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TUTORIA - P4 M2 - Quedas em Idosos

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Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
TUTORIA 
Problema 03 – Módulo 2 
Tema – Causas e consequências da queda na saúde da 
pessoa idosa 
 
PROBLEMA 4: CAIR DE MADURO É PARA FRUTA 
 
Analise o Caso Clínico abaixo: 
 
Uma mulher de 89 anos é levada ao Setor de Emergência após cair no banheiro. Ao sair desse 
cômodo da casa, ela escorregou, caiu, deslizou de costas no chão e, presumivelmente, bateu a 
cabeça, pois se queixa de uma leve cefaleia. A paciente nega perda de consciência antes ou 
depois da queda ou qualquer outra lesão. Além de não ter perdido o controle vésicointestinal, 
não foi observada crise convulsiva ou estado pós-ictal. Ela também nega tontura, palpitações e 
vertigem. Essa paciente tem uma história médica pregressa de quedas recorrentes, hematoma 
subdural relacionado com uma queda antiga, enxaqueca, osteoartrite e fibrilação atrial. Ela 
explica que tem medo de cair e, por isso diminui suas atividades na comunidade. Ao exame, a 
mulher parece atenta (acordada), alerta, orientada em relação ao dia, horário, lugar, pessoa e 
situação, apresentando frequência cardíaca de 98bpm, pressão arterial de 142/76mmHg, 
frequência respiratória de 18 incursões respiratórias/min e satO2 = 99% ao ar ambiente. O exame 
da cabeça revela a presença de hematoma com dimensões de 3 x 2cm na região occipital. A 
realização de tomografia computadorizada (TC) de crânio sem contraste não revelou qualquer 
alteração aguda. 
 
INSTRUÇÃO: O impacto da queda na saúde da pessoa idosa. 
 
OBJETIVO 1:Discutir o mecanismo de controle 
postural (reflexo) 
 
➢ Controle Postural 
O corpo humano ereto pode ser entendido 
como um pêndulo invertido com elos múltiplos. 
Este modelo biomecânico situa a massa do 
corpo no limite superior de uma barra rígida 
(ou “elo”) que se equilibra sobre uma 
articulação na base (o tornozelo). Em um 
pêndulo invertido com elos múltiplos, os 
segmentos diferentes (p. ex., pés, coxas, 
tronco etc.) são representados por elos 
separados interconectados nas articulações 
(joelhos, tornozelos etc.). Quando o centro de 
 
 
massa (CdM) desses elos está posicionado 
sobre a base de suporte (BdS) obtém-se o 
equilíbrio postural; no entanto, os elos são 
inerentemente instáveis, devido à força da 
gravidade. Outras forças desestabilizadoras 
se fazem presentes devido ao movimento do 
corpo e sua interação com o ambiente. O CdM 
está localizado anteriormente à segunda 
vértebra sacral, sobre a BdS ou seu limite de 
estabilidade, que representa a área 
circunvizinha ou contida entre os pés na 
posição ereta, representando em torno de 5 
a 10 cm. 
 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
Embora a rigidez muscular passiva seja, em 
teoria, suficiente para manter uma postura 
ereta estável sob condições estáticas, torna-
se necessária uma ativação muscular 
coordenada para manter o corpo ereto nas 
atividades de vida diária. 
 
Definição: O controle postural ou equilíbrio 
pode ser definido como o processo pelo qual 
o sistema nervoso central (SNC) provoca os 
padrões de atividade muscular necessários 
para coordenar a relação entre o CdM e a 
BdS. Essa atividade é um processo complexo 
que envolve os esforços conjugados de 
mecanismos aferentes ou sistemas sensoriais 
(p. ex., visual, vestibular e proprioceptivo) e 
mecanismos eferentes ou sistemas motores 
(p. ex., força muscular dos membros superiores 
e inferiores e flexibilidade articular). 
 
As respostas aferentes e eferentes são 
organizadas por uma variedade de 
mecanismos centrais ou funções do SNC que 
recebem e organizam as informações 
sensoriais e programam respostas motoras 
apropriadas. 
 
Quando o CdM do corpo se estende além de 
sua BdS, como quando uma pessoa tenta se 
manter de pé em um veículo em movimento, 
os limites de estabilidade são excedidos e 
cria-se uma situação de instabilidade ou 
perda de equilíbrio. Esse fato é detectado 
pelo sistema sensorial, que envia sinais para o 
sistema motor. Este, por sua vez, inicia uma 
série de respostas posturais coordenadas 
cujo intuito é restabelecer o alinhamento 
entre o CdM e a BdS. 
 
As respostas estabilizadoras envolvem dois 
componentes, que são: 
 
1. O controle da movimentação do CdM por 
meio da geração de torques nas 
articulações da perna de apoio ou pernas 
e tronco e alterações na BdS pelo 
sobrepasso; 
2. Movimentos de preensão dos membros. 
Tais respostas podem ser controladas, até 
certo limite, de maneira preditiva, desde 
que as características do evento 
desestabilizador sejam previamente 
conhecidas (como, por exemplo, os 
“ajustes posturais antecipatórios” que 
normalmente precedem um movimento 
volitivo programado). 
 
Entretanto, em geral, são também 
necessárias informações sensoriais sobre a 
orientação e mobilidade corporais, 
particularmente quando o equilíbrio é 
perturbado de maneira brusca. Essas 
informações sensoriais são utilizadas para 
detectar alguma instabilidade e provocar 
respostas estabilizadoras apropriadas, por 
meio de reações programadas de pro-
alimentação ou por correções contínuas e 
atualizadas de retroalimentação. 
 
O controle por pro-alimentação é um modo 
de controle postural no qual um padrão 
previamente organizado de ativação 
muscular é enviado sem modificação 
posterior. Esse padrão pode ser lançado 
anteriormente ou simultaneamente a um 
movimento volitivo já conhecido. Para 
atualizar a ativação muscular contínua no 
controle por retroalimentação, são utilizadas 
informações sensoriais sobre a orientação de 
movimento do corpo. 
 
Para que uma queda ocorra, duas condições 
precisam estar presentes: deve haver uma 
perturbação do equilíbrio e também uma 
falência, por parte do sistema de controle 
postural, em compensar essa perturbação. No 
que parece ser uma proporção relativamente 
pequena de casos, uma queda ocorre 
quando uma perturbação interna fisiológica 
interrompe momentaneamente a operação 
do sistema de controle postural. Nestes casos 
ocorre uma interferência na perfusão dos 
centros posturais no cérebro ou tronco 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
cerebral (p. ex., ataques isquêmicos 
transitórios, hipotensão postural, arritmias 
cardíacas, oclusão das artérias vertebrais 
durante movimentação cervical) ou com os 
sistemas sensorimotores (p. ex., episódios de 
tonturas ou vertigens). Mais comumente, uma 
queda é consequente a inabilidades do 
sistema de controle postural em compensar 
uma perturbação externa. 
 
Há dois tipos de perturbação externa: 
mecânica e informacional. 
 
Na mecânica, as forças que interagem com o 
corpo humano deslocam o CdM para além da 
BdS (p. ex., um empurrão ou colisão), ou 
impedem a BdS de se alinhar abaixo do CdM 
(p. ex., um escorregão ou tropeço). Essas forças 
desestabilizadoras podem ser impostas pelo 
ambiente (estar de pé em um veículo em 
movimento); ou autoinduzidas, durante 
movimentos volitivos como caminhar, 
levantar-se de uma cadeira, inclinar-se, 
esticar-se ou empurrar uma porta. 
 
As perturbações informacionais modificam a 
natureza da informação de orientação do 
ambiente. Neste caso, podem-se criar 
conflitos transitórios entre as informações 
visuais, vestibulares ou proprioceptivas (p. ex., 
campos visuais que se movem criando ilusões 
de automovimento). Em outros casos, ocorre 
uma mudança transitória na qualidade da 
informação sensorial (p. ex., um ambiente 
pouco iluminado). 
 
Mesmo em indivíduos adultos jovens as 
perturbações intensas resultam em quedas. A 
habilidade de evitar quedas, em qualquer 
situação, depende inteiramente da extensão 
na qual a perturbação desafia a capacidade 
de estabilização do sistema de controle 
postural. 
 
O envelhecimento pode induzir distúrbios no 
controle motor e da marcha que aumentam o 
risco de perturbações autoinduzidas. De modo 
semelhante, distúrbios perceptivos ou 
cognitivos limitam a habilidade de identificar e 
evitar riscos ambientais. Existem, porém, 
evidências crescentes de que um risco 
aumentado de quedas pode resultar deuma 
habilidade reduzida do sistema de controle 
postural em se recuperar de perturbações, 
possivelmente mesmo em situações de 
desestabilização mínima que seriam 
facilmente compensadas por adultos jovens 
saudáveis. 
 
➢ Mecanismos Aferentes 
Os sistemas visual, vestibular e proprioceptivo 
estão envolvidos no envio de informações 
para o sistema de controle postural ou de 
equilíbrio. Há evidências de que esses três 
“braços” aferentes enviem 
consideravelmente mais informações que as 
normalmente necessárias para a 
manutenção postural. 
 
Dessa maneira, é um mecanismo redundante, 
cuja consequência é a manutenção do 
equilíbrio mesmo na ausência de informação 
por um dos sistemas (p. ex., quando os olhos 
estão fechados), embora, em tais situações, o 
ajuste seja menos fino. 
 
A visão é o sistema mais importante de 
informações sensoriais e pode se compensar 
na ausência ou não confiabilidade dos outros 
estímulos. O sistema visual fornece 
informações sobre a localização e a distância 
de objetos no ambiente, o tipo de superfície 
em que se dará o movimento e a posição de 
uma parte corporal em relação à outra e ao 
ambiente. 
 
Os componentes do sistema visual que são 
considerados críticos para o equilíbrio incluem 
a acuidade estática e dinâmica, sensibilidade 
ao contraste, percepção de profundidade e 
visão periférica. 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
As alterações visuais relacionadas com a 
idade incluem reduções na acuidade, 
sensibilidade ao contraste e percepção de 
profundidade e menor adaptação ao escuro. 
A perda de habilidade para discriminar baixas 
frequências é de importância específica para 
o controle postural. 
 
O sistema proprioceptivo, com origens nos 
receptores tendinosos e musculares, 
mecanorreceptores articulares e 
barorreceptores profundos das plantas dos 
pés, também fornece informações sensoriais 
importantes para o controle postural. Os 
proprioceptores suprem o corpo com 
informações sobre o ambiente imediato, 
tornando possível ao organismo se orientar à 
medida que ele se movimente ou se 
mantenha ereto em relação às próprias 
partes do corpo, seu apoio e superfície do 
solo. 
 
Há também evidências de alterações do 
sistema proprioceptivo relacionadas com o 
envelhecimento. 
Em relação à sensibilidade cutânea, há uma 
diminuição importante na sensibilidade ao 
toque, discriminação de dois pontos e 
sensibilidade vibratória de baixas e altas 
frequências, particularmente nos membros 
inferiores. Há alguma dúvida sobre se a menor 
sensibilidade vibratória reflete uma alteração 
na sensibilidade profunda, uma vez que a 
noção de posição segmentar está, em geral, 
preservada e, por conseguinte, pode não 
haver grandes repercussões clínicas desse 
sinal no tocante ao equilíbrio. 
 
A redução na densidade e sensibilidade dos 
mecanorreceptores da derme, a rigidez e 
inelasticidade do tecido circunvizinho e a 
degeneração dos nervos periféricos podem 
contribuir para a diminuição da sensibilidade 
cutânea. Em condições cujas informações 
proprioceptivas estão reduzidas ou ausentes, 
o sistema visual se torna mais relevante na 
manutenção do equilíbrio. 
Estudos com pacientes mais velhos em 
situações de ausência ou redução de 
informações proprioceptivas verificaram que 
esses pacientes passavam a depender 
essencialmente do sistema visual para 
manter seu equilíbrio. É comum que, nessas 
condições, os indivíduos olhem para baixo 
para se certificar da localização correta de 
seus pés, quando se movimentando em 
superfícies lisas ou ao utilizar degraus. 
 
O sistema vestibular funciona 
concomitantemente com os dois outros para 
a manutenção postural. Ele consiste em três 
partes: um componente sensorial, um 
processador central e um componente de 
controle motor. 
 
O sensorial, localizado na orelha interna, é 
composto dos canais semicirculares e dos 
órgãos otolíticos (utrículo e sáculo). O 
componente sensorial detecta os 
movimentos cefálicos (velocidade angular e 
aceleração linear) e a orientação no espaço. 
Liga-se esse componente ao processador 
central por meio do oitavo par craniano. 
 
O processador central localizado na ponte 
(núcleo vestibular) e no cerebelo recebe e 
integra esses sinais e, após combiná-los com 
as informações visuais e proprioceptivas, 
envia a informação ao componente motor 
(músculos oculares e medula espinal). Em 
resposta, iniciam-se dois importantes reflexos 
utilizados para regular o controle postural: o 
reflexo vestíbulo-ocular (RVO) e o vestíbulo-
espinal (RVE). 
 
O RVO controla a estabilidade ocular 
(manutenção do olhar fixo no campo visual) e 
a orientação da cabeça à medida que ela se 
movimenta. Sem esse reflexo, as imagens 
visuais iriam mudar a cada movimento 
cefálico, mesmo que minimamente. 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
O RVE influencia os músculos esqueléticos no 
pescoço, tronco e membros e provoca um 
movimento compensatório do corpo que 
mantém o controle cefálico e postural. Esse 
reflexo está presente quando, após uma 
perda da estabilidade, um indivíduo se 
levanta e estica os braços para longe do lado 
do corpo e em uma posição para frente e 
para fora, tentando reconquistar 
estabilidade, realinhando o CdM com a BdS. 
 
O sistema vestibular também presta auxílio na 
resolução de informações conflitantes, 
quando as informações visuais e 
proprioceptivas fornecem estímulos 
imprecisos, como no caso de um campo visual 
em movimento. Nessas situações, o sistema 
vestibular responde mais 
rapidamente, rejeitando a informação 
conflitante para manter o controle postural. O 
sistema vestibular apresenta, com o 
envelhecimento, uma perda rápida das 
células ciliares dos canais semicirculares (40% 
de perda após 70 anos de idade), bem como 
das células ganglionares vestibulares e fibras 
nervosas. Há também alterações no RVO 
coerentes com essas modificações 
anatômicas. 
 
Em geral, os estudos publicados indicam que 
medidas de sensibilidade cutânea e 
propriocepção dos membros inferiores 
tendem a apresentar maiores correlações 
com as medidas posturais. Outros estudos 
indicam que, quando há perda 
proprioceptiva, a acuidade visual se torna 
mais proeminente. Estudos de associações 
entre função sensorial e risco de quedas em 
mais velhos evidenciaram que indivíduos que 
caem são mais propensos a ter sensibilidade 
cutânea, propriocepção e acuidade visual 
para baixo contraste diminuídas, bem como 
menor sensibilidade para contraste. 
 
 
 
➢ Mecanismos Centrais 
 
O SNC exerce um papel importante na 
manutenção do equilíbrio. Ele avalia e integra 
a informação sensorial indicando 
instabilidade proveniente dos estímulos visual, 
proprioceptivo e vestibular e, como resposta, 
seleciona a estratégia de correção postural 
mais apropriada para situações inesperadas 
ou antecipadas de perda de equilíbrio 
(controle de proalimentação ou 
retroalimentação). 
Modificações do SNC relacionadas com o 
envelhecimento podem aumentar o risco de 
perturbações do controle postural. Entre elas 
destacam-se perda neuronal, perda 
dendrítica, ramificações reduzidas, 
metabolismo e perfusão cerebrais diminuídos 
e metabolismo alterado de 
neurotransmissores. 
O envelhecimento do sistema motor inclui 
perda importante de células gigantes 
piramidais de Betz no córtex motor, perda 
progressiva de neurônios, depleção de 
neurotransmissores tais quais dopamina nos 
gânglios da base e involução na árvore 
dendrítica dos neurônios motores da medula 
espinal. Possivelmente tais mudanças 
provoquem distúrbios na mobilização de 
respostas posturais complexas e reduzam a 
habilidade de compensar alterações, 
também relacionadas com o envelhecimento 
dos estímulos sensoriais. Além disso, um 
alentecimento geral no processamento de 
informação, em sincronia com a diminuição na 
velocidade de condução nervosa, 
promoveria retardo e, por conseguinte, mais 
distúrbios na geração de respostas posturais. 
O significado funcional dessas alterações é 
indicado pelas associações observadasentre 
aumento no tempo de reação e risco de 
quedas. 
 
Há sugestões recentes de que o controle 
postural nos indivíduos mais velhos pode exigir 
um trabalho maior de recursos do SNC, como o 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
sistema atencional, em uma tentativa de 
compensação de distúrbios sensoriais 
relacionados com o envelhecimento. Isso 
traria problemas em situações em que a 
atenção é desviada de tarefas posturais 
como, por exemplo, quando se caminha e 
conversa concomitantemente. 
Também, parece que os indivíduos mais 
velhos adaptam-se com mais dificuldade a 
condições inesperadas. Há uma demanda 
maior da atenção ao se cruzarem obstáculos. 
Em resposta a apresentações repetidas de 
perturbações pequenas, os indivíduos mais 
velhos não demonstraram redução 
progressiva no balanço como se observa em 
adultos jovens. Aparentemente os mais 
velhos tendem a introduzir menos ajustes 
antecipatórios posturais para mudar o CdM 
sobre a perna de apoio antes de levantar o 
pé em situações em que utilizam o sobrepasso 
para recuperar o equilíbrio. 
 
➢ Mecanismos Eferentes 
Quando ocorre uma alteração do equilíbrio, 
dependendo da magnitude, três estratégias 
de correção podem ser utilizadas para 
restabelecer a estabilidade. 
 
A primeira é a estratégia do calcanhar, 
utilizada como resposta a um distúrbio 
pequeno e lento da BdS e realizada 
mantendo-se os pés no local de origem. É 
caracterizada por um processo contínuo de 
movimentos ou balanços de baixa frequência 
(rodando o corpo por volta das articulações 
do tornozelo com atividade mínima da bacia 
e joelhos), anteroposteriores (calcanhar-
dedos) e laterais (lado a lado). Esses 
movimentos procuram esticar ou ativar os 
músculos do tornozelo e realinhar o CdM e a 
BdS. A sequência de ativação muscular ocorre 
em ordem distal proximal, ou seja, das 
extremidades para o tronco. Essa ativação 
muscular ocorre com velocidade suficiente 
(100 milissegundos após o estímulo) para evitar 
a perda do equilíbrio. 
 
A segunda estratégia é chamada estratégia 
da bacia e reposiciona o CdM ao fletir ou 
estender as articulações coxofemorais. Essa 
técnica é utilizada para reagir a distúrbios mais 
importantes da BdS e quando a BdS é 
reduzida ou complacente, como quando 
alguém tenta se equilibrar em uma superfície 
de espuma ou caminhar com um pé atrás do 
outro em linha reta. Em tais situações, a 
primeira estratégia não pode ser utilizada por 
não se conseguir a rotação dos tornozelos, 
uma vez que a BdS está estreitada. O 
recrutamento muscular, nesse caso, se faz de 
maneira inversa, ou seja, proximal distal. 
 
O terceiro tipo de reação muscular é o 
sobrepasso, utilizado quando o CdM é 
deslocado além dos limites da BdS. O 
sobrepasso realinha o CdM à BdS quando as 
duas estratégias anteriores não funcionam, 
como quando se dá um escorregão ou 
tropeço. 
 
Vários estudos têm demonstrado uma 
redução da força muscular com o 
envelhecimento, associada a diminuições no 
tamanho e número das fibras musculares e 
quantidade de motoneurônios. A contração 
muscular se alentece, além de ocorrer maior 
rigidez em todo o sistema motor. A diminuição 
mais expressiva da força se dá nos músculos 
dos membros inferiores, principalmente de 
ação antigravitacional, como os quadríceps, 
extensores da bacia e dorsiflexores do 
tornozelo. Há vários estudos associando a 
fraqueza muscular das pernas a um aumento 
do risco de quedas. Entretanto, as 
modificações naturais do envelhecimento 
não afetam sobremaneira o controle postural 
normal, uma vez que as reações 
compensatórias posturais não requerem 
grande força muscular ou amplitude de 
movimentos. Quando a 
perturbação é maior, os mais velhos tendem a 
dar passos múltiplos, embora nas vítimas de 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
quedas frequentes o mecanismo de passos 
múltiplos pareça estar prejudicado. 
 
Em resumo, apesar de uma maior fragilidade 
postural com o envelhecimento, a 
redundância dos mecanismos posturais 
possibilita, a um indivíduo mais velho sem 
outras patologias correlatas, manter reserva 
de função sensorial suficiente para manter o 
controle postural. A privação de um sistema (p. 
ex., proprioceptivo) é compensada pelos 
outros. 
 
Entretanto, se mais de um sistema é afetado, 
é provável que o limiar de quedas diminua. De 
maneira semelhante, quando o equilíbrio é 
mais exigido, como ao se manter em um só pé, 
ou se subir ou descer escadas, a manutenção 
da estabilidade se torna mais difícil, 
especialmente se houver um atraso 
significativo na sequência motora de ativação 
muscular dos membros inferiores. 
 
 
OBJETIVO 2: Descrever as causas (incluindo a 
epidemiologia) de queda em idosos, bem 
como como deve ser a avaliação do idoso 
que cai (testes, anamnese) 
 
➢ Introdução 
 
A queda pode ser definida como um evento 
descrito pela vítima ou uma testemunha, em 
que a pessoa inadvertidamente vai ter ao 
solo ou outro local em nível mais baixo que o 
anteriormente ocupado, com ou sem perda 
de consciência ou lesão. Tipos diferentes de 
quedas têm fatores de risco específicos, 
tornando necessária uma determinação 
cuidadosa de suas circunstâncias, tanto para a 
avaliação clínica quanto para a pesquisa 
epidemiológica. Nos estudos de incidência são 
consideradas quedas quando estas são não 
intencionais e resultam em contato com o 
solo, e não somente cair de costas em um 
assento, por exemplo. 
 
Os fatores de risco e medidas preventivas 
associados a quedas em pessoas mais velhas, 
porém ativas e saudáveis, que caem porque 
participam de atividades vigorosas e 
arriscadas diferem dos indivíduos mais frágeis 
que caem por instabilidade. Os diferentes 
tipos de quedas podem ser distinguidos pelos 
seguintes métodos: 
o Determinação da contribuição externa à 
queda, avaliando-se se a contribuição 
teria sido suficiente para derrubar alguém 
saudável e mais jovem; 
o Investigação somente daqueles indivíduos 
que sofreram duas ou mais quedas; 
o Classificação da intensidade de 
movimento no momento da queda. 
 
Causas de Quedas 
 
➢ Fatores Relacionados ao Envelhecimento 
Um dos fatores associados ao 
envelhecimento que pode predispor o 
indivíduo a quedas é a tendência à lentidão 
dos mecanismos de integração central, 
importantes para os reflexos posturais. O 
envelhecimento parece reduzir a capacidade 
de processamento e a habilidade de dividir a 
atenção. Se a concentração for distraída por 
outra tarefa cognitiva, há recuperação mais 
lenta de uma perturbação postural. 
 
➢ Doenças Específicas 
a) Epilepsia: a epilepsia aumenta sua 
prevalência com a idade e se associa, 
muitas vezes, à perda de consciência. O 
diagnóstico pode ser difícil sem a 
presença de uma testemunha; 
b) Doença de Parkinson: a doença de 
Parkinson, por seus distúrbios de marcha, 
postura e equilíbrio, é reconhecidamente 
uma causa potencial de quedas; 
c) Miopatias e neuropatias periféricas: os 
distúrbios motores dessa ordem que 
afetam principalmente os membros 
inferiores têm sido demonstrados como 
fatores de risco para quedas. As 
neuropatias sensoriais podem contribuir 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
para quedas por distúrbios na informação 
sensorial postural; 
d) Síncope cardiogênica: as arritmias 
cardíacas mostraram, em alguns estudos, 
estar associadas a aumento de risco de 
quedas, lesões e fraturas. Entretanto, há 
evidências importantes em contrário e, 
pela alta prevalência de arritmias em 
pacientes mais velhos, torna-se muitas 
vezes difícil e, por vezes, pouco eficiente 
estabelecer essa correlação. Muitas 
pessoas mais velhas apresentam alguma 
arritmia, e seu simples diagnóstico não 
estabelece obrigatoriamente uma 
relação causa/efeito. Trabalhos recentes 
sugerem que um número significativo de 
pacientes que sofre quedas pode ter 
arritmias precipitadas por 
hipersensibilidade do seio carotídeo; 
e) Espondilose cervical: há duas maneiras 
pelas quais essa patologia pode precipitar 
quedas. Emprimeiro lugar, uma diminuição 
do estímulo proprioceptivo dos 
mecanorreceptores da medula espinal 
pode provocar sensações de tonturas 
leves e desequilíbrio em pacientes mais 
velhos. Também, a mielopatia cervical que 
pode decorrer da espondilose está 
associada à espasticidade dos membros 
inferiores; 
f) Hidrocefalia de pressão normal ou 
normobárica: essa patologia se 
caracteriza por distúrbio da marcha com 
BdS larga e pequenos passos, 
incontinência urinária e demência. Todos 
esses fatores podem precipitar quedas; 
g) Demências: os pacientes demenciados 
apresentam vários fatores de risco para 
quedas, como distúrbios cognitivos que 
impedem o reconhecimento do ambiente 
e distúrbios da marcha que são 
prevalentes nessa população. É possível 
que haja defeitos no controle postural 
como parte da disfunção neurológica. 
Vários estudos indicam risco aumentado 
de quedas e fraturas nessa população; 
h) Disfunção autonômica e hipotensão 
postural: a disfunção autonômica não é 
uma patologia frequente em pacientes 
mais velhos saudáveis, mas a hipotensão 
postural relacionada pode ser uma causa 
potencial de quedas. A hipotensão 
postural sem disfunção autonômica 
parece ser mais prevalente entre mais 
velhos, podendo ser causada por 
medicamentos, desidratação ou 
imobilização; 
i) Disfunção renal: provoca deficiência na 
conversão de calcidiol em calcitriol 
(vitamina D3), por sua vez, é importante 
para evitar quedas. Estudo recente indicou 
aumento do risco de quedas em mais 
velhos com clearance de creatinina menor 
que 65 ml/min. 
 
 Síndromes de Quedas 
 
a) Défices sensoriais múltiplos: é provável 
que alguns sintomas de tonturas, 
instabilidade e quedas em pacientes mais 
velhos estejam relacionados com múltiplos 
distúrbios em vários sistemas sensoriais. 
Muitas vezes, tais perturbações podem ser 
discretas, porém, em conjunto, suficientes 
para aumentar o risco; 
b) Doença cerebrovascular: há vários indícios 
de que esse grupo de doenças pode 
afetar o risco de quedas de várias 
maneiras (comprometimento cognitivo, 
distúrbios posturais e da marcha e outras 
lesões); 
c) Ataques de quedas (drop attacks): essa é 
uma entidade de etiologia pouco 
conhecida, caracterizada por um ataque 
súbito de queda sem perda de 
consciência, que não pode ser explicado 
por fraqueza muscular, distúrbios 
neurológicos focais ou arritmias e não é 
induzida por movimentos rotatórios da 
cabeça ou vertigens ou outra sensação 
cefálica. As teorias fisiopatológicas mais 
aceitas associam esse fenômeno a 
anormalidades na função postural ou a 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
uma disfunção transitória na formação 
reticular que controla a musculatura 
antigravitacional. Normalmente 
apresenta bom prognóstico. 
 
➢ Medicamentos 
É difícil separar o efeito das medicações 
daquele das patologias para as quais elas são 
prescritas, mas é possível que o consumo de 
qualquer medicamento esteja associado a um 
maior risco de quedas. Algumas alterações 
decorrentes do envelhecimento normal 
modificam as características farmacocinéticas 
e farmacodinâmicas dos medicamentos. 
Dessas, a alteração da gordura corporal, com 
um aumento proporcional de mais de 35% 
entre as idades de 20 e 70 anos; alterações 
no metabolismo renal e discreta diminuição 
na fase I do metabolismo hepático; e 
alterações na composição de proteínas 
plasmáticas de transporte são importantes 
fatores no aumento do risco das medicações 
em pacientes mais velhos. 
 
As patologias múltiplas a que os pacientes 
mais velhos estão sujeitos são fatores 
importantes que compõem o quadro geral da 
maior sensibilidade desse grupo a efeitos 
colaterais de medicamentos e, 
particularmente, ao maior risco de quedas. 
Vários estudos indicam associação entre o 
uso de medicações e quedas. 
Classes específicas associadas a esse 
aumento incluem substâncias psicotrópicas, 
cardiovasculares, corticosteroides e anti-
inflamatórios não hormonais (AINH). Residentes 
de casas de repouso em uso de mais de 
quatro medicações prescritas apresentam um 
risco até três vezes maior de quedas. 
 
As substâncias psicotrópicas, particularmente 
os benzodiazepínicos (meia-vida curta ou 
longa) e neurolépticos (típicos e atípicos), têm 
sido mais constantemente implicadas nos 
riscos de quedas. O uso dessas medicações 
contribuem para as quedas e fraturas por 
mecanismos presumivelmente relacionados 
com distúrbios do equilíbrio, respostas 
corretoras posturais alentecidas e hipotensão 
postural. O uso de álcool e o risco de quedas 
têm relação mais conflituosa. Não se 
encontrou associação importante entre 
álcool e lesões decorrentes de quedas. 
 
Causas comuns de queda: 
• Relacionadas ao ambiente 
• Fraqueza/distúrbios de equilíbrio e marcha 
• Tontura/vertigem 
• Alteração postural/hipotensão ortostática 
• Lesão do SNC 
• Síncope 
• Redução da visão 
 
Algumas doenças específicas: 
• Doença aguda - precipitante 
• Doença crônica - predisponente 
• Epilepsia 
• Doença de Parkinson 
• Miopatias e neuropatias periféricas 
• Síncope cardiogênica 
• Espondilose Cervical 
• Hidrocefalia de pressão normal ou 
normobárica → demência 
potencialmente reversível 
• Demência 
• Diabetes 
• Histórico de AVE 
• Osteoartrite 
• Depressão 
• Hipotensão postural 
• Disfunção autonômica 
• Incontinência urinária 
 
➢ Fatores extrínsecos: 
• Riscos ambientais 
• Riscos nas atividades diárias 
• Movimentos como se virar, inclinar-se ou 
se esticar 
Exemplos: baixa iluminação ou iluminação 
excessiva, tapetes, fios, piso encerado, 
chinelos. 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
 
➢ Fatores intrínsecos: decorrente das 
alterações fisiológicas relacionadas a ao 
avançar da idade, da presença de 
doenças, fatores psicológicos e reações 
adversas de medicações em uso: 
o Idosos com mais de 80 anos 
o Sexo feminino 
o Imobilidade 
o Quedas precedentes 
o Equilíbrio diminuído 
o Marcha lenta e com passos curtos 
o Baixa aptidão física 
o Alterações cognitivas 
o Fraqueza muscular de membros 
inferiores e superiores 
o Doença de Parkinson 
o Polifarmácia (causa a modificação 
fisiológica) 
 
Avaliação e Conduta do Paciente Idoso que 
cai 
 
Circunstâncias 
 
A investigação das circunstâncias 
relacionadas com a queda pode trazer 
informações sobre suas causas e pistas para 
fatores de risco importantes. É necessário 
estabelecer se a queda foi devida a um 
evento neurológico ou cardiovascular 
específico. O indivíduo que caiu deve ser 
questionado sobre perda de consciência, que 
sugere síncope. Respostas positivas a 
indagações sobre tonturas, palpitações ou 
sensação de desmaio no momento da queda 
sugerem hipotensão postural ou arritmia. 
Quedas ocorridas após as refeições são 
sugestivas de hipotensão pós-prandial. 
Fraqueza súbita sugere um AVC. Doenças 
agudas, como pneumonia ou recrudescência 
de uma doença crônica como ICC ou artrites, 
podem contribuir para quedas. Prescrições de 
novos medicamentos ou mudança recente 
de doses podem aumentar os riscos. Pessoas 
mais velhas que estiveram recentemente 
acamadas por vários dias ou hospitalizadas 
são mais propensas. Deve-se indagar ao 
paciente seu estado geral antes da queda. 
 
A localização espacial da queda pode 
fornecer pistas sobre a reserva funcional do 
paciente. Constituem informações 
importantes a localização da queda em 
referência ao domicílio ou fora dele, a 
presença de algum fator ambiental claro; 
uma força de deslocamento grande, como 
um escorregão ou empurrão, ou apenas um 
giro de cabeça ou virada no corpo ao dobrar 
uma esquina. A avaliação das consequências 
de quedas inclui o questionamento sobre o 
medo de novas quedas e restrições 
decorrentes, bem como sobre a presença de 
lesões e se o paciente já se encontra 
plenamente recuperado. 
 
Quedas com causas definidas como as 
relacionadas com a síncope e risco ambiental 
importante não necessitam de uma avaliação 
completa. Deve-se atentar que em torno de 
30% a 50% dos casos de síncope não háetiologia definida após investigação 
clinicolaboratorial (King, 1997). Em outros 
episódios de síncope, a etiologia pode ser 
hipotensão ortostática ou pós-prandial, efeito 
de medicações, fatores situacionais como 
micção ou resposta vasovagal. Convulsões e 
acidentes isquêmicos transitórios são causas 
incomuns de síncope. Quedas sem causa 
definida são, em geral, de origem multifatorial, 
necessitando de avaliação sistemática.
 
 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
 
 
Os testes para avaliar o equilíbrio, a força e a 
marcha são importantes, pois requerem 
pouco tempo e treinamento para sua 
execução, e uma perda funcional que poderia 
passar despercebida pode ser diretamente 
observada. 
 
➢ Teste de Equilíbrio e Marcha de Tinetti 
o Avalia especificamente o risco de 
quedas em idosos, avaliando equilíbrio 
e marcha; 
o Suas duas partes incluem um escore 
total de equilíbrio máximo de 16 pontos 
e um escore total máximo para marcha 
de 12, acumulando um escore total 
máximo de 28; 
o Escores de 25 a 28 indicam baixo risco, 
19 a 24 risco médio e menor que 19, alto 
risco de quedas; 
 
 
 
 
 
➢ Teste de alcance funcional 
 
o Avalia o controle postural dinâmico em 
que o paciente é solicitado a ficar 
ereto, parado, e esticar o braço para 
frente o mais distante possível, ao 
longo de uma régua fixa; 
o Um alcance de 15 cm ou mais é 
considerado normal e se correlaciona 
com outras medidas de mobilidade e 
equilíbrio e com o risco de quedas; 
o Os indivíduos com um alto grau de 
funcionalidade podem ser orientados 
a caminhar com um pé atrás do outro, 
em uma linha reta, ou a ficar apoiados 
em um pé com o outro fletido por 30s; 
o Pacientes com funcionalidade 
moderadamente afetada podem ser 
solicitados a subir uma pequena 
escada, pular um pequeno objeto no 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
chão ou levantar-se de uma cadeira 
com os braços cruzados no tórax; 
 
➢ Teste Get up and go test 
o Teste para membros inferiores; 
o Pede-se que o paciente se levante de 
uma cadeira com braços, caminhe por 
3 metros, dê meia volta, caminhe e se 
sente na cadeira; 
o O teste pode ser cronometrado, 
verificando se o paciente, de acordo 
com o tempo gasto na realização da 
tarefa, é independente em atividades 
básicas de vida diária ou apresenta 
risco aumentado de quedas e 
dependência funcional; 
 
➢ Teste de levantar e andar 
cronometrado: É uma variante do teste 
andar sem ser cronometrado que além de 
avaliar os itens relacionados, mede o 
tempo de realização da tarefa. 
Interpretação: Menor ou igual a 10 
segundos - Independente, sem 
alterações; Entre 11 e 20 segundos - Baixo 
risco de quedas; Maior ou igual a 20 
segundos - Dependente em várias 
atividades e na mobilidade, alto risco de 
queda. 
 
OBJETIVO 3: Entender quais são as 
consequências e as medidas de prevenção 
para queda de idosos. 
 
Consequências de quedas em idosos 
 
o Consequências Físicas 
• Fraturas 
• Imobilização 
• Lesões de Tecidos Moles 
• Lesões musculares e neurológicas 
• Dor 
• Declínio funcional e da atividade 
física 
• Hospitalização por quedas 
 
o Consequências Financeiras 
 
o Consequências Psicossociais 
• Medo de cair e Abandono de 
Atividades 
 
 
Os dados comprovam como a queda na 
terceira idade é algo grave. As quedas de 
própria altura são a principal causa de morte 
acidental em pessoas com idade acima de 65 
anos. Além de fatais, esses acidentes podem 
também gerar outras consequências, como: 
 
➢ Escoriações e lesões; 
➢ Fraturas no fêmur proximal (região do 
quadril); 
➢ Fraturas nos membros superiores (ombro e 
punho). 
 
Outros reflexos podem ser sentidos muito 
além das lesões geradas sobre o acidente 
em si. Isso porque a falta de mobilidade e a 
dependência, características de um período 
pós-queda, podem acarretar em acúmulo de 
secreções nos pulmões, pneumonia, distúrbios 
gastrointestinais, infecção do trato urinário, 
diminuição do fluxo sanguíneo, osteoporose, 
AVC e até demência. 
 
Os reflexos psicológicos também se 
encontram ligados a esse tipo de acidente – 
doméstico ou não. A Síndrome Pós Queda e a 
Ptofobia (medo de assumir postura de pé ou 
de andar) podem surgir em conjunto em 
idosos acidentados. 
 
A Síndrome do Pós Queda é caracterizada por 
um pavor descontrolado de andar 
novamente. Quem vivencia uma queda acaba 
prejudicando a autoconfiança. Sendo assim, 
desenvolve um sentimento de culpa que gera 
o medo de andar e cair novamente. E caso 
outra queda realmente acontecer, a 
Síndrome tende a se agravar severamente. 
 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
Nestes casos, é comum que o idoso possua 
mudanças no caminhar, no equilíbrio e reduza 
suas atividades do cotidiano, acarretando na 
falta de condicionamento físico. 
Consequentemente, na maior propensão à 
queda; assim se inicia um ciclo vicioso. Além 
disso, o medo de caminhar faz com que quem 
sofre da Síndrome Pós Queda. O idoso acaba 
se isolando, o que pode desenvolver a 
depressão. 
 
Como evitar quedas em idosos e agir caso 
elas ocorram 
Embora as quedas apresentam grande 
perigo para quem está na terceira idade, 
alguns hábitos simples e pequenas dicas 
podem evitar acidentes e garantir a 
segurança do idoso. Veja alguns exemplos: 
• Praticar atividades físicas que fortaleçam 
a musculatura e aumentem a flexibilidade; 
• Se manter hidratado e ter uma 
alimentação balanceada; 
• Realizar consultas médicas e exames de 
rotina periodicamente; 
• Deixar os cômodos do lar com menos 
móveis e objetos que possam se tornar 
obstáculos; 
• Manter os cômodos bem iluminados; 
• Garantir que o piso esteja sempre seco e 
sem tapetes (ou com antiderrapantes); 
• Ajustar a altura da cama e do vaso 
sanitário; 
• Instalar barras de apoio em locais 
estratégicos (paredes, no banheiro, perto 
da cama do idoso, entre outros). 
No entanto, se mesmo com todos esses 
cuidados o idoso ainda assim sofrer uma 
queda, é fundamental saber como agir em tal 
situação. Nesse caso, é essencial realizar o 
socorro de forma ágil – já que, quando o 
acidentado é atendido dentro de até uma 
hora, as chances de ele ter sequelas é muito 
menor. 
Durante o período de recuperação do 
acidente, a família deve ficar atenta para não 
reforçar o medo da queda. É comum que os 
familiares, na tentativa de proteger o idoso, 
acabem contribuindo para a fobia. 
Restringindo o idoso de atividades que ele 
costumava praticar, o lembrando sempre da 
possibilidade de novas quedas e interferindo 
na sua autonomia. 
É preciso que os riscos sejam diminuídos para 
que novos acidentes sejam evitados. Mas, 
deve se ter cuidado, também, em não 
restringir a pessoa de sua vida social, 
impactando na qualidade de vida. 
 
➢ Prevenção de Quedas 
A prevenção de quedas é um assunto de 
importância na saúde pública pelos prejuízos e 
morbidade relacionados. 
 
A prevenção primária é possível: 
a) Resultados recentes indicam que o uso 
de vitamina D em altas doses (700 a 
100 UI por dia) diminui em 19% o risco de 
quedas e, se forem utilizadas formas 
ativas (vitamina D3) o risco diminui em 
22%. 
b) A prática de exercícios físicos 
regulares e de exercícios de equilíbrio 
também parece ser efetiva. 
 
A prevenção secundária pode ser uma 
estratégia mais eficiente. Lembrando que a 
pessoa que sofreu uma primeira queda tem 
mais risco de recorrência, geralmente é 
possível, no consultório do médico generalista 
bem como em ambientes de emergência 
identificar um ou mais fatores que aumentam 
esse risco. 
 
Há dados suficientes sobre condutas que de 
fato previnem quedas na população idosa. 
Algumas características dos pacientes devem 
estimular uma avaliação completa de quedas 
e de quedas com lesões, quais sejam, 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
mulheres mais velhas, história de fratura 
osteoporótica, mobilidade prejudicada 
evidenciada pelo uso de andador ou 
bengala, incapacidade de se levantar da 
cadeira sem o auxílio dos braços,marcha 
instável e distúrbios cognitivos. 
 
O acompanhamento de um paciente com 
risco ou história de quedas geralmente exige 
uma conduta multidisciplinar envolvendo 
enfermagem, terapia física ou ocupacional, 
serviço social e especialidades médicas. A 
redução do risco de quedas e lesões deve ser 
ponderada levando-se em conta também o 
risco de diminuição da independência do 
indivíduo. Ademais, o sucesso de um plano 
terapêutico muitas vezes depende do 
envolvimento dos familiares ou cuidadores, 
bem como do próprio paciente. 
 
Em indivíduos da comunidade, intervenções 
em múltiplos fatores de risco, como, por 
exemplo, o ajuste de medicações, exercícios 
de equilíbrio, instruções comportamentais, 
correções de deficiências sensoriais, com a 
intenção de reduzir qualquer fator 
identificado, mostraram ser efetivas na 
redução do risco de quedas. 
 
• Exercícios em geral e exercícios 
específicos de equilíbrio diminuem o 
risco e as consequências das quedas, 
como medo de cair. 
 
• O Uso de protetores de quadris 
(instrumentos parecidos com esponjas 
colocados nas regiões trocanterianas 
e desenhados anatomicamente para 
diminuir o impacto da queda), exercício 
físico regular ou ambos, por um período 
de, pelo menos, 4 meses, parece 
diminuir o medo de quedas. 
 
• O uso de protetores de quadris parece 
diminuir o risco de fraturas de colo 
femoral em casas de repouso. 
 
Prevenção de Quedas em casa 
Para evitar quedas em casa, a Caderneta de 
Saúde da Pessoa Idosa lista 11 medidas de 
prevenção de quedas: 
1. Evitar tapetes soltos 
2. Escadas e corredores devem ter corrimão 
nos dois lados 
3. Usar sapatos fechados com solado de 
borracha 
4. Colocar tapete antiderrapante no 
banheiro 
5. Evitar andar em áreas com piso úmido 6. 
6. Evitar encerar a casa 
7. Evitar móveis e objetos espalhados pela 
casa 
8. Deixar uma luz acesa à noite, para o caso 
de precisar se levantar 
9. Esperar que o ônibus pare 
completamente para você subir ou descer 
10. Utilizar sempre a faixa de pedestre 
11. Se necessário, usar bengalas, muletas ou 
outros instrumentos de apoio. 
 
OBJETIVO 4: Estudar a sarcopenia 
 
➢ Introdução 
O processo de envelhecimento é 
acompanhado por várias modificações na 
composição corporal do indivíduo. 
Entre essas alterações, a diminuição da 
massa muscular é a de maior importância 
clínica e funcional. O termo “sarcopenia” foi 
proposto pela primeira vez em 1989 por Irwin 
Rosenberg para descrever a perda de massa 
muscular relacionada com o envelhecimento 
(Rosenberg, 1989; 1997). A palavra provém do 
grego sarx (carne) + penia (perda). Desde 
então, o conceito de sarcopenia tem sido 
modificado à medida que novos 
conhecimentos sobre o tema são publicados. 
 
O conceito atual define sarcopenia como 
não apenas o processo de perda de massa 
muscular relacionada com o envelhecimento, 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
mas também inclui a perda da força e da 
função muscular (CruzJentoft, et al., 2010). 
 
DADOS: Dependendo da definição utilizada, a 
prevalência em indivíduos entre 60 e 70 anos 
de idade varia de 5 a 13% (Morley et al., 2014). 
Já entre os idosos com idade superior a 80 
anos, a prevalência pode variar de 11 a 50% 
(Morley et al., 2014). 
Mesmo utilizando uma estimativa 
conservadora de prevalência da sarcopenia, 
essa condição acomete atualmente cerca de 
50 milhões de pessoas no mundo e afetará 
mais de 200 milhões nos próximos 40 anos. 
 
 
➢ Envelhecimento e massa muscular 
A perda de massa muscular que ocorre 
durante o processo de envelhecimento não 
deve ser encarada como um problema que 
se inicia somente quando o indivíduo alcança 
a faixa etária avançada. A sarcopenia deve 
ser considerada sob a perspectiva de um 
modelo contínuo de vida, ou seja, deve ser 
observada desde o nascimento do indivíduo. 
 
Diversos estudos epidemiológicos têm 
mostrado associação entre baixo peso ao 
nascer e menor força de preensão palmar 
ao envelhecer (Sayer et al., 2008). Além disso, 
indivíduos com picos de massa muscular mais 
baixos na fase jovem têm maior 
probabilidade de apresentar sarcopenia, 
fragilidade e incapacidade à medida que a 
idade avança (Figura 91.1). 
 
O pico de massa muscular em indivíduo 
saudável ocorre por volta dos 25 anos de 
idade. Assim como a força, a massa muscular é 
praticamente mantida entre os 25 e 50 anos, 
com redução de apenas 5% no número de 
fibras musculares e cerca de 10% no tamanho 
das fibras. Contudo, é entre os 50 e os 80 
anos de idade que ocorre a maior perda da 
massa muscular (Deschenes, 2004). 
 
O número de fibras sofre redução de 35%, 
enquanto o tamanho das fibras é reduzido em 
cerca de 30%. É interessante notar que, ao 
contrário da redução do número de fibras que 
ocorre na mesma proporção entre as fibras 
de contração lenta (tipo I) e as fibras de 
contração rápida (tipo II), a diminuição do 
tamanho das fibras ocorre 
predominantemente entre as do tipo II. 
Diversos estudos têm demonstrado ainda que 
entre as de contração rápida, a do tipo IIB, é a 
que apresenta maior porcentagem de 
redução, tanto no número quanto no 
tamanho das fibras quando comparado à 
fibra tipo IIA (Deschenes, 2004);
 
 
 
 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
Tipos de Fibras Musculares e alterações causadas pelo envelhecimento 
 
 
➢ Nova Síndrome Geriátrica 
 
As síndromes geriátricas são o resultado de 
interações não completamente 
compreendidas entre doenças e 
envelhecimento dos múltiplos sistemas, o que 
produz uma gama de sinais e sintomas com 
consequências desastrosas para o idoso 
(Inouye et al., 2007). 
 
Incapacidade, dependência, 
institucionalização e morte são desfechos 
comuns das síndromes geriátricas – delirium, 
incontinência, queda e imobilidade são 
exemplos. 
 
Diversos autores têm proposto a inclusão da 
sarcopenia como uma síndrome geriátrica, 
pois isso facilitaria a abordagem clínica e 
terapêutica dessa condição (CruzJentoft e 
Landi, 2014). 
 
Elevada prevalência na população idosa, 
múltiplos fatores etiológicos (diminuição da 
ingesta alimentar, estilo de vida sedentário, 
alterações hormonais e doenças crônicas) e 
consequências ruins para a saúde do idoso 
(prejuízo nas atividades instrumentais de vida 
 
 
 
diária, aumento do risco de quedas e fraturas, 
perda da independência e aumento do risco 
de morte) são fatores que justificam a inclusão 
da sarcopenia como uma síndrome geriátrica. 
 
➢ Etiologia e Patogênese 
 
Múltiplos fatores de risco e vários mecanismos 
contribuem para o desenvolvimento da 
sarcopenia. 
 
Entre os principais fatores de risco estão a 
falta de atividade física, a baixa ingesta 
calórica e proteica, assim como modificações 
hormonais e alterações nos níveis de 
citocinas que ocorrem a partir do 
envelhecimento. 
 
Alterações no remodelamento do tecido 
muscular, perda de neurônios motores-alfa, 
além de alterações no recrutamento de 
células musculares e apoptose são 
mecanismos que contribuem para a 
patogênese da sarcopenia. 
 
Fatores genéticos podem ter papel 
importante na explicação das diferenças 
entre força e desempenho muscular de cada 
indivíduo. 
 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
 
 
A perda da força muscular resulta em uma 
dificuldade da manutenção da estabilidade 
(equilíbrio) estático e/ou dinâmico, o que vai 
atrapalhar a marcha do paciente, o que pode 
resultar em quedas em geral. 
 
Quando em combinação com a osteoporose, 
a sarcopenia resulta em significativa 
fragilidade frequentemente encontrada na 
população idosa tornando-os muito 
vulneráveis a traumas físicos. 
 
A sarcopenia pode ser evitada e até mesmo 
revertida com a prática de exercícios físicos. 
Tais métodos estimulam o ganho de massa 
muscular, além de influir no equilíbrio, 
controle motor e, em última instância, na 
prevenção de quedas. É de suma 
importância que o idoso seja orientado por 
um profissional de educação física, 
responsável pela prescrição dos exercícios,pois o idoso possui restrições quanto a 
algumas variáveis durante a prática. 
 
 
Sarcopenia é uma síndrome caracterizada 
por progressiva e generalizada perda de 
massa e função muscular com risco de 
eventos adversos como incapacidade física, 
perda da qualidade de vida e morte. 
 
➢ A recomendação do EWGSOP (European 
Working Group on Sarcopenia in Older 
People) é que se utilizem a diminuição da 
massa muscular e a diminuição da função 
muscular (força ou desempenho) como 
critérios para o diagnóstico da sarcopenia; 
 
Critérios para o diagnóstico da sarcopenia 
segundo a EWGSOP: 
 
 
 
• Critério 1: Diminuição da massa muscular 
(métodos de imagem corporal e 
bioimpedância); 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
• Critério 2: Diminuição da força muscular 
(Força de preesão palmar, flexão e 
extensão do joelho, pico de fluxo 
expiratório); 
• Critério 3: Diminuição do desempenho 
físico (Short Physical Performance Battery 
(SPPB), Velocidade da marcha, Timed Up 
and Go Test (TUGT), Stair Climb Power Test 
(SCPT)) 
• Diagnóstico: Critério 1 + Critério 2 ou Critério 
3 
 
 
➢ IMPACTOS NA SAÚDE DO IDOSO 
- Prejuízo nas atividades instrumentais de vida 
diária, 
- Aumento do risco de quedas e fraturas, 
- Desenvolvimento da síndrome do medo de 
cair, 
- Perda da independência 
- Perda de massa óssea, 
- Menor sensibilidade à insulina, 
- Diminuição do retorno venoso (sarcopenia 
no tríceps sural), 
- Diminuição da força muscular respiratória, 
- Aumento do risco de morte 
 
➢ CONDUÇÃO PACIENTE COM SARCOPENIA 
A abordagem terapêutica atual da 
sarcopenia baseia-se em intervenções não 
farmacológicas e farmacológicas. Estudos 
sugerem que a sarcopenia seja uma causa 
potencialmente reversível de incapacidade e 
que pode haver benefícios caso as 
intervenções sejam realizadas, 
especialmente nos estágios mais precoces. 
 
→ Intervenções não farmacológicas 
o Exercício físico 
o Nutrição (aumentar ingesta de 
proteínas) 
 
→ Intervenções farmacológicas 
o Testosterona 
o Deidroepiandrosterona 
o Nandrolona 
o Estrógeno e tibolona 
o Hormônio do crescimento 
o Vitamina D 
o Creatina 
o Inibidores da enzima conversora de 
angiotensina 
 
→ Perspectivas futuras 
o Moduladores androgênicos 
o Estimuladores do eixo GH/IGF-1 
o Antagonistas da miostatina 
 
INTERESSANTE 
 
Sarcopenia e outras Condições: 
A sarcopenia é encontrada em outras 
síndromes que cursam com grande perda de 
massa muscular. A diferenciação entre essas 
síndromes é importante para que se 
identifique a abordagem diagnóstica e 
terapêutica apropriada para cada condição. 
 
CAQUEXIA: 
Termo proveniente do grego cac (ruim) + hexis 
(condição), a caquexia é uma condição clínica 
em que o idoso com doenças sistêmicas 
graves, como câncer, insuficiência cardíaca, 
doença pulmonar obstrutiva e doença renal 
em estágio terminal, apresenta intensa 
perda de peso. Tem sido definida como uma 
síndrome metabólica complexa associada a 
uma doença subjacente e caracterizada por 
perda muscular, com ou sem perda de 
gordura. A caquexia é frequentemente 
associada a inflamação, resistência à insulina, 
anorexia e quebra das proteínas musculares. 
Portanto, muitos indivíduos caquéticos são 
também sarcopênicos. Todavia, muitos 
indivíduos sarcopênicos não são 
considerados caquéticos. Dessa maneira, a 
sarcopenia é um dos elementos da definição 
proposta para a caquexia (Muscaritoli et al., 
2010). 
 
 
 
 
Sara Luiza Costa Silva – P3 – M2 – MEDICINA - UniRV 
FRAGILIDADE 
Fragilidade é uma síndrome biológica de 
diminuição da capacidade de reserva 
homeostática do organismo e de resistência 
aos estressores, que resulta em declínios 
cumulativos em múltiplos sistemas fisiológicos, 
causando aumento da vulnerabilidade e de 
eventos adversos como quedas, 
hospitalização, institucionalização e morte. 
Fried et al., em 2001, desenvolveram uma 
definição fenotípica de fragilidade baseada 
em cinco aspectos físicos (Quadro 91.10). A 
presença de três ou mais características é 
necessária para o diagnóstico de fragilidade. 
A fragilidade e a sarcopenia se sobrepõem. 
Muitos idosos frágeis mostram-se 
sarcopênicos e alguns idosos com sarcopenia 
são também considerados frágeis. O conceito 
geral de fragilidade, contudo, deve 
considerar não somente o aspecto físico, mas 
também aspectos psicológicos, como a 
função cognitiva, e aspectos sociais e 
ambientais. 
 
OBESIDADE SARCOPÊNICA 
A obesidade sarcopênica é uma condição 
clínica caracterizada por sarcopenia e 
obesidade. Em condições como câncer, artrite 
reumatoide e o próprio envelhecimento, a 
massa magra é perdida, e a massa gorda 
pode estar preservada ou aumentada. A 
fraqueza muscular no idoso sempre foi uma 
condição atribuída somente à perda de 
massa muscular ocorrida durante o processo 
de envelhecimento. Contudo, pesquisas 
recentes mostram que mudanças na 
composição da musculatura também são 
importantes e infiltração de gordura dentro 
do músculo (mioesteatose) diminui a qualidade 
muscular e o desempenho físico (Stenholm et 
al., 2008). É interessante registrar que a 
gordura intramiocelular e a gordura visceral 
aumentam com o avançar da idade, 
enquanto a gordura subcutânea diminui. 
 
 
OSTEOPOROSE 
A prevalência de sarcopenia, osteopenia e 
osteoporose sabidamente aumenta com a 
idade. Estudo britânico utilizando medidas 
densitométricas evidenciou que uma a cada 
três mulheres com idade superior a 70 anos 
apresentava sarcopenia, uma a cada duas 
tinha osteopenia e uma a cada dez tinha 
osteoporose. Estudos anteriores mostraram 
associação entre força muscular do 
quadríceps e densidade mineral óssea do 
quadril. Além disso, o estudo Health ABC 
demonstrou que massa muscular diminuída e 
massa gordurosa aumentada contribuíram de 
maneira independente para reduzir os níveis 
de densidade mineral óssea em alguns sítios 
(Taaffe et al., 2001). Portanto, manter ou 
aumentar a massa magra pode auxiliar a 
preservar a densidade mineral óssea dos 
idosos.

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