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PrincÃ_pios de Anatomia e Fisiologia 14ª edição - arco reflexo

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ou motor?
Re⸴㔲exos e arcos re⸴㔲exos
A  segunda maneira  pela  qual  a  medula  espinal  mantém  a  homeostasia  é  servindo  como  centro  de  integração  de  alguns
reflexos. Reflexo  é  uma  sequência  de  ações  automática,  rápida  e  involuntária  que  ocorre  em  resposta  a  um determinado
estímulo.  Alguns  reflexos  são  naturais,  como  quando  você  tira  a  mão  de  uma  superfície  quente  mesmo  antes  de  ter  a
percepção consciente que ela de fato está quente. Outros reflexos são aprendidos ou adquiridos. Por exemplo, você adquire
muitos reflexos enquanto está aprendendo a dirigir. Pisar no pedal do freio durante uma situação de emergência é um destes
reflexos. Quando a integração ocorre na substância cinzenta da medula espinal, o reflexo é chamado de reflexo espinal. Um
exemplo  é  o  conhecido  reflexo  patelar.  Se,  por  outro  lado,  a  integração  acontece  no  tronco  encefálico,  o  reflexo  então  é
chamado  de  reflexo  craniano.  Um  exemplo  é  a  movimentação  de  seus  olhos  enquanto  você  lê  esta  frase.  Você
provavelmente  conhece melhor  os  reflexos  somáticos,  que  envolvem  a  contração  de músculos  esqueléticos.  Igualmente
essenciais, no entanto,  são os reflexos autônomos (viscerais),  os quais geralmente não  são percebidos conscientemente.
Eles  envolvem  respostas  dos músculos  lisos,  dos músculos  cardíacos  e  das  glândulas. Como você verá  no Capítulo 15,
funções corporais como a frequência cardíaca, a digestão, a micção e a defecação são controladas pela divisão autônoma do
sistema nervoso por meio de reflexos autônomos.
Os impulsos nervosos que se propagam em direção ao SNC, dentro dele ou para fora dele seguem padrões específicos,
dependendo do tipo de informação, de sua origem e de seu destino. A via seguida pelos impulsos nervosos que produzem
um  reflexo  é  conhecida  como arco reflexo  (circuito reflexo).  Um  arco  reflexo  inclui  os  cinco  componentes  funcionais  a
seguir (Figura 13.13):
Receptor sensitivo. A terminação distal de um neurônio sensitivo (dendrito) ou de uma estrutura sensitiva associada
exerce a função de receptor sensitivo. Ela responde a um estímulo específico – modificação dos ambientes interno ou
externo – por meio da geração de um potencial graduado chamado de potencial gerador (ou receptor; descrito na Seção
16.1).  Se  um  potencial  gerador  atinge  o  limiar  de  despolarização,  ele  irá  gerar  um  ou mais  impulsos  nervosos  no
neurônio sensitivo.
Neurônio  sensitivo.  Os  impulsos  nervosos  se  propagam,  a  partir  do  receptor  sensitivo,  pelo  axônio  do  neurônio
sensitivo  até  as  terminações  axônicas,  que  estão  localizadas  na  substância  cinzenta  da medula  espinal  ou  do  tronco
encefálico.  Nestes  pontos,  interneurônios  enviam  impulsos  nervosos  para  a  área  do  encéfalo  responsável  pela
percepção consciente de que aconteceu um reflexo.
Centro de integração. Uma ou mais regiões de substância cinzenta no SNC atuam como um centro de integração. No
tipo  mais  simples  de  reflexo,  o  centro  de  integração  é  uma  simples  sinapse  entre  um  neurônio  sensitivo  e  um
neurônio motor. A via reflexa que apresenta apenas uma sinapse no SNC é chamada de arco reflexo monossináptico.
Os  centros  de  integração  são  mais  frequentemente  compostos  por  um  ou  mais  interneurônios,  os  quais  podem
transmitir impulsos para outros interneurônios ou para um neurônio motor. Um arco reflexo polissináptico envolve
mais de dois tipos de neurônios e mais de um tipo de sinapse no SNC.
Figura 13.13 Componentes principais de um arco reflexo. As setas indicam a direção de propagação do impulso nervoso.
Reflexo é uma sequência rápida e previsível de atos involuntários que acontecem em resposta a certas mudanças
no ambiente.
O que inicia o impulso nervoso em um neurônio sensitivo? Que divisão do sistema nervoso inclui todos
os centros de integração dos reflexos?
Neurônio motor.  Impulsos  gerados  pelos  centros  de  integração  se  propagam  para  fora  do  SNC  em  um  neurônio
motor que se estende até a parte do corpo que executará a resposta.
Efetor. A parte do corpo que responde ao impulso nervoso motor, como um músculo ou uma glândula, é chamada de
efetor. Esta resposta é conhecida como reflexo. Se o efetor é um músculo esquelético, o reflexo é chamado de reflexo
somático. Se o efetor é um músculo liso, um músculo cardíaco ou uma glândula, então o reflexo é conhecido como
reflexo autônomo.
Como os reflexos são de modo geral previsíveis, eles fornecem informações úteis sobre a saúde do sistema nervoso e
podem  ajudar  muito  no  diagnóstico  de  doenças.  Lesões  ou  doenças  em  qualquer  parte  do  arco  reflexo  podem  causar  a
ausência de reflexos ou sua exacerbação. Por exemplo, a percussão do ligamento da patela normalmente causa a extensão
reflexa da articulação do joelho. A ausência do reflexo patelar pode indicar uma lesão de neurônios sensitivos ou motores,
bem como uma lesão na região lombar da medula espinal. Os reflexos somáticos geralmente podem ser testados por meio
da percussão da superfície corporal.
Na  sequência,  examinaremos  quatro  importantes  reflexos  espinais  somáticos:  o  reflexo  de  estiramento,  o  reflexo
tendinoso, o reflexo flexor (de retirada) e o reflexo extensor cruzado.
Reflexo de estiramento
O reflexo de estiramento causa a contração de um músculo esquelético (o efetor) em resposta a seu estiramento. Este tipo
de  reflexo  ocorre  por meio  de  um  arco  reflexo monossináptico.  Ele  pode  acontecer  pela  ativação  de  um  único  neurônio
sensitivo,  que  faz  uma  sinapse  no  SNC  com  um  único  neurônio motor.  Os  reflexos  de  estiramento  podem  ser  gerados
através da percussão de tendões ligados a músculos nas articulações do cotovelo, punho, joelho e tornozelo. Um exemplo é
o reflexo patelar, descrito em Correlação clínica | Reflexos e diagnóstico, ainda neste capítulo.
O reflexo de estiramento funciona da seguinte maneira (Figura 13.14):
Um  discreto  estiramento  muscular  estimula  receptores  sensitivos  no  músculo,  chamados  de  fusos  musculares
(mostrados em detalhes na Figura 16.4). Os fusos controlam as mudanças no comprimento do músculo.
Em resposta ao estiramento, o fuso muscular gera um ou mais impulsos nervosos que se propagam em um neurônio
sensitivo somático da raiz posterior do nervo espinal até a medula espinal.
Na medula espinal (centro de integração), o neurônio sensitivo faz uma sinapse excitatória com um neurônio motor no
corno anterior, ativando­o.
Se  o  estímulo  é  suficientemente  intenso,  um  ou  mais  impulsos  nervosos  são  gerados  no  neurônio  motor  e  se
propagam por seu axônio, o qual se estende da medula espinal até a raiz anterior, passando pelos nervos periféricos,
até o músculo estimulado. As terminações axônicas do neurônio motor formam junções neuromusculares (JNM) com
as fibras musculares esqueléticas do músculo estirado.
A  acetilcolina  liberada  pelos  impulsos  nervosos  na  JNM  dispara  um  ou  mais  potenciais  de  ação  musculares  no
músculo estirado (efetor), fazendo com que este se contraia. Assim, o estiramento muscular é seguido pela contração
muscular, a qual diminui o estiramento.
No  arco  reflexo descrito  antes,  os  impulsos  nervosos  sensitivos  entram na medula  espinal  pelo mesmo  lado que os
impulsos  nervosos  motores  saem.  Esta  disposição  é  conhecida  como  reflexo  ipsolateral.  Todos  os  reflexos
monossinápticos são ipsolaterais.
Além dos  grandes  neurônios motores  que  inervam as  fibras musculares  esqueléticas  comuns,  neurônios motores  de
menor  diâmetro  inervam  fibras  musculares  especializadas  menores,  as  quais  se  situam  dentro  dos  próprios  fusos
musculares. O  encéfalo  regula  a  sensibilidade  dos  fusos  por meio  de  vias  que  convergem  para  estes  neurônios motores
menores.  Esta  regulação  garante  uma  adequada  sinalização  do  fuso  muscular  em  uma  ampla  faixa  de  comprimentos
muscularesdurante contrações voluntárias e reflexas. Por meio do ajuste da intensidade na resposta de um fuso muscular a
um estiramento, o encéfalo determina um nível basal de tônus muscular – o menor grau de contração presente enquanto
um músculo  está  em  repouso.  Como  o  estímulo  para  o  reflexo  descrito  é  o  estiramento muscular,  este  reflexo  ajuda  a
prevenir lesões ao evitar o estiramento excessivo dos músculos.
Embora a via reflexa de estiramento seja por si só monossináptica (apenas dois neurônios e uma sinapse), ocorre, ao
mesmo  tempo,  um  arco  reflexo  polissináptico  para  os  músculos  antagonistas.  Este  arco  envolve  três  neurônios  e  duas
sinapses. Um axônio (ramo) colateral do neurônio sensitivo do fuso muscular  também faz sinapse com um interneurônio
inibitório no centro de integração. Por sua vez, o interneurônio faz sinapse com um neurônio motor que em geral estimula
os  músculos  antagonistas,  inibindo­o  (Figura  13.14).  Desse  modo,  quando  o  músculo  estirado  se  contrai  durante  um
reflexo  de  estiramento,  os  músculos  antagonistas  relaxam.  Esta  conformação,  na  qual  os  componentes  de  um  circuito
neural simultaneamente causam a contração de um músculo e o relaxamento de outro, é chamada de inervação recíproca.
Ela evita conflitos entre músculos com funções opostas e é vital para a coordenação dos movimentos corporais.
Os axônios colaterais do neurônio sensitivo do fuso muscular  também conduzem impulsos nervosos para o encéfalo
por meio  de  vias  ascendentes  específicas. Desta maneira,  o  encéfalo  recebe  aferências  sobre  o  estado  de  estiramento  ou
contração dos músculos esqueléticos e consegue controlar os movimentos musculares. Os impulsos nervosos que chegam
ao encéfalo também permitem que se perceba conscientemente a ocorrência de um reflexo.
Figura 13.14 Reflexo de estiramento. Este arco reflexo tem apenas uma sinapse no SNC – entre um único neurônio sensitivo e um
único neurônio motor. Um arco reflexo polissináptico para os músculos antagonistas, que inclui duas sinapses no SNC e um interneurônio,
também é mostrado. Os sinais positivos (+) indicam sinapses excitatórias; os sinais negativos (–), sinapses inibitórias.
O reflexo de estiramento provoca a contração do músculo que foi estirado.
O que torna este reflexo um reflexo ipsolateral?
O reflexo de estiramento também ajuda a manter a postura. Por exemplo, se uma pessoa que está em pé começa a se
inclinar para frente, o gastrocnêmio e outros músculos da panturrilha se estiram. Consequentemente, são iniciados reflexos
de  estiramento  nestes  músculos,  gerando  sua  contração  e  o  restabelecimento  da  postura  inicial.  Reflexo  semelhante
acontece nos músculos da face anterior da perna quando uma pessoa que está em pé começa a se inclinar para trás.
Reflexo tendinoso
O reflexo de estiramento atua como um mecanismo de retroalimentação para controlar o comprimento do músculo por meio
de  sua  contração.  Por  outro  lado,  o  reflexo  tendinoso  atua  como  um  mecanismo  de  retroalimentação  para  controlar  a
tensão muscular por meio do seu relaxamento, antes que a força do músculo se torne intensa o suficiente para romper seus
tendões.  Embora  o  reflexo  tendinoso  seja  menos  sensível  que  o  de  estiramento,  ele  pode  anular  este  reflexo  quando  a
tensão é excessiva, fazendo com que você deixe cair no chão um objeto muito pesado, por exemplo. Assim como o reflexo
de estiramento, o reflexo tendinoso é  ipsolateral. Os receptores sensitivos responsáveis por este reflexo são chamados de
órgãos tendinosos (órgãos tendinosos de Golgi; mostrados em detalhes na Figura 16.4), os quais se situam dentro de um
tendão,  próximo  a  sua  junção  com  o  ventre  muscular.  Ao  contrário  dos  fusos  musculares,  sensíveis  a  mudanças  no
comprimento  muscular,  os  órgãos  tendinosos  detectam  e  respondem  a  modificações  na  tensão  muscular  causadas  por
estiramento passivo ou contração.
Um reflexo tendinoso funciona da seguinte maneira (Figura 13.15):
À  medida  que  a  tensão  aplicada  sobre  um  tendão  aumenta,  o  órgão  tendinoso  (receptor  sensitivo)  é  estimulado
(despolarizado até seu limiar).
São gerados impulsos nervosos que se propagam para a medula espinal através de um neurônio sensitivo.
Na medula espinal (centro de integração), o neurônio sensitivo ativa um interneurônio inibitório que faz sinapse com
um neurônio motor.
O neurotransmissor inibitório hiperpolariza o neurônio motor, diminuindo a geração de impulsos nervosos.
O músculo relaxa e alivia o excesso de tensão.
Assim, à medida que aumenta a  tensão no órgão  tendinoso, aumenta a  frequência de  impulsos  inibitórios; a  inibição
dos neurônios motores que inervam o músculo com tensão excessiva (efetor) gera o seu relaxamento. Portanto, o reflexo
tendinoso protege o tendão e o músculo de lesões por tensão exagerada.
Note  na  Figura  13.15  que  o  neurônio  sensitivo  do  órgão  tendinoso  também  faz  sinapse  com  um  interneurônio
excitatório  na  medula  espinal.  Este,  por  sua  vez,  faz  sinapse  com  neurônios  motores  que  controlam  os  músculos
antagonistas.  Desse modo,  enquanto  o  reflexo  tendinoso  gera  o  relaxamento  do músculo  ligado  ao  órgão  tendinoso,  ele
também estimula  a  contração da musculatura  antagonista. Aqui  temos outro  exemplo de  inervação  recíproca. O neurônio
sensitivo  também  envia  impulsos  nervosos  para  o  encéfalo  por meio  de  tratos  sensitivos,  informando­o,  assim,  sobre  a
tensão muscular de todo o corpo.
Figura 13.15 Reflexo tendinoso. Este arco reflexo é polissináptico – mais de uma sinapse no SNC e mais de dois neurônios diferentes
estão envolvidos nesta via. O neurônio sensitivo faz sinapse com dois interneurônios. Um interneurônio inibitório é responsável pelo
relaxamento do efetor, e um interneurônio excitatório gera a contração do músculo antagonista. Os sinais positivos (+) indicam sinapses
excitatórias; o sinal negativo (–), uma sinapse inibitória.
O reflexo tendinoso causa o relaxamento do músculo ligado ao órgão tendinoso estimulado.
O que é inervação recíproca?
Reflexos de retirada e extensor cruzado
Outro reflexo que envolve um arco polissináptico ocorre quando, por exemplo, você pisa em um prego. Em resposta a este
estímulo doloroso, você imediatamente retira sua perna. Este reflexo, chamado de reflexo de retirada ou  flexor,  funciona
desse modo (Figura 13.16):
Quando você pisa no prego, ocorre a estimulação dos dendritos (receptor sensitivo) de um neurônio sensível à dor.
A seguir, este neurônio sensitivo gera impulsos nervosos, os quais se propagam em direção à medula espinal.
Na medula espinal (centro de integração), o neurônio sensitivo ativa interneurônios que se estendem por vários níveis
medulares.
Os  interneurônios  ativam  neurônios  motores  em  vários  segmentos  medulares.  Consequentemente,  os  neurônios
motores geram impulsos nervosos, que se propagam em direção às terminações axônicas.
A  acetilcolina  liberada  pelos  neurônios motores  causa  a  contração  dos músculos  flexores  da  coxa  (efetores),  o  que
proporciona a retirada da perna. Este reflexo é protetor, pois a contração dos músculos flexores afasta o membro da
fonte de um potencial estímulo danoso.
O reflexo de retirada, assim como o de estiramento, é ipsolateral – os impulsos aferentes e eferentes se propagam no
mesmo lado da medula espinal. O reflexo de retirada também ilustra outra característica dos arcos reflexos polissinápticos.
Afastar  o  membro  superior  ou  inferior  de  um  estímulo  doloroso  envolve  a  contração  de  mais  de  um  grupo  muscular.
Consequentemente, vários neurônios motores devem simultaneamente enviar  impulsos para vários músculos do membro.
Como  os  impulsos  nervosos  de  um  neurônio  sensitivo  sobem  e  descem  na medula  espinal  e  ativam  interneurônios  em
vários  segmentos,  este  tipo  de  reflexo  é  chamado  de  intersegmentar.  Por meio  de  arcos  reflexosintersegmentares,  um
único neurônio  sensitivo pode  ativar uma  série de neurônios motores,  estimulando,  assim, mais de um efetor. Por outro
lado, o reflexo monossináptico de estiramento envolve músculos que recebem impulsos nervosos de apenas um segmento
medular.
Figura 13.16 Reflexo de retirada (flexor). O sinal positivo (+) indica sinapses excitatórias.
O reflexo flexor causa a retirada de uma parte do corpo em resposta a um estímulo doloroso.
Por que o reflexo de retirada (flexor) é classificado como um arco reflexo intersegmentar?
Outro fenômeno pode acontecer quando você pisa em um prego: você pode começar a perder o equilíbrio à medida que
o  peso  do  seu  corpo  é  transferido  para  o  outro  pé.  Além  de  iniciar  o  reflexo  de  retirada  que  permite  a  você  retirar  o
membro, os impulsos nervosos gerados a partir da pisada no prego também iniciam um reflexo extensor cruzado, o qual
auxilia na manutenção do equilíbrio; ele funciona do seguinte modo (Figura 13.17):
Quando você pisa no prego, ocorre a estimulação do receptor sensitivo de um neurônio sensível à dor no pé direito.
A seguir, esse neurônio gera impulsos nervosos que se propagam para a medula espinal.
Na medula  espinal  (centro de  regulação),  o neurônio  sensitivo ativa uma  série de  interneurônios que  fazem sinapse
com  neurônios  motores  de  vários  segmentos  do  lado  esquerdo  da  medula  espinal.  Desse  modo,  os  sinais  álgicos
aferentes  cruzam  para  o  outro  lado  por  meio  de  interneurônios  do mesmo  nível  medular,  bem  como  por  meio  de
interneurônios situados vários níveis acima e abaixo do ponto de entrada na medula espinal.
Os interneurônios estimulam neurônios motores, em vários segmentos medulares, que inervam músculos extensores.
Os neurônios motores, por sua vez, geram mais impulsos nervosos, os quais se propagam em direção às terminações
axônicas.
•
•
•
•
A  acetilcolina  liberada  pelos  neurônios  motores  causa  a  contração  dos  músculos  extensores  da  coxa  (efetores)  do
membro  inferior  esquerdo  não  estimulado  pela  dor.  Assim,  o  peso  pode  ser  deslocado  para  o  pé  que  deve  agora
sustentar o corpo inteiro. Um reflexo semelhante ocorre com a estimulação dolorosa do membro inferior esquerdo ou
de ambos os membros superiores.
Ao contrário do reflexo de retirada (flexor), que é um reflexo ipsolateral, o reflexo extensor cruzado envolve um arco
reflexo contralateral: os impulsos sensitivos entram por um lado da medula espinal e os impulsos motores saem pelo lado
oposto. Desse modo, o reflexo extensor cruzado sincroniza a extensão do membro contralateral com a retirada (flexão) do
membro estimulado. A inervação recíproca acontece tanto no reflexo de retirada quanto no extensor cruzado. No reflexo de
retirada,  quando  os  músculos  flexores  de  um  membro  estimulado  dolorosamente  estão  se  contraindo,  os  músculos
extensores do mesmo membro estão, de certa maneira, se relaxando. Caso ambos os grupos musculares se contraíssem ao
mesmo tempo, eles tracionariam os ossos em sentidos diferentes, o que poderia imobilizar o membro. Devido à inervação
recíproca, um grupo muscular se contrai enquanto o outro relaxa.
CORRELAÇÃO CLÍNICA | Re exos e diagnóstico
Os re exos são geralmente utilizados para o diagnóstico de distúrbios do sistema nervoso e para localização da lesão. Se um re exo está ausente ou exacerbado, o
médico pode suspeitar que a lesão se situe em algum local de uma determinada via de condução. Vários re exos somáticos podem ser testados através da simples
percussão de certas partes do corpo. Entre os re exos somáticos clinicamente relevantes estão os seguintes:
Re exo patelar. Este re exo de estiramento envolve a extensão da perna no nível do joelho, por meio da contração do músculo quadríceps femoral, em
resposta à percussão do ligamento da patela (ver a Figura 13.14). Este re exo é bloqueado por lesões em nervos sensitivos ou motores que suprem o músculo ou
em centros de integração localizados no segundo, terceiro ou quarto segmentos lombares da medula espinal. De modo geral, ele está ausente em pessoas com
diabetes melito ou neurossí lis, ambas as quais causam degeneração dos nervos. Ele está exacerbado em doenças ou lesões que envolvem certos tratos motores
descendentes que se originam em centros superiores do encéfalo e se dirigem para a medula espinal
Re exo aquileu. Este re exo de estiramento envolve a exão plantar do pé, por meio da contração dos músculos gastrocnêmio e sóleo, em resposta à
percussão do tendão do calcâneo (de Aquiles). A ausência do re exo aquileu indica lesão dos nervos que suprem os músculos posteriores da perna ou dos
neurônios da região lombossacra da medula espinal. Este re exo também pode desaparecer em pessoas com diabetes melito, neurossí lis, etilismo e
hemorragias subaracnóideas. Um re exo aquileu exacerbado indica compressão medular ou uma lesão dos tratos motores do primeiro e do segundo segmentos
sacrais da medula.
Sinal de Babinski. Este re exo é gerado por meio da estimulação suave da margem lateral da planta do pé. O hálux se estende, com ou sem abertura em leque
dos outros dedos dos pés. Este fenômeno normalmente é observado em crianças abaixo de 1 ano e meio de idade devido à mielinização incompleta das bras do
trato corticospinal. A persistência do sinal de Babinski após esta idade é anormal e indica interrupção do trato corticospinal secundária a uma lesão, geralmente
em sua porção superior. A resposta esperada após 1 ano e meio de idade é o re exo de exão plantar, ou Babinski ausente – exão plantar de todos os dedos
dos pés
Re exo cutâneo abdominal. Este re exo envolve a contração dos músculos que formam a parede abdominal em resposta à estimulação da parte lateral do
abdome. A resposta esperada é uma contração da musculatura abdominal, fenômeno que causa o desvio do umbigo em direção ao estímulo. A ausência deste
re exo está associada a lesões nos tratos corticospinais. Ele também pode estar ausente em lesões dos nervos periféricos ou dos centros de integração na parte
torácica da medula espinal, como pode ocorrer, nesse último caso, na esclerose múltipla.
A maioria dos re exos autônomos não são ferramentas diagnósticas práticas, pois é difícil estimular os efetores viscerais, situados em porções internas do corpo.
Uma exceção é o re exo pupilar, no qual as pupilas diminuem de diâmetro quando ambos os olhos são expostos à luz. Como este arco re exo inclui sinapses de partes
inferiores do encéfalo, a ausência do re exo pupilar normal pode indicar lesão encefálica.
Figura 13.17 Reflexo extensor cruzado. O arco reflexo flexor (de retirada) é mostrado (à esquerda) para comparar com o arco reflexo
extensor cruzado. O sinal positivo (+) indica sinapses excitatórias.
Um reflexo extensor cruzado causa a contração de músculos que estendem articulações do membro do lado
oposto a um estímulo doloroso.
12.
13.
14.
15.
Por que o reflexo extensor cruzado é classificado como arco reflexo contralateral?
 TESTE RÁPIDO
Quais tratos da medula espinal são ascendentes? E quais são descendentes?
Quais são as semelhanças e as diferenças entre os reflexos somáticos e os autônomos?
Descreva os mecanismos e a função de um reflexo de estiramento, de um reflexo tendinoso, de um reflexo de
retirada (flexor) e de um reflexo extensor cruzado.
O  que  cada  um  dos  termos  a  seguir  significa  em  relação  aos  arcos  reflexos?  Monossináptico,  ipsolateral,
polissináptico, intersegmentar, contralateral e inervação recíproca.
 DISTÚRBIOS | DESEQUILÍBRIOS HOMEOSTÁTICOS
A medula  espinal  pode  ser  lesada  de  várias  maneiras.  Os  desfechos  possíveis  variam  desde  ausência  de  déficits
neurológicos, ou déficits neurológicos mínimos, até déficits graves – incluindo morte.
Lesões traumáticas
A maioria das lesões medulares é secundária a traumatismos ou resulta de fatores como acidentes automobilísticos,
quedas,  esportes  de  contato,  mergulho  e  agressões.  Os  efeitos  da  lesão  dependem  daextensão  do  traumatismo
direto  da  medula  espinal  ou  da  sua  compressão  (por  fratura  ou  deslocamento  de  vértebras  ou  coágulos).  Embora
qualquer segmento da medula espinal possa ser acometido, os  locais mais comuns de lesão são as regiões cervical,

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