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Fato Jurídico

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\TEORIA DO FATO JURÍDICO
Elementos de uma relação jurídica:
a) Sujeito;
b) Objeto;
c) Vínculo jurídico;
d) Fato Jurídico.
Fato jurídico → Somente aqueles dotados de relevância social. Passa a ter plano de validade e de eficácia.
É um fato humano ou da natureza, o qual o Estado, por meio da norma jurídica, considera relevante e atribui uma consequência jurídica. 
Para ser jurídico, o fato deve sair do mundo concreto dos fatos para o mundo jurídico.
Obs. Algo que existe no mundo, mas que não existe juridicamente, nunca irá produzir efeitos jurídicos.
Como e quando o fato da vida real e concreta deixa o mundo do ser (fatos) e passa para o mundo jurídico/direito?
 Pressupostos: 
1. NORMA JURÍDICA dirigida ao plano da existência;
2. A NORMA JURÍDICA (1) traz em seu conteúdo o SUPORTE FÁTICO CONCRETO – ou seja, o que deve ocorrer no mundo da vida para que um fato se torne “JURÍDICO”;
3. OCORRÊNCIA do SUPORTE FÁTICO previsto e INCIDÊNCIA (adequação FATO e NORMA).
 Obs. Apenas duas espécies de fato jurídico se submetem ao plano de validade:
1) Ato jurídico em sentido estrito;
2) Negócio Jurídico.
Qual o critério para qualificação do fato da vida? 
É o critério da relevância social. Ou seja, por meio da norma, o Estado seleciona os fatos da vida que considera mais relevantes para a vida em sociedade. Assim, este fato deixa o mundo da vida e entra no mundo do direito. 
Onde o controle da norma jurídica é maior? No plano da existência ou da validade? 
Depende. Se o fato jurídico for de uma espécie que não se submete à validade, o controle será na existência. Já se for um ato jurídico em sentido estrito ou um negócio jurídico, os pressupostos não são tão rígidos, pois o Estado irá controlá-los no plano da validade. 
FATO JURÍDICO (CLASSIFICAÇÃO)
1- Fato jurídico em sentido estrito;
2- Ato-fato jurídico;
3- Ato jurídico em sentido estrito;
4- Negócio Jurídico;
5- Ato ilícito.
1- Fato jurídico em sentido estrito;
Tem a sua origem em um fato da natureza.
O fato jurídico em sentido estrito é aquele que tem como origem um fato ocorrido no mundo da vida, especificamente de um fato da natureza (suporte fático concreto), não havendo nenhum ato humano provocador desse fato. Assim, a norma jurídica, em algumas situações, considera que determinados eventos da natureza, ainda que sem a participação humana, possuem relevância jurídica e social, devendo haver a sua transferência do mundo da vida para o mundo do direito. 
Devido a sua origem, não há que se falar em submeter tais atos ao plano da validade, cabendo ao Estado a sua regulamentação no plano da existência, dispondo diversos elementos (pressupostos) para que estes possam existir juridicamente. 
Não se submetem ao plano de validade.
O seu controle é integralmente realizado no plano da existência.
2- Ato-fato jurídico;
Embora exita um elemento humano relacionado a ele, dispensa-se o elemento subjetivo. 
Ex. Posse natural.
Diante de um ato-fato e quando no mundo concreto forem preenchidos os elementos fáticos que a norma jurídica determina que devam ocorrer para que o fato possua existência jurídica, o ato-fato em questão adentrará no mundo jurídico produzindo seus devidos efeitos, também não sendo considerado no plano da validade. Ainda que se trate de um ato humano, a norma jurídica dispensa o elemento volitivo ou seja, ainda que o sujeito deseje tais efeitos jurídicos, estes não serão exigidos pela norma jurídica para que o fato adentre ao mundo do direito. 
A norma jurídica, quando elege os elementos de fato do mundo da vida para lhe conferir juridicidade, dispensa o elemento subjetivo. Tal fato ingressa no mundo jurídico – a vontade humana não integra o suporte fático exigido pela norma. É essencial sua vinculação, na origem, com ato humano. 
Novamente, seu controle será efetivado no plano da existência, uma vez que o ato-fato não se submete ao plano da validade. 
Exemplos de ato-fato-jurídico: 
• Atos reais: Posse natural, achado de tesouro etc; 
• Indenizativos: Indenização sem ilicitude – independe de vontade, não há contrariedade ao direito, mas há o dever de indenizar; 
• Caducificantes: Prescrição e decadência. 
Ato jurídico em sentido amplo → Ato jurídico em sentido estrito
					→ Negócio jurídico
3- Ato jurídico em sentido estrito;
CC 1916 → Disciplinava o ato jurídico sob uma perspectiva unitária, não realizando qualquer distinção entre ato jurídico em sentido estrito e o negócio jurídico.
CC 2002 → Nova concepção dualizada. Subdividindo o ato jurídico em sentido amplo em subespécies: ato jurídico em sentido estrito e negócio jurídico.
O ato jurídico em sentido amplo é uma espécie de fato jurídico composto por:
1) Evento ou acontecimento (vontade humana exteriorizada de forma consciente)
			+
2) Vontade dirigida a uma finalidade (obtenção do resultado previsto e tutelado pela norma)
			+
3) Resultado predeterminado na lei
Ato jurídico em sentido estrito → Depende puramente da vontade.
Estrutura: Ausência de conteúdo normativo.
Função e efeitos: Não é instrumento de disposição de direitos – efeitos estabelecidos na lei.
4- Negócio Jurídico;
Principal espécie de fato jurídico.
Depende da vontade e de autonomia privada.
Principal diferença do ato jurídico em sentido estrito → Autonomia privada.
Obs. Atualmente, esse poder de alteração do conteúdo da categoria é bastante limitado, uma vez que o negócio jurídico também está submetido à funcionalização do Direito Civil.
Teoria do negócio jurídico
• Teoria da Invalidade: Sanção em razão da inobservância pelo sujeito de um pressuposto de validade no momento em que exterioriza sua vontade para formação; 
• Plano de validade (formação): Questão temporal. Barreira de contenção do sistema jurídico – condição para produção de efeitos jurídicos. 
Elementos do fato jurídico:
Fato/acontecimento + Norma jurídica que estabelece qual será o suporte fático.
Obs. Nem todos os fatos jurídicos, ao adentrarem no mundo jurídico, se submetem ao plano da validade, produzindo efeitos a partir de sua inserção, conforme determinações da norma jurídica a qual se relaciona. Em relação a esses, o controle do Estado é realizado no plano da existência. 
Os planos da validade e da eficácia pressupõem a existência jurídica do fato. Apesar disso, ambos os planos são munidos de certa autonomia, uma vez que dado fato pode vir a ser considerado inválido, porém eficaz e vice-versa. 
Classificação clássica
Diferencia os fatos jurídicos a partir de sua origem, classificando-os como:
a) Fatos jurídicos naturais: Possuem como origem eventos da natureza.
b) Fatos jurídicos voluntários: Nascem de um ato humano.
Classificação contemporânea
Fatos lícitos: Em razão da origem, subdividem-se em 
		fatos naturais (fato jurídico em sentido estrito); e 
		fatos humanos, os quais: ato-fato-jurídico, ato jurídico em sentido estrito e o negócio jurídico. 
5 – FATOS ILÍCITOS
 
TEORIA DO NEGÓCIO JURÍDICO
A base para o entendimento do negócio jurídico é a autonomia privada, sendo essa a característica que define tal espécie de fato jurídico, a qual corresponde ao poder que o sujeito possui de já no mundo jurídico, no espaço concedido pelo Estado, de acordo com seus interesses (vontade), alterar (manipular) os efeitos jurídicos. Em suma, por meio da autonomia privada, é possível estabelecer o conteúdo e a disciplina jurídica, além de escolher a categoria jurídica almejada, ou seja, a obtenção de múltiplos efeitos no exercício da autonomia privada 
Conceito de negócio jurídico: É todo fato jurídico consistente na declaração de vontade, a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia impostos pela norma jurídica que sobre ele incide. 
Pressupostos de Existência do Negócio Jurídico 
O CC não dispõe quais seriam os pressupostos para a existência de um negócio jurídico. Assim, por meio dos pressupostos de validade, identifica-se seus substantivos e os elementos necessários para a existência de um negócio jurídico. São os pressupostos de existência:- Vontade Humana exteriorizada;
- Objeto;
- Forma;
- Agente (parte da doutrina outra parte entende que já se encontra no próprio elemento vontade).
Obs. Há autonomia entre os planos da validade e da eficácia. Assim, Mesmo havendo um vício, em alguns casos o Estado não consegue impedir que um ato ou negócio jurídico com um vício de origem produza efeitos.
Pressupostos de Validade do Negócio Jurídico (e Ato Jurídico em Sentido Estrito) 
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III – forma prescrita ou não defesa em lei. 
Obs. O art. 104 somente dispõe considerações aplicáveis aos momento da formação do negócio jurídico. 
Capacidade e Legitimação (a regra específica de valorização da vontade do incapaz – artigo 105) 
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. 
Obs. Essa regra visa garantir a proteção do relativamente incapaz, além de valorizá-lo.
Objeto e Impossibilidade jurídica e física originária (artigo 106 do CC). 
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. 
Forma Legal e Forma Convencional 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato. 
Obs. a formalidade ou a solenidade são exceções ao art. 107 do CC.
Obs. As partes podem convencionar uma formalidade para que a mesma seja um pressuposto de validade. Assim, pode-se transformar um negócio inicialmente informal em formal.
Eficácia do Negócio Jurídico 
Produção dos efeitos jurídicos desejados (nascimento, modificação e extinção). A eficácia, portanto, está relacionada aos efeitos do fato jurídico, previstos na norma jurídica, quando esta incide sobre o suporte fático concreto. Com a incidência da norma, os efeitos do fato jurídico se produzem. 
Obs.: A eficácia dos fatos jurídicos em sentido estrito, dos atos-fatos jurídicos e dos fatos ilícitos não depende do plano de validade. Se o suporte fático concreto for realizado, os efeitos jurídicos se produzem. 
 
Interpretação do negócio jurídico – Hermenêutica 
O objetivo das regras de interpretação é compatibilizar (conciliar) a vontade interna com a vontade exteriorizada. Além disso, as vontades tendo como referência o Princípio da Boa-fé Objetiva (art. 113) servirão para analisar o modo como a vontade é externalizada a partir da conduta e do comportamento dos sujeitos antes, durante e após a formação. 
Vontade Real X Vontade Declarada: Teoria da Vontade e da Declaração (Artigo 112 do CC) 
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem. 
O artigo encontra-se alinhado a Teoria Objetiva da Declaração, a qual busca extrair a vontade a partir da declaração, não desprezando-a para realizar uma busca da intenção. 
Reserva Mental (Artigo 110) 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. 
Boa-Fé Objetiva – Interpretação/Integração (Artigo 113) 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. 
A boa-fé é considerada a referência hermenêutica dos negócios jurídicos, sendo necessário considerar o comportamento do sujeito em um momento anterior e durante a formação do próprio negócio. 
Boa-Fé Objetiva e as Novidades Introduzidas Pela Lei n. 13.874/2019 – Artigo 113 do Código Civil 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. 
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que: (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019) 
I – for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio; (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019) (regra da confirmação posterior) 
II – corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio; (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019) 
III – corresponder à boa-fé; (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019) 
IV – for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019) (regra do contra proferentem) 
V – corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as informações disponíveis no momento de sua celebração. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019) (regra da vontade presumível). 
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
Silêncio e Efeitos Jurídicos (Artigo 111) 
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. 
Obs.: Atenção para não confundir o silêncio (não agir) com a declaração tácita. 
Negócios Jurídicos Benéficos e Renúncia (Artigo 114) 
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. 
TEORIA DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
Defeitos. Relacionados ao momento específico da formação dos atos e Negócios Jurídicos. Problemas de origem. São causas capazes de invalidar um ato ou negócio jurídico. Ausência de sintonia entre a vontade interna desejada e a vontade exposta (externa ou declarada). Vícios de consentimento: estão relacionados a um problema na vontade. Erro, dolo, coação, lesão e Estado de Perigo.
Vícios Sociais. Causas de divergência entre vontade e norma legal: fraude contra credores e simulação
Obs. Em todas as modalidades, a doutrina interpreta que, mesmo caracterizados os defeitos do negócio jurídico, deve-se levar a uma revisão da base objetiva com a preservação dos antos e negócios onde há vício, apenas excepcionalmente é que poderiam ser invocados como causas para a invalidação de atos ou negócios jurídicos.
Erro – Artigos 138 a 144 do Código Civil 
O sujeito externaliza uma vontade diferente do que desejava, pois ele possuía uma noção inexata da realidade.
Principal característica → espontaneidade. Ou seja, há o cometimento do erro sem a interferência de terceiros. Caso contrário, pode configurar o dolo.
Erro de fato: Sujeito que ao exteriorizar sua vontade, encontra-se munido de uma definição inexada da realidade fática.
Erro de direito: Ao exteriorizar sua vontade, o sujeito, acreditando na existência de uma norma jurídica de direito, dispõe uma vontade diferente da que gostaria de dispor caso possuísse uma concepção exata sobre a existência de tal norma jurídica.
Pressupostos do erro:
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. 
- O erro deve ser a Causa determinante
- O erro deve ser substancial
Art. 139. O erro é substancial quando: 
I – interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; 
II – concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; 
III – sendo de direitoe não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. 
Obs. Um erro deve ser perceptível pelo destinatário.
Dolo – Artigos 145 a 150 – Consentimento 
- Vício de consentimento 
- Ocorre por meio de influência do sujeito com o qual ele esteja realizando o negócio ou por um terceiro.
- É necessário que seja a causa determinante, o qual possui a potencialidade de enganar e o poder de influenciar a vontade do sujeito.
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa (Principal). 
Obs. Nos vícios de consentimento, basta a ocorrência de problema no consentimento, não sendo necessária a comprovação dos prejuízos.
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro modo (Acidental). 
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado (Dolo Omissão). 
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou (Dolo de Terceiro). 
Obs. Dolo de terceiro. É necessário avaliar se o beneficiário do dolo possui conhecimento de tal. Caso o sujeito que se beneficie de tal ocorrência esteja agindo de boa-fé, entre os interesses da vítima do dolo e da boa-fé do beneficiário, o CC priorizará a tutela de boa-fé em detrimento da vítima.
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos (Dolo do Representante) 
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização (Dolo Bilateral). 
Se ambas as partes agiram com dolo, ficarão impossibilitadas de alegá-lo para invalidar o negócio (principal) ou pleitear indenizações (acidental).
COAÇÃO – ARTIGOS 151 A 155 – CONSENTIMENTO 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal (ameaça grave e injusta) que incuta ao paciente fundado temor (poder de intimidação – capaz de determinar a exteriorização da vontade contrária ao real desejo) de dano iminente (atual) e considerável (desproporcional ao mal prometido) à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens (destinatários do mal prometido). 
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. 
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela (critério subjetivo). 
Requisitos para caracterizar a coação:
- Ameaça grave e injusta
- Tem que ter o poder de intimidar
- Dano atual e iminente
- Dano considerável
- Desproporcão entre o benefício e o mal prometido
Ameças justas → Exercício normal de um direito e o simples temor referencial.
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. 
Ler arts. 154 e 155 do CC. Mesma lógica do dolo.
LESÃO – ARTIGO 157 DO CÓDIGO CIVIL – CONSENTIMENTO 
Fundamento: Princípio da igualdade substancial. Tutelar a função social/econômica de Negócios Jurídicos.
Finalidade: Proteger pessoas que exteriorizam a vontade numa situação de vulnerabilidade por necessidade ou inexperiência.
´- É necessária a constatação de um problema econômico. 
 Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência (requisitos Subjetivos Alternativos), se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta (requisito Objetivo). 
Obs. Não se exige na lesão o chamado dolo de aproveitamento, sendo o requisito subjetivo analisado apenas com relação a vítima.
Requisito Objetivo – Conservação 
Art. 157. (...) § 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. 
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. 
Visa a encerrar a desproporção entre a prestação e a contraprestação, neutralizando o problema econômico e descaracterizando a lesão. 
Enunciados relevantes sobre a lesão: 
• 149 (revisão judicial como regra); 
• 150 (dispensa do dolo de aproveitamento); 
• 290 (a não presunção dos requisitos subjetivos – premente necessidade e inexperiência); 
• 291 (conexão com o enunciado 149 – pode o lesado obter diretamente pela revisão judicial, ao invés da anulação); e 
• 410 (inexperiência específica). 
ESTADO DE PERIGO – ARTIGO 156 – CONSENTIMENTO 
Similar à lesão, também se exigem pressupostos objetivos e subjetivos além da constatação de um problema econômico. A preservação do negócio jurídico também se aplica. 
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família (requisito subjetivo – vítima), de grave dano conhecido pela outra parte (dolo de aproveitamento – requisito subjetivo – beneficiário), assume obrigação excessivamente onerosa (requisito objetivo). 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias. 
- bastando que a vítima, em função de haver exteriorizado vontade em uma situação de perigo, assuma uma obrigação para ela excessivamente onerosa. 
VÍCIOS SOCIAIS – FRAUDE CONTRA CREDORES E SIMULAÇÃO 
- Não há divergência entre vontade real e declarada;
- Há uma incompatibilidade com a norma jurídica, por isso é um vício social.
Fraude Contra Credores – Artigos 158 a 165 do Código Civil 
Finalidade – Proteger a garantia de credores (que não tem garantias especiais) que tem no patrimônio geral do devedor a sua única garantia (quirografários).
- Elementos para a caracterização da fraute: subjetivo (má-fé do terceiro) e objetivo (dano – vinculado à finalidade do instituto).
Atos de disposição patrimonial onerosa: subjetivo e objetivo. 
Atos de disposição patrimonial gratuita: objetivo apenas 
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família. 
Fraude Contra Credores e Presunção de Má-Fé 
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante. 
§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente (credores quirografários). 
§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles (credores quirografários – anteriores ao ato de disposição patrimonial). 
• Qualidade do Credor: quirografário; 
• Não é necessário o prévio Reconhecimento Judicial da Insuficiência da Garantia; 
• Anterioridade do Crédito e Causa; 
• A ação pauliana e os legitimados passivos para a fraude – litisconsórcio necessário e o fato de ser uma ação de natureza pessoal e não real – Recurso Especial n. 750.135. 
Lógica – Finalidade 
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados.Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda ao valor real. 
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que recebeu. 
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor. 
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores. 
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada. 
TEORIA DA REPRESENTAÇÃO
Arts. 115 a 120 do CC.
Representação → Atuação jurídica em nome de alguém. Sempre haverá a figura do representante, o qual atua em nome e corresponde ao representado, que é a parte formal (ou substancial).
A atuação do representante é denominada contemplatio domini. 
 
Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado. 
Representação Convencional: Fundamento e Espécies 
Fundamento → autonomia privada.
É dividida em Espécies:
a) Representação Própria (Direta) 
a.1) Propriamente dita:
O representante (parte meramente formal), ao atuar numa relação jurídica com terceiro, o faz em nome do representado, o qual se vincula de fato aos atos praticados.
a.2) Aparente:
O representado não investe poderes sobre o representante, porém existe a atuação jurídica em nome do representado e a constatação plena da relação de representante.
b) Representação Imprópria 
Também denominada indireta ou de interposição, o representante age não em nome do representado, mas sim em nome próprio. Apesar disso, suas motivações correspondem ao interesse do representado (fundamental para a representação imprópria). Existência de duas relações jurídicas distintas: entre o representado e o representante e outra entre o representante e o terceiro.
Obs. Na imprópria a vinculação do representado é apenas com o representante, jamais em relação a terceiros.
Em relação a terceiros só responde o representando, pois este fala em nome próprio.
Semelhanças e Diferenças Entre a Representação Própria e a Representação Imprópria 
	Própria
	Imprópria
	Representante atua em nome do representado (no interesse do representado ou do representante)
	Representante atua em nome próprio (necessariamente no interesse do representado)
Exemplo de representação imprópria → Contrato de comissão – Arts 693 e 694 do CC; contrato estimatório (contrato em consignação) – Arts 534 a 537 do CC.
Representação Legal
Fundamento é a proteção. 
O representante, portanto, tem que agir no interesse do representado.
Questões Específicas – Representação Convencional 
1ª Questão: mandatário incapaz na representação convencional. 
Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores. 
2ª Questão: a representação voluntária, a teoria do negócio jurídico, o contrato de mandato e a teoria da “separação” (proteção do terceiro). 
Obs. Lembre-se que pode ter representação sem contrato de mandato. 
3ª Questão: limites dos poderes e responsabilidade do representante e do representado. 
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado (relação interna). 
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem (relação externa). 
4ª Questão: o conflito de interesses entre representante e representado e a boa-fé do terceiro. 
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. 
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo. 
TEORIA DA INVALIDADE
Teoria da invalidade está diretamente conectada ao plano da validade.
Apenas duas espécies, o negócio jurídico e o ato jurídico se submetem ao plano da validade. 
Obs. Se não há pressuposto de validade para o ato, não é possível invalidá-lo. 
TEORIA DA INVALIDADE – PLANO DE VALIDADE 
Ato jurídico em sentido estrito e Negócio Jurídico.
Obs. Os fatos jurídicos em sentido estrito, os atos jurídicos e os atos-fatos jurídicos não se sujeitam ao plano de validade, sendo diretamente eficazes ou não.
QUATRO PONTOS NORTEADORES DA TEORIA DA INVALIDADE 
1. A invalidade é uma sanção civil (pressupõe existência jurídica). Por falta de inobservância de um pressuposto de validade, que é imposto pela LEI para proteger o interesse público ou privado. 
Interesse público → nulo.
Interesse privado → anulável.
2. Todas as hipóteses de invalidade estão previstas na LEI.
3. Finalidade: Impedir que o ato ou negócio jurídico que deixou de observar os pressupostos de validade produzam efeitos jurídicos.
Obs. Atos nulos podem produzir efeitos jurídicos mesmo não sendo sanáveis. 
Obs. No plano pós-positivista, Os planos de validade e eficácia são autônomos.
4. Invalidade só ocorre em vícios de origem, anteriores ou contemporâneos a sua formação. Jamais supervenientes.
O que separa a invalidade é um plano temporal e não jurídico.
Espécies de invalidade: Nulidade e Anulação. (regimes próprios)
Nulidade – Arts. 166 a 170.
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: 
I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz; 
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; 
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; 
IV – não revestir a forma prescrita em lei; 
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa; 
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
Obs.: Quando o Código Civil tratar de proibição sem quaisquer pronúncias de nulidade ou anulação, o pressuposto de validade e a situação específica se submeterão ao registro de nulidade, nos termos do inciso VII, do art. 166.
Ex. Art. 1.863. É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou correspectivo. 
Legitimidade e Reconhecimento de Ofício 
Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir 
Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes. 
Obs. Nulidade civil e material é insanável. Logo, mesmo produzindo efeito, os vícios não serão supridos, por causa da autonomia de validade e eficácia. E o que o prejudicado pode realizar é uma indenização. Em adição, o interesse de terceiros de boa-fé não pode ser prejudicado por uma nulidade. 
A nulidade não pode ser suprida nem convalescer com o decurso do tempo.
Confirmação e Convalescimento 
Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso do tempo. 
Obs. o. Ou seja, nulidades não se sanam, nem por eventual interesse das partes que queiram ratificá-lo, nem com o decurso do tempo. Não é à toa que as nulidades não se submetem a prazos nem de prescrição nem de decadência (pretensões perpétuas). 
Simulação 
O CC/2002 deslocou a simulação para a Teoria da Invalidade. Mudou-se, portanto, a sanção e o interesse que se pretende preservar. 
A simulação deixou o regime da anulação e passou para o regime da nulidade.stituto da simulação ao regime jurídico da nulidade. 
A simulação, segundo o art. 167, nada mais é do que aparentar algo que não existe. Essa simulação poderá ser absoluta ou relativa: 
• Poderá ser absolut/a: um negócio simulado apenas, uma mera aparência → Sempre NULO; 
• Poderá ser relativa: há dois negócios, a saber, o simulado (aparente) e o dissimulado (oculto) que, em regra, é sempre nulo. Todavia, se o dissimulado não violar a lei nem causar prejuízo para ninguém, ele poderá ser tido como válido. 
Simulação subjetiva → Qundo utiliza uma pessoa interposta, chamada testa de ferro.
Simulação objetiva → Quando utiliza uma declaração não verdadeira.
Nulidade e Efeitos Jurídicos 
O negócio jurídico em sentido estrito ou negócio jurídico nulo pode produzir efeitos jurídicos?
Enunciado n. 537. A previsão contida no art. 169 não impossibilita que, excepcionalmente, negócios jurídicos nulos produzam efeitos a serem preservados quando justificados por interesses merecedores de tutela. 
Enunciado n. 536 – Resultando do negócio jurídico nulo consequências patrimoniais capazes de ensejar pretensões, é possível, quanto a estas, a incidência da prescrição. 
Nulidade e SIMULAÇÃO 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
§ 1 o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2 o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. 
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido. 
Ex. Venda simulada de bens para outra pessoa, com a finalidade de tirar os bens do nome. Em seguida, um terceiro de boa-fé compra os bens, que terão os seus direitos protegidos.
Negócio Dissimulado e Preservação do ato ou negócio jurídico – Pressupostos 
• Enunciado n. 153 (preservação do dissimulado na relativa, se não ofender a lei e não causar prejuízo a terceiro) 
• Enunciado n. 293 (aproveitamento do negócio dissimulado e preenchimento dos requisitos substanciais e formais de validade daquele) 
Simulação e Tutela de Interesses de Terceiros de Boa-fé 
§ 2º do art. 167: Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado. 
Exemplo: Imagine que João está cheio de dívidas e uma vez tendo patrimônio em seu nome, este poderá ser perdido. João chama um amigo e conversa para que ambos simulem uma compra e venda, passando os bens para o nome do amigo. A compra e vende não existe, servindo apenas para tirar os bens do nome de João. Todavia, o amigo com quem João simulou a compra e venda dos bens vendeu os bens para um terceiro, que não conhece da situação de simulação. Esse negócio simulado é nulo, contudo os efeitos gerados ao terceiro de boa-fé não serão prejudicados, restando a este uma ação de indenização contra João e o amigo. 
Exemplo sobre simulação relativa: Imagine que João é casado e uma namorada (fora do casamento). João, para não ter problemas no casamento, em vez de realizar uma doação direta para a namorada, simula uma compra e venda. O Código Civil proíbe a doação de um cônjuge para outra pessoa com quem se tem um relacionamento paralelo, e neste caso haveria um negócio simulado nulo. Por seu turno, a doação, que é o dissimulado, também será nulo, pois violará terceiro. 
Exemplo: João tem uma namorada e ainda tem um relacionamento paralelo. A lei não proíbe que nesta situação João faça uma doação para o seu relacionamento paralelo. A simulação é nula, mas a dissimulação aqui não é nula. 
Nulidade e Conversão do Ato ou Negócio Jurídico Nulo 
A conversão do negócio jurídico nulo e o princípio da preservação do negócio jurídico (art. 170 do CC). 
Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade. 
Obs. Insere-se neste artigo uma possibilidade para que o sujeito possa aproveitar o negócio como se fosse outro negócio e não o nulo.
Exemplo: Compra e venda de um imóvel de R$ 500,000.00. O Código Civil anota que essa compra e venda deve ser por escritura pública, havendo nulidade se assim não houver tal formalidade. Imagine ainda que as partes materializam essa compra e venda em um instrumento particular. O negócio ainda será nulo, pois não foi materializado em escritura pública. Mas, embora nulo, há os requisitos do negócio de promessa de compra e venda. E se as partes estivessem previsto que a compra e venda seria nula, em caso concreto, é muito provável que as partes teriam realizado a promessa de compra e venda em vez do contrato de compra e venda. Logo, o negócio será considerado como promessa de compra e venda, aproveitando o negócio nulo, considerando-o como outro, que é válido. 
Anulação 
Quando há interesse privado → ANULAÇÃO
Legitimidade → Apenas os interessados.
A confirmação está prevista nos arts. 172 a 174 do CC e pode ser expressa ou tácita.
Confirmação → Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio celebrado e a vontade expressa de mantê-lo.
Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.
Obs. O juiz não pode reconhecer de ofício.
Convalescimento pelo decurso do tempo e por autorização posterior de terceiro. Ao contrário das nulidades, as anulações se submetem a prazos de decadência.
Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade. 
Prazos de Decadência 
Situação 1: hipóteses do art. 171: prazo de quatro anos: 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: 
I – por incapacidade relativa do agente; 
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
• Situação 2: previsão legal e prazo; 
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. 
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo. 
• Situação 3: previsão legal sem prazo (art. 179): 
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato. 
Obs.: 
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. 
Regras Comuns aos Regimes Jurídicos 
Invalidade do instrumento e invalidade parcial (redução do negócio jurídico – princípio da contaminação). 
Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio. 
Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicarána parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal. 
Efeitos: ex tunc ou ex nunc? 
- O negócio nulo produz efeito até que seja declarado judicialmente.
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente. 
TEORIA DO ABUSO DE DIREITO E NOÇÃO GERAL SOBRE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
A eticidade é um dos paradigmas do Código Civil de 2002 e impõe um comportamento ético, deveres de conduta, ou seja, determina como deve ser o comportamento dos sujeitos nas mais variadas relações jurídicas. 
Essa eticidade é viabilizada, retratada, concretizada a partir de 3 funções da boa-fé objetiva do nosso sistema: 
a) Servir como parâmetro de interpretação de atos e negócio jurídicos antes, durante e após esses atos e negócios (art. 113, alterado pela Lei n. 13.874/2019, que trata da declaração da liberdade econômica); 
b) Impor limites aos sujeitos titulares de direitos subjetivos e potestativos. Ao exercer seus direitos no mundo concreto, a pessoa deve exercê-los – ou não, pois o abuso pode ser por ação ou omissão – em conformidade com a função e a finalidade que justificam esses direitos. Essa é a função de controle, que mais interessa à teoria do abuso de direito, tema da presente aula; 
c) Impor deveres anexos, colaterais (art. 422 do CC e outros dispositivos).
TEORIA DO ABUSO DE DIREITO 
O abuso de direito nada mais é do que uma desconformidade entre o direito e a função ou finalidade que o justificam. 
A teoria do abuso de direito serve justamente para, por meio da boa-fé objetiva, controlar o modo como se exerce ou não os direitos subjetivos ou potestativos concretamente, a fim de, com esse controle, manter a pessoa afinada com a função e a final idade que justificam esse direito. 
Assim, tem-se que:
1. O sistema reconhece e atribui aos sujeitos de direito direitos subjetivos e potestativos;
2. A investidura nestes direitos concede poder aos sujeitos para exercê-los (capacidade de fato);
3. O abuso de direito objetiva o controle da conduta/comportamento do sujeito quando os exerce;
4. Controle no mundo concreto – compatibilidade entre o exercício e a função.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
Obs. o abuso pode ser ação ou omissão!
CATEGORIA AUTÔNOMA 
O abuso de direito é uma categoria autônoma, que deve ser submetida a esse sistema de controle independente de dano. 
Enunciado 539 – O abuso de direito é uma categoria jurídica autônoma em relação à responsabilidade civil. Por isso, o exercício abusivo de posições jurídicas desafia controle independentemente de dano. 
A boa-fé objetiva relativiza os Direitos Subjetivos e Potestativos.
O fundamento é o princípio da boa-fé objetiva.
Obs. O seu direito vai até onde não interfira em direitos de terceiros.
COMO ANALISAR O ABUSO DE DIREITO? 
Deve-se anaisar no caso concreto.
O sujeito de direito viola os fundamentos materiais, sociais e substanciais da norma, não a norma em si. 
Já no ilícito o agente viola a norma em si.
ABUSO DE DIREITO E DESDOBRAMENTOS PRÁTICOS 
- Teoria do Adimplemento Substancial: seu objetivo é evitar o abuso de direito. Se o adimplemento é quase total e o credor optar por resolver o contrato em vez da tutela específica mantendo a relação jurídica, isso caracteriza abuso. A teoria do adimplemento substancial visa a controlar a opção do credor, que poderia simplesmente buscar a medida mais drástica; 
- Venire Contra Factum Proprium (vedação do comportamento contraditório) – Surrectio (surgimento do direito porque alguém, de forma abusiva, deixou de exercer o direito; abuso por omissão) – Supressio (supressão de um direito porque por omissão houve abuso) – Tu Quoque (diante de situações assemelhadas, o sujeito deve ter o mesmo comportamento); 
- Duty to mitigate the own loss: “dever de mitigar a própria perda”; a pessoa não pode manter seu parceiro em uma situação para agravar a situação dele; ela deve agir rápido, mitigar o mais rápido possível a própria perda. As instituições financeiras normalmente costumam fazer isso: se omitirem para preservação de seus direitos, para que o sujeito fique em uma situação pior e depois lhe apresentar uma proposta de acordo; 
- Inadimplemento Antecipado: possibilidade de antecipar o inadimplemento da outra parte porque já é possível antever que ela será inadimplente por questões objetivas e concretas.
Tudo isso envolve a chamada teoria dos atos próprios, que tem como fundamento o abuso de direito. Na teoria dos atos próprios, a ninguém é lícito fazer valer um direito em contradição com a sua conduta anterior (vedação ao comportamento contraditório, suppressio, surrectio e tu quoque). Essas são hipóteses de exercício inadmissível de uma situação jurídica subjetiva 
Enunciado n. 412 – Art. 187. As diversas hipóteses de exercício inadmissível de uma situação jurídica subjetiva, tais como supressio, tu quoque, surrectio e venire contra factum proprium, são concreções da boa-fé objetiva. 
Vedação do comportamento contraditório → Quando a pessoa tem um comportamento inicial, que cria expectativas e, sem nenhuma razão, ela passa a ter um comportamento contrário ao anterior. É vedado porque quem assim age não o faz de acordo com a função ou finalidade de um direito. A coerência é uma imposição do princípio da boa-fé objetiva e caso haja essa incoerência, o prejudicado por ela pode buscar a manutenção do comportamento inicial, não sendo possível uma indenização, ainda que não haja dano.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
Os prazos de prescição estão previstos no Arts 205 e 206. Qualquer outro prazo que esteja em qualquer outro lugar do CC são prazos de decadência. 
Objetivos: Segurança jurídica; pacificação social e Estabilização das Relações Jurídicas. 
Prescrição e Decadência – Diferenças Fundamentais 
Prescrição →
Supõe um direito subjetivo, um dever jurídico correlato e uma pretensão. 
O que prescreve é a pretensão. E só há pretensão se o direito subjetivo for violado.
Decadência → 
Supõe um direito potestativo e sujeição, ou seja, o direito potestativo é o direito que a pessoa tem de interferir na esfera jurídica de outrem que apenas se sujeita. 
Obs.: Se o sujeito que tem o dever jurídico não viola o direito subjetivo, nunca haverá pretensão e, portanto, jamais haverá a prescrição, porque a prescrição depende da pretensão. 
• Em outras palavras: 
– Prescrição:
- pretensão;
- causas de interrupção, suspensão e impedimento;
- lei como fonte;
- direitos subjetivos patrimoniais;
- início/violação do direito
– superveniente ao direito;
- reconhecimento de ofício.
– Decadência:
- direito potestativo;
- como regra, não admite interrupção ou suspensão;
- fonte lei ou convenção, direitos patrimoniais e não patrimoniais;
- florescimento junto com o direito;
- ofício, salvo convencional 
PRETENSÕES PERPÉTUAS 
São aquelas situações não sujeitas a prazos de prescrição e tampouco de decadência.
Ex. nulidade; ação de divórcio; ação declaratória de paternidade.
Prescrição e Pretensão – Artigo 189 do CC 
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. 
Obs. O direito subjetivo é um poder que o sujeito tem de exigir daquele que detém o dever jurídico, que ele satisfaça esse dever jurídico.
Pretensao → É o poder de exigir daquele que tinha o dever jurídico, um novo dever jurídico (dever jurídico sucessivo).
Prazo: geral de 10 a 5 anos; especiais: de 1 a 5 anos.
REQUISITOS PARA A PRESCRIÇÃO 
- Direito subjetivo e dever jurídico correlato;
- Pretensão
- Inércia do titular nos prazos legais;
- Ausência de causas suspensivas e interruptivas.
Início do prazo da prescrição
Nos termos do art. 189,o prazo se inicia da violação do direito.
Regra → A prescrição tem início com o inadimplemento da obrigaçao (vínculo material) ou na data da lesão (extracontratual).
STJ. O início da contagem do prazo prescricional não seria a partir da violação do direito subjetivo, mas a partir do conhecimento da violaçao ou lesão ao direito subjetivo. Teoria da actio nata.
Resumo da orientação: O prazo prescricional começa a correr quando o titular do direito subjetivo violado obtém plena ciência da lesão e de toda a sua extensão, bem como do responsável pelo ilícito, inexistindo, ainda, qualquer condição que o impeça de exercer o direito de ação” (conexão com a boa-fé objetiva). 
Obs. A teoria do contra non valentem é aquela em que, para além das hipóteses legais de causa impeditiva, suspensiva ou interruptiva de prescrição, é possível defender a tese de que, em algumas situações, o prazo não se inicia quando o sujeito, por alguma situação, não tem como exercer o seu direito por alguma condição de vida, por exemplo, quando o sujeito possui alguma deficiência intelectual. Nao recepcionada pelo direito brasileiro. 
Reconhecimento de ofício
CPC/1973, art. 219, § 5º O juiz pronunciará, de ofício, a prescrição. 
CPC/2015, art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência da decadência ou prescrição. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do artigo 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade para manifestar-se. 
Obs. É possível o juiz reconhecer a prescrição de ofício. Entretanto, o parágrafo único do art. 487 do CPC, dispõe que a prescrição não poderá ser reconhecida sem que antes seja dada às partes a oportunidade de se manifestarem.
Art. 332. § 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de prescrição e decadência. 
CPC 2015, art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. 
CC, art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação. 
Exceçao
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão. 
Obs… O art. 190 do CC estabelece que a “exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão”. A exceção nele referida não é a que opõe o beneficiário da prescrição. Antônio Luís Câmara Leal já havia advertido para a distinção, esclarecendo que “quando o réu demandado pelo autor tem contra este um direito que não pode ser pleiteado por via de ação, mas somente oponível por meio de exceção, essa exceção é imprescritível, podendo ser, em qualquer tempo, alegada, desde que a ação seja proposta” [8]. É a hipótese da prescrição, pois não se constitui mediante ação, mas por força de lei. Se assim não fosse, o direito à prescrição seria inócuo, pois apenas se adquire quando o prazo desta se consuma; consequentemente, a exceção apenas quando o prazo prescritivo se consuma pode ser oposta. Diferentemente, a prescrição da exceção, aludida na norma legal, reserva-se para a hipótese em que o réu tem contra o autor um direito, cuja pretensão foi prescrita; não pode mais utilizar o direito como exceção (por exemplo, compensação de dívidas), pois esta também foi alcançada pela mesma prescrição. 
Resumindo. Exceçao → é o direito de opor em defesa aquilo que se poderia alegar em ação. Assim, o prazo que se tem para exigir algo de alguém é o mesmo que se tem para alegar aquele algo como defesa caso alguém se contraponha a esse direito ou pretensão.
Renúncia. Só pode ocorrer depois que a prescição estiver consumada, porque todos os prazos de prescrição são prazos legais. Não existe prazo convencionado na prescrição.
Assim, consumado o prazo prescricional, é possível renunciar. 
Entretanto, essa renúncia não pode prejudicar terceiros. 
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro (REQUISITO NEGATIVO), depois que a prescrição se consumar; (É VEDADA RENÚNCIA ANTECIPADA) tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição (como compatibilizar com o reconhecimento de ofício). 
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes. 
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau (ORDINÁRIO) de jurisdição, pela parte a quem aproveita. 
Obs. STJ. Se a prescrição não foi alegada em primeira instância, é possível inovar e alegar a prescrição na segunda instância, nas vias ordinárias.
Entretanto, Se essa prescrição não foi alegada nas vias ordinárias, a pessoa estaria impedida de alegar essa prescrição pela primeira vez nas vias extraordinárias. 
As instâncias extraordinárias (pressupõe prequestionamento): : A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que, mesmo as matérias de ordem pública, cognoscíveis de ofício pelas instâncias ordinárias, devem ser prequestionadas de modo a viabilizar o acesso à via especial. 
Obs. A prescrição iniciada contra o falecido continua normalmente contra o sucessor, salvo se o sucessor for um absolutamente incapaz. Ou seja, a morte não é causa impeditiva, suspensiva ou interruptiva. 
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor. 
Causas Suspensivas – O prazo se inicia; durante a causa, fica suspenso. Desaparecendo a causa, ele volta a correr.
Causas Impeditivas – O prazo nem se inicia. 
Causas Interruptivas – O prazo começa a correr e com a causa interruptiva, ele recomeça do zero.
Súmula 229 STJ. O pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão. (SÚMULA 229, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 08/09/1999, DJ 08/10/1999, p. 126) 
A teoria do contra non valentem (boa-fé objetiva), embora não adotada no Código Civil, permite que, em alguns casos específicos, mesmo fora das hipóteses legais ou não havendo previsão de impedimento, suspensão ou interrupção, eles sejam admitidos. 
A ideia da teoria do contra non valentem é que para quem não tem como agir para exercer a pretensão, não seja possível admissão de prazo prescricional 
Causas Suspensivas/Impeditivas – Artigos 197 a 200 do CC 
PRESCRIÇÃO E AÇÃO CIVIL EX DELICTO 
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva (causa IMPEDITIVA ou SUSPENSIVA?) – interfere no início no prazo. 
Há determinadas situações em que um mesmo fato da vida gera repercussão no cível e no criminal. Quando uma ação civil ex delicto origina-se de um fato que também vai ser apurado no juízo criminal, não corre a prescrição para a reparação cível. 
Pressuposto da norma: prejudicialidade entre as esferas cível e criminal (reparação cível baseia-se em fato que também caracteriza ilícito penal) – existência de IP (inquérito policial) ou AP (ação penal). 
Objetivo da norma: evitar decisões contraditórias sobre autoria, materialidade e causas excludentes de antijuridicidade no crime e no cível. 
STJ – Até a sentença definitiva (absolutória ou condenatória) no processo criminal, o prazo de prescrição cível não corre 
Há decisões em todos os sentidos, conforme demonstrado a seguir:
1. Se houver IP ou AP, o início do prazo é o trânsito em julgado da sentença criminal definitiva (posição atual – seria causa impeditiva);
2. Se houver IP e for arquivado, o prazo tem início da data do arquivamento;
3. Se não foi instaurado IP ou AP e/ou não houver relação de prejudicialidade, o início do prazo seria a data da violação do direito; e
4. Se houver AP, o prazo se inicia na data da violação do direito, mas é suspenso com o recebimento da AP (minoritário).
Segundo o artigo 200 – nossa Posição –, o prazo de prescrição cível se inicia com a violaçãodo direito subjetivo (artigo 189) mais a ciência do titular do direito violado (Teoria actio nata). 
O artigo 200 é causa suspensiva e não impeditiva da prescrição cível e condiciona a neutralização do prazo à apuração do fato no “juízo criminal”. Não basta IP ou o fato criminoso. O artigo 200 pressupõe: prejudicialidade e existência de ação penal. 
O termo a quo do prazo de prescrição cível não pode ter início com o trânsito em julgado da sentença criminal: A violação do direito e a ciência deste fato ocorrem antes deste momento. Com o trânsito em julgado do processo crime, o prazo, que estava suspenso desde o início da ação penal, volta a correr (causa suspensiva). Conclusão: Por fim, se, entre a data da violação do direito com a ciência da vítima (início do prazo – 189) e o início da apuração do fato no juízo criminal, transcorrer o prazo previsto na lei civil, a prescrição é consumada. Se o fato for apurado no juízo criminal, o prazo é suspenso. Não é causa impeditiva (se assim fosse, o prazo ficaria na dependência de eventual processo criminal!). 
CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO → Art. 202
Obs.: O art. 202, no caput, dispõe que a prescrição só pode ser interrompida uma única vez. Essa ideia da interrupção única é incompatível com o nosso sistema nas hipóteses judiciais de interrupção. 
Obs.: Nas hipót eses extrajudiciais, a prescrição, quando interrompida, recomeça imediatamente; nas hipóteses judiciais, o prazo não recomeça imediatamente, mas sim do último ato do processo. 
PRAZOS
Regra geral → 10 ANOS
Prazos especiais – 1 a 5 anos. 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. 
Art. 206. § 1º Em um ano: II – a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo: a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador; b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão; 
§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem. 
§ 3º Em três anos: I – a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; IV – a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; V – a pretensão de reparação civil; VIII – a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; IX – a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório. § 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas. § 5º Em cinco anos: I – a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular; II – a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato; 
DECADÊNCIA
Noção geral – Direito Potestativo – O titular do direito potestativo poderá influir na esfera jurídica da outra parte, independentemente da violação de qualquer direito subjetivo. 
O prazo é contemporâneo ao nascimento do direito potestativo. Direitos sem deveres correlatos. Decadência e causas suspensivas e impeditivas. 
Decadência Legal e Convencional – Diferenças e Efeitos. 
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. 
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I (REGRAS de proteção de INCAPAZES). 
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei. Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei. Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação

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