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Núcleo de Prática Jurídica IV – Campus: Queimados/RJ MANDADO DE SEGURANÇA EXMO. SR. DR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X/UF. MÉRCIO SIQUEIRA, brasileiro, autônomo, casado, com endereço situado na Rua Visconde, casa nº 18, Centro – Queimados/RJ, CEP: 999, endereço eletrônico: ...@..., vem, respeitosamente, por seu advogado, inscrito na OAB..., com Escritório situado na Rua ..., Bairro ..., Queimados/RJ, portador do endereço eletrônico:...@..., com Procuração em anexo, que para efeitos do art. 77, V do CPCm endereço onde receberá as intimações do processo, impetrar, perante V. Exa., nos termos do que dispõe o Art. 5º, inc. LXIX, da CF/88 c/c Lei nº 12.016/09: MANDADO DE SEGURANÇA (COM PEDIDO LIMINAR) em face do GOVERNADOR DO ESTADO X, vinculado ao ESTADO X, pessoa jurídica de Direito Público da Adm. Direta, situada na Capital do Estado X, nº ..., Rua ..., pelos fatos e fundamentos jurídicos que se seguem. I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA: Inicialmente, afirma sob as penas da lei e de acordo com o art. 4º e seu §1º da Lei nº 1.060/50, com a redação introduzida pela Lei nº 7.510/86, ser juridicamente necessitado, sem condições de arcar com as custas judiciais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e da família, sendo, portanto, beneficiário da gratuidade de justiça. II – DOS FATOS: O Paciente do presente remédio pretende candidatar-se a cargo de auxiliar administrativo, mediante concurso público que oferece 60 vagas, organizado pelo Estado X, tendo, inclusive, se matriculado em escola preparatória para concorrer a tal cargo. Ocorre que, com a publicação do edital em 10/08/2021, o Paciente foi surpreendido com a limitação, da nomeação e posse dos candidatos com idade de, no máximo, 25 anos. Inconformado, apresentou requerimento ao responsável pelo concurso, que aduz o interesse público, tendo em vista que, quanto mais jovem, maior tempo permanecerá no serviço público o aprovado no certame, o que permitirá um menor déficit nas prestações previdenciárias, um dos problemas centrais do orçamento do Estado na contemporaneidade, não contemplando o Paciente que conta atualmente com 42 anos de idade. O responsável pelo concurso público, é o Governador do Estado X (IMPETRADO), não havendo previsão legal para o estabelecimento de idade mínima, sendo norma constante do edital do concurso contra legis. III – DO DIREITO: Conforme leciona o Ministro Luís Roberto Barroso, “os Remédios Constitucionais são garantias instrumentais destinadas à proteção dos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. Servem como instrumentos à disposição das pessoas para reclamarem, em juízo, uma proteção a seus direitos, motivo pelo qual são também conhecidos como ações constitucionais”. Lição do Min. Gilmar Ferreira Mendes, in litteris: Como especialização do direito de proteção judicial efetiva, o mandado de segurança destina-se a proteger direito individual ou coletivo líquido e certo contra ato ou omissão de autoridade pública não amparada por habeas corpus ou habeas data (CF/88, Art. 5º, inc. LXIX). Pela própria definição constitucional, o mandado de segurança tem utilização ampla, abrangente de todo e qualquer direito subjetivo público sem proteção específica, desde que se logre caracterizar a liquidez e certeza do direito, materializada na inquestionabilidade de sua existência, na precisa definição de sua extensão e aptidão para ser exercido no momento da impetração. Assim, veja-se que o Remédio Constitucional in casu, é perfeitamente cabível ao fato ocorrido com o Paciente/Impetrante, visto que pela ilegalidade e pela falta de disposição expressa em lei, o que caracteriza in narrado total abuso de poder por parte do agente Público no exercício de atribuição do Poder Público (Impetrado – Governador do Estado X). Pois, nos termos do Art. 5º, inc. LXIX, da CF/88, é possível impetrar o remédio de mandado de segurança, para proteger direito líquido e certo. Portanto, conforme lição clássica do saudoso Profº Hely Lopes Meirelles, “direito líquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercido no momento da impetração’’. Portanto, conforme regra constitucional do Art. 5º, caput, da CF/88, in casu, deve ser mantida a base isonômica, de modo que, diferenciar o que não está previsto em nenhuma norma infraconstitucional, bem como não abordado pelo Constituinte, possui desde seu nascedouro, o que se denomina por Inconstitucionalidade formal, que fere a ideia constituída pelo Constituinte de Isonomia Constitucional. Neste sentido, é notória atitude desrespeitosa com a CF/88, pela ausência de Lei que regulamente o assunto, o que não leva ao Impetrado agir em desconformidade com a Lei, pois, a Informalidade não é princípio expresso da Administração Pública, e nem previsto encontra-se no caput, do Art. 37, da CF/88, pois, o que rege um Administrador Público, é a observância da Legalidade em Stricto Sensu, ou seja, apenas nos moldes da lei e conforme a lei determina que se agi. Por este prisma, regra jurisprudencial foi assentada pelo Pretório Excelso, conforme Verbete da S. nº 683/STF, in verbis: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. Do mesmo modo, é a Jurisprudência das nossas Cortes: ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. EXÉRCITO. INGRESSO NOS CURSOS DE FORMAÇÃO. IDADE MÁXIMA PARA O INGRESSO. SÚMULA 683 DO STF. LIMITE ETÁRIO. 1. A Suprema Corte já assentou que o limite etário para inscrição em concurso público somente se legitima se coerente com as atribuições do cargo que será exercido, conforme descrito na Súmula 683: "O limite etário para inscrição em concurso público somente se legitima se coerente com as atribuições do cargo que será exercido". (...) (TRF-4, AG 5035339-82.2020.4.04.0000, Rel. Desa. MARGA INGE BARTH TESSLER, 3ª Turma, Julgado em: 20/10/2020, Publicado em: 21/10/2020). Logo, faz jus o Paciente/Impetrante ao que se busca no presente Remédio, para salvaguardar-se de injusto coator futuro, caso venha ser aprovado no presente Concurso Público. https://modeloinicial.com.br/lei/129813/sumulas-stf/num-683 https://modeloinicial.com.br/lei/129813/sumula-683-stf/num-683 IV – DO PEDIDO LIMINAR: Liminarmente à segurança constitucional do presente fato narrado in fatos, deseja-se perante V. Exa., que seja determinado a alteração no que dispõe à respeito de idade que fere norma Constitucional e Jurisprudência já pacífica no ordenamento pátrio (fumus boni iuris), pois, o Direito não ampara atentado contra o que o Constituinte determinou como garantia constitucional e isonômica. Periculum in mora, necessidade iminente, pois, a prova será aplicada no dia 20 de setembro de 2020, pois, em cima. Assim, caso o Paciente venha passar no presente concurso, requer liminarmente de V. Exa., nos termos do Art. 9º, da Lei nº 12.016/09, que seja assegurado ao Paciente ora impetrante o direito de ser devidamente nomeado e empossado para o cargo público do Estado X. V – DOS PEDIDOS: Conforme Ex Positis, requer de V. Exa: a) seja concedida o deferimento da gratuidade de justiça; b) seja concedida liminarmente a segurança, com a expedição de ofício à autoridade coatora determinando que se suspenda o ato lesivo e cumpra as determinações legais nos moldes do art. 9.º da Lei 12.016/2009, assegurando ao paciente em caso de aprovação no concurso público, o direito de ser nomeado e empossado para o provimento em cargo público no Estado X; c) seja notificadaa autoridade coatora para, ora Governador do Estado X para prestar informações, no prazo de dez dias, na forma do art. 7.º, I, da Lei 12.016/2009; d) que, por obediência ao art. 7.º, II, da Lei 12.016/2009, se dê ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica à qual se vincula a autoridade coatora, ora o Estado X, para, querendo, prestar informações; e) a intimação do ilustre membro do Ministério Público; f) a concessão da segurança em caráter definitivo, para fins de invalidar o ato coator atacado, anulando a parte do edital que discrimine os candidatos por critério de idade; g) a condenação do impetrado ao ônus de sucumbência, nos termos da Lei. VI – DAS PROVAS: Provar-se-á por todos os meios de provas permitidos no Direito, nos termos do art. 369, do NCPC. Dar-se à causa o valor de: R$ 1.100,00 (mil e cem reais), para efeitos meramente fiscais. Termos em que, Pede-se o Deferimento. Local & Data. ADVOGADO OAB/UF nº...
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