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TECNOLOGIATECNOLOGIA GRÁFICAGRÁFICA Me. Vanessa da S i lva Cardoso IN IC IAR introdução Introdução Nesta unidade, abordaremos três tipos de impressão, que utilizam diferentes modelos de matrizes de impressão e, por esse motivo, recebem classi�cações diferentes: a xilogra�a (um processo relevográ�co), a rotogravura (um processo encavográ�co) e a impressão digital (um processo digital com matrizes virtuais). Saberemos a utilidade dessas técnicas, levando em consideração o custo/benefício, bem como a relação do processo e do suporte de impressão escolhido para o projeto de design. Esta unidade também será uma introdução aos processos de acabamento de grá�ca, focando nos revestimentos e explicando suas aplicações para melhorar o aspecto, a qualidade e durabilidade de produtos grá�cos impressos. A xilogra�a (ou xilogravura) foi um dos primeiros processos de gravação de matrizes para a reprodução em quantidade. Seu processo se encaixa no tipo de impressão relevográ�ca, porque, apesar de a matriz ser entalhada para formar o desenho, é a parte em relevo que recebe a tinta e é a que será passada para o papel. (VILLAS-BOAS, 2010). Podemos descrever o processo da xilogra�a da seguinte maneira (VILLAS- BOAS, 2010): 1. A imagem é entalhada na madeira com uso de um formão ou de outro material a�ado. 2. Passa-se um rolo de borracha entintado sobre a matriz, nas partes em relevo. 3. A imagem é transferida para o suporte, por meio de pressão. Ainda segundo Villas-Boas (2010), essa técnica tem origem na China, chegando a Europa por volta do século 14, e foi largamente usada pela Xilogra�aXilogra�a Igreja Católica, antes da invenção da imprensa, para propagar suas ideias por meio de imagens detalhadas – haja vista que a maioria da população mundial não era alfabetizada. A xilogra�ia no Brasil Segundo Rodrigues (2016), a xilogravura chegou ao Brasil, provavelmente, com os missionários portugueses e passada aos índios, que popularizaram a técnica no país, mas sua origem exata é desconhecida. No Nordeste, deu origem à chamada literatura de cordel, que é uma arte popular reconhecida internacionalmente. Figura 3.1 - Xilogravura medieval Fonte: Olá Mundo / Wikimedia Commons. Figura 3.2 - Literatura de cordel Fonte: Diogo Dacal / Wikimedia Commons. saiba mais Saiba mais A literatura de cordel teve origem ainda em Portugal, com os trovadores medievais, que usavam canções para contar histórias para a população (MARINHO, 2019). Na Renascença, a literatura de cordel passou a ser conhecida por suas xilogravuras (gravuras em madeira), que ilustram as páginas dos poemas. No Brasil, a literatura de cordel se tornou uma arte popular mundialmente reconhecida, desde 2005, um Patrimônio Vivo de Pernambuco (RODRIGUES, 2016). Acesse o link a seguir e conheça um pouco mais sobre a técnica e a utilização no Brasil, bem como sua in�uência na cultura popular, por meio de um passeio pela casa da xilogravura. ASS I ST IR praticar Vamos Praticar O processo da xilogra�a é rudimentar e simples, e consiste nas seguintes etapas: entalhe da imagem na madeira, entintamento da matriz com um rolo de borracha e transmissão da tinta para o suporte, por meio de pressão. Tendo em vista esse processo, assinale a alternativa que indique por que a xilogra�a é considerada um processo de impressão relevográ�ca. VILLAS-BOAS, A. Produção grá�ca para designers. Rio de Janeiro: 2AB, 2010. a) Porque a tinta é decantada na parte entalhada na madeira. b) Porque a parte do desenho que é entintada está em relevo na matriz, como um carimbo. c) Porque a impressão resultante �ca em relevo, por conta da viscosidade da tinta. d) Por causa das blanquetas, ou cilindros cuja imagem é gravada em relevo, para fazer a pressão e transferir a tinta para o substrato. e) Porque o desenho �ca em baixo-relevo e acumula mais tinta, fazendo com que o resultado de impressão esteja em alto-relevo. Os processos grá�cos são nomeados conforme o tipo de matriz utilizada. As matrizes possuem características particulares, que dão origem aos processos encavográ�cos de impressão. A matriz encavográ�ca deriva do método da gravura em metal que consiste, segundo Collaro (2012), nos seguintes processos: [...] usar uma placa de metal maleável, como cobre, e desenhar por meio de traços e pontos as imagens que se quer reproduzir em seguida, a placa já desenhada recebe uma camada de verniz sintético, em outra etapa, com objeto perfurante e cortante, sulca sobre o verniz exatamente nos traços e pontos que compõem a imagem. Em seguida, aplica- se sobre a placa uma solução ácida conhecida como água forte, que penetra no sucos e rebaixa os traços feitos no cobre inicialmente, Pois sua característica é de ataque ao metal, mas não ao verniz, tornando a imagem baixo relevo. No próximo passo, remove-se o verniz com o diluente e a imagem está Encavogra�aEncavogra�a escavada no metal para obter as imagens, aplica-se tinta sobre a placa e remove se o excesso. A tinta �cará impregnada nos sulcos e, por pressão, será transferida para o suporte (COLLARO, 2012, p. 179). Nesse tipo de processo, podem ser incluídas as técnicas conhecidas como: água-forte, talho-doce e rotogravura. Água-forte Processo de impressão em que se utiliza uma matriz encavográ�ca. A imagem em baixo-relevo é obtida aplicando-se um verniz sobre a chapa de metal. Após esse processo, é submetida ao contato com o ácido nítrico – elemento químico também conhecido pelo nome de água-forte e, por isso, a denominação da técnica –, que corrói o metal nas áreas de imagem. A tinta se aloja na imagem sulcada e, posteriormente, passa para o suporte de impressão (VILLAS-BOAS, 2010). Talho-doce O talho-doce é outro processo encavográ�co, que deriva da técnica da água-forte. É utilizado até os dias atuais em impressos que necessitam de alta qualidade e grau elevado de detalhamento (em escala microscópica), para evitar falsi�cações de cédulas, cheques, alguns tipos de selos etc. Também é usada em casos especiais, em razão do seu alto custo e por ser um processo lento (VILLAS-BOAS, 2010). Rotogravura A rotogravura é um processo encavográ�co, em que é utilizado um cilindro de ferro, porém, é revestida de uma camada de cobre, ao invés de verniz, eletronicamente, por um processo conhecido como cupri�cação (COLLARO, 2012). A cupri�cação consiste em: [...] colocar o cilindro de aço imerso em um tanque com solução ácida, com placas de cobre presas ao fundo. Quando ligado o sistema, o cilindro começa a girar com carga elétrica positiva e a placa de cobre, com carga negativa. Com o ataque do ácido ao cobre, e está com cargas negativas, moléculas se desprenderam e se depositaram sobre o cilindro por atração de polaridade, formando uma camada de cobre. saiba mais Saiba mais Conforme Villas-Boas (2010, p. 103), o talho-doce é “geralmente combinado com a rotogravura, na etapa de impressão”. É um processo lento, que exige grande destreza do entalhador que é “responsável pela produção do original nas etapas intermediárias” (VILLAS-BOAS, 2010, p. 103). Assista ao vídeo que exibe o processo de entalhe da matriz em talho doce, no link a seguir. ASS I ST IR Continuando o processo, a retícula e o polimento da camada de cobre prepararam o cilindro para a gravação. Camadas de níquel e cromo serão adicionadas ao processo para dar resistência a matriz de reprodução. A gravação atualmente é feita com pontas de diamante que geram furos de profundidade diferentes, responsáveis pelas diversas tonalidades da tinta (COLLARO, 2012, p. 179-180). O processo de gravação dos cilindros descritos, segundo LUGLI (2019), tem sido substituído pela gravação do tipo CtP (computer to plate). Segundo a autora, depois que a matriz foi preparada, o processo de impressão ocorre de maneira simples: a matriz é submersa em tinta, para que esta �que armazenada nas partes encavadas (a imagem); uma espécie de rodo metálico (chamada racle) retira o excesso de tinta da superfície do cilindropara; o suporte passa por entre a matriz e o cilindro de impressão para que a tinta – depositada nos alvéolos (formas côncavas que formam a imagem) – seja transferida para o substrato (FERNANDES, 2003 apud LUGLI, 2019, p. 94). As principais características da rotogravura são: um processo direto, de alta velocidade, que pode imprimir nas duas faces do papel ao mesmo tempo; pode imprimir todas as cores em uma única passada na máquina e tem a possibilidade de trabalhar em módulo contínuo de papel. É um processo caro, em razão do tipo de matriz que utiliza, e só é recomendável para grandes tiragens. É aplicada, principalmente, na parte interna de revistas, em embalagens �exíveis e semirrígidas, papéis para embrulho e papéis de parede. Villas-Boas (2010) acrescenta que a técnica da rotogravura é amplamente utilizada em produtos que devem �car dispostos em gôndolas, pois não apresenta variação de cor em toda a tiragem. É bastante comum para rótulos e embalagens de metal, materiais didáticos de alta tiragem, livros de luxo – como os livros de fotogra�a e de arte – e também pode ser utilizada em displays plásticos. Recomendações para layouts A escolha de um tipo de impressão com muitas possibilidades e de custo elevado, como a rotogravura, deve ser considerada desde o layout, para Figura 3.3 - Revistas de alta tiragem Fonte: Elaborada pela autora. Figura 3.4 - Embalagens dispostas nas gôndolas Fonte: Franki Chamaki / Unplash. que a relação entre custo/benefício seja justi�cável. Villas-Boas (2010), faz algumas observações que podem ser levadas em conta na confecção do layout: explorar as variações tonais e imagens, com nuances ricas em imagens fotográ�cas, principalmente; usar imagens de alta resolução, se possível, 2400 dpi; evitar tipogra�as serifadas abaixo de 8 pts, para que as retículas não sejam percebidas, bem como fontes pequenas sobre fundo escuro. Processos híbridos: tampogra�ia A tampogra�a pode ser considerada um processo híbrido, pois possui características de dois tipos de impressão, podendo usar matriz de um e o método de impressão de outro. Na tampogra�a, a matriz é utilizada com características de encavográ�ca, com baixo-relevo associado ao processo �exográ�co, ampliando a possibilidade de suportes, como impressão em superfícies rígidas e superfícies curvas (LUGLI, 2019). A principal característica, no processo de tampogra�a, é a utilização do tampão, que funciona como um carimbo, transferindo a tinta da imagem da matriz para o suporte. Esse tampão não tem relevo de tipo algum (alto ou baixo), pois é entintado apenas na área de�nida pela matriz, sendo este – diferentemente da rotogravura – um processo indireto (LUGLI, 2019). Uma característica única da tampogra�a, como o próprio nome indica, é o uso do tampão, uma peça �exível de silicone, geralmente esférica ou similar, que coletará a tinta da matriz e aplicará a imagem, adaptando-se ao formato da superfície ponto. Com isso, há uma impressão de contato, também semelhante ao carimbo, com a diferença de que não existe relevo no tampão, pois o formato da imagem já foi de�nido na matriz (LUGLI, 2019). Esse processo tem larga utilização na confecção de brindes e cerâmica em variadas formas, mas também podem ser usadas em papel e papelão. Todavia, a complexidade do processo limita sua utilização em casos em que outras técnicas mais baratas não podem ser utilizadas pelo formato tridimensional (COLLARO, 2012). praticar Vamos Praticar A rotogravura é uma impressão direta, as matrizes são do tipo encavográ�cas, ou seja, a imagem é obtida em baixo-relevo, normalmente alimentada por bobinas. A velocidade de impressão é altíssima, e as matrizes são caras, recomendadas para grandes tiragens. Dentro do processo, o que é e qual a função do racle? VILLAS-BOAS, A. Produção grá�ca para designers. Rio de Janeiro: 2AB, 2010. a) O racle é o cilindro que transfere a imagem da matriz para o suporte, por meio de pressão. b) O racle é um elemento químico usado para a secagem rápida da tinta e propicia alta velocidade à impressão. c) O racle é uma espécie de rodo de metal, que raspa a tinta da matriz, retirando o excesso das partes que não têm imagem. d) O racle é um tanque que armazena a tinta para impressão, no qual a matriz é submersa. e) O racle é uma espécie de ácido que corrói o metal nas áreas não envernizadas, para formar a matriz. A impressão digital difere das impressões apresentadas até agora, principalmente em termos de matrizes. Esse tipo de processo tem origem na evolução do sistema de xerogra�a, não precisando, porém, do original físico, pois a entrada dos dados é feita por meio digital (VILLAS-BOAS, 2010). Segundo Lugli (2019), a categoria de impressões digitais abarca uma série de processos diferentes, que são determinados pelo tipo de equipamento empregado. No processo de design de peças impressas, são utilizados, progressivamente, os meios digitais, tanto nas etapas de provas de layout dentro da própria agência como no escritório ou nas grá�cas, mas não apenas para provas. Exploraremos alguns tipos de impressão digital e suas aplicações. Impressões digitaisImpressões digitais Jato de tinta A impressão jato de tinta tem sido utilizada há algum tempo para uso doméstico e dentro das agências, como prova de layout. Por esse motivo, é um dos processos mais conhecidos (LUGLI, 2019). Segundo Lugli (2019), o processo de impressão por jato de tinta ocorre quando há uma entrada de dados digitais gerados em aplicativos grá�cos: a impressora faz uma leitura dos dados e combina as cores de pequenos cartuchos para compor a imagem no suporte, linha por linha, borrifando pequenos jatos de tinta, de maneira digitalmente controlada. Existem alguns tipos de impressoras a jato de tinta. As menores servem para aplicação doméstica e existem também as de grande porte, cujo uso é em escala industrial. Seja qual for o porte da impressora, o processo de impressão é basicamente o mesmo, diferindo no tamanho dos cartuchos de tinta, na qualidade do impresso – as impressoras industriais conseguem um alto controle na liberação dos jatos de tinta e uma grande qualidade dos detalhes – e no tipo de suporte usado, com papéis de tamanhos grandes e até alguns tipos de polímero e tecidos. Também têm uma velocidade muito mais alta do que as de jato de tinta domésticas (LUGLI, 2019). Além do porte, outro aspecto que pode variar nesse processo de impressão é o tipo de tinta utilizada. Segundo Villas-Boas (2010), as impressoras jato de tinta podem ser de dois tipos, quanto ao tipo de tinta que utiliza: jato de tinta líquida e jato de tinta sólida. O processo da jato de tinta líquida difere do jato de tinta sólida, pois, neste último, a tinta entra na máquina em forma de barra e passa por duas etapas a mais do que na primeira – derretimento da barra de tinta – antes de o jato ser borrifado no suporte e do processo de �xação. Ao entrar em contato com o suporte, que está com uma temperatura mais baixa, a tinta solidi�ca-se novamente e passa por dois cilindros, realizando um processo de resfriamento e pressão para �xar a imagem no suporte. A impressão a jato de tinta sólida também é conhecida como impressão por mudança de fase, pelos estados físicos diversos pelos quais a tinta passa. É um processo caro e raro no Brasil, e as características principais são a vivacidade das cores e a boa resolução (VILLAS-BOAS, 2019). A impressão jato de tinta líquida é mais comum, porém, o trabalho terá baixa resistência à luz, quando comparado a outros processos. Por esse motivo, é preciso avaliar o custo/benefício, pois a jato de tinta é acessível em pequenas tiragens, podendo ser vantajosa na produção de banners e de produtos promocionais (BAER, 2005 apud LUGLI, 2019). Impressão a laser A impressão a laser tem substituído as jatos de tinta na aplicação doméstica, em razão da redução dos custos de maquinário. Porém, os melhores resultados são obtidos em impressorasde maior porte, que ainda têm custo bastante elevado. Segundo Villas-Boas (2010), os equipamentos de impressão a laser têm um princípio em comum: a relação entre a matriz, o toner (tinta em forma de pó, que pode ser colorida, CMYK ou P&B) e a transferência da imagem para o papel se baseia nas ações eletrostáticas opostas. O processo pode ser feito, resumidamente, conforme Freire (2015) apud Peruyera (2018), pelos seguintes passos: o papel recebe uma carga negativa para aderir ao cilindro carregado positivamente, dentro da impressora; os dados digitais são transmitidos para a impressora por meio de um aplicativo de gerenciamento de impressão; os dados são transmitidos para o cilindro fotorreceptor (com carga positiva), por meio de um raio laser, que transformam a parte atingida pelo laser em carga negativa, formando a imagem; o toner recebe uma carga positiva, é atraído pela parte com carga negativa do cilindro e repelido pela parte não sensibilizada pelo feixe de laser; o papel recebe o toner por pressão; o papel passa por dois cilindros aquecidos, chamados fusores, que fundem o toner, que, por sua vez, adere ao papel. As diferenças entre as impressoras a laser recairão sobre os diferentes equipamentos e os insumos (provenientes de diferentes fornecedores, muitos patenteados). As vantagens da escolha do processo em um projeto de design podem ser avaliadas pela ausência de custos �xos, com matrizes de impressão e lavagem de máquina na o�set, por exemplo, fazendo com que o custo unitário seja o mesmo, em pequenas ou grandes tiragens. Por esse motivo, quanto maior a tiragem, menos atrativo será esse tipo de processo. Também se deve considerar a possibilidade de fazer alterações imediatas no trabalho durante o processo de impressão, sem acarretar custos com novas matrizes (VILLAS-BOAS, 2010). Há desvantagens em comparação com outros processos. Em relação à rotogravura que tem uma qualidade inferior, especialmente em grandes áreas de cor chapadas e também nas nuances de meios-tons, a impressão a laser não consegue simular todas as sutis variações de luz e sombra. Pode haver, também, um problema de gerenciamento de cores, ocasionados pela complexidade do processo e pela pouca preparação dos operadores (VILLAS-BOAS, 2010). praticar Vamos Praticar A categoria de impressões digitais abarca uma série de processos diferentes, que são determinados pelo tipo de equipamento empregado. Assinale a alternativa que descreve o tipo de tinta usada no processo a laser, e uma das vantagens desse tipo de impressão. LUGLI, D. Produção publicitária impressa. Curitiba: InterSaberes, 2019. a) Cartuchos de tinta, secagem rápida das cópias. b) Tinta em barra: o laser derrete a tinta, obtendo cores mais vivas. saiba mais Saiba mais Segundo Villas-Boas (2010), existem ainda outros processos digitais de obtenção de imagens, porém, não são considerados impressão, propriamente dita, pois não há tinta. Existe, sim, um processo físico de recorte ou entalhe, como é o caso das routers, que podem esculpir suportes como madeira, alumínio e poliuretano, e as máquinas de corte eletrônico, que usam lâminas para cortar superfícies adesivas de papel ou vinil. Veja o funcionamento de uma máquina reuter acessando o vídeo a seguir. ASS I ST IR c) Tinta altamente volátil, alta velocidade de impressão em grandes tiragens. d) Toner, alta resistência a rasgos. e) Toner: possibilidade de ajustes no trabalho durante o processo, sem envolver custos com novas matrizes. Findado o processo de impressão, a próxima etapa é o acabamento. Mesmo os impressos mais baratos passam por algum tipo de �nalização antes da entrega para o cliente. Segundo Collaro (2012), acabamento é o termo utilizado para descrever a etapa na qual os impressos são bene�ciados e recebem melhorias em algumas de suas características táteis ou visuais. Dependendo do tipo de peça impressa e sua �nalidade, cada material pode receber um tipo ou mais de acabamentos diferentes, sendo que, além do corte – tipo de acabamento comum em quase todos os impressos –, também existem dobras, revestimentos, serrilhados, colagem etc. O acabamento pode ser realizado em diversos tipos de materiais: publicitário, cartotécnico (embalagens), produtos editoriais etc. Cada tipo de produto exigirá �nalizações distintas. O acabamento cartotécnico tem algumas peculiaridades, que exigirá bene�ciamentos que atendam às Acabamentos grá�cos -Acabamentos grá�cos - imposição, cortes e dobrasimposição, cortes e dobras funções de proteção e divulgação do produto. Por exemplo, enquanto os produtos editoriais darão mais atenção aos quesitos de manuseio e à durabilidade do impresso, os publicitários podem inserir características mais sensoriais. Entretanto, o autor alerta para o fato de que quanto mais elementos de acabamento forem inseridos a uma peça, maior será seu custo �nal (COLLARO, 2012). Imposição Segundo Collaro (2012), a imposição das páginas é a primeira etapa após a impressão, antes mesmo do corte e das dobras, como complementam Ambrose e Harris (2009). reflitaRe�ita Os acabamentos de produtos editoriais são semelhantes aos usados em peças de publicidade e podem ser bastante utilizados em materiais institucionais. Como ressalta Lugli (2019), até os materiais grá�cos mais simples passam pelas operações básicas de dobra, corte e encadernação, empregando diferentes técnicas. Nos produtos editoriais – por terem mais páginas do que um material publicitário (como �yer ou cartaz) –, é preciso ter cuidado na montagem, para que a sequência e a posição das páginas do material sejam respeitadas, ou a imposição, conforme alertam Ambrose e Harris (2009). Analisemos esse processo de maneira mais aprofundada, a seguir. Muito embora a imposição seja considerada uma etapa do acabamento, é importante que se tenha noção do plano de imposição, desde a parte de criação, pois, por meio da imposição, é possível ter uma visão da publicação como um todo e tomar decisões de onde projetar uma reserva de verniz ou cor, ou acabamento especial, otimizando custos (AMBROSE; HARRIS, 2009). Até há pouco tempo, quando a gravação das matrizes de impressão era feita exclusivamente por meio de fotolitos, a imposição era feita manualmente. Mas com o advento da produção digital de matrizes, computer-to-plate (CtP), o processo de impressão se tornou automático. (COLLARO, 2012) Mesmo com o processo automatizado de imposição, é comum se produzir um boneco para avaliar a publicação e certi�car da utilização mais adequada de papéis ou cores especiais, em uma mesma entrada de máquina, haja vista que em uma folha, diversas páginas serão impressas. Segundo Lugli (2009), um plano de imposição bastante usado é o de oito páginas em cada lado da folha, que formam um caderno de 16 páginas, dispostas conforme é mostrado na imagem a seguir: Figura 3.5 - Esquema de imposição no qual F é igual à frente, e V é igual a verso Fonte: Adaptada de Ambrose e Harris (2009). Um mesmo tipo de imposição pode ser obtido por diferentes sistemas, conforme exemplos abordados por Baer (2005) apud Lugli (2019): Bayer (2005) cita três métodos: a imposição frente e verso, na qual são usadas duas matrizes diferentes, cada uma contendo metade das páginas, e as folhas são impressas de um lado e, em seguida, do outro lado a imposição Tira e retira, que organiza as páginas de frente e verso na mesma Matriz, imprimindo uma fácil de toda a pilha de folhas, e depois é virada lentamente e impressa em seu verso com a mesma Matriz, e a imposição Tira e retira tombado, semelhante ao processo anterior, mais com a inversão da pilha de papéis sendo feita de baixo para cima, invertendo o lado da pinça.Os sistemas de imposição são determinados pelo equipamento de impressão e das dobradeiras (LUGLI, 2019, p. 163-164). Cortes Como vimos no início do tópico de acabamentos, em cada folha que entra na máquina impressora são impressas diversas páginas. Para �nalizar qualquer produtográ�co, é necessário, efetuar cortes no material, para que chegue ao seu formato �nal. Esses cortes podem ser simples (como o re�le) ou especiais (como os que utilizam faca de corte). Re�ile O re�le é o corte feito no papel impresso, que sai da máquina para dar acabamento ao material. O re�le serve para retirar as marcas de indicação que foram acrescentadas aos arquivos na etapa de fechamento (chamado de corte linear), para abrir os cadernos após a dobra dos papéis e �nalizar com o tamanho de�nitivo da publicação. Em impressos com muitas páginas, é aplicado o re�le trilateral: o papel é cortado em três lados, simultaneamente, para que toda a edição tenha o mesmo tamanho. Esse processo é feito em equipamentos denominados guilhotinas trilaterais, justamente pelo tipo de corte executado (VILLAS- BOAS, 2010). Segundo Villas-Boas (2010) o re�le pode ser feito em diversas etapas do processo de impressão. Por ser um processo corriqueiro, não acrescenta custos, como os demais acabamentos, e não é mencionado no pedido de orçamento. O re�le também pode ser denominado corte reto de guilhotina. Além desse tipo de corte mais simples, existem as facas especiais (LUGLI, 2019). Cortes especiais As facas especiais (ou facas de corte) conferem um acabamento básico às embalagens ou novas funcionalidades, estética e personalidade a impressos editoriais e/ou publicitários (LUGLI, 2019). Na categoria das embalagens (ou impressos cartotécnicos), podem-se fazer variados tipos de acabamento especial. Os básicos, segundo Lugli (2019), são o corte e vinco, e dobragem e colagem, que garantem a resistência, como os invólucros de produtos necessitam ter. Conforme Baer (2005) apud Lugli (2019), as facas de corte são feitas com base no desenho plani�cado no formato �nal do material impresso. O desenho é recortado em uma base de madeira ou mdf, formando sulcos. Atualmente, os sulcos podem ser gravados na madeira, de maneira automatizada, com o uso de equipamentos CNC. Com o desenho na madeira, são colocadas as lâminas curvadas com um martelo, para um encaixe perfeito nos sulcos. Existem diferentes formatos de lâminas, para se obterem acabamentos especí�cos. Além do corte, propriamente dito, podem-se obter, ainda: o vinco, o serrilhado e o picote. Villas-Boas (2010) a�rma que os vincos, serrilhas e picotes têm forma e função distintas: o vinco é obtido por meio de pressão contra uma lâmina com bordas arredondadas, e serve para facilitar o processo de dobra em uma embalagem ou capa, por exemplo; o serrilhado é feito com uma faca dentada e serve para confeccionar partes destacáveis, como canhotos de bilheteria, ou para auxiliar a dobra de papéis de alta gramatura, por exemplo, embalagens; os picotes servem somente para partes destacáveis de materiais impressos e costumam ser mais e�cazes nessa função do que o serrilhado, por ser feito justamente para esse �m. Como já mencionado, o vinco torna mais fácil a dobra dos materiais. A seguir, serão demonstrados os processos de dobras e as funcionalidades que conferem ao material impresso. Na etapa de acabamento, os materiais impressos são �nalizados para alcançar o formato �nal, que chegará ao público-alvo. Nesse processo, as peças recebem algumas melhorias na sua superfície ou na estrutura. Uma mesma peça pode receber um ou mais tipo de acabamento, desde os mais básicos – que não in�uenciam o preço �nal – até os mais re�nados ou combinados, que acrescentam valor à peça, mas deixam o orçamento mais caro (COLLARO, 2012). Neste tópico, será apresentado o processo de dobras, suas diferentes classi�cações, os resultados e adequações, dependendo do suporte. Dobras Esse recurso de acabamento serve para diminuir o formato �nal das impressões, sem a utilização de cortes. Como a�rmam Ambrose e Harris (2009), é possível criar efeitos estéticos, e funcionalidades inusitadas e criativas, organizando o conteúdo do impresso. As dobras são produzidas por um maquinário chamado dobradeiras, que pode ser da própria grá�ca onde foi impresso o material ou de terceiros. No caso de terceirização de dobras, é importante atentar que o prazo de entrega pode ser maior. Ambrose e Harris (2009) a�rma que com dois tipos básicos de dobras, o designer consegue uma série de variações de manuseio e de leitura de um material. Esses tipos básicos são: dobra em vale e dobra em montanha. As duas dobras básicas dão origem a diversos sistemas diferentes. Villas- Boas (2010) aconselha que, quando forem mais complexas, o designer deve saber qual é o esquema de dobras do equipamento que a grá�ca usa para entender o processo e poder projetar a impressão adequadamente. Dentre os sistemas de dobras, os mais usados são: dobras paralelas, feitas na mesma face do papel, cujo resultado é uma dobra enrolada; dobras sanfonadas e dobras cruzadas. Figura 3.6 - Dobra vale (E) e dobra montanha (D) Fonte: Adaptada de Ambrose e Harris (2009). Nas dobras sanfonadas, também é utilizada a dobra paralela, feitas, porém nas duas faces do papel, de maneira intercalada, tendo como resultado um material que lembra uma sanfona. As dobras cruzadas são dobras sobrepostas de maneira ortogonal. Figura 3.7 - Dobras paralelas Fonte: Adaptada de Ambrose e Harris (2009). Figura 3.8 - Representação da dobra sanfona Fonte: Adaptada de Ambrose e Harris (2009). Dependendo da gramatura do papel, as dobras podem ter limitações. A tabela a seguir indica o máximo de dobras, considerando a gramatura do papel (LUGLI, 2019): Tabela 3.1 - Número de dobras possíveis em cada tipo de dobra para cada gramatura Fonte: Baer (2005, p. 230 apud LUGLI, 2019, p. 167). Tendo em mente a gramatura do papel, é possível conseguir acabamentos editoriais diversos. Em um folheto de seis páginas, por Figura 3.9 - Dobra cruzada Fonte: Adaptada de Collaro (2012). Gramatura Cruzadas Paralelas (enrolada) Sanfonadas 100g/m 4 4 5 120g/m 3 3 4 170g/m 2 2 3 300g/m 1 1 - 2 2 2 2 exemplo, o sistema de dobras paralelas usará duas dobras. Nesse tipo de dobra, a impressão é feita de um lado e, posteriormente, o impressor vira o papel, para imprimir do outro lado, e o impresso recebe um corte central (LUGLI, 2019). Além dos sistemas de dobras mais comuns aqui apresentados, existem outros mais so�sticados, que permitem que o material impresso expanda suas possibilidades comunicacionais. Porém, é importante que o designer conheça o processo do maquinário de que a grá�ca dispõe, para a execução do trabalho, a �m de aproveitar ao máximo os recursos. Esses processos serão abordados a seguir. Dobra janela Consiste em dobrar uma folha em quatro, com uma dobra central como parâmetro, seguida de duas outras dobras, à esquerda e à direita dessa, virando as folhas das extremidades para o meio. Esse recurso é bastante utilizado em revistas, tanto em anúncios como em matérias que precisam de uma visão panorâmica. Dobra francesa Figura 3.10 - Representação da dobra janela Fonte: Adaptada de Ambrose e Harris (2009). Recebe uma dobra em cruz, formando um caderno com quatro páginas, cujo manuseio permite que seja aberta como um pequeno livreto de quatro páginas. Esse recurso é realizado para aumentar o volume da publicação. Como explicam Ambrose e Harris (2009): O caderno é costurado pela lombada para que as dobras frontal e superior permaneçam dobradas e não reveladas. A dobra superior a é re�lada durante o processo de encadernação, mas a frontal é mantida a selada, formando uma cavidade. A parte interna também pode ser impressa (AMBROSE e HARRIS, 2009, p. 86). Páginas desdobráveis Esse recurso consiste em uma folha encadernada junto com as demais páginas, maior do que as páginas de tamanho normal, do restante da publicação: Para abrir uma página desdobrável, o papel extra é estendido horizontalmente. A folha deve ter um tamanho ligeiramente menor do que o da publicação para caber confortavelmente quando dobrada. Uma página desdobrável é semelhante a página desdobrávelpara cima, que se estende verticalmente quando aberta (AMBROSE; HARRIS, 2009, p. 82). Por vezes, a dobra serve como recurso de capa para pequenas publicações como brochuras. Nesse caso, como apontam Ambrose e Harris (2009), o recurso é conhecido como autoencadernação. Autoencadernação A autoencadernação não é um tipo de encadernação, propriamente dita, pois as folhas que compõem a publicação, apesar de estarem envoltas pela página dobrada, estão como unidades soltas, e o leitor se encarrega de reunir as páginas manualmente, após a leitura (AMBROSE; HARRIS, 2009). Os processos de acabamentos descritos são os tipos mais básicos. Porém, as técnicas, usadas de maneira criativa, podem agregar valor à publicação e personalidade às peças. Entretanto, é importante que se tenha em mente o orçamento disponível, para saber se esses recursos são adequados ao seu projeto. praticar Vamos Praticar Os impressos cartotécnicos podem passar por diversos tipos de acabamentos especiais. Os básicos são: corte e vinco, dobragem e colagem. Assinale a alternativa que se refere às características da faca que produz o vinco e à utilidade desse tipo de acabamento. a) Lâmina serrilhada: o vinco serve para dar um acabamento so�sticado à superfície da embalagem. b) Lâmina a�ada: serve para dar acabamento arredondado às bordas da embalagem, aumentando a segurança no manuseio. c) Lâmina cega: serve para marcar a posição das dobras e facilitar a sua execução. d) Serve para criar desenhos em relevo e usa uma lâmina com ponta �na e a�ada. e) Lâmina arredondada: serve para separar partes destacáveis de matérias, como bilhetes, por exemplo. indicações Material Complementar LIVRO Deseñar con papel - Teecnicas y possibilidade del papel en el diseño grá�ico Natalie Avella Editora: Natalie Avella ISBN 13: 978-84-252-2086-9. ISBN 10: 84-252-2086-6 Comentário: Comentário: o livro, amplamente ilustrado, fornece exemplos práticos da utilização de diferentes tipos de dobras e cortes, e a aplicação desses acabamentos em trabalhos de design grá�co. Um guia simples, para inspirar designers a utilizarem todas as possibilidades que cortes os especiais propiciam, e como esses recursos ampliam a carga simbólica das peças, ou sua funcionalidade, do lúdico ao so�sticado. FILME Processo tampográ�ico Ano: 2015 Comentário: Comentário: o vídeo exibe o processo de impressão por tampogra�a: a confecção das matrizes para a impressão, o maquinário utilizado, os ajustes feitos pelo operador na máquina, a preparação da tinta e a aplicação da técnica em diferentes substratos. Para saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo. TRA ILER conclusão Conclusão Nesta unidade, você aprimorou seus conhecimentos sobre o design grá�co impresso, ao estudar diferentes tipos de impressão e ter uma introdução sobre a etapa do processo grá�co, que pode deixar o material impresso mais atraente e resistente. Compreendeu a relação de custo/benefício desses processos, e o suporte para os quais se destinam, por meio da leitura e �xação dos seguintes saberes: xilogra�a como processo histórico e artístico, sua classi�cação como processo relevográ�co e a inserção no panorama da cultura brasileira; a rotogravura, classi�cada como processo encavográ�co, descobrindo como funciona o processo de impressão, conhecendo mais as matrizes de baixo-relevo e sua característica de alta qualidade em aplicações de grandes tiragens; conheceu mais tipos de impressão digital jato de tinta e a laser, e como funciona o processo de impressão de cada um; descobriu o que é acabamento grá�co, e foram apresentadas as técnicas de cortes, dobras e vinco. referências Referências Bibliográ�cas AMBROSE, G.; HARRIS, P. Impressão e acabamento. Porto Alegre: Bookman, 2009. COLLARO, A. C. Produção Grá�ca: arte e técnica da direção de arte. 2.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. IMPRESSÃO rotogravura. Editora Abril. Disponível em: <http://gra�ca.abril.com.br/rotogravura.php>. Acesso em: 15 ago. 2019. LUGLI, D. Produção publicitária impressa. Curitiba: InterSaberes, 2019. MARINHO, F. Literatura de cordel. Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/literatura/literatura-cordel.htm>. Acesso em: 15 ago. 2019. PERUYERA, M. Diagramação e layout. Curitiba: InterSaberes, 2018. RODRIGUES, Z. Xilogravura nordestina: o encontro do tradicional e do contemporâneo. Follow the Colours, jul. 2016. Disponível em: <https://followthecolours.com.br/art-attack/xilogravura-nordestina/>. Acesso em: 15 ago. 2019. VILLAS-BOAS, A. Produção grá�ca para designers. Rio de Janeiro: 2AB, 2010. IMPRIMIR http://grafica.abril.com.br/rotogravura.php https://brasilescola.uol.com.br/literatura/literatura-cordel.htm https://followthecolours.com.br/art-attack/xilogravura-nordestina/
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