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Curso de Português Jurídico APOSTILA (1)

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1
P A D R O N I Z A Ç Ã O
C U R S O D E P O R T U G U Ê S J U R Í D I C O P R O F E S S O R W A N D E R S O N M E L O
Elaboração Wander son de Melo Gonçalves
Q u a l q u e r p a r t e d e s t a p u b l i c a ç ã o p o d e s e r r e p r o d u z i d a d e s d e q u e c i t a d a a f o n t e .
APRESENTAÇÃO 5
PADRONIZAÇÃO 18
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 74
TEXTO JURÍDICO 6
LINGUAGEM 38
SUMÁRIO
Licenciado em Letras Português na Universidade de Brasília, em 2009. Mestre também 
pela UnB (“Estratégias argumentativas no Tribunal do Júri”), em 2011. Professor de gra-
mática, de texto e de redação há mais de doze anos. Em Brasília, professor do ensino mé-
dio do Colégio Galois há nove anos. Professor de gramática e de redação oficial no CDF 
Concursos. Ministra cursos em vários órgãos públicos (TST, STJ, PGDF, TRT, etc.) e orga-
nizações privadas. Servidor público no STJ, onde atua como revisor na Presidência. Ajudou 
a elaborar o Manual de Padronização de Textos do STJ. Aprovação em outros concursos: 
STF/2013, revisor; TCU/2015, técnico de controle externo; STJ/2015, analista administra-
tivo; CLDF/2019, consultor legislativo (redação parlamentar) e consultor técnico-legisla-
tivo (revisor).
CURRÍCULO
O Direito exige formalidade. Essa formalidade assume duas importantes acepções, pelo 
menos. Uma é no sentido de que atos devem seguir procedimentos determinados em nor-
mas. A segunda refere-se ao uso da linguagem formal. 
Em relação à segunda acepção, essa linguagem não pode ser confundida, como ocorre 
atualmente, com rebuscamento, em que ela se torna arcaica, obscura e, assim, ineficiente. 
Cada vez mais, a comunicação tem de ser objetiva e precisa, sem floreios.
Dessa maneira, com o intuito de zelar pela linguagem clara e adequada ao contexto, o 
curso Português Jurídico está dividido em três partes – Texto Jurídico, Padronização e Lin-
guagem. A primeira trata das características que tornam o texto efetivo e, portanto, aces-
sível ao seu destinatário. A segunda parte contém as regras estabelecidas para uniformi-
zar a redação em documentos. Por fim, a última diz respeito a importantes e recorrentes 
aspectos da norma-padrão, que devem ser observados em textos oficiais.
 
É objetivo geral do curso aprofundar o conhecimento de aspectos macroestruturais, bem 
como de tópicos morfossintáticos que colaboram para a interpretação e para a produção 
textual.
APRESENTAÇÃO
1. TEXTO JURÍDICO
7
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De acordo com Campestri e Florence, em seu livro Como redigir Petição Inicial (2014, 4ª ed., 
p. 22), se o texto está “bem escrito, bem colocado, bem organizado, bem formatado, sem ser 
necessariamente erudito, fica no leitor a imagem de alguém responsável, que respeita o 
outro, nascendo daí a simpatia, que levará o receptor a ler com atenção este e outros textos 
daquele autor”.
Nesse contexto, por meio da linguagem, constroem-se imagens. Assim, é importante que 
o texto corresponda à imagem da instituição. Para isso, o texto deve ser produzido com as 
características que serão a seguir abordadas.
Trata-se de evitar apresentar impressões pessoais de quem comunica e de quem recebe 
a comunicação. Além disso, a impessoalidade relaciona-se ao próprio assunto abordado 
no documento.
Em relação ao emissor, embora seja apenas uma pessoa quem comunica, de um modo 
ou de outro, ela fala pela organização. Por isso, é imprescindível que se adotem padrões 
(estabelecidos com o auxílio de normas), a fim de que haja uniformidade e identidade re-
dacional.
Quanto ao destinatário, não se pode apresentar maior ou menor formalidade em relação a 
ele. Por mais que ele seja próximo, o redator não fala por si, mas pela instituição.
No que se refere ao assunto tratado, deve ele ser de interesse institucional. Não se pode 
utilizar documento oficial para debater temas pessoais.
Para atingir a impessoalidade, deve-se evitar:
a) o vocativo ao longo do texto: em vez de os réus, excelência, quando chegaram ao local, 
encontraram-no modificado, é preferível os réus encontraram o local modificado;
b) tom particular ou pessoal: em vez de peço que o amigo juiz reconsidere a decisão, já 
que está clara a argumentação posta nos autos, é preferível peço a reconsideração da 
decisão em virtude dos argumentos expostos;
c) assunto particular ou pessoal: em vez de ao ensejo, manifesto elevada estima e distin-
ta consideração, é preferível atenciosamente ou respeitosamente.
A primeira pessoa não fere a impessoalidade. Utilizar termos em primeira pessoa é, em 
verdade, adequado ao contexto institucional, já que o redator detém competência para 
falar pela unidade. Destaca-se que não é a primeira pessoa que irá ferir a impessoali-
dade, mas, sim, a desatenção aos elementos debatidos nesta seção. Ainda, recomen-
da-se o uso da primeira pessoa do plural apenas quando houver mais de um signatário. 
CARACTERÍSTICAS DO TEXTO
 1.1 Impessoalidade
Atenção!
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c) dispensar, nas datas, os substantivos dia, mês e ano: no dia 12 de janeiro → em 12 de 
janeiro; no mês de fevereiro → em fevereiro; no ano de 2000 → em 2000; 
d) trocar a locução verbo + substantivo pelo verbo: fazer uma viagem → viajar; fazer uma 
redação → redigir; pôr as ideias em ordem → ordenar as ideias; pôr moedas em circulação 
→ emitir moedas; 
e) usar o aposto em lugar da oração adjetiva: O contrato previa a construção da ponte em 
um ano, que era prazo mais do que suficiente → O contrato previa a construção da ponte 
em um ano, prazo mais do que suficiente. O que se tem é a anarquia, que é a bagunça pura 
e simples, irmã gêmea do caos → O que se tem é a anarquia, bagunça pura e simples, irmã 
gêmea do caos; 
f) empregar o particípio do verbo para reduzir orações: Agora que expliquei o título, pas-
so a escrever o texto → Explicado o título, passo a escrever o texto. Depois de terminar o 
trabalho, ligo para você → Terminado o trabalho, ligo para você. Quando terminar o pre-
âmbulo, passarei ao assunto principal → Terminado o preâmbulo, passarei ao assunto 
principal; 
g) eliminar, sempre que possível, os indefinidos um e uma: Dante quer (um) inquérito ri-
goroso e rápido. Timor-Leste se torna (uma) terra de ninguém. A cultura da paz é (uma) 
iniciativa coletiva.
Concisão é a habilidade de dizer o máximo com o menor número de palavras. Devem-se eli-
minar palavras, mas devem ser mantidas as ideias necessárias para a compreensão do texto. 
Seguem alguns procedimentos para redigir textos concisos (apud Manual de Redação Oficial 
do TCDF):
a) eliminar palavras ou expressões desnecessárias: ato de natureza hostil → ato hostil; 
decisão tomada no âmbito da diretoria → decisão da diretoria; pessoa sem discrição → 
pessoa indiscreta; neste momento nós acreditamos → acreditamos; travar uma discussão 
→ discutir; na eventualidade de → se; com o objetivo de → para;
b) evitar o emprego de adjetivação excessiva: o difícil e alarmante problema da seca → 
o problema da seca. Inclui-se nesse caso o uso de egrégio, colendo, eminente, ilustre.
 1.2 Concisão
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A linguagem objetiva não admite:
a) palavras ou expressões subjetivas, amplas ou genéricas: A sala era espaçosa → A sala 
tinha 50m²; A mãe do autor é uma simples feirante, ao passo que ele tem boa condição 
financeira → A mãe do autor recebe R$ 500,00 (quinhentos reais), ao passo que ele, R$ 
18.000,00 (dezoito mil reais). Nesse sentido, deve-se evitar o uso da palavra coisa: As 
coisas mudam de figura → Com isso, a situação muda;
b) uso indiscriminado de destaques no texto. Normalmente, usa-se: negrito para desta-
car; negrito em títulos e subtítulos; itálico em palavras ouexpressões estrangeiras e em-
pregadas no contexto conotativo; caixa-alta apenas para identificação inicial das partes, 
bem como para as palavras contratante e contratado (sem negrito, itálico e aspas), em 
contratos;
c) linguagem literária e citações literárias: eram por volta das 20 horas do dia 8 de maio 
de 2000. A lua, com sua luz de prata, lançava sua força sobre os transeuntes; Na esquina 
da rua 15, Daguaberto, olhando para os carros, não percebeu a serpente (disfarçada de 
mulher) que se aproximava. Ainda: Essa é a lição já conhecida, como atesta Camões: “Mas 
um velho [...]”;
d) palavras que evidenciam insegurança e subjetividade. Devem ser evitadas expressões 
como: opino, acho (à exceção se for parecer), salvo melhor juízo;
e) alteração de ânimo, com uso de sentenças exclamativas. Convence-se o magistrado 
com argumentação lógica, coerente e segura: Não serão anuladas as duas avaliações fei-
tas pelo recorrente! Isso mesmo! Jamais serão apagadas! → Não serão anuladas as duas 
avaliações feitas pelo recorrente;
f) uso exacerbado de perguntas que são respondidas em sequência: Deveras, a situação 
dos autos não se amolda à linha jurisprudencial invocada. E por que não? → A situação dos 
autos não se amolda à linha jurisprudencial invocada; Bem, e o que diz a lei? Diz, no § 6º 
de seu art. 12, que o valor corresponderá a 10% do contrato → Essa lei estabelece, no § 6º 
de seu art. 12, que o valor corresponderá a 10% do contrato;
g) prolixidade (uso excessivo de palavras): Neste ponto de enfrentamento do tema, a 
primeira coisa a dizer é que o recorrente e os interessados não podem discutir o valor 
→ O recorrente e os interessados não podem discutir o valor; O Tribunal de origem não 
conheceu do recurso. Fê-lo, não obstante, com a afirmação de que o argumento era ade-
quado a outro caso → O Tribunal de origem não conheceu do recurso. Afirmou, não obs-
tante, que o argumento era adequado a outro caso; O consumo de álcool faz mal à saúde 
porque prejudica o organismo → O consumo de álcool faz mal à saúde;
h) marcadores discursivos que não apresentam função no texto, como explica-se; ora 
bem; prossigo; não é tudo; pois bem; senão vejamos.
 1.3 Objetividade
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A objetividade não se harmoniza com frases mal construídas e com parágrafos extensos. A 
seguir, portanto, alguns tipos de frases e, em seguida, a organização dos parágrafos.
1.3.1 ALGUNS T IP OS DE FR A SE 1
As frases abaixo merecem atenção do redator.
a) Arrastão: frase típica da linguagem oral. Utilizam-se vários marcadores discur-
sivos para coordenar frases, que, se utilizadas de maneira objetiva, seriam desne-
cessários:
Então, desisti de esperar e resolvi telefonar. Mas aí chegou o porteiro. Então, ele 
abriu a porta e eu entrei. Mas o elevador estava parado. Então, subi pelas escadas. Aí 
cheguei ao quarto andar. Mas não havia ninguém em casa. Então, escrevi um bilhe-
tinho e botei por baixo da porta. Mas aí chegou a empregada. Então, eu perguntei a 
ela: D. Maria está? Aí ela respondeu: Não está, não, senhor. (GARCIA, Othon, p. 124.)
b) Entrecortada: também chamada de frase soluçante, este tipo de frase, apesar 
de permitir a fácil compreensão, não evidencia algumas relações de sentido que há 
entre as orações. Compare:
Cheguei em casa e perdi o sono. Li um pouco e depois fui deitar. Era mais de meia-
-noite e eu ainda não havia dormido. Ouvi um barulho na rua. Uma pessoa vinha meio 
cantando meio chorando. Parecia uma voz conhecida. (VERÍSSIMO, Erico apud GAR-
CIA, Othon, p. 128.)
Cheguei em casa, mas, como perdera o sono, li um pouco, indo depois deitar e, em-
bora já passasse da meia-noite, ainda não havia dormido, de forma que ouvi um ba-
rulho na rua, onde uma pessoa, cuja voz me parecia conhecida, vinha me cantando 
meio chorando. (GARCIA, Othon, p. 128.)
c) Ladainha: período estruturado com frases ligadas pela conjunção e. Trata-se de 
frase que cansa e não possibilita a percepção dos sentidos firmados. Compare:
A portaria regulamentou a vestimenta dos servidores no órgão e determinou que os 
homens não podem nele entrar sem terno e gravata e as mulheres, sem terno e saia 
até o joelho e estabeleceu que, caso o homem não esteja com gravata, ele poderá 
permanecer apenas na área do restaurante e que a entrada de crianças não é permi-
tida, exceto se destinada ao serviço médico, caso em que deverão estar também de 
traje social.
A portaria regulamentou a vestimenta no órgão de servidores e dependentes. Deter-
minou que, para nele entrarem, homens precisam estar de terno e gravata (exceto se 
forem ao restaurante, hipótese em que se dispensa a gravata) e mulheres de terno 
e saia de comprimento até o joelho. Por fim, estabeleceu que a referida vestimenta 
para homens é exigida também para crianças que precisam usar serviço médico, úni-
co caso permitido de entrada delas no órgão. 
1 Retirado de Garcia (2007, pp. 123-146). 
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d) Fragmentada: são frases que não respeitam as noções de coordenação e subor-
dinação. Usa-se o ponto-final quando o correto seria a vírgula. Exemplos:
Embora não seja importante. O tema precisa ser debatido.
Lembrando os primeiros acontecimentos. O palestrante apresentou nova visão so-
bre o assunto.
Foi preso preventivamente. Para garantia da ordem pública.
e) Intercalada: separação que ocorre entre sujeito e verbo e entre verbo e com-
plemento. A depender da extensão da intercalação, pode haver prejuízo de sentido. 
Exemplos:
O advogado, considerando o erro do magistrado, opôs embargos de declaração.
A prisão preventiva, por não ter prazo e pela possibilidade de ser decretada em qual-
quer fase da investigação criminal ou da ação penal quando houver indícios de au-
toria, para assegurar a aplicação da lei penal ou para garantir a ordem pública ou a 
ordem econômica, diferencia-se da prisão temporária, que possui duração de 5 dias, 
prorrogável por igual período, e ocorre apenas durante a investigação do inquérito 
policial, para assegurar o sucesso de determinada diligência.
1.3.2 ORG ANIZ AÇÃO DO PARÁGR AFO
O parágrafo, no texto jurídico, desenvolve-se, em regra, de forma argumentativa ou nar-
rativa. Um parágrafo é uma unidade de composição, em que o desenvolvimento de ideia 
principal, à qual se agregam ideias secundárias, logicamente dependentes daquela. A 
intenção do parágrafo argumentativo tem de ser desenvolver determinada ideia; a do pa-
rágrafo narrativo evidenciar determinado incidente ou episódio curto.
1.3.2.1 ORG ANIZ AÇÃO DO PARÁGR AFO ARGUMEN TAT I VO
Veja a representação de um parágrafo argumentativo:
Ideia central
Ideia 
principal
Ideia 
principal
Ideias 
secundárias
Ideias 
secundárias
Ideias 
secundárias
12
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A ideia central de um texto jurídico é o que se pretende defender – por exemplo, o provi-
mento de um recurso. As ideias principais compõem o núcleo de um parágrafo. Elas re-
presentam os argumentos que embasam a ideia central. Em cada parágrafo, há apenas 
uma ideia principal. As ideias secundárias consistem em exemplos ou explicações da ideia 
principal a que se referem. 
Pela representação apresentada, percebe-se que, em um texto, jamais podem surgir ideias 
principais contrárias à central. Da mesma maneira, não pode haver ideias secundárias que 
não complementem a ideia principal. Ainda, deve-se evitar um parágrafo de um período 
apenas.
Veja-se um exemplo de parágrafo adequado, apresentado pelo Professor Joseval Martins 
Viana (2006, p. 99):
Nesse parágrafo, a ideia principal está no primeiro período. As ideias que o seguem sur-
gem em razão da ideia apresentada nele. O último período, como ideia secundária, faz re-
ferênciaà noção evidenciada também no primeiro período. A construção desse parágrafo 
revela objetividade e clareza, característica que será debatida no próximo tópico.
Em regra, o parágrafo é iniciado pelo tópico frasal, que consiste na frase-núcleo do pará-
grafo. É a frase que resume as ideias desenvolvidas no parágrafo. Há diversas formas de 
apresentar o tópico frasal: declaração inicial; definição; divisão; etc.
O parágrafo argumentativo pode desenvolver-se de várias maneiras. Abaixo dois exem-
plos, retirados de Othon Garcia: o primeiro em que se utilizou o contraste; o segundo em 
que houve o uso da explanação em cadeia.
Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma 
com a outra. Antes de negam, se excluem mutuamente (tópico frasal). A política 
é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escri-
tas, ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria o explorar a benefício de 
interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou conjunto das funções do 
organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e 
senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos 
povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A políti-
ca é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de 
moralidade estragada. (BARBOSA, Rui.)
No parágrafo anterior, há constante oposição entre os elementos que foram evidenciados 
no tópico frasal. Ao longo do parágrafo, evidenciam-se essas diferenças, a fim de confir-
mar o que foi afirmado anteriormente: política e politicalha se excluem.
O Código Civil não conceituou a obrigação divisível. Restringiu-se apenas a veri-
ficar os seus efeitos jurídicos, quando houver a multiplicidade de sujeitos, pois o 
interesse dessa obrigação volta-se à pluralidade de credores e devedores. Dessa 
forma, se houver um único credor e um único devedor, seria irrelevante constatar 
se a prestação é ou não divisível.
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De várias espécies são as condições susceptíveis de influir sobre a literatura. Po-
demos mencionar quatro ordens principais de condições desse gênero – geográfi-
cas, biológicas, psicológicas e sociológicas. (LIMA, Alceu.)
Nesse parágrafo, por haver complexidade de assunto, o autor apresenta a ideia-núcleo em 
um parágrafo para, em seguida, detalhar as ideias que o compõem. Veja que desenvolver 
os quatro itens em um mesmo parágrafo poderia torná-lo extenso, principalmente se há 
a intenção de detalhar cada um dos itens mencionados. Veja parágrafo que apareceu no 
mesmo texto do autor do referido parágrafo:
Os fatores sociológicos, enfim, influem de modo inequívoco sobre o movimento e 
as instituições literárias (tópico frasal constituído pelo que era, no parágrafo da 
ideia-núcleo de toda a explanação, apenas um dos elementos). Foi Bonald, creio, 
o primeiro sociólogo a chamar formalmente a atenção sobre esse aspecto da li-
teratura como “expressão da sociedade”. Sendo a literatura atividade tipicamente 
humana e o homem um ser naturalmente social, não pode a literatura deixar de ter 
aspecto acentuadamente social. (Idem.)
1.3.2.2 ORG ANIZ AÇÃO DO PARÁGR AFO N ARR AT I VO
O objetivo da narração é expor um fato. Esse fato é apresentado de acordo com a passa-
gem do tempo, já que, invariavelmente, na narração ocorre progressão temporal. 
Normalmente, por ser mais claro ao leitor, é preferível que a ordem dos fatos relatados 
seja a cronológica, isto é, a da sucessão no tempo.
Em texto jurídico, seja em petição seja em decisão, há narração. Por isso, é imprescindível 
que os fatos apresentados sejam importantes para aquele momento processual, ou seja, 
não faz sentido apresentar fatos que não se relacionem e não sejam úteis ao momento 
processual de que se trata. 
Além disso, dispensa-se na narração a adjetivação. Em regra, o uso de adjetivo remete a 
textos literários, o que não se harmoniza com textos formais. 
O parágrafo narrativo organiza-se em torno de uma situação menor. Por exemplo, em de-
cisão, a narração sobre os atos processuais da primeira instância e da segunda instância 
difere-se, motivo por que é preferível estarem essas informações em parágrafos distintos. 
A clareza se opõe à obscuridade e à ambiguidade. Para atingir a clareza, deve-se:
a) preferir a ordem direta na construção do período (sujeito-verbo-complemento): O 
juiz concedeu a ordem. Sugere-se a ordem indireta para evitar ambiguidade: Foi iniciada 
o debate sobre desarmamento no Senado → No Senado, foi iniciado o debate sobre de-
sarmamento;
 1.4 Clareza
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b) utilizar vocabulário simples, porém formal: hodierno → atual; perfunctório → superfi-
cial, preliminar;
c) usar frases curtas, em atenção ao excesso de intercalações e inversões;
d) empregar sinais de pontuação de forma sensata. Veja-se exemplo do Manual de Re-
dação da Câmara dos Deputados (p. 14):
O Sistema Único de Saúde (SUS) poderá ser obrigado a oferecer atendimento integral 
para prevenir e tratar a obesidade, conforme projeto de lei dispondo sobre essa exigên-
cia, apresentado nesta semana à Mesa da Câmara, que decidiu encaminhá-lo imediata-
mente às comissões técnicas para exame em caráter de urgência da matéria, já que ela foi 
considerada de relevante interesse social.
O Sistema Único de Saúde (SUS) poderá ser obrigado a oferecer atendimento integral 
para prevenção e tratamento de obesidade. A exigência está prevista em projeto de lei 
apresentado nesta semana à Mesa da Câmara dos Deputados, que o encaminhou ime-
diatamente às comissões técnicas para exame em caráter de urgência, dado o relevante 
interesse social da matéria.
e) evitar expressões rebuscadas (preciosismos) e neologismos.
Confiram-se alguns aspectos que podem tornar o texto obscuro (apud Manual de Redação 
Oficial do TCDF):
a) mudança de sentido com a mudança da pontuação: Aprovas? Não discordo → 
Aprovas? Não! Discordo.;
b) má-disposição das palavras na frase: A Defesa Civil pede, neste ofício, cobertores para 
casal de lã. → A Defesa Civil pede, neste ofício, cobertores de lã para casal.;
c) ambiguidade: Ela pensava no tempo em que trabalhara com o Cassiano e concluía que 
a sua falta de visão teria contribuído para o fracasso do projeto. (Ambiguidade ocasionada 
pelo emprego do pronome sua, que é válido tanto para ela como para ele; falta de visão 
dele ou dela?); A mãe encontrou o filho correndo na rua. (Ambiguidade pela forma nomi-
nal → Ao correr na rua, a mãe encontrou o filho ou A mãe encontrou o filho que corria na 
rua.); O aluno respondeu ao professor que era carioca. (Ambiguidade pelo uso indistinto 
entre pronome relativo e a conjunção integrante → O aluno respondeu que era carioca ao 
professor ou O aluno respondeu ao professor carioca.); O ciúme da mulher levou-o ao 
suicídio (Quem tinha ciúmes? A mulher ou o suicida?)
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A coerência é a qualidade do texto que se refere à ligação de ideias harmonicamente. A 
relação entre as ideias deve manter uma continuidade de sentido. A coerência está unida 
à coesão. 
A coesão consiste no uso de palavras que relacionam as ideias do texto. Para conseguir a
coesão, podem ser utilizados os seguintes mecanismos: referência, substituição, elipse e 
uso de conjunção.
A referência é o uso da anáfora e da catáfora. A primeira diz respeito à referência à ideia 
já citada. A segunda concerne à referência à ideia que ainda será mencionada. Exemplos: 
A ministra não analisou o processo. Ela pediu vista (o termo ela retoma o termo ministra, 
o que caracteriza a anáfora).
O Tribunal funciona da seguinte maneira: (a expressão seguintemaneira faz referência à 
ideia que será evidenciada – catáfora).
A substituição consiste na colocação de palavra sinônima. Deve-se atentar, porém, a esse 
uso porque nem sempre será possível ocorrer equivalência de sentido, situação em que é 
preferível repetir a palavra. Exemplo:
A Lei n. 8.112/1990 não permite que servidor público venda produtos em seu local de 
trabalho. Essa norma também veda a desídia (o termo norma substitui as palavras Lei 
n.8.112/1990)
A elipse diz respeito à omissão de um termo que é possível de ser recuperado pelo con-
texto. Exemplos:
O advogado interpôs recurso contra a decisão do TRF2. Alegou que não houve comprova-
ção do dano. 
A lei complementar trata dos assuntos reservados a ela; a lei ordinária, dos demais temas.
O uso da conjunção evidencia o sentido entre as orações, períodos e parágrafos. 
 1.5 Coerência e coesão
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Abaixo, estão as principais conjunções e locuções conjuntivas. Destaco que alguns advérbios 
foram incluídos nesta tabela, em razão do uso como conjunção.
e não, não só...mas também, tan-
to...como, não apenas...como, 
além disso
no entanto
ou...ou, ora...ora, quer...quer, 
seja...seja
por isso, por conseguinte, desse 
modo
visto que, uma vez que, já que
devido a, graças a, por causa de, 
em vista de, em face de, já que, vis-
to que, uma vez que, em razão de, 
em virtude de, dado que
muito embora, apesar de, não obs-
tante, a despeito de, sem embargo 
de, mesmo que, ainda que, em que 
pese (a), posto que, se bem que, 
por muito que, por mais que
tal como, assim como, do mesmo 
modo que, como se
a menos que, contanto que, exceto 
se, a não ser que
e, nem, também, ainda,
ademais
mas, porém, contudo, 
todavia, entretanto
ou
logo, pois*, portanto, 
assim, então, dessarte, 
destarte
porque, porquanto, 
pois*, que
porque, pois, que, dado, 
visto, por, como, por-
quanto
embora, conquanto, 
malgrado
como, qual
se, caso, sem, salvo
Adição
Adversidade (oposição)
Alternância
Conclusão
Explicação
Causa
Concessão (oposição)
Comparação
Condição
Noção Conjunções L ocuções conjuntivas
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em conformidade com, de acordo 
com
de modo que, de forma que, de sor-
te que, de maneira que, tanto que, 
por conseguinte, assim sendo
para que, a fim de que, a fim de, com 
o fito de, com a intenção de, com o 
propósito de, com o intuito de 
à proporção que, à medida que
antes que, logo que, sempre que, 
assim que, depois que, desde que, 
toda vez que, cada vez que, logo 
depois, logo após, a princípio, pou-
co antes, pouco depois, às vezes, 
por vezes, não raro, ao mesmo 
tempo, nesse ínterim, nesse meio 
tempo, enquanto isso
como, conforme, con-
soante, segundo
tão, tal, tanto, assim, 
logo, pois, portanto
para, porque, que
 
quando, enquanto, 
apenas, ao, mal, en-
tão, enfim, sempre, 
imediatamente, agora, 
anteriormente, afinal, 
raramente, finalmente, 
agora, hoje, nunca
Conformidade
Consequência 
Finalidade
Proporção
Tempo (frequência, or-
dem, duração, suces-
são, anterioridade, pos-
terioridade)
2. PADRONIZAÇÃO
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Atenção!
A citação pode ser direta – quando é reproduzido o texto original – ou indireta – quando 
é feita uma paráfrase do texto original. Devem ser consideradas as regras estabelecidas 
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, bem como por gramáticas. 
A citação direta deve ocorrer no mesmo parágrafo em que é apresentada, entre aspas du-
plas, se tiver até três linhas. Caso dentro dessa citação haja aspas duplas, elas se trans-
formam em simples, para que seja destacada a citação da citação. 
Gomides (1943, p. 446) diz que a “[...] relação da atual sociedade com o com o meio am-
biente tem se tornado mais nociva”.
O recorrente alega que “a citação ‘não ocorreu’ por meio de AR” (fl. 201).
Por outro lado, caso a citação direta tenha mais de três linhas, deve-se recuar o texto, em 
relação à margem esquerda – 4cm –, e usar corpo menor que o do texto. Deve-se utilizar 
espaçamento simples e um espaço duplo entre a citação e os parágrafos anterior e poste-
rior. Esse tipo de citação tem de aparecer sem aspas e sem itálico. Exemplo:
Quando se tratar de texto de lei ou de ementa, pode-se optar por apresentar esse 
mesmo recuo, mesmo que não haja mais de três linhas.
Confira-se o seguinte julgado:
 2.1 Citação
A teleconferência permite ao indivíduo participar de um encontro 
nacional ou regional sem a necessidade de deixar seu local de ori-
gem. Tipos comuns de teleconferência incluem o uso da televisão, 
telefone, e computador. Através de áudio-conferência, utilizando a 
companhia local de telefone, um sinal de áudio pode ser emitido em 
um salão de qualquer dimensão. (NICHOLS, 1993, p. 181.)
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantin-
do-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...].
AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRA-
VADA. APLICAÇÃO DA SÚMUL A N. 182/STJ. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. ACÓRDÃOS 
PROVENIENTES DA MESMA TURMA JULGADORA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO 
DEMONSTRADO.
É importante observar o que dispõe o art. 5º da CF:
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1. A ausência de impugnação específica do fundamento da decisão agravada 
torna inviável o agravo regimental. Aplicação da Súmula n.182/STJ.
2. Acórdão proveniente da mesma Turma julgadora do acórdão embargado não 
se presta para demonstrar o dissenso jurisprudencial que enseja a admissão 
dos embargos de divergência.
3. A divergência jurisprudencial deve ser demonstrada na forma
preceituada pelo CPC e RISTJ, com a realização do cotejo analítico dos arestos 
em confronto.
4. Agravo regimental desprovido. (AgRg nos EREsps n. 1.204.112/MG, relator 
Ministro João Otávio de Noronha, Corte Especial, DJe de 26/9/2011.)
Caso haja supressão de trecho em citações, utilizam-se os colchetes, não os parênteses. 
Ainda, caso se queiram fazer acréscimos ou esclarecimentos ao texto citado, utilizam-se, 
da mesma maneira, os colchetes. 
As citações podem vir introduzidas por expressões latinas, como in verbis (nestes ter-
mos)1, ipsis verbis (pelas mesmas palavras) ou ipsis litteris (pelas mesmas letras). Res-
salta-se o uso de itálico nessas expressões. 
Caso se queira destacar algum termo de uma citação direta, utiliza-se o negrito. No final, 
a expressão “com grifo no original”, “sem grifo no original”, “grifei”, “grifamos”, “com des-
taque no original”, entre outros. Exemplo:
“O princípio dispositivo, em sua concepção tradicional, significava que a iniciativa das ale-
gações, pedidos e provas pertencia exclusivamente às partes.” (LOPES, 2005, p. 59, sem 
grifo no original.)
Citação em nota de rodapé deve sempre vir entre aspas, independentemente de sua extensão. 
A referência bibliográfica, em textos jurídicos, normalmente aparece em notas de rodapé. 
Pode também surgir ao final do documento, sob o título “Referências”.
 2.2 Referência
Normalmente, a referência do precedente citado surge depois dele. Deve ficar entre pa-
rênteses, em tamanho 12, na mesma fonte do julgado, na linha abaixo a ele, da seguinte 
maneira: 
(AgRg no REsp n. 1.908.112/MG, relator Ministro Paulo de Tarso, Primeira Seção, DJe de 
3/9/2015.)
Em referência a julgados do Supremo Tribunal Federal, segue-se a ordem dos termos 
como de lá vêm, respeitando as padronizações, como data e uso de maiúsculas.
2.2.1 JULG ADOS (PRECEDEN T E S)
1 Destaca-se que a expressão latina verbis significa “emtermos”. Portanto, deve ser evitado o uso dela quan-
do se pretende introduzir citação.
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a) Com um só autor
FAZENDA, Ivani C. Arantes. Interdisciplinaridade: um projeto em parceria. 6. ed. São Pau-
lo: Loyola, 2007.
b) Com dois autores (separados por ponto e vírgula)
SACRISTÁN, J. Gimeno; GÓMEZ, A.I. Pérez. Compreender e transformar o ensino. Tradu-
ção de Ernani F. da Fonseca Rosa. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
c) Com quatro autores ou mais
Pode-se indicar apenas o primeiro autor, acrescentando-se a expressão “et al.” [abrevia-
tura de et. alii (e outros)].
URANI, A. et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social para o Brasil. Brasília, 
DF: IPEA, 1994.
d) Entidade como autor
Quando o autor for uma entidade (instituição, empresa privada, associação etc.), a entra-
da é feita por esse nome.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Catálogo de teses da Universidade de São Paulo – 1992. 
São Paulo, 1993. 467 p.
e) Órgão da administração como autor
Caso a denominação seja genérica, inicia-se pelo nome do órgão superior ou pelo nome 
da jurisdição geográfica a que pertence a unidade. Se a publicação for específica de um 
determinado órgão, a entrada de referência é feita pela denominação desse órgão.
BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República. 2. ed. 
rev. e atual. Brasília, 2002.
BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Relatório da Diretoria-Geral: 1984. Rio de Janeiro, 
1985. 40 p.
f) Parte de publicação
Quando se objetiva destacar que a referência diz respeito a parte de uma publicação, po-
de-se indicar o intervalo de páginas que foi consultado ou o número do capítulo ou volume.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Civilização Brasileira, 2005. p. 219-229.
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2001. v. 2.
2.2.2 LI V ROS, GUI A S, FOLHE TOS, M ANUAIS E C ATÁLOGOS
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g) Capítulo ou parte de livro
Quando o capítulo ou parte do livro tiver título próprio e seu autor for diferente do autor 
ou organizador da obra como um todo, utiliza-se a expressão “In” e, ao final, o número do 
capítulo e/ou intervalo de páginas ao qual corresponde essa parte.
CORÇÃO, Gustavo. O papel e a responsabilidade das elites nos tempos presentes. In: 
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO. Problemas jurídicos e sociais. Rio de Janeiro, 
1959. p. 113-130.
h) Organizador de obra coletiva
FERREIRA, Leslie Piccolotto (Org.). O fonoaudiólogo e a escola. São Paulo: Summus, 1991.
i) Elementos complementares (tradutor, revisor, ilustrador etc.): são incluídos depois do 
título da obra.
GOMES, Orlando. O direito de família. Atualização e notas de Humberto Theodoro Júnior. 
11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1995. 562 p.
DANTE ALIGHIERI. A divina comédia. Tradução, prefácio e notas de Hernâni Donato. São 
Paulo: Círculo do Livro, [1983]. 344 p.
a) Dissertação
NIEL, Marcelo. Anestesiologistas e uso de drogas: um estudo qualitativo. 2006. 149 f. Dis-
sertação (Mestrado em Ciências) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de 
São Paulo, São Paulo.
b) Tese
SPERANDIO, Priscila C. de Abreu. Relação entre a oferta e a utilização muscular periférica 
de oxigênio na transição do exercício leve para o intenso em pacientes com insuficiência 
cardíaca. 2010. 80 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Escola Paulista de Medicina, Univer-
sidade Federal de São Paulo, São Paulo.
Incluem-se em documentos jurídicos decisões judiciais (colegiadas ou não), legislação e 
normas produzidas por órgãos públicos.
BRASIL, Tribunal Regional Federal (2º Região). Recurso em sentido estrito n° 
2005.50.01.003452-8. Recorrente: Ministério Público Federal. Recorrido: Wilson Nunes 
de Carvalho. Relator: Desembargadora Federal Liliane Noronha. Rio de Janeiro, 15 de 
2.2.3 T R A B ALHOS AC ADÊMICOS (DIS SER TAÇÕE S E T E SE S)
2.2.4 DOCUMEN TOS JURÍDICOS
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outubro de 2008. Revista IOB Trabalhista e Previdenciária, Porto Alegre, ano 20, n° 234, 
p.161-165, dez. 2008.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Súmula n° 27, de 12 de junho de 1991. Pode a exe-
cução fundar-se em mais de um título extrajudicial relativos ao mesmo negócio. In: BUS-
SADA, Wilson. Súmulas do Superior Tribunal de Justiça: acórdãos de origem e sentenças 
decorrentes. 2° ed. São Paulo: Jurídica Brasileira, 1995. v.1.p.492-500.
BRASIL. Decreto-lei n.º 5.452, de 1.º de maio de 1943. Aprova a consolidação das leis do 
trabalho. Lex: coletânea de legislação, São Paulo, v. 7, 1943. Suplemento. [Neste caso, a 
referência menciona as informações sobre a revista Lex, na qual foi consultada a citada 
medida legal; aparecem também informações complementares: ementa do decreto-lei 
em questão e o fato de o fascículo da revista ser um suplemento.]
BRASIL. Código Civil. 46. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.
BRASIL. Congresso. Senado. Resolução nº 17, de 1991. Coleção de Leis da República Fe-
derativa do Brasil, Brasília, DF, v. 183, p. 1156-1157, maio/jun. 1991.cardíaca. 2010. 80 f. 
Tese (Doutorado em Ciências) – Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São 
Paulo, São Paulo.
a) Livro
ALVES, Castro. Navio negreiro. Pará de Minas, MG: Virtual Books, 2000. Disponível em: 
<www.virtualbooks.com.br/v2/ebooks/pdf/00065.zip>. Acesso em: 29 jul. 2014.
b) Artigo de revista
MASETTO, Marcos T. Inovação curricular no ensino superior. Revista e-curriculum, São 
Paulo, v. 7, n. 2, ago. 2011. Disponível em: <http://revistas.pucsp.br/index.php/curricu-
lum/article/ view/6852/4966>. Acesso em: 8 set. 2011.
c) Documento jurídico
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a pro-
moção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Bra-
sil, Brasília, 20 set. 1990. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/
pdf/lei8080.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2012. [Neste caso, aparece a ementa da lei como 
informação complementar.]
2.2.4 REFERÊNCI A S EM MEIO ELE T RÔNICO
Grafam-se datas de acordo com as seguintes diretrizes:
a) Não se abrevia a localidade.
b) O primeiro dia é sempre ordinal. Não existe zero antes do número 1 ao 9.
 2.3 Datas
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c) A unidade da Federação não é obrigatória. Convencionou-se o uso da sigla que designa o 
estado apenas em municípios, para evitar dúvida, e o uso sem sigla do estado em capitais.
d) O mês é escrito em minúsculo e por extenso.
e) Não existe ponto entre o milhar e a centena no ano: 2019 (e não: 2.019).
Exemplos: 
Brasília, 7 de agosto de 2019. 
Rio de Janeiro, 1° de setembro de 2018.
7.8.2017
1°.9.2018
f) No texto, pode-se grafar a data por extenso ou de forma abreviada. 
A petição foi assinada em 8 de abril de 2018.
O acordo foi firmado em 7/9/2020.
g) A data, mesmo centralizada, requer ponto-final.
Grafa-se hora da seguinte maneira:
a) O símbolo de hora é h, o de minuto min, o de segundo s. Os símbolos não acompanham 
ponto nem s de plural. Esses símbolos são utilizados para designar horas quebradas, os 
quais devem ser escritos sem espaço. O uso de min é opcional, se não houver segundos.
A sessão da Corte Especial começa às 14h30.
O bebê nasceu às 14h30min10s.
b) Em horas exatas, é preferível a forma não reduzida. Ainda, não se utiliza o zero antes 
do numeral.
Saí às 7 horas (e não às 07h)
c) Não se usam algarismos para registrar duração, tempo decorrido. A mesma regra se 
aplica a dias, meses e anos.
O julgamento durou trêshoras e trinta minutos.
O réu ficou preso por nove anos e sete meses.
 2.4 Horas
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As maiúsculas devem ser usadas em casos restritos. Devem ser reservadas, principal-
mente, para nomes próprios.
As palavras autor, réu, requerente, requerido, relator, ordem jurídica, mandado de segu-
rança, recurso especial, entre outras, não são nomes próprios; portanto, devem ter inicial 
minúscula.
Em regra, utiliza-se inicial maiúscula quando se especifica o substantivo: 
Lei n. 8.112/1990, Ministro Herculino de Almeida, Juiz Pedro de Tácio, Tribunal de Justiça 
do Estado de São Paulo, Procurador Federal Luiz Pereira.
Quando essas palavras estão empregadas em sentido genérico, devem ser grafadas com 
inicial minúscula: 
A lei deve ser cumprida.
Cabe aos tribunais dos estados enviar sua proposta orçamentária aos tribunais superiores.
Depois de dois-pontos, se forem itens, inicia-se o período com letra minúscula e termina-
-se com ponto e vírgula; se forem orações, pode-se iniciar o período com letra maiúscula 
e terminar com ponto-final. 
São elementos obrigatórios da petição inicial: 
I – o juízo a que é dirigida;
II – os nomes, os prenomes, o estado civil do autor e do réu;
III – o valor da causa.
O autor deve atentar para as seguintes questões:
1.Caso não disponha de todas as informações da petição inicial, poderá solicitar ao juiz as 
diligências necessárias.
2.Caso queria interpor o recurso no juízo de origem, deve pagar as custas do processo.
É importante ainda atentar para o uso da maiúscula nos seguintes casos:
a) nomes pelos quais as leis tornam-se conhecidas: Código Civil, Código Eleitoral;
b) palavras empregadas em sentido especial, como: 
 b.1 Corte, no sentido de tribunal: A Corte de origem não analisou o recurso. 
b.2 Decreto-Lei, quando especificado: O Decreto-Lei n° 5.125, de 26 de agosto de 
2000, exige o pagamento imediato do débito.
b.3 Estado, como nação politicamente organizada: Cabe ao Estado definir a me-
lhor proposta; como unidade federativa seguida do nome: O Estado de São Paulo 
 2.5 Maiúsculas e minúsculas
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requer o julgamento do recurso. (O mesmo raciocínio, em relação ao último con-
ceito, aplica-se para município: O Município do Rio de Janeiro precisa de ajuda fi-
nanceira.)
b.4 Mesa, no sentido de conjunto do presidente e dos secretários de uma assem-
bleia: A Mesa da Câmara dos Deputados não aprovou a medida.
b.5 País, quando se refere a Brasil: O País necessita de importantes reformas.
c) Juízo, quando especificado: Juízo ad quem, Juízo a quo, Juízo estadual, Juízo federal, etc.
d) Justiça Federal, Justiça estadual, Justiça rogante, Justiça brasileira, Justiça francesa.
e) nomes de tributos, acordos, cartas e declarações internacionais: Imposto sobre Produ-
tos Industrializados, Taxa de Limpeza Urbana, Declaração Universal de Direitos Humanos.
A abreviatura é a escrita reduzida de uma palavra ou locução. Pode ser formada pela com-
binação de consoantes, pela combinação de letras finais ou pelo corte da palavra. Exem-
plos: profa. (professora), biol. (biologia).
As abreviaturas são seguidas de ponto-final. Além disso, em regra, deve-se terminar a 
abreviatura em consoante, não em vogal: rel. (relator), ac. (acórdão). Ainda, há casos em 
que a supressão se dá no meio da palavra, situação em que a última letra (consoante ou 
vogal) encerrará a abreviatura: V. Exa. (Vossa Excelência), pe. (padre).
As abreviaturas exigem ponto no final e, em geral, fazem o plural com o acréscimo de s: 
arts. (artigos); códs. (códigos); docs. (documentos).
As abreviaturas das formas pronominais de tratamento devem ser grafadas com inicial 
maiúscula: V. Exa.; Sr. José; Sra. Maria; Dra. Carla. Se houver indicação de plural, apenas 
o segundo elemento se flexiona: V. Exas., V. Sas.
As abreviaturas de vias, lugares públicos e palavras usadas em endereçamentos são es-
critas com iniciais maiúsculas: Ap. (apartamento), Av. (avenida), Q. (quadra), Bl. (bloco), 
R. (rua). 
Não se abreviam nomes geográficos: São Paulo (e não S. Paulo); Rio de Janeiro (e não R. 
de Janeiro); Campo Grande (e não C. Grande).
Em relação a meses, não se abrevia maio. Os outros meses são abreviados depois da ter-
ceira letra: jan.; fev.; mar.; abr.
Seguem as principais abreviaturas. Em caso de dúvida, também pode ser consultada a lis-
ta de reduções do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa – Volp (www.academia.
org.br/nossa-lingua/reducoes).
 2.6 Abreviatura, sigla e símbolo
2.6.1 A BRE V I AT UR A 2
2 Informações retiradas, em parte, do Manual de Padronização de Textos do STJ, 2016.
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acórdão − ac.
adaptação − adapt.
administração − adm.
advogado − advo.
altitude − alt.
altura − alt.
alvará − alv.
antes de Cristo − a.C.
ao ano − a.a.
ao mês – a.m.
artigo/artigos – art./arts.
assembleia − assemb.
assinado(a) − a.
assinados(as) − aa.
código/códigos − cód./códs.
colaborador − col.
colégio − col.
colendo − col.
comarca − c.
companhia − Cia.
complemento – compl.
composto – comp.
comunicação − comunic.
conclusão − concl.
conclusivo − concl.
concreto − concr.
condicional − cond.
confira − cf./cfr.
confronte (com) − cf./cfr.
conjunto − conj.
decreto − dec./decr.
departamento − dep.
depois de Cristo − d.C.
diante) − etc.
direito − dir.
direito canônico − dir. can.
direito civil − dir. civ.
direito comercial − dir. com.
direito constitucional − dir. const.
direito das sucessões − dir. suc.
direito de família – dir. fam.
direito eclesiástico − dir. ecles.
direito esportivo − dir. esport.
direito falimentar − dir. fal.
direito fiscal − dir. fis.
direito industrial − dir. ind.
direito internacional privado − dir. int.
direito internacional público − dir. int.
direito militar − dir. mil.
direito penal − dir. pen.
direito político − dir. pol.
direito processual civil − dir. proc. civ.
direito trabalhista – dir.trab.
direito tributário − dir. trib.
distrito − dist./distr.
documento/documentos − doc./docs.
dúzia − dz.
edição − ed.
editor(a) – E.
editora (instituição) – ed.
egrégio − eg.
elemento − el.
elemento de composição − el. comp.
nota do tradutor − N. do T.
note bem − N.B.
Novo Testamento − N.T.
numeral − num.
número(s) – nº
observação − obs.
Oeste − O.
ofício − of.
opus citatum (obra citada) − op. cit.
ordinal − ord.
organização − org.
página − p./pág.
páginas – pp./págs.
pago − pg.
palavra − pal.
parecer − par.
peça(s) − pç.
Philosophiae Doctor (doutor em filosofia) – Ph.D
plural − pl.
política − polít.
ponto − pt.
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por exemplo − p.ex.
por procuração − p.p.
postscriptum (pós-escrito, depois de escri-
to) − P.S.
processo − proc.
professor/professora − prof./profa.
redução − red.
regimento − reg.
regimento interno − RI
relatório − rel.
remetente − remte.
residência − res.
resolução − res.
revista − rev.
salvo melhor juízo − S.M.J.
secretaria − secr.
secretário(a) − secr.
século/séculos − séc./sécs.
seguinte − seg.
sem número – s.n.
semana(s) − sem.
símbolo − símb.
sinal de socorro − S.O.S.
singular − sing.
sinônimo(s) − sin.
sintaxe − sint.
sociedade anônima − S.A.
As siglas designam a representação de uma palavra ou de uma expressão. Em regra, na 
primeira citação, utiliza-se a sigla depois da expressão que ela resume. Para isso, pode-se 
utilizar o travessão ou os parênteses. 
 
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou importante medida.
A Câmara dos Deputados irá discutir o reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano – 
IPTU.
 
A parte por extenso pode ser dispensada se a sigla já for sinônima de seu significado, como 
CPC, CC, STJ, STF, em textos jurídicos. Ainda,em caso de nomes de partidos políticos e de 
empresas, também o significado da sigla pode ser omitido.
Não se usa ponto em sigla: Banco do Brasil – BB (e não B.B.); Universidade Federal de 
Pernambuco – UFPE (e não U.F.P.E.).
Ainda, siglas com até três letras escrevem-se com maiúsculas: BB, TST, USP, ART. Já nas 
siglas com quatro letras ou mais pronunciáveis como uma palavra, pode-se utilizar mai-
úsculas ou minúsculas. No entanto, é recomendável usar apenas a inicial maiúscula, por 
essa forma poluir menos o texto: Unicamp; Ibama; Incra; Bacen. Caso não sejam pronun-
ciáveis, são escritas com maiúsculas, e cada letra se pronuncia separadamente: CNBB, 
UFRJ, CPFL.
O plural das siglas deve ser feito com acréscimo de s minúsculo, sem apóstrofo: TRFs, TJs, 
TREs, HCs, REsps, EREsps.
Seguem as siglas das classes processuais, já considerando as inserções trazidas pelo 
novo Código de Processo Civil. Elas foram retiradas do Manual de Redação do Supremo 
Tribunal Federal e do Manual de Padronização de Textos do STJ.
2.6.2 SIGL A
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AC – Apelação Cível 
Ag – Agravo de Instrumento 
AgInt – Agravo Interno 
AgRg – Agravo Regimental 
AIA – Ação de Improbidade Administrativa 
AlienBac – Alienação de Bens do Acusado 
APn – Ação Penal 
AR – Ação Rescisória 
ARE – Agravo em Recurso Extraordinário 
AREsp – Agravo em Recurso Especial 
CAt – Conflito de Atribuições 
CauInomCrim – Cautelar Inominada Criminal 
CC – Conflito de Competência
Com – Comunicação 
CR – Carta Rogatória 
EAC – Embargos Infringentes em Apelação Cível 
EAg – Embargos de Divergência em Agravo 
EAR – Embargos Infringentes em Ação Rescisória 
EAREsp – Embargos de Divergência em Agravo em Recurso Especial 
EDcl – Embargos de Declaração 
EmbAc – Embargos do Acusado 
EmbExeAR – Embargos à Execução em Ação Rescisória 
EmbExeMC – Embargos à Execução em Medida Cautelar 
EmbExeMS – Embargos à Execução em Mandado de Segurança 
EREsp – Embargos de Divergência em Recurso Especial 
ERMS – Embargos de Divergência em Recurso em Mandado de Segurança 
ET – Embargos de Terceiro 
ExeAR – Execução em Ação Rescisória 
ExeMC – Execução em Medida Cautelar 
ExeMS – Execução em Mandado de Segurança 
ExeSE – Execução em Sentença Estrangeira 
ExeSEC – Execução em Sentença Estrangeira Contestada 
ExImp – Exceção de Impedimento 
ExSusp – Exceção de Suspeição 
ExVerd – Exceção da Verdade 
HC – Habeas Corpus 
HD – Habeas Data 
IDC – Incidente de Deslocamento de Competência 
IF – Intervenção Federal 
IJ – Interpelação Judicial 
Inq – Inquérito 
InsanAc – Insanidade Mental do Acusado 
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MC – Medida Cautelar 
MI – Mandado de Injunção
MISOC – Medidas Investigativas sobre Organizações Criminosas 
MPEI – Medidas Protetivas – Estatuto do Idoso 
MPUMP – Medidas Protetivas de Urgência – Lei Maria da Penha 
MS – Mandado de Segurança 
NC – Notícia-Crime (substituída pela Sd) 
PA – Processo Administrativo 
PBAC – Pedido de Busca e Apreensão Criminal
PePrPr – Pedido de Prisão Preventiva 
PePrTe – Pedido de Prisão Temporária 
Pet – Petição 
Prc – Precatório 
PUIL – Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei 
QuebSig – Pedido de Quebra de Sigilo de Dados e/ou Telefônico 
Rcl – Reclamação 
ReCoAp – Restituição de Coisas Apreendidas 
REsp – Recurso Especial 
RHC – Recurso em Habeas Corpus 
RMS – Recurso em Mandado de Segurança 
RO – Recurso Ordinário 
Rp – Representação 
RPV – Requisição de Pequeno Valor 
RvCr – Revisão Criminal 
Sd – Sindicância 
SE – Sentença Estrangeira 
SEC – Sentença Estrangeira Contestada 
SIRDR – Suspensão em Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas 
SL – Suspensão de Liminar (substituída pela SLS) 
SLS – Suspensão de Liminar e de Sentença 
SS – Suspensão de Segurança 
STA – Suspensão de Tutela Antecipada (substituída pela SLS
TCE – Tribunal de Contas do Estado
TCU – Tribunal de Contas da União
TJ – Tribunal de Justiça
TJAC – Tribunal de Justiça do Estado do Acre
TJAL – Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas
TJAM – Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas
TJAP – Tribunal de Justiça do Estado do Amapá
Abaixo, estão as siglas dos principais tribunais. 
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TJBA – Tribunal de Justiça do Estado da Bahia
TJCE – Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
TJD – Tribunal de Justiça Desportiva
TJDFT – Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
TJES – Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo
TJGO – Tribunal de Justiça do Estado de Goiás
TJMA – Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão
TJMG – Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
TJMS – Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul
TJMT – Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso
TJPA – Tribunal de Justiça do Estado do Pará
TJPB – Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba
TJPE – Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco
TJPI – Tribunal de Justiça do Estado do Piauí
TJPR – Tribunal de Justiça do Estado do Paraná
TJRJ – Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
TJRN – Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte
TJRO – Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia
TJRR – Tribunal de Justiça do Estado de Roraima
TJRS – Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
TJSC – Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina
TJSE – Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe
TJSP – Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
TJTO – Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins
TPI – Tribunal Penal Internacional
TRE – Tribunal Regional Eleitoral (acrescida de sigla do estado: TRESC, TRE-PE, etc.)
TRF – Tribunal Regional Federal (acrescida do numeral indicativo da região: TRF1, TRF2, etc.)
TRT – Tribunal Regional do Trabalho (acrescida do numeral indicativo da região: TRT1, 
TRT2, etc.)
TSE – Tribunal Superior Eleitoral
TST – Tribunal Superior do Trabalho
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É letra ou sinal que, por convenção – quase sempre internacional –, representa palavra ou 
expressão. 
Não se utiliza ponto abreviativo nem sinal de plural em símbolos: min (minuto ou minu-
tos); km (quilômetro ou quilômetros); h (hora ou horas).
Os símbolos das unidades de medida devem ser escritos depois do número a que se refe-
rem. Não devem vir antes ou ser intercalados entre a parte inteira e a parte decimal: 21,5km 
(e não 21km500m). O termo hora, quando fracionado, é exceção a essa regra: 2h30min.
O símbolo do real (R$) fica antes do número que indica o valor, separado por um espaço: 
R$ 5.000,00.
2.6.2 SÍMBOLO
Inicialmente, é preciso esclarecer que a legislação pode ser disposta de maneira direta 
(ordem crescente) ou indireta (ordem decrescente). Quando na ordem direta, não se usa 
vírgula para separar as partes do texto legal: a alínea c do inciso I do art. 105 da Constitui-
ção Federal; o art. 76 do CPC. Na ordem indireta, alíneas, incisos e parágrafos devem vir 
separados por vírgula: arts. 34, XI, e 39 da Resolução CNJ n. 235/2016; art. 33, § 2º, a, da 
Lei nº 11.343/06.
É comum, na redação legislativa, a abreviação da palavra artigo quando acompanhada do 
respectivo numeral – art. 28. Quando não preceder numeral, é escrita por extenso. Exem-
plo: Os artigos citados não fundamentam a decisão.
Ainda, na ordem direta, alíneas, incisos e parágrafos não podem ser abreviados. Por sua 
vez, na ordem indireta, esses itens podem ser suprimidos. Exemplos: A alínea b do inciso I 
do art. 193; Sustenta a violação do art. 535, II, a, do CPC.
Ao citar parágrafo, usa-se o símbolo §, seguido de numeral ordinal até o nove: § 1º; § 5º. A 
partir do dez, usa-se o algarismo arábico correspondente: § 10; § 12. 
Apenas o parágrafo único é escrito por extenso. Quando se faz referência a mais de um 
parágrafo, duplica-seo símbolo: §§ 3º e 4º.
Ainda, a alínea deve ser disposta com letra minúscula, sem aspas e com itálico: a alínea a 
do inciso III do art. 105 da Constituição Federal (ordem direta); art.105, III, a, da Constitui-
ção Federal (ordem indireta). 
Por fim, a palavra caput, por ser latina, deve ser grafada em itálico.
 2.7 Grafia de legislação
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Grafam-se numerais da seguinte forma:
a) em regra, quando o numeral apresenta mais de uma palavra, usam-se os algarismos: A 
mulher tem 21 netos. Quando o número é composto de apenas uma palavra, prefere-se a 
forma por extenso: Ele comprou seis carros importados. Se houver dois numerais, um sim-
ples e outro composto, devem ser utilizados os algarismos: O terrorista matou 10 pessoas 
e feriu, gravemente, 65.
b) grandezas e medidas: 10kg; 7m;
c) endereços: Rua 25 de Novembro;
d) idade: O recorrente tem 89 anos;
e) tabelas, gráficos e mapas;
f) páginas: pág. 34; fl. 15;
g) frações: O réu poderá cumprir apenas 1/6 da pena;
h) porcentagem: 80% das mulheres;
i) horário: 9h40;
j) datas e décadas: 15 de abril de 2010 (o primeiro dia do mês é grafado em ordinal: 1º de 
outubro de 2016); DJe de 25.5.2008; década de 80;
k) contagem de votos e indicação de penas e prazos processuais: Por 5 votos a 3, os mi-
nistros condenaram a empresa ao pagamento de multa; O réu foi condenado a 6 anos de 
reclusão; A parte tem 120 dias para se manifestar.
l) quantias (neste caso, deve-se apresentar também o numeral por extenso entre parên-
teses): R$ 15,00 (quinze reais). Para registrar quantias por extenso em quaisquer moedas, 
deve-se colocar vírgula entre classes diferentes (mil, milhão, bilhão, trilhão); os algaris-
mos da mesma classe e os centavos são ligados pela conjunção e: R$ 4.442.928.385,00 
(quatro bilhões, quatrocentos e quarenta e dois milhões, novecentos e vinte e oito mil, 
trezentos e oitenta e cinco reais); R$ 375,61 (trezentos e setenta e cinco reais e sessenta 
e um centavos); US$ 3,564,823.34 (três milhões, quinhentos e sessenta e quatro mil, oito-
centos e vinte e três dólares americanos e trinta e quatro centavos).
 2.8 Grafia de números
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Quando é feita referência a apenas uma folha, há três opções de uso:
A folhas: A citação está a fls. 7 (significa que a citação está a sete folhas do início do texto).
À folha: O Ministério Público manifestou-se à fl. 45.
Na folha: O réu apresentou o documento na fl. 65.
Quando é feita referência a mais de uma folha, há duas opções de uso:
Às folhas/ Nas folhas: A petição inicial está às fls./nas fls. 58-68.
Está consagrado o uso da forma de folha (se apenas uma folha) ou de folhas (se mais de 
uma folha): O despacho de fl. 101; A decisão de fls. 12-25.
 2.9 Referência a folhas
 2.10 Pronome de Tratamento, fecho e identificação do signatário
É preferível o uso da forma por extenso em comunicações institucionais porque demons-
tra-se maior deferência. É inadmissível abreviar os pronomes de tratamento no endereça-
mento, no encaminhamento e no vocativo.
Os pronomes de tratamento, embora façam referência à segunda pessoa gramatical (com 
quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira 
pessoa. Isso serve para o verbo e para os pronomes possessivos referidos aos pronomes 
de tratamento. Exemplo: Vossa Senhoria nomeará seu substituto. 
Os adjetivos que se referem a esses pronomes devem ser flexionados de acordo com o 
gênero do interlocutor. Exemplos:
Vossa Excelência está atarefado (se homem).
Vossa Excelência está satisfeita (se mulher).
Utiliza-se Sua, e não Vossa, quando se fala da autoridade, e não com a autoridade. 
Exemplos:
Esclareço-lhe que Sua Excelência não poderá comparecer ao evento. (Esclarece-se a al-
guém que o ministro, por exemplo, não poderá ir ao evento.)
Comunico-lhe que Sua Excelência solicitou emissão de passagens. (Comunica-se a al-
guém que o senador, por exemplo, solicitou emissão de passagem.)
De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, são tratadas por Vossa 
Excelência as seguintes autoridades:
2.10.1 PRONOME DE T R ATAMEN TO
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Poder Executivo
Presidente da República
Vice-Presidente da República
Ministros de Estado
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal
Oficiais-Generais das Forças Armadas
Embaixadores
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial
Secretários de Estado dos Governos Estaduais
Prefeitos Municipais
Poder Legislativo
Deputados Federais e Senadores
Ministros do Tribunal de Contas da União 
Deputados Estaduais e Distritais
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais
Poder Judiciário
Ministros dos Tribunais Superiores
Membros de Tribunais
Juízes
Auditores da Justiça Militar
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Ao se dirigir aos chefes de Poder, o vocativo empregado em comunicações é Excelentíssi-
mo Senhor, seguido do cargo respectivo:
 Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
 Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
 Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal,
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:
 
 Senhor Senador,
 Senhor Juiz,
 Senhor Advogado,
 Senhora Ministra,
 
No envelope, o endereçamento de comunicações para autoridades tratadas por Vossa Ex-
celência terá a seguinte forma:
 A Sua Excelência a Senhora
 Ministra Cármen Lúcia
 Presidente do Supremo Tribunal Federal
 70000-000 – Brasília/DF 
 A Sua Excelência o Senhor
 Senador João Muniz
 Senado Federal
 70000-000 – Brasília/DF
Atualmente, estão em desuso as formas digníssimo e ilustríssimo.
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo 
adequado é:
 Senhor Pedro Almeida,
 Senhora Maria Silva,
Caso a comunicação utilizada seja um e-mail, é possível, em vez de se utilizar o vocativo 
Senhor e o cargo, usar Prezado, seguido do respectivo nome:
 
 Prezado Carlos André,
 Prezada Joana Almeida,
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No envelope, em caso de ter havido tratamento com Vossa Senhoria, deve constar do en-
dereçamento:
 Ao Senhor
 Fulano de Tal
 Rua ABC, nº 123
 123456-000 – São Paulo/SP 
 À Senhora
 Fulana de Tal
 Rua ABC, nº 123
 123456-000 – São Paulo/SP
É importante destacar que doutor não é forma de tratamento, mas sim título acadêmico. 
Está, cada vez mais, sendo abolido para designar bacharéis em Medicina e em Direito. É 
preciso, portanto, usá-lo com parcimônia.
O Manual de Redação da Presidência da República estabelece apenas dois fechos possí-
veis:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,
É possível, ainda, no e-mail, o uso de Cordialmente, para autoridades de mesma hierar-
quia ou hierarquia inferior
A forma de identificação em documentos deve ter o nome e o cargo do signatário, abaixo 
do local da sua assinatura.
(espaço para assinatura)
Nome (só com iniciais maiúsculas)
Cargo (só com iniciais maiúsculas)
2.10.2 FECHOS
2.10.3 IDEN T IFIC AÇÃO DO SIGN ATÁRIO
3. LINGUAGEM
A S P E C T O S M O R F O S S I N T Á T I C O S
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Existem dez classes de palavras:
Há, ainda, as palavras denotativas, como os termos derealce. São representadas, princi-
palmente, pelos termos é, que e é que.
É que os deputados exigiram a mudança do texto do projeto de lei.
Substantivo: será núcleo de termo e será acompanhado de estruturas que estarão ligados 
por subordinação a ele.
Os termos que ao substantivo se relacionam (artigo, adjetivo, locução adjetiva, pronome 
adjetivo e numeral adjetivo) desempenham, sintaticamente, a função de adjunto adnomi-
nal (A A).
Substantivo
Artigo
Adjetivo
 
Pronome
Numeral
Verbo
Preposição
Conjunção
Advérbio
 
Interjeição
Variáveis Invariáveis
MORFOSSINTAXE
Par ticularidades das classes de palavras
Artigo
Substantivo
Numeral
adjetivo
Pronome
adjetivo
Adjetivo 
e locução
adjetiva
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Atenção!
Artigo: é a palavra que acompanha o substantivo, atribuindo-lhe individualização.
O Recurso Especial n. 1.256.487/RJ foi julgado pela Segunda Seção.
O ministro analisou os documentos, as petições e as audiências.
Todo o Brasil precisa de ajuda.
Todo juiz deve ser imparcial.
Iam-se as esperanças todas.
Adjetivo: palavra que modifica o substantivo. Desempenha, sintaticamente, a função de 
adjunto adnominal ou de predicativo.
O homem pobre buscava ajuda (adjunto adnominal). 
Pobre, o homem saiu de sua cidade (predicativo do sujeito).
Conjunção: liga palavras coordenadas e orações coordenadas ou subordinadas. Sintatica-
mente, desempenha a função de conectivo.
STJ e TST.
Falou alto, mas ninguém ouviu.
Conjunções e locuções concessivas: em que pese, conquanto, não obstante, embora, ape-
sar de, posto que, ainda que, malgrado*, a despeito de, etc.
Advérbio: palavra que modifica o verbo, o adjetivo e, em alguns casos, outro advérbio. 
Sintaticamente, desempenha a função de adjunto adverbial.
O ministro julgou ontem o recurso.
O advogado teve uma conversa muito edificante com o assessor.
Já bem perto do final da sessão, faltou luz no Tribunal.
A vírgula será obrigatória quando o advérbio ou a locução adverbial estiver des-
locada e for de grande extensão.
No dia seguinte, o presidente da empresa apresentou medidas para conter os 
gastos. 
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Atenção!
Sujeito
Há cinco tipos:
Simples: apenas um núcleo.
A República constitui tema imexível na Constituição.
Alguém veio à minha procura.
Nenhum dos aspectos está presente está presente no recurso.
Quem procurou a coordenadoria a encontrou fechada.
a) Separação de sujeito e do verbo por vírgula: é preferível não. 
Os jantares que o Presidente realizou podem ser considerados extravagantes.
b) A vírgula, porém, pode ser utilizada para assinalar elipse verbal.
Na primeira parte, ocorreu um drama. Na segunda, uma farsa. Na terceira, um 
épico.
c) Sujeito preposicionado: de acordo com a norma-padrão, não pode ocorrer, 
apesar de, em alguns casos, ser mais eufônico.
Apesar de o réu assumir o crime, o tribunal o inocentou.
d) Sujeito do acusativo: mesmo se o pronome estiver no plural, o verbo do in-
finitivo permanecerá no singular. Caso o pronome esteja substituído por termo 
nominal, a concordância do verbo no infinitivo será opcional.
Mandou-os sair da sala.
Ouvi-os falar a verdade.
Deixou-se ficar no banco da seção.
Fez-me trabalhar por dias.
Deixai as criancinhas virem (vir) a mim.
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Atenção!
Atenção!
Composto: dois núcleos.
O deputado e o senador foram contrários à matéria.
Observação: concordância com sujeito posposto. 
Saiu o candidato e o policial pela porta.
Oculto, elíptico ou desinencial
O mundo bom precisa de liberdade. Precisa de visão do futuro.
Sujeito indeterminado
Ocorre de três maneiras:
1. Verbo na 3º pessoa do plural.
Roubaram o carro.
Falarão ainda muito sobre a reforma da previdência.
2. Verbo no infinitivo sem referente.
É importante conversar baixo.
3. Verbo na 3ª pessoa + SE
3.1) VTI + SE: Necessita-se de apoio em momentos de dificuldade. Trata-se de em-
bargos de divergência.
3.2) VL+SE: Foi-se feliz no campo.
3.3) VI+SE: Vive-se bem.
 Não confundir com VTD + SE ou VITDI + SE.
Observam-se, no atual cenário político, dissensões. 
Confiram-se estes precedentes.
Doaram-se várias roupas aos doentes.
* Não há agente da ação verbal, assim como ocorre nos casos de sujeito inde-
terminado.
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Atenção!
Oração sem sujeito/ sujeito inexistente
1. Verbos que denotam fenômenos da natureza.
Trovejou ontem, em São Paulo.
* Se o verbo estiver empregado de modo conotativo, haverá concordância. 
Choveram críticas aos parlamentares.
2. Verbos haver e ser no sentido de existir, ocorrer e acontecer.
Haverá momentos em que é preciso dizer não.
Pode haver manifestações contra o projeto de lei.
Eram cinco assessores no gabinete.
3. Verbos fazer, haver, ser e estar indicando tempo.
Há 60 anos, encaminhávamo-nos para a saída da ditadura.
É uma hora, são duas horas. 
Faz dias que a imprensa busca o autor da ação.
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Termos da oração
Adjunto adnominal: sempre estará junto a um substantivo, para modificar-lhe o significado.
Os teus olhos negros são fascinantes.
Não se utiliza vírgula entre o adjunto adnominal e seu referente.
Aposto: palavra (ou expressão) substantival ou pronominal que explica ou especifica ou-
tro termo substantival ou pronominal.
1. Explicativo
A chanceler chilena, Michele Bachelet, tomou posse.
2. Resumitivo
Câmara dos Deputados, Senado, TCU, todos são favoráveis às medidas.
3. Enumerativo
São necessárias três ações para a tua aprovação: disciplina, estudo e tranquilidade.
4. Especificativo: atribui nome ao substantivo.
Colégio Ribeirão.
Rua da Consolação.
Não há vírgula no aposto especificativo, apenas no explicativo.
O ex-presidente Fernando Henrique é favorável à marcha.
O réu, Feliciano Barbosa, ficou insatisfeito com a sentença. 
O réu Feliciano Barbosa ficou insatisfeito com a sentença. 
Atenção!
Atenção!
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Crase
É a junção de duas vogais idênticas. Essa junção será representada na união da preposição 
com:
 Artigo a – Referi-me à sessão de posse.
 Pronome demonstrativo a ou aquele – Demitiu várias pessoas, mas não fez alusão à 
que chegou atrasada ou O ato foi proporcional àquele.
 Pronome relativo – A escola à qual me referi é aquela.
 Locuções adverbiais – Às vezes, calar é importante.
Dessa definição, depreende-se que:
1. É condição essencial que a crase venha antes de palavra feminina. É erro então: Compras 
à prazo; fomos à pé; ele está à morrer.
2. É necessário que a palavra dependa de outra que exija a preposição. Ex.: À rosa murchou 
é errado.
3. É necessário que a palavra admita o artigo feminino “a”. Ex.: Ele foi a Roma não tem crase 
porque “Roma” não aceita artigo.
Regras práticas:
 Trocar o substantivo que acompanha a crase por um masculino. Ex.: Entreguei o pre-
sente à mulher, com crase, porque se diz entreguei o presente ao homem.
 Substituir o a por outras preposições, como para a, pela, com a. Dei isso à ouvidoria 
(subst. por para a); Estou às portas da morte (estou nas portas da morte). 
Agente da passiva: em regra, ocorre na voz passiva analítica. Não há vírgula entre o agente 
da passiva e o termo a que se refere.
A rua foi tomada por manifestantes.
Ele é admirado de todos.
A sessão foi assistida por muitos curiosos.
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Pronomes relativos
São pronomes relativos: que, o qual, quem, cujo e onde. 
Que – é o relativo básico. Usa-se em referência a pessoa ou coisa, no singular ou no plural, e 
inicia orações adjetivas restritivas e explicativas.
O ministro, que acabava de jantar, conversava calorosamente ao telefone. 
O qual – o pronome que, com antecedente substantivo, pode ser substituída por o qual (a 
qual, os quais, as quais).
Sei que estou plagiando nosso famoso cronista, o qual, certa vez, deu-lhe na telha fazer 
essa comunicação ao jornal e aos leitores (Carlos Drummond).
O relativo que emprega-se depois das preposições monossilábicas a, com, de, em e por:
Indicou-lhe um novo recurso, de que a parte tomou nota num caderno.
A maneira com que falava lembrava a ela que era hora de partir.
As demais preposições constroem-se obrigatoriamente com o pronome o qual:
Fez sustentação oral de dez minutos, durantes os quais a plateia estava bastante atenta.
Quem – só se emprega em referência a pessoa ou coisa personificada. Ainda, sempre vem 
antecedido de preposição, mesmo que o verbo que o acompanha não a exija.
A senhora a quem cumprimentara era ré em outra ação.
Cujo – é pronome relativo e possessivo, a um só tempo. Concorda com a coisa possuída em 
gênero e número. Não admite uso de artigo. Desempenha a função sintática de adjunto ad-
nominal.
O examinador cuja obra foi premiada em Portugal exigiu respeito aos candidatos. 
Onde – tem o sentido de o lugar em que e, assim, só pode ter como referente lugar. 
 O tribunal de onde o ministro veio não adotava esta padronização.
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Concordância ver bal
1. Sujeito Simples
O verbo varia, em regra, de acordo com o sujeito a que se refere. Se o sujeito for simples e 
singular, o verbo irá para o singular, ainda que seja um coletivo. Caso o sujeito simples esteja 
no plural, o verbo se flexionará no plural.
A vida exige coragem; sem ela nada de faz.
O cardume seguia seu fluxo.
As alegrias dele nos mostraram a verdade.
Observação
Há registros na literatura nacional de formas em que ocorre flexão com a ideia do substantivo 
coletivo: “Começou então o povo a alborotar-se, e pegando do desgraçado cético o arrasta-
ram até o meio do rossio e ali o assassinaram, e queimaram, com incrível presteza” (Alexan-
dre Herculano).
2. Sujeito Composto
O verbo irá, normalmente, para o plural se o sujeito for composto.
O fluxo e o barulho da água promoviam sensações de bem-estar nele.
Atenção!
1. Quando o sujeito composto vem posposto ao verbo, pode ser feita a concordância com 
o núcleo mais próximo: Surgiu o roteirista e o ator.
2. Tanto em relação ao sujeito simples quanto ao composto, é preciso atentar-se para as 
construções na voz passiva sintética. De acordo com a norma-padrão, nesses casos, o ter-
mo que era, na voz ativa, complemento do verbo transitivo direto passa a ser sujeito, na voz 
passiva. Por isso, é importante que se tenha consciência dessa estrutura, a fim de que se 
promova a adequada concordância verbal. É ainda relevante mencionar que, no português 
contemporâneo, mesmo entre brasileiros letrados, em contextos formais, é usual a não 
flexão do verbo nessas estruturas de voz passiva. Atualmente, é comum ler frases como 
Analisa-se documentos; Vende-se casas, entre outras, em que o verbo não é flexionado. 
Quando isso acontece, o termo que é visto como sujeito do verbo (documentos e casas) 
é analisado como complemento do verbo, e o se é tido como índice de indeterminação do 
sujeito. Não obstante é preferível considerar que, em Analisa-se documentos e Vende-se 
casas, ocorre voz passiva, o sujeito é documentos e casas e, portanto, a redação adequada 
é Analisam-se documentos e Vendem-se casas. Nos casos em que o sujeito é composto, 
pode-se, considerando o ponto 1 destas observações, flexionar o verbo de acordo com o 
núcleo mais próximo: Discutiu-se o tema e a remuneração dos servidores. 
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3. O verbo pode ir para o singular se a sucessão de substantivos indicar gradação de um 
mesmo fato: A censura, a gritaria, a autoridade inadequada, o desrespeito lá estava.
4. Da mesma maneira, o verbo pode ficar no no singular caso se trate de substantivos si-
nônimos: A dedicação, o esforço e a disposição materna mostra que a mulher é forte.
5. Caso o sujeito composto seja constituído de orações ou infinitivos, a regra é o verbo fi-
car no singular: Que a vinda dela é motivo de discórdia e que todos a rejeitam é consabido; 
Dirigir e falar ao celular configura imprudência. No entanto, se houver contraste entre os 
sujeitos infinitivos ou se eles estiverem determinados, o verbo irá para o plural: Acordar e 
dormir são atividades comuns; O beber e o comer necessitam de respeito; Meu olhar e meu 
falar demonstram meu espírito.
6. Se o sujeito composto for constituído por pronomes pessoais eu ou nós, o verbo irá para 
a 1ª pessoa do plural: Apenas eu e Filomena falamos a verdade. Se houver pronome pes-
soal de 2ª pessoa (tu ou vós), o verbo irá para a 2ª pessoa do plural: Afirmo-te, Joaquina: 
Fernandez e tu tereis vida longa. Ressalta-se, contudo, que há registros em que, na última 
hipótese citada, leva o verbo para a 3ª pessoa do plural: Tu e os teus filhos estragaram 
minha casa.
3. Casos especiais
3.1 Sujeito indeterminado com o índice se
É construção que ocorre com verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos e verbos de 
ligação. Nesses casos, o se indetermina o agente da ação verbal e, por isso, não há flexão 
do verbo. Comparem-se estas frases: Acredita em gnomos e Acredita-se em gnomos. Na 
primeira, com o verbo na 3ª pessoal do singular o sujeito é classificado como oculto. Na 
segunda, o índice se indetermina o sujeito. Vejam-se outros exemplos: De acordo com os 
jornalistas, deve-se proceder a investigações; Não se trata de atividades ilícitas.
3.2 Expressão partitiva
Quando o sujeito é constituído por expressão partitiva (parte de, uma porção de, a maioria 
de, metade de, etc.) especificada por um substantivo ou por um pronome no plural, o ver-
bo pode ficar no singular ou no plural.
A maioria das mulheres deseja/desejam igualdade.
Uma porção deles invadiu/invadiram o escritório.
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3.3 Expressão de quantidade aproximada
Quando o sujeito é formado de um número plural precedido das expressões cerca de, mais 
de e menos de e similares, o verbo vai para o plural.
Ainda assim, cerca de cem pessoas compareceram ao comitê.
Menos de três homens conseguiram fugir.
Atenção!
O sujeito formado por expressão mais de um seguida de substantivo deixa o verbo no sin-
gular: Mais de um senador aprovou a medida. Caso a expressão esteja repetida ou seja 
usada para indicar reciprocidade, o verbo vai para o plural: Mais de um aluno, mais de um 
professor foram beneficiados com a medida; Mais de um manifestante se agrediram.
3.4 Preço, quantidade, medida, porção
Quando o sujeito está representado por palavras ou expressões indicadoras de preço, 
quantidade, medida e porção, o verbo ser fica no singular.
Duas folhas é suficiente.
Três carros por R$ 1.200,00 é barato.
Nove horas diárias de estudo é muito.
3.5 Um e outro, nem um nem outro
Essas locuções podem levar o verbo para o singular ou para o plural (mais frequente).
Um e outro assessor pediu/pediram ajuda ao ministro.
Nem um nem outro morador de rua quis/quiseram auxílio da defesa civil.
Atenção!
O sujeito formado pela expressão um ou outro leva o verbo para o singular: Um ou outro 
livro caiu na estrada. 
3.6 Sujeitos ligados por ou e por nem
Nessas hipóteses o verbo pode ir:
a) Para o plural, se o fato expresso puder ser atribuído a todos os sujeitos:
Um e outro assessor pediu/pediram

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