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RESUMO DE SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL

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SANGRAMENTO UTERINO 
ANORMAL (SUA) 
 
O QUE É NORMALIDADE? 
• Existem mulheres que menstruam pouco e as que 
menstruam muito sangue → São padrões normais 
• Frequência: 24 a 38 dias (média de 28 dias) 
• Duração: 4,5 a 8 dias 
• Fluxo: 5 a 80 mL 
 
ANORMALIDADES DO CICLO 
Frequentes 
• Ciclos menores de 24 dias → menstruações frequentes 
o Não se usa mais o termo polimenorreia 
o Há o encurtamento da fase proliferativa (lembrar 
que a fase lútea é fixa, de 14 dias) 
▪ Geralmente, no início do climatério, com as 
mudanças fisiológicas. 
 
Infrequentes 
• Ciclos maiores de 38 dias 
o O termo oligomenorreia não é mais usado com 
frequência 
• Causas: 
o ANOVULAÇÃO → não há fase secretora, a paciente 
fica apenas na fase proliferativa 
 
Duração e Fluxo 
• Tempo de sangramento prolongado: > 8 dias 
o O termo hipermenorreia não é mais utilizado com 
frequência 
• Fluxo intenso: > 80 mL 
o O termo menorragia não é mais utilizado com 
frequência 
• Principais causas: 
o No período neonatal: privação de estrogênio 
materno 
▪ Há a passagem de estrogênio via transplacentária 
para o feto, então há uma proliferação 
endometrial e, após o nascimento e a parada de 
passagem de estrogênio, há a descamação e um 
leve sangramento autolimitado 
o Na infância: corpo estranho, infecções, trauma 
puberdade precoce, abuso sexual, sarcoma botrioide 
(massa em “cacho de uva”), tumor ovariano 
produtor de hormônios, etc. 
o Na adolescência: imaturidade do eixo hipotálamo-
hipófise-ovário ou discrasia sanguínea, vulvovaginite 
o Na Menacme: sangramentos da gestação e o SUD 
por Anovulação são as principais causas. 
▪ A Anovulação é especialmente comum em 
meninas próximas à menacme e mulheres na 
perimenopausa, quando os ciclos anovulatórios 
são muito comuns. Além da SOP, como outra 
grande causa de Anovulação 
o Outras causas importantes na menacme: 
▪ Doenças sistêmicas, como hipotireoidismo e 
hiperprolactinemia; desordens hematológicas; 
uso de anticoncepcionais, alterações estruturais 
benignas (miomas, pólipos, adenomiose, etc) e 
malignas (CA de endométrio, cervical) 
o Na pós-menopausa: 
▪ ATROFIA ENDOMETRIAL é a causa mais comum, 
além da TRH em mulheres que usam hormônio 
▪ Outra causa: CA de endométrio 
o Anatômicas → alteração estrutural do útero que 
provoca sangramento excessivo 
▪ MIOMA é o principal 
▪ Pólipos endometriais 
▪ Adenomiose: infiltração de células endometriais 
no meio do miométrio. 
▪ DIU de cobre 
o Outras causas: 
▪ Anovulação: como a SOP 
• A pessoa passa muito tempo sem menstruar, 
porém quando menstrua é de grande 
quantidade → Apenas fase proliferativa, não 
há progesterona para ovular. Devido a grande 
proliferação acumulada, ela menstrua 
excessivamente 
▪ Coagulopatia 
• Principalmente em adolescente → 
Descobrimos uma discrasia sanguínea (como 
von willer brand) nas primeiras 
menstruações. 
• Porém a maioria dos sangramentos em 
adolescente não é devido a coagulopatia 
▪ Malignidade 
 
• Tempo de sangramento curto: < 4,5 dias 
• Fluxo leve: < 5 mL 
• Principais causas: 
o Uso de ACO → PRINCIPAL 
• Menorragia: 
o Intervalos regulares, com duração prolongada e 
fluxo excessivo 
• Hipermenorreia: 
o Intervalos regulares com duração normal e fluxo 
excessivo 
• Metrorragia: 
o Intervalos regulares, com duração prolongada e 
fluxo normal 
• Menometrorragia: 
o Intervalos irregulares, com duração prolongada e 
fluxo excessivo 
• Oligomenorreia: 
o Intervalos infrequentes ou irregulares de duração 
variável, fluxo excasso 
Amenorreia 
• Ausência de menstruação 
• No mínimo por 3 ciclos consecutivos OU 6 meses sem 
menstruar 
• Principal causa: GESTAÇÃO 
 
Spotting 
• Sangramento de escape intermenstrual 
• Causado por ACO de baixa dosagem 
o A baixa dose de estrogênio não prolifera 
adequadamente o endométrio 
• É um sangramento escuro em pequena quantidade 
• Tranquilizar a mulher, não quer dizer ineficácia do 
método. É normal. 
o Se repetir durante muito tempo, aumentar a dose do 
ACO 
 
#Importante 
• Sangramento pós-menopausa: 
o PRINCIPAL CAUSA: ATROFIA 
o Descartar sempre CA de endométrio 
▪ USG TV: 
• > 4-5 mm em mulher que não está em uso de 
TRH 
• > 8 mm em usuárias de TRH 
▪ Se presença de alguma das 2 situações acima, 
indicar histeroscopia com biópsia dirigida. 
▪ Se forte suspeita de CA de endométrio, a 
histeroscopia pode ser indicada, sem 
necessidade de USG TV 
 
Sinusorragia 
• É o sangramento pós-relação sexual 
• Principal causa: ECTOPIA 
o Células que deveriam estar dentro do canal 
endocervical, saem. Forma um epitélio friável que 
sangra com o contato com o pênis. Ocorre devido a 
exposição ao estrogênio, como ACO. 
o É BENIGNO 
• SEMPRE descartar CA de colo uterino 
 
 
 
 
SANGRAMENTO UTERINO DISFUNCIONAL (SUD) 
• É um sangramento anormal caudado por uma ação 
hormonal no endométrio 
• A causa é de natureza hormonal 
• PRINCIPAL CAUSA: ANOVULAÇÃO 
o Há um estímulo constante de estrogênio sem 
contraposição da progesterona. 
o Causas fisiológicas 
o Causas patológicas: SOP 
• Diagnóstico de exclusão, caso não seja encontrada 
nenhuma causa orgânica para o sangramento 
o Se houver uma causa orgânica (Ex: Mioma), não 
podemos chamar de SUD, mas sim de SUA (nem todo 
SUA é SUD) 
 
Causas fisiológicas: extremos da vida reprodutiva 
• Puberdade → GnRH → Pulsos de FSH e LH durante o 
sono → Produção de estrogênio (não é o suficiente para 
atingir um pico de estradiol e provocar o pico de LH) → 
Não ovula 
• É normal que as primeiras menstruações sejam 
anovulatórios → Eixo IMATURO 
o É normal, posteriormente, passar grandes períodos 
sem menstruar → Grande período de proliferação 
endometrial → Menstruação com sangramento 
intenso 
• Puberdade: 
o Menstruações infrequentes com ou sem 
sangramentos intensos 
o TRATAMENTO: 
▪ Orientações: tranquilizar a paciente 
▪ Se relevância clínica → ACO 
▪ Indicação de investigação: 
• Apenas 2 anos após a menarca se mantiver o 
padrão de sangramentos intensos. 
#Pegadinha 
• Meninas que chegam no PS devido um sangramento 
muito intenso, pálida, hipotensa, taquicárdica. Aborto? 
Porém o beta-hCG negativo. Coagulopatia? 
• Principal causa de sangramento anormal em 
adolescente: ANOVULAÇÃO 
o Pode causar choque 
• Tratamento: hidratação vigorosa 
• 20% são causados por discrasia sanguínea. 
 
Climatério 
• Primeira fase: Encurtamento do ciclo menstrual 
o Devido à queda de Inibina, que leva ao aumento de 
FSH e de estradiol. O pico de FSH e estradiol ocorre 
* mais cedo, encurtando a fase proliferativa. 
o Causa menstruações frequentes 
• Segunda fase: esgotamento dos folículos ovarianos 
o Não há produção de estradiol devido a falta de 
folículos ovarianos 
o Sem o pico de estradiol no final da fase proliferativa, 
não há pico de LH e, consequentemente, não há 
ovulação 
o Ocorre menstruações infrequentes com ou sem 
fluxo intenso 
o Semelhante a puberdade 
 
Causa patológica 
• SOP: 
o Critérios de Rotterdam 
 
Tratamento do sangramento uterino 
• Causas estruturais 
o DIU de cobre? Trocar método 
o Miomatose? Tratar o mioma 
• Causas não estruturais: 
o Causas disfuncionais: 
▪ Progesterona de 2º fase (Ex: acetato de 
medroxiprogesterona), tomar 14 dias após a 
menstruação, por 14 dias até a próxima 
menstruação. 
▪ ACO: mais prático 
▪ Análogo de GnRH → Bloqueia totalmente o eixo 
→ Não é muito utilizado na prática devido aos 
efeitos adversos. 
▪ DIU com levonorgestrel 
• A progesterona liberada dentro do útero 
impede a mulher de menstruar 
• Ótimo método 
▪ AINEs: TRATAMENTO AGUDO do sangramento 
• Inibe a Ciclooxigenase → inibição do 
Tromboxano e Prostaglandinas. 
 
#Importante 
• TRATAMENTO: 
o Ácido tranexâmico, 2 cps de 250 mg de 6/6h por até 
4 dias ou se parar de sangrar (antifibrinolítico) → 
QUADRO AGUDO 
▪ Droga de alta eficácia para interromper o 
sangramento na fase aguda. 
 
SEMPRE DESCARTAR GESTAÇÃO. 
 
 
 
INVESTIGAÇÃO DO SUA 
• Fluxo ou duração aumentados e ciclos regulares? 
o AfastarSUD e Anovulação como causas prováveis 
• Sinais e sintomas associados, como a dismenorreia ou 
histórico de sangramentos gengivais/nasais, podem 
sugerir causas estruturais e hematológicas, 
respectivamente 
• Atenção ao uso de ACO e gravidez 
 
Na infância 
• Identificar se o sangramento é ginecológico isolado ou 
se está acompanhado de outros sinais de puberdade 
precoce 
o Sangramento ginecológico isolado: 
▪ Investigar causas infecciosas, abuso sexual ou 
corpos estranhos 
o Puberdade precoce: 
▪ Investigar desordens hormonais → pode ser 
causada por um tumor de ovário, por exemplo. 
 
Exames complementares 
• Beta-HCH, TSH e prolactina são considerados exames 
de rotina na investigação 
• Hemograma: 
o Importante para diagnóstico de possível anemia 
(avalia a gravidade do sangramento) 
o Checar plaquetopenia 
• Ultrassonografia transvaginal (USG-TV) 
o Quase sempre o primeiro exame de imagem a ser 
solicitado 
o Capaz de diagnosticar (ou sugerir) a maioria das 
causas estruturais, como miomas, pólipos, CA de 
endométrio (espessamento), etc 
• Histeroscopia: 
o Importantíssima para diagnóstico e tratamento de 
diversas causas, como pólipos e espessamentos 
endometriais 
 
TRATAMENTO 
• Tratamento da causa base 
o Pode ser desde o uso de ACO na SOP até a 
quimioterapia/radioterapia no CA de colo intensivo 
• Nem sempre o tratamento da causa é 100% eficaz, 
restando o controle do sintoma que, muitas vezes, é um 
sangramento moderado/intenso 
o O sangramento pode causar anemia ou até mesmo 
instabilidade hemodinâmica 
• Controle sintomático: 
o Não-hormonais: AINE’s e ácido tranexâmico 
(antifibrinolítico); 
o Hormonais: ACO, progestágenos cíclicos, DIU 
hormonal (Mirena) e, nos casos graves, estrogênio 
conjugado em altas doses 
• Casos refratários e graves: 
o Opção de procedimentos invasivos: ablação 
endometrial, curetagem e até a histerectomia 
 
NA PRÁTICA 
Sangramento de baixa a moderada quantidade 
• AINE 3 a 5 dias geralmente é suficiente 
o Qualquer AINE pode ser utilizado 
o Geralmente é prescrito ibuprofeno ou diclofenaco 
pela facilidade de acesso e baixo custo 
o Ácido mefenâmico (Ponstan) é muito utilizado pelos 
ginecologistas 
 
Sangramentos recorrentes 
• Anticoncepcional hormonal combinado 
o AINE frequente pode levar a complicações gástricas 
e renais 
 
Sangramento uterino de forte intensidade 
• Ácido tranexâmico IV 2 a 3 g/dia VO (casos graves pode 
fazer EV): PRINCIPAL DROGA, facilmente presente nas 
emergências 
• Estrogênios Equinos Conjugados (EEC) 1,25 mg, VO, de 
6/6h por 3 semanas + acetado de medroxiprogesterona 
nos últimos 10 dias de tratamento 
 
LEIOMIOMA UTERINO 
• São tumores benignos monoclonais do músculo liso 
(miométrio) 
• São as neoplasias mais comuns nas mulheres, atingindo 
cerca de 1/3 da população feminina 
• ASSINTOMÁTICOS na maioria das vezes (são 
diagnosticados como “incidentalomas”) em exames de 
imagens 
• PRINCIPAL CAUSA DE HISTERECTOMIA NO BRASIL 
• CLASSIFICAÇÃO de acordo com a localização: 
o Subseroso 
o Intramural 
o Submucoso 
• Sua localização modifica a sintomatologia e alguns 
métodos terapêuticos 
 
 
 
 
 
 
 
 
FATORES DE RISCO E DE PROTEÇÃO 
• Mulheres na menacme, com pico entre a 3ª e 5ª 
década) (devido serem tumores estrogênio-
dependentes) 
• São relacionados a diversas causas de “sobrecarga de 
estrogênio”, como a menarca precoce e nuliparidade 
Fatores de Risco Fatores protetores 
História familiar Uso de ACO 
Raça negra Tabagismo 
Menarca precoce e 
nuliparidade 
Primiparidade precoce 
Hipertensão arterial 
Uso de álcool 
Obesidade 
OBS: o estrogênio e a progesterona estimulam o 
crescimento dos leiomiomas uterinos. Apesar da redução 
do sangramento vaginal pela progesterona, isso é apenas 
um controle sintomático → não há redução em volume do 
Leiomioma 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• ASSINTOMÁTICOS na maioria das vezes 
• Principais sintomas: 
o Alterações no sangramento menstrual (aumento do 
fluxo e duração) 
o Dismenorreia (dor antes e durante a menstruação) 
• Leiomiomas intramurais ou submucosos: 
o Podem causar infertilidade 
o Aumento do volume abdominal e compressão de 
órgãos adjacentes, como bexiga e ureteres → a 
depender do tamanho do leiomioma 
 
OBS: o sangramento uterino anormal e infertilidade são 
duas manifestações relacionadas aos miomas submucosos 
(ou ao menos com componente submucoso) 
Mioma subseroso NÃO causa infertilidade ou sangramento 
 
COMPLICAÇÕES 
Degenerações 
• São alterações histológicas que os miomas podem 
sofrer, modificando muitas vezes sua história clínica 
• Degeneração hialina: é a MAIS COMUM 
• Degeneração rubra: MAIS COMUM NA GESTAÇÃO 
• Degeneração sarcomatosa (transformação em 
neoplasia maligna, leiomiossarcoma): MAIS GRAVE, 
ocorrendo em 0,5% dos casos e, normalmente, no pós-
menopausa 
Mioma parido 
• São pediculados, podem se originar das camadas 
submucosa ou subserosa 
• Os submucosos com crescimento exagerado do 
pedículo podem ser expelidos pelo canal cervical, sendo 
então chamados de miomas paridos 
 
DIAGNÓSTICO 
• 1º exame: USG-TV 
o Achado: nódulo hipoecoico (imagem abaixo) 
• A RM é o melhor exame para avaliação da localização 
exata do tumor 
 
CONDUTA 
• Pode ser conservadora, medicamentosa ou cirúrgica 
o Depende de: 
▪ Manifestações clínicas (existem? São graves?) 
▪ Idade da paciente (está próxima à menopausa?) 
▪ Desejo reprodutivo 
▪ Risco cirúrgico 
▪ Vontade da mulher 
 
Conduta conservadora 
• Indicação: 
o PACIENTES ASSINTOMÁTICAS OU; 
o Tumores pequenos leves, ou moderadamente 
sintomáticos em mulheres na perimenopausa 
• Essas indicações se justificam porque os miomas 
costumam reduzir demais com a diminuição drástica 
dos níveis de estrogênio após a menopausa 
 
Tratamento medicamentoso 
• Principal objetivo: 
o ALÍVIO DOS SINTOMAS em mulheres que não podem 
ou não desejam ser submetidas a procedimentos 
cirúrgicos 
• Utilizados em mulheres sintomáticas na 
perimenopausa ou para reduzir o tamanho tumoral e o 
sangramento no pré-operatório 
• Geralmente é um caso de mulheres com sangramento 
importante e com anemia, estando indicado o uso de 
medicamentos antes da cirurgia 
• Medicamentos que reduzem os miomas: 
o Danazol, gestrinoma 
▪ Efeito antiestrogênico e androgênico 
▪ Principais efeitos adversos é o androginismo 
(acne, hirsutismo, etc) 
o Análogos de GnRH 
▪ São os mais efetivos (normalmente usados no 
pré-op) 
▪ Agem dessensibilizando os receptores de GnRH 
na hipófise, após uma fase inicial de 
hiperestímulo (conhecida como flare-up) 
▪ Inicialmente eles aumentam a produção de FSH e 
LH pela hipófise, consequentemente elevando a 
produção de estrogênio pelos ovários, mas 
rapidamente há uma dessensibilização, causando 
o que chamamos de menopausa farmacológica, 
com queda brusca nos níveis de estrogênio 
▪ Principais efeitos adversos: fogachos, redução 
da massa óssea, atrofia epitelial 
o Antagonistas de GnRH 
▪ Drogas mais recentes e que possuem como 
vantagem uma ação mais rápida e sem o efeito 
flare-up, gerando, desde o princípio, a 
menopausa farmacológica 
▪ Principais efeitos adversos: fogachos, redução 
da massa óssea, atrofia epitelial 
 
 
Tratamento cirúrgico 
• Indicações: 
o Mulheres com boas condições cirúrgicas e sintomas 
moderados/intensos, especialmente quando não 
estão na perimenopausa 
• Qual procedimento indicar: 
o Deseja engravidar + mioma submucoso + 
sangramento intenso = miomectomia histeroscópica 
(MAIS COBRADA) 
o Deseja engravidar + mioma subseroso = 
Miomectomia laparoscópica 
o Múltiplos miomas não pediculados + sem desejo de 
engravidar ou risco cirúrgico positivo, ou que deseja 
preservar o útero = embolização de artéria uterina 
o Prole constituída + sintomas importantes = 
histerectomia via vaginal – se útero < 300 cm3 -, ou 
abdominal em tumores maiores 
 
ADENOMIOSE 
• Consiste na presença de tecido endometrial no 
miométrio, sendo considerado uma “endometriose do 
miométrio” 
 
QUADRO CLÍNICO• Dismenorreia grave e progressiva 
• Pode causar SUA e até infertilidade 
 
DIAGNÓSTICO 
• Clinicamente pode ser confundido com um mioma ou 
até mesmo pólipo 
• Exames de imagem são fundamentais para o 
diagnóstico 
• USG-TV: 
o Mostra imagens hipoecoicas heterogênias no 
miométrio 
• RM: 
o Melhor exame não invasivo 
o Evidencia a zona juncional mioendometrial 
(transição entre as camadas) irregular, com 
espessura aumentada (> 12 mm) 
 
• Diagnóstico definitivo: HISTOPATOLÓGICO 
 
TRATAMENTO 
• Mesmos medicamentos usados nos leiomiomas 
o Também é uma doença estrogênio-dependente 
• PRINCIPAL MÉTODO TERAPÊUTICO 
o HISTERECTOMIA, o que é facilidade pelo fato de a 
doença atingir mulheres > 40 anos, normalmente 
sem desejo reprodutivo 
 
PÓLIPO ENDOMETRIAL 
• São lesões em relevo na cavidade endometrial 
 
QUADRO CLÍNICO 
• Sangramento uterino anormal 
• Aumento de fluxo/duração da menstruação 
• Raramente: infertilidade e dismenorreia 
 
DIAGNÓSTICO 
• USG-TV 
• Diagnóstico definitivo: HISTOPATOLÓGICO APÓS SUA 
RETIRADA 
 
 
 
TRATAMENTO 
• Quase sempre HISTEROSCÓPICO, com visualização 
direta e POLIPECTOMIA 
 
 
ENDOMETRIOSE 
• Consiste na presença de tecido endometrial fora do 
útero 
• Atinge 5 a 10% das mulheres em idade fértil (a minoria 
é sintomática) 
• Principais locais (em ordem decrescente): 
o Ovários 
o Ligamentos uterossacros 
o Fundo de caso posterior 
• Pode atingir praticamente todos os órgaõs, inclusive 
olhos, SNC e intestino (principal localização 
extrapélvica) 
 
PATOGÊNESE 
• Não é totalmente compreendido, existem várias teorias. 
• Refluxo menstrual: TEORIA DE SAMPSON 
o Menstruação retrógada, atingindo a cavidade 
peritoneal) 
o Foi observado que 90% das mulheres apresentam 
líquido livre na pelve em época menstrual, 
sugerindo, assim, que certo grau de refluxo tubário 
ocorra 
o Células endometriais, então, se implantarão no 
peritônio e nos demais órgãos pélvicos, dessa forma, 
iniciando a doença 
o Como somente 10% das mulheres apresentam 
endometriose, os implantes ocorreriam pela 
influência de um ambiente hormonal favorável e de 
fatores imunológicos que não eliminariam essas 
células desse local impróprio 
• Metaplasia celômica: 
o Lesões de endometriose poderiam se originar 
diretamente de tecidos normais mediante um 
processo de diferenciação metaplásica 
• Deficiência imunológica 
• Teoria genética: 
o Predisposição genética ou alterações epigenéticas 
associadas a modificações no ambiente peritoneal 
(fatores inflamatórios, imunológicos, hormonais, 
estresse oxidativo) poderiam iniciar a doença nas 
suas diversas formas 
• Iatrogenia 
o Procedimentos que levariam o tecido endometrial a 
locais inapropriados. 
 
FATORES DE RISCO 
• Alguns fatores de risco reforçam a teoria do refluxo 
menstrual por estarem associados a uma maior 
quantidade de: 
o Perda sanguínea → Fluxo menstrual aumentado, 
com duração maior e menstruações com intervalo 
mais curto 
o Obstrução de saída teoricamente aumentariam o 
refluxo menstrual, o que é coerente com a principal 
teoria da patogênese da endometriose 
• Outros fatores: 
o História familiar 
o Raça asiática e branca 
o Menarca precoce/nuliparidade 
o IMC baixo 
o Consumo elevado de álcool e café 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Tríade: 
o Dismenorreia progressiva 
o Dispareunia (principalmente de profundidade) 
o Infertilidade 
• Pode causar dor pélvica crônica 
• É comum nas mulheres jovens, entre 25 e 40 anos 
DIAGNÓSTICO 
• Diagnóstico definivo: ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA dos 
focos endometriais 
• USG (preparo intestinal melhora a visualização) 
• Ressonância magnética: 
o Melhor exame não invasivo 
• Laparoscopia: 
o Padrão-ouro 
o Capaz de fechar o diagnóstico e é fundamental 
também no tratamento da doença 
• Exame físico: 
o Nódulos em fundo de caso e ligamentos 
uterossacros palpáveis 
• CA-125: 
o É um marcador tumoral, que se eleva na maioria dos 
casos de endometriose moderada/grave 
o Possui uma alta sensibilidade nesse contexto 
o Especificidade baixa (diversas doenças podem 
elevá-lo) 
o São úteis basicamente para seguimento após o 
tratamento, exatamente como ocorre com 
marcadores tumorais em vários tipos de câncer 
 
CONDUTA 
• É variável, sem protocolos absolutos 
 
Não desejam engravidar E a doença é leve/moderada 
• ACO contínuos (mais usados) 
• DIU (levonorgestrel) 
• Progestágenos cíclicos 
• Danazol 
• Gestrinona 
• GnRH 
• AINEs 
• Nestes casos, o objetivo é controlar os sintomas (que 
são leves) e, na maioria das vezes, os anticoncepcionais 
(contínuos, sem interrupção cíclica) são suficientes 
• Lembrar que é uma doença estrogênio-dependente 
 
Desejam engravidar OU a doença é moderada/grave 
• TRATAMENTO CIRÚRGICO 
o Especialmente com a laparoscopia e exérese de 
todos os focos endometriais 
• Atualmente, a maioria dos autores recomenda 
tratamento medicamentoso por 6 meses após a 
laparoscopia e um segundo procedimento (second look) 
nos casos refratários (permanece dor e/ou infertilidade) 
• A presença de endometriomas (cisto ovariano causado 
pela endometriose) impõe o tratamento cirúrgico com 
cistectomia, especialmente se houver infertilidade, já 
que os medicamentos possuem efeitos limitados sobre 
eles 
o Endometriomas pequenos em pacientes com pouco 
sintomas não é necessário a cistectomia 
 
Infertilidade 
• Endometriose mínima/leve → Laparoscopia 
• Endometriose grave → FIV 
OBS: pacientes com infertilidade e sem sintomas álgicos ou 
endometriose moderada/grave nos exames de imagem só 
devem ser submetidas ao tratamento cirúrgico após 
investigação e exclusão de todas as outras possíveis causas 
de infertilidade 
IMPORTANTE: a endometriose ovariana possui um risco de 
aproximadamente 2,5% de transformação maligna, sendo o 
carcinoma de células claras e o endometrioide os tipos 
histológicos mais comuns 
 
Prescrição de TRH em pacientes com antecedente pessoal 
de endometriose 
• Estrogênio + progesterona → Mesmo que seja 
histerectomizada 
o A estrogenioterapia isolada é capaz de ativar focos 
antigos de endometriose fazendo retornar a 
sintomatologia álgica 
 
MIOMATOSE: SUA, 
ADENOMIOSE: SUA + DISMENORREIA 
ENDOMETRIOSE: DISMENORREIA + 
DISPAREUNIA + INFERTILIDADE

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