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PROTOZOONOSES E RELAÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO SOCIOCULTURAL HUMANO DOCENTE: Karoline Mirapalheta Dias IREMOS ABORDAR... PROTOZOARIOS CAVITÁRIOS INFECÇÕES OPORTUNISTAS PROTOZOARIOS UROGENITAIS EDUCAÇÃO SANITARIA COMO PREVENÇÃO DE PROTOZOONOSES O parasitismo é uma associação entre seres vivos com unilateralidade de benefício, ou seja, o organismo hospedeiro oferecerá condições propícias para o parasita (alimento e proteção), de forma que apenas o parasita se beneficiará dessa interação. Por isso, o parasitismo é uma relação que tende ao equilíbrio, uma vez que o parasita necessita do hospedeiro vivo para sobreviver. “Mas, então”... “Por que alguns parasitas causam doenças?” Será que é... “Porque o parasita retira nutrientes do hospedeiro” Alguns indivíduos infectados com parasitas não apresentam sintomas (sendo chamados de indivíduos assintomáticos), enquanto outros apresentam (indivíduos sintomáticos). Isso se deve à retirada de recursos do hospedeiro, que pode acabar gerando uma série de problemas para o organismo infectado. Algumas doenças causadas por parasitas ocorrem através de vetores, que são organismos que podem estar infectados com o parasita e que serão responsáveis por transmiti-lo ao hospedeiro final. O hospedeiro final é aquele que, uma vez infectado, poderá apresentar os sintomas. Alterações no meio ambiente, alta concentração populacional e baixas condições de higiene básica e alimentar contribuem para que o número de pessoas com doenças graves causadas por esses organismos aumente. Isso ocorre uma vez que essas condições favorecem a multiplicação dos parasitas e dos vetores e tornam o hospedeiro mais suscetível à infecção. A parasitologia, ramo da ciência que estuda essa relação entre parasitas e seres humanos, classifica as parasitoses em dois tipos - PROTOZOOSES E HELMINTOSES – de acordo com os organismos que as provocam. são doenças causadas por protozoários, que são organismos unicelulares pertencentes ao reino Protista. Mais de 60 mil espécies são conhecidas, sendo que dessas, cerca de 10 mil espécies causam doenças em diversos animais e algumas centenas delas acometem os seres humanos. Muitos protozoários possuem especializações de membrana, tais como cílios e flagelos, que podem auxiliar na locomoção, nutrição e também atuando como fatores de virulência. PROTOZOOSES Fatores de virulência são fatores que ajudam a promover a infecção, auxiliando na capacidade infecciosa do parasita, o que demonstra uma adaptação de alguns grupos facilitando o estabelecimento do parasitismo. São conhecidas diversas protozooses, sendo a amebíase e a giardíase duas das mais importantes. Protozooses Cavitárias Tricomoníase Giardíase Amebíase Leishmaniose A amebíase, ou disenteria amebiana, é causada pela Entamoeba hystolitica, um protozoário ameboide. Estima-se que 12% da população mundial é portadora desse protozoário, porém apenas 10 a 20% desses portadores apresentam sintomas da infecção – dentre eles, diarreia, infecções extra-intestinais, etc. – sendo responsável por cerca de 100 mil óbitos por ano. A doença é transmitida por via oral-fecal, com o protozoário sendo eliminado pelas fezes e podendo infectar água ou alimentos. Protozoários ameboides Ameboides deslocam-se ou capturam seu alimento por meio de estruturas chamadas pseudópodos (do grego pseudo=falso; podos = pés), que são prolongamentos da membrana plasmática e do citoplasma que, ao se formarem, acabam mudando a forma da célula. Protozoários flagelados Os flagelados deslocam-se no meio líquido pelo movimento de seus longos filamentos, os flagelos. Algumas espécies de protozoários flagelados, como os tripanossomos, são parasitas e podem ser encontrados no sangue de certos animais. Protozoários ciliados Os ciliados locomovem-se pelo movimento dos cílios, que são filamentos menores e mais numerosos do que os flagelos. Além de permitir o deslocamento, os cílios também conduzem os alimentos para o interior do protozoário. Protozoários apicomplexos Todos os apicomplexos são endoparasitas (do grego endon – interno), ou seja, vivem à custa de outros animais, dentro de seus corpos ou de suas células. Não apresentam estruturas de locomoção. Por outro lado, apresentam uma estrutura em seu ápice que auxilia a sua entrada na célula hospedeira, chamada “complexo apical”, de onde vem o nome do grupo. Esses organismos movimentam-se quando são arrastados pelo fluxo de líquidos no ambiente em que vivem. Reprodução dos Protozoários Reproduzem-se ASSEXUADA E SEXUADAMENTE. A maneira mais comum é a ASSEXUADA. Nesse processo, conhecido como DIVISÃO BINÁRIA, cada célula se divide em duas, formando dois indivíduos idênticos. Existem protozoários que se reproduzem sexuadamente, ou seja, formam gametas (células reprodutivas) que se encontram, se fundem e formam um zigoto (célula resultante da fusão de dois gametas), que vai originar um novo indivíduo unicelular. Isso ocorre, por exemplo, ciclo de vida do protozoário causador da malária . No caso, a reprodução sexuada ocorre dentro do mosquito. Infecção produzida pela Entamoeba histolytica Protozoários Cavitários 18 Classe Lobosea Ordem Amoebida Família Endamoebidae Gênero Entamoeba Espécies parasitas homem E. histolytica E. coli E. dispar E. hartmanni E. gengivalis Intestino - Cavidade bucal patogênica Amebas 19 Amebas Parasitas Vida livre Comensais Vida livre eventualmente parasitas Protozoários com inúmeros habitats: Entamoeba histolytica Acanthamoeba, Naegleria Entamoeba coli, E. dispar, E. hartmanni, E. gengivalis, Endolimax nana, Iodamoeba bütschlii Vários gêneros e espécies 21 Ciclo de vida hospedeiro meio Fezes alimentos e água Cisto forma de resistência Amebas Trofozoíto 22 CICLO Entamoeba Indivíduos ingerem cistos maduros (alimento ou água) Estômago (suco gástrico) Intestino delgado Desincistamento (saída metacisto ) METACISTO sofre divisões 4 – 8 trofozoítos metacísticos Migram intestino grosso Ficam aderidos a mucosa - comensal CICLO NÃO-PATOGÊNICO Trofozoítos desprendem-se da parede Caem luz intestino grosso Transformam-se PRECISTOS e CISTO mononucleados Tetranucleados (Cistos maduros) Eliminados nas fezes CICLO PATOGÊNICO TROFOZOÍTOS na forma invasiva ou virulenta TROFOZOÍTOS invadem mucosa intestinal Multiplicam-se interior úlceras Através circulação porta Fígado pulmão rim cérebro ou pele PATOLOGIA DA AMEBÍASE E. histolytica complexo composto de várias linhagens: algumas vivem como comensais – luz do intestino – assintomáticas – AMEBÍASE INTESTINAL NÃO-INVASIVA; outras virulentas ou patogênicas responsáveis por quadros clínicos da doença – AMEBÍASE INTESTINAL INVASIVA. EVOLUÇÃO DA PATOGENIA Invasão dos TROFOZOÍTOS virulentos mucosa - através regiões intraglandulares Multiplicam-se e penetram tecidos - forma de microulcerações -escassa reação inflamatória Submucosa amebas podem migrar Lesões amebianas mais freqüentes no ceco e região reto Úlceras podem estender-se para intestino grosso Circulação porta fígado formando abcessos ou “necrose” pulmão, raramente o cérebro , pele, regiões anais e vaginal. ABCESSO HEPÁTICOS Amebíase- Formas clínicas - Forma assintomática - Forma intestinal (não invasiva) - dores abdominais (cólicas) - diarréias (pode ficar crônica) - Forma intestinal invasiva - colite amebiana aguda, desinteria grave (fezes líquidas) - úlceras intestinais, abscessos Forma extra-intestinal fígado - pulmão - cérebro - pele E. histolytica 29 Manifestações Clínicas - Amebíase Intestinal FORMA ASSINTOMÁTICA FORMAS SINTOMÁTICA Colites não disentéricas – mais freqüente evacuação diarréica ou não, às vezes contendo muco ou sangue; cólicas, raramentefebre; períodos alternados de funcionamento normal do intestino. Colites disentérica (10% indivíduos) – cólicas intensas e diarréia - colites amebianas cólicas intestinais e diarréia, com evacuações com muco e sangue, febre moderada, acompanhadas de cólicas intensas e tremores de frio. AMEBÍASE EXTRA-INTESTINAL: abscessos hepáticos (fígado) dor abdominal, febre intermitente com calafrio, anorexia, perda de peso e hepatomegalia dolorosa. abscessos no fígado e lesão única lobo direito. abscessos pulmonares – raros – somente ruptura abscesso hepático há febre, dor torácica no lado direito, tosse e expectoração de material. metade dos pacientes tem fígado aumentado infecções cerebrais: podem simular um abscesso piogênico (pus) ou serem completamente inespecíficos todos os paciente apresentam lesões hepáticas – rápida e fatal. DIAGNÓSTICO EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES (EPF); Expulsão dos parasitas nas fezes é intermitente, irregular; Exigência de vários exames em dias alternados; Fezes líquidas – formas trofozoíticas – com hemácias - raros os cistos; Fezes formadas – formas císticas; PROFILAXIA educação sanitária e saneamento básico; combate aos insetos freqüentadores de lixos, dejetos humanos e alimentos. TRATAMENTO Metronidazol, tinidazol, ornidazol, nimorazol – Tratamento de amebíase sintomática. Nitazoxanida – amplo espectro – inibe enzimas indispensáveis a vida do parasita – Annita (comercial) ENTAMOEBA COLI- É uma ameba comensal não patogênica, que vive no intestino grosso humano e se locomove por pseudópodos. ENTAMOEBA GINGIVALIS - Comum no tártaro dentário e processos inflamatórios da gengiva; - Transmissão ocorre pelo contato direto (beijo). - Não patogênica; Formas não patogênicas: Endolimax nana Trofozoítas, quando corados, mostram o citoplasma claro e cheio de vacúolos digestivos com fungos e bactérias fagocitadas. Entamoeba coli é um protozoário do gênero das amebas, entamoeba díspar, não é prejudicial ao homem. É uma ameba não patogênica, que vive no intestino grosso humano e se locomove por pseudópodos. Se você fez um exame parasitológico de fezes e o resultado acusou a presença de Endolimax nana ou Entamoeba coli, por exemplo, não é preciso tratamento algum, pois esses vermes não costumam provocar doença, sua relação conosco não é de parasitismo. Se você tem sintomas, é preciso continuar procurando a causa. A Endolimax nana é um protozoário saprófita que não causa danos ao seu hospedeiro. Apesar de fazer parte da família da Entamoeba histolytica, a Endolimax nana raras vezes pode causar diarreia, cólicas e enjoos; e não oferece risco real à vida humana Atenção: nem todas as amebas são patogênicas, ou seja, capazes de provocar doença. Não confunda a Entamoeba histolytica com outras amebas inofensivas, tais como Entamoeba dispar, Entamoeba moshkovskii, Endolimax nana ou Entamoeba coli. E. nana pode ser diferenciada E. histolytica pelo tamanho e núcleo menor. Importante diferenciar a E. nana da E. histolytica patogênica em função tratamento. Ciclo de vida do Endolimax nana envolve: trofozoítos que vivem no intestino grosso do homem e os cistos das fezes. Homem infesta-se ingerindo cistos, alimento ou água contaminada com fezes humanas. Amebíase Forma extra-intestinal cérebro pulmão fígado E. histolytica Forma invasiva: Patologia 40 Morfologia - trofozoítas Entamoeba histolytica Entamoeba coli E. histolytica X E. coli Diagnóstico diferencial 41 Morfologia (cistos) Entamoeba histolytica Entamoeba coli E. histolytica X E. coli Diagnóstico diferencial 42 43 E. histolytica: espécie patogênica (nem sempre) potencial invasivo virulência dependente - cepa - resposta do hospedeiro menos freqüente E. dispar: espécie não patogênica - raramente causa erosão de mucosa 10X mais freqüente portadores assintomáticos E. histolytica X E. dispar 44 História natural da amebíase 45 Profilaxia e Controle Vacinas (experimentais): alvos – trofozoítas (via oral) - cistos (impedir encistamento – bloqueio transmissão) E. histolytica Portadores assintomáticos! Saneamento básico Educação sanitária: Tratamento de água Controle de alimentos (lavar frutas e verduras). Tratamento das fontes de infecção 6. Cuidados com higiene pessoal (lavar as mãos). 46 Infecção ocular ceratites) Acanthamoeba spp 47 Acanthamoeba - Patogenia Infecção ocular Micro-lesão ou trauma pré-existente (lentes de contato, por exemplo) Contato adesão efeito citopático lesão/morte celular Serino e cisteíno-proteases Fagocitose/ apoptose Persistência de cistos 48 AMEBAS DE VIDA LIVRE GAE (granulomatous amoebic encephalitis) Acanthamoeba spp. 49 Acanthamoeba Pacientes com imunodepressão Encefalite amebiana granulomatosa Infecção cutânea crônica Endossimbiontes – Legionella e outras bactérias 50 Naegleria Meningoencefalite amebiana primária, ocorre principalmente em indivíduos jovens. Doença rara, mas fulminante. Meningoencefalite necrotizante hemorrágica. Mecanismos de invasão: adesão, proteína formadora de poros, fosfolipase, outras proteases. 51 NAEGLERIA FOWLERI é uma ameba de vida livre que pode ser encontrada na água ou solo, sendo a única espécie de Naegleria que pode infectar seres humanos, resultando na patologia conhecida como Meningoencefalite Amebiana Primária, conhecida pela sigla MAP. É comumente conhecida como "ameba comedora de cérebros". Como é uma doença rara e o diagnóstico só acontece após o óbito, não há tratamento específico para esse parasita, entretanto medicamentos como O MILTEFOSINA e a ANFOTERICINA B são eficazes no combate à essa ameba, podendo ser recomendado pelo médico em caso de suspeita. Trichomonas vaginalis É uma Infecção sexualmente transmissível (IST) da vagina ou da uretra causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis e que causa irritação e secreção vaginais e, por vezes, sintomas urinários. 55 As mulheres podem ter uma secreção amarelo-esverdeada, espumosa, com odor de peixe, apresentando irritação e assadura da área genital. Os homens não costumam ter sintomas, mas alguns têm uma secreção espumosa do pênis e leve dor ou desconforto durante a micção. O exame de uma amostra da secreção ao microscópio geralmente possibilita aos médicos identificarem tricomoníase. Uma única dose de antibiótico cura a maioria das mulheres, mas a maioria dos homens precisa tomar antibióticos durante cinco a sete dias. Não há formação de cistos! Trichomonas vaginalis ciclo de vida direto 57 Trichomonas vaginalis Mecanismos de Transmissão 1. sexual + freqüente 2. Água ? banho, roupas molhadas 58 Patologia - Tricomoníase A infecção não se estabelece em vaginas normais - - facilitada por alterações flora bacteriana, pH, descamação excessiva, etc. Forma assintomática - comum homens- subclínica e benigna Forma sintomática - + comum mulheres pessoas infectadas - risco maior de adquirir HIV! 59 Adesão - 4 antígenos de superfície Efeito citopático enzimas hidrolíticas - cisteíno-proteases fatores de descolamento de células Processo inflamatório das células epiteliais - secreção branca e sem sangue (leucorréia) - descamação do epitélio que pode levar à ulceração forte prurido Patologia Tricomoníase 60 Trichomonas vaginalis Relação parasita-hospedeiro Resposta imune protetora- IgA secretora Reinfecções - ausência de imunidade adquirida - grande variabilidade de isolados 61 Giardíase Giardia duodenalis Giardia lamblia Protozoários Cavitários G. duodenalis, responsável pela infecção no ser humano. Aliás, existem várias denominações para essa mesma espécie, sendo elas: G. lamblia, G. duodenalis e G. intestinalis. 62 Giardia lamblia Éo protozoário flagelado causador da giardíase. Essa doença possui distribuição mundial, porém é mais comum em climas temperados e em crianças nos primeiros anos de vida. A Giardia é um parasito que se apresenta em duas formas: CISTO E TROFOZOÍTO. Ambas formas podem ser eliminadas nas fezes, sendo que nas fezes diarréicas são encontrados trofozoítos, e nas formadas são encontrados cistos. O cisto constitui a forma infectante. Os cistos ou trofozoítos são ingeridos pelo homem através da água ou de alimentos contaminados, e a ação das enzimas digestivas provoca o desencistamento, dando origem aos trofozoítos, que podem ficar livres na luz intestinal ou se fixarem na parede duodenal pelo disco suctorial. Se o protozoário aderir à mucosa intestinal, a absorção de nutrientes fica comprometida, principalmente de gorduras e de vitaminas lipossolúveis. O parasito se multiplica por divisão binária no intestino delgado, sendo que a gravidade da doença é proporcional ao número de parasitos. Os trofozoítos vivem no duodeno e nas primeiras porções do jejuno, e a atividade dos flagelos lhes confere rápido e irregular deslocamento. Quando vai ocorrer o encistamento, o trofozoíto reduz o seu metabolismo e o seu tamanho, fica globoso, perde o disco suctorial e os flagelos e secreta uma parede cística ao seu redor. Dentro do cisto o núcleo se duplica, por isso quando o homem ingere um cisto, infecta-se com dois trofozoítos. 63 Formas de vida Cistos ovóides com parede cística (quitina) 4 núcleos (duplas estruturas internas) eliminados com as fezes formadas formas de resistência água: 2 meses Encistamento: colón Desencistamento passagem pelo estômago - eclosão intestino delgado 1 cisto - 2 trofozoítas Giardia lamblia Tratamento Metronidazol, tinidazol, ornidazol, mebendazol e albendazol. 64 Mecanismo de infecção Ingestão de cistos - eliminados fezes formadas água ou alimento contaminado Trofozoítas - eliminados fezes diarréicas Não resistem ao ambiente externo Giardia duodenales 65 patologia e sintomatologia Variável: Enterite branda e autolimitada diarréias crônicas e debilitantes incubação: 12-20 dias - Assintomática - Sintomática (agudo-crônico) Aguda, intermitente e autolimitante Dores abdominais (cólicas) - Diarréia (líquida) - muco + gordura - ausência de hemáceas - mal absorção intestinal Giardíase Fezes Cão 66 Mecanismo de patogenicidade - processo “principalmente” mecânico - parasitas em grande quantidade aderem e recobrem a parede do duodeno - “tapete” - “impression prints” - marcas deixadas quando o parasita descola, arrancando as microvilosidades Giardia duodenales 67 Mecanismos de Adesão via disco ventral Múltiplos mecanismos Ação hidrodinâmica: propulsão dos flagelos e a força de sucção do disco ventral - processo físico de adesão. Receptores: lectinas ligantes de manose (superfície do parasito) Contração das proteínas do disco ventral Giardia duodenales 68 Mecanismo de patogenicidade - Evidências toxina (CRP136) - Não ocorre invasão da mucosa O revestimento da parede do duodeno dificulta a absorção intestinal - diarréia - Grande número de trofozoítas é eliminado. Giardia duodenales 69 Mecanismos de Escape Giardia duodenales relação parasita-hospedeiro Variação antigênica VSPs- antígenos de superfície Evasão do sistema imune Sobrevivência diferentes condições intestinais Resposta do hospedeiro Aguda - neutrófilos e eosinófilos Crônica: inflamação - atrofia das microvilosidades HIV - não induz aumento ou gravidade de casos 70 Diagnóstico Parasitológico de fezes cistos em fezes sólidas trofozoítas em fezes líquidas ou aspirado de duodeno pode requerer exames repetidos (3 amostras) Imunológico ELISA - pesquisa de Ags nas fezes Giardia duodenales 71 Giardia duodenalis 72 Tratamento Giardia duodenales Profilaxia Saneamento básico (água) Higiene - creches, asilos Cuidados com alimentos Tratamento dos doentes Tratamento dos portadores assintomáticos - muito importante Animais doméstico (cães e gatos) são reservatórios Derivados Nitroimidazólicos – Metronidazol (síntese de DNA) Benzidazólicos – Albendazol (absorção glicose) Resistência Vacina para giardíase canina 73 LEISHMANIOSE É uma doença infecciosa, porém não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos. Tipos Há dois tipos de leishmaniose: Leishmaniose tegumentar ou cutânea A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo. Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida como "ferida brava". Leishmaniose visceral ou calazar A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete essencialmente crianças de até dez anos, após esta idade se torna menos frequente. Ela é causada pelo protozário Leishmania chagasi e seus principais sintomas são: Emagrecimento Febre baixa Aumento do baço e fígado. Transmissão A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Os flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em repouso. Seus nomes variam de acordo com a localidade, os mais comuns são: Mosquito palha Tatuquira Birigüi Cangalinha Asa branca Asa dura Palhinha. o mosquito palha ou asa branca é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas. As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico. Na leishmaniose cutânea os animais silvestres que atuam como reservatórios são os roedores silvestres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral a principal fonte de infecção é a raposa do campo. Sintomas de Leishmaniose Sintomas da leishmaniose cutânea Duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca. Sintomas da leishmaniose visceral Os principais sinais da leishmaniose visceral são: Febre irregular, prolongada Anemia Indisposição Palidez da pele e ou das mucosas Falta de apetite Perda de peso Inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço. Diagnóstico O diagnóstico da leishmaniose é realizado por meio de exames clínicos e laboratoriais e, assim como o tratamento com medicamentos, deve ser cuidadosamente acompanhado por profissionais de saúde. Sua detecção e tratamento precoce devem ser prioritários, pois ela pode levar à morte. Exames Os exames variam conforme o tipo de leishmaniose: DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR Os exames usados são: Retirada da borda das lesões para determinar a presença, ou não, do parasita causador da leishmaniose Exame imunológico para detectar se a pessoa entrou em contato com a Leishmania. Testes sorológicos (verificar a presença de anticorpos no sangue) Punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos Cultura e reação de cadeia em polimerase (PCR). É de extrema importância estabelecer o diagnóstico diferencial, pois os sintomas da leishmaniose visceral são muito parecidos com os da malária, esquistossomose, doença de Chagas, febre tifóide, etc. DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmaro diagnóstico. Diagnóstico parasitológico É o diagnóstico de certeza feito pelo encontro de formas amastigotas do parasito, em material biológico obtido preferencialmente da medula óssea – por ser um procedimento mais seguro. Examinar o material aspirado de acordo com esta sequência: exame direto, isolamento em meio de cultura (in vitro), isolamento em animais suscetíveis (in vivo), bem como novos métodos de diagnóstico. Outras amostras biológicas podem ser utilizadas tais como o linfonodo ou baço. Este último deve ser realizado em ambiente hospitalar e em condições cirúrgicas. Tratamento de Leishmaniose A leishmaniose em geral é tratada por dois medicamentos: Antimoniais pentavalentes Anfotericina B. As primeiras são as drogas mais indicadas para o tratamento da leishmaniose, apesar dos efeitos colaterais adversos. https://www.minhavida.com.br/saude/temas/leishmaniose Leishmaniose tem cura? Se tratada adequadamente, a leishmaniose pode sim ter cura. Inclusive, a leishmaniose cutânea pode até se curar espontaneamente, ressalta Damous. A situação, no entanto, é mais complicada em alguns casos em que existe depressão do sistema imune permanentemente, como indivíduos infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) ou transplantados e pacientes com doenças crônicas em que necessitam utilizar medicação que compromete a imunidade. Vale lembrar também que ainda pensando na leishmaniose cutânea, as feridas podem voltar em até seis meses, mesmo com tratamento adequado. Prevenção Evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata Fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde Evitar banhos de rio ou de igarapé, localizado perto da mata Utilizar repelentes na pele, quando estiver em matas de áreas onde há a doença Usar mosquiteiros para dormir Usar telas protetoras em janelas e portas Manter a casa limpa: o mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer Cuidar da saúde de seu cão, principal hospedeiro urbano da doença. Além disso, deve-se fazer uso de coleiras com princípios ativos contra mosquitos e parasitas – com efetividade de quase 100% na proteção – e vacinar o cão a partir de quatro meses de idade, com a vacina contra leishmaniose – que deve ser aplicada anualmente, contando a partir da primeira dose. Para Fixar... Vos pergunto... O que é um parasita? “Parasita é um ser que se beneficia de outro”. “Mas por que ele precisa se beneficiar de outro “Por que sem o hospedeiro o parasita não consegue sobreviver”. Na verdade, o parasita consegue sobreviver fora do hospedeiro, porém apenas em contato com este o parasita irá se proliferar. Por exemplo os parasitas do solo cujo hospedeiro é o homem: enquanto no solo, esses organismos desenvolvem estruturas para que possam sobreviver no ambiente desfavorável, mas é apenas em contato com o homem que eles são capazes de se reproduzir. Será...? Mas não é porque o portador é assintomático que ele não deixa de passar a doença, né? Exato. Ele pode não manifestar a doença, mas ele pode transmitir para outras pessoas o parasita. Isso está muito associado ao estado imunológico da pessoa. Plus... https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2015/junho/11/manual-recomendacoes-diagnostico-leishmania-hiv..pdf http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/leishmaniose-visceral http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_leishmaniose_visceral.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdf https://www.hc.ufu.br/sites/default/files/tmp//volume_3_guia_de_vigilancia_em_saude_2017.pdf
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