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AULA 09 -DENUNCIAÇÃO DA LIDE E CHAMAMENTO AO PROCESSO

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2	
Este material de apoio foi especialmente preparado por monitores capacitados 
com base na aula ministrada. No entanto, não se trata de uma transcrição da 
aula e não isenta o aluno de complementar seus estudos com livros e 
pesquisas de jurisprudência. 
 
MÓDULO I 
 
AULA 09 (Denunciação da lide e chamamento ao processo) 
 
Professor Daniel Granado 
 
Esclarecimentos introdutórios: trataremos de dois temas muito importantes 
no NCPC, quais sejam: a denunciação da lide e o chamamento ao processo. 
Em primeiro lugar, é importante destacar que o Novo Código, em relação às 
modalidades de intervenção de terceiros, trouxe algumas novidades. A primeira 
delas diz respeito à extinção de algumas figuras. As outras, à realocação e à 
criação de novos tipos de intervenção. 
 
Sobre as inserções, podem ser mencionadas a intervenção do amicus curiae e 
a disciplina específica e efetiva do incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica. De outro lado, outras figuras não mais são consideradas 
espécies de intervenção de terceiro no NCPC, a exemplo da oposição, que se 
tornou procedimento especial (art. 682 a 686), e da nomeação à autoria, 
alargada como uma hipótese de correção da legitimidade passiva (arts. 338 e 
339). 
 
Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito 
sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a 
sentença, oferecer oposição contra ambos. 
Art. 683. O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos 
exigidos para propositura da ação. 
Parágrafo único. Distribuída a oposição por dependência, serão os 
opostos citados, na pessoa de seus respectivos advogados, para 
contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias. 
Art. 684. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, 
contra o outro prosseguirá o opoente. 
Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos 
autos e tramitará simultaneamente à ação originária, sendo ambas 
julgadas pela mesma sentença. 
Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da 
audiência de instrução, o juiz suspenderá o curso do processo ao fim 
	
	
3	
da produção das provas, salvo se concluir que a unidade da 
instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do 
processo. 
Art. 686. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e 
a oposição, desta conhecerá em primeiro lugar. 
 
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não 
ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, 
em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição 
do réu. 
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as 
despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que 
serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, 
sendo este irrisório, nos termos do art. 85, §8º. 
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o 
sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver 
conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de 
indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. 
§1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 
(quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do 
réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338. 
§2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a 
petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito 
indicado pelo réu. 
 
Intervenções de terceiros espontâneas e provocadas: de um lado, temos as 
chamadas intervenções de terceiros espontâneas, nas quais o terceiro, por 
vontade própria, requer a sua intervenção em processo alheiro. De outro lado, 
nas intervenções provocadas, as próprias partes quem requerem que um 
terceiro seja trazido à demanda, ainda que contra a sua vontade. A 
denunciação da lide e o chamamento ao processo são espécies de 
intervenções de terceiros provocadas. 
 
Denunciação da lide: trata-se de uma verdadeira ação ajuizada por alguém 
que detenha direito de regresso contra um terceiro que está fora da demanda. 
Assim, por razões de economia processual, principalmente, a lei permite que 
esse terceiro seja trazido para o processo. Dessa forma, utilizar-se-á da 
mesma demanda para resolver duas lides, dois litígios distintos, quais sejam: a 
lide principal e, depois, a lide formada a partir da denunciação da lide feita por 
uma das partes, autor ou réu, em relação a um terceiro. 
 
Nesse ponto, importante destacar que a denunciação da lide pode ser 
formulada tanto pelo autor, quanto pelo réu, ao passo que, no chamamento ao 
	
	
4	
processo, o terceiro somente poderá ser chamado pelo réu. Esta, pois, uma 
das notas que distinguem essas duas modalidades interventivas. 
 
A primeira grande inovação em relação à denunciação da lide pode ser 
facilmente percebida a partir do primeiro dispositivo do NCPC que trata desse 
assunto, que é o art. 125, caput. Nesse sentido, percebe-se que a denunciação 
da lide pode ser formulada tanto pelo autor (petição inicial), quanto pelo réu 
(contestação), conforme já comentado, e também que ela é sempre facultativa, 
o que se diferencia frontalmente do regime estabelecido pelo art. 70 do 
CPC/73. 
 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer 
das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa 
cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa 
exercer os direitos que da evicção lhe resultam; II - àquele que 
estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação 
regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. (...) 
 
CPC/73, Art. 70. A denunciação da lide é obrigatória: I - ao alienante, 
na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi 
transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da 
evicção Ihe resulta; II - ao proprietário ou ao possuidor indireto 
quando, por força de obrigação ou direito, em casos como o do 
usufrutuário, do credor pignoratício, do locatário, o réu, citado em 
nome próprio, exerça a posse direta da coisa demandada; III - àquele 
que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação 
regressiva, o prejuízo do que perder a demanda. 
 
Fato é que o STJ e outros tribunais da federação já tinham pacificado o 
entendimento no sentido de que, não obstante a redação do art. 70 do CPC/73, 
somente é obrigatória a denunciação da lide formulada com base no inciso I do 
referido dispositivo legal. Mas isso se daria em função do art. 456 do Código 
Civil, que prescreve essa obrigação em relação ao alienante imediato para o 
exercício do direito que resulta da evicção. O NCPC foi muito feliz ao resolver 
essa questão, pois, além de alterar o regime da denunciação da lide (todas as 
hipóteses são facultativas), também revogou expressa e coerentemente o art. 
456 do Código Civil, a fim de harmonizar as normas materiais e processuais 
sobre este tema (art. 1.072, II). 
 
CC/2002, Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe 
resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou 
qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do 
processo. (Vide Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência) 
	
	
5	
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e 
sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar 
de oferecer contestação, ou usar de recursos. 
 
Art. 1.072. Revogam-se: (...) II - os arts. 227, caput, 229, 230, 456, 
1.482, 1.483 e 1.768 a 1.773 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 
2002 (Código Civil); (...) 
 
Também é verdade que o próprio STJ já vinha mitigando a obrigatoriedade na 
hipótese de denunciação da lide presente no inciso I do art. 70 do CPC/73. A 
doutrina civilista diverge um pouco a respeito do que constitui exatamente a 
evicção. Alguns dizem que evicção é a perda de um direito em função de uma 
decisão judicial. Para outros, ela consiste na declaração judicial de que o direito 
não existe.Isso não influencia tanto no instituto da denunciação da lide. Mas 
serve para deixar registrado que o STJ, mesmo antes do art. 125 do NCPC, já 
vinha entendendo que, mesmo na hipótese do art. 70, inciso I, do CPC/73, a 
denunciação da lide não seria obrigatória. 
 
Isto porque o direito que decorre da evicção não se resume a recobrar aquilo 
que se pagou pela coisa. O art. 450 do Código Civil estabelece também outros 
direitos (indenização, honorários, juros etc.) no caso de evicção. Assim, no 
entendimento do STJ, mesmo não promovida a denunciação da lide, na 
hipótese do art. 70, inciso I, do CPC/73, o direito de recobrar aquilo que se 
pagou pela coisa ainda poderia ser exercido. 
 
CC/2002, Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o 
evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que 
pagou: I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; 
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que 
diretamente resultarem da evicção; III - às custas judiciais e aos 
honorários do advogado por ele constituído. 
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do 
valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao 
desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. 
 
Coerente com a ideia de que a denunciação da lide é facultativa em qualquer 
hipótese, o §1º do art. 125, do NCPC, estabelece que a pretensão que poderia 
ser formulada pela denunciação da lide também poderá ser feita por ação 
autônoma nos casos em que ela não for promovida, não for admitida ou 
permitida. 
 
Art. 125. (...) 
	
	
6	
§1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a 
denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não 
for permitida. 
 
A denunciação da lide é, portanto, mera opção do denunciante. Por isso, a 
facultatividade, característica do instituto no NCPC, é uma importante inovação. 
 
Além disso, o art. 456 do Código Civil também permitia os conhecidos 
fenômenos da denunciação da lide sucessiva (autor e réu do processo 
originário podem denunciar a lide a um terceiro que, por sua vez, poderá 
denunciar a mesma lide a outro terceiro, e assim sucessivamente, sem 
limitação), da denunciação da lide coletiva (denunciação da lide a todos que 
fizeram parte da cadeia dominial – STJ, acórdão de 1991) e da denunciação da 
lide per saltum (permite ao denunciante “pular” todos os que fizeram parte da 
cadeia dominial e denunciar a lide ao primeiro alienante, que deverá ser 
responsabilizado pelo direito de regresso). 
 
“DENUNCIAÇÃO DA LIDE, MANDATO IN REM PROPRIAM. 
RESPONSABILIDADE DOS MANDATARIOS E SEUS 
CESSIONARIOS PELOS RISCOS DA EVICÇÃO. E QUESTÃO 
FEDERAL, PARA EFEITO DE CABIMENTO DO RECURSO 
ESPECIAL, O CONCERNENTE A QUALIFICAÇÃO JURIDICA DO 
CONTRATO, A 'NATUREZA JURIDICA' DE DOCUMENTO. E 
MANDATO EM CAUSA PROPRIA, E NÃO SIMPLESMENTE AD 
NEGOTIA, AQUELE EM QUE O MANDANTE CONFERE PODERES 
PARA ALIENAR IMOVEL, DECLARA O RECEBIMENTO DO 
PREÇO, ISENTA DE PRESTAÇÕES DE CONTAS, PASSANDO 
ASSIM O PROCURADOR A AGIR REALMENTE EM SEU PROPRIO 
INTERESSE E POR CONTA PROPRIA. CONFIGURAÇÃO DO 
MANDATO EM CAUSA PROPRIA COMO NEGOCIO ONEROSO, 
COM TRANSMISSÃO DA POSSE E CONSEQUENTE 
RESPONSABILIDADE DO TRANSMITENTE PELOS RISCOS DA 
EVICÇÃO. ARTIGOS 70, I, DO CODIGO DE PROCESSO CIVIL E 
1107 E 1073 DO CODIGO CIVIL. ADMISSIBILIDADE DA 
DENUNCIAÇÃO 'COLETIVA', COM CHAMAMENTO CONJUNTO, E 
NÃO 'SUCESSIVO', DOS VARIOS ANTECESSORES NA CADEIA 
DE PROPRIETARIOS OU POSSUIDORES. RECURSO ESPECIAL 
CONHECIDO PELA ALINEA A E PARCIALMENTE PROVIDO. 
(STJ, REsp 4.589/PR, Rel. Ministro ATHOS CARNEIRO, QUARTA 
TURMA, julgado em 19/06/1991, DJ 18/11/1991, p. 16527)”. 
 
O NCPC, no art. 125, §2º, veda a denunciação da lide per saltum e coletiva, 
permitindo a denunciação sucessiva por apenas uma única vez. Eventual 
direito de regresso do denunciado sucessivo deverá, necessariamente, ser 
buscado através de ação autônoma. 
	
	
7	
 
Art. 125. (...) 
§2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo 
denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou 
quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado 
sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual 
direito de regresso será exercido por ação autônoma. 
 
Outra questão tormentosa na doutrina e jurisprudência é aquela que discute o 
responsável pelo pagamento dos honorários advocatícios sucumbenciais (e 
outros ônus decorrentes da sucumbência) no caso de a lide secundária, entre 
denunciante e denunciado, ser julgada prejudicada. A denunciação da lide 
constitui uma ação eventual, que somente será julgada se a decisão na 
demanda principal for desfavorável ao denunciante. Caso contrário, a 
denunciação da lide restará prejudicada. Mas quem arcará com o ônus da 
sucumbência nesses casos de prejudicialidade? 
 
Atualmente, diante do CPC/73, no caso da denunciação da lide fundada no art. 
70, inciso I (obrigatória, portanto), quem arcará com o ônus sucumbencial no 
caso de a lide secundária ser julgada prejudicada, é o adversário do 
denunciante, que deu causa à injusta demanda em face do denunciante que, 
por sua vez, ao final, sagrou-se vencedor. 
 
Com a nova sistemática processual civil, sempre será o próprio denunciante 
quem arcará com o ônus sucumbencial, já que a denunciação da lide, no 
NCPC, será sempre facultativa (art. 129, parágrafo único). 
 
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz 
passará ao julgamento da denunciação da lide. 
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de 
denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da 
condenação do denunciante ao pagamento das verbas de 
sucumbência em favor do denunciado. 
 
Sempre se discutiu, também, a posição assumida pelo denunciado em relação 
ao denunciante quando confrontados com o autor da ação principal, ou com o 
réu, no caso de a denunciação ser promovida pelo autor. Nesse sentido é que 
virá o art. 128 do Novo Código. 
 
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: I - se o denunciado contestar 
o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na 
ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado; II - se o 
	
	
8	
denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com 
sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, 
restringindo sua atuação à ação regressiva; III - se o denunciado 
confessar os fatos alegados pelo autor na ação principal, o 
denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal 
reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso. 
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o 
autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também 
contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação 
regressiva. 
 
Muito embora o referido dispositivo, em seu inciso I, trate o denunciado como 
litisconsorte do denunciante, ele será, na verdade, assistente, já que tem 
interesse jurídico na demanda principal, mas não tem relação alguma com o 
adversário do denunciante. 
 
No plano empírico essa discussão tem bastante importância, tendo em vista 
que o STJ, atualmente, vem entendendo o denunciado como litisconsorte do 
denunciante e condenando-o diretamente na lide principal, mesmo sem ele ter 
relação alguma com o adversário do denunciante (ex.: condenação direta das 
seguradoras). 
 
A ideia da denunciação da lide é formar um título executivo híbrido, que 
condena o denunciante em relação ao seu adversário e, ao mesmo tempo, 
condena o denunciado a arcar com o direito de regresso do denunciante. O 
NCPC, nesse particular, encampou expressamente o entendimento do STJ no 
art. 128, parágrafo único. 
 
Ainda, é preciso destacar que, dentro das mudanças trazidas pelo NCPC na 
sistemática recursal, somente caberá recurso de agravo de instrumento nas 
hipóteses expressamente destacadas no art. 1.015. Dessa forma, contra a 
decisão que admitir ou inadmitir a denunciaçãoda lide, por força do que 
estabelece o art. 1.015, inciso IX, caberá agravo de instrumento. 
 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões 
interlocutórias que versarem sobre: (...) IX - admissão ou inadmissão 
de intervenção de terceiros; (...) 
 
Chamamento ao processo: em relação ao chamamento ao processo, 
diferentemente do que ocorreu com a denunciação da lide, as alterações 
promovidas pelo NCPC foram muito mais redacionais do que substanciais, a 
fim de simplificar a utilização do referido instituto. No chamamento ao processo, 
	
	
9	
a ideia é ampliar o polo passivo da demanda em relação a terceiros que 
tenham relação de solidariedade com o chamante, de acordo com o art. 275 do 
Código Civil, que permite ao credor demandar apenas um dos devedores 
solidários, por exemplo, a fim de cobrar a dívida toda. Nesse sentido, o devedor 
que foi demandado sozinho pela dívida toda poderá se utilizar do chamamento 
ao processo para trazer à demanda os demais devedores solidários. 
 
CC/2002, Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou 
de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se 
o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores 
continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a 
propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores. 
 
Nesse sentido, o chamamento ao processo quebra um pouco o paradigma no 
sentido de que ninguém é obrigado a litigar com quem não queira, uma vez que 
o polo passivo será ampliado mesmo contra a vontade do autor. Também 
flexibiliza, de certa forma, a regra de que cabe ao autor delimitar o objeto da 
demanda e a atividade do Poder Judiciário (princípio da inércia e vedação à 
prolação de decisões extra petita, infra petita ou ultra petita, de acordo com o 
princípio da congruência – NCPC, arts. 2º, 141 e 492). 
 
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve 
por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. 
 
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, 
sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo 
respeito a lei exige iniciativa da parte. 
 
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da 
pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em 
objeto diverso do que lhe foi demandado. 
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação 
jurídica condicional. 
 
A disciplina jurídica do chamamento ao processo no NCPC pouco se diferencia 
do atual regramento do CPC/73, justamente porque a ideia central do aludido 
instituto é permitir ao fiador, por exemplo, quando demandado sozinho, possa 
trazer ao processo o devedor principal, fazendo valer o chamado benefício de 
ordem. Isso será essencial, inclusive, na fase de cumprimento de sentença, 
diante do que expressamente dispõe o art. 513, §5º, do NCPC. 
 
	
	
10	
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras 
deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza 
da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. 
(...) 
§5º O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face 
do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver 
participado da fase de conhecimento.

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