Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 APG 23 S13P2: APG 23:Crônicas da vida diária: cheiro que dói Professor, ao sair da faculdade passando nas ruas próximas à instituição de ensino, passa ao lado do churrasquinho do João. Sentiu o cheiro, salivou, a barriga roncou e o estômago doeu. 1. Entender a morfofisiologia macroscópica e microscópica do estômago. 2. Estudar a fisiologia do estômago (movimentos peristálticos). O estômago é responsável pela digestão parcial dos alimentos e secreção de enzimas e hormônios. Trata-se de um segmento dilatado do trato digestivo, cuja função principal é transformar o bolo alimentar em uma massa viscosa (quimo) por meio da atividade muscular e química. A digestão química se deve a: continuação da digestão de carboidratos iniciada na boca; adição de um fluido ácido (HCl) ao alimento ingerido; digestão parcial de proteínas (ação da pepsina); digestão parcial de triglicerídios (lipases gástrica e lingual). O estômago também produz o fator intrínseco e hormônios. No estômago são identificadas quatro regiões: cárdia, fundo, corpo e piloro (ou antro). As regiões do fundo e corpo apresentam estrutura microscópica idêntica e, portanto, apenas três regiões são consideradas histologicamente. As camadas mucosa e submucosa do estômago não distendido repousam sobre dobras direcionadas longitudinalmente. Quando o estômago está distendido pela ingestão de alimentos, essas dobras se achatam. ANATOMIA DO ESTOMÂGO O estômago possui quatro regiões principais, cárdia, fundo gástrico, corpo e parte pilórica. ▪ Cárdia: a parte que circunda o óstio cárdico, a abertura superior do estômago. ▪ Fundo gástrico: a parte superior dilatada que está relacionada com a cúpula esquerda do diafragma, limitada inferiormente pelo plano horizontal do óstio cárdico. A incisura cárdica está situada entre o esôfago e o fundo gástrico. ▪ Corpo gástrico: a parte principal do estômago, entre o fundo gástrico e o antro pilórico ▪ Parte pilórica: a região afunilada de saída do estômago; sua parte mais larga, o antro pilórico, leva ao canal pilórico, sua parte mais estreita. O piloro é a região esfincteriana distal da parte pilórica. É um espessamento 2 acentuado da camada circular de músculo liso que controla a saída do conteúdo gástrico através do óstio pilórico (abertura inferior do estômago) para o duodeno. O estômago também tem duas curvaturas: ▪ Curvatura menor: forma a margem direita côncava mais curta do estômago. A incisura angular, parte inferior da curvatura, indica a junção do corpo gástrico com a parte pilórica do estômago ▪ Curvatura maior: forma a margem convexa mais longa do estômago INTERIOR DO ESTOMÂGO ▪ Coberto por uma camada de muco contínua que protege sua superfície contra o ácido gástrico secretado pelas glândulas gástricas. ▪ Quando contraída, a mucosa gástrica forma estrias longitudinais denominadas pregas gástricas. ▪ Durante a deglutição, forma-se um sulco ou um canal gástrico temporário entre as pregas longitudinais ao longo da curvatura menor. ▪ O canal gástrico se deve à firme fixação da túnica mucosa gástrica à túnica muscular, que não tem uma lâmina oblíqua nesse local. A saliva e pequenas quantidades de alimento mastigado e outros líquidos drenam ao longo do canal gástrico para o canal pilórico quando o estômago está quase vazio. As pregas gástricas diminuem e desaparecem quando o estômago está distendido. HISTOLOGIA A superfície da mucosa é composta por uma camada de células epiteliais simples colunares não ciliadas chamadas células mucosas superficiais. A mucosa contém lâmina própria (tecido conjuntivo frouxo) e a muscular da mucosa (músculo liso). Pregas invaginadas de células epiteliais estendem-se até a lâmina própria, onde formam colunas de células secretoras denominadas glândulas gástricas. Várias glândulas gástricas abrem- se na base de canais estreitos denominados fovéolas gástricas. As secreções de várias glândulas gástricas fluem para o interior de cada fovéola gástrica e, depois, para o lume do estomago. As glândulas gástricas contêm três tipos de células glandulares exócrinas que secretam seus produtos no lume do estômago: células mucosas do colo, células principais e células parietais. Tanto as células 3 mucosas superficiais quanto as células mucosas do colo secretam muco. As células parietais produzem fator intrínseco (necessário para absorção de vitamina B) e ácido clorídrico. As células principais (zimogênicas) secretam pepsinogênio e lipase gástrica. As secreções das células mucosa, parietais e principais foram o suco gástrico, cujo volume varia de 2000 a 3000 ml por dia. Além disso, as glândulas gástricas incluem um tipo de célula enteroendócrina, a célula G, que está localizada principalmente no antro pilórico e secreta o hormônio gastrina para a corrente sanguínea. A gastrina estimula o crescimento das glândulas gástricas e a secreção de grandes quantidades de suco gástrico. Também fortalece a contração do esfíncter esofágico inferior, aumenta a motilidade do estômago e relaxa os esfíncteres pilórico e ileocecal. A mucosa gástrica é formada por epitélio glandular, cuja unidade secretora é tubular e ramificada e desemboca na superfície, em uma área denominada fosseta gástrica. Em cada região do estômago, as glândulas apresentam morfologia característica. Todo o epitélio gástrico está em contato com o tecido conjuntivo frouxo (lâmina própria), que contém células musculares lisas e células linfoides. Separando a mucosa da submucosa adjacente existe uma camada de músculo liso, a muscular da mucosa. Quando a superfície luminal do estômago é observada ao microscópio em pequeno aumento, numerosas invaginações do epitélio de revestimento são vistas; são as aberturas das fossetas gástricas. O epitélio que recobre a superfície do estômago e reveste as fossetas é colunar simples, e todas as células secretam muco alcalino, composto por água (95%), glicoproteínas e lipídios. O bicarbonato, também secretado por essas células, formam um gradiente de Ph que varia de 1 (porção luminal) a 7 (superfície celular). A parte do muco que está firmemente aderida ao glicocálice das células epiteliais é muito efetiva na proteção, enquanto a parte menos aderida (luminal) é mais solúvel, sendo parcialmente digerida pela pepsina e misturada com o conteúdo luminal. Assim, o muco forma uma espessa camada que protege as células da acidez do estômago. As junções de oclusão entre as células superficiais e da fosseta também participam da barreira de proteção na mucosa gástrica. Finalmente, a rede de vasos na lâmina própria e na submucosa possibilita a nutrição e a remoção de metabólitos tóxicos das células mucosas superficiais, e dessa maneira funciona como mais um fator de proteção. Assim como o ácido hidroclorídrico (HCl), a pepsina e as lipases (lingual e gástrica) também devem ser consideradas como fatores endógenos de agressão à mucosa de revestimento do estômago. SUBMUCOSA -> é composta por tecido conjuntivo frouxo, assim como todo o trato GI. A muscular tem 3 camadas de músculo isso (em vez de duas observadas na porção inferior do esôfago e nos intestinos delgado e grosso); uma camada longitudinal externa, uma camada oblíqua é limitada principalmente ao corpo gástrico. Essa disposição do músculo torna mais efetivas as agitações e a mistura do alimento no estomago. A serosa é composta por epitélio simples pavimentoso (mesotélio), também denominado peritônio visceral, e tecido conjuntivo frouxo subjacente. Na curvatura4 menor, o mesotélio do estômago curva-se para trás e estende-se superiormente até o fígado, como omento menor. Na curvatura maior, o mesotélio do estômago forma uma grande prega inferior, o omento maior, que pende sobre o intestino, dobra-se sobre si mesmo e fixa-se ao colo transverso. FISIOLOGIA O estômago armazena o bolo alimentar Quando o bolo alimentar chega, o estômago relaxa e se expande para receber maior volume. Esse reflexo mediado neuralmente é chamado relaxamento receptivo. A metade superior do estômago permanece relativamente em repouso, retendo o bolo alimentar até que esteja pronto para ser digerido. A função de armazenamento do estômago é talvez o aspecto menos óbvio da digestão. Porém, quando ingerimos, mas do que necessitamos do ponto de vista nutricional, o estômago precisa regular a velocidade na qual o quimo entra no intestino delgado. Sem tal regulação, o intestino não seria capaz de digerir e absorver a carga de quimo que chega, e quantidades significativas de quimo não absorvido passariam para o intestino grosso. O epitélio do intestino grosso não está projetado para absorção de nutrientes em larga escala, assim, a maior parte do quimo será eliminado nas fezes, resultado em diarreia. ➢ Além de células secretoras de muco que revestem toda a superfície do estômago, a mucosa gástrica tem dois tipos importantes de glândulas tubulares: glândulas oxínticas (glândulas gástricas) e glândulas pilóricas. ➢ As glândulas oxínticas (formadoras de ácido) secretam ácido clorídrico, pepsinogênio, fator intrínseco e muc ➢ As glândulas pilóricas secretam, principalmente, muco para proteger a mucosa pilórica do ácido gástrico. Também secretam o hormônio gastrina. Glândula Gástrica é composta por três tipos de células: (1) células mucosas do cólon, que secretam, basicamente, muco, (2) células pépticas (ou principais), que secretam grandes quantidades de pepsinogênio, e (3) células parietais (ou oxínticas), que secretam ácido clorídrico e o fator intrínseco. FUNÇÕES MOTORAS DO ESTOMÂGO - As funções motoras do estômago estão associadas a: (1) armazenamento de grande quantidade de alimento, até que ele possa ser processado no estômago, no duodeno e nas demais partes do intestino delgado; (2) misturar esse alimento com secreções gástricas, até formar mistura semilíquida denominado quimo; e (3) esvaziar, lentamente, o quimo do estômago para o intestino delgado, vazão compatível com a digestão e a absorção adequadas pelo intestino - Enquanto o alimento estiver no estômago, ondas constritivas peristálticas fracas, denominadas ondas de mistura, se iniciam. - Essas ondas são desencadeadas pelo ritmo elétrico básico da parede, consistindo em “ondas elétricas lentas” que ocorrem, espontaneamente, na parede gástrica. À medida que as ondas constritivas progridem 5 do corpo para o antro, ganham intensidade, algumas ficando extremamente intensas, gerando potente potencial de ação peristáltica, formando anéis constritivos que forçam o conteúdo antral, sob pressão cada vez maior, na direção do piloro. - Além das contrações peristálticas que ocorrem quando o alimento está no estômago, outro tipo de contração intensa, denominada contração de fome, em geral, ocorre quando o estômago fica vazio por várias horas. São contrações peristálticas rítmicas no corpo do estômago. Quando ocorrem contrações da fome no estômago, a pessoa, por vezes, sente branda dor epigástrica, denominada pontadas de fome. FUNÇÕES DO ESTÔMAGO Alguns minutos após o alimento entrar no estômago, movimentos peristálticos ondulatórios e suaves, chamados de ondas de mistura, passam pelo estomago a cada 15 a 25 segundos. Essas ondas agitam e decompõe fisicamente o alimento, misturam- no com secreções das glândulas gástricas e reduzem-no a um caldo chamado quimo. Observam-se poucas ondas de mistura no fundo, que tem a função básica de armazenamento. À medida que a digestão prossegue, ondas de mistura mais vigorosas surgem no corpo gástrico e intensificam-se próximas ao piloro. Normalmente, o músculo esfíncter do piloro permanece quase (mas não totalmente) fechado. À medida que o alimento chega ao piloro, cada onda de mistura força a entrada de vários mililitros de quimo no duodeno, através do músculo esfíncter do piloro. A maior parte do quimo é levada de volta para o corpo gástrico, onde a mistura continua. A próxima onda empurra o quimo mais uma vez para diante a força a entrada de um pouco mais no duodeno. A digestão enzimática das proteínas começa no estomago. No adulto, a responsável é a enzima pepsina, secretada por células principais na forma inativa denominada pepsinogênio. A pepsina decompõe algumas ligações peptídicas entre os aminoácidos que constituem as proteínas. Assim, uma cadeia proteica de muitos aminoácidos é quebrada em fragmentos menores denominadas peptídeos. A pepsina também provoca a agregação e a digestão das proteínas do leite. Outra enzima do estomago é a lipase gástrica, que separa os triglicerídeos da cadeia curta das moléculas de gordura (como as encontradas no leite) em ácidos graxos e monoglicerídios (uma molécula de glicerídeo ligada a uma molécula de ácido graxo). Essa enzima tem papel limitado no estômago de adultos. Para digerir as gorduras e os óleos, os adultos contam quase que exclusivamente secretada por glândulas salivares na boca, e a lipase pancreática, enzima secretada pelo pâncreas no intestino delgado. Duas a quatro horas depois de uma refeição, o estomago já esvaziou seu conteúdo no duodeno. Alimentos ricos em carboidratos são os que passam menos tempo no estomago, os alimentos ricos em proteínas permanecem um pouco mais, e o esvaziamento é mais leto depois de uma refeição rica em gorduras, com grandes quantidades de triglicerídeos. A parede gástrica é impermeável à passagem da maior parte das substâncias para o sangue, a maioria das substâncias só é absorvida no intestino delgado. No entanto, no estomago há absorção de água, eletrólitos, determinados fármacos e etanol.
Compartilhar