Buscar

Fichamento TURISMO E DESENVOLVIMENTO LOCAL: OS AGENTES SOCIAIS E AS REDES REGIONAIS DE TURISMO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Disciplina: Redes, Atores e Turismo
NOME: Karine Valesca de Freitas Verdugo
FICHA DE LEITURA
Título do artigo, capítulo: TURISMO E DESENVOLVIMENTO LOCAL: OS AGENTES SOCIAIS E AS REDES REGIONAIS DE TURISMO
Obra ou Revista: 
Autor : Aguinaldo Cesar Fratucci
Número de Páginas (inicial-final): 01-15 		Editora: Local:	 Ano: 
	Ideias Principais/ Conceitos
	Apropriação do espaço para o turismo; população autóctone; desenvolvimento local; agentes sociais; redes de agentes sociais; turistificação; território-rede; redes regionais.
	Aspectos Críticos
	Introdução
· Os processos de apropriação dos espaços para o turismo trazem um complexo jogo de interesses.
· Por isso, deve-se compreender o ordenamento desses espaços, através das ações dos turistas, agentes do mercado e poder público.
· Deve-se também incluir as interações estabelecidas entre cada um daqueles agentes e deles com os outros sistemas que formam os ambientes socioeconômico e cultural onde se inserem.
· A complexidade do fenômeno turístico não vem sido considerada pelas políticas públicas.
· Os agentes que compõem o poder público, podem ser: as instituições culturais, compostas por museus, casas de cultura, institutos históricos e geográficos, arquivos e bibliotecas.
· Normalmente esses locais são vistos apenas como possíveis atrativos turísticos, porém essas instituições também possuem importância nos processos de gestão.
Turismo contemporâneo: uma rede complexa de agentes sociais
· Turismo: fenômeno socioespacial complexo que gera experiências diferenciadas para o turista, elas são fruto das práticas socais em que o ser humano se desloca de seu local de residência por motivos variados.
· O turismo vem sendo considerado como um dos indicadores mais significativos para o entendimento dos movimentos sociais contemporâneos, em especial, a globalização.
· A turistificação resulta na produção de territórios descontínuos, sazonais e flexíveis, porém essa atividade não pode ser vista como sujeito desses processos, e sim resultado das ações e das interações dos diversos agentes sociais que o produzem.
· Os agentes produtores do turismo compõem-se de pessoas, grupos ou instituições com poder de gerar um efeito sobre o fenômeno ou sobre a atividade turística, ou seja, com capacidade de intervir, modificar ou influenciar o seu curso.
· Os agentes sociais que agem e interagem no do turismo podem ser agrupados da seguinte forma: a) os turistas; b) os representantes do capital, portanto do mercado, conhecidos vulgarmente como trade turístico; c) o Estado, em seus diversos níveis; e d) as comunidades das áreas receptoras, representadas pelos trabalhadores empregados direta e indiretamente no setor, e pela população em geral.
· O turista é o principal agente do fenômeno turístico, e por isso, toda cadeia econômica surge para atendê-lo.
· O segundo agente do turismo está diretamente relacionado com a atividade econômica que surge a partir do fenômeno turístico e vincula-se ao processo de apropriação do tempo livre do trabalhador pelo capital.
· Os agentes do mercado são conhecidos como trade turístico, são os agentes produtivos da atividade turística, e atuam diretamente nos processos de turistificação.
· O Estado, partindo do entendimento de ser possível utilizar o turismo como uma ferramenta para a implementação de processos de desenvolvimento, especialmente aqueles que objetivam diminuir as desigualdades regionais, procura, através de suas diversas instâncias de poder, estabelecer regras e normas para o sistema turístico sob sua área de atuação, de modo a regulá-lo e normalizá-lo dentro daquilo que parece ser a melhor forma para o atendimento das necessidades das populações residentes sem, entretanto, esquecer ou desprezar a lógica do capital.
· Jost Krippendorf faz uma análise em que ele demonstra o viajante, e em contraposição o “viajado” que se refere à população autóctone dos destinos turísticos.
· Esses agentes “viajados” podem estar entre os trabalhadores diretos e indiretos do setor turístico e a população em geral que, aparentemente, não se vê dependente ou comprometida com o desenvolvimento turístico local.
· O trabalhador direto do turismo é aquela parte da população residente nas áreas receptoras ou nas suas cercanias, autóctones ou migrantes, que se emprega nas diversas empresas ou atividades geradas pelo processo de turistificação e que tem no turismo o seu meio de obtenção de renda para sua sobrevivência.
· Graças à complexidade da cadeia produtiva do turismo, os seus efeitos multiplicadores são bastante acentuados, gerando um número expressivo de empregos indiretos e, também, um número elevado de ocupações indiretamente vinculadas a ela.
· Apesar desses efeitos, a atividade turística pode ser uma grande geradora de empregos e de ocupações indiretas na atualidade.
· A população residente é o agente menos reconhecido pelo sistema turístico, mas de importância estratégica para o seu funcionamento. Ao ceder o direito de uso do seu espaço de vida para o desfrute temporário dos turistas, concorda em provocar um encontro de duas alteridades distintas – a sua e a do visitante – o que gera uma série de relações e interações bastante complexas entre os diversos agentes aqui indicados.
· Apesar de não possuírem contato direto com o turista, a população residente, pode estimular ou dificultar o funcionamento do sistema turístico local, através de suas ações e comportamentos.
A apropriação dos espaços para o turismo
· Os espaços apropriados por esses agentes para o acontecer do turismo revelam a organização de um território que deve ser observado e analisado a partir de ponto de vista integrador das diferentes dimensões sociais de cada um daqueles agentes.
· A turistificação dos espaços revela-se importante fator de reordenamento dos espaços, a partir da refuncionalização dos seus fixos e da produção de territórios “esgarçados”, estruturados em malhas de pontos e linhas, mais ou menos densas e sazonais
· A combinação dessas diferentes lógicas aponta para a constituição de um espaço do turismo ora contínuo (zonal) ora entrecortado (reticular), constituindo um território-rede, com implicações específicas para as suas políticas de planejamento e ordenamento.
· A sociedade contemporânea, dita pós-moderna, experiencia o “viver em redes”, quando os territórios e as territorialidades passam a ser concebidos e caracterizados pelo movimento, pela fluidez e pelas interconexões, portanto, pelas redes.
· O conceito de rede, presente em diversas formas de representação do mundo propostas pelo homem desde a Antiguidade, adquiriu uma posição de destaque enquanto recurso de análise de diversas disciplinas das ciências humanas.
· O território-rede estabelecido pelos agentes produtores do turismo na escala local dos destinos turísticos, resultante da combinação das relações estruturais e funcionais com que cada um deles atua, ultrapassa os limites do território apropriado pelo turista e apresenta especificidades oriundas das próprias características do fenômeno turístico: descontinuidade espacial, sazonalidade e flexibilidade.
· As concepções mais clássicas que restringem o espaço turístico aos trechos do espaço onde se concentram os turistas, os atrativos turísticos e os equipamentos turísticos, já não são suficientes para explicar a dimensão espacial do fenômeno turístico atual, que impõe novas relações sociais e funcionais que reorganizam os territórios dos destinos turísticos.
· Para a atividade turística acontecer, diversas ações e reações de outros agentes sociais, além dos turistas e dos agentes de mercado, são necessárias e acontecem em outras áreas às quais o turista não tem acesso direto ou sequer toma conhecimento da sua existência. O território-rede estabelecido pelos agentes do turismo avança para além dos espaços do turismo ou do turista, ampliando sua influência para uma área periférica, contígua ou não, através de articulações com outras funções urbanas como a residencial e a comercial.
· Por outro lado, o aumento do númerode visitantes provoca a ampliação do número de agentes de mercado e de trabalhadores, tanto no destino turístico em si como nos seus arredores e nas áreas emissoras.
· A intensa mobilidade dos agentes sociais do turismo e o crescimento bastante significativo dos agentes de mercado em novos destinos turísticos têm levado ao surgimento de um número bastante elevado de redes de destinos e de relacionamentos entre aqueles agentes sociais.
Perspectivas das redes regionais para as políticas públicas de turismo
· Diante da complexidade das relações, dos fluxos e das ações dos agentes sociais do turismo, o estudo e a análise dos territórios-redes por eles produzidos ganham mais consistência quando levados para a escala regional.
· Para muitos autores, é necessário diferenciarmos a gestão dos espaços turísticos da gestão dos municípios.
· Sobre o espaço turístico incidem as decisões de outros agentes sociais além do poder público e, portanto, este último não deve agir sozinho nas decisões de gestão daqueles espaços.
· A gestão dos municípios está apoiada no marco institucional e legal da organização territorial da Constituição Federal vigente, e das respectivas leis orgânicas de cada município; já a gestão dos espaços turísticos está vinculada a um conjunto de decisões e de ações de diversos agentes sociais para quem os limites municipais não são ou necessitam ser observados ou respeitados.
· A complexidade das relações e das interações do fenômeno turístico contemporâneo exige a definição de novos recortes espaciais para a sua regulação.
· No âmbito das políticas específicas para o turismo podemos observar que, no Brasil, as políticas públicas de turismo somente se tornaram suficientemente coerentes, coordenadas e exequíveis a partir de 1992, quando o governo federal decidiu assumir, pelo menos do ponto de vista da economia, o caráter estratégico do setor turístico.
· A aparente ruptura proposta em 2003, pelo Plano Nacional de Turismo do primeiro governo do presidente Lula, representada pela extinção do PNMT e instituição do PRT, apenas confirmou a opção política do governo federal pela descentralização.
· Ambos os programas, PNMT e PRT, têm seu foco estratégico no estímulo ao desenvolvimento turístico a partir da escala local. Enquanto o processo de municipalização do turismo preocupava-se mais com a organização dos diferentes nichos do setor – associações, fóruns, conselhos – enquanto o PRT voltou-se mais para a organização da cadeia produtiva do setor nos espaços das regiões.
· As propostas do PNMT, se tivessem tido continuidade e sido atualizadas e revistas a partir de avaliações regulares e consistentes, certamente teriam avançado da escala municipal para a regional.
· No atual contexto político-administrativo brasileiro, a articulação regional necessita ser precedida por um processo de articulação municipal, segundo um processo endógeno iniciado na escala local. A não observância desse ponto está diretamente relacionada com a continuidade do poder de decisão do centro, ou seja, a descentralização ocorre gerenciada pelo Estado e não como fruto de processos participativos endógenos consistentes e duradouros.
· O surgimento e o desenvolvimento de processos participativos endógenos implicam no desenvolvimento de redes locais e regionais de relacionamentos, estruturadas nos pilares básicos da solidariedade e da confiança entre seus participantes.
· A organização, formal ou informal, dessas redes em conselhos, consórcios ou outro tipo qualquer de instância de agentes sociais, pode possibilitar o desenvolvimento de políticas públicas mais específicas e mais diretamente articuladas com as necessidades e características do setor turístico regional.

Continue navegando