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Parasitologia A parasitologia é o campo da ciência que estuda os parasitas e o estudo de suas relações com o hospedeiro. O parasitismo é o nome dado a relação entre duas espécies onde o parasito beneficia-se do hospedeiro, que lhe oferece abrigo (proteção), nutrientes e/ou um meio de reprodução. Dessa forma, é importante que o hospedeiro continue vivo e capaz satisfazer as necessidades do parasito. Tripanossomíase ou doença de Chagas A Doença de Chagas é uma parasitose causada por um agente unicelular, o protozoário Trypanossoma Cruzi. Transmissão da Doença de Chagas A transmissão se dá quando a forma infectante do parasito alcança a circulação sistêmica do indivíduo sadio. Ela pode acontecer das seguintes formas: Vetorial: a transmissão através de vetor é forma a mais comum Transfusão de Sangue: ocorre através da transfusão de sangue contaminado. Tem mais importância em grandes centros onde o controle de qualidade do banco de sangue é precário. Transmissão Congênita ou vertical: transmissão da mãe para o filho. Transmissão Oral: transmissão por alimentos contaminados; importante na região amazônica Transmissão Acidental: ocorre opor acidente, normalmente no trabalho, através de material contaminado. Transplante de Órgãos: transplante de órgão contaminado a um indivíduo são. Leishmaniose Doença causada por protozoários da família Trypanossomatidae e do gênero Leishmania e transmitido ao ser humano pela picada dos insetos do gênero Lutzomyia ou Phlebotomus – os Flebotomíneos. Tricomoníase É uma das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), com uma incidência anual superior a 180 milhões de casos. Existem várias espécies da família Trichomonadidae, sendo a de interesse clínico conhecida como Trichomonas vaginalis. Os representantes possuem de 3 a 6 flagelos. Núcleo celular grande, alongado, possuem metabolismo anaeróbico, pois o oxigênio é nocivo para este microorganismo, vive em pH vaginal entre 4 e 8. T. vaginalis possui 4 flagelos livres que partem da região anterior (canal periflagelar). Um quinto flagelo emerge fora deste canal e fica voltado para tras, preso por uma membrana ondulante. Cada flagelo nasce de um blefaroplasto (sistemas de estruturas fibrilares ligados aos corpusculos basais dos flagelos) e destes mesmos blefaroplastos ou de suas proximidades, partem feixes que percorrem distancias maiores ou menores no interior do citoplasma. São eles: O axóstilo: Forma de fita; justaposição de microtubulos que percorrem toda a extensão do corpo celular e fazem saliencia no polo posterior) A costa: Faixa que percorre o citoplasma nas proximidades do flagelo recorrente, tendo partido do mesmo blefaroplasto que este. O corpo parabasal: conjunto de fibras parabasais Reservatório do protozoário: Cérvice uterina, vagina, uretra e prostata. Principais fatores de risco: Ter vários parceiros sexuais; Não utilizar preservativos durante as relações sexuais. Patologia e sintomatologia: Leucorréia (corrimento vaginal abundante, de odor desagradável, amarelo-esverdeado claro, quase esbranquiçado e sem sangue), Lesões vaginais e na vulva, prurido, secreção matutina no homem. Corrimento vaginal de odor desagradável, coceira genital e dor ao urinar nas mulheres. Os homens não costumam apresentar sintomas. Pode ser assintomática ou produzir uretrite, vaginite ou, ocasionalmente, cistite, epididimite ou prostatite. Diagnóstico clínico: Utiliza-se o exame direto (a fresco) do conteúdo vaginal ao microscópio, de fácil interpretação e realização. Colhe-se uma gota do corrimento, coloca-se sobre a lâmina com uma gota de solução fisiológica e observa-se ao microscópio, buscando o parasita flagelado movimentando-se ativamente entre as células epiteliais e os leucócitos. Semeadura em meio de cultura Kupferberg ou Diamond. Tratamento e Profilaxia: Noções de higiene, utilização de preservativos, diagnóstico precoce, utilização de Nitroimidazólicos (Metronidazol, Ornidazol, Timidazol, Nimorazol). Deve-se evitar a ingestão de álcool, suspender as relações sexuais e manter o tratamento se a paciente menstruar. Contra-indicados durante a gravidez. Giardíase Causada pelo protozoário flagelado Giardia lamblia. Transmissão pela ingestão de água e alimentos contaminados com os cistos da Giardia. Duas formas: cisto e trofozoíto. flagelos Núcleo com cariossoma central Disco ventral Corpos medianos TROFOZOÍTA CISTO 20µm 10µm núcleo axonema CICLO VITAL 6 a 15 dias Int.grosso Int.delgado Patologia e sintomatologia Provoca diarreia e má absorção intestinal. Adere-se às microvilosidades do intestino delgado e impede a absorção de nutrientes. Possui proteases que poderiam agir sobre glicoproteínas de superfície e lesar as microvilosidades. Desencadeia resposta inflamatória e imune com produção de imunoglobulinas. A maioria das infecções é assintomática e autolimitada podendo haver eliminação de cistos ou trofozoítos nas fezes por longos períodos. Diarréia, iritabilidade, náuseas, vômitos – são sintomas comuns em crianças pequenas. Quadros crônicos estão associados a desnutrição e vice-versa – má absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K) além de outras substâncias. Tratamento e prevenção: Tratamento com derivados imidazólicos (metronidazol, ornidazol, tinidazol e nimorazol) A prevenção (profilaxia) é o saneamento básico e medidas educativas. Amebíase Subphilum Sarcodina Ordem Amoebida Família Endamoebidae Gênero Entamoeba Espécies parasitas homem E. histolytica E. coli E. dispar E. hartmanni E. gengivalis Intestino - Cavidade bucal patogênica Parasitas Vida livre Comensais Vida livre eventualmente parasitas Protozoários com inúmeros habitats: Entamoeba histolytica Acanthamoeba, Naegleria Entamoeba coli, E. dispar, E. hartmanni, E. gengivalis, Endolimax nana, Iodamoeba bütschlii Vários gêneros e espécies Ciclo de vida: trofozoíto e cisto hospedeiro meio Fezes alimentos e água Cisto forma de resistência Amebas intestinais Trofozoíto trofozoítos 1 núcleo multiplicação: divisão binária simples - trofozoítos divisão múltipla núcleos - cistos 1-4 núcleos esféricos/ovais cistos E. histolytica núcleo E. histolytica Cistos formas de resistência eliminada com as fezes Membrana plasmática + parede cística (quitina) 1-4 núcleos (N) (divisão endomitose) Vacúolos de glicogênio (V), Corpos cromatóides (CC) – agregados de ribossomos N N V CC Cisto jovem cisto maduro Eucariotos primitivos, não tem: Mitocôndria, Aparelho de Golgi, Microtúbulos Amebas Metabolismo microaerófilo aeróbico facultativo- principal fonte energética: glicose vacúolos de glicogênio - estoque Ingestão de cistos Direta: pessoa-pessoa Indireta: água ou alimentos contaminados Cistos são viáveis por até ~ 30 dias no meio externo Trofozoítas - destruídos no estômago Mecanismo de transmissão E. histolytica E. histolytica Ciclo de vida E. histolytica Desencistamento Cistos - passam pelo estômago quitina resiste pH ácido e enzimas desencistamento – intestino delgado - 37oC e anaerobiose 3-6hs eclosão - membrana cisto íntegra -1 ameba com 4 núcleos - divisão núcleos e citoplasma - 8 amebas que se alimentam e crescem - trofozoítos Habitat trofozoíto - luz intestino grosso estômago Encistamento Luz intestino grosso Amebíase- Formas clínicas - Forma assintomática - Forma intestinal (não invasiva) - dores abdominais (cólicas) - diarréia fezes moles - Forma intestinal invasiva - colite amebiana aguda, disenteria grave (fezes líquidas com muco e sangue) -úlceras intestinais, abscessos -pode sergrave e até fatal (grávidas e imunodeprimidos) Forma extra-intestinal peritonites (raras) fígado (+ comum), pulmão, cérebro, pele E. histolytica Forma intestinal E. histolytica Forma intestinal invasiva amebíase intestinal - diarréias colite amebiana úlceras perfurações - peritonite - apendicite amebomas Forma aguda fulminante Amebíase E. histolytica Mecanismos de invasão Adesão Destruição tecidual Dispersão extra-intestinal Mecanismo de invasão Adesão parasita via receptores específicos de células do epitélio intestinal adesinas (glicoproteínas) - receptores para fibronectina e laminina 2. Processo de destruição tecidual (nome - histolytica) ação de enzimas (hialuronidase/proteases/mucoplissacaridases) citopatogenicidade - formação de úlcera 3. Dispersão: o trofozoíta cai na circulação e atinge o fígado via sistema porta E. histolytica E. histolytica Fatores líticos 1. mecanismos dependentes de contato -liberação peptídeos ativos - “amebapores” atividade citolítica 2. mecanismos independentes de contato - liberação de colagenase e cisteíno-proteases degradação matriz extra-celular 3. Neutrófilos - atraídos pelas amebas e por elas lisados liberando suas enzimas Amebíase Mecanismos de defesa do hospedeiro 1. camada mucosa - mucinas: gel aderente, previne adesão às células epiteliais e facilita a eliminação do parasita. 2. resposta Imune (IgA, IgE, IgG – imunidade celular?) E. histolytica: relação parasita-hospedeiro 1. Capacidade de matar e fagocitar células do hospedeiro 2. Indução de morte de células do hospedeiro por apoptose (limita a inflamação e facilita a evasão da reposta imune) 3. Moléculas de adesão 4. Fatores líticos 5. eritrofagocitose Fatores de Virulência do parasita Fígado Trofozoíto intestino Amebíase Forma extra-intestinal E. histolytica Invasão Desenvolvimento de quadros hepáticos, com abscessos no fígado que podem levar à morte do hospedeiro Patologia Patogenia Trofozoítos invasão mucosa intestinal Adesão fígado Ruptura abscesso hepático cérebro pulmões fígado intestino Pericárdio, pulmões, cérebro Diagnóstico Clínico – diarréias/síndrome do cólon irritável Amebomas, abscessos Parasitológico de fezes Pesquisa de cistos em fezes sólidas (diferenciar amebas não patogênicas) trofozoítas em fezes líquidas Cultura de fezes Diagnóstico imunológico ELISA para detecção de antígeno nas fezes -ELISA para detecção de IgG soro - amebíase invasiva Diagnóstico Molecular - PCR (distingue espécies) Amebíase: E. histolytica Tratamento E. histolytica Amebíase intestinal – Dicloracetamidas ação somente sobre trofozoítas 2. Amebíase teciduais – nitroimidazóis e deidroemetina mais usado - Metronidazol Profilaxia e Controle E. histolytica Vacinas (experimentais): alvos – trofozoítas (via oral) - cistos (impedir encistamento) Portadores assintomáticos! Não existem reservatórios animais além do homem Saneamento básico Educação sanitária: Tratamento de água Controle de alimentos (lavar frutas e verduras). Tratamento das fontes de infecção Cuidados com higiene pessoal (lavar as mãos). Doenças ocasionadas no homem por esporozoários Toxoplasmose: alta prevalência (50% da população já teve contato – pode chegar a 95% em algumas áreas) Sarcocistose: rara, mais comum em pessoas que ingerem care crua Isosporose: rara (prevalência maior entre portadores de HIV – 10-15%) Criptosporidiose: prevalência maior em portadores de HIV Malária: 300-500 milhões de novos casos por ano; 1,5-2,7 milhões de mortes por ano O complexo apical Tronco de cone ou conóide (Co) ligados entre si por fibras do conóide (Fc) Roptrias (R) e micronemas (produzem materiais para a aderência e a invasão da célula-hospedeira Membrana celular externa (Me) e membrana celular interna (Mi), sustentada por microtúbulos do conóide (Mt) Anéis situados no pólo anterior, sob a membrana celular (A) Principais características dos esporozoários O complexo apical Anais da Academia Brasileira de Ciências (2006) 78(2): 271-291 Taquizoíta de T. gondii Animal Health Research Reviews 6(1); 41–61 Nature Rev. Microbiol. 4:621-628, 2006 A. O taquizoíta desliza na superfície de uma célula-hospedeira. O conóide se extende e se retrai repetidas vezes. Adesinas (verde) são encontradas no interior nas células (micronemas) e na superfície do parasita, concentrada na região apical. Invasão celular B. O conóide se extende quando o parasita inicia a invasão e a porção apical entra em contato direto com a célula-hospedeira. A secreção pelas micronemas aumenta, acumulando-se na superfície do parasita. Inicia-se uma invaginação da membrana da célula-hospedeira. 76 C. Uma penetração ativa da célula-hospedeira se inicia. As proteínas do pescoço das róptrias (azul claro) são secretadas e associadas com a proteína TgAMA1 das micronemas, formando a junção motora (pela qual o parasita entra na célula). Proteínas do bulbo das róptrias (azul escuro) são secretadas dentro da célula-hospedeira. D,E. Proteínas das micronemas continuam a ser encaminhadas à região posteriore são clivadas em seus domínios transmembranares. A secreção pelas róptrias continua, contribuindo para a formação do vacúolo parasitóforo. O parasita desliza através da junção motora para dentro do vacúolo. 77 F. As proteínas das micronemas são descartadas na região posterior do parasita. A invasão se completa quando a membrana do vacíolo parasitóforo se fecha. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/bookshelf/br.fcgi?book=eurekah&part=A72483&rendertype=figure&id=A72486 78 Reprodução em esporozoários Esquizogonia esporozoítas gametócitos oocisto merozoítos esquizonte Esporogonia Toxoplasmose Agente etiológico: Toxoplasma gondii Hospedeiro definitivo: felídeos Hospedeiro intermediário: mamíferos (incluindo felídeos) e aves Toxoplasma gondii é cosmopolita, sendo encontrado em uma grande diversidade de hospedeiros Infecção geralmente assintomática (1% dos casos apresenta sintomas) Complicações em gestantes e portadores de HIV (30% dos soropositivos desenvolvem a doença se contaminados) TOXOPLASMOSE Toxoplasma gondii Transmitido pela ingestão de cistos presentes nas fezes de gatos (solo, areia ou pelo do animal) Poucos ou nenhum sintoma: febre e aumento dos linfonodos desaparecem sem deixar seqüelas Mulheres grávidas: transmissão ao feto Lesões cerebrais e em outros órgãos PREVENÇÃO: Não beijar animais nem deixá-los lamber o rosto Lavar as mãos após o contato com eles Mulheres que pretendem engravidar: exame específico Prevalência da toxoplasmose 1908: Nicolle e Manceaux identificaram um protozoário no roedor africano Ctenodactylus gundi Toxo = arco; plasma = forma gondii (referente a gundi) No mesmo ano, Splendori identifica o protozoário em coelhos no Brazil 1970: Dubley e colaboradores descrevem o ciclo de vida de T. gondii O ciclo de vida de T. gondii Oocistos não esporulados nas fezes de felídeos Em 1-5 dias esporulam e se tornam infectivos Animais se infectam ao ingerir solo, água ou alimentos contaminados com os oocistos esporulados; Logo após a ingestão, os oocistos se transformam em taquizoítos; Os taquizoítos se alojam nos tecidos nervoso e muscular, onde se desenvolvem em bradizoítos contidos em cistos teciduais Gatos se infectam ao consumir pássaros e roedores com cistos teciduais ou oocistos esporulados O homem pode ser infectado por transfusão sanguínea e transplante de órgãos A mãe pode transmitir a doença ao feto O homem pode ser infectado pela ingestão de carne crua ou mal cozida ou pelo consumo de água e alimentos contaminados NO HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO Fase aguda da doença O hospedeiro intermediário é infectado pela ingestão de alimentos contaminados por oocistos esporulados (contendo esporozoítos) ou pela ingestão de carne crua/mal passada contendo cistos teciduais (contendo bradizoítos)oocisto esporulado com 2 esporocistos (4 esporozoítos/esporocisto) bradizoítos em cistos teciduais bradizoítos em cistos separados do tecido O parasita invade as células do epitélio intestinal, bem como outros tipos celulares (principalmente células mononucleares ); Dentro das células, ocorre a multiplicação por reprodução assexuada (por endodiogenia), levando à formação de taquizoítos, que se disseminam por via sanguínea ou linfática Os taquizoítas invadem os tecido muscular e nervoso (cérebro), além do tecido digestório Taquizoítas podem atravessar a placenta e infectar o feto (prima-infecção durante a gestação) taquizoítos NO HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO Fase crônica da doença Quando a resposta imunitária se torna mais potente, os taquizoítas passam a bradizoítas, que também se reproduzem por endodiogenia Ocorre a formação de cistos (contendo centenas de bradizoítos) nos tecidos muscular e nervoso Cistos permanecem viáveis por anos (no caso de imunodeprimidos podem se romper, liberar os bradizoítos que readquirem capacidade invasiva, ocorrendo uma disseminação fatal do parasita) bradizoítos em cistos teciduais Interconversão de taquizoítas e bradizoítas Cistos Forma de resistência de T. gondii Arredondados, medem entre 20 e 200 μm A imunidade natural controla a infecção, mas não é capaz de agir sobre os cistos, levando à uma infecção latente Cistos sobrevivem mais no SNC, onde a imunidade é menos ativa bradizoítos em cistos separados do tecido bradizoítos em cistos teciduais NO HOSPEDEIRO DEFINITIVO O hospedeiro definitivo (felídeo) é infectado pela ingestão de tecidos animais contendo cistos Após a invasão do epitélio digestivo de felídeos, o núcleo do parasita se divide sucessivas vezes formando o esquizonte (esquizogonia) O esquizonte dá origem a merozoítos NO HOSPEDEIRO DEFINITIVO Os merozoítos podem invadir novas células ou se desenvolver em gametócitos A reprodução sexuada também ocorre no epitélio do trato digestório do hospedeiro definitivo O zigoto se desenvolve em um oocisto não esporulado que é eliminado com as fezes Em 1-5 dias, o oocisto se desenvolve em oocisto esporulado (esporogonia) com 2 espocistos (4 esporozoítos/esporocisto) Oocistos Correspondem à forma infectante do parasita, que é produzida somente no intestino dos felinos (eliminados com as fezes) Esporogonia: em condições ambientais adequadas de temperatura e umidade ocorre a esporulação do oocisto Oocistos esporulados podem sobreviver por longos períodos de tempos em condições moderadas de temperatura e umidade Podem ser mecanicamente transmitidos por moscas, besouros e também podem sobreviver por longo períodos de tempo sobre frutas e vegetais O período para o aparecimento de esporocistos nas fezes de felídeos varia de acordo com o estágio do parasita ingerido: Oocisto: mais de 20 dias Taquizoítos: mais de 19 dias Bradizoítos: entre 3-10 dias e continua por até 14 dias (imunidade mais efetiva) Menos de 50% dos gatos eliminam oocistos após a ingestão de taquizoítos e quase 100% dos gatos que ingerem bradizoítos eliminam oocistos. Ratos experimentalemnte infectados com T. gondii têm seu comportamento alterado, adquirindo hábitos mais “ousados” e, portanto, são mais sujeitos à predação Patogenia e Sintomatologia Cerca de 1% dos indivíduos infectados apresentam sintomas clínicos Importância em imunocomprometidos Sintomas: cefaléia, febre, mialgia, dor nas articulações, lesão ocular, convulsões, coma, morte Infecção congênita: ocorre pela prima-infecção de gestantes Risco de transmissão aumenta com o tempo de gravidez Primeiro trimestre – 25% Segundo trimestre – 40% Terceiro trimestre – 65% Gravidade da doença no feto é inversamente proporcional ao tempo de gestação retardo mental problemas de visão hidrocefalia estrabismo problemas de audição Diagnóstico Clínico: apenas sugestivo Laboratorial Pesquisa do parasita: coloração de cortes de tecidos cultivo celular inoculação em camundongos (avaliação de soroconversão) PCR (líquido aminiótico, líquido céfalo-raquidiano) Pesquisa de anticorpos (teste de Sabin-Feldman, ELISA, IFA, aglutinação, Western Blot) Tratamento * para evitar depressão medular ocasionada pelo tratamento antifolato * * Ácido p-aminobenzóico Sulfadiazina Sulfadiazina é um análogo do ácido p-aminobenzóico e inibe a diidropteroato sintase Pirimetamina é inibidor da diidrofolato redutase pABA: ácido p-aminobenzóico DHPS: diidropteroato sintetase DHFR: diidrofolato redutase sulfadiazina pirimetamina X X Tratamento Gestantes: o uso de pirimetamina no 1º trimestre é contra-indicado, pois é teratogênica Espiramicina, 750 a 1.000mg, VO, a cada 8 horas Clindamicina, VO, na dose de 600mg a cada 6 horas Na forma ocular utiliza-se 40mg/dia de prednisona, por 1 semana, e 20mg/dia, por outras 7 semanas para reduzir a necrose e inflamação e minimizar a cicatriz Não há nenhuma droga que aja contra os cistos Controle Higiene pessoal Limpeza de caixas de areia Evitar contato com fezes de gatos (principalmente durante gestação) Controle de roedores e de insetos Não ingerir leite cru, nem carne crua ou mal cozida (nem oferecer aos gatos) Lavar frutas e verduras e tratar água antes do consumo Vacinação: comercial somente para ovinos (com cistos vivos) Toxoplasma gondii parasitose comum (cerca de 50% da população mundial é soropositiva) imunidade depende de células T (CD8+ e CD4+) e de macrófagos; secreção de INF-g e TNF-a (aumentam a produção de NO) Toxoplasma gondii Journal Compilation 2008 European Society of Clinical Microbiology and Infectious Diseases, CMI, 14, 1089–1101 acomete aproximadamente 30% dos portadores de HIV (reativação de infecção latente), os quais podem desenvolver encefalite toxoplásmica Toxoplasma gondii principal parasitose relacionada ao transplante de órgãos (agravada pelo tratamento com imunossupressores): infecção pelo órgão recebido por um receptor negativo (R-) de um doador positivo (D+) ou por reativação de infecção crônica no receptor positivo (R+) importância da análise da presença de infecção no doador e no receptor antes e depois do transplante e quimioprofilaxia (sulfonamidas e pirimetamina; atovaquona – AIDS) Malária Protozoários causador: Plasmodium sp; Infestação:picada da fêmea do mosquito Anopheles, popularmente conhecido como mosquito-prego; Sintomas: febre, anemia, lesões no baço fígado e medula óssea; Os parasitas ficam nas glândulas salivares do mosquito; Após a picada os parasitas nas células do fígado e baço (reprodução assexuada); Prof: Ueliton Santos 2 - Malária Doença → Malária Causador → Plasmodium sp Sintomas → Febre e mal-estar cíclico Transmissão → INDIRETA – Picadas do mosquito prego ♀ (Anopheles) Prof: Ueliton Santos Prof: Ueliton Santos Ciclo de vida do Plasmodium Vivax Prof: Ueliton Santos Os picos febris, no gráfico à esquerda, ocorrem por ocasião da ruptura de hemácias parasitadas. Na malária do tipo terçã, os acessos febris ocorrem, geralmente, a cada 48 horas (1º- dia, 3º- dia, e assim por diante). Prof: Ueliton Santos MALÁRIA Impaludismo, maleita ou sezão Países tropicais e África, principalmente Brasil Região Amazônica Causada pelo esporozoário Plasmodium sp e transmitida pela picada das fêmeas do mosquito-prego (Anopheles sp) Dois hospedeiros: HOMEM (hospedeiro intermediário) e MOSQUITO (hospedeiro definitivo) Anopheles sp Prof: Ueliton Santos MALÁRIA – CICLO DA DOENÇA Pela picada, penetram no sangue os ESPOROZOÍTOS, a forma infectante do Plasmodium Fígado e baço reprodução assexuada do parasita (esquizogonia) Formação de MEROZOÍTOS Invasão das hemáceas reprodução acentuada do parasita: Rompimento da célula FEBRE ALTA, TREMORES e SUDORESE. Algumas hemáceas não se rompem aparecimento dos GAMETÓCITOS no interior delas ingeridos pelo mosquito, originam gametas no tubo digestivo (reprodução sexuada) Fecundação, produção de novos ESPOROZOÍTOS, que migram para as glândulassalivares do mosquito e podem ser novamente inoculados no ser humano, retomando o ciclo. Prof: Ueliton Santos MALÁRIA – CICLO DA DOENÇA Prof: Ueliton Santos ÁREAS DE RISCO DE MALÁRIA NO BRASIL Prof: Ueliton Santos MALÁRIA – GRAVIDADE Depende da espécie do Plasmodium: P. vivax: Febre a cada 48 horas (terçã benigna) P. malarie: Febre a cada 72 horas (quartã benigna) P. falciparum: Varia a cada 36 a 48 horas SINTOMAS: Danos no fígado, ANEMIA, cansaço, desânimo, falta de ar e diminuição da capacidade de trabalho. Prof: Ueliton Santos MALÁRIA – TRATAMENTO e PROFILAXIA Medicamentos que matam o parasita no fígado e no sangue Prevenção: Combate aos mosquitos adultos com INSETICIDAS, combate às larvas com LARVICIDAS ou peixes que se alimentem delas ou ainda drenagem de terrenos alagados. Uso de telas e cortineiros Cuidados com sangue contaminado: transfusões, seringas, agulhas e no parto. Prof: Ueliton Santos Malária Profilaxia e Tratamento: Drenando-se valas e banhados; A criação de peixes larvófagos; O uso de repelentes e a utilização de tela nas janelas; Tratamento com medicamentoso específicos; Prof: Ueliton Santos Parasitoses com gravidade exacerbada pela depressão do sistema imunitário Leishmania Trypanosoma Plasmodium Leishmania, Trypanosoma e Plasmodium Quadros severos em indivíduos com AIDS HIV: destroem linfócitos CD4+, alterando a ativação de macrófagos, que ficam mais susceptíveis à infecção por Leishmania comprometimento de CD4+ também compromete a ação contra Trypanosoma cruzi e contra a fase eritrocítica de Plasmodium HIV Plasmodium Outras infecções Giardia: prevalência de aproximadamente 16% em indivíduos com AIDS também apresenta alta prevalência em indivíduos com produção reduzida de anticorpos Babesia: indivíduos esplenectomizados Amebíases Poliparasitismo Rev. Soc. Bras. Med. Trop. v.32 n.2 Uberaba mar./abr. 1999 Prof: Ueliton Santos ciclo_plasmodium.exe
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