contrato mandato

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIC
CURSO DE DIREITO - 5º SEMESTRE
Assunto: CONTRATO DE MANDATO 
CUIABÁ-MT
2018
FABIANA FERNANDA
JHONY OLIVEIRA,
 MARIA EDUARDA,
 NATANAEL BRUNO E 
 RHAIANY FAEL.
Assunto: CONTRATO DE MANDATO. 
Trabalho apresentado na Faculdade Centro Universitário UNIC, Curso de Direito, para a obtenção da nota da 5º Semestre.
Professor/Orientador: José Carlos.
CUIABÁ-MT
2018
Resumo 
Este trabalho apresenta o conceito de Contrato de Mandato, suas características, classificações, regras e obrigações. Conceituando desde o princípio, com base no Código Civil e exemplificações de diversos autores.
Palavras-chave: Procuração. Pessoas. Negócio Jurídico. Código Civil.
Introdução
O referido trabalho visa compreender amplamente o contrato de mandato, com seu conceito, características, partes, objeto, diferenças e similaridades com contratos assemelhados e aspectos. 
Essa modalidade contratual está disciplinada nos Artigos 653 a 692 do Código Civil brasileiro contendo suas formas e Obrigações de Ambas as Partes. Sendo assim, o objetivo fundamental do trabalho é buscar favorecer a aprendizagem e a fixação do conteúdo.
1. CONTRATO DE MANDATO- CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA
O mandato é um contrato, portanto é um negócio jurídico bilateral a regrar as relações internas entre mandante e mandatário, que pressupõe aceitação. É um contrato com grande aplicação prática, tipificado no atual Código Civil entre os artigos 653 a 692.
No primeiro dispositivo, trata- se do contrato pelo qual alguém transfere poderes a outrem, para que este, em seu nome, pratique atos ou administre interesses, ou seja, celebrando um negócio jurídico de representação.
Diversas pessoas confundem mandato com procuração, uma vez que, a procuração não é um contrato, mas sim o meio pelo qual o negócio se instrumentaliza, ou seja, um ato jurídico unilateral mediante o qual são atribuídos ao procurador poderes para agir em nome do outorgante, para conhecimento de terceiros.
O artigo 654 do CC diz que, todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que terá validade desde que tenha a assinatura daquele que pretende outorgar poderes, assim, deverá conter na procuração a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data, o objetivo, a designação e a extensão dos poderes outorgados (art. 654, § 1°).
Terceiros poderá exigir que a procuração tenha firma reconhecida (art. 654, § 2°) para que gere efeitos, ou seja, esse reconhecimento de firma é para que o mandato tenhe efeito erga omnes, isto é, contra todos.
Quanto à sua natureza jurídica, o contrato de mandato, em regra, é unilateral, pois somente atribui obrigações ao mandatário. O mandante assume a posição de credor na relação obrigacional. A vontade das partes ou a natureza profissional do outorgado podem convertê- lo em bilateral imperfeito.
2. CARACTERÍSTICAS
Esta modalidade de contrato pode ser gratuito (art. 658, CC) e oneroso o mercantil, ou seja, o mandato presume- se gratuito ou oneroso quando o mandatário trata po ofício ou profissão lucrativa. A remuneração é prevista em lei ou no contrato, sendo estes omissos, será determinado pelos usos do lugar ou arbitramento do juiz.
O mandato é um contrato consensual, pois tem aperfeiçoamento com a mera manifestação de vontade das partes. Constitui contrato comutativo, pois as partes sabem, no momento da celebração do negócio, quais são as suas obrigações, direitos e deveres.
É um contrato informal e não solene, pois o mandato pode ser express ou tácito, verbal ou escrito (art. 656, CC) e mesmo que o mandato seja outorgado por instrumento público, pode haver substabelecimento mediante instrumento particular, o que confirma a liberdade das formas (art. 655, CC).
A aceitação do mandatário pode ser expressa ou tácita (art. 659, CC). Se o mandatário der início a atos de execução, presume que o beneficiado por tais atos aceitou o mandato. O simples silêncio não indica aceitação do mandato.
Por natureza, o contrato é personalíssimo, fundado na confiança que o mandante tem no mandatário e vice- versa. E tem como objeto do mandato, a obrigação assumida pelo mandatário em face do mandante.
3. CLASSIFICAÇÃO
Mandato convencional: é aquele que decorre de contratos firmados entre as partes, sendo manifetação da autonomia privada. P.x: Mandato ad judicia, que representa a pessoa no campo judicail; ad negotia ou extrajudicial, para a administração em geral na esfera extrajudicial.
Mandato oneroso: é a denominação dada ao contrato de mandato em que a atividade do mandatário é remunerada.
Mandato plural: é o contrato em que existem vários procuradores ou mandatários, podendo assumir as formas do artigo 672, CC: conjunto ou simultâneo, solidário, fracionário ou sucessivo.
Mandato expresso: é aquele em que existe a elaboração de um instrumento de procuração que estipula os poderes do representante.
Mandato escrito: é aquele elaborado por meio de instrumento particular ou de instrumento público.
Mandato geral: é a hipótese em que há outorga de todos os direitos que tem o mandante.
4. REGRAS E EFEITOS DO MANDATO
O artigo 662 do CC, diz que são ineficazes os atos praticados por quem não tenha mandato, ou seja, o falso procurador não tem poder. Para os que tais poderes, o que interessa ao mandato é a atuação em benefício do mandante. Essa confirmação há de ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e retroagirá a data do ato, tendo efeitos ex tunc.
Sempre que o mandatário realizar negócios expressamente em nome do mandante, será este o unico responsável. Como o mandatário é possuidor de boa- fé, tem ele o direito de reter do objeto da operação que lhe foi cometida tudo quanto baste para pagamento do que lhe for devido em consequência do mandato.
5. OBRIGAÇÕES
5.1 OBRIGAÇÕES DO MANDATÁRIO 
Ao aceitar o mandato, o mandatário assume a obrigação de praticar determinado ato ou realizar um negócio em nome do mandante. O conteúdo do mandato consiste, numa obrigação de fazer. Em síntese, o mandatário tem a obrigação de executar o mandato agindo em nome do mandante com o necessário zelo e diligência, e transferir-lhe as vantagens que auferir.
Pode se dizer que as obrigações do mandatário consistem em:
A) Agir em nome do mandante, dentro dos poderes conferidos na procuração;
B) Aplicar toda sua diligência habitual na execução do mandato e indenizar qualquer prejuízo causado por culpa sua ou daquele a quem substalecer. 
Haverá culpa do mandatário, portanto, se não tiver aplicado sua diligência habitual. O mandato pode permitir o substabelecimento, pode proibi-lo ou pode ser silente a respeito. Caso haja proibição, e mesmo assim, o mandatário substabelecer, deve este indenizar os prejuízos oriundos de culpa daquele a quem substabelecer. Caso não tenha substabelecido, mas tenha ele próprio, mandatário, causado prejuízos por sua culpa, deve assim indenizar o mandante. Em mandato em que haja proibição de substabelecer, caso o mandatário não respeite esta determinação, responderá por todo e qualquer prejuízo causado pelo substituto, ainda que fortuito. O mandatário é que deve alegar e provar quais as razões por que não cumpriu ou executou mal o seu mandato e a ausência de qualquer comportamento culposo de sua parte, para subtrair-se ao dever de indenizar.
C) Prestar conta de sua gerência ao mandante
Deve o mandatário prestar contas de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe as vantagens que for recebendo. Assim, se o mandatário vende a coisa por preço superior fixado pelo mandante, deve entregar-lhe o excesso; se, por erro, o devedor do mandante paga mais do que devia, o mandatário tem de entregar-lhe tudo quanto recebe, inclusive o excesso, pois só contra o mandante pode o devedor formular eventual reclamação. 
O mandatário não pode compensar prejuízos a que deu causa com lucros, ainda que inesperados, que tenha obtido. Se, todavia, não houver abuso do mandatário, mas aplicaçãodas referidas somas em proveito próprio em expressa autorização do mandante, haverá contrato de mútuo. O mandatário pagará juros a partir do momento em que abusar de somas que deveria entregar ao mandante ou que recebeu para despesas, não as tendo efetuado.
Se o mandatário, com fundos ou créditos do mandante, comprar em seu nome o que deveria ter comprado para o mandante, poderá ser acionado para entregar a coisa comprada.
D) Apresentar o instrumento do mandato às pessoas, com quem tratar em nome do mandante. 
É ainda obrigação do mandatário exibir a procuração às pessoas com quem tratar. Se não o fizer, responderá sozinho pelos atos que praticar ultra vires, ou seja, além dos poderes outorgados. Se o terceiro exige a procuração e verifica que o mandatário não tem poderes para praticar o ato e, assim mesmo, negocia com ele, está assumindo um risco, pois não poderá agir contra o mandatário que não obrou no próprio nome, nem contra o mandante, cuja responsabilidade é definida pelos poderes que conferiu. 
Se o mandatário não exibir a procuração, agindo em seu nome, as obrigações serão estranhas ao mandante, que delas não se beneficia, nem por elas se obrigará. O mandatário será o credor ou o devedor, respondendo pessoalmente perante o terceiro de boa-fé. 
E) Concluir o negócio já começado 
O mandatário, quando souber da morte ou incapacidade do mandante, deve concluir os negócios já começados, se a demora implicar prejuízo. Logo em seguida, prestará contas do mandato ou bem aos herdeiros ou bem ao curador do mandante. Se houver mais de um mandatário, entender-se-ão solidários, se não forem expressamente declarados conjuntos ou sucessivos. (Mandatários sucessivos são aqueles que exercem o mandato um na falta do outro). 
5.2 OBRIGAÇÕES DO MANDANTE 
As obrigações do mandante podem ser divididas em duas categorias: obrigações para com o mandatário e para com terceiros.
A) Com o mandatário:
Como o mandatário atua em nome do mandante, é este que se vincula. 
O mandatário deve remunerar o mandatário conforme o ajustado e, na falta de ajuste, presumindo-se o mandato oneroso, pela Lei ou pelo que for arbitrado pelo juiz. A oportunidade do pagamento, ou seja, quando se dará o pagamento, será estipulada na procuração. Se nada for estipulado, o pagamento será efetuado conforme os costumes do local.
O mandatário deve indenizar os prejuízos que o mandatário sofrer, ainda que fortuitos, desde que não haja culpa deste.
O mandatário poderá reter o objeto do mandato até receber as despesas que efetuou e não lhe foram reembolsadas. Não poderá reter o objeto do mandato quando o desembolso se referir a outro ato que não aquele necessário para a execução do mandato. A retenção não é permitida para cobranças de honorários e perdas e danos. 
Se for vários outorgantes e se tratar de negócio comum, todos são solidariamente responsáveis pelas verbas a este devidas. Desse modo, pode o mandatário cobrar de um só ou de todos a quantidade a qual tem direito. 
6. SUBSTABELECIMENTO
Constitui uma cessão parcial do contrato, em que o mandatário transmite os direitos que lhe foram conferidos pelo mandante a terceiro, podendo ser feito por instrumento particular, ainda que o mandatário tenha recebido os poderes por procuração pública.
Nesse negócio de cessão, o mandatário é denominado substabelecente e o terceiro substabelecido. Em relação às responsabilidades que surgem do negócio em questão, há regras previstas nos parágrafos do art. 667 do CC e Quanto à extensão, o substabelecimento pode ser assim classificado em substabelecimento sem reserva de poderes ou com reserva de poderes.
7. EXTINÇÃO DO MANDATO
O artigo 682 do CC, dita que o mandato se extingue pela revogação ou pela renúncia, pela morte ou interdição de uma das partes, pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer e pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.