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CURSO SUPERIOR GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA E PRIVADA
RONALD ANGEL RODRIGUEZ CHAVEZ
CPF: 708.237.732-05
SEGURANÇA PÚBLICA: RESPONSABILIDADE DO ESTADO
Artigo a ser apresentado à Banca do Exame do Curso Superior Gestão Em Segurança Pública E Privada, como requisito para aprovação na disciplina de TCC em Segurança Pública e Privada.
Diretora
Rossana Castro.
Goiânia – GO
Junho de 2021
SEGURANÇA PÚBLICA: RESPONSABILIDADE DO ESTADO
RESUMO
O objetivo principal deste artigo foi analisar, desacreditar e identificar as dificuldades enfrentadas pelo Estado para enfrentar e reduzir a criminalidade no Brasil. Assim, é possível concluir que a segurança pública no território brasileiro é de responsabilidade do Estado, mas existem medidas que consideram a sociedade e possíveis que realizam um trabalho conjunto com o fim ou benefício dos cidadãos. Assim, os formulários descreveram os primeiros parâmetros utilizados pelo Estado para desenvolver o Plano Nacional de Segurança Pública e suas ações para envolver e proteger a população e as políticas atuais que contemplam esse campo. Ao justificar essa questão, abrange toda a problemática contemporânea presente no cenário nacional, no dia a dia, ou no número de vítimas das inúmeras violações e criminalidades que permeiam a sociedade do território brasileiro. A metodologia foi subsidiada para pesquisa qualitativa e referência bibliográfica, utilizando documentos oficiais do governo, artigos e livros de autores que estudam o assunto.
Palavras-chave: Segurança Pública, Estado, Sociedade. 
Ronald Angel Rodriguez Chavez. 
DEDICAÇÃO
Em primeiro lugar, a Deus, por me dar a vida e a oportunidade de estar neste país reconstruindo minha vida para dar a minha família um futuro melhor.
À minha mãe por estar em tempos bons e ruins, e acima de tudo por me tornar um homem bom.
A meu filho que infelizmente não está mais neste mundo, mas eu sei que do céu ele cuida de mim.
À minha filha, meus sobrinhos e minhas irmãs. que eles são pessoas importantes na minha vida para continuar lutando por eles.
Ao amor da minha vida Orianna Manares. por estar lá comigo nos bons e maus momentos, apesar de todas as coisas lutando ao meu lado por um futuro melhor para nós.
Aos meus chefes Aniz Neto e Eliane Peixoto por me derem a oportunidade neste país e por colocarem sua confiança em mim.	
INTRODUÇÃO
 
O presente artigo abordou as perspectivas da segurança pública no atual cenário nacional. Portanto, foram destacadas as políticas públicas, as estratégias utilizadas pelo Estado e a postura da sociedade frente essa realidade.
Lima, Bueno e Mingardi (2016) em suas análises demonstram que a segurança pública no Brasil ainda está decadente, e, embora esse quadro tenha evoluído, ainda não é suficiente para resguardar as "demandas sociais e políticas contemporâneas e não está preparado para fazer frente às novas dinâmicas do crime, que muitas vezes envolve organizações criminosas, corrupção e violência" (LIMA; BUENO; MINGARDI, 2016). Por isso, a escolha desse tema: "Segurança pública: responsabilidade do Estado". 
Sapori (2007) afirma que a "manutenção da ordem pública é, indubitavelmente, um dos principais bens coletivos da sociedade moderna". E, atribui como obrigação do Estado "combater a criminalidade, prover saúde e educação, bem como outros serviços que garantem o bem-estar social" (SAPORI, 2007). Seguindo por essa vertente percebem-se as atribuições e deveres do Estado dentro da sociedade, como esse precisa portar-se para promover e garantir a segurança dos cidadãos, e espera-se que o governo ofereça os subsídios necessários para que os habitantes possam exercer o seu direito de ir a qualquer hora e lugar com segurança.
	De acordo com Lima, Bueno e Mingardi (2016) os dados estatísticos que evidenciam a diminuição da violência em alguns estados brasileiros não são eficazes, uma vez que, as estratégias utilizadas para a redução da violência são permeadas de "normas técnicas, regras de conduta ou padrões capazes de modificar culturas organizacionais ainda baseadas na defesa do Estado e não na sociedade". Nesse sentido, as críticas desses estudiosos recaem sobre as indagações de reformas institucionais que não foram significativas ou que não tenha tido efeito em longo prazo. 
	 
Para Miranda (2011) a violência não é comum apenas no Brasil, esse fenômeno tem afetado "todas as sociedades e tradições culturais". Baseando-se em Miranda, a mesma correlaciona que essa problemática (violência) está presente em várias áreas, ou seja, a mesma encontra-se presente nas representações midiáticas, no "discurso político e da sociedade", dentro dos âmbitos acadêmicos e nos órgãos responsáveis por intervir junto à sociedade e o Estado para conter, amenizar e/ou diminuir essa prática de comportamentos agressivos. 
	Conforme Miranda (2011) existe diferentes formas de violência, dentre elas estão às violências físicas, psicológicas, verbais, simbólicas dentre outras. E, embora ajam diferentes características de violência, assim como da sua definição, a responsabilidade para o "equilíbrio" da manutenção da ordem é dever do Estado. 
 Como objetivo essa perquisição buscou analisar, descrever e identificar as dificuldades enfrentadas pelo Estado para conter e diminuir a criminalidade no Brasil. Visando essa realidade assustadora, propõe-se inquirir sobre essa problemática, procurando responder os objetivos propostos para essa perquisição, visto que, não é ponderado cuidadosamente esse assunto. Para o desenvolvimento dessa pesquisa, foram utilizados periódicos publicados em revistas eletrônicas, assim como artigos, livros, dissertações e outros documentos importantes para a construção desse trabalho. Então, a metodologia foi fundamentada na pesquisa qualitativa e de referência bibliográfica. 
Por esse viés, tencionou-se verificar a postura do Estado para diminuir a violência, quer dizer, quais as estratégias, abordagens e atitudes utilizadas por essa instituição pública para preservar o bem estar dos cidadãos e garantir a segurança para que os mesmos -cidadãos- circulem livremente sem nenhum tipo de preocupação, já que, o Brasil tem se destacado por apresentar um nível de violência assustador em todos os segmentos da sociedade. 
DESENVOLVIMENTO
Estado e Políticas Públicas
Carvalho e Silva (2011) analisam as políticas públicas dentro da contemporaneidade e como os fatores tecnológicos inferem diretamente na organização do Estado. Nesse sentido, esses autores associam que o Estado conseguiu reduzir a economia e controlar o social, contudo, esse panorama não foi bem sucedido na segurança pública, fazendo com que esse investisse e criasse mais mecanismos para o controle da sociedade. Por essa vertente, esses autores associam que o Estado acaba se deteriorando quando almeja medidas que visem o “Estado penal” (CARVALHO; SILVA, 2011), uma vez que, esse está ligado diretamente ao “Estado neoliberal”. 
Nessa situação, a potencialização do mercado, como instrumento regulador das relações sociais em detrimento ao Estado, ocorre concomitantemente ao contingenciamento dos mecanismos de assistência social e ao processo de fortalecimento da penalização como forma de ampliar o controle sobre as periferias e assegurar a manutenção das relações de poder (CARVALHO; SILVA, 2011).
	Ainda subsidiados em Carvalho e Silva (2011) esses acentuam que essa medida de regulamentação do Estado acaba gerando uma desigualdade, pois as medidas adotadas são “menores” para os ricos e “mais” controladas para os pobres, isto é, todo esse Estado de assistência pelos âmbitos de controle social acaba por exclui a classe social mais baixa e não proporciona as mesas possibilidades no mercado, e isso acarreta em que os que “detém” o poder continuem exercendo essa função. Destarte:
Estado sirva aos poucos “donos do poder” em detrimento da soberania do povo. Estamos diante de um processo contraditório no que se refere ao papel do Estado. Temos, assim, um “Estado para os pobres”,com menos assistência e mais controle e vigilância e um “Estado para os ricos”, que possibilita menos controle sobre a reprodução econômica. Com isso, as formas de penalização são direcionadas a sujeitos diferenciados (CARVALHO; SILVA, 2011).
	Conforme abordado por Carvalho e Silva (2011) esse sistema injusto do Brasil não foi alterado e já dura há anos. Ele perpassou pela ditadura militar e continua sendo conhecido como um “Estado penalizado, fundado na institucionalização da criminalização” (CARVALHO; SILVA, 2011). Embora a teoria descreva o país como sendo laico e democrático a prática não condiz com essa realidade, já que, “ainda se vive em um Estado autoritário, principalmente nas questões relacionadas à segurança pública, pois, no Brasil, a reconstrução da sociedade e do Estado democráticos, após 20 anos do regime autoritário, não foi suficientemente profunda” (ADORNO, 1996, apud CARVALHO; SILVA, 2011).
O processo de transição para a democracia, das últimas décadas, enfrentou o desafio de manter a ordem pública em um contexto afetado pela insegurança urbana e a necessidade de mudança de atuação dos órgãos de segurança pública, estruturados sob a influência de resquícios autoritários, mas com a responsabilidade de atuar de acordo com os princípios democráticos, impostos pela sociedade por meio dos movimentos sociais (CARVALHO; SILVA, 2011).
Balestreri (2010) ao retratar a segurança no cenário nacional na atualidade, descreve que todo o caos apresentado nessa área é consequência de décadas passadas. Nessa concepção é enfatizado e descrito que toda essa situação alarmante não é relacionada à pobreza, mas é decorrente de um problema social. Logo, em suas afirmações são destacados que ser pobre não é condizente com ser criminoso, pois “ a pobreza é heroicamente honesta, de forma geral, e criminosos há entre os pobres e entre os ricos. Por evidência empírica, do ponto de vista proporcional, é fácil perceber que a situação é até mais grave entre os segmentos abastados” (BALESTRERI, 2010). Então, nesse conceito é compreensível que a “culpa” de todo esse sistema deve-se as injustiças sociais, melhor dizer, as culturas que são dependentes da “economia de mercado, como a brasileira, submetidas a um predomínio da ideologia consumista e como uma classe consumidora numericamente considerável”. 
A causa master da violência é o somatório de um tripé absolutamente explosivo: a péssima distribuição de renda, a ideologia consumista (especialmente predominante nos segmentos mais jovens, independentemente de classe social, os mais vitimizados e mais perpetradores de crimes) e a quase ausência do mundo adulto na condição educadora (que é, sempre e necessariamente, a da provocação construtiva do juízo moral autônomo, da autonomia intelectual e dos valores solidários) (BALESTRERI, 2010).
	Oliveira (2012) discorre sobre os problemas de segurança pública. Em sua análise ela contempla possíveis soluções para essa problemática. No entanto, na concepção teórica essa afirmação é permeada por utopias infindáveis, tais como; “o problema é de todos” (OLIVEIRA, 2012). Isso permite que se pense nesse problema por duas definições: “o discurso social” e o “discurso repressivo”. Essas duas elucidações são excludentes, mas “se uma está em foco, à outra fica de lado”. Então:
A dicotomia (e vale a pena lembrar e frisar bem o significado desta palavra: dois conceitos opostos que esgotam o conteúdo de um tema) entre prevenção e repressão é estimulada e justificada pelas crenças, por vezes até inconscientes, que dominam a percepção do problema. De um lado a nossa ainda tão acalentada ilusão de que podemos viver em um mundo dominado pela fraternidade, a nossa expectativa de uma paz social que não queremos reconhecer como inalcançável (cada vez fica mais evidente que paz é um projeto pessoal e não coletivo; sua transcendência coletiva só pode surgir como consequência). De outro lado, nosso instinto de defesa, nossas reações estimuladas por uma agressividade sempre latente, o desejo de domínio e de sujeição do perigo. Este cenário é um bom pano de fundo para os dois paradigmas básicos que permeiam a visão das políticas de segurança pública: Ou são políticas independentes ou estão subordinadas às macros políticas sociais. Quando independentes, constituem as políticas repressivas. Quando subordinadas à questão social, constituem as políticas preventivas. Como se vê, neste contexto é difícil fugir da dicotomia, do antagonismo (OLIVEIRA, 2012).
	Nesse segmento, após esclarecer o que é repressão e prevenção, Oliveira (2012) aborda que é necessário “construir uma vida de comunicação, de integração lógica e funcional entre repressão e prevenção”, mas antes de qualquer ação é necessário se conscientizar que essas – repressão e prevenção – são vertentes totalmente opostas. Por conseguinte, Oliveira aponta que é importante separar dois conceitos para esclarecer e explicar essa questão. Logo, existe uma diferença entre as “políticas de segurança pública e políticas públicas de segurança” (OLIVEIRA, 2012). A primeira engloba as intervenções, atuações, comportamentos e condutas ligadas aos policiais e a segunda é referente ao campo político, social que está ligada aos representantes políticos e aos cidadãos que podem sofrer quando mal administrados, tendo um maior aumento da criminalidade. 
	Para Carvalho e Silva (2011) tanto o Estado como a sociedade precisam estar envolvidos nas estratégias ligadas diretamente as políticas públicas. “Neste embate, os interesses e as contradições, inerentes à dinâmica das relações entre governantes e governados, constituem o fundamento da construção política” (CARVALHO; SILVA, 2011). Nessa perspectiva, a sociedade ao interagir com o Estado e ter consciência de seus direitos e deveres acaba exercendo poder sobre o Estado e lutando por causas perspicazes para o bem coletivo. 
	Segundo Carvalho e Silva (2011) as políticas sociais são associadas aos três poderes. Por isso ao Poder Executivo compele “o planejamento e a gestão de políticas de segurança pública que visem à prevenção e à repressão da criminalidade e da violência e à execução penal” (CARVALHO; SILVA, 2011). Ainda discorrendo sobre os três poderes esses autores realçam que o Poder Judiciário é o responsável “por assegurar a tramitação processual e a aplicação da legislação vigente; e compete ao Poder Legislativo estabelecer ordenamentos jurídicos, imprescindíveis ao funcionamento adequado do sistema de justiça criminal” (CARVALHO; SILVA, 2011). 
Planejamento, monitoramento, avaliação de resultados, gasto eficiente dos recursos financeiros não têm sido procedimentos usuais nas ações de combate à criminalidade, seja no executivo federal, seja nos executivos estaduais. Desse ponto de vista, a história das políticas de segurança pública na sociedade brasileira nas duas últimas décadas se resume a uma série de intervenções governamentais espasmódicas, meramente reativas, voltadas para a solução imediata de crises que assolam a ordem pública (SAPORI, 2007, apud CARVALHO; SILVA, 2011). 
	Lima, Bueno e Mingardi (2016) abordam que mesmo dentro de um campo conflituoso o Brasil já avançou de forma significativa no que se refere à segurança pública. E dentro desse panorama encontram-se um maior “destaque para a universidade e para a sociedade civil”. Um ponto que merece destaque é que o Estado tem identificado as divergências e as convergências dentro desse campo; segurança pública, e realizado investigações que levem as propostas e até programas mais competentes que resultem em medidas eficientes e “para o aprimoramento do sistema de justiça e segurança pública” (LIMA; BUENO; MINGARDI, 2016). Portanto, em suas viabilizações no sentido de compreender as políticas públicas, Lima, Bueno e Mingardi (2016) concluem que para soluções nesse segmento é essencial que o Estado trabalhe em parceria com a comunidade, pois em suas pesquisas as taxas de violência eram menores quando há uma colaboração dessas duas áreas: Estado e sociedade. 
	Carvalho e Silva (2011)demonstram que muitos governos têm associado às políticas de segurança pública como uma relação entre o Estado e a sociedade, e concluindo que essas medidas tem resultado em mecânicas eficientes. Todavia, as decisões também precisam estar comprometidas com outros segmentos, tais como: “promulgação de leis, decretos, portarias e resoluções, visando instrumentalizar o enfrentamento da criminalidade e da violência” (CARVALHO; SILVA, 2011). Para uma melhor eficiência na temática de segurança pública é preciso um maior comprometimento do Estado da mesma maneira que esse envolva a sociedade, com ações, prática, medidas, legislações que promovam a participação e inclusão social e comunitária, cabendo ao Estado o papel de garantir o pleno funcionamento dessas instituições” (CARVALHO; SILVA, 2011).
O Plano Nacional de Segurança Pública junto ao cidadão
	Soares (2007) contextualiza o Plano Nacional de Segurança Pública (PNSP). Para isso ele faz um uma sistematização do governo do Fernando Henrique Cardoso também conhecido pela sigla FHC. Em vista disso, são demonstrados que no segundo mandato do FHC junto aos ministros do governo e aos secretários foi elaborado um plano que tivesse como prioridade a segurança pública. Essas atitudes estavam associadas a um incidente referente à “um jovem sobrevivente da chacina da Candelária, Sandro, sequestrou, no coração da Zona Sul carioca, o ônibus 174, ante a perplexidade de todo o país, que as TV transformaram em testemunha inerte da tragédia, em tempo real” (SOARES, 2007). Por isso, o governo federal rapidamente rascunhou um plano que é descrito por Soares (2007) da seguinte maneira:
Ato contínuo, o presidente da República determinou que seus auxiliares tirassem da gaveta o papelório, e decidissem, finalmente, qual seria a agenda nacional para a segurança, pelo menos do ponto de vista dos compromissos da União. Em uma semana, a nação conheceria o primeiro plano de segurança pública de sua história democrática recente, o qual, em função do parto precoce, precipitado a fórceps, vinha a público sob a forma canhestra de listagem assistemática de intenções heterogêneas. Assinale-se que, antes, no primeiro governo FHC, deram-se passos importantes para a afirmação de uma pauta especialmente significativa para a segurança pública, quando se a concebe regida por princípios democráticos: foi criada a secretaria nacional de Direitos Humanos e formulou-se o primeiro plano nacional de Direitos Humanos (SOARES, 2007).
	Conforme Carvalho e Silva (2011) o governo do FHC também elaborou o Plano Nacional de Segurança Pública como uma resposta a “Conferência Mundial de Direitos Humanos, ocorrida em Viena, em 1993”. Essa conferência também foi responsável pela criação do “Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), aperfeiçoando-o em 2000, com a instituição do II Programa Nacional de Direitos Humanos, após a IV Conferência Nacional dos Direitos Humanos, ocorrida em 1999” (CARVALHO; SILVA, 2011). Depois desses marcos foi criada no ano de 1996 a “Secretaria de Planejamento de Ações Nacionais de Segurança Pública (Seplanseg)”, essa secretaria mudou de nome e passou a ser chamada de “Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp)”. Logo:
A instituição da Senasp, como órgão executivo, significou a estruturação de mecanismos de gestão capazes de modificar o arranjo institucional da organização administrativa da segurança pública no âmbito governamental federal. Surgiu, então, o Plano Nacional de Segurança Pública (PNSP), voltado para o enfrentamento da violência no país, especialmente em áreas com elevados índices de criminalidade, tendo como objetivo aperfeiçoar as ações dos órgãos de segurança pública (CARVALHO; SILVA, 2011).
Para Soares (2007) esse documento, PNSP, foi uma forma de regulamentar e destacar as prioridades que essa área social precisava. Todo esse processo somou uma enorme significância para aspectos considerados importantes e que eram negligenciados pela administração de governo atual e pelos anteriores. Esse plano propiciou “mudanças incrementais e articuladas ou simultâneas e abruptas pudessem alterar os aspectos-chave, promovendo condições adequadas às transformações estratégicas orientadas para metas claramente descritas” (SOARES, 2007). 
 
Entre as boas ideias daquele “plano”, destacava-se o reconhecimento da importância da prevenção da violência, tanto que derivou daí o Plano de Integração e Acompanhamento dos Programas Sociais de Prevenção da Violência (Piaps) cuja missão era promover a interação local e, portanto, o mútuo fortalecimento dos programas sociais implementados pelos governos federal, estadual e municipal, que, direta ou indiretamente, pudessem contribuir para a redução dos fatores, potencialmente, criminógenos. A ambição era formidável, assim como os obstáculos à sua execução. Dada a estrutura do Estado, no Brasil, caracterizada pela segmentação corporativa, reflexo tardio da segunda revolução industrial, nada é mais difícil do que integrar programas setoriais, gerando, pela coordenação, uma política intersetorial. Sobretudo quando a pretensão ultrapassa o domínio de uma única esfera de governo e se estende aos três níveis federativos (SOARES, 2007).
Soares (2007) averigua que ao ser criado a Senasp se concentrou em atender e apoiar o setor de segurança pública oferecendo cursos de capacitação para os policiais e investir em iniciativas que contemplem penas alternativas, assim como, o “desenvolvimento de perspectivas mais racionais de gestão, nas polícias estaduais e nas secretarias de segurança, através da elaboração de planos de segurança pública” (SOARES, 2007). 
Soares (2007) também examina que todo esse contexto histórico permite perceber que o governo FHC foi um marco positivo, visto que, ele proporcionou parâmetros democráticos e progressistas no domínio das políticas públicas. Dessa forma, isso “conferiu à questão da segurança um status político superior, reconhecendo sua importância, a gravidade da situação e a necessidade de que o governo federal assuma responsabilidades nessa matéria” (SOARES, 2007).
Carvalho e Silva (2009) apontam que toda a questão da segurança pública não pode ser tratada de forma negligente e que isso precisa ser primado tanto pelo Estado como pela população. Deste modo, para esses autores, nem a política empreendida pelo FHC ou mesmo no governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva almejaram os resultados quantitativos esperados, pois faltou a contribuição e a participação dos cidadãos. 
Políticas de Segurança Pública atuais
No dia 06 de fevereiro de 2017 o Ministério da Justiça do governo federal lançou o Plano Nacional de Segurança. Esse plano em sua pauta consta que são necessários uma ação conjunta entre o “governo federal, Estados e Sociedade” (BRASIL, 2017, online). Dentre os tópicos abordados há um maior destaque para “a modernização do sistema penitenciário e o combate integrado às organizações criminosas. Também figuram como prioridades a redução do feminicídio e violência contra a mulher; a diminuição de homicídios dolosos e o combate integrado ao tráfico de drogas e armas” (BRASIL, 2017, online).
O PNSP (BRASIL, 2017) começa sua narrativa evidenciado três palavras: “integração-cooperação-colaboração”. Em seguida são traçados os objetivos e coloca como ação geral “capacitação, inteligência e ação conjunta” (BRASIL, 2017,). Para cada objetivo esse plano trás metas e ações especificas, contudo, nos focaremos na parte entre a relação da polícia com a sociedade. Nesse quesito, há uma ênfase que é necessária uma aproximação entre esses dois sujeitos (polícia e sociedade) e para que isso ocorra é importante investir em “Conselhos de Segurança com efetiva participação da sociedade” (BRASIL, 2017). Da mesma maneira é necessário ampliar o número de patrulhas e de policiais na rua, pois tudo isso resulta em inserção e proteção social. 
Recentemente a Câmara dos Deputados aprovouo texto que fixa “o Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social” (BRASIL, 2018, online) com duração para 10 anos. A lei é de nº. 3734/12 que dá os subsídios para PNSP. Uma das pautas para a elaboração desse projeto foi assegurar “ações preventivas e fiscalizatórias de segurança interna, nas divisas, fronteiras, portos e aeroportos” (BRASIL, 2018, online). Assim sendo:
De acordo com o substitutivo do deputado Alberto Fraga (DEM-DF), o plano nacional terá duração de dez anos. As ações de prevenção à criminalidade serão prioritárias, e as políticas públicas de segurança não serão restritas aos integrantes do Sistema Único de Segurança Pública (Susp), devendo considerar um contexto social amplo e abranger outras áreas do serviço público, como educação, saúde, lazer e cultura. No caso dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, eles terão até dois anos para elaborar seus planos correspondentes, sob pena de não poderem receber recursos da União para a execução de programas ou ações no setor (BRASIL, 2018, online)
Pautados ainda nessa jurisprudência no ponto das diretrizes do PNSP estão respaldadas em medidas que visem a “adoção de estratégias de articulação entre os órgãos públicos, entidades privadas, corporações policiais e organismos internacionais” (BRASIL, 2018, online). Logo, compreende-se que os planos estão alicerçados em ações que contemplem a sociedade e que atraia a mesma para participar ativamente de todas as decisões envolvendo esse campo específico. “Poderão ser previstos programas articulados com as escolas, a sociedade e a família para a prevenção da criminalidade. Uma das possibilidades é incentivar a inclusão da disciplina de prevenção da violência nos conteúdos curriculares dos diversos níveis de ensino” (BRASIL, 2018, online).
	Os conselhos do PNSP nessa legislação denominam que os conselhos que forem filiados ao governo federal terão autonomia para criar quantos conselhos acharem necessários. Ainda de acordo com esse documento do PNSP esses serão formados por “representantes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios” (BRASIL, 2018, online). Em relação aos princípios o texto enfatiza que:
Entre os princípios listados pelo texto para a atuação dos órgãos integrados ao SUSP destacam-se a proteção dos direitos humanos; o respeito aos direitos fundamentais e promoção da cidadania e da dignidade da pessoa humana; a resolução pacífica de conflitos; o uso proporcional da força; a participação e o controle sociais; e a proteção, valorização e reconhecimento dos profissionais de segurança pública (BRASIL, 2018, online).
	Por fim, o Projeto de Lei (PL) 3734/2012 de autoria do Poder Executivo que está aguardando a tramitação para entrar em vigor, a mesma está em situação de sanção. Sua ementa contempla todos os aspectos abordados até esse parágrafo e constitui a segurança pública aos órgãos responsáveis e que sejam trabalhados junto com os cidadãos. Dessa maneira, conclui-se que se houverem mobilizações para que a prática preceda o cidadão irá conseguir viver em uma sociedade mais segura.
CONCLUSÕES
Esse estudo pautou-se em analisar as medidas do Estado referente à segurança pública. Para isso essa pesquisa descreveu a política pública adotada pela União, o pontapé inicial e quais as medidas em trâmite na câmara dos deputados.
	Dessa maneira, essa perquisição constatou que a sociedade brasileira é fundamentada na desigualdade e que isso dura há anos e já passou por várias formas de governo, inclusive pela ditadura militar. Logo, a violência e a criminalidade não são consequências da pobreza, mas de uma má administração de séculos anteriores. Por isso, um dos problemas da segurança pública é que a teoria não acompanha a prática, afastando-se cada vez mais das soluções consideradas plausíveis. Um ponto destacado e comum na visão de vários autores é que as políticas públicas precisam ser uma via de mão dupla, envolvendo Estado e sociedade.
	Esse artigo também descreveu o PNSP e como esse foi criado, ou seja, por meio de uma fatalidade as autoridades políticas decidiram elaborar esse projeto. O mesmo foi desenvolvido no governo do FHC e sendo “aperfeiçoado” em outros mandatos. Cabe ressaltar, que o governo já vinha pensando em um programa dessa plenitude desde Conferência Mundial de Direitos Humanos. Esse documento é muito significativo e foi um marco, pois considerou diversos aspectos importantes para os cidadãos e para a vida em sociedade, proporcionando medidas de segurança pública. 
	Por fim, existem atualmente a PL 3734/2012, Aprovado na forma do substitutivo do deputado Alberto Fraga (DEM-DF), o texto prevê que essa atuação conjunta ocorrerá por meio de operações com planejamento e execução integrados; estratégias comuns para prevenir crimes; aceitação mútua dos registros de ocorrências; compartilhamento de informações, inclusive com o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) com Última Ação Legislativa de data 18/06/2019; e intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos. Portanto, esse trabalho conclui enfatizando que para que tenham soluções realmente efetivas é preciso agir junto à sociedade, com programas e projetos de conscientização social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALESTRERI, R. B. Um novo paradigma de segurança pública. In: Segurança pública no Brasil um campo de desafios. COSTA, I. F; BALESTRERI, R. B (Org). Salvador: Edufba, 2010.
BRASIL. Ministério da Justiça. Governo Federal. Veja a proposta do Plano Nacional de Segurança Pública, 2017. Disponível em: http://www.justica.gov.br/news/plano-nacional-de-seguranca-preve-integracao-entre-poder-publico-e-sociedade
Ministério da Justiça e Cidadania. Governo Federal. Plano Nacional de Segurança Pública, 2017. Disponível em: http://www.justica.gov.br/news/plano-nacional-de-seguranca-preve-integracao-entre-poder-publico-e-sociedade/pnsp-06jan17.pdf
Câmara dos Deputados. Texto fixa duração de dez anos para Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, 2018. Disponível em:
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SEGURANCA/555815-TEXTO-FIXA-DURACAO-DE-DEZ-ANOS-PARA-PLANO-NACIONAL-DE-SEGURANCA-PUBLICA-E-DEFESA-SOCIAL.html.
Câmara dos Deputados. PL 3734/2012. Disponível em:
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=542102. 
https://www.camara.leg.br/noticias/535723-camara-aprova-criacao-do-sistema-unico-de-seguranca-publica/
CARVALHO, V. A. de; SILVA, M. do R. de F. e S. Política de segurança pública no Brasil: avanços, limites e desafios. Revista Katál., Florianópolis, v. 14, n. 1, p. 59-67, jan./jun. 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rk/v14n1/v14n1a07.pdf. 
LIMA, R. S. de; BUENO, S; MINGUARDI, G. Estado, polícias e segurança pública no Brasil. Revista Direito GV, V. 12 N. 1 JAN-ABR 2016. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rdgv/v12n1/1808-2432-rdgv-12-1-0049.pdf.
MIRANDA, M. Sociedade, Violência e Políticas de Segurança Pública: da intolerância à construção do ato violento. Revista Eletrônica Machado Sobrinho, Centro de Pesquisa e Extensão, p. 1- 13, 2011. Disponível em:
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Política Nacional de Segurança Pública - PNaSP
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