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Ana Luiza Ohata – T70 1 Resposta Endócrino, Metabólica e Imunológica ao Trauma Trauma: qualquer situação que coloque o corpo em estresse, podendo ser cirúrgico ou não cirúrgico (queimaduras, acidentes, ferimentos) REMIT (Resposta Endócrino, Metabólica e Imunológica ao Trauma) ou RIT (Resposta Inflamatória ao Trauma) • Mecanismo decisivo para a sobrevivência em situações de estresse metabólico • RIT exacerbada, pode não conseguir restaurara a homeostase, levando a uma disfunção múltipla dos órgãos e chegar à morte • Situações que induzem a RIT: o Hemorragia o Dor o Feridas operatórias o Infecção o Medidas terapêuticas ou diagnósticas podem causar estresse, infecção e agravar a RIT § Sondagem, cateteres, jejum prolongado... • Características: o Intensidade proporcional ao estresse o Fornecer substrato energético o Perfusão + glicose • Objetivos da RIT o Preservar órgãos nobres o Corrigir distúrbios hidroeletrolíticos o Estabilizar funções hemodinâmicas o Garantir perfusão cerebral e cardíaca o Criar fontes de energia alternativas o Restaurar tecidos lesados • Componentes de agressão o Primários: § Lesão de tecidos § Lesão de órgãos específicos o Secundários § Alterações endócrinas § Alterações hemodinâmicas § Infecções § FMO (falência múltipla de órgãos) o Associados Ana Luiza Ohata – T70 2 § Alteração de ritmo alimentar § Imobilização prolongada § Perdas hidroeletrolíticas extra renais § Doenças intercorrentes • Fisiopatologia Eixos hormonais envolvidos Eixo autonômico-adrenal Eixo hipotálamo-hipófise Fases do REMIT • Fase de choque (EBB Fase) o Após trauma agudo o Diminuição das funções metabólicas § Instabilidade hemodinâmica § Hipovolemia § Hipotensão § Diminuição do consumo de oxigênio o Circulação inadequada § Metabolismo anaeróbico § Acidose § Hiperlactiacidemia o Objetivo: manter a perfusão de órgãos nobres o Conduta: reestabelecer funções cardiopulmonares Ana Luiza Ohata – T70 3 • Fase de fluxo (Flow Fase) o Início após estabilização cardiopulmonar o Duração variável o Hiperglicemia o Hipermetabolismo à Resistência insulínica à Catabolismo muscular proteico o Etapas: 1. Fase córtico-adrenérgica: catabolismo e hipermetabolismo (2-5 dias) *Consumo de proteínas com maior excreção de nitrogênio 2. Fase de transição: redução do catabolismo antes de iniciar o anabolismo (1-2 dias) 3. Fase de anabolismo precoce: balanço nitrogenado positivo e deposição de gordura nos tecidos adiposos, utilizando gordura como reserva energética (3-12 semanas) 4. Fase de anabolismo tardio: balanço calórico positivo (alguns meses) Mediadores da REMIT • Hormônios o Objetivo: fornecimento de substrato energético para o reparo dos tecidos lesados e para o processamento da inflamação o Catecolaminas: adrenalina e noradrenalina § Produzidos na suprarrenal ou adrenal § Mediadores entre sistema nervoso e endócrino § Taquicardia, taquipnéia, vasoconstrição periférica, diminuição do débito cardíaco (na fase EBB), hipermetabolismo e catabolismo proteico (na fase flow), relaxamento da musculatura lisa do intestino e hipercoagulabilidade o ACTH: corticotrofina § Principal hormônio secretado pela hipófise anterior § Eleva-se logo após o início do trauma § Estimula a produção de cortisol pela suprarrenal o Cortisol: § Aumenta após o trauma § Nível máximo em 4-6 horas, podendo se estender de 3-5 dias § Concentração diretamente proporcional ao grau de estresse § Efeitos no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas § Hiperglicemia § Catabolismo proteico e lipídico § Aumento da resistência insulínica o GH: somatotrofina § Produzido na hipófise anterior § Contribui para a resistência à insulina Ana Luiza Ohata – T70 4 • Estimula síntese proteica e lipólise (aumento de ácidos graxos e glicerol), glicogenólise no fígado, sistema imunológico • Reduz captação de glicose pelas células (GH = agonista da insulina) o ADH ou vasopressina: hormônio antidiurético § Liberado pelo hipotálamo em resposta a alterações volêmicas e osmolaridade (concentração de sódio) § A perda de volume (edema ou hemorragia) estimula os barorreceptores dos átrios e da artéria pulmonar aumentando o ADH e estimulando a reabsorção de água pelos túbulos renais • Oligúria para poupar líquido o Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona § Renina (células justaglomerulares) e angiotensina (angiotensina I passa pelos pulmões e se converte em angiotensina II) = ação vasoconstritora § Aldosterona (córtex suprarrenal) = absorção de água e sal + perda de potássio § Retenção hídrica § Retenção de Na+ § Excreção de K+, Mg++ e fósforo o Glucagon § Aumenta a disponibilização de glicose no sangue § Produzido no pâncreas § Promove gliconeogênese a partir de aminoácidos § Aumento da insulina § Promove lipólise § Glicogenólise no fígado o Insulina (fase anabólica!) § Produzida pelas células ß do pâncreas § Hormônio importante para a fase anabólica § Promove entrada de glicose nos músculos e tecidos adiposos e realiza sua conversão em glicogênio e triglicerídeos § Hiperglicemia da fase flow = resistência insulínica! • Resposta imunológica o Citocinas: pequenos peptídeos produzidos em qualquer célula nucleada capazes de estimular ou inibir o processo inflamatório § Produzidas na ferida operatória ou do trauma § Principais citocinas pró-inflamatórias: IL-1, IL-8, TNF, IFN-gama e IL-6 o Neutrófilos § Mediados por corticoides e epinefrina § Quimiotaxia (C5a promove migração de neutrófilos para tecidos lesados) § Lesão tecidual Ana Luiza Ohata – T70 5 Modulação da REMIT • Medidas para tentar reduzir os efeitos indesejáveis da RIT o Cirurgia minimamente invasiva o Associação do bloqueio epidural + anestesia geral o Analgesia adequada o Controle da temperatura corporal o Manutenção do estado nutricional (para reduzir o consumo de proteína muscular) o Manutenção do estado hemodinâmico o Controle glicêmico o Profilaxia antibiótica • Fast-track surgery o Técnica utilizada em cirurgias eletivas com o intuito de diminuir o tempo de recuperação do paciente o Técnicas minimamente invasivas o Extubação e remoção de cateteres logo após o procedimento o Retorno à alimentação oral o Deambulação precoce o Associação do bloqueio epidural com a anestesia geral o Sem jejum prolongado o De modo geral, fazer com que do pré ao pós-operatório ocorra de forma mais orgânica possível, evitando situações que aumentem a situação do trauma Questões Ana Luiza Ohata – T70 6 Ana Luiza Ohata – T70 7
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