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Daniel V. Rordrigues-M33 
 
Anatomia e histologia do sistema reprodutor feminino 
Antes de adentrarmos no assunto de histologia, é importante relembrar as estruturas 
que fazem parte desse sistema reprodutor. As estruturas são, Canal vaginal; Útero 
(fundo-corpo-colo); Tubas uterinas; Ovários. 
 
Histologia 
Ovário 
 É recoberto por um epitélio germinativo (tecido epitelial simples pavimentoso ou 
cúbico), ligado ao peritônio, suspenso pelo ligamento do ovário, com o formado de uma 
amêndoa. Logo abaixo do epitélio, se tem a túnica albugínea (que é um tecido 
conjuntivo denso) possuindo mais fibras que células, quais são as fibras colágenas. 
O ovário pode ser dividido em 2 regiões: Região cortical, onde se encontra o folículo 
ovariano + estroma – tec. Conjuntivo celularizado (fibroblasto-hormonais; células 
estromais; intersticiais) 
 Conceituando que folículo ovariano é um ovócito coberto por células 
foliculares/granulosas. 
A outra região do ovário, é a Região medular, ao qual observamos os vasos + tecido 
conjuntivo frouxo. 
Caracterização dos folículos ovarianos 
a) Folículo primordial: ovócito primário + epitélio simples pavimentoso 
b) Folículo primário unilaminar: ovócito primário + epitélio simples cubico + zona 
pelúcida (camada de glicoproteínas), ao qual acoberta o ovócito. 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
c) Folículo primário multilaminar ou pré-antral: ovócito primário + epitélio estratificado 
cubico + zona pelúcida + teca interna + teca externa 
d) Folículo secundário ou antral: presença de ovócito primário + zona pelúcida+ teca 
interna + teca externa + cavidade antral, preenchido pelo líquido antral. Dependência 
de FSH 
e) Folículo de Graaf ou dominante: ovócito secundário + amplo antro + cumulo 
oophorus. Ocorreu o termino da meiose II; o FSH estimula a maduração do folículo. O 
cumulo oophorus que dará origem a corona radiada. 
O hormônio FSH atua no folículo, estimulando sua maduração, 
principalmente o folículo secundário para o folículo de Graaf. Apenas 1 
folículo chegará a ser folículo dominante, sendo os outros, folículos 
atrésicos. 
f) Folículo atrésico: é o folículo que começou o desenvolvimento, mas não respondeu 
tão bem ao FSH, estagnando sua evolução, não havendo maduração, e assim, entrando 
em atresia, ou seja, sofreu um retrocesso. Será representado como um folículo que 
possui o ovócito primário, mas no antro, possui fibroblasto e colágeno e não liquido 
antral. O fibroblasto possui reticulo rugoso e complexo de golgi. É degenerado por 
fagocitose (macrófagos). 
. Quando chega no folículo de Graaf, ocorre um pico de LH, que promove uma ruptura 
no folículo dominante, liberando o ovócito secundário estagnando na metáfase II, 
coberto pela zona pelúcida e pela corona radiada. 
Esse folículo remanescente é invadido por tecido conjuntivo propriamente dito na 
cavidade antral, tornando-se corpo lúteo, pelo processo de luteinização, estimulando o 
hormônio LH. O corpo lúteo possui 2 células: CLT (células lúteas tecais), que é a 
diferenciação das células da teca, por ação do LH; CLG (células lúteas granulosas), 
diferenciação das células foliculares. 
Essas células são responsáveis pela produção de hormônios ovarianos, como o 
estrogênio e a progesterona. Lembrando que quem produz os hormônios antes da 
ovulação, é o folículo ovariano. 
. O estrogênio e principalmente a progesterona, causam feedback negativo no LH, sendo 
assim, haverá degradação do corpo lúteo, ocorrendo um processo fibrótico no corpo 
lúteo, havendo cicatrização, se tornando um corpo albicans ou branco, composto por 
tecido conjuntivo propriamente dito denso (tecido fibrótico). Com o fim do corpo lúteo, 
ocorre redução na produção de progesterona, por consequência, fim da manutenção do 
endométrio, levando a descamação, o que seria a menstruação em si. Porém, havendo 
a fecundação, irá ser produzido o hormônio HCG, inicialmente pelo blastócito, este que 
estimula o corpo lúteo a continuar a produção de progesterona e assim, manutenção do 
endométrio. 
Tuba uterina 
A mulher possui duas tubas uterinas. Anatomicamente, a tuba uterina pode ser dividida 
em intramural, istmo, ampola e infundíbulo. O infundíbulo e ampola são pregueados. 
Além de regiões associadas, como o ligamento útero-ovariano. Lembrando que ao 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
ocorrer a liberação do ovócito secundário estagnado na metáfase II, será transportado 
por ação das fimbrias para a tuba uterina, ocorrendo a fecundação geralmente na região 
da ampola. 
Histologicamente a tuba uterina é dividida em mucosa, muscular e serosa (de interno 
para externo) 
. A mucosa é composta por epitélio simples colunar com células secretora não ciliadas e 
uma lâmina basal composta por tecido conjuntivo frouxo (fibroblasto, mastócito, 
linfócitos). A mucosa apresenta pregas que são dobramentos/invaginações. 
. A muscular é liso, é composta por circular interna e longitudinal externa (mal definidas) 
. A serosa é formada por mesotélio (tecido epitelial simples pavimentoso atrelado ao 
peritônio) e tecido conjuntivo frouxo a fibroelástico + vasos sanguíneos + fibras nervosas 
Útero 
O útero é formado por três camadas. 
. Endométrio: camada muscular mais interna, onde o embrião irá se implantar. O 
endométrio é composto por uma área mucosa, sendo um epitélio simples colunar com 
células ciliadas e secretoras. Possuindo uma lâmina basal composto por tecido 
conjuntivo frouxo + celularizado (fibroblasto, leucócitos, fibras, MO) + vasos sanguíneos 
(artérias retas e espirais). O endométrio é dividido em estrato funcional e estrato basal. 
A camada basal geralmente, se mantem intacta durante o período menstrual. Por outro 
lado, o estrato funcional irá crescer e descamar uma vez por mês. 
O estrato basal é composto por tecido conjuntivo + porção inicial das glândulas uterinas 
+ artéria reta. E o estrato funcional é constituído pela continuidade do tecido conjuntivo 
propriamente dito + epitélio + desembocadura das glândulas uterinas + artéria 
espiralada. Lembrando que é o epitélio colunar simples. 
IMPORTANTE: O ciclo endometrial possui três fases, quais são, fase 
proliferativo/folicular/estrogênica; fase secretora/lútea/progestacional; fase 
menstrual. 
. Miométrio: é uma camada de musculo liso, composto por tecido conjuntivo frouxo. Ao 
meio-vasos sanguíneos (artérias arqueadas) -estrato vascular. Na gravidez, ocorre a 
hiperplasia e hipertrofia das células musculares lisas. No pós-parto, ocorre a 
degeneração das células musculares, degradação enzimática colágeno, retornando ao 
tamanho pré gravídica. 
. Perimétrio: é uma camada serosa/adventícia, composta por mesotélio e tecido 
conjuntivo frouxo 
Colo uterino ou cérvix 
É a região terminal do útero, projeta-se dentro da vagina 
É dividido em duas regiões. 
. Endocérvice: é a região mais interna do colo uterino. Composto por epitélio simples 
cilíndrico/colunar secretor + tecido conjuntivo denso (rico em fibras). 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
. Ectocérvice: composto por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. É a 
região mais externa, que se projeta para a vagina. 
A lâmina própria é composta por tecido conjuntivo denso não modelado (fibras 
colágenas e elásticas). 
Vagina 
A vagina é um canal e é formado por três camadas. 
. Mucosa: composto por epitélio estratificado pavimentoso e tecido conjuntivo frouxo 
(rico em fibras elásticas) Observação nas bibliografias que convergem entre frouxo ou 
denso. 
. Muscular: musculo liso 
. Adventícia: tecido conjuntivo frouxo 
Genitália externa é composta por 4 estruturas 
• Vestíbulo: local onde terá abertura das glândulas vestibulares maiores ou 
Bartholin e das glândulas menores, qual é homologa a glândula bulbouretral 
histologicamente 
• Clitóris: é homologa ao pênis histologicamente, possuindo corpos cavernosos, 
além de coberto por epitélio estratificado pavimentoso 
• Lábios maiores: formado por dobras da mucosa + tecido conjuntivo 
propriamentedito + estratificado pavimentoso + glândulas 
• Lábios menores: formado por dobras da pele + tecido conjuntivo adiposo + 
musculo liso + glândulas 
Um ponto importante sobre a genitália externa, é a sua sensibilidade. Visto que é devido 
basicamente ao corpúsculo de Pacini e corpúsculo de Meissner. 
Mamas 
As glândulas mamarias estimuladas pela prolactina são glândulas sudoríparas apócrinas 
(libera o conteúdo produzido com parte do citoplasma) tubuloalveolares (ácinos) 
modificadas. As mamas são compostas por tecido epitelial, tecido conjuntivo e tecido 
adiposo (unilocular). 
Os ductos galactóforos são formados por epitélio estratificado colunar ou cuboide. 
1-Estudar o ciclo menstrual e suas alterações: entender gametogênese 
Introdução do ciclo menstrual 
O ciclo ovariano trata-se da transformação que o folículo sofre, o qual inicia com o 
folículo primordial até corpus lúteo e posteriormente, corpo albicans. 
O folículo ovariano consiste num oócito revestido que se desenvolve a partir das células 
epiteliais germinativas que revestem a superfície do ovário; quando rompe (processo 
ovulatório), libera o oócito na cavidade abdominal próximo à trompa uterina. Ou seja, 
um ovócito envolvido por células foliculares/ ou células da granulosa, e em alguns 
estágios do folículo ovariano, ainda se encontra a estrutura denominada Teca. 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
O folículo pré-ovulatório também denominada de folículo de Graaf. 
 
FUNÇÃO GAMETOGÊNICA DO OVARIO 
 
É o processo de formação do ovulo, apresentando fases de multiplicação, crescimento 
e maduração. Ovogônia é a célula germinativa da mulher (2n-46 cromossomos), que 
realiza um processo de mitose, ou seja, equacional. Assim, células 2n se proliferam e 
dão origem a célula 2n. Assim, o primeiro processo que é uma mitose, ocorre para 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
transformar ovogônia em ovócito primário, caracterizando a fase de crescimento da 
gametogênese. 
Uma observação informação importante, é que a gametogênese da 
mulher inicia antes do nascimento, no período intrauterino e pode nunca 
acabar, pois só termina com a fertilização. 
A mulher no período intrauterino inicia a fase de maduração do ovócito primário pela 
meiose I, porém não termina, parando logo na etapa de prófase I. Esse fato ocorre antes 
do nascimento. Durante a infância, ocorre inatividade no ovário. Porém, na puberdade, 
ocorre o processo de termino da meiose I, dando origem a células filhas, sendo o ovócito 
secundário e corpúsculo polar, visto que este em regra, vai degenerar. 
Importante destacar que a meiose I é processo reducional, logo essas células filhas são 
haploides (n), redução do número de cromossomos e ocorre uma divisão celular com 
diferença de volume citoplasmático. O ovócito secundário inicia a meiose II, estagnando 
na fase de metáfase II, havendo o processo ovulatório/ovocitação ou oocitação 
(liberação do ovócito). 
Caso tenha a fecundação pelo espermatozoide, então haverá o fim da meiose II (divisão 
equacional) e formação do óvulo que é haploide e secundo corpúsculo polar. Porém, 
sendo o ovulo haploide e o núcleo do espermatozoide haploide, ocorre um processo 
denominado de cariocamia e a fusão desses pró-núcleos e formação do zigoto que irá 
gerar o processo embrionário. 
 
Nota-se que durante o desenvolvimento do ovócito, há também o desenvolvimento 
folicular, que é dependente de FSH para sua maduração (mas independente de FSH para 
seu desenvolvimento). 
Nota-se também que o folículo maduro (Graaf) se rompe, dando o processo de ovulação 
com a liberação do gameta feminino. Sendo que o gameta feminino é o ovócito 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
secundário estagnado na metáfase II, envolvido por uma zona pelúcida formada por 
glicoproteínas + células foliculares (corona radiada). 
Esse folículo de graaf se transforma em corpo lúteo (pelo processo de luteinização) e 
posteriormente degenera, se transformando em corpus albicans. 
Estagios do foliculo ovariano em volta do ovocito 
 
O primeiro folículo ao ser visto é o primordial. Está em volta de um ovócito primário, 
constituído por uma camada folicular de epitélio simples pavimentoso. Se encontra 
antes do nascimento. 
Após o nascimento, já se encontra o folículo primário, diferenciando entre folículo 
primário unilaminar e posteriormente multilaminar. No folículo primário unilaminar, se 
encontra um ovócito primário, ainda com uma única camada de célula foliculares, 
porém, com aumento de volume citoplasmático, sendo um epitélio simples cubico. 
Também se nota a formação da zona pelúcida formada por glicoproteínas e receptores 
ZP3, quais são responsáveis pela reação cromossômica. 
No folículo primário multilaminar ou pré antral, se tem um epitélio estratificado cubico, 
além de uma estrutura denominada Teca interna. Lembrando que o desenvolvimento 
do folículo é independente do hormônio folículo estimulante (FSH) 
Posteriormente, se transforma em folículo secundário ou antral, já conseguindo ver 
uma diferença da teca externa para teca interna, mais evidente a zona pelúcida, a 
camada de células foliculares, ovócito primário e uma cavidade antral onde se encontra 
o liquido antral. Esse antro apresenta hormônios e enzimas. 
Por fim, o folículo maduro (de Graaf) ou pré-ovulatório, se encontra ação do FHS com 
bastante eficiência, ou seja, a maduração é dependente do FSH. E é nesse momento que 
o ovócito estagnado termina sua meiose I, gerando ovócito secundário No folículo 
maduro, se nota uma teca externa e teca interna bem mais desenvolvida; nota-se as 
células granulosas; o cumulos oophoruus; zona pelúcida; antro bem mais desenvolvido, 
compondo hormônio e enzimas. 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
Assim, ovócito secundário, inicia a meiose II e estagnando em metáfase II, para que 
tenha a de liberação do ovócito II para o processo de ovulação. Lembrando que o ovócito 
secundário é visto nessa última fase, envolvido pela zona pelúcida. 
Relembrando que em regra, apenas um folículo chega no estágio final, 
podendo acontecer que mais de um chega. Os folículos que não chegam 
no estágio de maduração, sofrem atresia 
E o que define para “aquele” folículo chegar no estágio final e ser o folículo dominante, 
é ter mais receptores de FHS e mais células esteroidogênicas (células da teca e células 
granulares), para a formação de hormônios ovarianos (esteroides); e ter uma grande 
produção de fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). 
Função esteroidogênica. 
O ovário produz determinados hormônios (esteroides), quais são o estrona e o estradiol, 
tendo como precursor o colesterol. Esse colesterol pode ser de origem endógena ou por 
alimentação. 
 
Ao observar a figura, nota-se a célula teca e célula granulosa ou folículo ovariano. A 
célula granulosa tem receptor de FSH e a célula teca tem receptor de LH. O FSH e LH são 
hormônios hipofisários/gonadotróficos, ou seja, que estimulam as gônadas. 
 O hormônio folículo-estimulante (FSH) estimula a secreção de estrogênio, 
responsável pelo desenvolvimento e maturação dos folículos ovarianos. 
Assim, quando o LH chega na célula da teca no período pré-ovulatório, estimula o 
aumento de AMPc e por consequência, ativa a enzima adenilato ciclase, ao qual vai 
estimular a síntese de esteroides. Os andrógenos produzidos são transportados por 
difusão para a célula granulosa. 
Já na célula da granulosa, no período pré-ovulatório, se tem receptor de FSH, ao qual 
estimula a enzima adenilase ciclase, aumentando o AMPc, que ativa a enzima 
aromatase, ao qual converte o androgênio em estrogênio. 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
Caso clinico: em pessoas obsessas, se converte grande quantidade de andrógenos em 
estrogênio, devido a grande quantidade de enzima aromatase. Isso é complicado, pois 
a mulher, mesmo com a menopausa, consegue manter altos níveis de estrogênio e isso 
é um fator determinante para câncer de útero (endométrio), pois o estrogênio é capaz 
de causar a proliferação do endométrio.Agora, visto que esse é um processo pré-ovulação, é importante destacar que após-
ovulação, a célula granulosa tem receptor de LH e assim, é capaz de produzir esteroide. 
Porém, nota-se que antes da ovulação se tem maior quantidade de estradiol 
(estrogênio) e após ovulação, se tem maior produção de progesterona e menor 
quantidade de estradiol. 
Eixo hipotálamo-hipófise-ovário 
 
O GnRH (hormônio liberador de gonadotrófico) produzido no hipotálamo, estimula a 
hipófise anterior (adenohipófise) a produzir gonadotrofina LH e FSH, por padrão pulsátil, 
ao qual estimulam o ovário (gônada). O FSH estimula o folículo ovariano, em relação a 
sua maduração e o LH estimula o processo de ovulação/ovocitação e estimula o corpo 
lúteo. 
O GnRH é liberado de forma pulsátil a cada 60-90 minutos. 
Fatores inibidores de GnRH são o ácido gama-amino-butírico (GABA), prolactina e beta-
endorfina 
Fatores estimuladores de GnRH são o neuropeptídeo Y (NPY), serotonina, a fração alfa 
do hormônio melanotrófico (a-MSH) 
A inibina, um produto das células da granulosa, é importante para feedback negativo na 
produção de FSH (inicialmente da inibina B e, posteriormente, da inibina A). Isso é 
importante para que um folículo ovariano chegue no estágio de folículo dominante. Isso 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
porque apenas o folículo que possui mais receptores do FSH, que irá continuar 
desenvolvendo. 
Além disso, o FSH estimula nas células da granulosa o aumento de receptores de LH e 
por isso, no momento pós-ovulatório, a célula da granulosa, terá a função de produção 
de esteroides (progesterona). 
Caso clinico: Na menopausa, os níveis de LH e FSH na mulher aumentam, isso porque, 
não haverá o estrogênio e progesterona para garantir o feedback negativo. Visto que, 
como são hormônios produzidos pelos folículos ovarianos e que está em atresia no 
climatério. 
Ciclo menstrual 
A adrenarca é um dos estádios pré-puberdade no qual se dá o aumento de produção de 
hormonas sexuais, fundamentalmente andrógenos e estrógenos, pelas glândulas 
suprarrenais e que tem lugar nos humanos por volta dos 8 anos, fazendo parte do 
processo normal do desenvolvimento humano. 
 
A média do ciclo menstrual dura em média 28 dias, podendo variar. O primeiro dia é o 
primeiro dia de menstruação e o 14 dia, é o dia que acontece o processo ovulatório. 
O hipotálamo em padrão pulsátil, libera o hormônio GnRh, que estimula a adenohipófise 
(hipófise anterior) a liberar os gonadotróficos, quais são o FSH (hormônio folículo 
estimulante) e o LH (hormônio luteinizante). O FSH estimula o folículo ovariano à 
produção de estrogênio e este, é fundamental para garantir o início do 
crescimento/proliferação do endométrio que apresenta uma camada basal e funcional. 
Além disso, o aumento do estrogênio vai potencializar o pico de LH, causando o processo 
ovulatório, e esse processo ovulatório é a liberação do gameta feminino nas tubas 
uterinas. Sendo que o gameta feminino é o ovócito secundário estagnado na metáfase 
II, envolvido por uma zona pelúcida formada por glicoproteínas + células foliculares 
(corona radiada). Além disso, esse LH estimula a luteinização, ou seja, a formação do 
corpo lúteo, que é produzido a partir do folículo de graaf rompido, remanescente no 
ovário. 
E esse corpo lúteo consegue formar 2 hormônios, que é o estrogênio e progesterona 
(sendo esse o hormônio dominante nessa fase pós-ovulatório). A função da 
progesterona é garantir a manutenção do endométrio, assim em um exame de gravidez, 
a progesterona estará alta. 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
Agora, como seria um gráfico dos hormônios ovarianos? O estrogênio é formado antes 
e depois da ovulação, sendo antes pelo folículo ovariano e depois pelo corpo lúteo. 
Porém, o estrogênio é dominante na fase pré-ovulatório e a progesterona é pós-
ovulatória. Essa queda da progesterona é o que indica a queda do endométrio. 
 
Então, inicialmente o FSH estimula a produção de estrogênio e o estrogênio potencializa 
o pico de LH. O LH produzido em grande quantidade, estimula processo ovulatório e a 
manutenção do corpo lúteo. O corpo lúteo produz progesterona e estrogênio. O 
aumento do estrogênio irá inibir a produção de FSH, por feedback negativo, assim como 
o aumento de LH, estimula a produção de progesterona, o aumento desde, inibi a 
produção de LH, por isso, no processo pós-ovulatório, o LH cai. A diminuição de LH deixa 
de estimular o corpo lúteo, degenerando-o, e por fim, se transforma em corpus albicans. 
Não havendo o corpo lúteo, haverá queda da progesterona e por consequência, inicia 
um novo ciclo com a queda do endométrio. (isso, se não ocorrer a gravidez). 
Caso ocorra a fecundação, o blastocistos (trofoblasto placentário) é capaz de formar 
hormônio denominado HcG (gonadotrofina coriônica humana), que mantém a 
manutenção do corpus lúteo a produzir progesterona, para manter o endométrio, até a 
produção da placenta. 
• Isso é importante entender para compreender a pílula anticoncepcional, que 
aumenta o estrogênio e progesterona causando um feedback negativo, 
deixando os níveis de LH e FSH baixos, não madurando folículo ovariano e 
dificultando a ovulação. 
• Na amamentação exclusiva se tem um baixo nível de gravidez, isso porque 
durante o período de amamentação, se tem aumento na quantidade de 
prolactina, que é o hormônio fundamental no processo de lactação. E esse 
aumento de prolactina inibi a produção de GnRh, quanto os hormônios 
gonadotróficos. Assim inibi o eixo hipotálamo-hipófise- ovário. Outro ponto, 
que durante a amamentação, a ocitocina está alta e esse hormônio é 
responsável pela contração uterina, dando chance de aborto. 
• Na menopausa, os hormônios ovarianos (estrogênio e progesterona) têm 
uma queda, assim os hormônios gonadotróficos (FSH e LH) estarão 
aumentados, por não haver um feedback negativo 
Ação dos hormônios ovarianos 
1- Estrogênio: O estrogênio tem a capacidade de influência nas expressões gênicas, 
estimulando as características secundárias na mulher. Além do estrogênio, a 
progesterona também influência na expressão gênica. O estrogênio tem efeito direto 
no organismo, especificamente nos órgãos, tais como: 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
• Aumento do útero, ovários, tubas e vagina 
• Aumento da genitália externa com deposito de gordura (grandes lábios, 
pequenos lábios, clitóris) 
• Alteração do epitélio vaginal 
• Proliferação do estroma endometrial 
• Aumento das glândulas endometriais 
Nas tubas uterinas: 
• Aumento do número de células ciliadas e sua atividade. Esse aumento favorece 
a locomoção do zigoto em direção ao útero. 
Nas mamas: 
• Desenvolvimento do estroma e crescimento dos ductos e depósito de gordura. 
Então, de forma geral, o estrogênio dá início ao crescimento da mama e do 
aparato produtor de leite, porém, atenção, pois além do estrogênio, se tem a 
prolactina, que é o hormônio principal para a produção do leite. 
No fígado, o estrogênio irá aumentar o HDL e diminuir o LDL, assim, aumenta o 
colesterol bom e diminui o colesterol ruim. No sistema vascular, estimula o aumento do 
óxido nítrico promovendo vasodilatação, além de inibir a ativação plaquetária. 
→ No esqueleto: estimula a produção de osteoprotegerina, ao qual inibe a produção de 
osteoclasto, essas que são células do tecido ósseo responsáveis pela remodelação e 
absorção, ou seja, a degradação óssea. Após a menopausa, se tem diminuição de 
estrogênio, aumentando a atividade do osteoclasto, sem aumento da atividade do 
osteoblasto. 
O estrogênio é fundamental para o fechamento de placas epifisárias inibindo o 
crescimento do indivíduo em altura. 
A placa epifisária (ou placa do crescimento) é uma placa de cartilagem hialina 
localizada na metáfise da terminação dos ossos longos. A placa é encontrada em 
crianças e adolescentes, pois tem a função de auxiliar no crescimento ósseo. 
→ Pele: na pele, haverá aumento da proliferação de queratinócitos e aumento da 
vascularização da derme.→ Balanço eletrolítico: aumento da retenção de sódio e água, porém, pequeno. 
→ Sistema nervoso central: neuroprotetor e estimula a angiogênese (formação de vasos 
sanguíneos). 
2-Progesterona: 
Pele: aumento da síntese de colágeno; inibe a quebra da matriz extracelular. Lembrando 
que a pele é formada por epiderme e derme. A derme é tecido conjuntivo propriamente 
dito, composto de grande quantidade de matriz extracelular e a principal proteína da 
matriz, é o colágeno. 
Útero: aumento da secreção endometrial, além de reduzir as contrações uterinas 
Tubas uterinas: aumento da secreção tubaria; nutrição do ovócito secundário. 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
Mamas: proliferação dos alvéolos (acido) mamários; adesão de natureza secretora 
(aumenta a característica secretora das glândulas mamárias). 
Sistema nervoso central: aumenta o ponto de termorregulação (aumento de 
temperatura pelo aumento da progesterona). Repressor do SN. 
Tronco cerebral: ação da progesterona sensibiliza a resposta ventilatória ao PCO2. 
Puberdade 
Inicialmente, é importante entender que não há uma definição de quando exatamente 
a mulher entra na puberdade, porém, sabe-se que é necessário o aumento da Leptina 
(a leptina é um hormônio produzido pelas células de gordura, que age diretamente no 
cérebro e que tem como principais funções controlar o apetite, reduzir a ingestão de 
alimentos e regular o gasto energético, permitindo manter o peso corporal), e o 
aumento dessa leptina, gera uma cascata. 
Então, se inicia com o aumento de peso e aumento de volume dos adipócitos🡪 o 
adipócito do tecido adiposo unilocular sofrera hipertrofia e formará leptina🡪 a leptina 
irá reagir no hipotálamo, ao qual irá aumentar o GnRH de forma pulsátil🡪 a pulsação de 
alta frequência irá estimular a produção de LH e pulsátil de baixa frequência irá estimular 
a produção de FSH pela hipófise anterior🡪 dando início a vida reprodutora feminina e 
elevação dos hormônios ovarianos. 
Alguns conceitos básicos da vida reprodutora feminina: 
• Puberdade: período de alterações funcionais que determinam o 
estabelecimento dos caracteres sexuais secundários e o inicio da vida 
reprodutora da mulher. Depende das gonadotrofinas. 
• Menarca: primeira menstruação 
• Menacme: todo período fértil da mulher 
• Menopausa: evento que marca a última menstruação (último fluxo menstrual 
seguido de um período de 12 meses sem menstruação) 
• Climatério: transição entre o período reprodutivo e não reprodutivo- período 
que antecede a menopausa (anos) e um ano após a mesma. 
OBS: O hormônio antimülleriano ou hormona anti-Mülleriana, também conhecido 
como AMH, é uma glicoproteína que, em humanos, é codificada pelo gene AMH. Ela 
inibe o desenvolvimento dos ductos de Müller no embrião masculino. Esse hormônio é 
produzido pela célula Sertoli. Esse hormônio é responsável pela diferenciação na 
formação do indivíduo, visto que nas mulheres, os ductos de Müller originam as 
trompas uterinas, o útero e a parte superior da vagina e nos homens, as estruturas que 
dão origem aos órgãos sexuais masculinos como o epidídimo, o ducto deferente e as 
vesículas seminais são os ductos de Wolff, que nas mulheres permanecem na forma 
vestigial. Na bibliografia de Silverton, diz que o hormônio antimülleriano na mulher, é 
produzida pela célula da teca e tem como objetivo, inibir o recrutamento de muitos 
folículos ovarianos ao mesmo tempo. Em outras, palavras, o Hormônio anti-Mülleriano 
(HAM) e foliculogênese. O HAM é secretado pelos folículos em crescimento e sua 
secreção aumenta ao longo do desenvolvimento folicular. Os níveis mais altos são 
secretados pelos folículos pré-antrais e antrais pequenos. O HAM inibe o recrutamento 
inicial dos folículos primários a partir do pool de folículos primordiais e reduz a 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
sensibilidade dos folículos antrais ao hormônio folículos-estimulantes (FSH) durante o 
recrutamento. 
Lembrando que o homem possui esse hormônio apenas no período embrionário. 
Fecundação 
Existem 4 fases para a fertilização: 1-penetração da coroa radiada; 2- penetração na 
zona pelúcida; 3-fusão das membranas plasmáticas; 4- formação e fusão dos pro-
núcleos. 
Na fecundação, é importante o espermatozoide penetrar a coroa radiada (formado por 
células foliculares). O acrossomo do espermatozoide libera uma enzima denominada 
hialuronidase, responsável por despolimeriza reversivelmente o ácido hialurônico 
presente entre as células foliculares, além do movimento flagelar. Além da coroa 
radiada, é necessário penetrar a zona pelúcida (formada por glicoproteína). A passagem 
ocorre por reação acrossómica, pela interação de receptor ZP3 com a proteína ZP3. O 
receptor está no espermatozoide e o ZP3 está na zona pelúcida. Essa interação permite 
a liberação de enzimas para digerir a zona pelúcida. Essas enzimas liberadas, são as 
acrosina, neuramidase e esterase. É necessário impedir a entrada de outro 
espermatozoide, e esse impedindo é denominado pela reação de zona ou cortical. 
Ocorre que grânulos da região cortical do ovócito, acabam se funcionando com a 
membrana do ovócito, liberando substâncias que conseguem impedir a entrada de 
outro espermatozoide nesse ovócito, modificando o ZP3, causando enrijecimento da 
zona pelúcida, devido a entrada de cálcio no meio intracelular. Posteriormente, se tem 
a fusão das membranas, do ovócito secundário estagnado em metáfase II e do 
espermatozoide, terminando a meiose II, formando o óvulo. E posteriormente a 
formação do óvulo, se tem a fusão dos pro-núcleos, denominado de cariocamia, 
resultando na formação do zigoto. 
2- Caracterizar êmese e hiperêmese gravídica 
. Introdução: O conceito de vômitos durante a gestação é caracterizado como a expulsão 
do conteúdo gástrico pela boca, causada por contração forte e sustentada da 
musculatura da parede torácica e abdominal. A náusea é definida como sendo a 
sensação desagradável da necessidade de vomitar, habitualmente acompanhada de 
sintomas autonômicos como sudorese fria, sialorreia, hipotonia gástrica e refluxo do 
conteúdo intestinal para o estômago. Porém, quando se demonstra de forma muito 
intensa, associada a perda ponderal (5%); cetonuria; desidratação; desequilíbrio 
hidroeletrolítico; distúrbios nutricionais e não apresenta outra patologia, poderá ser 
diagnostica como hiperêmese gravídica. 
Esses sintomas têm início entre 5 e 6 semanas de gestação, com picos em torno de 9 
semanas e usualmente declinam por volta de 16 a 18 semanas. No entanto, em 15 a 
20% das gestantes os sintomas podem persistir até o terceiro trimestre e em 5% até o 
parto. 
A prevalência de náuseas e de vômitos na gestação é calculada em torno de 85%, sendo 
que em 25% dos casos observa-se exclusivamente o quadro de náusea matinal (morning 
sickness), e, no restante das gestantes, diversos graus de êmese associado à náusea. O 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
período de incidência entre 5 e 9 semanas ocorre em mais de 90% das gestações, 
reduzindo progressivamente e tornando-se ocasional além de 20 semanas. 
. Quadro clínico: O quadro clínico é caracterizado por vômitos incoercíveis que podem 
levar a alterações do equilíbrio acidobásico e hidroeletrolítico, desidratação e perda de 
peso. Em alguns casos, ocorrem alterações hepáticas, renais, cerebrais e hemorragia 
retiniana. Caso esses distúrbios não sejam corrigidos, a paciente pode evoluir para 
desnutrição e deficiência de vitaminas. 
Em fases mais avançadas, sintomas de psicose tornam-se presentes, aparecendo 
alucinações e síndrome de Korsakoff, uma doença crônica neuropsiquiátrica 
caracterizada por alterações do comportamento associadas a perda de memória 
(amnésia retrógrada) e do aprendizado (amnésia anterógrada). A síndrome de Wernicke 
caracterizada pela tríade confusão mental, alterações oculares e ataxia, pode se instalar 
em quadros graves de hiperêmese. Se não for instituída a terapêutica adequada, o 
quadro pode evoluir para coma e óbito. 
. Fatores de risco:Fatores que facilitam para a ocorrência de hiperêmese gravídica são, 
gestação múltipla; doença trofoblástica gestacional; antecedentes de hiperêmese; 
adolescentes (jovens); nulíparas; distúrbios psiquiátricos; gravidas de fetos com 
trissomia do cromossomo 21 ou triploidia. 
. Fisiopatologia: A sintomatologia é multifatorial, entretanto, sua etiologia ainda é 
incerta. A hipótese de que fatores endócrinos seriam a causa primaria da hiperêmese 
gravídica é frequentemente citada. Além destes, ainda teriam fatores imunológicos e 
fatores psicossomáticos. 
Como ela é mais prevalente nas primeiras semanas de gravidez, período no qual a 
placenta e o corpo lúteo produzem hormônios como a progesterona e a gonadotrofina 
coriônica humana (hCC), estes são normalmente associados à sua gênese. 
1) Gonadotrofina Coriônica Humana (hCG) 
A fisiopatologia por meio da qual a hCG (produzida pelo trofoblasto placentário) 
causaria a hiperêmese ainda é desconhecida. Segundo um mecanismo proposto, esse 
hormônio promoveria a estimulação da secreção das glândulas do sistema digestório 
superior ou ainda a estimulação da função tireoidiana, por possuir estrutura molecular 
semelhante à do hormônio estimulante da tireoide (TSH). Assim, nota-se que pacientes 
com hiperêmese gravídica, também apresentam um hipertireoidismo transitório 
Considerar que a gonodotrofina coriônica (GC) seja a responsável etiológica pelo 
aparecimento da hiperêmese gravídica, tem sua base lógica na relação temporal entre 
a concentração máxima de produção da GC e o pico de ocorrência das êmeses, os quais 
ocorrem em média entre a 9ª a 12ª semana. 
2) Progesterona e Estrogênio (estradiol) 
Como a atividade hormonal do corpo lúteo está aumentada no primeiro trimestre da 
gestação, quando a hiperêmese é mais comum, diversos pesquisadores procuraram 
uma associação entre esse quadro e os níveis de progesterona. 
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A progesterona e o estrogênio reduzem o tônus da musculatura lisa e a atividade 
peristáltica de todo o trato gastrointestinal. A distensão intestinal, que ocorre em 
resposta a estas adaptações funcionais do organismo materno à gravidez, ativa alguns 
mecanismos biomoleculares que são envolvidos na geração dos estímulos eméticos. O 
aumento da concentração de estrogênios e da progesterona reúne atributos para ser 
elencado como um dos fatores que se relacionam à gênese das êmeses, mas que, 
isoladamente, não consegue explicar todos os casos desta doença. 
Em gestantes com níveis iatrogenicamente elevados de progesterona, não há um 
aumento da incidência da doença, o que sugere que os níveis de progesterona 
(endógenos e exógenos) por si só não causam a hiperêmese. 
3) Hormônio Estimulante da Tireoide (TSH) 
A glândula tireoide é fisiologicamente estimulada no início da gestação. Em alguns casos, 
os níveis dos hormônios tireoidianos desviam de sua normalidade, provocando um 
estado conhecido como hipertireoidismo gestacional transitório, que se apresenta em 
aproximadamente 60% das pacientes com hiperêmese gravídica. 
Vários mecanismos podem envolver a estimulação da função tireoidiana durante a 
gestação. Em decorrência da influência dos estrógenos, a produção de globulinas 
transportadoras de T4 está aumentada e o metabolismo desse hormônio diminuído 
causando uma diminuição transitória dos níveis séricos de T4 livre. Do ponto de vista 
renal, o alto clearance de iodo provoca a estimulação da tireoide para compensar a 
relativa deficiência de iodo. Por fim, em virtude da semelhança estrutural com o TSH, a 
elevação dos níveis séricos de hCG pode causar uma estimulação excessiva da glândula 
tireoide. 
4) Infecção por Helicobacter pilory 
Um aumento da incidência de infecção por Helicobacter pylori é observado nas 
pacientes com hiperêmese. Porém, está relacionado a exacerbação dos sintomas, mas 
não representa causa isolada. 
A relação entre a hiperêmese gravídica e a infecção por H. pylori é ainda sustentada pela 
observação de cinco casos de pacientes com a doença que não respondiam ao 
tratamento convencional, mas tiveram completo alívio dos sintomas com a terapia 
usada para o tratamento dessa infecção. 
Essa associação pode ser uma possível explicação para a variação observada na 
incidência de hiperêmese em diferentes grupos étnicos, contudo, essa hipótese é 
suscetível a fatores de confusão como o baixo nível socioeconômico implicado em 
ambas. 
Causas Psicológicas 
Historicamente, imaginava-se que os vômitos das gestantes eram o reflexo de vários 
conflitos psicológicos. As náuseas seriam o resultado do ressentimento contra a 
gestação ou a ambivalência da mulher despreparada para a maternidade em 
decorrência da imaturidade da personalidade, de uma forte dependência materna e da 
ansiedade e da tensão relacionadas à gravidez. 
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A hiperêmese pode ser descrita como uma conversão de sintomas ou um sintoma de 
histeria, neurose ou de pressão e poderia ser o resultado de estresse psicológico, 
pobreza e conflitos conjugais. 
. Complicações da hiperêmese gravídica 
A não procura por ajuda e a demora no tratamento, pode causar complicações, tanto 
para a gestante, quanto para o feto. Essas complicações maternas, podem ser de 
neuropatia periférica (deficiência de vitamina B6 e B12); deslocamento de retina; 
encefalopatia de Wernicke. Além desses, a paciente pode vir a apresentar uma falência 
renal secundária hipovolemia e falência hepática. Também poderá apresentar 
Síndrome Mallory Weiss; ruptura esofageana; pneumomediastino. 
As complicações fetais seriam o baixo peso ao nascer; prematuridade; pequeno para 
idade gestacional. 
. Diagnóstico 
O diagnóstico da hiperêmese gravídica é clínico, porém sem critério uniforme e 
geralmente de exclusão. 
Não existe nenhum exame laboratorial específico para hiperêmese. Muitos deles, no 
entanto, são úteis para o diagnóstico diferencial e servem para avaliar a gravidade do 
caso e estabelecer o prognóstico. Dentre os exames complementares. devem ser 
destacados hemograma; urina tipo I; sódio, potássio, sorologias para não vacinadas, 
ureia e creatinina plasmáticos; glicemia; amilase ou lipase; TSH e T4 livre; gasometria 
arterial; enzimas hepáticas e bilirrubinas; ultrassonografia abdominal; e, eventualmente 
esofagogastroduodenoscopia. 
. Tratamento 
• Internação hospitalar obrigatória. 
• Jejum por 24-48 horas. 
A HG apresenta uma evolução nítida de comprometimento materno, como se segue: 
• Fase de desidratação: Náusea e ptialismo intensos, vômitos fortes levando a um 
quadro de desidratação. A paciente apresenta-se com diminuição do turgor e da 
elasticidade da pele, olhos encovados, mucosas secas e pegajosas, língua áspera, 
taquicardia, hipotensão e hipotermia. Distúrbios hidroeletrolíticos podem estar 
presentes (dosagem de sódio alta, cloro e potássio um pouco diminuídos). O 
hematócrito encontra-se um pouco aumentado. 
• Fase metabólica: Ao quadro clínico anterior, somam-se distúrbios nutricionais (perda 
de peso maior que 5%); alterações da função hepática com elevação de enzimas e 
bilirrubinas (icterícia discreta); cetoacidose e cetonúria 2 ou 3 +; hipoalbuminemia; 
hiponatremia; e hipopotassemia. Hipoglicemia já ocorre nessa fase. Pode ocorrer 
hipotermia e torpor. 
• Fase neurológica: Os achados anteriores somados a um quadro de comprometimento 
oftálmico com lesões retinianas e alterações neurológicas iniciais com hiporreflexia e 
dor à palpação das panturrilhas e coxas. Esse quadro é muito importante, pois antecede 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
o acometimento encefálico, que é irreversível, em uma semana. Esse intervalo é 
chamado de “Interstício crítico de Briquet” e a interrupção da gravidez deve ser feita 
imediatamente. 
• Fase da psicose de Wernicke-Korsakoff: Trata-se de uma encefalopatia amoniacal, 
caracterizada por instabilidade hemodinâmica de difícil controle, alucinações e coma. 
Este quadro é irreversível na maioria das vezes. 
• O tratamento da HG deve sermultidisciplinar e em ambiente hospitalar. Uma 
abordagem aconselhável é a que apresentamos a seguir: 
Cuidados Gerais: 
-Internação: Torna-se necessária tanto para o tratamento como para retirar a paciente 
do ambiente de estresse. 
• Controle de peso e de diurese diário; 
• Correção de distúrbios hidroeletrolíticos; 
• Evitar suplementação de derivados de Ferro, pois aumentam os sintomas; 
• Apoio psicológico, em especial da família, e, se necessário, recorrer à psicoterapia. 
Alimentação: 
• Jejum por 24 a 48 horas ou até a estabilização do quadro, retornando 
progressivamente à dieta líquida e, em seguida, alimentos sólidos. 
• Alimentação parenteral pode ser necessária em casos mais graves e resistentes ao 
tratamento. Deverá ser mantida enquanto persistirem os sintomas. 
• Hidratação venosa e reposição iônica: a hidratação parenteral deve ser iniciada de 
imediato, logo em seguida à obtenção de acesso venoso. Após avaliar o grau de 
desidratação e desnutrição, as perdas eméticas e o volume urinário, deve-se então 
programar a reposição subsequente. A reposição é feita com solução isotônica: Ringer 
lactato ou Solução Salina. O ideal é a reposição de 2.000 a 4.000 ml em 24 horas, não 
devendo exceder 6.000 ml/24 horas. A reposição endovenosa de tiamina, 100 mg em 
100 ml de solução salina, administrada em 30 minutos, pode prevenir essa grave 
complicação. Nos casos de hidratação venosa prolongada, repor as vitaminas B6, C, K e 
a Tiamina. A reposição de Potássio está indicada nos casos de hipopotassemia, isto é, 
valores abaixo de 3,5 mEq/l, o que raramente é necessário. 
Medicamentos: Recomenda-se a dose de 8,0 mg de ondansetrona por via venosa a cada 
6 horas. O antiemético de segunda escolha neste quadro será a metoclopramida na dose 
de 10 mg venoso a cada 6 horas. Em situações emergenciais com baixa resposta às 
medidas até aqui sugeridas, recorre-se aos corticosteroides 
Os vômitos que persistem após o líquido inicial e a reposição eletrolítica são tratados 
com a administração de antiemético, de acordo com a necessidade; os antieméticos 
incluem: 
• Vitamina B6 10 a 25 mg por via oral, a cada 8 horas ou a cada 6 h 
Daniel V. Rordrigues-M33 
 
• Doxilaminna, 12,5 mg VO a cada 6 ou 8 horas (pode ser tomada em acréscimo à 
vitamina B6) 
• Prometazina 12,5 a 25 mg por via oral, IM ou retal, a cada 4 a 8 horas 
• Metoclopramida 5 a 10 mg IV ou por via oral, a cada 8 horas 
• Ondansetrona 8 mg VO ou IM a cada 12 horas 
• Proclorperazina 5 a 10 mg por via oral ou IM a cada 3 a 4 horas 
Referências 
GINECOLOGIA, volume 1: ciclo menstrual, anticoncepção, amenorréia, síndrome dos ovários 
policísticos. [São Paulo]: Medyin, 2019. (Medgrupo - Ciclo 1 : Medcurso 2019). 
FEBRASGO, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Manual de 
assistência pré-natal / Sérgio Peixoto. 2a. ed. – São Paulo, 2014.

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