Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CORRENTES MONOFÁSICAS Danielle Segura – Fisio UNEB 2019.1 A corrente monofásica é aquela que oscila em apenas uma fase, mantendo um mesmo sentido de um polo para o outro. - Ânodo polo positivo vem os ânions com carga negativa. - Cátodo polo negativo vem os cátions com carga positiva. Os principais fenômenos dessa corrente são: - Eletrólise: quebra das moléculas por conta da corrente elétrica; - Eletroforese: movimentação dos íons. As células, tecidos e líquidos nos seres animais contêm uma série de substâncias e elementos químicos em forma de íons, de moléculas e partículas em suspensão com carga elétrica. Esta composição de soluções e dispersões está separada por membranas seletivamente permeáveis que geram gradientes ou desequilíbrios entre as proporções das distintas soluções próximas entre si – pressão osmótica, ddp, nível de polarização, etc. É sabido que numa solução, os íons se dispersam pelo meio e se associam com outros próximos, devido as cargas elétricas existentes entre eles (atraindo-se, rejeitando-se, orientando-se). ELETROFORESE As substâncias como sais, ácidos e bases, podem ser dissociadas quimicamente quando submetidas a uma corrente de fluxo constante, sem mudança de polaridade e superior às forças iônicas e moleculares. Principal efeito da corrente galvânica ELETRÓLISE OU SEPARAÇÃO DE ÍONS O uso dessa corrente de maneira inadequada seja por aplicar uma intensidade muito alta ou deixar agindo por tempo prolongado pode provocar a queimadura química. Essa queimadura ocorre principalmente nas correntes monofásicas contínuas (galvânica), pois desencadeiam um fluxo eletroiônico tecidual como resultado do movimento constante da corrente elétrica. Portanto, o seu uso deve se dar em intensidade baixa para não ocasionar um desequilíbrio eletroquímico ligado a uma lesão tecidual química. Temos 3 tipos de correntes monofásicas: 1. Corrente Galvânica 2. Corrente farádica 3. Correntes Diadinâmicas de Bernard. Utilidades - Causa contração muscular, podendo ser usado em eletrodiagnóstico; - Usado para recuperação de edemas, pois ela movimenta líquidos; - Estética, pois as correntes monofásicas têm cargas elétricas, e a carga elétrica impacta no nosso corpo, pois mexe no pH -> causa lesão tecidual, gerando depois uma recuperação, usado em tratamentos de estrias, por exemplo. - Estimulaçao elétrica transcraniana por corrente direta: um exemplo é o tratamento em pacientes com AVC. No AVC um vaso teve obstrução ou ruptura, então vai vazar sangue e o hemisfério fica comprometido, uma forma de tratar esse indivíduo, é através da aplicação de corrente monofásica em cada hemisfério. O indivíduo por conta do AVC vai utilizar em dobro o hemisfério que não foi lesionado, portanto coloca o eletrodo negativo no hemisfério lesionado, puxando o fluxo de corrente para ele e favorecendo as sinapses, enquanto que o hemisfério sadio seria colocado eletrodo positivo. GALVANOTERAPIA Definição - É uma corrente de fluxo de elétrons com direção e intensidade contstante e com efeitos polares; - É também conhecida como corrente direta, corrente constante, corrente contínua, corrente voltaica, corrente unidirecional, devido essas características ela é a corrente utilizada na iontoforese. Representação gráfica - Não tem intervalo. Fase A (fase de fechamento): a intensidade vai aumentando até chegar no platô, enquanto isso é importante que o fisioterapeuta converse com o paciente pedindo para que ele avise quando surgir algum incomodo. Essa fase é conhecida como de fechamento, pois é quando os dois eletrodos foram colocados sobre a pele do paciente, portanto o circuito estará fechado e os elétrons começarão a se mover pela região de aplicação. Fase B (fase de tratamento): é quando a intensidade se mantém constante. Fase C (fase de abertura): a intensidade começa a diminuir, é o momento em que se abre o circuito e o aparelho é desligado. Efeitos Biofísicos do Galvanismo O fluxo de corrente elétrica através de um meio biológico condutor origina três efeitos básicos: - Eletrotermal; - Eletroquímico; - Eletrofísico. Efeitos da corrente galvânica Sobre os nervos sensitivos:. formigamento; Físico-Térmico: ligeiro aquecimento; Físico-Tônico: dissociação eletrolítica; Efeitos fisiológicos: hiperemia ativa . efeitos polares: polo positivo gera a produção de ácido pela liberação de O2; e o polo negativo gera uma reação alcalina pela atração do sódio e outro cátions. Efeito analgésico: aumentar o limiar de excitabilidade das fibras nervosas sensitivas; - Ação vasomotora e trófica: resultado da ativação da circulação e do movimento iônico intracelular; - Ação sobre o sistema nervoso: galvanonarcose; - Hiperemia ativa: maior no polo negativo; - Eletrosmose: polo positivo para o negativo; - Efeito especial: diminuição do limiar de excitabilidade das fibras nervosas motoras. Tempo de aplicação Normalmente 10 a 20 minutos; 10 a 20 sessões; 1 a 2 vezes ao dia ou em dias alternados. Perigos e precauções - Endopróteses e osteossínteses; - Marcapasso; - Gravidez; - Próximos dos processos cancerígenos; - Pele em mal estado ou com feridas; - Alterações na sensibilidade do paciente. FARÁDICA É uma corrente de excitação de baixa frequência, 50 a 100 Hz, com duração de pulso de 0,1 a 1 ms e com intervalo de 20 ms que tem fins terapêuticos e diagnósticos. Corrente farádica: uma variação da corrente farádica consiste em um impulso retangular/ triangular com uma duração de 1 ms e intervalo de 19 ms. Corrente farádica original contínua interrompida. Intervalo: uma intensidade chega no 0 e permanece. Uma corrente elétrica monofásica que tem esse intervalo, favorece/ facilita a contração muscular. Efeitos fisiológicos - Estimula os nervos motores sensitivos; - Ocasiona a contração do músculo, estimulando-o; - Favorece o retorno venoso; - Provoca ação metabólica; - Aumenta o aporte sanguíneo. Efeitos terapêuticos - Aumento do tônus muscular; - Recuperação da capacidade de contração muscular. Indicações - Estimulação de nervos e músculos; - Paresia; - Hipotonia; - Edemas; - Drenagem linfática. Contra-indicações - Áreas cardíacas; - Varizes trombosadas; - Marcapasso; - Alergia a corrente elétrica. DIADINÂMICA DE BERNARD (CDB) São correntes de impulsos de baixa frequência, basicamente duas 50 e 100 Hz aplicadas em distintas modulações ou combinações entre ambas as frequências fundamentais. Segundo sua natureza, pertence ao grupo das correntes galvanofarádicas. - Estas correntes atuam em nervos e músculos através de processos elétricos e químicos; - As CDs duplicam o índice de reabsorção tecidual devido a sua intensa capacidade de hiperemiação; - Suas principais características terapêuticas são a hiperemia e analgesia. Cuidados para a aplicação - Umidificar bem a esponja; - Sobressair esponja 1 cm do contorno dos eletrodos; - Zerar a intensidade na troca da polaridade ou local dos eletrodos; - Fixar bem os eletrodos a pele; - Poucos minutos cada corrente (2 a 3 minutos); - Não ultrapassar um total de 10 a 12 minutos; - Não deve ser doloroso. Recomendações de segunrança - Ligar o aparelho antes de conectar o paciente e desconecta-lo do equipamento antes de desligar; - Cuidar dano térmico a partir de densidades de correntes médias. Efeitos terapêuticos - Alívio da dor por mascaramento e redução e remoção de “irritantes” da área pelo aumento da circulação; - Diminuição da inflamação e edema e melhora da circulação localpor alterações da permeabilidade da membrana; - Efeitos unidirecionais; - Facilitação da cicatrização tecidual por aumento da atividade celular. Pode ser utilizado em casos de edemas: Por exemplo, em caso de edema no pé, o fisioterapeuta pode aplicar carga elétrica negativa no edema (por conta da carga elétrica ser igual), dessa forma vai ocorrer uma repulsão e o líquido do edema vai em direção ao polo positivo que deve ser posicionado na fossa poplítea para guia-lo para os linfonodos. Modulações de frequência - Corrente difásica fixa (DF): corrente de 100 Hz, com impulsos positivos de 10 ms de duração sem intervalo de tempo (repouso) entre eles. A separação entre os pulsos somente se percebe nas cristas das ondas. - Corrente monofásica fixa (MF): pulsos senoidais positivos com 10 ms de duração e 10 ms de repouso, resultando em uma corrente de 50 Hz. - Corrente curto período (CP): mistura das correntes M e DF intercaladas com duração de 1 segundo cada uma. Tem como resultado uma corrente de 50 Hz seguida por outra de 100 Hz. - Corrente longo período (LP): forma de corrente MF mesclada com uma segunda forma de MF, cuja fase está deslocada em uma semi-onda com duração de 10 segundos. Efeito analgésico persistente – vibração no período monofásico e formigamento no difásico. - Corrente ritmo sincopado (RS): forma de corrente MF de 50 Hz com fluxo de 1 segundo e intervalo de mesma duração . corrente mais fácil de gerar uma contração muscular por conta do intervalo de 1 segundo, pois as fibras motoras são excitadas mais facilmente em intervalos. - Ultra excitante de Trabert (EU) única que não foi criada por Bernet: pulsos quadrados com duração e pulso de 2 ms, intervalo de 5 ms e frequência de 143 Hz. Nesse tipo de corrente os valores são padrão, só se mexe na intensidade. Obs: Bernet criou essas correntes com o intuito de que aplicássemos mais ou menos 2 minutos de cada uma delas, esse protocolo não é seguido hoje, é utilizado cada um para um tipo de tratamento. MICROCORRENTES Corrente monofásica retangular pulsada: oscila em duas fases em pulsos diferentes, se diferenciando da bifásica que um mesmo pulso oscila em duas fases. Teoria das baterias eletrônicas: homeostasia eletrônica é quando todos os íons do corpo estão em equilíbrio, em uma lesão ocorre a quebra dessa homeostase, na microcorrente, o tempo de 2,5 que cada eletrodo vai ficar em uma carga faz com que os eletrodos modifiquem a polaridade, portanto a cada tempo você consegue recuperar o equilíbrio eletrônico e favorecer a recuperação do tecido.
Compartilhar