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CLÍNICA MÉDICA DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS/ISTs DSTs são uma variedade enorme de organismos que tem causado doenças humanas por centenas de anos Diagnóstico é desafiador, pela natureza heterogênea e sintomas variados numa única doença Baias social e hesitação em discutir esse assunto, atitude profissional e respeitosa para obter a história clínica detalhada e correta. Sem julgar Diagnóstico é através da história detalhada, com atenção especial a orientação sexual e comportamento (epidemiologia), exame físico, confirmação laboratorial caso necessário Paciente geralmente nega comportamento de risco, pelo embaraço e estigma social Paciente pode subestimar comportamento de risco História sexual detalhada, avisar que é para um diagnóstico e tratamento correto: 1.Preferência sexual (homem ou mulher) 2.Identidade de gênero 3.Número de parceiros fixos, casual, ocasional (uma vez só) 4.Uso de preservativos, drogas, álcool (comportamentos de risco) 5.Profilaxia pré-exposição para HIV, último teste de HIV e DSTs 6.História de DSTs em parceiros 7.Se possível inserir conselho e educação sexual (as vezes acha normal ter vários parceiros...) Tópicos para prevenção: 1.Abstinência 2.Testes de rotina 3.Avisar o parceiro sobre DSTs 4. Modificação do comportamento de risco (evitar atividades sexuais de risco) 5.Uso de preservativos 6.Tratamento profilático para DSTs 7.Profilaxia pré-exposição para HIV Categorizar infecções em grandes grupos, por causa da natureza variada das DSTs Há superposição de categorias, portanto deve ter julgamento clínico acurado Importante saber que muitos DSTs são assintomáticos ou oligossintomáticos Quando há 1 DST, se deve pensar na possibilidade de outras DSTs Principais categorias: A.Uretrites cervicais B.Úlcera genital C.Verruga genital Uretrites e cervicites: gonocócicas, não-gonocócicas (+ comum é a clamídia) Vaginites: cândida, vaginose bacteriana, tricomoníase (só nas mulheres) Úlcera genital: dolorosa (herpes simples, cancroide), não-dolorosa (sífilis), única (sífilis, cancroide), múltiplas ou agrupadas (herpes simples). EX: se for uma dolorosa e múltipla se pensa em herpes simples... Verruga genital (papilomavírus) Outros: piolho pubiano, escabiose · Uretrites e cervicites Características: disúria, queimação e corrimento uretral (pouco, agudo ou pus) Categorias: gonocócica e não-gonocócia (maioria por clamídia) Tratar a maioria como uretrite sintomática empiricamente para gonorreia e clamídia sem esperar resultado de exames · Não gonocócicas – CLAMÍDIA DST + prevalente no mundo, crônica + frequente Causa: bactéria é a Clamidia tracomatis 30-40% das uretrites e cervicites não-gonocócicas Homens tem poucas complicações (epididimite, proctite, uretrite) Mulheres complicações graves (DIP, gravidez ectópica, infertilidade) DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA Fatores de risco: idade (5-10% em adolescentes e adultos jovens), múltiplos parceiros, sexo sem preservativos, área sócio-econômica OBS: presença de DST retal é fator de risco importante para HIV Triagem para clamídia: mulheres < 24ª sexualmente ativo, mulheres com fatores de risco, história de clamídia ou outras DSTs, múltiplos parceiros ou parceiro novo, prostituição, grávida, homossexual masculino 1x/ano; triagem também em orofaringe e anus (80% dos casos) CLÍNICA Sinais e sintomas: de nenhum (+comum até 85% dos casos) até DIP em mulheres, transmissão de homem para mulher é de até 65% Quando sintomático: + comum uretrite em homem e cervicite em mulher Tempo de incubação: 7-14dias, 40-90% é assintomático nos homens Uretrite: disuria e/ou corrimento Epididimite: dor testicular e unilateral, edema e aumento da sensibilidade Prostatite Proctite: típico em homossexual homens, presença se deve pensar em linfogranuloma venéreo (LGV) Em mulheres é difícil o diagnóstico pois os sintomas são inespecíficos: Clássicos: cervicite – corrimento, sangramento, dor pélvica, cérvix friável, úlceras Complicação: dor pélvica, infertilidade (principal causa prevenível), DIP - doença inflamatória pélvica (4% da população), peri-hepatite (síndrome de Fitz-Hugh-Curtis inflamação da cápsula hepática 5-15% das DIP) DIP: dor pélvica ou abdominal, sensibilidade na movimentação do cérvix, sensibilidade uterina dos anexos Conjuntivite, tracoma ocular: é causa + comum de cegueira prevenível Faringite, LGV (úlcera genital, linfadenopatia inguinal (tratamento + longo) DIAGNÓSTICO Teste padrão: teste de amplificação do ácido nucleico (PCR), sensibilidade de 80-90% e especificidade de 99% Local de coleta: urina, vagina, uretra, reto, faringe (swabs) Teste +: tratar, restestar >3 semanas após (pode + teste sem infecção) Retestar em grávidas e aqueles que podem ter infecção persistente: geralmente retestar em 3 meses e depois periodicamente dependendo do comportamento de rico (cada 3-6m) TRATAMENTO Azitromicina 1g VO (gravida e dificuldade de aderência), não é tão efetivo por isso se precisa retestar. Pode não matar Doxicilina 100mg 2x/dia por 7d (+efetivo) Quinolona/penicilina Contraindicado na gravidez (doxicilina, levofloxacin) Epididimite: doxicilina 100mg VO 2x/dia por 10d LGV: doxicilina 100mg VO 2x/dia por 3 semanas DIP: ceftriaxone 250mg 1xIM (para gonorreia) + doxicilina 100mg VO 2x/dia por 14d (para clamídia) Cefoxitina 2g EV 6/6h + doxicilina 100 mg VO 12/12h 14d (endovenoso pois é grave) Alternativa: clindamicina 900mg EV 8/8h + gentamicina 2mg/kg EV ataque e 1,5mg/kg 8/8h por 14d PROGNÓSTICO História natural: pode ser assintomático por longos períodos, infecção cura espontaneamente (em 20%) ou progride para sintomas e complicações Reinfecção é comum: 10-20% importante tratar parceiro sexual (não é necessário ver o parceiro) · Gonorreia DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA Causada pela bactéria Neisseria gonorrhae. Gonocócica 2ª causa após clamídia Uretrite e cervicite com complicações ~ clamídia Maioria: adolescentes e adultos jovens. Mais homens do que mulheres ** Homossexual homens: fator de risco importante Fatores de risco: jovem com vários parceiros sexuais, negros e latinos, status social baixo, DST prévio PATOLOGIA Bactéria gram – Infecção da mucosa, ativação de neutrófilos leva a inflamação e pus (exsudato) CLÍNICA Risco de infecção de 20-50% por vez e aumenta com múltiplos atos sexuais Período de incubação 2-7dias Sintomáticos: corrimento purulento + importante que em uretrites não-gonocócicas Em homens sintoma + comum é a uretrite, 10% assintomático Outros sintomas: epididimite, proctite e faringite, Complicações graves e raras: abcesso e estreitamento uretral Em mulheres 50-80% assintomático Em mulheres os sintomas típicos são de cervicite (dor pélvico ou de anexos, corrimento, disuria, sangramento vaginal) Em mulheres complicações + comum: DIP (infecção grave, dor pélvica crônica e infertilidade) Durante a gravidez: parto prematuro, ruptura de membranas, infertilidade Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis: <3% dos casos, infecção disseminada, com tríade clássica - tenossinovite de vários tendões, dermatite – sem dor, lesões pustulares transitórios) e poliartralgia (forma não-purulenta) Infecção disseminada pode ter artrite purulento + febre e sintomas inespecíficos DIAGNÓSTICO Pode ser visto pelo bacterioscopia- gram no material purulento. Presença de diplococos gram - Método mais comum é pelo PCR – sensibilidade 98%, no material uretral, cervical, orofaringe, reto PCR tem a desvantagem de não avaliar a suscetibilidade a antibióticos (ATB) Cultura dos swabs de reto, uretra, faringe e cérvix – sensibilidade de 65-95%, possível testas a sensibilidade a ATB TRATAMENTO Problema mundial de resistência a antibiótico Gonorreia urogenital não complicada (99% dos casos): ceftriaxone 250mg IM 1x (alternativa cefexime 400mg VO 1x, mas < efetivo para gonorreia faríngea) + azitromicina 1g VO 1x (alternativa – doxicilina 100 mg 2x/d VO por 7 dias) Alergia a ceftriaxone: gentamicina 240mg IM 1x + azitromicina 2g VO 1x Gonococo complicado ou disseminada: ceftriaxone EV e doxicilina ou azitromicina por tempo determinadopela resposta clínica PROGNÓSTICO Curável com antibioticoterapia correta Não tratado, geralmente cura por si em semanas · Uretrite não gonocócica Há várias outras causas + comum: micoplasma genitalium Bactéria sem parede celular, não cora com gram, difícil crescimento, causa 15-25% das uretrites não-gonocócicas em homens nos USA e pode causar DIP Diagnóstico: PCR em urina, uretra, vagina e cérvix Deve ser pensado como causa de uretrite e cervicite persistente Tratamento empírico em sintomáticos: azitomicina 1g VO 1x/d; 500 mg 1x + 250mg 1x/d por 4 dias. Moxifloxacin 400 mg 1x/d por 7-14d (casos com sintomas persistentes) · Vaginites DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA Refere-se a alterações da vagina caracterizadas por inflamação ou irritação da vulva e corrimento vaginal anormal 3 tipos principais: cândida vulvovaginite, vaginose bacteriana e tricomoníase Vaginose e tricomoníase são por transmissão sexual Tricomoníase é DST não-viral mais comum no mundo, 3,1% de mulheres entre 14-49 anos (USA), deve investigar em mulheres com outros tipos de DST e fatores de risco PATOLOGIA · Cândida vulvovaginite Cândida albicans e glabrata Coloniza mulheres sendo assintomática, não significa infecção Casos sintomáticos ocorrem por crescimento excessivo e penetração da superfície epitelial da vagina (aumento dos níveis de estrógeno, alteração da flora vaginal por ATB) · Tricomoníase Causado pelo protozoário Tricomonas vaginalis, infecta epitélio escamoso no trato urogenital · Vaginose bacteriana Causado por organismos da própria flora vaginal e com diminuição de lactobacilo Gardnerella vaginalis infecta o epitélio vaginal, cria um biofilme que permite que outra bactéria grude Causa DST na vaginose CLÍNICA · Cândida Fatores de risco: imunodeprimido, DIU, diabetes mellitus, ATB de amplo espectro, gestação, roupas apertadas Prurido, corrimento com alterações de volume, cor e odor (esbranquiçado, queijo, cottage) Queimação, irritação Eritema, dispareunia (dor no ato sexual) Sangramento vaginal, disúria · Tricomoníase Geralmente assintomático, mas pode estar associado a DST Sintomático em mulheres com corrimento vaginal purulento (amarelado/amarelo-esverdeado), irritação da vulva, odor fétido · Vaginose Geralmente assintomático, mas pode estar associado a DST Sintomas leves de irritação e eritema Pouca disúria ou dispareunia Odor de peixe no corrimento, alteração de cor e textura (branco acizentada) DIAGNÓSTICO · Cândida Cultura do corrimento Identificação do organismo por microscópio, com leveduras e micelas PCR pH<4,5 · Tricomoníase PCR pH>6 Identificação do protozoário no microscópio cultura do corrimento · Vaginose bacteriana Gram, microscopia PCR pH>6 Critério de Amsel, Nugent TRATAMENTO · Cândida Fluconazol 150 mg 1x VO Gravida: azole tópicos Clotrimazol 5g creme 1% 1x/d por 7-14 dias ou creme 2% 5g por 3 dias (miconazol, terconazol...) · Tricomoníase Tratar parceiro Metronidazol 500mg VO 2x/d por 7 dias (tinidazol 2g VO) Gravida – metronidazol 2g VO 1x · Vaginose Metronidazol 500mg VO 2x/d por 7 dias Não dar em dose única PROGNÓSTICO Vaginose é tratável o problema é o restabelecimento da flora normal de lactobacilos Leva a infecções repetidas e tratamento prolongado Algumas vezes é necessário dar lactobacilos oral ou vaginal Aumenta o risco de HIV, herpes simples 2 e gonorreia · Úlcera genital Manifestação importante em várias DSTs Classificação: dolorosa (herpes simples, cancróide), não dolorosa (sífilis). LGV – clamídia. Único (sífilis, cancroide), múltiplo ou agrupados (herpes simples) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAIS · Sífilis DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA Causada pelo Treponema pallidum (bactéria espiroqueta) Clínica de amplo espectro Início do séc XX nos USA 10% da população com sífilis 1940= 600mil casos 2000= 2,1:100:000 Atualmente está em crescimento Alto risco: homossexual masculino, mas ocorre em todas as idades, gêneros, orientação sexual, status social, etnia e raça Ressurgimento da sífilis generalizada em homossexual masculino com HIV Triagem para sífilis 1x∕ano ou + frequente se tiver outros fatores de risco Transmissão se dá, quase que exclusivamente, por contato, principalmente sexual, com pacientes com lesões genitais ativas. Na sífilis congênita, ocorre por meio da via hematogênica PATOLOGIA Infecta e penetra nas membranas da mucosa, resulta no cancro clássico, passa então à linfonodos locais e se dissemina sistemicamente Não é fácil de ser cultivado Período de incubação: 3 semanas > 60% não progride para estágio 3 (depende da imunidade) CLÍNICA Sifilis primário, classicamente nos genitais mas pode ocorrer no reto ou orofaringe Risco de transmissão de sifilítico primário para não-infectado em ato sexual é de 30% chance 4 estágios clássicos: é um continuum de uma doença 1. primário- muito contagioso 2. secundário- muito contagioso, clínica se confunde com o primário 3. latente (pode não ter sintomas) 4. terciário · Sífilis primária Difícil diagnóstico só com exame físico Cancro primário: Indolor, base clara e úlcera endurecida, bordas firmes e levantadas, porém pode variar Se tiver história clínica (homossexual ♂︎sexualmente ativo), testar para sífilis Raro estar ausente mas pode passar desapercebido Está cheio de espiroquetas É extremamente infecciosa Cura espontaneamente em algumas semanas Incubação de 10- 90 dias, em média de 3 semanas. Além disso, ocorre adenopatia satélite inguinal bilateral, indolor. A linfadenopatia geralmente é regional, unilateral, múltipla, indolor, não supurativa, sem flogismo, aparecendo uma semana após a lesão primária. · Sífilis secundária Até 80% dos pacientes tem alguma manifestação cutânea Rash maculopapular difuso Classicamente envolve palmas e solas Manifestação da pele variado: máculas, pápulas, pústulas, vesículas ou combinações Vesículas são facilmente confundidas com outros DSTs, incluindo herpes simples Manifestações de pele tardia: aparência nodular, escamosa, pegajosa Rash aparece algumas semanas após o cancro e resulta da disseminação da doença Rash: simétrico, rosaceo, indolor, não queima, geralmente poupa face Rash maculopapular, não infecciosa, porém nas lesões inguinais, axilares ou outras regiões de atrito, pode erodir e se tornar infecciosa (ai se tem pus) Desaparece sozinho após semanas ou meses, aparece depois do cancro Pode vir acompanhada de febre, mal-estar, cefaleia, adinamia, aumento dos linfonodos palpáveis presentes em região cervical posterior, axilar, inguinal e femoral Diagnóstico diferencial: Ptiríase rósea, Eritema multiforme, Rash por drogas, Tinea, Sarampo, Dermatite seborreia Nesse estágio da doença, há resposta imune significativa, com aumento da produção de anticorpos contra o treponema. Esses anticorpos circulantes resultam em maiores títulos nos testes treponêmicos e implicam em resultados reagentes nos testes treponêmicos. Lues maligna é uma forma grave de sífilis secundária que ocorre em pacientes gravemente imunocomprometidos, principalmente os infectados por HIV, e é caracterizada por lesões cutâneas ulcerativas não resolvidas. · Sífilis latente Evolui sem sintomatologia clínica, apenas com sorologia positiva · Sífilis terciária 30-40% dos não-tratados Neurosífilis, sífilis cardíaco, doença gomatosa Neurosífilis: T. Pallidum invade e causa sintomas no SNC desde o início da infecção Neurosífilis precoce: sinais e sintomas de meningite e sintomas leves (cefaleia) Outras manifestações: otosífilis (surdez); sífilis ocular (uveíte posterior) Neurosofilis tardio: paresia geral, demencia progressiva, esquecimento, doença psiquiátrica, alteração de personalidade, pupila de Argyll-Robertson (sem resposta à luz mas acomodação normal), tabes dorsais (ataxia e dor lancinante), pupilas irregulares Gomas por ativação do sistema imune, pode desenvolver em qualquer tecido ou órgão Sifilis cardíaco: aortite (aorta torácica ascendente) com aparência de casca de árvore com dilatação e regurgitação aórtica DIAGNÓSTICO Anticorpo contra Treponema:medida direta ou indireta Testes não-treponemal (anticorpo anticardiolipina~anticorpo anti-treponema): RPR (reagina de plasma rápida) ou VDRL (veneral disease research laboratory) Sensitivo mas inespecífico; falso + relativamente comum, principalmente em grávidas e pacientes com doença auto-imune Reporta-se em diluições 1:2 é muito baixo; 1:1024 representação geral da quantidade de espiroquetas no paciente (12% não tem resposta sorológica Com o tratamento teste não-treponemal pode tornar-se negativo 35-44% VDRL continua + com tratamento apropriado (serofast) Teste direto: FTAbs-absorção de anticorpo treponemal fluorescente) Se + é para sempre Ficam positivos de 2 a 3 semanas após a infecção após o aparecimento do cancro duro. Se o teste for positivo, realiza-se o teste treponêmico (FTA- -ABS), altamente específico, sendo capaz de fechar diagnóstico de sífilis Testes são limitados, muitos casos com diagnóstico duvidoso T. Pallidum não cresce em laboratório padrão Se VRDL- e FTABS+ pode fazer TP-PA TP-PA: ensaio por aglutinação da partícula T. pallidum VDRL pode ter até 30% de falso negativo; mesmo assim se lesão suspeita, repetir teste ou tratar empiricamente Exposição recente: testar para sífilis e HIV Tratamento precoce: pode não desenvolver anticorpos e nunca ter teste+ Tratamento bem-sucedido: diminui 4x os títulos não-treponemais em 6-12m Títulos podem nunca voltar ao normal: seguir periodicamente para ver se o VLDR está subindo ou não Homossexual ♂︎: pelo CDC, fazer teste de DST 1x∕ano; se múltiplos parceiros, anônimo ou outros fatores de risco, fazer a cada 3-6m TRATAMENTO Infecção precoce (< 1a)- primário, secundário, latente Infeção tardia (≧ 1a)- latente, terciário Sensível à penicilina Infecção precoce- penicilina benzatina 2,4 milhões IM 1x Infecção tardia ou tempo incerto- penicilina benzatina 2,4 milhões IM 1x∕semana por 3 semanas Tratamento pode levar à reação febril (reação de Jarisch-Herxheimer)- causado pela morte das espiroquetas Co-infecção sifilis+ HIV aumenta chance de neurosífilis Muitos são assintomáticos: CD4 < 350 cel∕uL ou VDRL >1:32= colher LCR Neurosifilis: colher LCR= VDRL com 50% da sensibilidade; se pleocitose ou aumento de proteínas, tratar como neurosífilis Penicilina G cristalina ev por 10-14d, não reverte lesão estrutural Tratar doença ocular e similar como neurosífilis Usar VDRL para acompanhamento; se necessário, repetir tratamento PROGNÓSTICO Penicilina é tratamento de escolha, mas não por medicina baseada em evidência É uso histórico Há bom número de pacientes que não respondem ao tratamento Retratar · Herpes simples DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA HSV1- herpes labial = 60% da população; 90-100% dos adultos de meia idade HSV2-herpes genital= 20%; associado à atividade sexual (número de parceiros e história de outros DST), idade, gênero (♀︎>♂︎), etnia (negros) Infecção entra em latência, reativa em alguns pacientes Nos USA 50 milhões tem HSV e maioria assintomático CDC não recomenda triagem de rotina em assintomáticos, não muda contaminação ou impacto na doença PATOLOGIA HSV 1 e 2 são 2 dos 8 herpes vírus de DNA humano Outros herpes virus: varicela zoster, citomegalovírus, Epstein Barr, herpes vírus humano 6,7,8 Infecção com 1 tipo de HSV não previne ou aumenta chance com outros tipos Infecção inicial com HSV1∕2 entra em latência dentro das células neuronais dos gânglios periféricos sensitivos ou autonômicos HSV1: trigêmeo HSV2: ganglio da raiz nervosa de S2-S5 CLÍNICA Transmissão via contato pele a pele, incluindo contato sexual em mucosas como orofaringe, vagina, reto, cérvix e conjuntiva Transmissão pode ocorrer sem haver sintomas Estágios: primário, latente e recorrente Primário: febre, cefaleia, vesículas genitais dolorosas, múltiplas úlceras e linfadenopatia; HSV1: gengivoestomatite, faringite; sintomas variam entre nenhum à necessidade de hospitalização Recorrente: em uma parte dos pacientes, sintomas < graves que primário; alguns pacientes tem múltiplas reatividade por ano e outros não tem nenhum Complicações: meningite e proctite Meningites recorrentes: meningite de Mollaret Herpes abaixo da unha: em profissionais da saúde Herpes gladiatorum: em atletas de luta Doença ocular: queratite, necrose retiniana aguda Raro: eritema multiforme, hepatite, encefalite DIAGNÓSTICO É clínico Se possível cultura viral: 50% sensibilidade; PCR; anticorpo direto fluorescente, Sorologia IgM e IgG: para infecção primária e infecção crônica documentado, não para triagem TRATAMENTO Aciclovir 400mg vo 3x∕d ou 200mg vo 5x∕d por 7-10d Famciclovir 250mg vo 3x∕d por 7-10d Valaciclovir 1g vo 2x∕d por 7-10d Reativação: Aciclovir 400mg vo 3x∕d ou 800mg vo 2x∕d por 5d; 800mg vo 3x∕d por 2d Famciclovir 125mg vo 2x∕d por 5d ou 1g vo 2x∕d por 1d ou 500mg 1x+ 250mg vo 2x∕d por 2d Valaciclovir 500mg vo 2x∕d por 3d ou 1g 1x∕d por 5d Recorrências frequentes: terapia de supressão Aciclovir 5-10mg∕kg ev de 8∕8h com duração e transição para vo, dependendo da melhora (±10d) Em pacientes imunossuprimidos: Aciclovir endovenoso, 5-10 mg/ kg de peso, EV, de 8/8h, por 5 a 7 dias, ou até resolução clínica Uso em grávida não está estabelecida PROGNÓSTICO Não curável, mas maioria é assintomática Devem ser educados em relação à doença (transmissão e tratamentos disponíveis) Deve-se avisar parceiro Evitar sexo na fase aguda · Cancróide Causa: Haemofilus ducrei (gram -) Sintomas clássicos: úlcera genital única ou múltipla, não endurecida, linfadenopatia inguinal Diagnóstico: cultura com Hemin (gram); PCR Deve testar para sífilis Transmissão: contato sexual. Período de incubação de 3 a 5 dias. Tratamento: azitromicina 1g vo 1x ceftriaxone 250mg IM 1x ciprofloxacin 500mg vo 2x∕d por 3d (contra-indicação em grávida e puérpera lactente) · Granuloma inguinal (donovanose) Causa: Klebsiella granulomatis (gram-) Período de incubação em torno de 50 dias, variando de 3 dias a 6 meses Clinica: lesões genitais ulcerativas, indolor e com eritema Diagnóstico é clínico Histopatologia: corpos de Donovan Tratamento: doxicilina 100mg vo 2x∕d por >3 semanas Alternativas: azitromicina (grávida); ciprofloxacin; sulfa-trimetropin Outras causas de úlcera: trauma, doença de Behçet, câncer, drogas · Verruga genital Causa: papilomavirus humano (HPV) Espectro de doença cutânea e de mucosa, varia entre verruga à câncer (cervical, anal, orofaríngeo) Há >100 tipos de HPV HPV transmitido sexualmente é responsável pela verruga genital e carcinoma ano-genital > 80% adultos sexualmente ativo adquirem HPV ao longo da vida Tende a ser benigno e assintomático, 90% causado por HPV tipo 6 e 11 Carcinoma anogenital: HPV 16 e 18 Verruga: é plana, papular, diagnóstico é clínico, se tiver dúvidas, fazer biópsia Tratamento: podofilox 0,5% solução ou gel; imoquimod 5% creme, sinecatechins 15% em óleo; crioterapia, resina de podo felina 10-25%; ácido tricloroacético; excisão cirúrgica Vacina: gardasil (quadrivalente-6,11,16,18); cervarix (bivalente-16,18)= +efetivo antes da iniciação sexual 11-26a (até 45a) No Brasil: vacina quadrivalente em meninas de 9-14a e meninos de 11-14a (SUS) · Piolho púbico Pediculose pubis pode espalhar da genitália para o corpo todo Sinais e sintoma: prurido, pequenas máculas e linfadenopatia localizada Diagnóstico: microscopia luminosa do organismo Tratamento: permetrin 1% creme; piretrin; malathione 0,5% loção; ivermectina Lavar roupa, roupa de cama · Escabiose Causa: Sarcoptes scabiei Transmissão via contato de pele, geralmente sexual Clínica: prurido, pequenas pápulas eritematosas no punho, antebraço, dedos e genitais Diagnóstico: exame físico Tratamento: permetrin 5% no corpo todo; ivermectina vo
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