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Sistema Esquelético DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA ESQUELÉTICO -Origem: células mesodérmicas e crista neural -À medida que a notocorda e o tubo neural se formam, o mesoderma intra – embrionário, lateral a essas estruturas, se espessa para formar duas colunas de mesoderma paraxial -No final da 3ª semana, essas colunas se segmentam em blocos de mesoderma → Somitos -Cada somito se diferencia em duas partes: *Esclerótomo: parte ventromedial • Forma as vértebras e as costelas *Dermomiótomo: parte dorsolateral • Dermátomo = forma a derma • Miótomo = forma mioblastos (células musculares) HISTOGÊNESE DA CARTILAGEM -Surge a partir do mesênquima durante a 5ª semana -Condensação para formar centros de formação de cartilagem -Diferenciação em condroblastos → Secretam fibrilas colágenas e substância fundamental amorfa da matriz (fibras colágenas ou elásticas) Obs. Cartilagem hialina → ex. Articulações Fibrocartilagem → ex. Discos intervertebrais Cartilagem elástica → ex. Pavilhão auricular HISTOGÊNESE DO OSSO -Surge a partir do mesênquima e das cartilagens Ossificação Intramembranosa -O mesênquima se constitui em uma bainha membranosa; depois, ele se condensa e se torna altamente vascular -Algumas células se diferenciam em osteoblastos -Começam a depositar matriz → tecido osteoide -O fosfato de cálcio é depositado no tecido osteoide para sua organização em osso e osteoblastos viram osteócitos -Algumas células se diferenciam em osteoclastos (função de reabsorção óssea) -No interstício desse osso esponjoso, o mesênquima vascularizado se diferencia em medula óssea Ossificação Endocondral -Ocorre em modelos de cartilagens pré – existentes -Ossos longos: diáfise (corpo do osso) = centro primário de ossificação -Condroblastos hipertrofiam, a matriz se torna calcificada e as células morrem → O pericôndrio (camada em torno da diáfise) vira o periósteo -O tecido conjuntivo vascular invasor se diferencia em medula óssea -Outras células invasoras se diferenciam em osteoblastos → depositam matriz óssea em direção às epífises (extremidades do osso) Obs. O crescimento longitudinal dos ossos longos ocorre na junção diáfise – epífise = placas cartilaginosas epifisárias (placas de crescimento) -A ossificação dos ossos dos membros começa no final do período embrionário; daí em diante necessita de suprimento materno de cálcio e fósforo Ana Luiza Basso – ATM 2026/B -Ao nascimento, as diáfises estão bastante ossificadas, mas a maior parte das extremidades (epífises) são ainda cartilaginosas -Os centros secundários de ossificação aparecem nas epífises no período pós – natal -Na maioria dos casos, as epífises se fundem com a diáfise em torno dos 20 anos de idade -A organização interna do osso e seu crescimento em diâmetro continua por toda a vida (balanço osteoblastos X osteoclastos) DESENVOLVIMENTO DO ESQUELETO AXIAL -Crânio, coluna vertebral, costelas e esterno DESENVOLVIMENTO DA COLUNA VERTEBRAL -Derivada dos esclerótomos dos somitos -Células mesenquimais ao redor da notocorda e envolvendo o tubo neural -A notocorda degenera e desaparece onde é rodeada pelos corpos vertebrais em desenvolvimento -Entre as vértebras a notocorda forma o Núcleo Pulposo, que faz parte do disco intervertebral -As artérias intersegmentares cruzam os corpos das vértebras; os nervos espinhais ficam entre as vértebras -Alterações clínicas: *Cordoma: -Remanescentes da notocorda -1/3 dos tumores malignos, de crescimento lento, ocorre na base do crânio e se esntende para a nasofaringe. Eles infiltram os ossos e são difíceis de serem removidos -Poucos pacientes sobrevivem mais que 5 anos -Podem ocorrer também na região lombossacral *Variação no número de vértebras e costelas: evento raro -7 cervicais + 12 torácicas + 5 lombares + 5 sacrais -Frequentemente, uma vértebra extra ou ausente em um segmento pode ser compensada no segmento adjacente DESENVOLVIMENTO DAS COSTELAS -Derivam dos processos costais mesenquimais das vértebras torácicas -7 pares (1 ao 7): costelas verdadeiras: se prendem ao esterno através de suas próprias cartilagens -5 pares (8 ao 12): costelas falsas: unem – se ao esterno através da cartilagem de outra costela ou não se unem ao esterno (pares 11 e 12 – costelas flutuantes) DESENVOLVIMENTO DO ESTERNO -Um par de faixas mesenquimais verticais – as barras esternais – se desenvolve ventrolateralmente na parede do corpo -A formação da cartilagem nessas barras ocorre à medida que elas se deslocam medialmente -Centros de ossificação aparecem craniocaudalmente antes do nascimento, exceto no processo xifoide, que aparece durante a infância -Alteração clínica: *Ausência das clavículas (permite a aproximação dos dois ombros) Ana Luiza Basso – ATM 2026/B DESENVOLVIMENTO DO CRÂNIO -A partir do mesênquima, ao redor do encéfalo em desenvolvimento ➔ Neurocrânio: caixa protetora para o encéfalo ➔ Viscerocrânio: esqueleto da face (derivados do esqueleto cartilaginoso dos dois primeiros pares de arcos faríngeos) -As duas partes do crânio passam pelas formas cartilaginosas e membranosas (ossificação) -Os ossos da calvária (abóbada craniana) estão separadas por articulações fibrosas → Suturas -Fontanelas: 6 áreas fibrosas onde as suturas se encontram; permitem a modelagem do crânio Crânio do RN -Após se recuperar da modelagem, o crânio é arredondado e seus ossos delgados -Grande em relação ao resto do esqueleto, e a face relativamente pequena em relação à calvária -A pequena região facial do crânio resulta do pequeno tamanho da mandíbula, da ausência virtual dos seios paranasais e do pequeno desenvolvimento dos ossos faciais ao nascimento Crescimento pós – natal do crânio -Ocorre um maior aumento da calvária durante os dois primeiros anos, coincidente com o período de crescimento pós – natal mais rápido do cérebro Alterações clínicas do Esqueleto Axial: *Síndrome de Klippel – Feil: -Pescoço curto, linha de implantação de cabelo baixa e movimentação restrita do pescoço -Na maioria dos casos há reduzido número de vértebras cervicais -Vida normal, porém é frequente a ocorrência simultânea a outras anomalias congênitas *Espinha Bífida: -Falha na fusão das metades do arco vertebral -80% casos são “abertas” e revestidas por uma membrana; são visíveis ao nascimento -Espinha Bífida Oculta: defeito comum e, na maioria das vezes, assintomática -Comumente observada em radiografias; em alguns casos pode gerar uma depressão na pele ou um tufo capilar *Costelas Acessórias e Hemivértebra: -Costelas cervicais acessórias podem gerar sintomatologia neurovascular -Hemivértebra gera defeitos escolióticos *Raquisquise e Acrania: -“Coluna vertebral fendida” -Defeitos neurais e vertebrais no esqueleto axial -Origem gênica/teratogênica *Craniossinostose: -Fechamento prematuro das suturas cranianas -Mais comum no sexo masculino -Diversas síndromes relacionadas / genes Hox -Anormalidades do formato do crânio: dolicocefalia, braquiocefalia, plagiocefalia, trigonocefalia DESENVOLVIMENTO DO ESQUELETO APENDICULAR -Cinturas peitoral e pélvica + membros superior e inferior -Ossos mesenquimais se formam durante a 5ª semana -Moldes ósseos de cartilagem hialina -Modelos da cintura peitoral e membros superiores aparecem um pouco antes da cintura pélvica e membros inferiores, em uma sequência proximal → distal -Regulação por genes Homeobox (Hox) -A ossificação começa nos ossos longos na 8ª semana; clavículas são os primeiros ossos a se ossificar, seguidas dos fêmures -Malformações esqueléticas (Osteocondroplasias) *Acondroplasia: -É a causa mais comum de nanismo; é autossômica recessiva Ana Luiza Basso – ATM 2026/B *Displasia Tanatofórica: -Tipo mais comum dedisplasia esquelética letal; mutações no FGFR3 ESTÁGIOS INICIAIS DO DESENVOLVIMENTO DOS MEMBROS -Origem: mesoderma lateral -Os brotos dos membros aparecem inicialmente como elevações das paredes ventrolaterais do corpo no final da 4ª semana -Cada broto consiste em mesênquima coberto por uma espessa camada de ectoderma -Genes Homeobox (Hox) regulam a padronização do desenvolvimento dos membros -Os brotos dos membros superiores são visíveis no 26º ou 27º dia, e os membros inferiores aparecem um ou dois dias mais tarde -Os brotos superiores se desenvolvem no nível dos segmentos cervicais caudais, e os brotos inferiores, no nível dos segmentos sacrais superiores -No ápice de cada broto do membro, o ectoderma se espessa para formar uma crista ectodérmica apical (CEA) -A CEA é uma estrutura ectodérmica estratificada que induz o mesênquima subjacente para crescer e desenvolver os membros num eixo proximal → distal -Células mesenquimais se agregam na margem posterior do membro para formar a zona de atividade de polarização (ZAP) -A extremidade distal dos brotos dos membros, semelhante a nadadeira, se achata originando as placas das mãos e dos pés, em forma de remo -No final da 6ª semana, o tecido mesenquimal nas placas das mãos se condensa para formar os raios digitais -Durante a 7ª semana, condensações mesenquimais semelhantes formam raios digitais e brotos dos artelhos nas placas dos pés -Na extremidade de cada raio digital, uma parte da crista ectodérmica apical induz o desenvolvimento do mesênquima para a formação dos primórdios mesenquimais dos ossos (falanges) nos dedos -Cedo, as regiões de mesênquima (interpostas) se desfazem formando entalhes entre os raios digitais -Á medida que a destruição do tecido progride, ocorre separação dos raios e os dedos são formados no final da 8ª semana -A apoptose é responsável pela rotura tissular nas regiões interdigitais, e é provavelmente mediada por proteínas morfogenéticas ósseas (BMP) que, quando bloqueadas, pode acarretar Sindactilia (junção o fusão dos artelhos) ESTÁGIOS FINAIS DO DESENVOLVIMENTO DOS MEMBROS -À medida que os membros crescem, os moldes cartilaginosos dos ossos são formados por agregados celulares Ana Luiza Basso – ATM 2026/B -No final da 6ª semana, todo o esqueleto do membro é cartilaginoso -A osteogênese dos ossos longos se inicia na 7ª semana -Os centros primários de ossificação estão presentes em todos os ossos longos na 12ª semana -Á medida que os ossos longos se formam, os mioblastos se agregam e formam uma grande massa muscular em cada broto do membro. Geralmente, essa massa celular se separa em componentes dorsal (extensor) e ventral (flexor) -Na 7ª semana, os membros superiores e inferiores rodam em direções opostas: ➔ Membros Superiores= rodam 90º lateralmente; os cotovelos passam a apontar para a região caudal ➔ Membros Inferiores= rodam 90º medialmente; os joelhos passam a apontar para a região cranial INERVAÇÃO CUTÂNEA DOS MEMBROS -Axônios: • Motores: originados da medula espinhal, alcançam os brotos dos membros durante a 5ª semana e crescem em direção às massas musculares dorsal e ventral • Sensitivos: usam os axônios motores como guia -Durante a 5ª semana, os nervos periféricos crescem do plexo do membro em desenvolvimento (braquial e lombossacro) para o mesênquima do broto VASCULARIZAÇÃO DOS MEMBROS -Ramos das artérias intersegmentares dorsais (derivadas da aorta dorsal) -Padrão vascular primário: artéria axial primária e seus ramos ALTERAÇÕES CLÍNICAS E ANOMALIAS DOS MEMBROS -Período crítico para defeitos graves: 24º ao 36º dia após a fertilização -Estudos de teratogênese a partir da Talidomida *Ectrodactilia: mãos e pés fendidos -Não desenvolvimento de um ou mais raios digitais *Síndrome TAR (Trombocitopenia e agenesia do rádio) → ausência do rádio *Braquidactilia: -Pode ser herdado como herança autossômica dominante, mas normalmente se associa à síndromes de baixa estatura *Polidactilia: -Formação de um ou mais raios digitais extras; pode ser herdada como um traço dominante *Sindactilia: -É a mais comum das anomalias dos membros; pode ser apenas cutânea (funde apenas a pele) ou incluir os ossos *Síndrome de Apert: Ana Luiza Basso – ATM 2026/B -Sindactilia grave + craniosinostose (fechamento precoce) -Mutação em FGFR3; herança autossômica dominante *Pé Torto Congênito: -Herança multifatorial: predisposição genética (não completamente conhecida) + ambiente de restrição intra – uterina -Mais frequente no sexo masculino *Luxação Congênita do Quadril: -Herança multifatorial: desenvolvimento anormal do acetábulo (posição pélvica) + relaxamento articular generalizado -Mais frequente no sexo feminino Ana Luiza Basso – ATM 2026/B
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