Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
[DOENÇAS|SEXUALMENTE|TRANSMISSÍVEIS|NO|HOMEM] PRINCÍPIOS PARA CONTROLE • Interromper a cadeia de transmissão ► Diagnosticar precocemente ► Tratar rapidamente ► Detectar assintomáticos (ELO) • Prevenção ► Aconselhamento específico ► Uso de preservativo RAZÕES PRA O CONTROLE • Magnitude (frequência elevada) • Transcendência ► Facilita o HIV (podem ser fatais) ► Podem contaminar o concepto ► Impacto psicológico • Vulnerabilidade ► As ações preventivas • Factibilidade: controle é possível EPIDEMIOLOGIA DST EM MAIORES DE 12 ANOS – BRASIL 1997-1998 TIPOS DE DST 1. Essencialmente transmitido pelo sexo 2. Frequentemente transmitido pelo sexo 3. Eventualmente transmitido pelo sexo ESSENCIALMENTE TRANSMITIDO PELO SEXO 1. Gonorreia 2. Sífilis 3. Cancro Mole 4. Linfogranuloma venéreo 5. Granuloma Inguinal (donovanose) GONORREIA • Sinonímia: blenorragia, esquentamento, pingadeira, gota militar, estrela matutina, etc • Etiologia: Neisseria gonorrhoeae (diplococo gram negativo intracelular) • Incubação: 2 a 8 dias Essa é a DST essencialmente transmitida pelo sexo mais frequente das uretrites. Assim, havendo maior incidências nos jovens sem parceiras fixas. QUADRO CLÍNICO: • Prurido na uretra (fossa navicular), estendendo posteriormente em toda a uretra – urgência miccional e polaciúria. Além de disúria (2 a 3 dias após o contato), corrimento mucoso (que sai pelo meato uretral) *A disúria pode ou não estar presente • Pode haver sintomas como: prostatite, epididimite, orquite, artrite, meningite, faringite, miorcadite, pericardite, conjuntivite, pielonefrite • 40 a 60% podem ser assintomáticos • Em casos em tratamentos não adequados pode ocorrer uma propagação para uretra posterior e outros órgãos DIAGNÓSTICO • O diagnóstico normalmente é clinico, mas pode fazer a coloração de gram • Diagnóstico laboratorial: ► Secreção: swab/ alça platina em uretra, orofaringe e reto. Coloração GRAM: diplococos GRAM (-) intracelular ► 95% homens e 30% mulheres ► Cultura em meio especifico: Thayer – Martin (indicado quando a coloração GRAM for duvidosa) • Diagnóstico Diferencial: UNG TRATAMENTO: • Ofloxacina* → 400 mg VO dose única • Cefixima → 400 mg VO dose única • Ciprofloxacina* → 500 mg VO dose única → SEGUNDO MAIS USADO • Ceftriaxona → 250 mg IM dose única → NORMALMENTE USA ESSE • Tianfenicol → 2,5 g VO dose única (*) contra indicados para menores de 18 anos * Basicamente dose única de ceftriaxona ou ciprofloxacina → a indicação é dose única, mas o professor, particularmente receita mais doses Na grande maioria das vezes, essa secreção que sai pela uretra pode ter combinação de dois agentes, ou pode gerar confusão sobre qual o agente acusador dessa uretrite. Elas podem ser causadas ou pela Chalmydia trachomatis ou pela Neisseria gonorrhoeae. *Abordamos o corrimento uretral como se a causa fosse sindrômica, ou seja, como se fosse causada por chlamydia e trichomanas – uretrite gonocócica ou uretrite por clamídia, o que difere é a coloração (gonorreia é amarelada e clamídia é mais clara), a queixa da clamídia principalmente é o paciente falar que está molhado!! Muitas vezes deve-se tratar de forma sindrômica, ou seja, aborda o corrimento uretral pensando que está ocorrendo por dois agentes. Assim, precisa associar duas medicações, por exemplo ciprofloxacina ou ceftriaxona associado a uma doxiciclina ou azitromicina • No homem chamamos de uretrite gonocócica (+amarelado) ou uretrite por Chalmydia (+ clara), e a diferença entre um e outro é basicamente a diferença da coloração do corrimento. • O tratamento 30% dos pacientes podem desenvolver uretrite pós gonocócica, a qual 3 semanas após o tratamento podem desenvolver uretrite pós gonocócica. Consiste na saída de secreção escassa chamada gota matinal. Provinda de infecções concomitante a outros agente. • Assim, associar Doxiciclina 100 mg, 2x ao dia para tratar Chlamydia. • Considerar infecções associadas: Chlamydia trachomatis, Trichomanas vaginalis – tratamento especifico em conjunto. *Na prática clínica, geralmente se usa: Ciprofloxacino + azitromicina OU ceftriaxone + azitromicina OU ceftriaxone + doxiciclina CONSIDERAÇÕES • Abster-se de relações sexuais • Evitar bebidas alcoólicas (irritantes das mucosas) • Evitar espremer glande/pênis • Evitar contaminar os olhos • Encaminhar parceiro sexual para tratamento SÍFILIS • Conceito: doença sistêmica, evolução crônica, sujeita a surtos agudização e períodos de latência • Etiologia: Treponema pallidum (espiroqueta) • Transmissão predominantemente sexual e/ou materno-infantil (vertical) • Contato direto com lesão abertas formas: adquirida ou congênita CLASSIFICAÇÃO DA SÍFILIS • Sífilis adquirida recente: menos de um ano de evolução ► Primária ► Secundária ► Latente recente • Sífilis adquirida tardia: mais de um ano de evolução ► Latente tardia ► Terciária • Sífilis congênita recente: diagnosticado até 2 anos de vida • Sífilis congênita tardia SÍFILIS PRIMÁRIA • Cancro duro • Lesão rosada ou ulcerada, geralmente única, base endurecida, fundo liso e limpo, secreção clara serosa escassa e pouco dolorosa • Incubação: 10 a 90 dias (média duas a três semanas) • O quadro clinico pode vir acompanhado de com linfonodos palpáveis, ou seja, adenopatia regional não supurativa, móvel, múltiplas, não dolorosa • Homem: glande e sulco bálonoprepucial • Mulher: pequenos lábios, parede vaginal, colo uterino • Além de lesões em outras áreas Cancro duro Úlceras que se beijam SÍFILIS SECUNDÁRIA • Lesões cutâneo-mucosas, não ulceradas • Após 6 a 8 semanas do cancro duro • Microadenopatias (artralgia, febrícula, cefaleia, adnamia) • Manchas eritematosas (roséolas) • Pápulas (lesões palmo-plantares) • Alopécias (couro cabeludo) • Placas mucosas • Pápulas hipertróficas (Condiloma lata) Condiloma lata Pápulas / roséolas SÍFILIS LATENTE (RECENTE E TARDIA) • Sífilis adquirida sem sinais ou sintomas • Diagnostico: testes sorológicos • Duração: variável, seu curso poderá ser interrompido por sinais e sintomas da sífilis secundária ou terciária SÍFILIS TERCIÁRIA • Sinais e sintomas: após 3 ou 12 anos • Lesões: cutâneo-mucosas (tubérculos ou gomas), neurológicas (tabes dorsalis, demência), cardiovasculares (aneurisma aórtico), articulares (Artropatia de charcot) SÍFILIS CONGÊNITA • É digno de notificação compulsória • Causada por disseminação hematogênica da gestante infectada pelo Treponema pallidum para o concepto • Transmissão pode ocorrer em qualquer fase da gestação • Taxa de transmissão (não tratada) 70% a 100% e nas fases latentes ou terciarias 30%. Morte perinatal ocorre em 40% das crianças infectadas • Mulher que adquirir sífilis durante a gravidez: aborto espontâneo, morte fetal, prematuridade, feto hidrópico, RN sintomático ou assintomático • Sífilis congênita precoce (até 2 anos): baixo peso, rinite sanguinolenta, patologias ósseas, hepatoesplenomegalia, alteração respiratória/pulmonar, etc • Sífilis congênita tardia (após 2 anos): Fronte olímpica, tíbia em sabre, nariz em sela, dentes em Hutchinson, arco palatino elevado, etc. • Natimorto sifilítico DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE SÍFILIS • Sífilis primaria (cancro duro): cancro mole, herpes genital, linfogranuloma venéreo, donovanose, tumor • Sífilis secundária: farmacodermia, doenças exantemáticas não vesiculosas, hanseníase, colagenoses DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE SÍFILIS • Pesquisa direta (campo escuro) • Técnica especifica de coleta para microscopia em campo escuro • Indicado: pesquisa em material da lesão ulcerada suspeita • Material do condiloma lata• Material das placas mucosas da fase secundária • Reações sorológicas geralmente positivas após 8 semanas TIPOS: 1. Reações sorológicas inespecíficas ou lipídicas (antígeno= cardiolipina) ▪ A. VDRL – KAHNS – KLEINE (floculação) Falso +: colagenosas, hanseníase, viroses, alcoolismo, velhice, menstruação, etc. ▪ B. Reação de Wassermann (fixação de complemento) 2. Reações sorológicas especificas (antígeno = T. pallidum cepa de Nichols) ▪ A. FTA-ABS (provas dos anticorpos fluorescentes) ▪ B. TPI (prova de imobilização de Nelson e Mayer). Alta sensibilidade e especificidades, sendo fundamental para diferenciar dos falsos + Obs: só citou esses dois exames em negrito e falou que também pode solicitar para o paciente IgG e IgM • Sorologia não treponêmica VDRL: exame quantitativo e qualitativo. É importante para o diganostico e seguimento pós-terapêutica. Solicitar sempre que houver suspeita em qualquer fase, todos os pacientes com DST, rotina pré-natal. Sendo reativo após 2 semanas do aparecimento do cancro. Em casos em que o tratamento está dando certo o exame tem que vir negativo após 9 a 12 meses • VDLR: 3 títulos sucessivamente baixos 1.8 sugere “memoria” sorológica (colhidos intervalos 30 dias), acima disso significa doença ativa. Na dúvida deve solicitar teste sorológico trepônemico. • Teste sorológico treponêmico FTA- Abs: é um exame qualitativo, importante para confirmação da doença. Ele será reativo após 15 dias do cancro. Não serve para dar continuidade da doença. Além disso, esse teste indica um falso positivo em casos de hanseníase, malária, monocleose, leptospirose, lúpus sistêmicos TRATAMENTO • Sífilis primária: Penicilina Benzatina 2.4 milhões de UI (IM) dose única • Sífilis recente secundária e latente: Penicilina Benzatina 2.4 milhões UI (IM) em três doses por uma semana *Sífilis secundária: recentemente isso foi revisto e é apenas 2,4 milhoes em 1 dose e não 3 • Sífilis tardia (latente e terciária): Penicilina Benzatina 2.4 milhões UI (IM) semanal, por três semanas (totalizando 7.2 milhões) • Neurossifilis: Penicilina Cristalina aquosa 12-24 milhões UI (IM) 4-4h por 14 dias, devido dificuldade para passagem da berreira • Após dose inicial: reação febril de Jarisch – Herhaimer (exacerbação das lesões) om involução em 12 a 48h • Alergia a penicilina: ► Eritromicina 500 mg 6/6h (VO) ► Doxicilina 100 mg 12/12h (VO) ► A medicação é dada por 15 dias para sífilis recente e 30 dias para sífilis tardia OBS: Após o tratamento é necessário haver um controle sorológico afim de ver se há uma diminuição do níveis de VDRL para ver se há diminuição da titulação, além de acompanhamento do FTA-ABS e IgG CANCRO MOLE (diagnóstico diferencial da sífilis) • Sinonímia: cancroide, cancro venéreo, cavalo, cancro de Ducreyi • Homem é o único reservatório natural desse agente • 15 a 30 anos = alta infectividade e baixa patogenicidade • Etiologia: Haemophilus ducreyi (homem é o único reservatório natural) – bacilo gram – QUADRO CLÍNICO: • Lesões ulceradas, múltiplas, dolorosas, bordas irregulares, contornos eritemato-adenomatosos, fundo irregular com exsudato, necrótico amarelado, odo fétido, que ao ser removido revela fundo granuloso e sangrante ► Homem: sulco bálano-prepucial/frênulo ► Mulher: fúrcula e face interna dos pequenos e grandes lábios • Incubação: 3 a 5 dias (até duas semanas) • Linfoadenopatia inguino-crural (30-50%) = Bubão unilateral (2/3 casos), inicialmente tumefação sólida e dolorosa, evoluindo para liquefação/fistulização (50%). O bubão é uma massa sólida na região inguinal, dolorosa. Isso ocorre devido a drenagem linfática dessa região estar em uma reação inflamatória. → OBS: Lembrando que a drenagem da pele do pênis é inguinal superficial DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: • pesquisa a coloração GRAM em esfregação da secreção base da lesão ou aspiração bubão: bacilos GRAM – intracelulares, em cadeia paralelas, geralmente acompanhadas por bacilos GRAM + = fenômeno de satelitismo. • Cultura mais sensível, mas difícil realização e biopsia não é recomendada TRATAMENTO: • Azitromicina 1g VO (dose única) OU • Ceftriaxona 250 mg IM (dose única) OU • Tianfenicol 5g VO (dose única) OU • Ciprofloxacina 500 mg VO 12/12 (3 dias) OU • Doxiciclina 100 mg VO 12/12h (10 dias) OU • Tetraciclina 500mg VO 6/6h (15 dias) OU • Sulfametoxazol/trimetropin 160mg/800mg VO 12/12h (10 dias ou até a cura) OU • Estearato de eritromicina 500 mg VO 6/6h (7 dias) → As medicações em negrito são as mais usadas LJNDOGRANULOMA VENÉREO • Sinonímia: Mula • Característica: bubão inguinal • Etiologia: Clamydia trachomatis • Incubação 3-30 dias QUADRO CLINICO É DIVIDIDO EM 3 FASES: 1. Lesão de inoculação: pápula, pústula ou exulceração indolor quase imperceptível 2. Disseminação linfática regional Homem: linfoadenopatia inguinal (1 a 6 semanas após a lesão inicial) unilateral (70%) 10 vezes mais frequentes do que nas mulheres. Apresenta fistulização em escumadeira – vários pontos de drenagem de secreção Mulher: adenopatia depende do local da inoculação genitália externa (inguinal), 1/3 inferior da vagina (linfonodos pélvicos), etc. Gânglios afetados: supuração/fistulização, febre, adnamia, anorexia, artralgia, sudorese, etc 3. Sequelas: obstrução linfática: elevantíase genital, fistulas retais e vaginais DIAGNÓSTICO: • A lesão é muito parecida com a da sífilis, assim para diagnosticar deve ser considerado em todos os casos de linfadenite inguinal, elefantíase genital, estenose uretral ou retal. Na maioria das vezes o diagnostico é dado por analise clínica. EXAMES LABORATORIAIS: • Um exame que pode se fazer é o teste de fixação de complemento é grupo específico: identifica todas as infecções por Clamydia, positivo após 4 semanas da infecção: título> 1:64 indica infecção atual, positivo 80-90% dos casos. • Teste de microimunofluorescência: utiliza-se imunoglobulinas anti-IgG e anti-IgM , em casos que houver a presença de IgM significa resposta imune primária • Cultura: isolamento Chamydia obtido da aspiração do linfonodo ou aspiração material uretral/cérvix, a positividade é baixa • Exame histopatológico: exames do material retirado linfonodos ou biópsia retal, não específico, apenas sugestivo TRATAMENTO: • Doxiciclina 100 mg VO 12/12h (21 dias) OU • Estearato de eritromicina 500 mg VO 6/6 h (21 dias) OU • sulfametoxazol/trimetropim VO 12/12h (21 dias) OU • tianfenicol 500 mg VO 12/12h (14 dias) OBS: Os bubões flutuantes aspirados com agulha não devem se incisados DONOVANOSE (GRANULOMA INGUINAL) • Doença crônica progressiva, acomete pele e mucosa das regiões genitais, perianais e inguinal. É uma doença mais rara • Incubação: 30 dias a 6 meses (climas tropicais/subtropicais) • Etiologia: Claymmatobacterium granulomatis QUADRO CLÍNICO: • Inicia-se ulceração de borda plana ou hipertrófica, bem delimitada, fundo granuloso, vermelho, fácil sangramento. Ulceração evolui lenta e progressivamente: vegetante ou ulcero vegetante, ou seja, normalmente são lesões mais elevadas. • A predileção é por dobras e perianal, não há adenite. Em mulheres pode ocorrer obstrução linfática = elefantíase Granuloma inguinal DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: • Sífilis • Tb cutânea • Cancro mole • Amebíase cutânea • Neoplasia cutânea • Leishmaniose, etc DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: • Biópsia, histopatológico (coloração Wright, Giemsa ou Leishman): corpúsculo de Donovan no esfregaço da lesão TRATAMENTO: • Doxiciclina 100 mg VO 12/12h (até cura ou 3 sem) OU • sulfametoxazol/trimetropim VO 12/12h (até curar) OU• ciprofLoxacina 750 mg VO 12/12h (até curar) OU • tianfenicol 2,5g VO (1 d), 500 mg 12/12h (até curar) OU • esterato de eritromicina 500mg VO 6/6h (até curar) OBS: NÃO havendo regressão: associar AMINOGLICOSÍDEO (gentamicina 1mg/kg/d EV 8/8h) OBS: O diagnóstico da donovanose é feito porque o paciente se queixa de uma lesão arrastada, assim pede uma biopsia FREQUENTEMENTE TRANSMITIDO PELO SEXO 1. Uretrites não gonocócicas 2. Herpes genitais 3. Condiloma acuminado 4. Candidíase genital 5. Tricomonas genitais 6. AIDS 7. Fitiríase 8. Hepatite URETRITES NÃO GONOCÓCICAS (UNG) • Uretrites sintomáticas, bacterioscopia GRAM e/ou cultura são negativas para gonococo • Etiologia: Chalmydia trachomatis 30-50%, Ureaplasmaurealyticum 20-30%, Mycoplasma hominis, Trichomonas vaginalis, outros. Entretanto a etiologia mais comum é Chalmydia trachomatis • Incubação: 14-21 dias • Quadro clínico: corrimento mucoide (+ claro), disúria leve e intermitente A principal queixa do paciente se queixa de estar constantemente molhado, achando que fez xixi • Chalmydia trachomats é dividida em vários subtipos, sendo mais comum A,B e C. Além disso, existe o tipo D, E, F, G, H, I, J e K • Uretrite subaguda: 50% dos pacientes • Os pacientes podem evoluir para: prostites, epididimites (dor nos testículos por acometimento do ducto deferente), balanites, conjuntivites (auto- inoculação), Síndrome uretro-conjuntivite-sinovial (Síndrome de Fiessinger – Leroy – Reiter) • Diagnóstico laboratorial: cultura celular, imunofluorescência direta, elisa, PCR, LCR. Técnica simples, consiste em realizar o esfregaço uretral GRAM > 4 ou 5 piócitos/campo, >20 piócitos do sedimento do primeiro jato urinário TRATAMENTO: • Azitromicina 1g VO (dose única) OU • Doxiciclina 100mg 12/12h (7-14 dias) OU • Estearato eritromicina 500 mg 12/12h (7-14 dias) OBS: Associação com Gonococo, recomenda-se tratamento concomitante URETRITE E INFERTILIDADE • Homem: a epididimite pós uretrite pode causar obstrução ductos seminíferos e provocar infertilidade • Mulher: a DIPA secundária a Clamydia aumenta risco que prenhez ectópica, abortos e infertilidade • Crianças: RN expostos a Clamydia aumentam em 15% chance de pneumonia e 50% de conjuntivite HERPES GENITAL • Transmissão: predominantemente sexual (inclusive oro-genital) • Incubação: 3 a 14 dias • Quadro clínico: lesões vesiculosas, as quais podem se transformar em úlceras • O paciente pode apresentar lesões tanto oral quanto genital. Além disso, dependendo da imunidade pode haver recidiva frequente. • Etiologia Herpes simplex vírus (HSV) – tipo 1 e 2 ► DNA vírus (tipo 1: lesões periorais) ► DNA vírus (tipo 2: lesões genitais) TRATAMENTO: Normalmente o tratamento é tópico com aciclovir pomada com orientação de passar 5 vezes ao dia por uma semana. Além disso, pode se usar o tratamento oral quando há muitas lesões ou muita recidiva precoces com: • Aciclovir 400 mg VO 8/8h (7-10 dias) OU • Valaciclovir 1g VO 12/12h (7-10 dias) OU • Famciclovir 350 mg VO 8/8h (7-10 dias). HPV (DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE HERPES) • Papillomavirus humano = Condiloma Acuminado • Vírus de DNA epiteliotroficos, de dupla hélice com 8 mil pares bases nitrogenadas • + de 25 tipos de HPV infectam a região anogenital nos seres humanos • Período de incubação: 3 semanas – 8 meses • Transmissão: contato sexual direto/indireto (autoinoculação, por fômites, materno-fetal transplacentária ou intraparto) • Estado imunológico do hospedeiro é um fator importante tanto para suscetibilidade de infecção, recidiva e remissão da infecção. • Cofatores: estado nutricional, hormonais, dietéticos, fumo, mutações celulares espontâneas • Cura está associada a elevação do nível de imunoglobulinas G • Reinfecção ocorre mesma na presença de anticorpos circulantes SINTOMAS: • Subclínica: assintomático (não tratar, haja vista que não transmite) ou sinais incaracterísticos (ardor, queimação, sensação “algo andando na pele” • Clinica: lesão verrucosa caracterizada por 4 formas: ► Acuminada: vegetante = crista de galo ► Plana: no colo uterino “epitélio” branco ► Invertida: no colo uterino “mosaico” branco ► Condiloma gigante *É importante perceber que nos dias de hoje, vários homens apresentam lesões de HPV na base do pênis, isso significa que utilizaram camisinha. Entretanto a camisinha masculina não protege a base do pênis, assim, seja por uma infecção ou por depilação cria-se uma porta de entrada facilitando a contaminação pelo HPV • Os tipos mais comuns são 6, 11, 16 e 18. Sendo que entre eles o 16 e o 18 são os que apresentam maiores problemas porque são precursores do CA de cólon de útero na mulher quanto precursor de CA de pênis nos homens DIAGNÓSTICO: • Genitoscopia(colposcopia, vaginoscopia, vulvoscopia, peniscopia): colposcópio/lupa. Solução ácido acético (2% a 5%) > 5 mim → quase não faz mais nos homens • Lesões “acetobrancas”: 20% das lesões podem ser visíveis. Azul toluidina (1%), vulva, períneo e pênis. Assim, após tirar ácido acético se houver persistência de áreas azuladas é indicativo de HPV • Em casos subclínicos: utilizar colposcopia + ácido acético para localizar e identificar as lesões • Técnicas relacionados a análise do DNA e RNA, 2 métodos: ► 1. Amplificação do material nuclêico = métodos de reação em cadeia (PCR) ► 2. Amplificação de sinal = hibridização (captura híbrida) *Professor nem leu essa tabela DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 1. Doenças Infecto contagiosas: candidíase 2. DST: lesões sifilíticas, herpes genitais, molusco contagioso 3. Lesões Benignas da pele: papilomatose escamosa, ceratose seborreica, glândula de Tyson, distrofia vulvar, papilomas, líquen escleroso 4. Neoplasia: papulose Bowenóide, carcinoma das células escamosas, melanomas TRATAMENTO DE HPV • Depende dos seguintes fatores: ► Localização da lesão ► Se multifocal (da mesma região ou de outras) ► Da extensão (localizadas ou disseminadas) ► Do tamanho das lesões ► Da carga viral do material examinado ► Se oncogênico ou não ► Da confirmação da presença do vírus • Medidas gerais: ► Higiene geral e local ► Tratamento de enfermidades e infecções associadas ► Investigar e tratamento do parceiro sexual ► Evitar relações sexual durante o tratamento ► Incentivar o uso de preservativos • Tratamento não cirúrgico: ► Químico: substancia cáusticas, ceratolíticos ► Qumioterapia: podofilina, thiotepa, fluoracil ► Nitrogenio líquido ► Interferon • Tratamento com substâncias cáusticas ► Ácido tricloroacético ou ácido acético glacial com resorcina 25% ou ácido nítrico fumegante ou água oxigenada 90 volumes ou ácido metacresossulfônico ► Ceratolítico: ácido salicílico + vit A ácida • Tratamento cirúrgico: pode ser por excisão ou por eletrocauterização CANDIDÍASE/ MONILÍASE • Infecção causada por fungo comensal que habita mucosa da vagina e mucosa digestiva, aparece quando o meio se torna favorável ao desenvolvimento • 80-90% causada por Candida albicans e 10-20% por não albicans, por exemplo C.tropicalis FATORES PRÉ DISPONENTES: • diabetes, • obesidade • gravidez • uso de corticoide, antibióticos, imunossupressores • ACO altas doses • hábitos higiênicos, vestuários inadequados • Contato com substancias alérgenas ou irritantes (talco, perfumes, desodorantes) • Alterações a resposta imunológicas CARACTERÍSTICAS CLINICAS: • Depende do grau da infceção • Prurido, corrimento “leite condensado”, hiperemia, edema, ardor miccional, fissura/maceração de pele, placas brancas recobrindo a mucosa TRATAMENTO: • Fluconazol 150 mg VO (dose única) • Cetoconazol 400 mg VO (por 5 dias) • Intraconazol 200 mg VO 12/12 horas (2 doses).• Além disso, pode fazer uso de cremes, por exemplo, miconazol e tioconazol. TRICOMONÍASE GENITAL • Conceito: infecção causada por protozoários flagelados, tendo como reservatório a uretra, a cérvice uterina e a vagina. Pode permanecer assintomática tendo no homem como na mulher • Etiologia: Trichomonas vaginalis • Quadro clinico: corrimento amarelo-esverdeado, bolhoso e mal cheiro, prurido, disúria, hiperemia da mucosa, dor pélvica (ocasional), etc • Exames laboratoriais: exame direto, a fresco, com uma gota de secreção e uma gota de solução fisiológica, no microscópio com condensador baixo. Observam-se parasitas flagelados movimentando-se entre células epiteliais e leucócitos OBSERVAÇÕES: • A presença de Trichomonas vaginalis na colpocitologia de rotina, já impõe tratamento também no parceiro. • Trichomonas vaginalis pode alterar a classe citológica oncótica, portanto deve ser tratado e repetir a citologia oncótica após 2 a 3 meses TRATAMENTO: • Metronidazol 2g VO dose única ou • Metronidazol 500 mg VO 12/12 horas (7 dias) ou • Tinidazol 2g VO dose única ou • Secnidazol 2g VO dose única ➔ Durante ao tratamento deve se evitar o uso de álcool (efeito antabuse) e evitar relações sexuais. ➔ Uso tópico de metronidazol gel 0,75%, 2 vezes ao dia por 5 dias, com intuito de aliviar sintomas locais e nos casos de alcoolatria
Compartilhar