Buscar

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS/ISTs

Prévia do material em texto

CLÍNICA MÉDICA 
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS/ISTs
DSTs são uma variedade enorme de organismos que tem causado doenças humanas por centenas de anos 
Diagnóstico é desafiador, pela natureza heterogênea e sintomas variados numa única doença 
Baias social e hesitação em discutir esse assunto, atitude profissional e respeitosa para obter a história clínica detalhada e correta. Sem julgar 
Diagnóstico é através da história detalhada, com atenção especial a orientação sexual e comportamento (epidemiologia), exame físico, confirmação laboratorial caso necessário
Paciente geralmente nega comportamento de risco, pelo embaraço e estigma social 
Paciente pode subestimar comportamento de risco 
História sexual detalhada, avisar que é para um diagnóstico e tratamento correto:
1.Preferência sexual (homem ou mulher)
2.Identidade de gênero
3.Número de parceiros fixos, casual, ocasional (uma vez só)
4.Uso de preservativos, drogas, álcool (comportamentos de risco)
5.Profilaxia pré-exposição para HIV, último teste de HIV e DSTs
6.História de DSTs em parceiros 
7.Se possível inserir conselho e educação sexual (as vezes acha normal ter vários parceiros...)
Tópicos para prevenção:
1.Abstinência 
2.Testes de rotina 
3.Avisar o parceiro sobre DSTs
4. Modificação do comportamento de risco (evitar atividades sexuais de risco)
5.Uso de preservativos
6.Tratamento profilático para DSTs
7.Profilaxia pré-exposição para HIV
Categorizar infecções em grandes grupos, por causa da natureza variada das DSTs
Há superposição de categorias, portanto deve ter julgamento clínico acurado
Importante saber que muitos DSTs são assintomáticos ou oligossintomáticos 
Quando há 1 DST, se deve pensar na possibilidade de outras DSTs
Principais categorias: 
A.Uretrites cervicais 
B.Úlcera genital
C.Verruga genital
Uretrites e cervicites: gonocócicas, não-gonocócicas (+ comum é a clamídia)
Vaginites: cândida, vaginose bacteriana, tricomoníase (só nas mulheres)
Úlcera genital: dolorosa (herpes simples, cancroide), não-dolorosa (sífilis), única (sífilis, cancroide), múltiplas ou agrupadas (herpes simples). EX: se for uma dolorosa e múltipla se pensa em herpes simples...
Verruga genital (papilomavírus)
Outros: piolho pubiano, escabiose
· Uretrites e cervicites 
Características: disúria, queimação e corrimento uretral (pouco, agudo ou pus)
Categorias: gonocócica e não-gonocócia (maioria por clamídia)
Tratar a maioria como uretrite sintomática empiricamente para gonorreia e clamídia sem esperar resultado de exames 
· Não gonocócicas – CLAMÍDIA 
DST + prevalente no mundo, crônica + frequente
Causa: bactéria é a Clamidia tracomatis 
30-40% das uretrites e cervicites não-gonocócicas
Homens tem poucas complicações (epididimite, proctite, uretrite)
Mulheres complicações graves (DIP, gravidez ectópica, infertilidade)
DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA 
Fatores de risco: idade (5-10% em adolescentes e adultos jovens), múltiplos parceiros, sexo sem preservativos, área sócio-econômica
OBS: presença de DST retal é fator de risco importante para HIV
Triagem para clamídia: mulheres < 24ª sexualmente ativo, mulheres com fatores de risco, história de clamídia ou outras DSTs, múltiplos parceiros ou parceiro novo, prostituição, grávida, homossexual masculino 1x/ano; triagem também em orofaringe e anus (80% dos casos)
CLÍNICA 
Sinais e sintomas: de nenhum (+comum até 85% dos casos) até DIP em mulheres, transmissão de homem para mulher é de até 65%
Quando sintomático: + comum uretrite em homem e cervicite em mulher
Tempo de incubação: 7-14dias, 40-90% é assintomático nos homens 
Uretrite: disuria e/ou corrimento 
Epididimite: dor testicular e unilateral, edema e aumento da sensibilidade 
Prostatite 
Proctite: típico em homossexual homens, presença se deve pensar em linfogranuloma venéreo (LGV)
Em mulheres é difícil o diagnóstico pois os sintomas são inespecíficos:
Clássicos: cervicite – corrimento, sangramento, dor pélvica, cérvix friável, úlceras 
Complicação: dor pélvica, infertilidade (principal causa prevenível), DIP - doença inflamatória pélvica (4% da população), peri-hepatite (síndrome de Fitz-Hugh-Curtis inflamação da cápsula hepática 5-15% das DIP)
DIP: dor pélvica ou abdominal, sensibilidade na movimentação do cérvix, sensibilidade uterina dos anexos
Conjuntivite, tracoma ocular: é causa + comum de cegueira prevenível 
Faringite, LGV (úlcera genital, linfadenopatia inguinal (tratamento + longo)
DIAGNÓSTICO 
Teste padrão: teste de amplificação do ácido nucleico (PCR), sensibilidade de 80-90% e especificidade de 99%
Local de coleta: urina, vagina, uretra, reto, faringe (swabs)
Teste +: tratar, restestar >3 semanas após (pode + teste sem infecção)
Retestar em grávidas e aqueles que podem ter infecção persistente: geralmente retestar em 3 meses e depois periodicamente dependendo do comportamento de rico (cada 3-6m)
TRATAMENTO 
Azitromicina 1g VO (gravida e dificuldade de aderência), não é tão efetivo por isso se precisa retestar. Pode não matar
Doxicilina 100mg 2x/dia por 7d (+efetivo)
Quinolona/penicilina 
Contraindicado na gravidez (doxicilina, levofloxacin)
Epididimite: doxicilina 100mg VO 2x/dia por 10d
LGV: doxicilina 100mg VO 2x/dia por 3 semanas 
DIP: ceftriaxone 250mg 1xIM (para gonorreia) + doxicilina 100mg VO 2x/dia por 14d (para clamídia)
Cefoxitina 2g EV 6/6h + doxicilina 100 mg VO 12/12h 14d (endovenoso pois é grave)
Alternativa: clindamicina 900mg EV 8/8h + gentamicina 2mg/kg EV ataque e 1,5mg/kg 8/8h por 14d 
PROGNÓSTICO 
História natural: pode ser assintomático por longos períodos, infecção cura espontaneamente (em 20%) ou progride para sintomas e complicações 
Reinfecção é comum: 10-20% importante tratar parceiro sexual (não é necessário ver o parceiro)
· Gonorreia 
DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA
Causada pela bactéria Neisseria gonorrhae. Gonocócica 
2ª causa após clamídia 
Uretrite e cervicite com complicações ~ clamídia 
Maioria: adolescentes e adultos jovens. Mais homens do que mulheres **
Homossexual homens: fator de risco importante 
Fatores de risco: jovem com vários parceiros sexuais, negros e latinos, status social baixo, DST prévio
PATOLOGIA 
Bactéria gram – 
Infecção da mucosa, ativação de neutrófilos leva a inflamação e pus (exsudato)
CLÍNICA 
Risco de infecção de 20-50% por vez e aumenta com múltiplos atos sexuais
Período de incubação 2-7dias 
Sintomáticos: corrimento purulento + importante que em uretrites não-gonocócicas 
Em homens sintoma + comum é a uretrite, 10% assintomático 
Outros sintomas: epididimite, proctite e faringite,
Complicações graves e raras: abcesso e estreitamento uretral 
Em mulheres 50-80% assintomático
Em mulheres os sintomas típicos são de cervicite (dor pélvico ou de anexos, corrimento, disuria, sangramento vaginal) 
Em mulheres complicações + comum: DIP (infecção grave, dor pélvica crônica e infertilidade)
Durante a gravidez: parto prematuro, ruptura de membranas, infertilidade 
Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis: <3% dos casos, infecção disseminada, com tríade clássica - tenossinovite de vários tendões, dermatite – sem dor, lesões pustulares transitórios) e poliartralgia (forma não-purulenta)
Infecção disseminada pode ter artrite purulento + febre e sintomas inespecíficos
DIAGNÓSTICO 
Pode ser visto pelo bacterioscopia- gram no material purulento. Presença de diplococos gram - 
Método mais comum é pelo PCR – sensibilidade 98%, no material uretral, cervical, orofaringe, reto
PCR tem a desvantagem de não avaliar a suscetibilidade a antibióticos (ATB)
Cultura dos swabs de reto, uretra, faringe e cérvix – sensibilidade de 65-95%, possível testas a sensibilidade a ATB
TRATAMENTO 
Problema mundial de resistência a antibiótico
Gonorreia urogenital não complicada (99% dos casos): ceftriaxone 250mg IM 1x (alternativa cefexime 400mg VO 1x, mas < efetivo para gonorreia faríngea) + azitromicina 1g VO 1x (alternativa – doxicilina 100 mg 2x/d VO por 7 dias)
Alergia a ceftriaxone: gentamicina 240mg IM 1x + azitromicina 2g VO 1x
Gonococo complicado ou disseminada: ceftriaxone EV e doxicilina ou azitromicina por tempo determinadopela resposta clínica
PROGNÓSTICO 
Curável com antibioticoterapia correta
Não tratado, geralmente cura por si em semanas
· Uretrite não gonocócica 
Há várias outras causas + comum: micoplasma genitalium
Bactéria sem parede celular, não cora com gram, difícil crescimento, causa 15-25% das uretrites não-gonocócicas em homens nos USA e pode causar DIP
Diagnóstico: PCR em urina, uretra, vagina e cérvix 
Deve ser pensado como causa de uretrite e cervicite persistente 
Tratamento empírico em sintomáticos: azitomicina 1g VO 1x/d; 500 mg 1x + 250mg 1x/d por 4 dias. Moxifloxacin 400 mg 1x/d por 7-14d (casos com sintomas persistentes)
· Vaginites 
DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA 
Refere-se a alterações da vagina caracterizadas por inflamação ou irritação da vulva e corrimento vaginal anormal
3 tipos principais: cândida vulvovaginite, vaginose bacteriana e tricomoníase 
Vaginose e tricomoníase são por transmissão sexual 
Tricomoníase é DST não-viral mais comum no mundo, 3,1% de mulheres entre 14-49 anos (USA), deve investigar em mulheres com outros tipos de DST e fatores de risco
PATOLOGIA 
· Cândida vulvovaginite 
Cândida albicans e glabrata
Coloniza mulheres sendo assintomática, não significa infecção 
Casos sintomáticos ocorrem por crescimento excessivo e penetração da superfície epitelial da vagina (aumento dos níveis de estrógeno, alteração da flora vaginal por ATB)
· Tricomoníase 
Causado pelo protozoário Tricomonas vaginalis, infecta epitélio escamoso no trato urogenital 
· Vaginose bacteriana 
Causado por organismos da própria flora vaginal e com diminuição de lactobacilo
Gardnerella vaginalis infecta o epitélio vaginal, cria um biofilme que permite que outra bactéria grude
Causa DST na vaginose 
CLÍNICA
· Cândida 
Fatores de risco: imunodeprimido, DIU, diabetes mellitus, ATB de amplo espectro, gestação, roupas apertadas 
Prurido, corrimento com alterações de volume, cor e odor (esbranquiçado, queijo, cottage)
Queimação, irritação
Eritema, dispareunia (dor no ato sexual)
Sangramento vaginal, disúria 
· Tricomoníase 
Geralmente assintomático, mas pode estar associado a DST
Sintomático em mulheres com corrimento vaginal purulento (amarelado/amarelo-esverdeado), irritação da vulva, odor fétido
· Vaginose 
Geralmente assintomático, mas pode estar associado a DST 
Sintomas leves de irritação e eritema 
Pouca disúria ou dispareunia 
Odor de peixe no corrimento, alteração de cor e textura (branco acizentada)
DIAGNÓSTICO 
· Cândida 
Cultura do corrimento 
Identificação do organismo por microscópio, com leveduras e micelas 
PCR 
pH<4,5
· Tricomoníase 
PCR
pH>6
Identificação do protozoário no microscópio 
cultura do corrimento 
· Vaginose bacteriana
Gram, microscopia
PCR
pH>6
Critério de Amsel, Nugent
TRATAMENTO 
· Cândida 
Fluconazol 150 mg 1x VO
Gravida: azole tópicos 
Clotrimazol 5g creme 1% 1x/d por 7-14 dias ou creme 2% 5g por 3 dias (miconazol, terconazol...)
· Tricomoníase
Tratar parceiro 
Metronidazol 500mg VO 2x/d por 7 dias (tinidazol 2g VO)
Gravida – metronidazol 2g VO 1x
· Vaginose 
Metronidazol 500mg VO 2x/d por 7 dias 
Não dar em dose única
PROGNÓSTICO 
Vaginose é tratável o problema é o restabelecimento da flora normal de lactobacilos 
Leva a infecções repetidas e tratamento prolongado 
Algumas vezes é necessário dar lactobacilos oral ou vaginal 
Aumenta o risco de HIV, herpes simples 2 e gonorreia
· Úlcera genital 
Manifestação importante em várias DSTs 
Classificação: dolorosa (herpes simples, cancróide), não dolorosa (sífilis). LGV – clamídia. Único (sífilis, cancroide), múltiplo ou agrupados (herpes simples)
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAIS 
· Sífilis 
DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA 
Causada pelo Treponema pallidum (bactéria espiroqueta) 
Clínica de amplo espectro 
Início do séc XX nos USA 10% da população com sífilis 
1940= 600mil casos 
2000= 2,1:100:000 
Atualmente está em crescimento
Alto risco: homossexual masculino, mas ocorre em todas as idades, gêneros, orientação sexual, status social, etnia e raça 
Ressurgimento da sífilis generalizada em homossexual masculino com HIV 
Triagem para sífilis 1x∕ano ou + frequente se tiver outros fatores de risco
Transmissão se dá, quase que exclusivamente, por contato, principalmente sexual, com pacientes com lesões genitais ativas. Na sífilis congênita, ocorre por meio da via hematogênica
PATOLOGIA 
Infecta e penetra nas membranas da mucosa, resulta no cancro clássico, passa então à linfonodos locais e se dissemina sistemicamente 
Não é fácil de ser cultivado 
Período de incubação: 3 semanas 
> 60% não progride para estágio 3 (depende da imunidade) 
CLÍNICA 
Sifilis primário, classicamente nos genitais mas pode ocorrer no reto ou orofaringe 
Risco de transmissão de sifilítico primário para não-infectado em ato sexual é de 30% chance 4 estágios clássicos: é um continuum de uma doença 
1. primário- muito contagioso 
2. secundário- muito contagioso, clínica se confunde com o primário 
3. latente (pode não ter sintomas)
4. terciário
· Sífilis primária
Difícil diagnóstico só com exame físico Cancro primário: Indolor, base clara e úlcera endurecida, bordas firmes e levantadas, porém pode variar
Se tiver história clínica (homossexual ♂︎sexualmente ativo), testar para sífilis 
Raro estar ausente mas pode passar desapercebido 
Está cheio de espiroquetas 
É extremamente infecciosa 
Cura espontaneamente em algumas semanas
Incubação de 10- 90 dias, em média de 3 semanas.
Além disso, ocorre adenopatia satélite inguinal bilateral, indolor. A linfadenopatia geralmente é regional, unilateral, múltipla, indolor, não supurativa, sem flogismo, aparecendo uma semana após a lesão primária.
· Sífilis secundária
Até 80% dos pacientes tem alguma manifestação cutânea 
Rash maculopapular difuso 
Classicamente envolve palmas e solas 
Manifestação da pele variado: máculas, pápulas, pústulas, vesículas ou combinações 
Vesículas são facilmente confundidas com outros DSTs, incluindo herpes simples 
Manifestações de pele tardia: aparência nodular, escamosa, pegajosa
Rash aparece algumas semanas após o cancro e resulta da disseminação da doença 
Rash: simétrico, rosaceo, indolor, não queima, geralmente poupa face 
Rash maculopapular, não infecciosa, porém nas lesões inguinais, axilares ou outras regiões de atrito, pode erodir e se tornar infecciosa (ai se tem pus)
Desaparece sozinho após semanas ou meses, aparece depois do cancro 
Pode vir acompanhada de febre, mal-estar, cefaleia, adinamia, aumento dos linfonodos palpáveis presentes em região cervical posterior, axilar, inguinal e femoral
Diagnóstico diferencial: Ptiríase rósea, Eritema multiforme, Rash por drogas, Tinea, Sarampo, Dermatite seborreia
Nesse estágio da doença, há resposta imune significativa, com aumento da produção de anticorpos contra o treponema. Esses anticorpos circulantes resultam em maiores títulos nos testes treponêmicos e implicam em resultados reagentes nos testes treponêmicos.
Lues maligna é uma forma grave de sífilis secundária que ocorre em pacientes gravemente imunocomprometidos, principalmente os infectados por HIV, e é caracterizada por lesões cutâneas ulcerativas não resolvidas.
· Sífilis latente 
Evolui sem sintomatologia clínica, apenas com sorologia positiva
· Sífilis terciária 
30-40% dos não-tratados 
Neurosífilis, sífilis cardíaco, doença gomatosa 
Neurosífilis: T. Pallidum invade e causa sintomas no SNC desde o início da infecção 
Neurosífilis precoce: sinais e sintomas de meningite e sintomas leves (cefaleia) 
Outras manifestações: otosífilis (surdez); sífilis ocular (uveíte posterior)
Neurosofilis tardio: paresia geral, demencia progressiva, esquecimento, doença psiquiátrica, alteração de personalidade, pupila de Argyll-Robertson (sem resposta à luz mas acomodação normal), tabes dorsais (ataxia e dor lancinante), pupilas irregulares 
Gomas por ativação do sistema imune, pode desenvolver em qualquer tecido ou órgão 
Sifilis cardíaco: aortite (aorta torácica ascendente) com aparência de casca de árvore com dilatação e regurgitação aórtica
DIAGNÓSTICO
Anticorpo contra Treponema:medida direta ou indireta 
Testes não-treponemal (anticorpo anticardiolipina~anticorpo anti-treponema): RPR (reagina de plasma rápida) ou VDRL (veneral disease research laboratory) 
Sensitivo mas inespecífico; falso + relativamente comum, principalmente em grávidas e pacientes com doença auto-imune 
Reporta-se em diluições 1:2 é muito baixo; 1:1024 representação geral da quantidade de espiroquetas no paciente (12% não tem resposta sorológica
Com o tratamento teste não-treponemal pode tornar-se negativo 
35-44% VDRL continua + com tratamento apropriado (serofast) 
Teste direto: FTAbs-absorção de anticorpo treponemal fluorescente)
Se + é para sempre
Ficam positivos de 2 a 3 semanas após a infecção após o aparecimento do cancro duro. Se o teste for positivo, realiza-se o teste treponêmico (FTA- -ABS), altamente específico, sendo capaz de fechar diagnóstico de sífilis
Testes são limitados, muitos casos com diagnóstico duvidoso 
T. Pallidum não cresce em laboratório padrão 
Se VRDL- e FTABS+ pode fazer TP-PA 
TP-PA: ensaio por aglutinação da partícula T. pallidum VDRL pode ter até 30% de falso negativo; mesmo assim se lesão suspeita, repetir teste ou tratar empiricamente 
Exposição recente: testar para sífilis e HIV
Tratamento precoce: pode não desenvolver anticorpos e nunca ter teste+ 
Tratamento bem-sucedido: diminui 4x os títulos não-treponemais em 6-12m 
Títulos podem nunca voltar ao normal: seguir periodicamente para ver se o VLDR está subindo ou não
Homossexual ♂︎: pelo CDC, fazer teste de DST 1x∕ano; se múltiplos parceiros, anônimo ou outros fatores de risco, fazer a cada 3-6m
TRATAMENTO 
Infecção precoce (< 1a)- primário, secundário, latente 
Infeção tardia (≧ 1a)- latente, terciário 
Sensível à penicilina 
Infecção precoce- penicilina benzatina 2,4 milhões IM 1x 
Infecção tardia ou tempo incerto- penicilina benzatina 2,4 milhões IM 1x∕semana por 3 semanas 
Tratamento pode levar à reação febril (reação de Jarisch-Herxheimer)- causado pela morte das espiroquetas
Co-infecção sifilis+ HIV aumenta chance de neurosífilis 
Muitos são assintomáticos: CD4 < 350 cel∕uL ou VDRL >1:32= colher LCR 
Neurosifilis: colher LCR= VDRL com 50% da sensibilidade; se pleocitose ou aumento de proteínas, tratar como neurosífilis 
Penicilina G cristalina ev por 10-14d, não reverte lesão estrutural 
Tratar doença ocular e similar como neurosífilis 
Usar VDRL para acompanhamento; se necessário, repetir tratamento
PROGNÓSTICO 
Penicilina é tratamento de escolha, mas não por medicina baseada em evidência 
É uso histórico 
Há bom número de pacientes que não respondem ao tratamento 
Retratar
· Herpes simples 
DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA 
HSV1- herpes labial = 60% da população; 90-100% dos adultos de meia idade 
HSV2-herpes genital= 20%; associado à atividade sexual (número de parceiros e história de outros DST), idade, gênero (♀︎>♂︎), etnia (negros) 
Infecção entra em latência, reativa em alguns pacientes
Nos USA 50 milhões tem HSV e maioria assintomático 
CDC não recomenda triagem de rotina em assintomáticos, não muda contaminação ou impacto na doença
PATOLOGIA 
HSV 1 e 2 são 2 dos 8 herpes vírus de DNA humano 
Outros herpes virus: varicela zoster, citomegalovírus, Epstein Barr, herpes vírus humano 6,7,8 
Infecção com 1 tipo de HSV não previne ou aumenta chance com outros tipos 
Infecção inicial com HSV1∕2 entra em latência dentro das células neuronais dos gânglios periféricos sensitivos ou autonômicos 
HSV1: trigêmeo 
HSV2: ganglio da raiz nervosa de S2-S5
CLÍNICA 
Transmissão via contato pele a pele, incluindo contato sexual em mucosas como orofaringe, vagina, reto, cérvix e conjuntiva 
Transmissão pode ocorrer sem haver sintomas 
Estágios: primário, latente e recorrente 
Primário: febre, cefaleia, vesículas genitais dolorosas, múltiplas úlceras e linfadenopatia; HSV1: gengivoestomatite, faringite; sintomas variam entre nenhum à necessidade de hospitalização
Recorrente: em uma parte dos pacientes, sintomas < graves que primário; alguns pacientes tem múltiplas reatividade por ano e outros não tem nenhum
Complicações: meningite e proctite 
Meningites recorrentes: meningite de Mollaret 
Herpes abaixo da unha: em profissionais da saúde 
Herpes gladiatorum: em atletas de luta 
Doença ocular: queratite, necrose retiniana aguda 
Raro: eritema multiforme, hepatite, encefalite
DIAGNÓSTICO 
É clínico 
Se possível cultura viral: 50% sensibilidade; PCR; anticorpo direto fluorescente, Sorologia IgM e IgG: para infecção primária e infecção crônica documentado, não para triagem
TRATAMENTO 
Aciclovir 400mg vo 3x∕d ou 200mg vo 5x∕d por 7-10d 
Famciclovir 250mg vo 3x∕d por 7-10d 
Valaciclovir 1g vo 2x∕d por 7-10d 
Reativação: 
Aciclovir 400mg vo 3x∕d ou 800mg vo 2x∕d por 5d; 800mg vo 3x∕d por 2d 
Famciclovir 125mg vo 2x∕d por 5d ou 1g vo 2x∕d por 1d ou 500mg 1x+ 250mg vo 2x∕d por 2d 
Valaciclovir 500mg vo 2x∕d por 3d ou 1g 1x∕d por 5d
Recorrências frequentes: terapia de supressão 
Aciclovir 5-10mg∕kg ev de 8∕8h com duração e transição para vo, dependendo da melhora (±10d) 
Em pacientes imunossuprimidos: 
Aciclovir endovenoso, 5-10 mg/ kg de peso, EV, de 8/8h, por 5 a 7 dias, ou até resolução clínica
Uso em grávida não está estabelecida
PROGNÓSTICO 
Não curável, mas maioria é assintomática 
Devem ser educados em relação à doença (transmissão e tratamentos disponíveis) 
Deve-se avisar parceiro 
Evitar sexo na fase aguda
· Cancróide 
Causa: Haemofilus ducrei (gram -) 
Sintomas clássicos: úlcera genital única ou múltipla, não endurecida, linfadenopatia inguinal 
Diagnóstico: cultura com Hemin (gram); PCR 
Deve testar para sífilis
Transmissão: contato sexual.
Período de incubação de 3 a 5 dias.
Tratamento: 
azitromicina 1g vo 1x
 ceftriaxone 250mg IM 1x 
ciprofloxacin 500mg vo 2x∕d por 3d (contra-indicação em grávida e puérpera lactente)
· Granuloma inguinal (donovanose)
Causa: Klebsiella granulomatis (gram-) 
Período de incubação em torno de 50 dias, variando de 3 dias a 6 meses
Clinica: lesões genitais ulcerativas, indolor e com eritema 
Diagnóstico é clínico
Histopatologia: corpos de Donovan 
Tratamento: doxicilina 100mg vo 2x∕d por >3 semanas 
Alternativas: azitromicina (grávida); ciprofloxacin; sulfa-trimetropin 
Outras causas de úlcera: trauma, doença de Behçet, câncer, drogas
· Verruga genital 
Causa: papilomavirus humano (HPV) 
Espectro de doença cutânea e de mucosa, varia entre verruga à câncer (cervical, anal, orofaríngeo) 
Há >100 tipos de HPV 
HPV transmitido sexualmente é responsável pela verruga genital e carcinoma ano-genital 
> 80% adultos sexualmente ativo adquirem HPV ao longo da vida
Tende a ser benigno e assintomático, 90% causado por HPV tipo 6 e 11 
Carcinoma anogenital: HPV 16 e 18 
Verruga: é plana, papular, diagnóstico é clínico, se tiver dúvidas, fazer biópsia 
Tratamento: podofilox 0,5% solução ou gel; imoquimod 5% creme, sinecatechins 15% em óleo; crioterapia, resina de podo felina 10-25%; ácido tricloroacético; excisão cirúrgica 
Vacina: gardasil (quadrivalente-6,11,16,18); cervarix (bivalente-16,18)= +efetivo antes da iniciação sexual 11-26a (até 45a) 
No Brasil: vacina quadrivalente em meninas de 9-14a e meninos de 11-14a (SUS)
· Piolho púbico 
Pediculose pubis pode espalhar da genitália para o corpo todo 
Sinais e sintoma: prurido, pequenas máculas e linfadenopatia localizada 
Diagnóstico: microscopia luminosa do organismo 
Tratamento: permetrin 1% creme; piretrin; malathione 0,5% loção; ivermectina 
Lavar roupa, roupa de cama
· Escabiose 
Causa: Sarcoptes scabiei 
Transmissão via contato de pele, geralmente sexual 
Clínica: prurido, pequenas pápulas eritematosas no punho, antebraço, dedos e genitais 
Diagnóstico: exame físico 
Tratamento: permetrin 5% no corpo todo; ivermectina vo

Continue navegando