrocefalia obstrutiva, piora da HIC e coma. o A complicação mais temível é a herniação através do forame magno e consequente compressão de estruturas como amígdalas cerebelares e bulbo, levando à apnéia súbita e morte. ▪ Hemorragia de ponte: Tem um quadro muito característico: quadriplegia súbita, coma e pupilas mióticas e fototorregentes, além de perda dos reflexos oculocefálicos. Decerebração, hiperpneia e hiperidrose são achados comuns, e a letalidade é alta: quase 90% dos casos. ▪ A hemorragia lobar (ou seja, dos lobos frontal, parietal, temporal e occipital) é um tipo de HIP que acomete principalmente os idosos, em razão de sua causa: a angiopatia amilóide que ocorre nesta idade, a rotura de TUTORIA 3 – MÓDULO 3 MILENA BAVARESCO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO AVE PRINCIPAIS SINDROMES VASCULARES microvasos subcorticais cujas paredes contém depósitos amilóides. ▪ Os pacientes com doença de Alzheimer são, portanto, ainda mais propensos a esta condição! ▪ Já na Hemorragia Subaracnóidea (HSA), o quadro clínico é caracterizado por uma súbita cefaléia holocraniana de forte intensidade (a “pior da vida”), do tipo “tunderclap” ou em “trovoadas”, podendo evoluir com síncope, vômitos, rigidez de nuca e sinais de meningismo e associada ou não a déficit neurológico focal – o principal é a paralisia do nervo oculomotor, gerando anisocoria, diplopia e estrabismo divergente. ▪ Crises convulsivas são uma complicação frequente nestes casos. A escala de Hunt-Hess é a principal utilizada para determinação clínica do prognóstico, e também como definidora de condutas. Objetivo 3 AVE ISQUÊMICO ▪ Os AVE isquêmicos podem ser definidos clinicamente pela natureza do déficit neurológico associado com os sinais e sintomas se encaixando em síndromes definidas que representam territórios vasculares específicos. ▪ O conhecimento das seguintes síndromes maiores de AVE pode frequentemente predizer com acurácia o território do infarto e o vaso específico envolvido. ▪ As exceções ocorrem quando existe lesão preexistente do SNC, circulação colateral ou variações na anatomia vascular ou cerebral que podem resultar em quadros clínicos atípicos ou inesperados. INFARTO DA ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA: ▪ O infarto da ACM provoca síndromes clínicas que dependem da extensão do infarto e o lado e o nível da oclusão vascular. ▪ A oclusão proximal da ACM só consegue comprometer as estruturas hemisféricas profundas, assim como as estruturas hemisféricas corticais, quando existe substancial vascularização colateral irrigando o córtex. Isquemia isolada das estruturas cerebrais profundas, sobretudo a cápsula interna, os núcleos da base e a coroa radiada, ocorre em virtude de bloqueio das origens das artérias lenticuloestriadas que provoca hemiparesia contralateral e, possivelmente, perda hemissensitiva que frequentemente é indistinguível de uma síndrome lacunar. Infartos profundos de maiores dimensões (“infarto estriadocapsular”) que comprometem as conexões corticais para o tálamo e as radiações ópticas podem provocar as síndromes TUTORIA 3 – MÓDULO 3 MILENA BAVARESCO corticais de heminegligência, afasia e hemianopsia homônima ou quadrantanopsia. ▪ A isquemia cortical no território da ACM ocorre isoladamente quando a oclusão vascular está localizada nas divisões superior ou inferior da ACM (o número e a localização dessas ramificações podem variar). ▪ A lesão do córtex hemisférico (direito ou esquerdo) pode provocar fraqueza contralateral de membros, perda sensitiva contralateral, astereognosia (incapacidade de identificar objetos pelo tato), agrafestesia (incapacidade de reconhecer letras traçadas na pele), redução da discriminação de dois pontos, déficits contralaterais de campo visual e desvio do olhar para o lado lesionado. Apraxia ideacional (incapacidade de compreender a função de um objeto ou de manipulá-lo)acompanha a lesão hemisférica esquerda ou bilateral. ▪ As síndromes resultantes de uma lesão no hemisfério dominante incluem afasia (disfunção da linguagem), apraxia ideomotora bilateral (incapacidade de realizar tarefas motoras aprendidas) e apraxia bucolingual (incapacidade de controlar voluntariamente os movimentos da boca e da língua). O tipo e a intensidade da afasia dependem da localização e das dimensões do infarto: o A oclusão de um ramo superior da ACM comprometerá o córtex anterior em torno do aqueduto de Sylvius (aqueduto do mesencéfalo segundo a Terminologia Anatômica) e especificamente o giro frontal inferior, provocando afasia de Broca (expressiva). A afasia de Broca se caracteriza por redução ou desaparecimento da fluência verbal e incapacidade de escrever com conservação da compreensão. Quando a afasia é expressiva ou global, geralmente há hemiparesia e esta é significativa. o A oclusão de um ramo inferior da ACM, afetando o córtex posterior em torno do aqueduto de Sylvius e especificamente o giro temporal superior e a junção temporoparietal, provoca afasia de Wernicke (receptiva). A afasia de Wernicke se caracteriza por conservação da fluência e da prosódia, mas o conteúdo é ininteligível, com erros parafásicos fonêmicos e semânticos, comprometimento da compreensão e incapacidade de ler, nomear ou repetir. Com frequência, a afasia receptiva se acompanha de hemianopsia homônima ou quadrantanopsia, mas a hemiparesia pode ser leve ou mesmo inexistente. o A síndrome de Gerstmann (confusão direita- esquerda, agnosia digital, acalculia e agrafia) é consequente a infarto do giro angular dominante. ▪ O infarto do lobo parietal não dominante (geralmente o direito) provoca negligência hemiespacial contralateral ou intenção aos aportes (inputs) sensoriais ou desempenho (output) motor para a metade contralateral do ambiente ou do corpo. o Achados específicos incluem negligência visual (que pode acometer todo o campo visual contralateral ou ser específico para vários objetos), anosognosia (não conscientização dos déficits neurológicos), asomatognosia (incapacidade de reconhecer um membro do lado acometido) e aloquiria (transposição espacial resultando no paciente respondendo ao hemiespaço ipsilateral quando estimulado no lado oposto com negligência). o Apraxia construcional (incapacidade de montar objetos ou desenhá-los) pode ser consequente a lesão do hemisfério direito ou esquerdo, embora seja mais óbvia nas lesões no hemisfério não dominante. o Mesmo que o conteúdo da fala ou o aspecto proposicional da fala seja preservado, uma lesão no hemisfério não dominante pode causar déficits na pragmática ou nos aspectos sociolinguísticos da fala, envolvendo o tom e o intuito inferido. INFARTO DA ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR ▪ O infarto da artéria cerebral anterior (ACA) causa, mais frequentemente, hemiparesia no membro inferior e/ou perda hemissensitiva contralaterais, embora muitas outras manifestações possam ocorrer. ▪ Como os infartos da zona de fronteira, os infartos no território da ACA podem causar afasia transcortical do tipo motor. ▪ Negligência motora (relutância em usar o membro contralateral apesar da ausência de fraqueza) é um achado frequente, consequente a disfunção do córtex motor suplementar pré-frontal. ▪ O infarto bilateral da ACA resulta, muitas vezes, em disfunção executiva com inércia motora e abulia (escassez de comportamentos espontâneos) ou, até mesmo, mutismo acinético (incapacidade de mover-se ou falar em um paciente acordado). A apraxia da TUTORIA 3 – MÓDULO 3 MILENA BAVARESCO marcha, embora seja um achado típico de lesões bilaterais, também pode resultar de AVE unilateral. ▪ A síndrome da mão alienígena (atividade motora involuntária) ou hemibalismo do membro superior contralateral pode resultar de lesão da parte anterior do corpo caloso ou da parte medial do córtex frontal. ▪ Comportamento de utilização e comportamento de imitação são síndromes neurocomportamentais que podem ocorrer nos infartos pré-frontais unilaterais. No comportamento de utilização, o paciente agarra, de modo automático e impulsivo, os objetos que aparecem no seu campo visual e estão ao seu alcance. O comportamento de imitação consiste em imitação automática e involuntária dos movimentos do examinador. ▪ A oclusão da artéria recorrente de Heubner, uma artéria perfurante calibrosa oriunda da ACA proximal, resulta em infarto da cabeça do núcleo caudado, da cápsula interna anterior e da parte anterior do putame. Manifestações clínicas comuns incluem disartria, perseverança motora, hemiparesia contralateral, abulia e incontinência. INFARTO DA ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA ▪ A oclusão aguda da artéria carótida provoca hipoperfusão hemisférica aguda que, na ausência de um polígono (ou círculo) de Willis patente, pode se manifestar como crise epiléptica, tremores do membro contralateral ou infarto holo-hemisférico dos territórios da ACA e ACM. ▪ Às vezes e sobretudo quando o polígono de Willis é bem desenvolvido, a oclusão da artéria carótida interna (ACI) poupa a ACA e provoca um quadro clínico indistinguível do infarto proximal da ACM. ▪ Se o fluxo colateral pela artéria comunicante posterior, pela artéria comunicante anterior ou pelas artérias piais for adequado, a oclusão pode ser clinicamente silenciosa ou acometer apenas áreas suscetíveis menores. Em contrapartida, a oclusão da ACI com pouca circulação colateral ou uma “oclusão em T” distal da ACI pode evoluir para infarto holo-hemisférico devastador, conservando apenas o território da ACP – tálamo, parte medial do lobo temporal e lobo occipital. INFARTO DA ZONA DE FRONTEIRA: ▪ As zonas de fronteira vascular estão localizadas entre os territórios das artérias cerebrais anterior, média e posterior e são suscetíveis à isquemia no caso de oclusão aguda da artéria carótida ou de hipoperfusão global. ▪ Infarto superficial da zona de fronteira ocorre na parte superior da convexidade da coroa radiada entre as estruturas corticais e profundas, anteriormente entre os territórios da ACA e ACM ou posteriormente entre os territórios da ACM e da ACP. ▪ Esse padrão de infarto ocorre quando o fluxo colateral consegue irrigar a maior parte dos territórios acometidos, mas não consegue “atender” a área entre os territórios. ▪ Os sinais/sintomas resultantes consistem em uma combinação de fraqueza, perda hemissensitiva e sinais corticais. Afasia transcortical do tipo expressivo ou receptivo com relativa preservação da capacidade de repetição também é comum. ▪ Os infartos de zona de fronteira de ACA e ACM provocam primariamente fraqueza do membro superior porque a região acometida corresponde anatomicamente aos neurônios da área motora de inervação dos membros superiores. Quando são bilaterais, como ocorre na parada cardíaca, os infartos de zona de fronteira de ACA e ACM resultam na síndrome do homem no barril que se caracteriza por fraqueza proximal bilateral de braço e membro inferior com relativa preservação da força facial e na parte distal do membro. ▪ Infarto interno da zona de fronteira pode ocorrer na oclusão total da ACI ou nas oclusões de ramos calibrosos da ACM. As artérias penetrantes profundas não colateralizadas que descem do córtex para as paredes laterais dos ventrículos representam o “campo distal” mais vulnerável, do ponto de vista hemodinâmico, nesse cenário. O resultado é um padrão de múltiplos pequenos infartos profundos que comprometem a substância branca profunda da coroa radiada e o centro semioval. INFARTO DA ARTÉRIA COROIDAL ANTERIOR: ▪ A artéria coroidal anterior é o último ramo da ACI e se origina proximalmente à bifurcação ACA-ACM. Avança posteriormentee irriga várias estruturas, inclusive a cápsula interna, a parte lateral do tálamo e o corpo geniculado ou as radiações ópticas. TUTORIA 3 – MÓDULO 3 MILENA BAVARESCO ▪ A oclusão da artéria coroidal anterior resulta na síndrome clássica de hemiparesia contralateral, hemianestesia e hemianopsia homônima. Ocasionalmente, manifestações corticais como afasia ou heminegligência podem resultar da ruptura dos tratos talamocorticais de substância branca. ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR: ▪ A oclusão da ACP provoca infarto do lobo occipital e da parte inferior do lobo temporal. ▪ O quadro clínico habitual consiste em instalação abrupta de hemianopsia homônima contralateral - Lesões bilaterais do lobo occipital podem provocar a síndrome de Anton (cegueira cortical que não é reconhecida pelo paciente). ▪ A síndrome de Charles Bonnet (alucinações visuais) também pode ocorrer na cegueira cortical consequente a lesão bilateral de lobo occipital. ▪ A síndrome de Baliant ocorre nos infartos bilaterais da junção parieto-occipital e se caracteriza por simultanagnosia (incapacidade de reconhecer partes de um objeto como um todo), apraxia oculomotora (incoordenação do olhar) e ataxia óptica, com comprometimento da coordenação da mão sob orientação visual). ▪ Heminegligência, embora seja incomum nas lesões occipitais, pode ocorrer quando a lesão se estende para o lobo parietal. ▪ Os infartos da ACP esquerda que comprometem a substância branca profunda da junção parieto-occipital ou o esplênio do corpo caloso podem causar alexia sem agrafia, um tipo de síndrome de desconexão entre o córtex occipital não dominante e a área de processamento da linguagem no córtex parietotemporal dominante. ▪ O infarto da parte inferomedial do lobo temporal pode causar delirium com agitação psicomotora ou amnésia global. ▪ O infarto proximal da ACP, afetando as artérias perfurantes talâmicas, resultará em infarto do tálamo ou do mesencéfalo. Se o núcleo posterior ventral do tálamo for preferencialmente acometido, o paciente apresentará hemianestesia contralateral. Hiperpatia pode ocorrer subsequentemente em uma condição denominada síndrome de Dejerine-Roussy ou síndrome álgica talâmica. Visto que o tálamo retransmite informações para o córtex, o infarto talâmico também pode provocar várias manifestações atípicas, como ataxia, afasia (dominante), heminegligência (não dominante), déficits de campo visual, perda da memória ou transtornos comportamentais. ▪ Letargia ou coma pode resultar se o sistema de ativação reticular no mesencéfalo ou nos tálamos for acometido e, com frequência, também ocorre uma combinação de anormalidades oculomotoras. ▪ Alterações da consciência são especialmente comuns quando existe uma artéria variante (artéria de Percheron) que irriga os tálamos mediais e a parte rostral do mesencéfalo a partir de um vaso único que se origina em uma ACP unilateral. ▪ Lesões no mesencéfalo, quando são posteriores, provocam a síndrome de Parinaud que se caracteriza por desvio persistente do olhar conjugado para baixo, paralisia do olhar para cima, nistagmo por convergência ou retração, retração palpebral ou sinal de Collier e dissociação de resposta pupilar à luz e a visão para perto. INFARTO DO TERRITÓRIO VETEBROBASILAR: ▪ A artéria basilar é o principal conduto para suprir as artérias cerebrais posteriores e a trombose basilar pode se manifestar como uma combinação de sinais bulbares, pontinos, mesencefálicos e corticais posteriores. ▪ A trombose basilar que resulta em infarto da parte anterior da ponte bilateralmente provoca síndrome de encarceramento (paralisia completa da face, do membro superior e do membro inferior com preservação isolada dos movimentos oculares verticais e conservação da consciência). ▪ Os infartos resultantes de trombose de pequenos vasos (artérias perfurantes pontinas) provocam uma combinação de disfunção de nervos cranianos, sinais de tratos longos inclusive fraqueza, anormalidade dos reflexos ou hiperflexia, perda sensitiva e/ou achados cerebelares. ▪ AVE pequenos da parte anterior da ponte também podem provocar síndromes lacunares sem déficits dos nervos cranianos que são clinicamente indistinguíveis de infartos lacunares na circulação anterior. Paralisia do olhar ou dos nervos oculomotores, inclusive TUTORIA 3 – MÓDULO 3 MILENA BAVARESCO oftalmoplegia internuclear e desalinhamento vertical ou nistagmo também são achados comuns. ▪ O infarto rostral do tronco encefálico consiste na oclusão bilateral da parte distal da artéria basilar e da parte proximal da ACP com consequente embolia nas artérias penetrantes talâmicas e mesencefálica. O resultado é um padrão de infartos bilaterais de pequenos vasos acometendo o mesencéfalo e os tálamos com anormalidades assimétricas do olhar vertical e desalinhamento do olhar vertical, alterações do nível de consciência e déficits motores e sensitivos bilaterais variáveis. ▪ O infarto da parte lateral do bulbo (medula oblonga) ocorre quando a artéria cerebelar inferior posterior ou um ramo da artéria vertebral é comprometido. O resultado disso é a síndrome de Wallenberg ou bulbar lateral, que se caracteriza por vertigem, ataxia ipsilateral, perda da sensibilidade álgica e térmica na face ipsilateral e no braço e na perna contralaterais, disfagia e síndrome oculossimpática ipsilateral (síndrome de Horner). AVE HEMORRÁGICO HEMORRAGIA INTRACEREBRAL: ▪ Como a maioria das hemorragias espontâneas tem origem em vasos diminutos, o acúmulo de um hematoma é demorado e explica o início sereno da síndrome clínica ao longo de minutos ou horas. ▪ A evolução progressiva, os vômitos frequentes e a cefaleia são elementos importantes que ajudam a diferenciar a hemorragia do infarto. ▪ O putame é o local afetado com maior frequência - Quando o hematoma em expansão acomete a cápsula interna adjacente, ocorre hemiparesia contralateral, em geral com hemianestesia e hemianopsia e, em grandes hematomas, afasia ou comprometimento da consciência do distúrbio. No entanto, às vezes pequenos hematomas autolimitados próximos da região capsular podem simular síndromes lacunares com déficits motores ou sensitivos puros. ▪ Quando a hemorragia tem origem no tálamo, a hemianestesia precede a hemiparesia. Uma vez estabelecidos os sinais motores, sensitivos e do campo visual contralaterais, os principais elementos que distinguem os dois locais são: 1) desvio ocular horizontal conjugado na hemorragia do putame. 2) comprometimento do olhar para cima na hemorragia talâmica. ▪ A hemorragia pontina habitual leva o paciente ao coma com quadriparesia e distúrbios da motilidade ocular com desconjugação acentuada, embora pequenas hemorragias possam simular síndromes de infarto. ▪ As hemorragias espontâneas primárias no mesencéfalo ou no bulbo ainda são objeto de discussão e são curiosidades raras. Quando ocorrem, o acometimento anatômico geralmente é secundário à hemorragia originada em regiões diencefálicas, cerebelares ou pontinas adjacentes. ▪ Nos lobos cerebrais, as hemorragias ainda têm uma predileção inexplicada pelos dois terços posteriores do encéfalo. Quando afetam um ou mais lobos cerebrais, é difícil distinguir clinicamente a síndrome do infarto porque a evolução progressiva e os vômitos são muito menos frequentes no infarto; além disso, muitas vezes os hematomas da substância branca lobar resultam de malformações arteriovenosas, angiopatia amiloide, tumores ou outras causas que apenas raramente afetam os núcleos da base, o tálamo e a ponte. ▪ A hemorragia cerebelar demanda descrição à parte porque o modo de início é diferente do que ocorre na hemorragia cerebral e porque muitas vezes demandaevacuação cirúrgica. ▪ Em geral, a síndrome tem início abrupto, com vômitos e ataxia grave (que geralmente impede o paciente de ficar de pé e caminhar); às vezes, é acompanhada de disartria, acometimento dos nervos cranianos adjacentes (sobretudo do sexto e sétimo) e paralisia do olhar lateral conjugado para um lado, achados que podem levar os profissionais de saúde a pensarem que o local primário de acometimento é o tronco encefálico. ▪ No entanto, a origem cerebelar é sugerida pela ausência de alterações no nível de consciência e ausência de fraqueza focal ou perda sensitiva. A expansão da massa não modifica o quadro clínico até que haja compressão do tronco encefálico suficiente para precipitar o coma, quando já é tarde demais para a evacuação cirúrgica da hemorragia com a finalidade de reverter o distúrbio. ▪ Essa pequena margem de tempo entre um estado alerta e o coma irreversível torna imprescindível considerar o diagnóstico em todos os pacientes com essa síndrome TUTORIA 3 – MÓDULO 3 MILENA BAVARESCO clínica e é uma razão para solicitar que os pacientes que chegam ao pronto-socorro com vômitos de origem indeterminada tentem ficar de pé e deambular. HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA: ▪ Em geral, a HSA começa com uma cefaleia “explosiva” seguida por rigidez cervical. Muitas vezes a dor é descrita como “a pior dor de cabeça na vida”. A cefaleia costuma ser generalizada, mas a dor focal pode se referir ao local de ruptura do aneurisma (p. ex., dor periorbital relacionada a aneurisma da artéria oftálmica). ▪ Os sintomas comumente associados são perda da consciência, náuseas e vômitos, dor nas costas ou nos membros inferiores e fotofobia - Nos pacientes que perdem a consciência, pode haver postura tônica e dificuldade de distinguir de uma crise epiléptica. ▪ Embora a ruptura do aneurisma muitas vezes ocorra durante períodos de exercício ou estresse físico, a HSA pode ocorrer a qualquer momento, inclusive durante o sono. ▪ Mais de 1/3 dos pacientes relata história de sintomas suspeitos dias ou semanas antes, entre os quais estão cefaleia, rigidez cervical, náuseas e vômitos, síncope ou perturbação visual. Com frequência, esses sintomas prodrômicos são causados por pequeno extravasamento de sangue do aneurisma e, portanto, denominados “extravasamentos de alerta” ou “cefaleias sentinela”. ▪ Há erro de diagnóstico inicial da HSA em cerca de 15% dos pacientes, e aqueles com sintomas mais leves correm maior risco. Cerca de 40% dos pacientes com diagnóstico errado apresentam deterioração neurológica subsequente por recidiva do sangramento, hidrocefalia ou vasospasmo antes de receberem atendimento médico, com aumento da morbidade e da mortalidade. ▪ A rigidez cervical e o sinal de Kernig são características da HSA. No entanto, nem sempre esses sinais estão presentes e às vezes a confusão e a dor lombar são mais proeminentes que a cefaleia. ▪ As hemorragias pré-retinianas ou sub-hialóideas – grandes, de bordas regulares e na superfície da retina – ocorrem em até 25% dos pacientes e são praticamente patognomônicas de HSA. ▪ O mais importante determinante de desfecho após HSA é a condição neurológica do paciente ao chegar ao hospital. As alterações no estado mental são as anormalidades mais comuns; alguns pacientes se mantêm conscientes e lúcidos; outros apresentam confusão, delírio, amnésia, letargia, torpor ou coma. ▪ A escala de classificação de Hunt e Hess modificada é um mecanismo de estratificação do risco de HSA com base no primeiro exame neurológico. Os pacientes com HSA de grau I ou II têm prognóstico relativamente bom, o grau III indica prognóstico intermediário e os graus IV e V, prognóstico sombrio. ▪ Os sinais neurológicos focais ocorrem na minoria dos pacientes, mas podem indicar o local de sangramento: o A hemiparesia ou afasia sugere aneurisma da artéria cerebral média. o A paraparesia ou abulia sugere aneurisma da porção proximal da artéria cerebral anterior. ▪ Às vezes, esses sinais focais são causados por um grande hematoma, que pode exigir evacuação de emergência. Em 10% dos pacientes com HSA não traumática e em dois terços daqueles com angiografia negativa, a tomografia computadorizada (TC) mostra sangue limitado à cisterna circundante (perimesencefálica), com o centro do sangramento adjacente ao mesencéfalo e à ponte. ▪ Os pacientes com HSA “perimesencefálica” sempre apresentam achados normais ao exame neurológico e evolução clínica benigna; quase nunca ocorrem recidiva do sangramento e vasospasmo sintomático ou hidrocefalia. A origem da hemorragia nesses pacientes provavelmente é venosa. ▪ Os sinais e sintomas de um aneurisma intracraniano íntegro podem resultar da compressão de estruturas neurais adjacentes ou de tromboembolia. Com frequência, mas nem sempre, esses aneurismas são grandes ou gigantes (> 25 mm). ▪ Muitas vezes, os aneurismas da artéria comunicante posterior comprimem o nervo oculomotor (e quase sempre afetam a pupila). ▪ Os aneurismas da parte cavernosa da artéria carótida interna podem lesar o III, IV, V ou VI nervo craniano, e sua ruptura pode levar à formação de uma fístula carotideocavernosa. TUTORIA 3 – MÓDULO 3 MILENA BAVARESCO ▪ com menor frequência, grandes aneurismas comprimem o córtex ou o tronco encefálico, com sinais neurológicos focais ou crises convulsivas. ▪ Às vezes, a trombose no saco aneurismático libera êmbolos para o território arterial distal, com consequentes ataques isquêmicos transitórios ou infarto. ▪ Na ausência de HSA, alguns pacientes apresentam cefaleia intensa e súbita sem rigidez de nuca, talvez relacionada a expansão do aneurisma, trombose ou irritação meníngea; esses sintomas podem desaparecer com o uso de clipes no tratamento de aneurismas.
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