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ESAB - Pensamento Religioso Africano e Caboclo Contribuição Axiológica

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Prévia do material em texto

Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO DE: 
 
PENSAMENTO RELIGIOSO 
AFRICANO E CABOCLO: 
CONTRIBUIÇÕES AXIOLÓGICAS 
 
 
 
 
 
 
AUTORIA: 
 
Me. José Carlos dos Santos 
 
 
 
 
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
2
Módulo de: Pensamento Religioso Africano e Caboclo: contribuições axiológicas 
Autoria: Me. José Carlos dos Santos 
 
Primeira edição: 2009 
 
 
CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS 
 
Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste Módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes 
e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando 
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos. 
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente na aplicação didática, beneficiando e 
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização 
e direitos autorais. 
E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas 
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição reservados à 
ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA 
http://www.esab.edu.br 
Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES 
CEP: 29102-040 
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
3
Apresentação 
A você que chega todo o axé! 
Damos as boas-vindas a você que deseja entrar em contato com o maravilhoso mundo 
religioso gerado na África, que se desenvolveu aqui no Brasil. 
 
 
Objetivo 
- Expandir a consciência religiosa planetária no sentido da convergência para a paz e a 
cultura; 
- Rastrear pontos comuns entre a cultura africana e cristã (que se constituem espaços, 
muitas vezes, de embates no campo social brasileiro); 
- Atentar para as contribuições à vida individual e social das pessoas em espaços de 
educação pautados pela dinâmica da laicidade. 
Para que, afinal, este movimento todo? 
O padre Paulo "Olúsinadé" Botas (Teólogo, Doutor em Filosofia, militante de movimento 
ecumênico, estudioso, pesquisador e iniciado no Candomblé) responde (*): 
 
"Quando o profeta nos questiona: "Acaso não temos um mesmo Pai para 
todos nós? Não nos criou um mesmo Deus? Porque trabalhamos tão 
perfidamente uns contra os outros? (Malaquias 2,10) - Deus quis que assim 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
4
fosse... se não, nos teria criado um só. Quis Deus que muitos fossem seus 
nomes e manifestações, para que houvesse uma partilha permanente entre os 
homens e mulheres, de todos os tempos e lugares, para se enriquecerem 
mutuamente com as suas maneiras múltiplas de buscá-Lo. O objetivo é 
ampliar o coração das pessoas, que o único caminho para a paz, é reconhecer 
que Deus nos deu, na sua infinita criação, uma diversidade e pluralidade de 
expressão, nas múltiplas culturas e humanidades. 
Todos os orixás, os cristos, os budas, os krishnas, os maomés, os tupãs e 
tantos outros que moldamos em linguagens humanas não esgotam a força 
espiritual de cada um e de todos, ainda que, na nossa miopia, possamos 
acreditar que encontramos, no nosso momento histórico, o verdadeiro deus. 
 
Não podemos deixar para nossos filhos e filhas esse espólio horrendo e 
asqueroso de guerras santas, de perseguições sem limites. 
http://translenza.com.br/orixa/lnk_topicos.php?id=23 
 
A trajetória deste Módulo seguirá o seguinte itinerário: 
1) Abordar o rastro pernicioso do preconceito religioso no cotidiano do brasileiro; 
2) Adentrar no estudo sobre a cultura e a História da África mediante o documentário 
produzido da obra de Darcy Ribeiro, “O povo brasileiro” – com vista a possibilitar o respeito 
para com a vida africana (indo a combate contra o preconceito). 
3) Estudar as origens dos orixás, seus significados... A grandeza do culto dos ancestrais 
mediante dois documentários “A rota dos Orixás” e “Mujabá”. 
4) Estudos sobre tópicos especiais acerca da cultura religiosa do Candomblé e a sua 
participação no processo axiológico (valorativo) da educação para a paz e o respeito humano 
– tão necessários à sociedade laica. 
 
 
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5
5) Na mesma dinâmica que os estudos acerca do Candomblé adentraremos nos estudos 
acerca da contribuição da religiosidade Cabocla brasileira (Umbanda, Santo Daime...) 
Como você já percebeu o estudo deste Módulo será pautado exclusivamente em análise de 
vídeos digitais e estudo dirigido de artigos científicos. Por isto, além destas páginas do 
Módulo, será preciso acessar constantemente a internet com a finalidade de baixar os vídeos 
e artigos citados. 
Atenção! 
Como todos os módulos pertencentes ao programa de Educação Religiosa 
Escolar e Teologia Comparada, este possui as seguintes características: 
- Textos selecionados pelo viés da fácil compreensão e profundidade; 
- Dispostos para leitura em fragmentos; onde, na sequência, seguem baterias de 
exercícios e dicas complementares. 
- O material produzido não serve somente como estudo para o aluno, em seu 
processo de estudo acadêmico, mas foi pensado e desenvolvido para que sirva 
de apoio didático na prática cotidiana da Educação Religiosa (por isto a opção por 
uma linguagem clara e simples). 
- O Módulo incentiva a pesquisa e a compreensão do uso da internet como forma 
de conhecer e interagir, em rede, com instituições e espaços acadêmicos, 
religiosos e cidadãos que abordam a dinâmica da Educação Religiosa. Visto que 
o uso de textos da internet e das multimídias (e-livros, etc.) é um componente que 
deve ser incentivado visto a questão da compreensão e da vivência religiosa. 
Agora, uma observação válida para a leitura de todos os textos selecionados 
neste Módulo: 
As referências bibliográficas das citações encontram-se na página virtual 
BIBLIOGRAFIA. As citações no corpo deste Módulo vêm sinaladas por um 
 
 
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6
asterisco (*). É importante acessar a página virtual BIBLIOTECA para conferir, por 
unidades, o que foi lançado. 
 
 
Ementa 
Estudo sobre a cultura e a História da África. Preconceito religioso no cotidiano do brasileiro. 
Estudo sobre as origens dos orixás, seus significados. Estudos sobre tópicos especiais 
acerca da cultura religiosa do Candomblé e a sua participação no processo axiológico 
(valorativo) da educação. Estudos acerca da contribuição da religiosidade Cabocla brasileira. 
 
Sobre o Autor 
 
Doutorando em Ciências da Religião (PUC-SP), Graduado em Filosofia (PUC-MG) e Mestre 
pelo Programa Multidisciplinar em "Educação, Administração e Comunicação" (Universidade 
São Marcos). 
Atuação Profissional 
* Faculdade Novo Milênio, AUFES, IFITAV e ESAB 
- Docência do Ensino Superior 
* FASB 
- Coordenador do Curso de Filosofia 
 
 
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7
Trabalhos completos publicados em anais de congressos 
1- SANTOS, José Carlos dos. A impossibilidade do paraíso terrestre- a infância desvalida. In: 
Jornada de Estudos Avançados, 2006. Anais da VIII e IX Jornadas de estudos Avançados do 
Serviço Social. 
2- SANTOS, José Carlos dos. A paz na tradição cristã católica. In: Jornada de Estudos 
Avançados do Curso de Serviço Social, 2005, Vila Velha. Anais das Jornadas de Estudos 
Avançados, 2005.v.2. 
 
 
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8
SUMÁRIO 
UNIDADE 1 ......................................................................................................... 11 
Preconceito Religioso ......................................................................................11 
UNIDADE 2 ......................................................................................................... 14 
Preconceito Religioso: estudo de caso ............................................................ 14 
UNIDADE 3 ......................................................................................................... 16 
Como Lidar com o Preconceito Religioso ........................................................ 16 
UNIDADE 4 ......................................................................................................... 19 
Resgate da História Africana ........................................................................... 19 
UNIDADE 5 ......................................................................................................... 20 
A Matriz Afro - A ............................................................................................... 20 
UNIDADE 6 ......................................................................................................... 23 
A Matriz Afro - B ............................................................................................... 23 
UNIDADE 7 ......................................................................................................... 25 
A Matriz Afro ..................................................................................................... 25 
UNIDADE 8 ......................................................................................................... 27 
Alguns Aspectos da Cultura Religiosa ............................................................. 27 
UNIDADE 9 ......................................................................................................... 35 
A Diáspora Africana ......................................................................................... 35 
UNIDADE 10 ....................................................................................................... 37 
O Espaço Sagrado no Candomblé .................................................................. 37 
UNIDADE 11 ....................................................................................................... 39 
A Consciência Ambiental no Candomblé ........................................................ 39 
UNIDADE 12 ....................................................................................................... 53 
Mito, Êxtase e Possessão. ............................................................................... 53 
UNIDADE 13 ....................................................................................................... 55 
 
 
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9
A valorização da singularidade humana no candomblé: ATIVIDADE 
DISSERTATIVA. .............................................................................................. 55 
UNIDADE 14 ....................................................................................................... 58 
Para Estudar Mais ............................................................................................ 58 
UNIDADE 15 ....................................................................................................... 60 
Candomblé e o Ritual Caboclo ........................................................................ 60 
UNIDADE 16 ....................................................................................................... 61 
Limites entre Candomblé e Umbanda ............................................................. 61 
UNIDADE 17 ....................................................................................................... 63 
A Prática da Umbanda na Bahia – introdução à demografia social ................ 63 
UNIDADE 18 ....................................................................................................... 70 
UNIDADE 19 ....................................................................................................... 72 
Candomblé e Umbanda: estudo dirigido I ....................................................... 72 
UNIDADE 20 ....................................................................................................... 75 
Candomblé e Umbanda: estudo dirigido II ...................................................... 75 
UNIDADE 21 ....................................................................................................... 77 
Ética e Moral na Umbanda e Candomblé ........................................................ 77 
UNIDADE 22 ....................................................................................................... 80 
Projeto de Pesquisa: moral e valores na Umbanda. ....................................... 80 
UNIDADE 23 ....................................................................................................... 81 
Música e Identidade na Umbanda ................................................................... 81 
UNIDADE 24 ....................................................................................................... 82 
Caridade e Cura ............................................................................................... 82 
UNIDADE 25 ....................................................................................................... 84 
Saiba Mais ........................................................................................................ 84 
UNIDADE 26 ....................................................................................................... 85 
A Fé Cabocla .................................................................................................... 85 
UNIDADE 27 ....................................................................................................... 88 
 
 
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10
UNIDADE 28 ....................................................................................................... 90 
A Axiologia Cabocla ......................................................................................... 90 
UNIDADE 29 ....................................................................................................... 96 
Encontros e Desencontros no Brasil................................................................ 96 
UNIDADE 30 ....................................................................................................... 98 
Considerações Finais ....................................................................................... 98 
GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 100 
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 101 
 
 
 
 
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11
UNIDADE 1 
Preconceito Religioso 
Objetivo: Despertar a consciência para o mal do preconceito. 
Leia o artigo abaixo (*): 
Publicada em 28/01/2009 às 10:59 
Com medo de sofrer preconceito, praticantes do candomblé não revelam 
a crença no emprego 
Clarissa Monteagudo - Extra 
 
RIO - O preconceito que deixa marcas profundas nas crianças do candomblé durante sua vida escolar 
acompanha os praticantes da religião no mercado de trabalho. Invisíveis nos processos de seleção, 
muitos se declaram "católicos" na hora de traçar seu perfil em entrevistas de emprego. Ou não declaram 
crença religiosa com medo da discriminação. 
O técnico em telecomunicações João (nome fictício), de 30 anos, trabalha em uma grande empresa de 
telefonia celular. Ele é um pai de santo da nação ketu, mas, no trabalho, todos pensam que é católico. 
- É triste porque você nunca pode dizer quem é. Tenho medo porque o preconceito é uma arma. Se 
descobrirem que sou um sacerdote da religião afro, vão pensar que sou do mal, desabafa João. 
Quem foi "descoberto" sabe o preço da revelação religiosa. A doméstica Sandra Maria da Cruz, de 36 
anos, foidispensada em março após cinco anos de trabalho na casa de uma família de italianos. No dia 
anterior à demissão, ela conta que o patrão a viu com suas roupas afro, obrigatória para quem cumpre 
sua "obrigação de sete anos", período de retiro espiritual, que corresponde à maturidade religiosa no 
candomblé. 
- Meu patrão estava de férias, mas a casa é monitorada por câmeras da Itália. Ele já tinha me dito que 
"não gostava de macumba". Quando voltou para o Brasil, me viu com a roupa da minha obrigação de 
sete anos, e levou um susto. E me demitiu no dia seguinte. Depois disso, nem pude entrar no prédio - 
 
 
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12
conta Sandra Maria, hoje a mãe de santo Mameto Monalumpanzo, que quer dizer "mulher de Xangô em 
nação Angola". 
Sonhos adiados 
Por causa do desemprego, ela teve que fechar sua casa, em Belford Roxo, onde sonha instalar seu 
barracão, no futuro. E deixar sua filha com a madrinha para morar em uma quitinete improvisada, em 
Campo Grande. Hoje, vive de bicos e sonha em reestruturar sua vida: 
- Ninguém dá emprego a quem está de preceito no candomblé, só se pertencer à religião. É injusto 
porque somos iguais, trabalhamos igual a qualquer um e somos capazes, encerra. 
Vítimas aprendem a denunciar 
A história de Sandra é a mesma de tantas vítimas de preconceito religioso. Um roteiro comum que 
mistura mágoa, indignação e a total falta de informações sobre como lutar por seus direitos. Para Carlos 
Nicodemos, coordenador jurídico de atendimento às vítimas assistidas pela Comissão de Combate à 
Intolerância Religiosa, nunca houve no Brasil estruturas preparadas para proteger e defender quem 
sofreu algum crime contra a liberdade de crença. 
- Não há uma política de controle de violação de Direitos Humanos por intolerância religiosa. Agora, o 
poder público começa a pensar, mas por causa de um movimento criado pela sociedade civil - diz o 
advogado, organizador-executivo da ONG Projeto Legal. 
Como denunciar 
De acordo com a ouvidoria da secretaria estadual de Assistência Social, no segundo semestre de 2008, 
foram registradas 150 denúncias sobre preconceito religioso. O Disque Intolerância Religiosa da 
secretaria (2531-9757) dá informações às vítimas de intolerância e também presta assistência. 
Há diversas entidades engajadas no combate à intolerância religiosa, entre elas o Centro Espírita 
Umbandista do Brasil e o Centro de Articulação de Populações Marginalizadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13
 
 1) Quais os prejuízos que o preconceito religioso ocasiona para a vida e a dignidade das 
pessoas? 
2) O que justifica que um culto discrimine outro? 
3) Como deve ser acordada a convivência religiosa entre pessoas de crenças distintas, em 
países de contrato social laico? 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14
UNIDADE 2 
Preconceito Religioso: estudo de caso 
Objetivo: Entender o preconceito religioso. 
Nesta unidade será feito um estudo dirigido com o artigo intitulado “Preconceito e 
intolerância religiosa em O Pagador de Promessas”, por Juliana Ozai da Silva. 
Acesse a página abaixo e responda as questões. 
http://www.espacoacademico.com.br/073/73ozai.htm 
ESTUDO DIRIGIDO 
1) No contexto do artigo comente o trecho citado: 
“O HOMEM, no sistema capitalista, é um ser que luta contra uma engrenagem 
social que promove a sua desintegração, ao mesmo tempo em que aparenta e 
declara agir em defesa de sua liberdade individual. Para adaptar-se a essa 
engrenagem, o indivíduo concede levianamente, ou abdica por completo de si 
mesmo. O Pagador de Promessas é a estória de um homem que não quis 
conceder – e foi destruído. Seu tema central é, assim, o mito da liberdade 
capitalista. Baseado no princípio da liberdade de escolha, a sociedade 
burguesa não fornece ao indivíduo os meios necessários ao exercício da 
dessa liberdade, tornando-a, portanto, ilusória” (GOMES, 1972: 9)1[ 
 
 
 
 
 
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15
2) O artigo adentra na preocupação de pensar o sincretismo religioso na Bahia além da 
convencional relação entre o nome dos “santos”. Pense e amplie a reflexão iniciada pela 
autora acerca da vastidão da compreensão e do sincretismo despontada no comentário: 
Este sincretismo está presente em O Pagador de Promessas, não apenas pela 
identificação entre Iansã e Santa Bárbara, mas também na fala de outros 
personagens (como “Minha Tia” e o grupo de capoeiristas) e nas 
manifestações populares de apoio ao Zé. A relação entre as religiões afro-
brasileiras e o catolicismo é rica, complexa e determinada historicamente. “A 
sociedade é a esfinge”, afirma Prandi (Id: 70). Isso significa que a 
compreensão da evolução do candomblé e das religiões afro-brasileiras e a 
forma como se relacionam com o catolicismo pressupõe o contexto histórico 
sociopolítico. 
 
2) No trecho do artigo que aborda o diálogo entre o discurso do padre com o Zé do burro 
comente os desentendimentos de sentidos apresentado pelos dois. Por que o 
“desentendimento” se constituía como algo evidente? Por que o padre queria impor o 
seu discurso ao Zé do burro, enquanto este não se importava com o que o padre 
dizia? 
 
 
 
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16
UNIDADE 3 
Como Lidar com o Preconceito Religioso 
Objetivo: Acrescentar ideias para trabalhar o assunto com os alunos, na escola 
PESQUISE (atividade 1): 
Quais os caminhos legais que podem ser trilhados para coibir o preconceito? 
Obs.: Espera-se que o texto abaixo sirva de inspiração para esta pesquisa. Visto que o 
caminho do apelo à legalidade é possível e viável. 
Em que medida se encontra esta possibilidade e viabilidade? 
Cultos afro-brasileiros enfrentam preconceitos 
Lyrian Saiki 
A Associação Afro-Brasileira de Estudos Teológicos e Filosóficos das Culturas Negras está 
determinada a enfrentar o preconceito que permeia os cultos religiosos como a umbanda e o 
candomblé. Para combater a perseguição, a Associação lança hoje, durante o ciclo de 
palestras realizado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), o projeto SOS Intolerância 
Religiosa. O objetivo é sensibilizar a sociedade de que a liberdade de religião é um direito 
previsto na Constituição Federal. 
"A primeira coisa que as igrejas atacam, principalmente as pentecostais, é a religião Afro. 
Queremos que a sociedade respeite estes costumes que vêm sendo praticados desde que os 
negros chegaram ao Brasil", defende o presidente da Associação Afro-Brasileira, Jayro 
Pereira de Jesus. 
De acordo com o advogado André Luiz Nunes da Silva, assessor jurídico do SOS Intolerância 
Religiosa, há uma ação no Rio Grande do Sul contra uma casa de culto afro-brasileiro, por 
perturbação da ordem. Em Curitiba, também há um processo contra uma casa, em que a parte 
alega maus tratos de animais e perturbação de ordem. O advogado até admite a culpa em 
 
 
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17
parte da acusação. "A maioria desses cultos tem como costume a imolação de animais", 
reconhece. 
O preconceito contra a crença afro-brasileira também tem rendido dor de cabeça à iyalorixá Ya 
Mukumby, de Londrina. Ela conta que sua casa de candomblé, construída há 37 anos, é 
freqüentemente alvo de apedrejamento. "Todos os dias há seguidores de outras igrejas na 
porta da casa, tentando converter para a religião deles", conta. Segundo ela, a polícia já 
chegou a vasculhar a casa em busca de drogas. "A gente não tem liberdade religiosa", 
reclama. 
As religiões afro-brasileiras não se resumem apenas a cultos, lembra Jayro de Jesus. 
Trabalhos sociais, de cidadania, incentivo ao esporte, aulas de capoeira e instrumentos 
musicais também são difundidos. 
Projeto 
O projeto SOS Intolerância Religiosa tem trêsvertentes: a política, em que os seguidores são 
orientados a reagir contra a intolerância religiosa; jurídica (suporte jurídico para os casos de 
denúncia contra as casas de umbanda e candomblé); e teológica, com realização de cursos. 
"Vamos solicitar junto ao MEC (Ministério da Educação) a criação de um curso em teologia 
africana", anunciou o presidente da Associação. 
Em números 
Segundo a Associação, os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE) no Censo 2000 que apontam que apenas 0,03% da população brasileira 
(cerca de 300 mil pessoas, segundo a Associação) segue religião afro-brasileira não são 
verdadeiros. De acordo com Jayro de Jesus, há cerca de 20 mil terreiros de umbanda no 
Paraná e setenta casas conhecidas de candomblé em Curitiba, com público fixo e circulante 
de quase 500 pessoas por casa. No Rio Grande do Sul, há cerca de 105 mil casas de 
umbanda e aproximadamente 1,8 milhão de adeptos. 
 
 
 
 
 
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18
 
VÍDEO 
Ouça a bela música, “Feiticeiro Negro”. A letra e a música são de Carlos Bubby. 
http://www.youtube.com/watch?v=TPwuTd5069I 
 
 
PARA REFLETIR: 
1. Quem são os feiticeiros (sacerdotes) da fé africana? 
2. Por que há preconceito em relação a estes feiticeiros? 
3. O que a música apresenta sobre as atividades destes feiticeiros? As tarefas deles se 
constituem em algum mal ou bem? Justifique. 
 
Reprodução - www.uniblog.com.br 
 
 
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19
UNIDADE 4 
Resgate da História Africana 
Objetivo: Conhecer as implicações teóricas e didáticas na educação brasileira. 
Orientações para o estudo: 
1)Nesta unidade, estude individualmente o artigo proposto. 
2)Procure grifar os pontos essenciais da discussão – que serve de abertura para o estudo 
sobre a História e Cultura da África (desenvolvidas nas unidades seguintes). 
OBS: O conteúdo desta unidade constará da lista de exercícios on-line (no término da 
Unidade 10) e na prova on-line e presencial (caso o curso seja de Pós-graduação) 
O artigo em questão é intitulado “A História da África nos bancos escolares. Representações 
e imprecisões na literatura didática”, escrito por Anderson Ribeiro Oliva e se encontra na 
página: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-546X2003000300003 
 
 
 SAIBA MAIS (sobre a questão) Lendo o artigo “A ÁFRICA E OS ESTUDOS AFRICANOS NO 
BRASIL: PASSADO E FUTURO” de Valdemir Zamparoni – que se encontra na página: 
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252007000200018&script=sci_arttext 
 
 
 
 
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20
UNIDADE 5 
A Matriz Afro - A 
Objetivo: Conhecer a trajetótia africana. 
Da unidade 05 a 07 Será feito um estudo, com vídeos, acerca da trajetória africana (história, 
cultura, economia, religião, antropologia...), mediado pelo documentário “O povo Brasileiro” 
(de Isa Crinspum Ferraz), inspirado na obra de Darcy Ribeiro. 
Por outro lado, é imprescindível recordar que o apreço pela cultura e religião alheia só é 
despertada se o outro conhecer a História do grupo em questão. Por isto, é importante 
iniciar, a análise e reflexão acerca da religião dos antepassados africanos, pelo 
reconhecimento da trajetória histórica deste continente. 
As atividades se processarão da seguinte forma: 
1. Assista ao vídeo; 
2. Em seguida responda as questões. Com caráter de reflexão. 
 
VIDEO 
http://www.youtube.com/watch?v=RunAywCHqns&feature=related 
http://www.youtube.com/watch?v=gCGioGNTnwo&feature=related 
 
 
 
 
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21
 
 1. Qual a importância da África para a humanidade? 
2. Qual a importância da África para o Brasil? 
3. Quais grupos que por aqui aportaram no período da colonização? 
4. Como os Bantos se organizavam? Apresente as suas peculiaridades sociais. 
OBS= O objetivo deste exercício é desfazer a ideia que as culturas da diáspora africana 
eram “primitivas” (primitiva no sentido pejorativo). 
5. Comente os “dois mundos” dos Bantos e o relacione com a Teologia Cristã. 
6. No que consiste a ideia de aldeias na cultura Banta? 
7. Como se processava a cultura aos ancestrais e como ela se relaciona com a vida das 
pessoas? 
8. Explique os valores éticos e antropológicos dos africanos. 
 
 
 
 
 
 
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reprodução 
 
 
 
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23
UNIDADE 6 
A Matriz Afro - B 
Objetivo: Conecer a cultura africana . 
 
 VÍDEO 
http://www.youtube.com/watch?v=9nnpmH3NMC4&feature=related 
http://www.youtube.com/watch?v=bXBEseFz_fM&feature=related 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 1. Explique a ordem social no reino do Congo: o poder do rei, o ato incestuoso; os 
rituais. 
2. Como se dava o uso de escravos na África? E qual o impacto do uso dos escravos 
para a colonização brasileira? 
3. Qual o sentido espiritual do Sol para os africanos? Relacione o mesmo sentido 
com a cultura egípcia, romana e cristã – mediante uma pesquisa que você pdoe 
fazer na internet. 
4. Comente a fala de mãe Estela sobre a formação mística do Candomblé sobre a 
relação dos africanos para com a ideia de culpa e castigo. Qual a diferença desta 
para com o pensamento cristão? 
5. Por que os Malês não se submeterama a escravidão no Brasil – promovendo 
revoluções? 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 7 
A Matriz Afro 
Objetivo: Conhecer a Cultura Africana. 
 
 VÍDEO 
http://www.youtube.com/watch?v=eiqDfdeSCsA&NR=1 
 
 
 
 1. Qual perfil de desenvolvimento os Iorubás despertavam na África antiga? 
2. O que os deuses africanos traduzem no repertório da vida humana – sua 
multinacionalidade? 
3. Como Mãe Estela relaciona o poder dos Orixás na vida dos descendentes 
africanos no Brasil – pela via do sofrimento? 
4. O que os africanos nos ensinam sobre os valores do ser: o coração e o espírito? 
5. Comente a afirmativa do negro como o componente mais criativo da cultura 
africana. 
 
 
 
 
 
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26
Assista à seguinte reportagem e responda, como exercício de auto-reflexão: 
http://www.youtube.com/watch?v=g67AwD7dav4 
 
O que significa a palavra candomblé? 
Como surgiram as diferentes etnias africanas? 
Qual foi a estratégia dos senhores de escravos para impedir a organização dos negros e 
impedir levantes? 
Qual é a chamada “quinta religião africana”? 
O que não se podia prever? 
Qual era o outro nome dos iorubás? 
Por que o candomblé é dividido em nações? 
 
 
 
reprodução 
 
 
 
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UNIDADE 8 
Alguns Aspectos da Cultura Religiosa 
Objetivo:Analisar a questão da Fé. 
Nesta unidade serão discutidos dois pontos importantes no estudo sobre a constituição do 
Candomblé no Brasil: 
- aspectos da fé (vídeo e atividade 1= Analisar pontos de convergência entre a cultura do 
Candomblé e a cristã. 
- as mudanças e os impactos dos novos tempos sobre a fé do candomblé, pelo olhar das 
mães de santo(vídeo e atividade 2) 
 
 
ATIVIDADE 1 
VÍDEO 
http://www.youtube.com/watch?v=BZE4zKyGXaE&feature=related 
Assista ao vídeo “Candomblé religião de resistência” 
ATIVIDADE 2 
Relacione o texto da tradição africana – expresso por Mãe Márcia de Oxum – com o texto da 
tradição cristã: 
Bem-aventurados os que choram porque serão consolados. 
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 
 
 
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Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 
Bem-aventuradosos puros de coração, porque verão a Deus. 
Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. 
Bem-aventurados os que sofrem perseguição, por causa da justiça, porque 
deles é o reino dos Céus. 
Bem-aventurados sereis quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, 
disserem todo o género de calúnias contra vós, por Minha causa. 
Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa nos Céus; 
porque também assim perseguiram os profetas que vos precederam. 
Vós sois o sal da terra! Ora, se o sal se corromper, com que se há-de salgar? 
Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos 
homens. 
Vós sois a luz do mundo: Não se pode esconder uma cidade situada sobre um 
monte; nem se acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim 
em cima do velador, e assim alumia a todos os que estão em casa. Brilhe a 
vossa luz diante dos homens de modo que, vendo as vossas boas obras, 
glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus. 
Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas: Não vim revogá-la, mas 
completá-la. Porque, em verdade, vos digo: Até que passem o Céu e a Terra, 
não passará um só jota ou um só ápice da Lei, sem que tudo se cumpra. 
Portanto, se alguém violar um destes mais pequenos preceitos, e ensinar 
assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os 
praticar e ensinar, será grande no reino dos Céus. Porque Eu vos digo: Se a 
vossa virtude não superara dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos 
Céus. 
Ouvistes que foi dito aos antigos: "Não matarás; aquele que matar está sujeito 
a ser condenado". Eu, porém, digo-vos: Quem se irritar contra o seu irmão 
será réu perante o tribunal; quem lhe disser «raca» será réu diante do 
Sinédrio. E quem lhe chamar «louco» será réu da Geena do fogo. 
Se fores, portanto, apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de 
que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do 
altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois; volta para 
apresentar a tua oferta. Com o teu adversário mostra-te conciliador, enquanto 
caminhardes juntos, para não acontecer que te entregue ao juiz e este à 
 
 
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guarda e te mandem para a prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá até 
que pagues o último centavo. 
Ouvistes que foi dito: "Não cometerás adultério". Eu, porém, digo-vos que todo 
aquele que olhar para uma mulher, desejando-a, já cometeu adultério com ela 
no seu coração. Portanto, se o teu olho for para ti origem de pecado, arranca-o 
e lança-o fora, pois é melhor perder-se um dos teus membros do que todo o 
corpo ser atirado à Geena. E se a tua mão direita for para ti origem de pecado, 
corta-a e deita-a fora, porque é melhor perder-se um só dos membros do que 
todo o teu corpo ser lançado à Geena. 
Também foi dito: "Aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe carta de repúdio". Eu, 
porém, digo-vos: Aquele que repudiar sua mulher excepto em caso de 
adultério expõem-na a adultério, e quem casar com a repudiada comete 
adultério. 
Do mesmo modo, ouvistes que foi dito aos antigos: "Não perjurarás, mas 
cumprirás os teus juramentos ao Senhor". Eu, no entanto, digo-vos: Não jureis 
de maneira nenhuma: Nem pelo Céu, que é o trono de Deus, nem pela Terra, 
que é o escabelo dos Seus pés, nem por Jerusalém, que é a cidade do grande 
Rei. 
Não jures pela tua cabeça, porque não te é dado transformar um só dos teus 
cabelos em branco ou preto. Seja este o vosso modo de falar: Sim, sim; não, 
não; tudo o que for além disto procede do espírito do mal. 
Ouviste que foi dito: "Olho por olho, e dente por dente". Eu digo-vos: Não 
oponhais resistência ao mau; se alguém te bater na face direita, oferece-lhe 
também a outra. E se alguém quiser pleitear contigo para te tirar a túnica dá-
lhe também a capa. Se alguém te obrigara acompanhá-lo durante uma milha, 
acompanha-o durante duas. Dá a quem te pede, e não voltes as costas a 
quem te pedir emprestado». 
Ouvistes que foi dito: "Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo". Eu, 
porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. 
Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele 
faz que o sol se levante sobre os bons e os maus e faz cair a chuva sobre os 
justos e os pecadores. Porque, se amais os que vos amam, que recompensa 
haveis de ter? Não o fazem já os publicanos? E, se saudais somente os 
vossos irmãos que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? 
Sede, pois, perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste. 
Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos 
tornardes notados por eles. De contrário, não tereis nenhuma recompensa do 
vosso Pai que está nos Céus. 
Quando, pois, deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, 
 
 
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como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem louvados 
pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. 
Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que fez a direita, 
a fim de que a tua esmola permaneça em segredo; e teu Pai, que vê o oculto, 
premiar-te-á. Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de 
rezar, de pé, nas sinagogas, e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos 
homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Tu, 
quando orares, entre no teu quarto, e, fechada a porta, reza em segredo a teu 
Pai, pois Ele, que vê o oculto, recompensar-te-á. Nas vossas orações não 
sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por 
muito falarem, serão atendidos. Não façais como eles, porque o vosso Pai 
celeste sabe do que necessitais antes de vós Lho pedirdes. 
Rezai, pois, assim: "Pai nosso, que estais nos céus, santificado seja o Vosso 
nome, venha a nós o Vosso reino; faça-se a Vossa vontade, assim na terra 
como no Céu. 
O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim 
como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em 
tentação, mas livrai-nos do mal". 
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai 
celeste vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas 
ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas. E, quando 
jejuardes, não mostreis um ar sombrio, como os hipócritas que desfiguram o 
rosto para que os outros vejam que jejuam. Em verdade vos digo que esses já 
receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça 
e lava o rosto, para que o teu jejum não seja conhecido dos homens, mas de 
teu Pai que está presente no oculto; e teu Pai, que vê no oculto, recompensar-
te-á. 
Não acumuleis tesouros na terra, onde a ferrugem e a traça os corroem e os 
ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar. Acumulai tesouros no Céu, 
onde nem a traça nem a ferrugem os corroem nem os ladrões arrombam os 
muros, a fim de os roubar. Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também, 
o teu coração. A lâmpada do corpo é o olho; se o teu olho estiver são, todo o 
teu corpo andará iluminado, Se, porém, o teu olho for mau, todo o teu corpo 
andará em trevas. Portanto, se a luz que há em ti são trevas quão grandes 
serão essas trevas! 
Ninguém pode servira dois senhores, porque, ou há-de odiar um e amar o 
outro ouse dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ás 
riquezas. 
Por isso vos digo: Não vos inquieteis quanto á vossa vida, com o que haveis 
de comer ou de beber, nem quanto ao .vosso corpo com o que haveis de 
 
 
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vestir. Porventura não é o corpo mais do que o vestido e a vida mais do que o 
alimento? Olhai para as aves do céu: Não semeiam, nem ceifam, nem 
recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as. Não valeis vós mais 
do que elas? Qual de vós, por mais que se preocupe, podeacrescentar um só 
côvado à duração de sua vida? 
Porque vos preocupais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do 
campo! Não trabalham nem fiam. Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a 
sua magnificência, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a 
erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, como não fará 
muito mais por vós, homens de pouca fé? Não vos preocupeis, dizendo: 
"Que comeremos nós, que beberemos, ou que vestiremos?". Os pagãos, 
esses sim, afadigam-se com tais coisas; porém, o vosso Pai Celeste bem sabe 
que tendes necessidade de tudo isso. Procurai primeiro o Seu reino e a Sua 
justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo. Não vos inquieteis, portanto, 
com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. 
Bem basta a cada dia o seu trabalho. 
Não julgueis para não serdes julgados, pois, conforme o juízo com que 
julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim 
sereis medidos. Porque reparas no argueiro que está no olho do teu irmão, e 
não vês a trave que está no teu olho? Como ousas dizer ao teu irmão: "Deixa-
me tirar o argueiro do teu olho", tendo tu uma trave no teu? Hipócrita, tira 
primeiro a trave do teu olho e então verás para tirar o argueiro do olho do teu 
irmão. Não deis as coisas santas aos cães nem lanceis as vossas pérolas aos 
porcos, para não acontecer que as pisem aos pés, e, acometendo-vos, vos 
despedacem 
Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois, quem 
pede recebe; e quem procura encontra; e ao que bate abrir-se-á. Qual de vós, 
se o seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe 
dará uma serpente? Ora bem: Se vós, sendo maus, sabeis dar coisas boas 
aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está nos Céus dará coisas 
boas àqueles que Lhas pedirem. 
Portanto, o que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles, 
porque esta é a Lei e os Profetas. 
Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que 
conduz à perdição, e muitos são os que seguem por ele. Como é estreita a 
porta e quão apertado é o caminho que conduz à vida, e como são poucos os 
que o encontram! 
Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfarçados de 
ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. Conhecê-los-eis pelos seus frutos. 
Porventura podem-se colher uvas dos espinhos ou figos dos abrolhos? Toda a 
 
 
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árvore boa dá bons frutos, e toda a árvore má dá maus frutos. A árvore boa 
não pode dar maus frutos, nem árvore má dar bons frutos. Toda a árvore que 
não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Pelos frutos, pois, os 
conhecereis. 
Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos Céus, mas sim 
aquele que faz a vontade de Meu Pai que está nos Céus. Muitos Me dirão 
naquele dia: "Senhor, Senhor, não foi em Teu nome que profetizámos, em Teu 
nome que expulsámos os demónios e em Teu nome que fizemos muitos 
milagres. E, então, dir-lhes-ei: Nunca vos conheci; afastai-vos de Mim, vós que 
praticais a iniquidade". 
Quem escuta as Minhas palavras e as põe em prática é como o homem 
prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, engrossaram 
os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; mas não caiu, porque estava 
fundada sobre a rocha. Aquele, porém, que ouve as Minhas palavras e não as 
põe em prática, é semelhante ao néscio que edificou a sua casa sobre a areia. 
Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa, e 
ela desmoronou-se; e grande foi a sua ruína.» 
Bíblia Sagrada, Lisboa, Verbo, 1982; págs. 1107-1112 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATIVIDADE 3 
VÍDEO 
http://www.youtube.com/watch?v=kbuHJ3yVjBI&feature=related 
Assista o documentário de Pedro Menezes “Candomblé” e responda as questões abaixo: 
1. Qual a crítica dos antigos (a mãe de santo no vídeo) em relação a vivência da 
religião candomblé e a sua abertura para o mundo hoje (sobre o candomblé novo)? 
2. Por outro lado, como o Arcebispo Católico elabora a aproximação do candomblé 
com o Cristianismo? 
3. O que a mãe de santo apresenta a natureza, como essencial e secundário no 
candomblé? 
 
 
 
 
 
 
 
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 SAIBA MAIS 
Assistindo outros documentários acerca do Candomblé: 
1)http://www.youtube.com/watch?v=SsPKDdP2lys&NR=1 
2)http://www.youtube.com/watch?v=Lvf-EHIhzvc&feature=related 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 9 
A Diáspora Africana 
Objetivo: Entender a origem da fé na África. 
As unidades 09 e 10 abordarão as origens da fé africana no Brasil em sua emergência de 
diáspora. 
Nesta unidade, em especial, será trabalhado a trajetória histórica dos povos africanos no 
Brasil. Para tanto, é importante a pratica de pesquisas na internet sobre o que vem a ser a 
Diáspora Africana, antes de prosseguir com o estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VÍDEO 
Assista ao vídeo Mojubá - Origens (1 de 3) e, em seguida, responda as questões lançadas. 
http://www.youtube.com/watch?v=Cnl_XGhen-
M&feature=PlayList&p=21CBB06A9AF5AD21&index=21 
RESPONDA: 
1) Reescreva o mito da origem dos africanos e o relacione com o mito judaico, em 
Gênesis. 
2) O que se entende por diáspora? 
3) Qual a importância do contato dos africanos com os indígenas. 
4) Como os Geges se incorporam na tradição religiosa brasileira. 
5) Qual a importância da tradição Nagô para o candomblé? 
6) Pesquise acerca de cada uma destas levas da diáspora no Brasil, para complementar 
o seu entendimento. 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 10 
O Espaço Sagrado no Candomblé 
Objetivo: Conhecer as origens do Mojubá. 
 
VÍDEO 
Mojubá - Origens (2 de 3) 
http://www.youtube.com/watch?v=KqaijqQQa_I&feature=PlayList&p=21CBB06A9AF5AD21&i
ndex=20 
Como a mãe de santo diferencia o essencial do Candomblé, no aspecto mágico, conforme 
pensado no vulgar popular brasileiro. 
Como o território perdido é representado no terreiro? Qual o papel do terreiro na religiosidade 
afro-brasileira? 
Como se dá o culto aos ancestrais, nas culturas espalhadas pelo Brasil? 
Como se estruturou o Candomblé na Bahia? 
 
 
ESTUDO DIRIGIDO 
Leia o texto de Cristiano Henrique Ribeiro dos Santos intitulado “O Simbolismo da Árvore-
Mundo no Candomblé: Conexão entre o Mundo dos Homens e o Mundo dos Deuses” e, em 
 
 
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seguida, elabore um roteiro de estudo pessoal sobre o assunto. Ele servirá de suporte para a 
avaliação on-line e prova presencial. Para tanto, acesse a página: 
http://www.lendas.orixas.nom.br/classificados/ebooks/020_osimbolismodaarvore.pdf 
 
 
ATIVIDADE ON-LINE 
Dirija-se à página da ESAB e realize a lista 01 de exercícios on-line. Ela servirá de 
apoio para as futuras provas (on-line ou presencial). Bom trabalho! 
 
 
 
 Após visitar o Templo de Umbanda apresente um relato dissertativo sobre a visita em dois 
momentos: 
- indicando o espaço visitado (endereço, data, pessoas entrevistadas) e as suas impressões 
sobre o mesmo. 
- respondendo a questão levantada anteriormente: Qual o legado educativo no tangente aos 
valores para a vida que a Umbanda confere ao povo brasileiro? 
 
 
 
 
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UNIDADE 11 
A Consciência Ambiental no Candomblé 
Objetivo:Conhecer a consciência ambiental no camdomblé. 
O artigo que segue – divulgado pela Ciranda Internacional de Informação Independente – 
abordará em que medida a ritualística africana gera a consciência ambiental. Apesar deste 
assunto já ter sido tratado no módulo “Teologiase Educação Ambiental” é importante firmar 
este espaço como discussão. 
Para este estudo sugiro que leia todo o artigo. 
 A ritualística do culto aos orixás: caminhos para outra consciência 
ambiental 
Este artigo quer apresentar o “lugar” de Ossain, orixá das folhas, para o culto 
aos orixás, com o intuito de travar uma discussão entre a lógica ocidental 
capitalista e a lógica dos rituais nagôs. O artigo foi elaborado por: 
Alexandre de Oliveira Fernandes, Manoel Santos Mota, Rosangela Fonseca 
do Nascimento 
 
Arte: Ossain,de Rowan Fairgrove 
 
 
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RESUMO 
Este artigo quer apresentar o “lugar” de Ossain, orixá das folhas, para o culto 
aos orixás, com o intuito de travar uma discussão entre a lógica ocidental 
capitalista (SANTOS, M. 2006, p.100) e a lógica dos rituais nagôs. Entende-se 
que a primeira busca a utilização da natureza por meio de uma visão 
imediatista pautada pelo mercado e o consumo, enquanto a segunda, vê a 
natureza como permeada pelo axé dos Orixás e, assim, devendo ser 
preservada, uma vez que nela se deposita e se veicula o axé. Para tanto, 
utilizaremos os textos mitológicos referentes ao orixá Ossain, conforme 
apresentados pelo professor Reginaldo Prandi em seu livro- Mitologia dos 
Orixás (2001). A discussão dos textos mitológicos se justifica, vez que os 
terreiros reproduzem os mitos em seus rituais. Nossa metodologia também 
procura ouvir outras vozes como Pierre Verger (2002, 1995), Ordep Serra 
(2006), Elbein dos Santos (1986), a fim de que, parafraseando Geertz (1989), 
ao conversarem dialeticamente produzam um discurso simbólico que possa 
ser interpretado semioticamente desvelando os significados mais profundos do 
culto. 
Palavras-chave: desenvolvimento sustentável, culto aos orixás, Ossain, rituais, 
plantas. 
1. O lugar do culto aos orixás e o consumismo. Ou de como as coisas 
precisam estar claras: diferenciando as lógicas 
Òsányìn! 
Nkò da se, 
Eléwé me dà se, 
Baba aròni me dà se, 
 
 
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Wa fún mi. 
Eléwé wá fun mi, l’àse o. 
Òsányìn wá fun mi, l’àse o. 
Mé dà se. 
Òsányìn mé dà se. 
Ossain, 
não faço nada sozinho. 
Ó senhor das folhas, 
ó Pai Aròni, não faço nada sozinho. 
Venha me dar, 
ó senhor das folhas, venha me dar axé. 
Ossain, venha me dar axé 
Não faço nada sozinho. 
Ossain, não faço nada sozinho. 
(SÀLÁMÌ, 1991, p.58). 
A epígrafe proposta no texto, por si só, é suficiente para expressar o 
sentimento dos interlocutores de Ossain, o “senhor das folhas”. A ele é 
solicitado o axé, e, muito humildemente, neste orín, cantiga de orixá, seus 
adoradores, se curvam, entendendo não ser possível nada se fazer sem ele, 
sem o poder das folhas e da natureza. Em outras palavras, que parecem muito 
apropriadas: Kosi ewé kosi orixá / Sem folhas não há orixá. Lühning (2006, 
p.317). 
 
 
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42
Traçando um paralelo ilustrativo entre mitologia grega e culto aos orixás, o 
interlocutor de Ossain, diferencia-se de Odisseu, o rei de Ítaca, uma vez que 
este teria desafiado os deuses e assim sofrido as conseqüências de sua 
atitude, enquanto aquele rende graças ao orixá, dizendo depender dele para 
tudo. Odisseu retorna à Ítaca apenas quando consegue harmonizar-se com os 
deuses, religando-se ao sagrado. 
Cremos que o proposto pela contemporaneidade, é um desafio constante de 
“estar no mundo”. Há duas lógicas, sobre as quais queremos nos debruçar: (i) 
a lógica atual, produzida pela dinâmica do capital e pelos governos financeiros 
globais, o Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial (SANTOS, M. 2006, 
p.100) que impele o homem ao desarmonizar-se, distanciando-o da natureza e 
do sagrado; (ii) a lógica da dinâmica do culto aos orixás nagôs , que prescinde 
a preservação da natureza, o ebó, as oferendas, o contato com o sagrado 
como forma de (re)estabelecer a harmonia entre os homens, os deuses e a 
natureza. 
O professor Milton Santos já nos advertiu sobre as maldades do consumismo 
e da competitividade, inerentes à lógica capitalista. Não competir, não lucrar a 
qualquer custo é perder oportunidades de crescimento, no cenário 
estabelecido pela lógica atual, que: leva ao emagrecimento moral e intelectual 
da pessoa, à redução da personalidade e da visão do mundo, convidando, 
também, a esquecer a oposição fundamental entre a figura do consumidor e a 
figura do cidadão (SANTOS, M. 2006, p.49). 
Assim, como não há mais condições de se continuar com a “sanha” 
desenvolvimentista sem agredir ainda mais a natureza e colocar em xeque 
gerações futuras, um questionamento paradoxal tem se estabelecido: como 
colocar em prática uma lógica social de desenvolvimento pautada pelo 
desenvolvimento sustentável? Ora, como colocar em prática uma forma outra 
de lidar com a natureza se o homem contemporâneo está pautado por uma 
 
 
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lógica na qual, os fins justificam os meios? 
A necessidade, real ou imaginada, de buscar mais dinheiro, e, como este, em 
seu estado puro, é indispensável à existência das pessoas, das empresas e 
das nações, as formas pelas quais ele é obtido, sejam quais forem, já se 
encontram antecipadamente justificadas (SANTOS, M. 2006, p.56). 
Para responder a esta questão, nosso discurso que pretende propor a lógica 
do sagrado no culto aos orixás como premissa para o desenvolvimento 
sustentável, se coaduna com o de Mircea Elíade, parafraseado por Nicolescu, 
O sagrado é, antes de tudo, uma experiência que é transmitida por um 
sentimento - o sentimento ‘religioso’ - do que liga seres e coisas e, 
conseqüentemente, induz, no mais profundo do ser humano, a um absoluto 
respeito para com os outros aos quais ele está ligado por partilhar uma vida 
em comum na mesma Terra. (NICOLESCU, 2002, p.60). 
Na verdade, o homem tem progressivamente se distanciado do contato com o 
sagrado, desumanizando-se. Em contrapartida, segundo Elíade (1992, p.88), 
“o comportamento religioso dos homens contribui para a santidade do mundo”. 
A fim de promover o contato do homem com o sagrado, e concomitantemente 
com a natureza em uma outra consciência ambiental , propomos a dialética do 
culto aos orixás, propomos a pedagogia do culto de Ossain, patrono das folhas 
para o candomblé. 
2. Trocando em miúdos 
Axé é uma dádiva dos deuses, mas é preciso conhecer as fórmulas rituais 
corretas, perfeitas, para se chegar a ele. “Ah, mas qual é a folha certa?” - 
pergunta-se o venerando Idérito de Oxalufã. (Prandi: 1991, p.103) 
O candomblé de denominação ketu, é religião iniciática e de possessão, 
predominante na Bahia. É dedicado aos orixás e tem destinado rica 
 
 
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contribuição à religiosidade de cunho afro-brasileiro. 
Orixá, termo derivado do iorubá orisa, indica divindade que se destaca entre 
os homens, no mundo da natureza, tendo seu domínio no mundo do 
transcendente (SERRA, 2006:290). No Brasil, comumente são encontrados 
dezesseis orixás, sendo cultuados nas casas de axé, dentre eles: Exu, Ogum, 
Ifá, Oxalá, Ossain, Xangô, Iansã, Oxum, Obá, Iemanjá, Oxosse, Logun-Edé, 
Oxumaré, Omolu, Ibeji, Obaluaê; interessando-nos mais propriamente o orixá 
Ossain, vez que nos diversos candomblés é concebido como o “portador do 
axé das folhas” (SÀLÁMÌ, 1991, p.56). 
O candomblé tem como referência as divindades africanas, os orixás e seu 
axé. Em seus rituais, há as chamadas cerimônias privadas, como os ebós, 
boris e orôs, e as cerimônias públicas, em que os não iniciados têm acesso. 
As chamadas “festas” de candomblé correspondem a este espaço aberto, 
momento em que se dá o “toque” aos orixás e toda a comunidade é convidada 
a viver com os orixás outro tempo: o Tempo Primordial: tempo em que os 
orixás estavam sobre a terrae conviviam com os homens. Todo o ritual, seja 
ele privativo ou social, lega ao mundo um momento de re-ligação com o 
sagrado, a fim de que a harmonia entre o mundo do “real” e o mundo do 
“espiritual” seja efetivada. 
Mircea Elíade nos propõe o Tempo sagrado como um Tempo mítico, Tempo 
Primordial, “não identificável no passado histórico, um Tempo original, no 
sentido de que brotou “de repente”, de que não foi precedido por outro Tempo, 
pois nenhum Tempo podia existir antes da aparição da realidade narrada pelo 
mito. (ELÍADE: 1992 p.66). É o axé dos orixás que nos coloca em contato com 
este Tempo Primordial. 
O axé, como toda força, é manipulável, podendo aumentar ou diminuir a 
depender de como os rituais estão sendo produzidos. No culto aos orixás, tudo 
veicula axé. Os textos sagrados, mitológicos, as festas, os símbolos, os 
 
 
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diversos rituais. Segundo Elbein dos Santos (1986, p.40), a força do axé é 
transmitida para os seres e os objetos, a partir de determinados elementos 
materiais, de certas substâncias. Ali, o axé se mantém e se renova, de modo 
que, torna-se fundamental preservar esses “elementos materiais”, a fim de se 
preservar o axé; de modo que, é sine qua non ao culto aos orixás estar ligado 
à constante restituição e redistribuição do axé. 
É desta lógica que pretendemos tratar em nosso texto. Uma lógica que vai de 
encontro com os ditames capitalistas e com a forma positivista de entender o 
mundo (COTRIM, 1991). O mundo capitalista propõe um mundo utilitário, 
consumista, imediatista, ao passo que a espiritualidade propõe outra postura 
diante do mundo. Acredita-se que o culto aos orixás prescinde a outra lógica 
que é a de se relacionar com a natureza, com as folhas, com o Ser no tempo e 
no espaço, discurso que se coaduna com a permanente e necessária 
construção do axé. É aqui que Ossain se faz presente 
3. Da presença de Ossain: os mitos e os rituais 
Sem folha não tem vida 
Sem folha não tem nada 
Ewé, Ewé! 
Vem salvar as folhas 
Vem salvar a natureza 
(Maria Bethânia) 
Nada se faz no culto aos orixás sem a natureza, sem as folhas, que, 
amparadas por Ossain, deus da vegetação, das folhas e de seus preparados, 
tem finalidade mágica e medicinal. Ossain está tão ligado às folhas, que é 
como se o vocábulo “folhas”, fosse-lhe um sinônimo, sua metonímia, seu 
 
 
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símbolo. 
Sem Ossain não há folhas, sem folhas não há orixás. Não á toa é Ossain 
quem vai dar “uma folha para cada orixá”, permitindo-lhes o uso, mas 
guardando para si, os segredos mais profundos. “Ossain não conta seus 
segredos para ninguém, / Ossain nem mesmo fala. / Fala por ele seu criado 
Aroni. / Os orixás ficaram gratos a Ossain / e sempre o reverenciam quando 
usam as folhas (PRANDI, 2001, p.153). 
Ossain é um orixá de trato extremamente delicado, uma vez que está 
intimamente ligado ao culto dos ancestrais femininos e masculinos, além de 
ter contato permanente com Orunmilá, o deus do destino. É ele um grande 
feiticeiro, que mora nas profundezas das matas e conhece os descaminhos da 
alta magia. É senhor da vegetação e da floresta, seu defensor, profundo 
conhecedor das plantas. Seus mitos dão conta de que desde muito pequeno 
Ossain “andava metido mata adentro. / Conhecia todas as folhas e seus 
segredos. / De cada qual sabia o encantamento apropriado. / Sabia empregá-
las na cura de doenças e outros males. (PRANDI, 2001, p.155). 
É Ossain quem dirá a Orunmilá, quais plantas podem ser cortadas e quais têm 
valor medicinal, miraculoso. Orunmilá acaba por interessar-se pelas folhas e 
pela sabedoria de Ossain, “e assim Ossain ajudava Orunmilá a receitar / e 
acabou sendo conhecido como o grande médico que é. (PRANDI, 2001, 
p.152). 
Seu emblema é uma barra central de ferro, rodeada de outras seis, com um 
pássaro de ferro sobreposto simbolizando uma árvore de sete ramos com um 
pássaro acima. Outro mito, que nos faz lembrar a relação de Ossain com os 
pássaros e a alta magia daí proveniente, conta-nos que após subir em uma 
árvore de obi - sagrada para os cultuadores de orixá -, produz “um canto 
irresistível, de um passarinho das matas de Ossain. / Mas o canto era de 
Ossain, imitando o pássaro / (...) Ossain desde então é identificado com o 
 
 
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pássaro. (PRANDI, 2001, p.156). 
Importa-nos, sobretudo, atentar para os seguintes pontos (i) a relação de 
Ossain com o pássaro, que simboliza seu alto poder de magia e de contato 
com as senhoras da procriação, as mães sagradas. No mito, é através de seu 
transformar-se no pássaro que ele consegue seu objetivo, casar-se com a filha 
do rei, signo de nobreza. Por outro lado, arriscamos, parafraseando Verger 
(1992, p.24), a compreender o alto poder construtivo/destrutivo de Ossain, 
graças às suas relações com as mães sagradas. 
Salta-nos o texto “Ossain vinga-se dos pais por o deixarem nu”, no qual 
Ossain manipula o ebó para agredir seus familiares, mata seu próprio filho 
com receio de que ele o ataque, queimando-o até obter um pó preto, e, com 
esse pó, cura o rei de uma enfermidade. Com isso, Ossain recebe a proteção 
do rei, que com ele divide suas riquezas. (PRANDI, 2001, p.156-7); (ii) a 
relação de Ossain com o ferro, símbolo do “sangue” preto ligando-o a este 
axé; (iii) sua simbologia de procriado, que descende da relação folha-pena 
(SANTOS, 1986, p.92); (iv) o número seis formado pelas astes - símbolo do 
par, valor da ordem, do equilíbrio; (v) a aste central que, somada as seis 
outras astes, alude ao número sete, ímpar, signo do desequilíbrio, da 
passagem, da transformação, da transmutação, da alta magia (SERRA, 2006, 
p.296); (vi) sua ligação com outros orixás caçadores e signos de alta magia, 
como Oxossi e Ogum; (vii) sua ligação com Exu, uma vez que ambos 
configuram-se como extremos manipuladores da magia e do axé. Há um texto 
mitológico que nos leva a apontar esta ligação: “Ossain vem dançar na festa 
dos homens”. Seus versos finais são esclarecedores: “Ele viera dançar com os 
homens / e quem sabe levaria os seus pedidos aos outros orixás.” (PRANDI, 
2001, p.158). Essa qualidade de “levar pedidos”, a princípio é de Exu, o orixá 
Elebó, carregador de ebó, que, sem Ossain, vê esta empreita dificultada. 
Mais acima nos remete- se às celebrações públicas no culto. Seria possível 
 
 
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agora fazer um recorte sobre a poética de Ossain nestas festas. Em diversos 
terreiros podem ser vistas, quando se canta para este orixá, folhas 
devidamente preparadas sendo lançadas no barracão, e os cultuadores 
pegando-as antes que caiam no chão e passando-as no corpo, solicitando a 
proteção de Ossain, pedindo-lhe que permita que as folhas emanem seu axé e 
assim, restituindo-se o poder dos homens e dos orixás. Há, neste sentido, um 
profundo respeito pela natureza sendo construído. Verger (1992, p.85-90), ao 
apresentar texto do Odu Òsé óyèkú corrobora com nossa afirmativa: 
Obarixá ama o efun (pó branco). 
Obaluaê ama o osun (pó vermelho). 
Ogum ama o carvão, 
Odudua ama a lama. 
Obarixá pega a cabaça de efum. 
Desde aquele tempo, com sementes de kola brancas e sementes de kola 
vermelhas, eles adoram Odù. (grifos nossos). 
Os orixás “necessitam” da natureza para reformular suas atividades, e 
dialeticamente, os cultuadores “necessitam” da natureza e de seus “elementos 
materiais” para invocar seus deuses. É no território dos reinos animal, vegetal 
e mineral que o axé re-nasce, pois são elementos portadores de axé. 
Segundo Elbein dos Santos, estes “elementos de fundamento” podem ser 
divididos em três categorias: “sangue” “vermelho”, “sangue” “branco”, “sangue” 
“preto”, sem os quais, o culto aos orixás, simplesmente se desconstrói (1986, 
p.41). O candomblé,portanto, é uma religião ágil, mutante, dinâmica, sendo 
seus saberes transmitidos oralmente ao longo dos anos e da prática dos 
iniciados no culto (VERGER, 1995, p.20). É por meio da oralidade que se 
transmite o axé, o poder dos orixás e de suas plantas. Ou como quer Silveira 
 
 
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(2004), educa-se pelo silêncio. 
Elbein dos Santos (1986, p.91) nos conta que: 
As folhas nascidas das árvores, e as plantas constituem uma emanação direta 
do poder sobrenatural da terra fertilizada pela chuva e, como esse poder, a 
ação das folhas pode ser múltipla e utilizada para diversos fins. Cada folha 
possui virtudes que lhes são próprias e, misturadas a outras, formam 
preparações medicinais ou mágicas, de grande importância nos cultos, onde 
nada pode ser feito sem o uso das folhas. 
Vejamos como as lógicas são diferentes: para a medicina ocidental, o 
conhecimento dito válido é o do nome científico das plantas, e suas 
características farmacológicas, enquanto que para o culto dos orixás, o 
fundamental é o conhecimento do ofó , as encantações, as misturas. 
Amarrando esta idéia com o texto mitológico, “Ossain, contudo, deu uma folha 
para cada orixá, / deu uma ewé para cada um deles. / Cada folha com seus 
axés e seus ofós, / que são as cantigas de encantamento, / sem as quais as 
folhas não funcionam. (PRANDI, 2001, p.154). O “sangue” das folhas, 
portanto, é sagrado, e como tal, traz consigo o poder do que nasce sendo um 
dos mais poderosos axés dos iorubás. 
Lühning (2006, p.304) uma das principais pesquisadores de Pierre Verger no 
Brasil, também se reporta a classificação das plantas dicotomizando o saber 
da botânica oficial, seu Systema naturae e aquele produzido pelo “sistema 
nativo iorubá”. 
Os iorubás entendem as plantas pautadas em suas características: (i) de 
acordo com sua superfície (áspera, lisa, cheia de cabelos que queimam seu 
cheiro, cor, se solta tinta); (ii) se a folha se fecha a noite; (iii) se a planta 
produz sementes que grudam; (iv) de acordo com seu sabor característico. 
 
 
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Lühning (2006, p.313) inclusive acresce que há uma separação entre o saber 
oficial e o popular, sendo que o primeiro goza de privilégios sobre o segundo. 
Todavia, entende a pesquisadora, ser esta uma lógica questionável, 
“inadmissível”, principalmente em um país como o Brasil, em que as pessoas 
são excluídas do saber dito erudito. 
Todavia, importa à dinâmica dos orixás o saber empírico-popular, a relação 
com as forças da natureza e com os deuses, sobretudo, com Ossain 
(VERGER, 1995, p.23). Assim, a manipulação das energias presentes na 
natureza, não se dá sem se conhecer o axé, sem a ele estar apto. Há também 
que se conhecer as encantações, percebendo as folhas como sendo 
representantes e representadas pelo procriado (SANTOS, 1986, p.91). Como 
ensina o babalaô: 
Essas encantações/jogos de palavras têm uma grande importância nas 
civilizações de tradição oral. Sendo pronunciadas em orações solenes, podem 
ser consideradas como definições e com freqüência são as bases sobre as 
quais o raciocínio é construído. Servem também como conclusão e prova final 
nas histórias transmitidas de geração a geração de babalaôs, e expressam o 
ponto de vista da cultura iorubá e o senso comum de seu povo. (VERGER, 
1995, p.24). 
 
4. Pensando em concluir: por outra consciência ambiental 
Ewé n’jé 
Oógún n’jé 
Oógún tikò jé 
ewé rè ní kò pè 
 
 
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As folhas funcionam 
Os remédios funcionam 
Remédio que não funciona 
é que tem folhas faltando. 
Enquanto metafísica, o culto aos orixás, está muito mais apto a responder às 
necessidades de proteção ambiental, de desenvolvimento sustentável, do que 
a lógica capitalista ocidental. São os diversos orixás, deuses, que respondem 
a esta necessidade: sem as folhas, sem o desenvolvimento sustentável do 
mundo não há orixá, não há natureza, não há axé. Na medida mesma em que 
os orixás são a natureza, sendo dela elementos, tornam-se seu protetor, 
guardiões, fiscais. A força dos orixás reside em uma dialética: manipulação do 
axé da natureza, para restituir a natureza humana e seu próprio axé. 
É este axé, revivificado através dos diversos rituais produzidos com as folhas, 
que conduz o homem em direção ao transcendente, propondo-lhe outra 
consciência diante do mundo, da natureza, da sociedade. A vida no culto aos 
orixás adquire sentido à medida que seus cultuadores se apropriam dos 
mecanismos materiais e simbólicos dos vegetais, respaldados em seus mitos 
e rituais, veículos de transmissão, manutenção e apropriação de saberes. 
São diversos os momentos em que isto ocorre nos terreiros. A conexão entre 
os adoradores dos orixás e seus deuses se dá pela trituração das folhas para 
compor banhos rituais - os amacis, omi-erô, abôs -, com os quais os filhos de 
santo e os objetos do culto são sacralizados. Os filhos de santo também são 
colocados para dormir, durante suas obrigações em esteiras cobertas com 
folhas características de seu orixá e/ou do “fundamento” que está sendo 
manipulado. Os alimentos são envolvidos em folhas, é através delas que os 
compostos mágicos são potencializados (SILVA, 1995, p.208). 
 
 
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Assim, por meio de um contato dinâmico de restituição do axé, os cultuadores 
dos orixás vão promovendo um novo diálogo com a natureza. É nela se que 
extrai e se devolve elementos significativos para a manutenção do sistema 
ritualístico. É na natureza, na floresta, em suas plantas que se dá o encontro 
com Ossain, com Oxossi e Ogum. É através deste mecanismo ritualístico que 
se processa o encontro do homem com o ser transcendental, caminhos para 
outra consciência ambiental. 
 
 
 
 SAIBA MAIS 
Sobre as origens dos estudos do candomblé no Brasil com o artigo “NINA RODRIGUES E A 
RELIGIÃO DOS ORIXÁS” de Sergio F. Ferretti. 
http://www.gpmina.ufma.br/pastas/doc/Nina%20Rodrigues%20e%20a%20religiao%20dos%2
0Orixas.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 12 
Mito, Êxtase e Possessão. 
Objetivo:Discutir questões como êxtase e místico. 
É evidente que os aspectos do êxtase místico, do transe e da possessão são curiosidades 
inerentes ao imaginário religioso daqueles que, em seus respectivos campos simbólicos, não 
possuem tal patrimônio de forma tão evidente – como é o caso do cristianismo. 
Neste sentido, a presente unidade pretende discutir este aspecto, tratando: o que vem a ser 
o êxtase místico? O transe? Como se dá a incorporação? 
Para esta aventura, sugere-se que acesse primeiro a reportagem da Rede Globo sobre o 
assunto e, em seguida, leia atentamente o artigo disposto. Ele servirá de ponto para as 
atividades on-line. 
 
 VÍDEO 
 Extase - Ritos sagrados do candomblé 
http://www.youtube.com/watch?v=GDK_QrndM2s&NR=1 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TEXTO PARA ESTUDO INDIVIDUALIZADO. 
O artigo científico é de autoria de Milton Silva dos Santos – intitulado “Mito, possessão e 
sexualidade no candomblé”. Acesse na página da Revista REVER – do programa de Estudos 
Pós-graduados, da PUC-SP. 
http://www.pucsp.br/revistanures/revista8/nures8_milton_02.pdf 
 
 Como fazer com que este assunto possa ser discorrido de forma a mostrar em em outras 
crenças – inclusive na cristã- o extase místico também acontece? 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 13 
A valorização da singularidade humana no candomblé: ATIVIDADE DISSERTATIVA. 
Objetivo:Realizar atividade dissertativa. 
Para bem viver e conviver é preciso, antes de tudo, que haja respeito pelo 
modo de ser de cada um. 
Nada deve ser feito por obrigaçãoou submissa. Há que haver, isto sim, 
respeito, e amor por sua Vida, e nesta estão: seus subalternos, seus colegas 
de trabalho, seu companheiro e principalmente seus filhos. 
Lembremos que cada um tem sua vida, e nela estão agregados outras 
pessoas, que por sua vez estão ligadas a outros. Formando assim, uma 
corrente; que para funcionar precisa de mobilidade. Para isso é necessário 
que cada elo desta corrente tenha individualidade. 
O grande problema advém de certos conceitos errôneos, que confunde unir 
com atrelar; de tal maneira que cada elo acaba perdendo a individualidade. Se 
tentarmos soldar um elo ao outro, esta corrente já não dobra, podendo até se 
partir e se tornar inútil em sua função de ligar, e unir. 
 A força desta corrente está justamente na mobilidade, que depende de sua 
flexibilidade. Assim, cada elo cumpre sua função sem que haja agressão. 
 
 
Lisyt 
Publicado no Recanto das Letras em 31/07/2008 
Código do texto: T1106508 
 
Um dos grandes valores que se pode observar no Candomblé é o respeito para com a 
individualidade das pessoas. 
Este estudo tomará esta discussão como ponto central, sendo importante se concentrar em 
quatro momentos: 
- primeiro, assista aoi vídeo introdutório inspirado no pensamento de Pierre Verge, acerca do 
respeito para com o diferente existente nos terreiros. 
 
 
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- em seguida leia atentamente o texto disposto sobre a questão; 
- assista, em seguida, a resportagem sugerida, tomando como pano de fundo a questão do 
respeito para com as diferenças sexuais. 
- Por fim, elabore a atividade dissertativa e a envie para o seu tutor. 
ROTEIRO 
1)Vídeo 
Acesse a página indicada e assista em atitude de contemplação: 
http://www.youtube.com/watch?v=VcWGBs_14H0&NR=1 
2)ESTUDO DE TEXTO 
“Sexo, gênero e homossexualidade. O que diz o povo de santo paulista?” de Milton 
Silva dos Santos (PUC-SP) em: 
http://www.fazendogenero8.ufsc.br/sts/ST30/Milton_Silva_dos_Santos_30.pdf 
3) VÍDEO 
Casamento homossexual no candomblé 
http://www.youtube.com/watch?v=8EheIp3v4hw&feature=fvw 
 
 
 
 
 
 
 
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ATIVIDADE DISSERTATIVA. 
Elabore uma dissertação relacionando questões de fundo legal (direito brasileiro) e o respeito 
às diferenças usando o candomblé, enquanto religião, como argumento para a justificativa de 
que “a fé pode auxiliar a desenvolver práticas de cidadania que visem o respeito para com as 
diferenças”. 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 14 
Para Estudar Mais 
Objetivo: Motivacão 
Nesta unidade a sugestão de leitura foi dividida em dois momentos: o obrigatório (que são 
leituras e estudos que poderão ser cobrados em atividade e provas) e complementares (para 
expandir a consciência sobre o tema). 
LEITURAS OBRIGATÓRIAS: 
1) “O CONCEITO DE CAMPO RELIGIOSO E O ESTUDO DAS RELIGIÕES 
AFRICANAS NO BRASIL” de Vanda Fortuna Serafim e Solange Ramos de Andrade em: 
http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/rbhr/o_conceito_de_campo_religioso_e_o_estudo_das_religi
oes_africanas.pdf 
2) "No candomblé nada é de graça...": Estudo preliminar sobre a ambiguidade nas trocas 
no contexto religioso do Candomblé* de autoria de José Renato de Carvalho Baptista em: 
http://www.pucsp.br/rever/rv1_2005/p_baptista.pdf 
3)”A linguagem metafórica no candomblé” de Guilherme Augusto Rezende Lemos em: 
http://www.hispanista.com.br/artigos%20autores%20e%20pdfs/linguagem_candombl%E9.pdf 
4) “CULTURA E CONHECIMENTO EM TERREIROS DE CANDOMBLÉ – lendo e 
conversando com Mãe Beata de Yemonjá”
 
de Stela Guedes Caputo e Mailsa Passos em: 
http://www.curriculosemfronteiras.org/vol7iss2articles/caputo-passos.pdf 
 
 
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 LEITURAS COMPLEMENTRARES 
1) “CANDOMBLÉ BANTU NA PÓS-MODERNIDADE” DE Sérgio ADOLFO em: 
http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf/st4/Adolfo,%20sergio%20paulo.pdf 
2) “Música e identidade no candomblé” de Rosamaria Susanna Barbára 
http://www.caribenet.info/oltre_05_barbara_identidade_candomble.asp?l= 
3) Candomblé em: 
http://www.assintec.org.br/pub/publicacoes/ef841ec0a704334db35b9f7ead819b29.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 15 
Candomblé e o Ritual Caboclo 
Objetivo: Trabalhar as contribuições axiológicas da Umbanda para a cultura educacional e 
social da vida popular 
Nas unidades vindouras, até a 25, serão trabalhadas as contribuições axiológicas da 
Umbanda para a cultura educacional e social da vida popular. 
Para tanto esta unidade apresentará algumas questões que deverão ser respondidas, em 
forma de pesquisa. 
QUESTIONÁRIO - PESQUISA 
Qual a diferença entre Umbanda e Candomblé? 
Como a umbanda iniciou-se no Brasil? 
Qual o legado educativo no tangente aos valores para a vida que a Umbanda confere ao 
povo brasileiro? 
 
 
 
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UNIDADE 16 
Limites entre Candomblé e Umbanda 
Objetivo: Debater sobre os limites entre Candmblé e Umbanda 
Para iniciar este breve debate, assita ao vídeo indicados e, em seguida, responda as 
questões. 
 
Vídeo Mojubá - Origens (3 de 3) 
http://www.youtube.com/watch?v=aeBlb-
LhUsg&feature=PlayList&p=21CBB06A9AF5AD21&index=22 
RESPONDA: 
1) Como o Babalorixá Adailton da Costa pensa a ideia de Sincretismo e o pensar africano no 
Brasil? 
2) Como a ruralidade fez com que os negros se aproximassem da cultura indígena? Como 
pensar este movimento para a geração da matriz religiosa afro-brasileira? 
3) Qual o valor axiológico apresentado pela sacerdotisa na metáfora do raio de Sol? 
 
 
 
 
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UNIDADE 17 
A Prática da Umbanda na Bahia – introdução à demografia social 
Objetivo: Realizar leitura do artigo que trata sobre a prática da umbanda no Brasil. 
Esta unidade será direcionada na forma de leitura. Mapeie as ideias que o artigo levanta – as 
mesmas serão usadas nas atividades e provas (on-line ou presencial). 
O artigo em questão é de autoria de Mackely Ribeiro Borges – intitulado “Umbanda e 
Candomblé: Pontos de Contato em Salvador – BA” – apresentado no XVI Congresso da 
Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música (ANPPOM) Brasília – 2006. 
 
A Umbanda é considerada a primeira religião genuinamente brasileira, pois foi 
formada no Brasil. Surge como uma religião universal, isto é, dirigida a todos e 
a sua trajetória marcada pela busca de uma legitimação e institucionalização 
diante da sociedade e do Estado brasileiro. 
Apresenta características próprias, suas canções, danças, oferendas, 
trabalhos, representando um papel importante na vida religiosa das pessoas 
que a praticam. É uma religião essencialmente urbana desde o seu 
surgimento associado aos fenômenos de industrialização e urbanização, até 
os dias de hoje. 
Na literatura existente sobre o assunto, há um consenso de que a Umbanda 
teria surgido no Rio de Janeiro, na década de 1920 (Cf. Bastide, 1971; 
Concone, 2001; Negrão 1996; Jensen, 2001; Ortiz, 1999; e Prandi, 1991). 
Atualmente, sua prática encontra-se espalhada por todo o território brasileiro, 
com destaque nos grandes centros urbanos, permeada por um forte 
 
 
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sincretismo presente tanto na sua formação quanto no seu culto. Há na sua 
concepção uma fusão de elementos de várias procedências e naturezas 
diversas, entre eles das culturas indígena, branca e negra, que também 
representam a raiz da formação da sociedade brasileira, que se fundem 
dando-lhe um caráter nacional, mantendo-a viva. 
Este fator, aliada a sua capacidade de adaptação aos contextos locais, 
possibilitou a existência

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