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Avaliação Civil IV- 2 unidade

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Avaliação Civil IV- 2° Unidade
1. Não é possível inserir a cláusula de irresponsabilidade nos contratos de adesão, a não ser que seja por estipulação de renúncia antecipada. Essa afirmativa está correta ou incorreta? Após responder esta pergunta, justifique sua resposta.
A afirmativa está incorreta. De início é cabível salientar que considerada por parte da doutrina como uma excludente de responsabilidade, a cláusula de não indenizar constitui a previsão contratual pela qual a parte exclui totalmente a sua responsabilidade. Essa cláusula é também denominada cláusula de irresponsabilidade ou cláusula excludente de responsabilidade, sendo a sua aplicação muito comedida e restrita. 
Desta feita, concernente aos contratos de adesão a citada cláusula é nula, pela aplicação do art. 424 do CC: “Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio”. Visto isso, em regra, a parte tem direito de ser indenizada pelos prejuízos sofridos, o que decorre da regra da reparação integral dos danos, que está disposta no art. 944, caput, do CC, no qual a indenização medir-se-á pela extensão do dano, representando assim, a aplicação do princípio da função social do contrato, em sua eficácia interna, entre as partes (art.421, CC). 
Ademais, por derradeiro, é importante destacar que essa vedação de cláusula nos contratos de adesão, se assemelha ao que dispõe o art. 25 do Código de Defesa do Consumidor, que não permite cláusulas que impossibilitem, exonerem ou atenuem a obrigação de indenizar. A extensão da norma consumerista a todos os contratos por adesão constitui um dos mais expressivos avanços do Código Civil de 2002 na teoria das condições gerais dos negócios, impossibilitando as estipulações exonerativas amiudamente previstas por essa forma de contratação em massa. 
2. Havendo culpa exclusiva da vítima, teremos uma excludente de nexo de causalidade - o que não pode ocorrer no caso de culpa exclusiva de terceiro. Essa afirmativa está correta ou incorreta? Após responder esta pergunta, justifique sua resposta.
A afirmativa está incorreta. De início é importante destacar que o nexo de causalidade constitui o elemento imaterial da responsabilidade civil, constituído pela relação de causa e efeito entre a conduta e o dano, ou seja, o nexo é formado pela culpa (na responsabilidade subjetiva), pela previsão de responsabilidade sem culpa relacionada com a conduta ou pela atividade de risco (na responsabilidade objetiva). Sendo assim, a responsabilidade pode ser excluída quando: o agente tiver agido sob uma excludente de ilicitude, ou quando não houver nexo causal entre a conduta do agente e o dano sofrido pela vítima.
Desta feita, portanto, quando ausente o nexo causal, não há que se falar em responsabilidade do agente, bem como ressalta Sérgio Cavalieri "Causas de exclusão do nexo causal são, pois, casos de impossibilidade superveniente do cumprimento da obrigação não imputáveis ao devedor ou agente" (CAVALIERI, Sérgio. Programa de responsabilidade civil, 2006, pág. 89). 
Assim, de acordo com a doutrina há três formas de excludentes de nexo de causalidade: i) culpa ou fato exclusivo da vítima; ii) culpa ou fato exclusivo de terceiro; e iii) caso fortuito (evento totalmente imprevisível) e força maior (evento previsível, mas inevitável). Posto isso, percebe-se que para melhor entendimento da questão proposta, que quando um dano ocorre por culpa exclusiva da vítima, se torna causa de exclusão do próprio nexo causal, pois o agente causador do dano é um mero meio do acidente. Dessa maneira, a primeira parte da afirmativa em comento está correta, pois caso a culpa não for exclusiva da vítima, poderá ocorrer a concorrência de culpa, o que na esfera cível representa diminuição da indenização que será pago pelo agente, conforme preconiza o Código Civil em seu art. 945.
Por outro lado, de acordo com as formas de excludentes mencionadas acima, nota-se também, que a culpa exclusiva de terceiro também afasta o nexo de causalidade, ou seja, este terceiro no caso que é responsável pelo evento danoso que houve entre autor e vítima, afasta assim a relação de causalidade sobre a conduta do agente e vítima. Portanto, a luz disso a segunda parte da afirmativa está incorreta, pois tanto a culpa exclusiva da vítima como a culpa exclusiva de terceiro afasta o nexo de causalidade. Assim sendo, conclui-se, que a afirmativa está incorreta, pois afirma de maneira equivocada que a culpa exclusiva de terceiro não exclui o nexo de causalidade.
3. Um ônibus da empresa “A”, que realiza transporte rodoviário de pessoas, em estrada próxima a Aparecida de Goiânia, transportando 30 passageiros, sofreu um acidente por culpa exclusiva do motorista de caminhão que trafegava na via de mão dupla em posição contrária ao ônibus. No acidente, houve cinco vítimas fatais e diversos feridos. Nesse caso, qual a responsabilidade civil da empresa transportadora em relação aos passageiros? Justifique sua resposta.
A priori, é importante destacar que a lei impõe, entretanto, a certas pessoas, em determinadas situações, a reparação de um dano cometido sem culpa. Quando isto acontece, diz -se que a responsabilidade é legal ou objetiva, porque prescinde da culpa e se satisfaz apenas com o dano e o nexo de causalidade. Esta teoria, dita objetiva ou do risco, tem como postulado que todo dano é indenizável e deve ser reparado por quem a ele se liga por um nexo de causalidade, independentemente de culpa. Nos casos de responsabilidade objetiva, não se exige prova de culpa do agente para que este seja obrigado a reparar o dano. Ela é de todo prescindível (responsabilidade independente de culpa). 
Sendo assim, o art.734 do Código Civil ressalta que: “O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.” Além disso, o art. 735 do mesmo código pontua que: “A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.” 
Visto isso, a luz dos artigos apresentados e da questão em análise, tem-se que a responsabilidade civil da empresa transportadora é objetiva, pois o serviço de transporte de passageiros — terrestre, marítimo ou aeronáutico — é considerado indiscutivelmente uma atividade de risco, para a qual o Código Civil prevê, também, a aplicação das regras da responsabilidade sem culpa, nos termos do parágrafo único do seu art. 927. Assim, desnecessário se faz provar a culpa do agente, seja ela a impudência, negligência ou imperícia, ou culpa de terceiros.
Além disso, a obrigação assumida pelo transportador, como já dito, é objetiva, e também de resultado, não se exigindo do passageiro, em caso de dano (como no caso exposto), a prova sobre quem, culposa ou dolosamente, deu causa ao evento danoso; basta que seja provado pelo vitimado o contrato de transporte, o dano e o nexo de causalidade. Portanto, bem como leciona o art. 735, havendo acidente com o passageiro, como no caso exposto, não cabe a alegação de culpa exclusiva de terceiro. Tal proteção é maior do que a prevista no CDC, visto que lá a culpa exclusiva de terceiro exclui a responsabilidade, aqui não. O transportador terá direito à ação regressiva, apesar de ter que indenizar os passageiros.
4. Fernanda, menor com 14 anos de idade, filha de Mateus e Mônica, riscou um carro da Polícia que estava estacionado em frente à sua casa. O reparo do dano causado ao veículo custou R$ 5.000,00 aos cofres públicos. Nesse caso, os pais de Fernanda somente poderão ser responsabilizados pelo prejuízo caso seja provado que tiveram culpa pelo dano. Essa afirmativa está correta ou incorreta? Após responder esta pergunta, justifique sua resposta.
A afirmativa está incorreta. A priori, salienta-se que pela ordem natural da vida, os pais são responsáveis por toda a atuação danosa atribuída aos seus filhos menores. Desta feita, o art. 933do CC enuncia que a responsabilidade das pessoas elencadas no art. 932 do CC, independe de culpa, tendo sido adotada a teoria do risco-criado. Dessa forma, as pessoas arroladas, ainda que não haja culpa de sua parte (responsabilidade objetiva), responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Mas para que essas pessoas respondam, é necessário provar a culpa daqueles pelos quais são responsáveis. Por isso a responsabilidade é denominada objetiva indireta ou objetiva impura, conforme a doutrina de Álvaro Villaça Azevedo.
Neste sentido, o inciso I do art. 932 do CC aduz que: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. Sendo assim, observa-se o vínculo legal de responsabilidade, pelo fato dos pais serem responsáveis por reparar o dano causado por pessoa distinta, seus filhos. Dessa maneira, aplicando o dispositivo legal na situação ora em comento, Mateus e Mônica são os responsáveis legais de Fernanda, a terceira que praticou o ato. Por fim, a afirmativa está incorreta, pois há um equívoco ao dizer que os pais de Fernanda somente poderão ser responsabilizados pelo prejuízo caso seja provado que tiveram culpa pelo dano. Como dito no início, é necessário provar a culpa daquele que causou o dano diretamente, e não de quem será o responsável por repará-lo.

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