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Fase inflamatória; Fase proliferativa; Fase de maturação; Cicatrização é o processo de controle da ferida com a criação de um novo tecido (tecido diferente do tecido original). Regeneração é a reconstrução do tecido normal. Fase Inflamatória: É a primeira fase e ocorre do ato da lesão até o 7º dia após o trauma. Seu marcante inicial é a hemostasia (vasoconstrições, agregamento plaquetário, etc). Os neutrófilos são as primeiras células a chegarem à ferida, responsáveis pela “limpeza local” através da fagocitose de tecidos desvitalizados, prevenindo infecções. Depois, os macrófagos (monócitos) iniciam a produção de citocinas, mediadores inflamatórios, que vão garantir o povoamento de outras células. As últimas células a chegarem são os linfócitos, responsáveis por diminuir o processo inflamatório vigente. Fase Proliferativa: É a segunda fase e ocorre do 4º dia da lesão até o 21º dia. Marcada pelo povoamento de fibroblastos e macrófagos, que vão garantir a granulação e epitelização da ferida, substituindo o tecido. Os macrófagos liberam TGF-Beta, mediador inflamatório muito importante, que orquestra toda a inflamação local. Neste momento, começa a ocorrer a angiogênese. Fase de Maturação: É a terceira fase e ocorre do 21º dia da lesão até 1 ano. Retração cicatricial (remodelamento), diminuindo o tamanho da cicatriz por miofibroblastos. As metaloproteinases serão responsáveis em transformar o colágeno tipo III e o tipo I, garantindo à ferida uma maior força tênsil. As causas de feridas crônicas podem ser infecção, desnutrição, déficit de vitaminas (A e C) e minerais (ferro e zinco), idade avançada, obesidade, hiperglicemia, tabagismo ou uso de corticoide. Estes fatores geram um prolongamento da fase inflamatória (primeira fase da cicatrização), gerando tecido de granulação e fibroso, pulando a etapa de maturação cicatricial e o fechamento da cicatriz. Feridas que não cicatrizam após 3 ou 4 meses podem ser consideradas crônicas. As principais feridas crônicas são infectadas, traumáticas, cirúrgicas, úlceras de pressão, úlceras de pé diabético, lesões isquêmicas e relacionadas a neoplasias. O tratamento de feridas crônicas é feito através do desbridamento da ferida, com a retirada de todo o tecido necrosado e tecido inflamatório, seguido de curativo adequado, com troca de curativo diária e limpeza, e cirurgia, se necessário, por inserção de retalhos e enxertos para o retorno da função estética e funcional da área. Cicatriz hipertrófica: Proliferação anormal de fibroblastos restrito à ferida e regride. Pode aparecer mais facilmente em incisões que contrariam as linhas de força da pele. Queloide: Proliferação anormal de fibroblastos além dos limites da ferida, é progressivo, tem fator genético (negros) e costuma ser comum na região do esterno, membros superiores e orelhas. São os mais graves. Pode surgir de qualquer agressão à pele e, às vezes, até mesmo sem um fator desencadeante. O tratamento da cicatriz hipertrófica e queloide não é muito efetivo, mas existem pomadas de silicone, corticoides tópicos na cicatriz ou excisão cirúrgica. A taxa de recidiva é muito grande, principalmente tratando-se de queloide. A terapia por pressão negativa (curativo a vácuo) é utilizada no tratamento de feridas complexas e crônicas. Acelera a cicatrização tecidual, aumentando o fluxo sanguíneo, diminui a resposta inflamatória, a quantidade de bactérias, mantém as bordas unidas e gera estímulos mecânicos para a atividade de fibroblastos. Não deve ser utilizado se houver exposição de órgãos, vasos sanguíneos, infecção ativa, tecido desvitalizado, neoplasia ou isquemia. O objetivo de uma sutura é garantir hemostasia, associado a uma melhor cicatrização com resultado estético e funcional muito melhor. Para isso, a ferida deve ser limpa, vascularizada, sem contaminação e não tem relação com o tempo (pode-se suturar feridas em até 48-72h, desde que respeitem esses fatores citados anteriormente). Fazer a exploração da ferida é um processo importante. Tipos de Fechamento: Primário: caracterizado pela sutura; Secundário: deixa a cicatriz fechar sozinha, por segunda intensão (fechamento de baixo para cima). Ocorre em feridas muito grandes, contaminadas e que não alcancem a necessidade para a sutura. Em caso de mordeduras, pacientes diabéticos, feridas complexas, grandes úlceras, etc. Terciário: a princípio não ocorre intervenção, mas posteriormente escolhe-se um método cirúrgico para auxiliar a cicatrização, como no grande queimado. Feridas complexas: são caracterizadas por feridas grandes, que colocam em risco a viabilidade de um membro ou do próprio paciente. Como grandes úlceras, grandes queimados, etc. Devem ser avaliados por especialistas, como cirurgião plástico. Mordeduras: feridas contaminadas. Deve-se realizar uma lavagem adequada com soro fisiológico e realizar o desbridamento de tecidos desvitalizados, pelo risco de infecção. NÃO SUTURAR, exceto se comprometimento estético importante! Em feridas pequenas e superficiais a Antibioticoterapia pode ser dispensada. Em lesões maiores, prescrever ATB: amoxicilina + ácido clavulânico ou Clindamicina + Ciprofloxacino ou Doxiciclina. Mordeduras por gatos são mais associadas à infecção, sendo indicado antibiótico. O agente mais associado às lesões de mordeduras é o Pasteurella sp. Profilaxias: vacina de raiva e tétano. Depende do estado da ferida, da origem do animal e da situação vacinal do paciente. São lesões cutâneas complexas decorrentes da isquemia da pele e dos tecidos adjacentes pelas proeminências ósseas. São também chamadas de úlceras de decúbito, que ocorrem em pacientes com limitação de movimentos (paraplégicos, tetraplégicos, acamados, com alteração do nível de consciência, intubados, sedados, etc). Quando a pressão ocorre por mais de 2 horas e é maior que 32 mmHg, é superior à pressão de perfusão dos capilares na pele, gerando, assim, processo de isquemia nas regiões de proeminência óssea: sacral, isquiática, trocantérica, calcânea, occipital, etc. São feridas graves e podem aumentar de tamanho. Fatores como desnutrição, idade avançada e umidade local agravam ainda mais o quadro. Grau 1: Eritema local, ferida superficial sem destruição da pele. (eritema fixo) Grau 2: Perda de pele parcial, pode se apresentar como bolha rota ou intacta repleta de soro. Aumento da ferida, destruição da pele mas preservando os tecidos adjacentes. Grau 3: A ferida já adentrou a epiderme, exposição de tecido gorduroso e outros anexos (fáscia, músculo, tendões, cartilagem ou osso). Grau 4: Destruição de todos os tecidos, inclusive visualizando a superfície óssea. Lesões graves e cônicas. O tecido muscular é o que mais sofre, pela ferida ser maior lá. Não categorizável: Quando há perda de pele total, porém não é possível caracterizar a presença de exposição de tecidos profundos pela presença de escara ou tecido desvitalizado. Suspeita de lesão de tecidos profundos: Coloração arroxeada ou amarronzada fixa com pele intacta ou bolha hemática. Tratamento da escara: Prevenção: Mudança de decúbito do paciente de 2 em 2 horas, para evitar o aparecimento da ferida. Desbridamento (grau 3-4): retirada de todo o tecido desvitalizado para garantir a cicatrização. ATB: somente para surgimento de celulite adjacente muito importante ou crescimento de bactérias em amostra de tecido isolado. NÃO É REGRA! Retalhos: fechamento das feridas. Para úlceras sacrais, retalhos miocutâneos em avanço V-Y do músculo glúteo são a primeira opção. Enxertos: são ineficazes!
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