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Descarte de Medicamentes em meio a Pandemia

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Descarte de Medicamentos
 em meio a Pandemia
Autores
Antonio Carlos Novaes Moreira - Discente da faculdade de Engenharia
Sanitária e Ambiental.
Beatriz da Silva Martins - Discente da faculdade de Engenharia Sanitária e
Ambiental.
Yago Vinícius Freitas da Silva - Discente da faculdade de Engenharia
Sanitária e Ambiental.
Orientador
Ms. Raísa Neves
Cartilha desenvolvida pela Faculdade de Engenharia Sanitária e Ambiental 
Tucuruí, 2021
Aumento da expectativa de vida da população;
Aumento do número de doenças crônicas sejam elas
transmissíveis;
Transtornos psiquiátricos;
Ineficiência do Sistema Público de Saúde (SUS);
Propagandas de medicamento isentos de prescrição médica;
A cultura da farmácia caseira;
A automedicação é um habito comum no Brasil, segundo pesquisa
Conselho Federal de Farmácia (CFF, 2019). Os fatores que
influenciam essa prática são:
A população brasileira, segundo estudo realizado em 2013 pela
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), gera
mais de 10 mil toneladas anuais de resíduos de medicamentos
sem um sistema de descarte adequado para destiná-los. Os
fatores que influenciam nesse grande número de resíduos
farmacêutico é o uso irracional de medicamento, prática
comum entre os brasileiros.
Uso de Medicamentos no Brasil
Segundo dados do Sistema Nacional de
Informações Tóxico-Farmacológicas demonstram
que os medicamentos correspondem á 27% das
intoxicações no Brasil, e 16% dos casos de óbito
por intoxicações são ocasionados por
medicamentos
Mesmo com as regulações vigentes a automedicação é um assunto
bastante discutido pelas principais fontes de informações
relacionados à saúde. Isso porque o uso irracional de medicamento
tem inúmeras consequências, algumas delas são:
As famosas “Farmácias domésticas”, comum entre os brasileiros, ficam
em uma localização de acesso fácil o que possibilita que crianças e
idosos sejam mais suscetíveis a intoxicações medicamentos
O aumento de resíduos de medicamentos vencidos ou inutilizados
descartados de forma incorreta;
O Brasil está entre os dez países que mais
adquirem medicamentos, no entanto estima-
se que 20% do que é descartado acaba nas
redes de esgoto ou lixo comum.
É comum nas cidade brasileiras o descarte de
medicamentos vencidos ou inutilizados em pias
e no lixo comum. A desinformação da população
sobre os potenciais efeitos negativos á saúde
humana e ao meio ambiente das substâncias
contidas nos medicamentos é um dos principais
fatores dessa prática.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) afirma que todo
medicamento é considerado um resíduo químico, por isso é essencial
que a população possa ter acesso á informação adequada de descarte
de medicamentos, para evitar um impacto ainda maior ao meio
ambiente e a saúde humana.
 
Com a atual situação pandêmica causada pelo novo corona vírus,
evidencia-se um aumento na compra de medicamentos que ajudam
aliviar alguns sintomas da doença e ainda outros medicamentos sem
eficácia comprovada cientificamente contra o vírus.
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) demostrou que a venda da 
Hidroxicloroquina teve um aumento de quase 67,93% de janeiro
a março de 2020 em relação ao mesmo período de 2019, a qual 
 certamente foi impulsionada pela corrida às farmácias após a
divulgação dos resultados preliminares de uma possível
indicação de efeito contra a Covid-19 bem como a divulgação de
fakenews que cercam esse e outros medicamentos. 
Há relatos de aumento na venda de alguns produtos como:
 
Hidroxicloroquina (53,03%) e da dipirona
sódica (51%) em São Paulo; 
Vitamina C (180%) e do paracetamol (77,35%)
em Alagoas; 
Vitamina D em Minas Gerais (400%);
Quando você descarta medicamentos no lixo
comum, esse resíduo terá como destino final os
lixões de sua cidade o que torna a situação ainda
mais perigosa pois depósitos de resíduos a céu
aberto são extremamente prejudiciais ao meio
ambiente.
Uma vez no lixão, alguns dos produtos
farmacêuticos serão removidos por
degradação química e biológica, outros
serão lixiviados podendo contaminar águas
subterrâneas e superficiais de áreas ao
redor.
Os medicamentos são compostos por substâncias químicas
que possuem potencialidade de agredir a saúde e o meio
ambiente
Impactos do descarte inadequado de medicamentos
O descarte de medicamentos em pias e sanitários também
não são adequados, principalmente em situações em que seu
município não possui tratamento de água e esgoto. Os
medicamentos terão como destino final rios e lagos,
causando efeitos adversos nos organismos aquáticos
comprometendo a qualidade da água do manancial para
abastecimento humano.
Considerando a realidade do nosso
país, onde pessoas ainda moram em
lixões e/ou sobrevivem como
catadores, a exposição desses
indivíduos a esses resíduos tem
grandes riscos
Além de problemas ao meio ambiente, o descarte de
medicamento vencidos ou indesejáveis no lixo comum pode
acarretar sérios problemas de saúde pública.
Existe legislação para o descarte de
medicamento!
Do ponto de vista legal os medicamentos descartados podem ser
enquadrados como Resíduos de Serviços de Saúde (RSS). Abaixo temos
algumas normas federais sobre resíduos de medicamentos
independente de sua origem, seja indústrias, unidades de saúde e
domicílios.
Norma Objetivo
Projeto
de Lei nº 7.029
Torna obrigatória a dispensação de
medicamentos na forma fracionada
em todo o território nacional.
Projeto de Lei nº 5.08
Obriga as indústrias farmacêuticas
e empresas de distribuição de
medicamentos a dar destinação
adequada a medicamentos com
prazos de validade vencidos em
posse das farmácias e dá outras
providências.
Resolução nº 306 da Anvisa
Dispõe sobre o regulamento técnico
para o gerenciamento de resíduos
de serviços de saúde
Resolução RDC nº 44 da Anvisa
Boas Práticas Farmacêuticas para
o controle sanitário do
funcionamento, da dispensação e
da comercialização de produtos e
da prestação de serviços
farmacêuticos em farmácias e
drogarias.
Norma Objetivo
Resolução RDC nº 17 da Anvisa
Dispõe sobre as Boas Práticas de
 Fabricação de medicamentos.
Resolução nº 358 do
Conama
Dispõe sobre o tratamento e a
disposição final dos resíduos dos
serviços de saúde e dá outras
providências.
Lei n.º 12.305
Conhecida como a Política
Nacional de Resíduos Sólidos. Tem
como prioridade em seu âmbito o
descarte correto de todo tipo de
resíduos gerados, inclusive os de
medicamentos. Dispõe de
instrumentos que podem ser
aplicados no recolhimento de
medicamentos vencidos como os
sistemas de logística reversa e a
responsabilidade compartilhada
pelo ciclo de vida dos produtos.
Fonte: Adaptado de Falqueto e Kligerman, 2012.
As resoluções da RDC ANVISA 306/2004, a CONAMA
358/2005 classificam os resíduos de saúde em cinco classes
distintas:
• Grupo A – resíduos infectantes, com
possível presença de agentes
biológicos; 
• Grupo B – resíduos contendo
substâncias químicas; 
• Grupo C – rejeitos radioativos; 
• Grupo D – resíduos comuns; e, 
•Grupo E - resíduos perfurocortantes.
Se enquadram os medicamentos,
tais como produtos hormonais,
antimicrobianos, antineoplásicos,
imunodepressores e antirretrovirais
Há ainda a NBR 10.004 da ABNT, que classifica os resíduos sólidos
quanto à periculosidade, segundo suas características de toxicidade,
corrosividade, inflamabilidade, reatividade e patogenicidade em três
classes distintas:
• Classe I – resíduos perigosos;
 
• Classe IIA – resíduos não perigosos e
não inertes; e,
• Classe IIB – resíduos não perigosos e
inertes.
Alguns medicamentos, por
possuírem substâncias tóxicas em
sua composição, podem ser
classificados como resíduos
perigosos.
A importância dessas classificações está no fato de orientar o
gerenciamento dos RSS dentro e fora das unidades
geradoras, por ocasião do descarte.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, 2010)
trouxe instrumentos que podem ser aplicados no recolhimento
demedicamentos vencidos como os sistemas de logística reversa
e a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos.
Como descartar corretamente medicamentos 
A logística reversa constitui um conjunto
de ações, procedimentos e métodos
utilizados para viabilizar a coleta e
restituição de resíduos sólidos do setor
empresarial
Responsabilidade compartilhada pelo
ciclo de vida dos produtos é um
instrumento pelo qual dá as pessoas física
e jurídicas a responsabilidade pela
geração direta ou indireta de resíduos
desde sua produção até sua destinação
final.
Ou seja, por uma ação de responsabilidade compartilhada, cabe ao
consumidor levar os materiais inservíveis, no caso, os medicamentos
aos pontos específicos de coleta para que fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes possam providenciar seu descarte
seguro. 
Atrelado a isso, os distribuidores e as farmácias têm papel de destaque
na logística de recolhimento e na conscientização dos usuários de
medicamentos.
Farmácias Consumidor
Destinação Final
Uma pesquisa feita abrangendo cinco farmácias da região, pôde-
se descobrir que estas não possuem total assistência do
município quando se trata de coleta de resíduos farmacêuticos. 
Apenas 40% dos estabelecimentos 
pesquisados usufruem da coleta pública. 
As empresas privadas, que fazem esses serviços, cobram preços
exorbitantes por cada quilograma de resíduo dificultando o
acesso de algumas farmácias de pequeno porte ao serviço em
questão já que nem todas as empresas são favorecidas pelo
recolhimento público.
Leve seus remédios vencidos ou inutilizados à farmácia
onde você costuma comprar. Caso a farmácia não faça esse
recolhimento, contate e vigilância sanitária da cidade.
FAÇA O DESCARTE CONSCIENTE 
DOS SEUS MEDICAMENTOS!
Referências
OLIVEIRA, Carlos Eduardo do Nascimento. Avaliação dos riscos
associados ao descarte inadequado de medicamentos no Brasil. 2014.
58 f., il. Monografia (Bacharelado em Ciências Ambientais)—
Universidade de Brasília, Brasília, 2014
LIMA, W.G; CARDOSO, B.G.; SIMIÃO, D.C.; AMORIM, J.M.;SILV A, C.A.;
BRITO, J.C.M. Uso irracional de medicamentos e plantas medicinais
contra a COvID-19 (sARs-Cov-2): Um problema emergente. Brazilian
Journal of Health and Pharmacy, v. 2, n. 3, p. 37-53, 2020.
Falqueto, E., & Kligerman, D. C. (2012). Análise normativa para
descarte de resíduos de medicamentos - Estudo de caso da Região
Sudeste do Brasil. Revista De Direito Sanitário, 13(2), 10-23.
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9044.v13i2p10-23
Universidade Federal do Pará
Campus Tucuruí
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