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50333. 7 - Bioquímica Aplicada (Farmácia) - 20212.A Avaliação On-Line 5 (AOL 5) - Atividade Contextualizada Conteúdo do exercício Caro(a) estudante, chegamos ao final da nossa disciplina. Neste momento você exercitará, nesta atividade, um pouco dos conhecimentos apreendidos com todas as fontes de estudos disponibilizadas. A hipercolesterolemia familiar (HF) é caracterizada por alterações no nível de colesterol circulante causado por um defeito no gene LDLR que codifica o receptor de LDL. O diagnóstico é estabelecido por critérios clínicos e laboratoriais e pode ser confirmado por análise genética que identifique a mutação do gene. Considerando essas informações, observe o caso clínico a seguir: R.J.S., 36 anos, tem história de hipercolesterolemia desde os 16 anos que mantinha sob controle apenas com dieta e atividade física, mas há 2 anos sofreu acidente de moto que comprometeu a realização de exercícios físicos. Pai e tia têm histórico dessa mesma doença (colesterol total > 294mg/dL) e avó paterna faleceu devido a IAM. Em fevereiro de 2018, após muita insistência de sua esposa, procurou a unidade de saúde para realização de exames. Na primeira consulta: Peso = 71Kg, Altura = 1,68cm, PA = 130/80 mmHg, FC = 71bpm. Presença de xantomas em calcanhares. Apresentou alterações nos parâmetros lipídicos, tendo iniciado o uso de atorvastatina 20mg, mas devido ao uso irregular, após 3 meses, dose mudou para atorvastatina 40mg. Compare o resultado dos exames: Os resultados mostram o efeito positivo do uso da medicação e acompanhamento regular com médico. Há 2 meses adaptou os exercícios físicos de com acordo com sua limitação e segue em dieta controlada. A identificação precoce da HF contribui para redução de complicações cardiovasculares e morbimortalidade. Sendo assim, como podemos explicar a melhora no lipidograma do paciente após a introdução da medicação? Qual o mecanismo bioquímico que leva ao acúmulo de LDL? Como a HF pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares? Quais os valores de referência para cada variável apresentada? Por que mesmo com o aumento nos níveis de HDL o paciente teve uma melhora? Identifique 3 sinais e sintomas característicos da doença são relatados nesse caso clínico. Lembre-se que suas considerações devem conter até 30 linhas e que todas as fontes mencionadas devem ser devidamente referenciadas para que você não incorra em plágio dos conteúdos de outros. ATIVIDADE CONTEXTUALIZADA BIOQUÍMICA APLICADA Farmácia - UNINASSAU (NATAL/RN - CAPIM MACIO) A Hipercolesterolemia Familiar (HF) é uma doença genética do metabolismo das lipoproteínas cujo modo de herança é autossômico codominante e que se caracteriza por níveis muito elevados do colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL-c), e pela presença de sinais clínicos característicos, como xantomas tendíneos e risco aumentado de doença arterial coronariana prematura. Sendo assim, como podemos explicar a melhora no lipidograma do paciente após a introdução da medicação? As concentrações séricas de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL) está correlacionadas com o risco cardiovascular (CV) e a redução do LDL reduz os eventos CV. Com bases em estudos as estatinas também conhecidas como inibidores da HMG CoA redutase, atua no fígado para impedir a formação de colesterol. Isso reduz a quantidade de colesterol circulando no sangue, sendo mais eficazes na redução do colesterol LDL (ruim) e ajudam a diminuir os triglicerídeos (gorduras sanguíneas) e aumentam o colesterol HDL (bom) (PEREIRA et al., 2014). Reduções do colesterol da lipoproteína de baixa densidade com as estatinas e as doses disponíveis no mercado nacional. (grifo nosso) Imagem 11 O sucesso da abordagem terapêutica e sua resposta é observada dentro de duas semanas, e a resposta máxima ocorre normalmente em quatro semanas, mantendo-se durante a terapia. Neste caso a associação do 1 8. Tratamento Farmacológico das Dislipidemias. Disponível em https://www.scielo.br/j/abc/a/whBsCyzTDzGYJcsBY7YVkWn/?lang=pt# tratamento medicamentoso por estatinas (atorvastatina) com a prática de exercícios físicos de com acordo com sua limitação e segue em dieta controlada, fez se uma melhor absorção da droga pelo organismo e com isso uma melhora no perfil lipídico (lipidograma) (BONFIM et al. 2015). Qual o mecanismo bioquímico que leva ao acúmulo de LDL? O receptor de LDL está no fígado e na maioria dos outros tecidos. Reconhece Apo B 100 e Apo E, mediando a captação de LDL, restos de quilomícron e IDL, através da endocitose. Após a internalização, a partícula de lipoproteína é degradada nos lisossomos e o colesterol é liberado. Quando o colesterol entra na célula, a atividade da HMG CoA redutase aumenta, depois sintetiza o colesterol e modula a expressão dos receptores de LDL (LEANÇA, 2010). Os receptores de LDL no fígado determinam os níveis plasmáticos de LDL. Quando há um número ou receptores baixos, menos LDL pode ser absorvido do sangue pelo fígado, levando a altos níveis plasmáticos de LDL. Por outro lado, quando há mais receptores de LDL, mais LDL é absorvido do sangue pelo fígado, levando a baixos níveis plasmáticos de LDL. Níveis de colesterol regulam o número de receptores de LDL na célula. Se a célula detectar uma diminuição nos níveis de colesterol, o fator de transcrição SREBP é transportado do retículo endoplasmático para Golgi, onde as proteases clivam e ativam o SREBP, que se move para o núcleo e aumenta a expressão dos receptores de LDL (BOTHAM; MAYES, 2016). Quando os níveis de colesterol são baixos na célula, o SREBP alto permanece no retículo endoplasmático de forma inativa e a expressão dos receptores de LDL diminui. Uma mutação no gene do receptor de LDL pode resultar em colesterol elevado (AFONSO, 2019). Quando os receptores de LDL não funcionam corretamente, o LDL permanece na corrente sanguínea por mais tempo do que deveria. O LDL entra nas paredes das artérias, onde pode endurecer e estreitar as passagens nas artérias. Como a HF pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares? A hipercolesterolemia familiar é causada por mutação no gene (cromossomo 19) do receptor de colesterol LDL, que está envolvido na passagem do LDL do corpo (PEREIRA, 2012). Mutações em outros genes também podem causar colesterol alto herdado. Esses genes incluem o gene PCSK9 e o gene da apolipoproteína B. Todos esses genes estão conectados entre si. Qualquer pessoa herdar um tipo específico de mutação em qualquer um desses três genes, poderá desenvolver HF. O defeito torna o corpo incapaz de remover o sangue da lipoproteína de baixa densidade (LDL ou colesterol ruim). Isso resulta em um alto nível de LDL no sangue. Isso aumenta a probabilidade de estreitamento das artérias da aterosclerose em idade precoce. A condição é normalmente transmitida pelas famílias de maneira autossômica dominante. E pode ser herdada de um dos pais (HF heterozigoto) ou, em casos raros, de ambos (HF homozigoto) (CUNHA; RIBEIRO 2017). Pessoas com essa forma mais rara de HF podem ter níveis muito altos de colesterol LDL. Isso significa que só precisa obter o gene anormal de um dos pais para herdar a doença. Muitos podem precisar de cirurgias de desvio antes da idade adulta. Sem tratamento, pessoas com HF homozigótica raramente vivem na casa dos 20 anos levando em consideração essas informações, pode- se afirmar que quanto mais cedo nos preocuparmos e tentarmos baixar os níveis de LDL - Colesterol, maior será o benefício na redução do risco de um infarto do miocárdio ou de um AVC ao longo da vida, principalmente em pacientes de alto risco cardiovascular, ou com o colesterol alto de origem genética, a Hipercolesterolemia Familiar (HF) (PEREIRA et al., 2014). Quais os valores de referência para cada variável apresentada? Valores referenciais e de alvo terapêutico, conforme avaliação de risco cardiovascularestimado pelo médico solicitante do perfil lipídico para adultos com mais de 20 anos. Imagem 2 2 Por que mesmo com o aumento nos níveis de HDL o paciente teve uma melhora? Níveis elevados de HDL costumam estar relacionados a menor risco cardiovascular; contudo, altos níveis de HDL colesterol decorrentes de algumas doenças genéticas podem não proteger de doença cardiovascular, provavelmente em razão das alterações metabólicas e lipídicas concomitantes (FUJISAWA; VIEIRA; FUJISAWA, 2008). O HDL é um dos principais fatores na indução do transporte reverso de colesterol, seus níveis elevados de HDL podem impedir a progressão da placa aterosclerótica, promovendo, aliás, sua regressão. Em pacientes que não estejam tomando 2 5.2. Classificação laboratorial, disponível em https://www.scielo.br/j/abc/a/whBsCyzTDzGYJcsBY7YVkWn/?lang=pt# fármaco redutor de lipídios deve ensejar imediata avaliação diagnóstica para a busca de causa secundária. Identifique 3 sinais e sintomas característicos da doença são relatados nesse caso clínico. Sinais: 1. aumento do colesterol desde os 16 anos de idade; 2. Histórico familiar de hipercolesterolemias com óbito na família, devido as doenças cardiovasculares; 3. Presença de xantomas nos calcanhares. Sintomas: 1. O colesterol alto muitas vezes não apresenta sintomas, nem mesmo quando começa a formar placas de gordura nas artérias. 2. A condição cursa em silêncio e, sem controle, pode ter como a primeira manifestação um infarto do miocárdio ou mesmo um acidente vascular cerebral. 3. O dano pode ser causado antes que note que algo está errado e geralmente acompanhada de outras condições que favorecem a ocorrência desses eventos, como o sedentarismo e a obesidade. REFERENCIAS https://www.scielo.br/j/abc/a/whBsCyzTDzGYJcsBY7YVkWn/?lang=pt#, acesso em 07/10/2021. https://www.scielo.br/j/abc/a/YCTd7bFnndPZRyB9VRQzBqS/?lang=pt#, acesso em 07/10/2021. AFONSO, Thais Kristini Almendros. Estudos da atividade do receptor da LDL em pacientes com Hipercolesterolemia Familial. 2019. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. BONFIM, Mariana Rotta et al. Tratamento das dislipidemias com estatinas e exercícios físicos: evidências recentes das respostas musculares. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 104, n. 4, p. 324-331, 2015. BOTHAM, Kathleen M.; MAYES, Peter A. Síntese, transporte e excreção do colesterol. Murray RK, Granner DK, Mayes PA, Rodwell VW. Harper: bioquímica. São Paulo: Atheneu, p. 266, 2016. CUNHA, Ana Flavia Cassini; RIBEIRO, Iliana. Hipercolesterolemia familiar: a importância do diagnóstico e tratamento precoces. International Journal of Cardiovascular Sciences, v. 30, n. 6, p. 550-553, 2017. FUJISAWA, Rodrigo Toshiharu; VIEIRA, Alexandre Eduardo Franzin; FUJISAWA, Renato Massashi. Altos Níveis de HDL Colesterol: Proteção ou Risco Cardiovascular? Relato de Caso. Revista Brasileira de Clínica Médica, Osasco, (6), p. 279-281, 2008. LEANÇA, Camila Canteiro et al. HDL: o yin-yang da doença cardiovascular. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, v. 54, n. 9, p. 777-784, 2010. PEREIRA, A. C. et al. I Diretriz brasileira de hipercolesterolemia familiar (HF). Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 99, n. 2, p. 1-28, 2012. PEREIRA, Carolina et al. Associação das doenças arterial periférica e cardiovascular na hipercolesterolemia familiar. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 103, n. 2, p. 118-123, 2014. XAVIER, Hermes T. et al. V Diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose. Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 101, n. 4, p. 1-20, 2013.
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