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Inquérito Policial

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INQUÉRITO POLICIAL
O inquérito policial consiste em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa objetivando a identificação das fontes de prova e a colheita de elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração penal, a fim de possibilitar que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 
Renato Brasileiro
- Procedimento Administrativo;
- Finalidade. Fornecer subsídios ao titular da ação penal para ingressar com a ação.
Prova = Tudo aquilo colhido em contraditório judicial, bem como as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Elemento de Informação = Tudo o que não foi produzido em contraditório judicial e que também não é prova cautelar e repetível ou antecipada.
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela libre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. 
Presidir IP → Função exclusiva da polícia judiciária.
Porém, o MP pode realizar investigações, utilizando-se de outros procedimentos.
Questão constitucional com repercussão geral. Poderes de investigação do Ministério Público. Os artigos 5º, incisos LIV e LV, 129, incisos III e VIII, e 144, inciso IV, parágrafo 4º, da Constituição Federal, não tornam a investigação criminal exclusividade da polícia , nem afastam os poderes de investigação do Ministério Público. Fixada, em repercussão geral, tese assim sumulada: “O Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, e por prazo razoável, investigações de natureza penal, desde que respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País, os Advogados (Lei 8.906/1994, artigo 7º, notadamente os incisos I, II, III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade – sempre presente no Estado democrático de Direito – do permanente controle jurisdicional dos atos, necessariamente documentados (Súmula Vinculante 14), praticados pelos membros dessa instituição.” Maioria. RE 593727/MG 
CARACTERÍSTICAS DO IP
1. Procedimento Escrito
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. 
2. Dispensabilidade
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. 
Art. 39, parágrafo 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. 
Obs. O inquérito policial não é obrigatório para o titular da ação penal, mas é obrigatório para a autoridade policial.
3. Inquisitorial
Não é certo falar que o inquérito policial é um sistema inquisitório, porque sistema é só para processo, mas é correto falar que ele é um procedimento com características inquisitoriais. 
As posições adotadas são: 
• Investigação preliminar como procedimento sujeito a contraditório diferido e ampla defesa (Aury Lopes Júnior, Antônio Scarance Fernandes – Lei n. 13.245/2016); Esse contraditório será realizado só depois, na ação penal. 
• Investigação preliminar como procedimento inquisitorial (posição majoritária, ex.: Renato Brasileiro). 
O que significa falar que o inquérito é procedimento inquisitorial? 
Significa dizer que o contraditório e a ampla defesa não são obrigatórios no inquérito policial. 
4. Sigiloso – Art. 20, CPP.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. 
Regra geral → Sigiloso.
A Súmula Vinculante n. 14 alterou acabou com o sigilo do inquérito? 
Não. Não. A Súmula se aplica apenas e tão somente ao que já está documentado no inquérito. O que já está documentado não é mais sigiloso porque aquilo já se documentou. O advogado pode ter acesso ao que já está documentado, mas isso não constituiu o contraditório nem a ampla defesa, é um mero direito de vista 
5. Discricionário – rol não taxativo dos arts. 6º e 7º do CPP
Significa que o rol de diversas diligências previstas nos arts. 6º e 7º do Código de Processo Penal não são vinculantes obrigatórias. Assim, o delegado tem discricionariedade para fazer as diligências no curso da investigação e o rol não é taxativo, sendo que pode ir além dessas diligências.
6. Oficial
Feito por Autoridade Policial. 
7. Oficioso
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
I – de ofício 
Isso significa que todas as atividades do inquérito podem ser tomadas de ofício. As exceções são para ações privadas e para as ações penais públicas condicionadas em que apenas o início do inquérito vai depender do requerimento ou da representação do ofendido ou seu representante. 
8. Indisponível
Uma vez iniciado, a autoridade policial não poderá encerrar esses autos de inquérito.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
9. Incomunicabilidade
Não foi recepcionada pela Constituição.
O CPP estabelece que: 
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. 
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. 
Porém, a Constituição declara que: 
CF, art. 136, § 3º Na vigência do estado de defesa: 
IV – é vedada a incomunicabilidade do preso. 
Se nem no estado de defesa se admite a incomunicabilidade, como é que se admite a incomunicabilidade no inquérito? 
juda a lembrar as características do inquérito policial. 
O inquérito policial É IDOSO: 
E scrito 
I nquisitivo 
D ispensável 
O ficial 
S igiloso 
O ficioso 
FORMAS DE INSTAURAÇÃO
1) De ofício pela autoridade policial (inciso I) – ação penal pública incondicionada;
Pode ser instaurado de ofício, caso a ação penal seja pública incondicionada.
2) Por requerimento do ofendido ou seu representante (inciso II);
Requisito apenas para instaurar, sendo que após o delegado toca o inquérito de ofício. 
Casos de ação penal privada ou de ação penal pública condicionada.
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representa-lo. 
(...) 
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. 
3) Delatio criminis;
É a delação sobre o crime.
Delatio criminis simples
Art. 5º […] 
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. 
Obs. o que caracteriza é que a pessoa delatora não é o ofendido nem o títular da ação penal, sendo uma terceira pessoa.
Delatio criminis INQUALIFICADA: denúncia anônima (art. 5º, IV, CF x info 580 STF). 
A Constituição, por um lado, veda o anonimato. Por outro, o Estado tem o dever de apurar um crime que aconteceu.
O Supremo decidiu que a denúncia anônima pode servir de base para as investigações, mas ela não é suficiente, por si só, para instaurar o inquérito. A denúncia anônima não pode ser suficiente para instaurar o inquérito policial por causada vedação constitucional ao anonimato. 
A denúncia anônima é válida para esse início de investigação.
Delatio criminis POSTULATÓRIA: 
É um pedido para que seja instaurado o inquérito policial. 
Art. 5º, § 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
4) Requisição da autoridade competente (inciso II)
Aqui se tem uma polêmica em relação à essa requisição, porque quem seriam essas autoridades que poderiam requisitar a instauração do inquérito? 
Seriam o Ministério Público e o juiz. 
Com relação ao juiz, a doutrina critica essa possibilidade de o juiz requisitar a instauração de inquérito, porque ele estaria violando o sistema acusatório. 
O sistema acusatório dá ao titular da ação penal o pleno domínio da ação penal, portanto não pode o juiz requisitar. Mas a lei estabelece que cabe essa requisição. 
A doutrina também critica o Ministério Público, podendo requisitar essa instauração porque não há uma hierarquia entre delegado e Ministério Público, e requisição tem sentido de ordem. 
5) Auto de prisão em flagrante
NOTITIA CRIMINIS
É quando a própria autoridade policial toma conhecimento da prática de uma infração penal.
• Notitia criminis de cognição imediata (espontânea) – atividades rotineiras; O próprio delegado, por meio de suas atividades rotineiras, toma conhecimento do crime. 
• Notitia criminis de cognição mediata ou provocada – expediente escrito; Veio um expediente escrito falando do crime. 
• Notitia criminis de cognição coercitiva – flagrante; É a prisão em flagrante. 
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL
Art. 5º, LVIII, CF: o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei. 
Regra geral → Identificação Civil.
Art. 2º  A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos:
I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Parágrafo único.  Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis os documentos de identificação militares.
Obs. Note que a CNH não consta no ROL!!!!!
Art. 3º  Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
Obs. Esta situação possui a reserva de jurisdição, ou seja, ela vai necessitar de uma decisão do juiz. 
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
A maioria dessas exceções não requer decisão judicial, portanto o próprio delegado faz a identificação criminal, mas existe uma hipótese em que é necessária a decisão judicial (inciso IV): quando a identificação criminal é essencial para as investigações, o delegado deve indicar, ou o juiz de ofício deve verificar, ou o Ministério Público ou a defesa devem pedir, precisa-se de uma decisão judicial. Tirando isso, as demais hipóteses não exigem essa cláusula de reserva de jurisdição, não exigem que o juiz decida sobre elas. 
• Diligências investigatórias – arts. 6º e 13 do CPP 
• Discricionariedade 
Obs. O Delegado tem uma discricionariedade maior para ver no caso a caso quais são as diligências importantes. 
• Reconstituição do crime (art. 7º): diligência que não vai ser feita em todos os casos. há a previsão de uma reconstituição do crime. 
“Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.” 
Obs. A reconstituição não é obrigatória. O acusado não é obrigado a participar.
Prazo de Conclusão
Art. 10 do CPP. Solto 30 dias, prorrogáveis e preso 10 dias improrrogáveis 
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) 
Obs. Novidade. Possibilidade de prorrogação do prazo do IP quando o réu estiver preso uma única vez pelo prazo de 15 dias.
10 + 15 dias, se preso.
Obs. Findo o prazo de 25 dias, se não houve conclusão do IP, deve-se relaxar a prisão. O Inquérito continua, mas a prisão é relaxada.
	
	PRESO
	SOLTO
	Regra Geral (art. 10 do CPP)
	10+15
	30
	IP Federal
	15+15
	30
	IPM
	20
	40+20
	Lei de Drogas
	30+30
	90+90
	Crimes contra a economia popular
	10
	10
Trâmite direito entre polícia e MP – res. 63/2009 CJF, STJ Info. 574 
- Permite que não haja a intermediação do judiciário no trâmite do IP, nas situações em que não há reserva de jurisdição.
Obs. Não cabe ao juiz decidir se o IP deve ser devolvido ou não ao delegado, pois o MP é o titular da ação penal. É ele quem deve decidir se estão presentes os elementos suficientes para o oferecimento da denúncia.
Esse posicionamento não é unânime. Há quem entenda que é possível a devolução do IP para novas diligências mesmo se o réu estiver preso preventivamente. Porém, é importante essa análise dupla, principalmente para provas discursivas. 
Obs. Doutrina majoritária. Situações em que o réu esteja preso preventivamente. Embora o juiz não possa analisar o pedido do MP para devolução do IP à autoridade policial, a doutrina majoritária entende que se não há elementos para oferecer a denúncia, também não há elementos para a prisão, portanto o juiz deve colocar o réu em liberdade e devolver o IP para novas diligências. 
Três situações podem ocorrer:
1) O IP retorna à delegacia para que sejam realizadas novas diligências;
2) O MP oferece a denúncia;
3) O MP pede o arquivamento.
Obs. o arquivamento pode ocorrer porque o MP entende que não tem base suficiente para oferecer denúncia, houve extinção da punibilidade, o fato é atípico, não há autoria, há excludente de ilicitude.
Regra geral → Arquivamento é direto. O CPP diz que o MP provoverá o arquivamento.
ARQUIVAMENTO DO IP
	Antes da Lei 13.96
	Após a Lei 13.96
	Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador- -geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender 
	Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 13.964, de 2019) § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticadosem detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. (Incluído pela Lei n. 13.964, de 2019) 
Antes = MP requer o arquivamento do IP → JUIZ discorda do arquivamento → Remessa ao PGJ → Concorda com o arquivamento, juiz é obrigado a arquivar; Discorda do arquivamento, pode oferecer a denúncia ou designar outro órgão do MP para oferecê-la.
Agora = O próprio MP arquiva o IP, que está submetido a uma condição suspensiva, porque precisa ser confirmado por uma instância de revisão. 
Obs. O juiz não pode mais discordar. Apenas a vítima ou o seu representante poderão discordar e entrar com recurso no órgão colegiado do MP.
O próprio MP entrou com uma ação de inconstitucionalidade no STF dizendo que não há estrutura para criar uma câmara de revisão. 
Agora todos os casos de arquivamento deverão ser homologados por esta instância. 
A nova redação do art. 28 está suspensa. 
INDICIAMENTO
Momento em que a pessoa deixa de ser um mero suspeito e passa a ser um investigado, nos termos da Lei 12.830/13.
- necessário um juízo de probabilidade de autoria.
O § 6º do art. 2º da Lei n. 12.830/2013 dispõe que “o indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias” .
- A autoridade pode indiciar alguém em qualquer momento do Inquérito Policial.
Há duas espécies de indiciamento:
Direto – Feito na presença do réu.
Indireto – Feito na ausência do réu.
Desindiciamento. Quando o juízo de probabilidade de autoria não existe mais. 
A Lei de Lavagem de Capitais (Lei n. 9.613/1998) traz uma previsão interessante ao dispor no seu art. 17-D que “em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno”. Porém, a doutrina concluiu que há violação dos princípios da presunção da não culpabilidade e jurisdicionalidade, pois é preciso que o réu seja tratado como não culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória ou até a confirmação da culpa, conforme decisão do STF. Além disso, neste caso o Delegado é quem afasta o servidor, violando o princípio da jurisdicionalidade 
Apos indiciamento → Investigado ou indiciado
Após recebimento da denúncia → Réu ou Acusado
Após o trânsito em julgado → condenado
 RELATÓRIO
- O encerramento do IP se dá com o relatório.
- O CPP dispõe que “a autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente” (art. 10, § 1º, CPP).
- Peça meramente descritiva, de modo que não é feito um juízo de valor. Há uma narração de tudo o que aconteceu no IP.
- O Delegado não deve relatar se está comprovada ou não a autoria e/ou a materialidade. Porém, se for feito juízo de valor, isto não gerará nulidade, apenas irregularidade, pois o IP é dispensável na ação penal.
Se o MP pede que se façam novas diligências, como, por exemplo, a oitiva de uma testemunha, o IP ainda não estará encerrado. Neste caso, o Delegado não é obrigado a confeccionar novo relatório, pois está apenas cumprindo uma diligência que o MP pediu.

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