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Questões de Leishmaniose 1- Com base no local de desenvolvimento e colonização das formas promastigotas no vetor, explique a existência dos dois subgêneros propostos para Leishmania. R: No Novo Mundo, são reconhecidas oito espécies de Leishmanias responsáveis pela doença no homem (Grimaldi Jr., G. e cols., 1989), pertencentes ao subgênero Viannia (V) e Leishmania (L): -"Leishmania (V) braziliensis" (Vianna, 1911): causa lesões cutâneas e mucosas com ampla distribuição geográfica da América Central ao Norte da Argentina. -"Leishmania (V) guyanensis"(Floch, 1954): causa predominantemente lesões cutâneas e ocorre na parte da América do Sul, restrita à Bacia Amazônica; -"Leishmania (V) panamensis" (Lainson & Shaw, 1972): causa predominantemente lesões cutâneas, e ocorre na América Central e Costa Pacífica da América do Sul; -"Leishmania (V) lainsoni" (Silveira e cols., 1987): causa lesões cutâneas e ocorre no norte do Estado do Pará, na Região Amazônica do Brasil; -"Leishmania (L) mexicana" (Biagi, 1953): causa lesões cutâneas e eventualmente difusas (anérgicas) e ocorre no México e América Central; -"Leishmania (L) amazonensis" (Lainson & Shaw, 1972): causa lesões cutâneas e eventualmente difusas (anérgicas) e ocorre desde a América Central até o norte, nordeste e sudeste da América do Sul; -"Leishmania (L) venezuelensis" (Bonfante-Garrido, 1980): causa lesões cutâneas e ocorre na Venezuela; -"Leishmania (L) chagasi"(Cunha & Chagas, 1937): causa a forma visceral com febre, anemia, hepatoesplenomegalia, emagrecimento e ocorre do México ao norte da Argentina, com predomínio no nordeste brasileiro. 2- Quais são as formas celulares observadas nos parasitos da família Trypanosomatidae encontradas no hospedeiro vertebrado e no invertebrado? Descreva essas formas considerando o flagelo e a posição do cinetoplasto em relação ao núcleo. R: Invertebrado: Promastigota (Tubo digestivo do inseto, extracelular) Vertebrado: Amastigota (Intracelular em mamíferos) Promastigota: São as formas infectantes, possuem flagelo (mobilidade/aderência) e cinetoplasto próximo ao flagelo, e núcleo mais centralizado, acima do cinetoplasto, possuem uma forma achatada. Amastigota: Forma intracelular, formato redondo, sem flagelo, com núcleo e cinetoplasto na parte central. 3- É possível relacionar a Leishmaniose com subdesenvolvimento econômico? R: Sim, percebesse que é uma doença relacionada ao subdesenvolvimento, a falta de condição sanitária do país, nos dados de países mais infectados fica claro isso, os mais afetados são os subdesenvolvidos, áreas menos urbanizadas tendem a ser mais suscetíveis ao parasito. 4- Explique a importância do Maxidilan presente na saliva do flebotomíneo na infecção e quais os fatores favorecem a sobrevivência do parasito em sua interação com o macrófago do hospedeiro no início da infecção. R: Maxidilan: Alta capacidade vasodilatadora e imunossupressora, o maxidilan é regurgitado da fêmea devido a lesão da válvula proventricular causada, dessa forma ela nunca consegue se alimentar suficientemente, nunca fica satisfeita, e o parasito é regurgitado junto ao maxidilan. Fatores de sobrevivência ao macrófago: Os parasitos se utilizam do fagolisossomo, esse que por sua vez deixa o ambiente ácido, mas os parasitos conseguem sobreviver a isso e se reproduzirem (divisão binária), logo após ela é lisada (fagocitada) em sua forma amastigota e dessa forma fazendo esse ciclo por diversas vezes. 5- Quais são as quatro principais espécies de Leishmania que ocorrem no Brasil? Quais são as formas clínicas possíveis de serem observados nos pacientes quando infectados pelas diferentes espécies? R: Leishmania (V) braziliensis: causa lesões cutâneas e mucosas. Leishmania (V) guyanensis: causa predominantemente lesões cutâneas. Leishmania (L) amazonensis: causa lesões cutâneas e eventualmente difusas (anérgicas). 6- Explique as etapas na evolução da úlcera observada na Leishmaniose tegumentar. R: Os sintomas da Leishmaniose Tegumentar (LT) são lesões na pele e/ou mucosas. As lesões de pele podem ser única, múltiplas, disseminada ou difusa. Elas apresentam aspecto de úlceras, com bordas elevadas e fundo granuloso, geralmente indolor. As lesões mucosas são mais frequentes no nariz, boca e garganta. Necrose úlcera crostosa. 7- Qual é a família do vetor da Leishmaniose? E os gêneros que são encontrados no Velho e no Novo Mundo? A família é Psychodidae e as diferentes espécies são transmitidas através de flebotomíneos do gênero Phlebotomus, no Velho Mundo, ou do gênero Lutzomyia no Novo Mundo. 9- Quais são as principais medidas de controle da Leishmaniose Tegumentar Americana? R: Para evitar os riscos de transmissão, algumas medidas de proteção individual devem ser estimuladas, tais como: uso de mosquiteiro com malha fina, telagem de portas e janelas, uso de repelentes, não se expor nos horários de atividade do vetor (crepúsculo e noite) em ambiente onde este habitualmente pode ser encontrado. 10- Quais são os três agentes etiológicos da Leishmaniose Visceral no mundo? Onde essas espécies ocorrem? R: Leishmania donovani, ocorre no velho mundo. Leishmania infantum, ocorre no velho e no novo mundo. Leishmania chagasi, de acordo com pesquisas é o mesmo que a Leishmania infantum. 11- Quais são os órgãos mais acometidos pelas espécies de Leishmania que causam Leishmaniose visceral? E quais as consequências? R: No caso humano os parasitos são transportados pela corrente sanguínea por todo o corpo, afetando principalmente os órgãos com considerável concentração de leucócitos - com destaque para medula óssea, fígado, baço e linfonodos - onde se instalam, levando quase sempre a anomalias no tamanho destes, conhecidas como hepatomegalia (fígado), esplenomegalia (baço) e adenomegalia (linfonodos). O período de incubação é variado, podendo chegar a 2 anos, e na ausência de tratamento adequado, a doença é fatal em quase 100% dos casos. https://pt.wikipedia.org/wiki/Psychodidae 12- Quais são os fatores que colocam o cão como de grande importância na cadeia de transmissão da Leishmaniose Visceral e porque eles são epidemiologicamente mais importantes que o homem na dispersão da doença? R: Devido a quantidade de cães de rua que existem e, em uma pesquisa rápida, as regiões com maior número de cães infectados estavam próximas a bacias hidrográficas não canalizadas, fragmentos florestais e depósitos irregulares de resíduos sólidos, mostrando serem esses fatores de risco para a dispersão do vetor, portanto, juntando todos esses fatores se tem um ambiente favorável e de grande chances de proliferação da doença, tanto para outros animais, como para humanos. 13- Qual a porcentagem de cães assintomáticos, oligo ou sintomáticos na Leishmaniose Visceral Canina? Quais são os principais sintomas? R: Assintomáticos: 57% - Parasitismo cutâneo (vetor) - Ausência de sinal clínico. Oligossintomáticos: 17% - Perda de peso, opacificação do pêlo, queda do pêlo. Sintomáticos: 25% - Perda de peso, opacificação do pêlo e córneas, queda, ulcerações, hemorragias, ou seja, caquexia e óbito. Reforço Os vetores, por sua vez, são mosquitos flebotomíneos (Ordem Díptera; Família Psychodidae ; Sub-Família Phlebotominae), que sugam junto com o sangue as formas amastigotasde um animal infectado, que se alojam em partes de seu intestino levando as a se transformar em promastigotas.
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