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SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA FORMAÇÃO PEDAGÓGICA EM MATEMÁTICA - LICENCIATURA ANDRÉ RICARDO DE CARVALHO SARAIVA AS INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO DA MATEMÁTICA MODERNA NO ENSINO DA MATEMÁTICFA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Saquarema 2021 ANDRÉ RICARDO DE CARVALHO SARAIVA AS INFLUÊNCIAS DO MOVIMENTO DA MATEMÁTICA MODERNA NO ENSINO DA MATEMÁTICFA NA EDUCAÇÃO BÁSICA Trabalho apresentado ao Curso de Formação Pedagógica em Matemática - Licenciatura da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, das disciplinas: Elementos da Matemática I, Geometria Plana, Fundamentos da Educação, História da Matemática, Metodologia do Ensino da Matemática, Práticas Pedagógicas: Gestão da Aprendizagem, Estágio Curricular II: Ensino Médio e/ou Educação Profissional I e Atividades Interdisciplinares como requisito parcial para a obtenção de média semestral. Saquarema 2021 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 3 2 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................ 4 2.1 Estudo sobre o Movimento da Matemática Moderna ......................... 4 2.2 Plano de Aula. ............................................ Erro! Indicador não definido. 3 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 9 4 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 10 3 1 INTRODUÇÃO Ao investigarmos o contexto histórico da matemática, as dificuldades encontradas pelos estudantes eram consequências de movimentos reformistas de períodos anteriores. Esses movimentos vêm desde a unificação das disciplinas álgebra, aritmética e geometria, antes tratadas de maneira independente. No Brasil, tal unificação resultou na disciplina matemática e aconteceu em 1928 com o professor Euclides Roxo, do Colégio Pedro II do Rio de Janeiro. Da década de1930 até a década de 1950, o ensino de matemática sofreu várias modificações com as reformas de Francisco Campos (1931), Capanema (1942), Simões Filho (1951), LDB (1961) e depois a nova LDB (1996). No entanto, as discussões sobre o ensino da matemática e o desejo de mudança não pararam por aí. Na década de 1960 eclode o Movimento da Matemática Moderna no Brasil, tendo à frente Osvaldo Sangiorgi. Esse movimento buscava uma visão diferente para o assunto tanto na forma como os conteúdos eram transmitidos, como nos conteúdos em si. Desse modo, o Movimento da Matemática Moderna, que fora dividido em duas fases, também foi implantado nos livros didáticos e este fazendo parte do processo de aprendizagem do aluno tornando-se objeto suma importância, além dos currículos formulados para que se tornassem úteis ou aplicável para a tecnologia, para a ciência e para a utilidade do dia-a-dia das pessoas. 4 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Estudo sobre o Movimento da Matemática Moderna. Uma visão mais global da história das disciplinas escolares no Brasil nas últimas décadas demonstra que pesquisadores se debruçam cada vez mais sobre pontos específicos relacionados a uma determinada disciplina, e isso não seria diferente com a matemática. Um estudo aprofundado da história do ensino de matemática no Brasil, especificamente as últimas décadas, questões relativas às principais reformas educacionais ocorridas no século XX, como a reforma Francisco Campos (1931), a reforma Gustavo Capanema (1942) e o próprio movimento da matemática moderna (décadas de 1960 e 1970), mostra que o movimento da matemática moderna pelos dois continentes não foi a mesma. O Movimento da Matemática Moderna teve como principal finalidade aproximar a matemática ensinada na escola secundária com a matemática produzida pelos pesquisadores da área, fundamentado principalmente na introdução de novos conteúdos no ensino da Matemática, o que provocou mudanças significativas nas práticas pedagógicas, além de que a modernização do ensino teria que ser adotado por todos os professores, os quais teriam que se adaptar a esse novo roteiro de conteúdo se de metodologias. Para tanto, grupos de estudo e de pesquisa foram criados, com o objetivo de estudar, divulgar e implantar a matemática moderna nas escolas. No Brasil, esses grupos eram formados por docentes, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Assim, os defensores da matemática moderna acreditavam que poderiam preparar pessoas que pudessem acompanhar e lidar com a tecnologia que estava emergindo. Dessa forma, as propostas inseriram no currículo conteúdos matemáticos que até aquela época não faziam parte do programa escolar, Segundo Búrigo: A inserção das ideias modernizadoras no cotidiano escolar e da formalidade da nova linguagem matemática - ao supervalorizar a teoria dos conjuntos desde as séries iniciais do ensino fundamental - atribuíram novas exigências aos docentes locais. (BÚRIGO, 1989) Além de necessitar de novos conteúdos, os modernistas defendiam mudanças na maneira como se ensinava. No entanto, a principal mudança seria no currículo do ensino secundário da matemática: alguns conteúdos seriam excluídos e outros reformulados. Assim, os conteúdos propostos seriam: teoria dos conjuntos, conceito 5 de grupo, anel e corpo, espaços vetoriais, matrizes, álgebra de Boole, noções de cálculo diferencial e integral e estatística. Sob esta orientação, não só se enfatizava o ensino da álgebra, como se inviabilizava o da Geometria da forma como este era feito tradicionalmente". Como os novos métodos de se abordar a Matemática ainda não eram dominados pela grande maioria dos professores, a Geometria passou a ser desenvolvida intuitivamente, sem qualquer preocupação com a construção de uma sistematização. Assim, optou-se por apenas acentuar as noções de figuras geométricas e de intersecção de figuras como conjunto de pontos no plano. A coerência da Matemática Moderna exigia que a Geometria fosse trabalhada sob o enfoque das transformações e como os professores estavam despreparados, aos poucos deixaram de ensinar os conteúdos geométricos, trabalhando principalmente com a álgebra ou a aritmética e com a teoria dos conjuntos. No entanto, no final, dava no mesmo, bastava decorar tudo. Existia falta de motivação, o aluno não sabia por que estudar matemática. Os problemas eram mal contextualizados. Dessa forma eram urgentes novas propostas para o ensino da matemática no Mundo e em particular, no Brasil A década de 1950 no Brasil é marcada por grandes modificações. Cresciam também as campanhas visando a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a luta pela escola pública. Tal movimento entrou em vigor no Brasil juntamente com a Ditadura Militar e apesar desta impor uma pedagogia da formação de técnicos alienados, o paradigma mundial era de uma nova escola e o Brasil não poderia ficar isolado desta força internacional. Com isso aumentou também a produção dos livros didáticos, onde podemos destacar Osvaldo Sangiorgi, dentre os que faziam parte da Companhia Editora Nacional que publicou a coleção de quatro volumes, “Matemática – curso ginasial”. Assim, podemos perceber que o conceito de função na matemática moderna é defendido como base para o estudo das estruturas, tanto que nos livros didáticos antes de estudar-se função são necessários alguns pré-requisitos como as noções de conjuntos e relações. Função é considerada uma correspondência entre dois conjuntos, uma correspondência unívoca. Os livros didáticos da matemática moderna trazem o estudo de função muito detalhado, enfatizando suas propriedades e com uma linguagem bastante formal levando em conta aspectos da teoria dos conjuntos.6 2.2 Plano de Aula – Geometria Plana Plano de Aula Identificação Disciplina: Matemática Série: 7º ano - Ensino Fundamental Turma: 701 Período: Matutino Tema O Triangulo e suas Propriedades Conteúdo Reconhecer a rigidez geométrica dos triângulos e suas aplicações, como na construção de estruturas arquitetônicas (telhados, estruturas metálicas e outras). Classificar triângulos quanto às medidas dos comprimentos dos lados e dos ângulos internos. Tempo Previsto 4 tempos de aula (3:30h) Objetivos EF07MA24: Construir triângulos, usando régua e compasso, reconhecer a condição de existência do triângulo quanto à medida dos lados e verificar que a soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo é 180°. EF07MA25: Reconhecer a rigidez geométrica dos triângulos e suas aplicações, como na construção de estruturas arquitetônicas (telhados, estruturas metálicas e outras) ou nas artes plásticas. Metodologia Execução: Inicialmente os alunos assistirão a slides expositivos com o conteúdo; A partir dos slides expositivo, incentivará o diálogo e troca de ideias entre os alunos e entre eles e o professor sobre os triângulos; Atividade de pesquisa e experimentação com os recursos disponíveis; Sessões de resolução de problemas impressos; Sequência de exercícios para casa; Desenvolvimento Início a aula perguntando aos alunos o que é um triângulo e quantos lados tem o triângulo com o propósito de retomar o conceito de triângulo e motivar a classe para a realização da atividade principal. Assim, após resposta as perguntas como: 1) O que é um triângulo? 2) Quantos lados tem um triângulo? É exibido os slides com triângulos e suas classificações. Em seguida será entregue a folha de atividade e dois canudos, um de 5 e outro de 8 cm para cada aluno. 7 Orientando-os a colocar os canudos ponta com ponta na folha de atividade, com o propósito de montar triângulos com canudinhos observando a impossibilidade de montar triângulos. Em seguida é entregue outro canudo para os alunos, com 13 cm. Ao unir todas as pontas surgirá um triângulo, com o propósito de fazer com que os alunos determinem uma condição de existência para o triângulo. Após a exibição de slides sobre a soma dos lados de um triângulo vou explicar que para verificar se a soma é a mesma para qualquer triângulo, nós vamos descobrir a soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo sem conhecer suas medidas. Mostrando a figura no quadro. Levar os alunos a descobrir uma nova propriedade dos triângulos através de uma atividade experimental com canudos. Perguntar para turma: 1) Que ângulo formou com a união dos três? 2) Quantos grau tem esse novo ângulo? 3) Por que podemos afirmar que a soma dos três ângulos é 180º? 4) Que propriedades podemos estabelecer em relação à soma dos ângulos internos? 5) Podemos concluir que pode ser verdadeiro para qualquer triângulo? 6) Por quê? (Sim, porque obtivemos a soma 180º sem conhecer as medidas dos ângulos. 7) Após este momento de discursão com a turma, o professor irá explicar aos alunos que este é um importante teorema dos triângulos e que será útil na resolução de muitos problemas sobre triângulos, com o propósito de apresentar o Teorema da Soma dos Ângulos Internos de um Triângulo qualquer Por fim será entregue uma atividade impressa, e será pedido que, individualmente, os alunos leiam a atividade e a realizem 8 Recursos Uso de Datashow com slides para demostrar os a classificação dos triângulos quanto às medidas dos comprimentos dos lados e dos ângulos; Uso de material impresso com problemas e exercícios; Folha de papel A4 branca; Canudinhos; Tesoura; Cola. Avaliação Diagnostica: presta-se ao mesmo objetivo: diagnosticar, verificar e levantar os pontos fracos e fortes do aluno em determinada área de conhecimento. Formativa: Nesta etapa a avaliação inicialmente diagnóstica, evolui para uma avaliação formativa, onde o processo de descoberta que induz a novas elaborações de aprendizado, sempre mediadas pelo professor, é o que de fato importa e conta. Somativa: tem como objetivo alcançar através da média da somatória de trabalhos individuais, trabalhos em grupo, debates, provas e análise de atividades desenvolvidas dentro de sala de aula, com o objetivo de montar uma nota conceitual pelo percentual de objetivos de aprendizado alcançado/desenvolvido/demonstrado pelo aluno. Referências BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. Soma dos ângulos internos de um triângulo. Mundo Educação, 2021. Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/matematica/soma- dos-angulos-internos-um-triangulo.htm. Acesso em: 02/09/2021 Soma dos ângulos internos de um triângulo. Brasil Escola, 2021. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/matematica/soma-dos- angulos-internos-um-triangulo.htm. Acesso em: 03/09/2021 DOLCE, Osvaldo; POMPEO, José Nicolau. Fundamentos de matemática elementar. Geometria plana, v. 9, p. 252, 1993. 9 3 CONCLUSÃO A implantação do Movimento da Matemática Moderna caracteriza-se por um período em que se elaboram novas referências para o ensino da disciplina Matemática. O ideário que defendia a modernização do ensino teria que ser absorvido por todos os professores, os quais teriam que se adaptar a esse novo roteiro de conteúdos e de metodologias. O Movimento da Matemática Moderna enfatiza as propriedades e definições dos conteúdos. O currículo proposto por este movimento sugere uma abordagem lógica no ensino da aritmética e álgebra, afirma que a ênfase deles sobre a estrutura lógica ensina o aluno a pensar dedutivamente. Nessas perspectivas, é importante que o professor esteja aberto para trazer esse dinamismo e essa contemporaneidade à sala de aula. Vivemos na era da imagem. Precisamos educar o aluno também nesse contexto para que saiba analisar criticamente os dados fornecidos por programa de TV, reportagem de um jornal e até a internet. Para uma educação transformadora é necessário partir do vivido, dos problemas que estão inseridos nas comunidades sendo que uma maneira eficaz de conhecer o aluno é conhecer a sua comunidade. É inquestionável que as transformações no ensino são inseparáveis das transformações sociais mais amplas. A formação teórica e prática do professor, aliada a uma consciência política das tarefas sociais que deve cumprir, pode contribuir para a elevação da qualidade do ensino e da formação cultural dos alunos 10 4 REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 13/05/2020. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. MEC, 2017. Brasília, DF, 2017. Disponível em < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_sit e.pdf>. Acesso em 14/09/2020. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Guia prático: TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS NA BNCC - Propostas de Práticas de Implementação 2019. Brasília, DF. Disponível em < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/guia_pratico_temas_c ontemporaneos.pdf>. Acesso em 14/09/2020. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Orientações curriculares para o ensino médio. Brasília, DF. Disponível em < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_01_internet.pdf>. Acesso em 14/09/2020. FERREIRA, A.C. O que pensam os estudantes sobre a matemática: uma revisão das principais pesquisas sobre crenças em relação a matemática, seu ensino e aprendizagem. Boletim GEPEM, Rio de Janeiro, n. 40, p. 69-90, 2002. CLARAS, Antonio Flavio; PINTO, Neuza Bertoni. O movimento da matemáticamoderna e as iniciativas de formação docente. Mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Educere - PUC, 2008. DOBROWOLSKI, Eunice Nunes; PINTO, Neuza Bertoni. Movimento da matemática moderna nas práticas escolares e suas repercussões na maneira de ensinar. In: IX Congresso Nacional de Educação–EDUCERE. III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba. 2009. SANTOS, Caroline Dos Santos; BATTISTI, Isabel Koltermann. CARACTERIZAÇÃO DO ENSINO DA MATEMÁTICA NA DÉCADA DE 60: ALGUMAS REFLEXÕES. Salão do Conhecimento, 2017. BÚRIGO, E. Z. Conjuntos Numéricos em duas coleções didáticas: Tradições e inovações de um autor “moderno”. UFRGS, 1989.
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