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________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote IMUNOLOGIA O que é Imunologia? Prof. Aguinaldo R. Pinto 10 Células e órgãos especializados em defesa RESPOSTA IMUNE INATA RESPOSTA IMUNE ESPECÍFICA Imunologia É o ramo da biologia que estuda o sistema imunitário (ou imunológico); Estudo do sistema imune (SI) e dos mecanismos que os seres humanos e outros animais usam para defender seus corpos da invasão de microorganimos; O sistema lida, entre outras coisas, com o funcionamento fisiológico do sistema imune de um indivíduo no estado sadio ou não; e o mal funcionamento do sistema imune em casos de doenças imunológicas (doenças autoimunes, hipersensitividade, deficiência imune e rejeição pós enxerto); características físicas, químicas e fisiológicas dos componentes do sistema imune in vitro, in situ e in vivo Imunidade = resistência a infecções Latim immunis (Senado romano) Células, tecidos e moléculas que medeiam resistência = sistema imune Reação coordenada destas = a resposta imune ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote História "A Imunologia surgiu como um ramo da Microbiologia; cresceu através do estudo das doenças infecciosas e respectivas respostas" ANO DA DESCOBERTA PESQUISADOR Século XV Chineses e turcos, tentando induzir imunidade através da variolação. 1546 Girolamo Fracastoro, Univ. Pádua, "O contágio é uma infecção que passa de um para outro a infecção se origina de partículas muito pequenas - imperceptíveis" 1798 Sir Edward Jenner vacinação PAI DA IMUNOLOGIA Observou que os fazendeiros que contraíram varíola bovina ficavam protegidas da varíola humana. Inoculou então um menino de 8 anos com a varíola bovina e POR SORTE funcionou!! 1879-1881 Louis Pasteur, vacinas atenuadas. Estava estudando a bactéria que causa a cólera, cultivando-a e injetando em galinhas. Ao voltar de férias, ele usou uma cultura velha para injetar e, surpreendentemente, as galinhas adoeceram mas melhoraram. Pasteur concluiu: cultura velha, e fez uma cultura fresca. Desta vez, como ele tinha poucas galinhas, resolveu usar algumas do experimento anterior. Resultado: as galinhas do experimento anterior sobreviveram e as não inoculadas previamente morreram. Pasteur reconheceu que o envelhecimento da cultura tinha enfraquecido a bactéria, a ponto de torná-la não letal, e aplicou este conhecimento para proteger outras doenças. Ele chamou a linhagem atenuada de VACINA, de vaca. Pasteur então produz vacinas para cólera, anthrax, e raiva. 1883 Elie Metchnikoff Teoria dos fagócitos Observou a fagocitose de esporos de fungos por leucócitos e antecipou a idéia de que a imunidade era devido às células brancas do sangue. IMUNIDADE CELULAR. 1888 George Nuttall, anticorpos bactericidas ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote 1890 Emil von Behring e Kitasato Antitoxina da difteria Demonstram que o soro de animais imunes à difteria pode transferir a proteção. Esse componente, antitoxina, era capaz de neutralizar, precipitar toxinas, aglutinar e lisar bactérias. IMUNIDADE HUMORAL. 1898 Paul Ehrlich Teoria seletiva da especificidade dos anticorpos Ele achava que o microrganismo se ligava a receptores pré-formados em células, levando então essa célula a produzir mais receptores (anticorpos), portanto a especificidade era determinada antes do encontro com o patógeno. 1900 Karl Landsteiner Grupos sangüíneos e anticorpos Descoberta dos antígenos para grupo sangüíneos e respectivas aglutininas. TRANSFUSÃO DE SANGUE. 1906 Clemens von Pirquet Alergia Descreveu a reação positiva do teste cutâneo da tuberculina em indivíduos infectados com tuberculose. 1949-1953 Frank Burnet e Peter Medawar Teoria da enzima adaptativa Propuseram a teoria da enzima adaptativa e da tolerância imunológica adquirida 1955 Niels Jerne Teoria da seleção clonal ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote 1959 Robert Porter e Gerald Edelman Estrutura dos anticorpos 1974 Peter Doherty e Rolf Zinkernagel Descoberta da especificidade das respostas imunes mediadas por células T (restrição das células T) 1975 Georges Kohler e César Milstein Inventaram a técnica dos anticorpos monoclonais 1978 Susumu Tonegawa Descoberta do mecanismo genético (recombinação somática) que produz a imensa variabilidade das imunoglobulinas 1983 James Allison, isolamento do receptor da célula T (TCR) 1989 Tim Mosmann e Robert Kopfman, descoberta dos subtipos de células Th1/Th2, através do perfil de citocinas que produzem. ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote O SI é essencial à vida A falta ou deficiência dele levam à doença ou morte Prof. Aguinaldo R. Pinto 36 Por que Por que éé importante?importante? Vacinas ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote Prof. Aguinaldo R. Pinto 37 IMUNIDADE NATURAL (Inata ou Nativa) E ADQUIRIDA (Adaptativa) Imunidade Natural (Inata ou Nativa) Defesa X microorganismos é mediada pelas reações imediatas da imunidade natural São mecanismos de defesa celulares e bioquímicos já existentes antes da infecção Esses mecanismos agem contra microrganismo Não apresentam respostas contra substâncias não infecciosas Respondem sempre da mesma maneira em diversas infecções É a defesa inicial contra os microrganismos Principais componentes da Imunidade Natural (Inata ou Nativa): 1 – Barreiras Físicas e Químicas (epitélio e substâncias antibacterianas no epitélio) 2 – Células Fagocitárias (neutrófilos e macrófagos) e células NK (natural killers) 3 – Proteínas do sangue (frações do sistema complemento e mediadores da inflamação) 4 – Proteínas (Citocinas) regulam e coordenam várias atividades das células na imunidade natural Imunidade Adaptativa (Adquirida) Especificidade extraordinária para distinguir diferentes moléculas Habilidade de memória e responder com mais intensidade a exposições subsequentes de um mesmo microrganismo É capaz de reconhecer/reagir a um gde número de substâncias: microbianas ou não É capaz de distinguir entre diferentes microrganismos e moléculas (Imunidade Específica) Principais componentes da Imunidade Adquirida (Adaptativa): 1 – Linfócitos e seus produtos (anticorpos) ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote Tipos de Resposta Natural Adquirida * Imunidade Humoral * Imunidade Celular Imunidade Humoral (IH) * É mediada pelas moléculas (Anticorpos) presentes no sangue e nas secreções dasmucosas e que são produzidos pelos Linfócitos B. * Anticorpos reconhecem antígenos microbianos, neutralizam a infecciosidade e os prepara para serem eliminados por diversos mecanismos efetores. * A IH é o principal mecanismo de defesa X microrganismo extracelulares (ME) e toxinas ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote * Os anticorpos são especializados [ex.: Alguns Ac promove a fagocitose e outros estimulam a liberação de mediadores químicos pelos leucócitos (mastócitos)]. Imunidade Celular (IC) * É mediado por linfócitos T. * Microrganismo intracelulares (MI) (vírus, algumas bactérias) proteção contra os Acs. * A IC destrói o MI ou a célula infectada (reservatório da infecção) * Imunidade induzida pela exposição a um Ag é IMUNIDADE ATIVA * Indivíduos e os linfócitos que não tiveram exposição a um Ag são INATIVOS * Os indivíduos que responderam a um Ag microbiano e estão protegidos contra exposições posteriores àquele microorganismo são consideradas IMUNES * IMUNIDADE PASSIVA é a TRANSFERÊNCIA ADOTIVA de um indivíduo para outro de plasma ou linfócito para aquele sem nunca ter tido contato com o microrganismo – (ex.: Situação de Experimentação e Ac maternais para feto. ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA (RI) ADQUIRIDA Qualquer que seja a resposta imunológica (Humoral e celular) Especificidade e diversidade As RI são específicas para cada Ag, proteínas, polissacarídeos ou qq outra macromolécula As partes dos Ags reconhecidas pelos linfócitos são chamadas de determinantes ou epitopos O número total de especificidades antigênicas dos linfócitos é denominado REPERTÓRIO LINFOCITÁRIO (o SI de um ∆ discrimina cerca de 107 a 109 determinantes antigênicos diferentes) - DIVERSIDADE Memória ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote A exposição do SI a um Ag aumenta a sua habilidade de responder novamente a ele (Resposta Imunológica Secundária) Os linfócitos B de memória produzem Acs que se ligam a Ags Os linfócitos T de memória tbm chegam mais rápido aos locais de infecção Especialização SI responde de maneira distinta e especial a diferentes microrganismos Autolimitação Todas as resposta imunológicas normais diminuem com o tempo levando a HOMEOSTASIA. Tolerância a antígenos próprios Reconhecer e eliminar a vários antígenos estranhos (não-próprios) ao mesmo tempo Com isso, evitando uma resposta lesiva as substâncias antigênicas do hospedeiro (próprias) – Tolerância a Ags próprios. Doenças auto-imunes ??? ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote COMPONENTES CELULARES DO SISTEMA IMUNOLÓGICO ADQUIRIDO (Lifócitos, células apresentadoras de Ags e células efetoras são as principais células do SI) Linfócitos - Células que reconhecem e respondem especificamente a Ags estranhos. São mediadores da imunidade humoral e celular. - Linfócitos B são as células capazes de produzir Acs – Imunidade Humoral - Linfócios T – Imunidade Celular – Destroi as células infectadas ou os Ags intracelulares. - As células T não produzem Acs - Linfócitos T auxiliares e Linfócitos T citolíticos ou citotóxicos (CTLs) – reconhecem e respondem a Ags superficiais de membrana (MHC – complexo principal de histocompatibilidade) - Linfócitos T auxiliares – secretam proteinas (citocinas) que estimulam a proliferação e diferenciação das células T, células B, macrófagos e outros leucócitos. - Linfócitos T reguladores – pode ser inibir respostas imunológicas ???? - 3ª classe de Linfócitos são as células NK (natural killers) – está envolvida com a imunidade natural contra vírus e outros microrganismos extracelulares. - Células apresentadoras de Ags (APCs) – células dendríticas – capturam, transportam para os orgãos linfóides e apresentam aos linfócitos T inativos. ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote FASES DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote CÉLULAS E TECIDOS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO Número médio por microlitro Variação normal Leucócitos 7.400 4.500 – 11.000 Neutrófilos 4.400 1.800 – 7.700 Eosinófilos 200 0 – 450 Basófilos 40 0 – 200 Linfócitos 2.500 1.000 – 4.800 Monócitos 300 200 - 800 LINFÓCITOS - Inativos - Efetores - Memória ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENOS - Células especializadas (célula dendrítica) na captura de antígenos levando os aos tecidos linfóides periféricos (linfonodos regionais). CÉLULAS EFETORAS - Linfócitos T e B (Imunidade Adquirida) - Granulócitos e Macrófagos (Imunidade Inata) TECIDOS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO - São formados por orgãos linfóides geradores (primários ou centrais), onde os linfócitos T amadurecem. - E orgãos linfóides periféricos (secundários) ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote ORGÃOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS - Medula Óssea - Timo Medula Óssea - Hematopoese - Tecido conjuntivo hematolinfático - Albergada no espaço intertrabecular dos ossos. - Composta por células-tronco primitivas (linhagem branca e vermelha) - Medula óssea jovem possui presença de tecido hematolinfático e adipócitos dispersos. - Medula óssea velha maior acúmulo de adipócitos (aplasia medular) - A m.o. é suprida pela artéria nutridora e pelos capilares periosteais. ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote Timo - É o local do desenvolvimento das células T. - Em vertebrados, (gênese embrionária), primeiro órgão a produzir linfócitos. - O timo não participa diretamente das reações imunes (microambiente de diferenciação de células precursoras). Área timo-dependente: são órgãos que recebem os linfócitos T do Timo pelas vênulas (zona paracortical dos linfonodos, bainhas periarteriais da poupa branca do baço e tecido linfático frouxo[nódulos linfáticos e placa de Peyer e tonsilas]). Área timo-independente: os demais tecidos linfáticos são constituídos por linfócitos B. ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote ORGÃOS LINFÓIDES PERIFÉRICOS - Linfonodos - Baço - Tonsilas - Placas de peyer (Sistema Imunológico das mucosas e cutâneos) - Bursa de Fabricius (somente Aves) Linfonodos - São agregados nodulares de tecido linfóide em todos os canais linfáticos - Filtros da linfa, pela captação de microorganismos invasores. - A linfa chega aos linfonodos pelos vasos aferentes – seios peritrabeculares – seios medulares – alentecimento da circulação – fagocitose – vasos eferentes. ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote Baço - É um orgão abdominal com mesmo papel dos linfonodos - Há sangue circulando pelos sinusóides (canais) - Os ags presentes no sangue são aprisionados e concentrados pelas células dendríticas e macrófagos no baço - O baço é tido como o maior acúmulo de tecido linfático do organismo - Rico em células fagocitárias filtra e destrói microorganismo circulante, responsável pela destruição de eritrócitos (hemocaterese) - Responsável pela formação de linfócitos. Polpa esplênica divide-se em: o Polpa branca: pontos esbranquiçados (nódulos linfáticos), constituída por células reticulares, fibras reticulares e linfócitos (vários estágios de diferenciação) o Polpa vermelha: vermelho escuro (rica em células sanguíneas), formada por um tecido reticular constituindo os cordões esplênicos (ou de Billroth). ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote Tonsila Placas de peyer São agrupamentos de tecido linfático nodular, encontrados na camada mucosa do intestino delgado (íleo). Recobrindo as placas de Peyer há células cúbicas dotadas de microprega; são as células M ou Microfold, responsáveis pelo transporte de antígenos da luz intestinal as placas. Possuem linfócitos B grandes em proliferação em seu Centro germinativo. Bursa de Fabricius (Somente Aves) É uma estrutura característica das aves em forma de saco de fundo cego que se abre na parte dorsal (Tonsila cloacal) Revestida por tecido epitelial simples cilíndrico ou pseudo-estratificado cilíndrico. Presença de nódulos linfáticos nos centros germinativos ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote RECIRCULAÇÃO DE LINFÓCITOS E Homing. Os linfócitos se movem continuamente pelos vasos sanguíneos, vasos linfáticos e tecido linfóide periférico. ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote Eventos celulares: Extravasamento de leucócitos e fagocitose. Os leucócitos fagocitam agentes ofensivos, destroem bactérias, degradam tecido necrótico, podem prolongar a inflamação e induzir uma lesão tecidual por liberação de enzimas, mediadores químicos e radicais tóxicos de O2. As seqüências de eventos que levam leucócitos da luz para o interstício: 1. Na luz: Marginação, rolagem e aderência. 2. Diapedese = Transmigração através do endotélio 3. Migração nos tecidos intersticiais em direção a um estímulo quimiotático. ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote ANTICORPOS E ANTÍGENOS Imunidade Humoral Presença de uma família de glicoproteínas = anticorpos Encontrados no soro após coagulação do sg - SOROLOGIA Existe 3 classes de moléculas usadas no reconhecimento de antígenos da imunidade adquirida: 1- Anticorpos (> força de ligação aos antígenos) 2- Moléculas do Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC) 3- E os receptores de antígenos das células T. ESTRUTURA DOS ANTICORPOS Anticorpos são proteínas que se ligam de forma específica a moléculas conhecidas como antígenos. São produzidas por células B e plasmócitos. Os anticorpos se ligam e neutralizam patógenos, preparando-os para serem endocitados por fagócitos. Cada molécula de anticorpo tem uma estrutura única que permite com que ela se ligue especificamente a um antígeno. ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote Aspecto mais importante da síntese de imunoglobulinas é a geração da diversidade necessária para combinarem-se a todos os potenciais antígenos existentes. Anticorpos também funcionam como receptores quando expressos na membrana celular de células B. Estrutura geral Peso molecular de 150 kDa; Formada por 4 cadeias polipeptídicas: 2 leves (25 kDa) e 2 pesadas (50 kDa); 2 tipos de cadeia leve: kappa e lambda; 5 tipos de cadeia pesada: M, D, G, A e E, conhecidas como isotipos; ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote Tanto as cadeias leves como pesadas possuem regiões variáveis e regiões constantes. * Clivagens com proteases resultam na produção de fragmentos. Papaína resulta em 2 Fab e 1 Fc; Pepsina resulta em 1 Fab(2) e 1 pFc efetoras e células). * A porção Fab é a que se liga ao antígeno. Portanto, a molécula de anticorpo é bivalente, podendo ligar-se a dois determinantes antigênicos idênticos, chamados epitopos. Região de dobradiça – flexível – ângulo entre os braços pode ser entre 0 e 90 ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote SISTEMA COMPLEMENTO Composto de aproximadamente 30 proteínas instáveis, sensíveis ao aquecimento e estão presentes no soro na forma inativa Início de síntese no primeiro trimestre da vida fetal Produzidas no fígado e por macrófagos Há 3 maneiras para ocorrer ativação: – Via Clássica - depende de Ac – Via Alternativa – Via Lectina NOMENCLATURA • Moléculas precursoras: C (1-9) Via clássica e B, D, P Via Alternativa • Fragmentos: letras a, b • Componente inativado: prefixo i (iC3b) • Produto ativo: barra (C1s) ________________________________________________________________________________Imunologia– Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote VIA CLÁSSICA • É ativada por uma interação (Ag-Ac). • A ligação Ag-Ac provoca uma mudança conformacional no Ac, que abre um sítio de ligação para C1. • C1: 6 moléculas C1q, 2 C1s, 2 C1r • C1qr2s2 liga-se a 1 IgM ou 2 IgG • IgM>IgG3>IgG1>IgG2 33 ttiippooss ddee ssuubbuunniiddaaddeess:: CC11qq,, CC11rr ee CC11ss ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote SISTEMA COMPLEMENTO SISTEMA COMPLEMENTO VIA CLVIA CLÁÁSSICASSICA IgMIgM IgGIgG SISTEMA COMPLEMENTOSISTEMA COMPLEMENTO SISTEMA COMPLEMENTOSISTEMA COMPLEMENTO VIA CLVIA CLÁÁSSICASSICA Ordem de Ordem de ativacaoativacao: C1q : C1q –– C1r C1r –– C1sC1s ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote COMPLEXO DE ATAQUE COMPLEXO DE ATAQUE ÀÀ MEMBRANA (MAC)MEMBRANA (MAC) ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote SISTEMA COMPLEMENTO SISTEMA COMPLEMENTO VIA CLVIA CLÁÁSSICASSICA SISTEMA COMPLEMENTO SISTEMA COMPLEMENTO VIA ALTERNATIVAVIA ALTERNATIVA •• Não hNão háá formaformaçção do complexo ão do complexo AgAg--AcAc.. •• Pode ser ativada pelas C3b ou C3.H2O, Pode ser ativada pelas C3b ou C3.H2O, ou por alguns tipos de parede celular.ou por alguns tipos de parede celular. •• AtivaAtivaçção:ão: -- Fator D (equivalente ao C1s)Fator D (equivalente ao C1s) -- Fator B (equivalente ao C2)Fator B (equivalente ao C2) -- C2b ou C3.H2O (equivalente ao C4b)C2b ou C3.H2O (equivalente ao C4b) -- ProperdinaProperdina ou fator P (estabiliza a C3 ou fator P (estabiliza a C3 convertaseconvertase)) ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote SISTEMA COMPLEMENTOSISTEMA COMPLEMENTO SISTEMA COMPLEMENTOSISTEMA COMPLEMENTO VIA ALTERNATIVAVIA ALTERNATIVA SISTEMA COMPLEMENTO SISTEMA COMPLEMENTO VIA ALTERNATIVAVIA ALTERNATIVA ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote SISTEMA COMPLEMENTOSISTEMA COMPLEMENTO VIA DA LECTINA • Similar à via clássica. • MBL (lectina que se ligada à manose). • Liga-se à resíduos de carboidratos na superfície de bactérias e passa por uma mudança conformacional. • Semelhante à C1q (é capaz de ativar a via clássica na ausência de C1q). • MASP1: cliva C4 e C2 = C4b2a. • MASP2: cliva C3 diretamente. SISTEMA COMPLEMENTOSISTEMA COMPLEMENTO ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote SISTEMA COMPLEMENTOSISTEMA COMPLEMENTO • É realizado por proteínas solúveis e ligadas a membrana de diferentes tipos de células. • As proteínas regulatórias inativam vários componentes do S.C • C3b que pode se ligar em células do hospedeiro sofre hidrólise espontânea se se difundir a distâncias superiores a 40mm da C4b2a ou C3bBb. • Algumas proteínas de membrana impedem a formação do poro se os componentes do S.C forem da mesma espécie que a célula alvo. SISTEMA COMPLEMENTO SISTEMA COMPLEMENTO CONTROLECONTROLE SISTEMA COMPLEMENTO CONTROLESISTEMA COMPLEMENTO CONTROLE ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote SISTEMA COMPLEMENTO CONSEQSISTEMA COMPLEMENTO CONSEQÜÜÊNCIASÊNCIAS • Opsonização: - C3b é uma importante opsonina. - Reveste o microrganismo e se liga aos receptores(CR1-4) nos macrófagos e neutrófilos. • Recrutamento celular e ativação: - C4a, C3a, C5a (anafilotoxinas-desgrunalização) - C3a, C5a (quimiotáticos) • Lise Celular (bactérias, vírus envelopados) • Remoção dos complexos imunológicos - C3b-Ac-Ag liga-se aos receptores CR1 nos eritrócitos, passam pelo fígado, baço onde são capturados pelos macrófagos. SISTEMA COMPLEMENTOSISTEMA COMPLEMENTO CONSEQCONSEQÜÜÊNCIASÊNCIAS ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote IMUNOLOGIA DOS TRANSPLANTES (Compatibilidade e Rejeição) • Imunologia de Transplantes: compatibilidade imunogenética entre doadores e receptores ao transplante de órgãos e tecidos • Compreensão da cura de muitas doenças pela implantação de células, tecidos ou órgãos saudáveis de um indivíduo para outro. Desafios à transplantação – Desenvolvimento de técnicas cirúrgicas – Equipe Multidisciplinar bem Treinada – Desenvolvimento de imunossupressores – Avaliação imunológica – Rejeição de tecidos transplantados – Aumento da sobrevida do enxerto O complexo de histocompatibilidade (MCH) denominado no homem de Sistema HLA (Human Leukocyte Antigen) está envolvido nos mecanismos de reconhecimento celular, visando proteger o organismo de agressões externas e das regulação da resposta imunológica A rejeição é o reflexo da resposta imunológica aumentada (inicialmente local) envolvendo, na maioria das vezes, os antígenos HLA do órgão transplantado RESPOSTA IMUNOLÓGICA Intervenção dos elementos clássicos de defesa, como o envolvimento de anticorpos, numerosos mecanismos de regulação da resposta celular e citocinas, que modulam a intensidade da resposta TIPOS DE TRANSPLANTE Autoenxerto • Transplante de órgãos ou tecidos procedentes do próprio indivíduo • Não se desenvolve resposta imune • Exemplos: – Ponte de Safena/Mamária – Enxerto de pele – Transplante de MO Isoenxerto • Transplante de órgãos ou tecidos entre indivíduos geneticamente idênticos • Não há desenvolvimento de resposta ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote Aloenxerto • Transplantes entre indivíduos da mesma espécie, geneticamente diferentes • Enxerto é rejeitado • Grande maioria dos enxertos Xenoenxerto • Transplantes entre indivíduos de espécies diferentes • Enxertofortemente rejeitado Complexo Maior de Histocompatibilidade (MHC) • Região gênica hipervariada, localizada no braço direito cromossoma 6 humano • Classes I, II e III • Codifica glicoproteínas HLA que na maioria das vezes estão envolvidos na rejeição de transplantes ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote MHC e HLA • Glicoproteína de classe I – Codificadas nos locus HLA A, B e C. – Estruturas químicas semelhantes – Diferem nas seqüências de aminoácidos da molécula, o que lhes confere especificidade – Encontram-se em praticamente todas as superfícies celulares – Reconhece antígenos protéicos externos, incluindo tecidos transplantados – São reconhecidos por linfócitos T citotóxicos (CD8+) com especificidade antigênica. MHC e HLA • Glicoproteína de classe II – Codificadas nos locus HLA DR,DP,DQ. – Diferem entre indivíduos e estão mais envolvidos na resposta imunológica. – Apenas se encontram em células que apresentam antígenos como LB, macrófagos e células dendríticas. – Papel predominante na resposta imunitária inicial a antigénios de tecidos transplantados – Ao entrarem em contacto com um antígeno non-self, ativam linfócitos T helper (CD4+) que, por sua vez, sofrem expansão clonal através da produção de citocinas reguladoras Tipagem HLA • Antígenos HLA estão presentes nas membranas de todas as células do organismo e como antígenos solúveis nos líquidos do corpo. • São mais bem expressos nos linfócitos • Tifipicações HLA – Biologia Molecular (DNA genômico-PCR) ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote Prova Cruzada • Patel e Terasaki – 1968 • Técnica de citotoxicidade - identificação pacientes com anticorpos anti-HLA 1. soro do receptor é colocado em pequenos orifícios contendo óleo na microplaca Terasaki 2. 2000 linfócitos do doador em meio para célula são adicionados nestes orifícios contendo os soros 3. Adição aos orifícios complemento e eosina 4. Análise por microscopia invertida Prova Cruzada • Prova cruzada contra LT é contra indicação absoluta para o transplante. • A presença de anticorpos pode indicar prova cruzada positiva para LB e negativa para LT. No caso de receptores hipersensibilizados, é necessário realizar a prova cruzada contra LT através da citometria de fluxo. Se persistir negativa, o transplante poderá ser realizado. Se positiva, o tx esta contra indicado • Maior sensibilidade – aumento de falso positivos, diminuição de rejeições agudas e hiperagudas. Melhor Mecanismo para evitar Rejeições Tipagem de Tecidos – Compatibilidade de HLA Metodologia da Tipagem – Reação em Cadeia da Polimerase para detectar resíduos altamente polimórficos em HLA-A, HLA-B, HLA-DR, HLA-DP e HLA-DQ no doador e no receptor ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote Mecanismos efetores da rejeição de aloenxertos • Podem ocorrer três tipos principais de rejeição – Hiperaguda – Aguda – Crônica • Sinais de perigo: – Febre,hipertensão,edema, aumento súbito de peso,mudança de ritmo cardíaco e dor no local do transplante. Rejeição Hiperaguda • Minutos, horas ou poucos dias após a intervenção cirúrgica • Reação de Anticorpos pré formados • Sedimentação de eritrócitos/microtrombos nos glomérulos • Função do órgão afetada: – Deposição de anticorpos – Ativação do complemento – Destruição vascular • Transplantes renais são mais susceptíveis • Prevenção : Detecção do Ac (Cross-Matching) REAÇÃO AGUDA • É a mais comum • Primeiros seis meses após a transplantação • Mediada por linfócitos T • Infiltração do Tx e destruição das células que o compõe • Drogas imunossupressoras: eficazes em conter essa rejeição - inibição da proliferação celular ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote REJEIÇÃO CRÔNICA • Função lentamente perdida • Fibrose/Hipertrofia – Coração Doença da a. coronária – Rins Fibrose intersticial – Fígado Destruição do Epitélio biliar • Etiologia não muito clara • Não há tratamento padrão PAINEL DE REATIVIDADE • Painel de reatividade contra painel de linfócitos (PRA): usado para avaliar o estado imunológico de pacientes, através da detecção de anticorpos anti-HLA nos pacientes que estão na lista de espera do transplante. • Permite avaliar imunologicamente estes pacientes, facilitando a administração de imunossupressores. – reatividade normal (<10%) – reatividade baixa (<20%) – reatividade média (<50%) – reatividade alta (<80%) – reatividade muito alta (>80%) ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote • Causas de sensibilização : transplante, gestações e transfusões sanguíneas • O PRA aumenta com o número de transfusões. O PRA que deve ser repetido em 15 dias após a transfusão de papa hemácias • A preservação do sangue em geladeira por período superior a 7 dias torna o sangue menos imunogênico. SOLICITAÇÃO DE EXAMES PARA TRANSPLANTES • Compatibilidade ABO • Avaliação imunogenética pré transplante (tipificação HLA e provas cruzadas) SISTEMA ABO E FATOR Rh INTRODUÇÃO Foi no século XX que a transfusão de sangue, adquiriu bases mais científicas. Em 1900 foram descritos os grupos sanguíneos A, B e O por Landsteiner e em 1902 o grupo AB por De Costello e Starli. A descrição do sistema Rh foi posterior (1940), por Landsteiner e Wiener. Os grupos sanguíneos são constituídos por antígenos que são a expressão de genes herdados da geração anterior. Quando um antígeno está presente, isto significa que o indivíduo herdou o gene de um ou de ambos os pais, e que este gene poderá ser transmitido para a próxima geração. O gene é uma unidade fundamental da hereditariedade, tanto física quanto funcionalmente. SISTEMA ABO Há vários grupos sangüíneos herdados independentemente entre si. São conhecidos diversos sistemas de grupo sangüíneos. ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote Entre eles podemos citar os sistemas ABO, Rh, MNS, Kell, Lewis, etc. O sistema ABO é o de maior importância na prática transfusional por ser o mais antigênico, ou seja, por ter maior capacidade de provocar a produção de anticorpos, seguido pelo sistema Rh. Os antígenos deste sistema estão presentes na maioria dos tecidos do organismo . Fazem parte deste sistema três genes A, B e O podendo qualquer um dos três ocupar o loco ABO em cada elemento do par de cromossomos responsáveis por este sistema. Os genes ABO não codificam diretamente seus antígenos específicos, mas enzimas que tem a função de transportar açúcares específicos, para uma substância precursora produzindo os antígenos ABO. O indivíduo do grupo AB é possuidor de um gene A e de um gene B, tendo sido um herdado da mãe e o outro do pai. Ele possui nos seus glóbulos vermelhos os antígenos A e B, seu genótipo é AB. No caso do grupoO, foi herdado do pai e da mãe o mesmo gene O. O gene O é amorfo, isto é, não produz antígeno perceptível. As células de grupo O são reconhecidas pela ausência de antígeno A ou B. Quando o gene O é herdado ao lado de A, apenas o gene A se manifesta; e se é herdado ao lado do gene B apenas o gene B se manifesta. Ao realizarmos os testes rotineiros em laboratório, não podemos diferenciar os indivíduos BO e BB, e nem AO e AA. Os símbolos A e B, quando nos referimos a grupos, indicam fenótipos, enquanto que AA, BO etc. são genótipos (ver quadro abaixo). FENÓTIPO GENÓTIPO A AO A AA O OO B BO B BB AB AB É dito homozigótico quando o indivíduo é possuidor de genes iguais (AA, BB, OO), e heterozigótico quando os genes são diferentes (AO, BO, AB) ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote A CLASSIFICAÇÃO SANGÜÍNEA A determinação do grupo sangüíneo deste sistema, é feito usando dois tipos de teste. 1o – Através da identificação da presença de antígenos nos eritrócitos, usando reativos compostos de anticorpos conhecidos (anti-A, anti-B, anti-AB). Esta é a chamada classificação ou tipagem direta . 2o – Através da identificação da presença de anticorpos no soro/plasma usando reativos compostos de antígenos conhecidos (hemácias A e hemácias B). Esta é a classificação ou tipagem reversa (ver quadro abaixo). GRUPO SANGUÍNEO SORO DE TIPAGEM Anti-A Anti-B HEMÁCIAS DE TIPAGEM A B ANTÍGENO ANTICORPO A + - - + A Anti-B B - + + - B Anti-A AB + + - - A e B Ausente O - - + + - Anti-A e anti- B Regularmente as pessoas expostas a um antígeno que não possuem, podem responder com a produção de um anticorpo específico para este antígeno. Entretanto, há alguns antígenos que possuem uma estrutura que se parece muito com antígenos de bactérias e planta, aos quais estamos constantemente expostos. Nestes casos, ocorre a produção de anticorpos a partir do contato com as bactérias e plantas, e não ao antígeno eritrocitário. Neste grupo encontramos os antígenos do sistema ABO. Por este processo, os indivíduos com idade superior a seis meses, possuem o anticorpo contra o antígeno que não tem, pois já foram expostos a essas bactérias e plantas, através da alimentação. Estes anticorpos são chamados de isoaglutininas ou aglutininas naturais. Observando o quadro acima podemos perceber a presença dos antígenos e anticorpos em cada grupo sanguíneo. É nesta presença ou ausência de antígenos e anticorpos que se baseia a tipagem sanguínea e a escolha do sangue a ser transfundido. As transfusões podem ser: ________________________________________________________________________________Imunologia – Enfermagem – 2º Ciclo _________________________________________________________________________________Prof. Msc. Sérgio Renato Macedo Chicote Isogrupo – quando doador e receptor são do mesmo grupo ABO Heterogrupo – doador e receptor são de grupo sanguíneo diferente A escolha do sangue se baseia em que o indivíduo não pode ser transfundido com um sangue que possua um antígeno que ele não tem, pois o anticorpo presente no seu plasma, contra esse antígeno, iria reagir com essas hemácias transfundidas. Em vista disso e observando o quadro acima, fica claro que um indivíduo do grupo A não pode tomar sangue B e assim por diante. Sempre que possível deve se transfundir sangue isogrupo, pois se por exemplo, transfundimos um sangue do grupo O a um paciente do grupo A, junto com as hemácias transfundidas temos uma quantidade de plasma onde há anticorpo anti-A, que poderá reagir com as hemácias deste paciente causando um grau de hemólise maior ou menor, mas que poderá ter um significado a depender do quadro clinico do paciente. Cada caso deve ser analisado pelo hemoterapeuta . Este sistema ABO, também pode ocasionar incompatibilidade materno-fetal, com desenvolvimento da doença hemolítica peri-natal. Apresenta também importância em transplantes renais ou cardíaco, com menor papel nos hepáticos ou de medula óssea. Em alguns processos pode ocorrer a perda parcial do antígeno A ou B, como em algumas leucemias. Tranfusões Sangüíneas Tipo A -- São aquelas que apresentam somente o aglutinogênio A. Tipo B -- São aquelas que apresentam somente o aglutinogênio B. Tipo AB - São aquelas que apresentam os dois aglutinogênios A e B. Tipo O -- São aquelas que não apresentam nenhum aglutinogênio.
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