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Audiodescrição 1

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Prévia do material em texto

Audiodescrição: Trata-se de uma narração adicional que descreve a ação, a linguagem corporal, as expressões faciais, os cenários e os figurinos. A tradução é colocada entre os diálogos e não interfere nos efeitos musicais e sonoros.
Além das pessoas com deficiência visual, a audiodescrição amplia também o entendimento de pessoas com deficiência intelectual, idosos e disléxicos.
Essa transposição caracteriza-se pela descrição objetiva de imagens que, paralelamente e em conjunto com as falas originais, permite a compreensão integral da narrativa audiovisual.
Para a audiodescritora Graciela Pozzobon e para a produtora e curadora Lara Pozzobon, a audiodescrição consiste na descrição clara e objetiva de todas as informações que compreendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos, como: 
Expressões faciais e corporais que comuniquem algo. 
Informações sobre o ambiente. 
Figurinos. 
Efeitos especiais. 
Mudanças de tempo e espaço. 
Leitura de créditos, títulos e qualquer informação escrita na tela. 
A audiodescrição permite o recebimento da informação contida na imagem ao mesmo tempo em que ela aparece, permitindo que a pessoa aproveite toda a obra, seguindo a trama e captando a subjetividade da narrativa da mesma forma que uma pessoa sem alguma deficiência visual. 
As descrições acontecem nos espaços entre os diálogos e nas pausas entre as informações sonoras do filme ou espetáculo, nunca se sobrepondo ao conteúdo sonoro relevante, de forma que a informação audiodescrita se harmoniza com os sons do filme.
Além de ser destinada a pessoas com deficiência visual, a audiodescrição também é voltada para os seguintes públicos: 
pessoas com deficiência intelectual; 
idosos; 
disléxicos; 
autistas; 
pessoas com déficit de atenção; 
pessoas sem deficiência, que podem ampliar o senso de observação e o entendimento de espetáculos e produtos audiovisuais. 
No teatro, no cinema e na televisão 
Serão audiodescritos o cenário, efeitos de luz, os personagens, seus figurinos e as ações físicas. 
No museu 
Os quadros, as esculturas, vídeos e tudo o mais que fizer parte da exposição ou acervo.
Nos livros 
Serão audiodescritas todas as passagens escritas, ilustrações, fotografias e figuras.
O audiodescritor deverá ser objetivo e ter uma boa capacidade de síntese.
Roteirista 
Como roteirista, o audiodescritor prepara todo o material da audiodescrição, ou seja, é ele quem decide o que deverá ser dito e de que forma será dito. 
Narrador 
Como narrador, o audiodescritor irá narrar o que o roteirista descreveu.
Consultor 
Como consultor, é importante que o audiodescritor seja, se possível, uma pessoa com deficiência visual e/ou que conheça bem a técnica para ajustar o roteiro da audiodescrição.
As informações que não estão no diálogo também devem ser compreendidas. Essas informações são as expressões faciais e corporais, o ambiente, os figurinos, os efeitos especiais, as mudanças de tempo e espaço, a leitura de créditos, os títulos e qualquer informação que apareça escrita na tela.
A audiodescrição permite que a pessoa receba a informação contida na imagem ao mesmo tempo em que essa aparece, possibilitando apreciar a obra integralmente, seguir a trama e captar a subjetividade da narrativa, da mesma forma que alguém sem alguma deficiência visual.
A audiodescrição mistura a narração com a descrição. 
Agora, vamos conhecer quais informações o roteirista deve inserir no roteiro para serem narradas e por onde ele deve começar: 
1. Nomear e identificar – o que, quem, estado emocional 
2. Localizar e situar – onde, localização espacial e temporal e dos ambientes 
3. Qualificar – como (adjetivos) 
4. Descrever a ação – faz o que, como (advérbios) 
5. Situar o tempo – quando, período 
6. Enquadramento de câmera – de onde 
7. Referenciar sons 
8. Estruturar o tempo verbal – linguagem simples e objetiva 
9. Descrever elementos visuais verbais – crédito, legenda, intertítulo 
Descrição de pessoas 
É fundamental para o audiodescritor buscar precisão e clareza na descrição das pessoas que compõem uma cena ou das imagens que serão audiodescritas. Atenção para os pontos que devem ser observados e destacados: 
Faixa etária 
A pessoa aparenta ter entre X e Y anos, senhor, senhora, homem idoso, mulher idosa, etc. 
Etnia 
Branco, negro, indígena, oriental, etc. 
Cor da pele 
Morena, clara, negra, etc. 
Cabelos 
Cores (pretos, castanhos, louros, vermelhos, brancos, grisalhos); comprimento (longos, curtos, curtíssimos, na altura dos ombros); tipo/textura (encaracolados, lisos, anelados, ondulados, cacheados, espetados, armados, fartos, ralos), etc. 
Estatura 
Baixo, alto, estatura mediana, etc. 
Olhos 
Cores (azuis, pretos, castanhos, verdes, cor de mel); formato/expressão (amendoados, grandes, vivos, expressivos, cansados, curiosos, lacrimejantes, marejados), etc. 
Sobrancelhas
Espessas, finas, grossas, arqueadas, bem delineadas, etc. 
Nariz 
Afilado, arrebitado, grande, achatado, adunco, etc. 
Boca 
Carnuda, expressiva, lábios finos, lábios grossos, etc. 
Vestuário 
Saia, vestido, calça, camiseta, terno, bermuda, colete, camiseta, chinelo, biquíni, sunga, roupão de banho, chapéu, boné, sapato, tênis, sandália, bota, etc.
DICA:
Sobre o vestuário, deve-se começar pelas peças maiores e pela parte superior para depois passar para as menores e acessórios. Não é necessário descrever o figurino de todos os personagens em todas as cenas, pois o excesso de informação torna a audiodescrição cansativa e tira o foco do ponto principal, a não ser que o vestuário seja elemento importante para a composição da narrativa.
Audiodescrição dos estados emocionais 
Descrever os elementos que levam o espectador a inferir o estado emocional dos personagens pode funcionar em alguns casos, como “Ela leva as mãos ao rosto e chora” ao invés de “Ela está triste”. Porém, é preciso evitar ambiguidades, obscuridades. 
A descrição de um gesto ou de uma expressão facial nem sempre leva a seu entendimento. Às vezes, a descrição pura pode se perder no vazio. Se há tempo, recomenda-se descrever o gesto e o que ele significa, principalmente levando em consideração as pistas visuais, senão, apenas o seu significado. Se um personagem coloca a mão no queixo em sinal de preocupação, pode-se descrever: “Ele coloca a mão no queixo, preocupado”. No caso do olhar de personagens, pode-se descrever: “Elas se entreolham com surpresa”. 
A depender do gênero do produto audiovisual, os estados emocionais são mais intensos, como em dramas, romances e comédias. A audiodescrição pode contribuir para a experiência estética que o produto proporciona. Cenas de romance não podem ser descritas apenas como “O casal se beija”. Como é esse beijo? Apaixonado? Rápido? Demorado? Como são as carícias? A audiodescrição deve evitar fazer uma explicação sumarizada da situação, como: “Entram no quarto e fazem amor”, ou “Fazem sexo”. É necessário descrever a ação à medida que ela acontece, buscando as escolhas lexicais (pronúncias) mais apropriadas.
Audiodescrição da localização espacial e temporal e dos ambientes 
Sugere-se audiodescrever os elementos importantes para caracterização dos ambientes de acordo com sua importância para a compreensão da obra. Por exemplo, não é relevante descrever em detalhes um ambiente em que o personagem entra, fica poucos instantes, sai e não volta mais, pois essa descrição detalhada pode desviar a atenção do foco principal, a não ser que tenha alguma função na narrativa. 
É necessário sempre localizar os ambientes, dizer que o personagem volta a um determinado ambiente em que já esteve; deixar claro caso um mesmo ambiente tenha sofrido mudanças e descrever quais. Quando há uma mudança de ambiente, a audiodescrição começa por aí, por exemplo: “no escritório”; “no jardim”; “na praia”, etc.
DICA:
Além do ambiente, outra informação importante para o entendimento da cena é dizer quantos estão em cena e quem são.
Uso de adjetivos 
Os adjetivos descritivos são muito importantes na audiodescrição, pois tornam cenas, ações, característicasdos personagens e ambientes mais claros para o espectador. Os adjetivos devem expressar estados de humor e de emoções condizentes com os construtos universais, sem valoração subjetiva por parte do audiodescritor. 
Também se recomenda que as cores sejam referidas. Grande parte das pessoas com deficiência visual tem ou já teve alguma visão útil e, por isso, tem a memória de cores. As pessoas com cegueira congênita também atribuem significado para as cores. As cores devem ser nomeadas por se tratarem de objeto de significado sociocultural. As cores são empregadas em diferentes situações e contextos da vida em sociedade porque fazem parte de um sistema de códigos, símbolos e convenções. 
Uso de advérbios 
Os advérbios e locuções adverbiais ajudam na descrição de uma ação, tornando-a mais clara e aproximada. Assim como os adjetivos, devem expressar estados de humor e de emoções condizentes com os construtos universais, sem valoração subjetiva por parte do audiodescritor. Os advérbios também complementam o significado das ações, como: “Anda de um lado para o outro com preocupação”.
Descrição de ações 
Na audiodescrição, é preciso utilizar verbos específicos, que indiquem a maneira de realização das ações, como: pular, saltar, saltitar. 
Inserção de tempo 
Da mesma forma que a mudança de cenário/ambiente, a mudança de tempo deve ser anunciada logo que aconteça para o melhor entendimento da cena. Exemplos: “é dia”, “é fim de tarde...”, “de madrugada...”. A mudança de tempo também deve ser anunciada quando se volta a uma cena anterior sob outra perspectiva, por exemplo: “As cenas do início se repetem...” ou “se repetem sob a perspectiva do assaltante...”, ou “em flashback...”.
Planos de enquadramento e pontos de vista 
O conhecimento dos tipos de planos e de seus significados dentro da narrativa pode auxiliar o audiodescritor a tornar seus objetivos mais claros para o espectador com deficiência visual, ao fazer esta ou aquela escolha. Veja abaixo os tipos de planos: 
Grande Plano Geral (GPG) 
O GPG enquadra uma área de ação abrangente, na qual o ambiente é mostrado de maneira ampla e é captado a longa distância. Geralmente, o GPG é utilizado no início da história ou quando há mudança de local. Por meio desse plano, o audiodescritor descreverá o ambiente, a fim de situar o espectador com relação ao espaço que é apresentado. Exemplo: cidade em que a história se passa. 
Plano Geral (PG) 
O PG possui um ângulo de visão menor do que o GPG. Por meio dele, o local é apresentado de forma mais precisa e é mostrada a posição do personagem em cena. Com esse plano, o audiodescritor poderá descrever locais mais específicos em que os personagens se encontram. Exemplo: casas, locais de trabalho, etc. 
Plano Médio (PM) 
O PM tem uma função descritiva e, para isso, os personagens são enquadrados da cintura para cima, dando destaque para a figura humana. O audiodescritor pode fazer uma descrição mais precisa sobre as características físicas dos personagens e de suas vestimentas. 
Primeiro Plano (PP) 
O PP enquadra o personagem do peito para cima. Seu objetivo é mostrar os diálogos entre os personagens e suas expressões faciais, que podem ser mais bem detalhadas pelo audiodescritor. 
Primeiríssimo Plano (PPP) 
O PPP enquadra somente a cabeça dos personagens. É utilizado para ressaltar as expressões dos personagens, a fim de revelar suas emoções. 
Plano Americano 
Mostra o personagem dos joelhos para cima. 
Close-up ou Plano de Detalhe 
O close-up, ou plano detalhe, enquadra apenas o que é essencial para a compreensão do que está sendo apresentado, destacando-o do resto da cena. 
Plongéé e Contraplongéé 
O plongée e o contraplongée também são muito significativos, aumentando ou diminuindo o tamanho dos personagens ou objetos, não só física, mas também simbolicamente, o que deverá ser enfatizado na audiodescrição. Exemplo: “Vista de baixo para cima de uma igreja”; “Vista de cima da família sentada à mesa de jantar”; “Ele continua no chão. É observado de cima pelas pessoas que o cercam
Os planos de ponto de vista, como o nome sugere, mostram diferentes pontos de vistas, podendo ser o do autor, o do narrador ou o de um personagem. Os pontos de vista também podem ser explicitados na audiodescrição. Exemplo: “Lentamente, a imagem se aproxima do braço do homem e foca no relógio de pulso. Detalhe dos ponteiros do relógio em movimento”; “Maria pega um torrão de açúcar no açucareiro e o aproxima da xícara de café. Imagem aproximada do torrão de açúcar absorvendo o café”.
Tempo verbal 
O uso do presente do indicativo é recomendado, pois torna o texto fluido e expressa o fato no momento em que acontece. Exemplo: “João está feliz ao rever Ana.” 
Estruturação do período 
O período simples é o mais recomendado, principalmente devido ao pouco espaço entre as falas dos personagens. Evitar linguagem rebuscada, termos chulos, gírias, entre outros. 
Elementos visuais verbais 
Recomenda-se que sejam lidos créditos, textos, títulos, legendas e intertítulos. Porém, os créditos iniciais muitas vezes são exibidos ao mesmo tempo em que as imagens iniciais dos filmes. Ler esses créditos nesse momento poderá prejudicar a compreensão do filme, pois podem estar sendo mostradas cenas importantes relativas ao enredo. Assim, a leitura deve ser feita em momento que não se sobreponha à audiodescrição de cenas, o que pode acontecer de forma corrida, logo no início, ou então deixá-los todos para o final. Quanto à tradução das siglas, se esta estiver disponível para os espectadores em geral, é necessário disponibilizar essa tradução também na audiodescrição.
De modo formal, a audiodescrição foi aparecendo, gradativamente, em 1975, nos Estados Unidos. Somente após 28 anos, ou seja, em 2003, ela chegou ao Brasil.
Atualmente, a Inglaterra é quem mais disponibiliza a audiodescrição na TV, nos teatros, museus e cinemas. A Alemanha, a Espanha e os EUA também disponibilizam bastante audiodescrição.
2003 
A técnica da audiodescrição chega ao Brasil. As emissoras de televisão aberta no Brasil são obrigadas a ter programação com audiodescrição, pelo menos duas horas semanais, desde 1° de julho de 2011, conforme Portaria nº 188, de 24 de março de 2010, do então Ministério das Comunicações. 
Segundo a Portaria nº 188/2010 do Ministério das Comunicações, a meta era atingir progressivamente 20 horas semanais até 2020. Em 2018, todos os canais de TV aberta deveriam cumprir 12 horas de conteúdo acessível em sua programação, o que não corresponde à realidade.
No Brasil, a Rede Globo transmite filmes com audiodescrição nos programas Sessão da Tarde, Tela Quente, Temperatura Máxima, Supercine e Domingo Maior, cumprindo aproximadamente 6 horas semanais de conteúdo acessível. A emissora ainda apresenta audiodescrição em alguns programas de reportagem ou entretenimento.
A Record TV também apresenta o recurso em sua programação de entretenimento e de filmes, como nos programas Hoje em Dia, Super Tela e Cine Aventura. 
O canal SBT criou uma vinheta para informar os espectadores sobre a presença da audiodescrição, tendo como programa mais representativo o seriado mexicano Chaves. 
A TV Brasil possui uma programação acessível disponível para consulta virtual no endereço: http://tvbrasil.ebc.com.br/programas-com-audiodescricao.
A comunicação acessível está em pauta em todo o mundo. Em países como Alemanha, Reino Unido, França, Espanha, Estados Unidos e Uruguai, a AD já é uma realidade em cinemas, teatros, museus, programas de televisão e DVDs. Os festivais de Cine de Pamplona, Iberoamericano de Cine de Huelva e o de Cine de Móstoles oferecem em suas sessões o recurso da audiodescrição.
Na televisão espanhola, a TVE foi o primeiro canal a disponibilizar o recurso. Hoje, o Canal Sur e o TV3 já aderiram à AD. Em Valência, no Museu das Artes Audiovisuais de Alcira, há uma sala que oferece o serviço de audiodescrição de forma permanente. 
No Reino Unido, mais de 270 salas espalhadas pelo país possuem acessibilidade, e mais de 250 filmes em DVD com acessibilidade estãodisponíveis para locação ou venda. Boa parte dos canais de televisão do Reino Unido oferece a acessibilidade em sua programação.
Na Alemanha, alguns cinemas contam com o recurso da audiodescrição e o canal de televisão BR oferece programas com o serviço. Em Munique, o Festival de Cinema Wie wir leben oferece audiodescrição em todas as sessões, desde 1995. 
Na Austrália, o The Sydney Film Festival e o The Other Film Festival contam com acessibilidade nas sessões.
Na França, o canal TF1 exibe programas com audiodescrição. Além disso, algumas salas de cinema espalhadas pelo país, como o Cinema MK2, oferecem o serviço de forma permanente. O Festival Retour D’Image é um dos festivais de cinema franceses que oferece sessões audiodescritas. Uma das audiodescritoras mais importantes do mundo, Marie-Luce Plumazille, desenvolve a técnica na França desde 1989.
Quem utiliza o sinal digital por TV a cabo talvez encontre alguma dificuldade para ativar o recurso. Vale a pena lembrar que apenas os canais de TV aberta cumprem as metas semanais de conteúdos acessíveis. Caso a operadora por assinatura não transmita a audiodescrição nos programas que possuem o recurso na TV aberta digital, podem ser feitas reclamações à Agência Nacional de Telecomunicações, pelo número 1331.
Acessibilidade, portanto, é oferecer possibilidades de transpor as barreiras que existem na sociedade, garantindo que todas as pessoas possam participar efetivamente dos vários âmbitos da vida social. Na área comunicacional, acessibilidade é a ausência de barreiras na comunicação interpessoal, na comunicação escrita e na comunicação virtual (acessibilidade no meio digital).
	Portaria nº 310, de 27 de junho de 2006, do Ministério das Comunicações 
	Aprova a Norma Complementar nº 01/2006 - Recursos de acessibilidade, para pessoas com deficiência, na programação veiculada nos serviços de radiodifusão de sons e imagens e de retransmissão de televisão. 
	Portaria nº 188, de 24 de março de 2010 
	Altera o subitem 3.3 e o item 7 da Norma Complementar nº 01/2006 – Recursos de acessibilidade, para pessoas com deficiência, na programação veiculada nos serviços de radiodifusão de sons e imagens e de retransmissão de televisão, aprovada pela Portaria nº 310, de 27 de junho de 2006. 
	Portaria nº 312, de 26 de junho de 2012 (DOU de 29/06/12, página 63) 
	Altera texto do item 7.1 da Norma Complementar nº 1/2006, estabelecendo valor mínimo de horas para veiculação obrigatória do recurso de legenda oculta para emissoras do serviço de sons e imagens e de retransmissão de televisão. 
	Instrução Normativa Ancine nº 116, de 18 de dezembro de 2014 
	Dispõe sobre as normas gerais e critérios básicos de acessibilidade a serem observados por projetos audiovisuais financiados com recursos públicos federais geridos pela Ancine ; altera as Instruções Normativas nº 22/03, 44/05, 61/07 e 80/08, e dá outras providências. 
	Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 
	Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). 
O recurso consiste na tradução de imagens em palavras. É, portanto, também definido como um modo de tradução audiovisual intersemiótico, em que o signo visual é transposto para o signo verbal.
É importante destacar que os programas de leitura de tela só conseguem ler textos, ou seja, todas as imagens, gráficos e planilhas precisam estar descritos para que as pessoas com deficiência visual tenham pleno acesso a informação.
O VoiceOver é o leitor de tela presente nos computadores e demais produtos da Apple, como Iphone, Ipad, Apple TV e outros. Por ser um recurso nativo, o VoiceOver está totalmente integrado ao sistema, de modo que o produto já sai da loja com acessibilidade, pronto para o uso, sem depender de ninguém para fazer as configurações iniciais. 
Outras características do VoiceOver incluem: voz mais natural e em mais de 30 idiomas, movimentos usando o trackpad, rotor (um controle virtual para acessar uma série de comandos) entre outras.
Lendo toda a página 
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As definições de audiodescrição são inúmeras. Para a audiodescritora Graciela Pozzobon e para a produtora e curadora Lara Pozzobon, a audiodescrição consiste na descrição clara e objetiva de todas as informações que compreendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos.
A audiodescrição permite o recebimento da informação contida na imagem ao mesmo tempo em que ela aparece, permitindo que a pessoa aproveite toda a obra, seguindo a trama e captando a subjetividade da narrativa da mesma forma que uma pessoa que enxerga.
As descrições acontecem nos espaços entre os diálogos e nas pausas entre as informações sonoras do filme ou espetáculo, nunca se sobrepondo ao conteúdo sonoro relevante, de forma que a informação audiodescrita se harmoniza com os sons do filme.
Além de ser destinada a pessoas com deficiência visual, a audiodescrição também é voltada para pessoas com deficiência intelectual, idosos, disléxicos, autistas, pessoas com déficit de atenção, e pessoas sem deficiência que podem ampliar o senso de observação e o entendimento de espetáculos e produtos audiovisuais.
De acordo com o Censo do IBGE, em 2010, existia cerca de 6,5 milhões de pessoas com alguma deficiência visual no Brasil. Essa população tem pouco acesso a conteúdo televisivos acessíveis ou ainda não sabe onde e como procurá-los.
As informações que não estão no diálogo também devem ser compreendidas. Essas informações são as expressões faciais e corporais, o ambiente, os figurinos, os efeitos especiais, as mudanças de tempo e espaço, a leitura de créditos, os títulos e qualquer informação que apareça escrita na tela.
A audiodescrição mistura a narração com a descrição. Enquanto uma narração faz uma história progredir, a descrição consiste em interrompê-la, detendo-se em um personagem, um objeto, um lugar, etc.
Sobre o vestuário, deve-se começar pelas peças maiores e pela parte superior para depois passar para as menores e acessórios. Em geral, não é necessário descrever o figurino de todos os personagens em todas as cenas, pois o excesso de informação torna a audiodescrição cansativa e tira o foco do ponto principal.
No trabalho de audiodescrição, recomenda-se que as cores sejam referidas.
Grande parte das pessoas com deficiência visual tem ou já teve alguma visão útil e, por isso, tem a memória de cores. As cores devem ser nomeadas por se tratarem de objeto de significado sociocultural.
As emissoras de televisão aberta no Brasil são obrigadas a ter programação com audiodescrição, pelo menos duas horas semanais, desde 1° de julho de 2011, conforme Portaria nº 188, de 24 de março de 2010, do então Ministério das Comunicações.
Seja pré-gravada, ao vivo ou simultânea, a audiodescrição chega ao público deficiente visual por meio de fones de ouvido, como os usados na interpretação simultânea, que devem ser disponibilizados nas salas de cinema e teatro.
Audiodescrição 2
A imagem é uma representação de objetos, pessoas, cenas, situações, ou de algo que não está presente. É o registro do hoje, a materialização do presente para que seja lembrado e se eternize no futuro.
As imagens podem ser classificadas em estáticas, dinâmicas e animadas
Imagens dinâmicas: imagens cinematográficas e televisivas
Imagens animadas: Imagens digitais com movimento
Ler imagens, portanto, tornou-se algo essencial no mundo contemporâneo, uma vez que possibilita:
· Entender melhor as inúmeras mensagens, tanto explícitas como implícitas, conhecendo e entendendo seus significados.
· Compreender melhor o significado do próprio texto que é ilustrado.
· Levar os elementos imagéticos transformados em palavras às pessoas que não enxergam, ou seja, o ver mediado pelas palavras e pelo olhar do outro.
[...] a linguagem, a mais humana das invenções, pode possibilitar o que, em princípio, não deveria ser possível. Pode permitir a todos nós, inclusive os cegos congênitos,ver com os olhos de outra pessoa. – Oliver Sacks, “Vendo Vozes”
A imagem pode ter a função de ornamento, servindo para enfeitar a página e deixar o texto mais atraente; ou de elucidação, esclarecendo as informações, como acontece em tabelas, gráficos e desenhos esquemáticos. As imagens também podem ser úteis para comentários e ampliação do conhecimento.
A relação entre imagens e textos poderá ser de redundância, de informatividade ou de complementaridade. 
Os leitores de tela, entretanto, não descrevem arquivos em formatos de imagem, como JPEG e PNG, o que torna o conteúdo inacessível. Por essa razão, é necessário descrever fotos, planilhas, gráficos e ilustrações, a fim de que esses conteúdos se tornem acessíveis ao público com deficiência visual.
#Pracegover com detalhes: fotografia colorida com cinco pessoas de costas, entre homens e mulheres, caminhando pela pista de mão única. Eles carregam bolsa, mochila e caixa. Três deles usam chinelos. Apesar de estarem na parte plana da estrada, logo à frente há uma subida. Nas laterais, mata e árvores altas que fazem sombra no sentido que estão caminhando. Nenhum carro. Foto: Marcelo Camargo. 
#Pracegover sem detalhes (até 110 caracteres): Cinco pessoas caminham na pista de mão única, carregando alguns pertences. Foto: Marcelo Camargo. 
A Lei n° 10.753, de 30 de outubro de 2003, que institui a Política Nacional do Livro (PNL), assegura às pessoas com deficiência visual o acesso à leitura.
O Decreto n° 5.296, de 2 de dezembro de 2004 regulamenta a promoção de acessibilidade das pessoas com deficiência e estabelece que o Poder Público deve adotar mecanismos  de  incentivo  para  tornar  disponíveis  em  meio  magnético,  em  formato  de texto, as obras publicadas no país.
A Convenção da Organização das Nações Unidas sobre  o  Direito  das  Pessoas  com  Deficiência, ratificada  no  Brasil pelo Decreto  n°  6.949, de 25 de agosto de 2009, afirma que os Estados deverão  tomar  as  medidas  apropriadas  para  assegurar o acesso às pessoas com deficiência,  em  igualdade  de oportunidades  com  as  demais  pessoas,  ao  meio  físico,  ao  transporte,  à  informação e à comunicação.
O Decreto  n°  9.099, de 18 de julho de 2017 estabelece que o Ministério  da Educação  deve adotar  mecanismos  para  promoção  da  acessibilidade  no  Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) destinado aos estudantes e professores com deficiência e que os  editais  do PNLD devem prever as obrigações para os participantes relativas aos formatos acessíveis.
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, elaborada pelo Ministério da Educação em 2008, orienta a articulação entre e a educação especial e comum, visando garantir a escolarização e a oferta do atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência.
padrão Daisy (Digital Accessible Information System)
A descrição de imagens é a tradução em palavras, a construção de retrato verbal de pessoas, paisagens, objetos, cenas e ambientes, sem expressar julgamento ou opiniões pessoais a respeito.
USAR O TEMPO VERBAL SEMPRE NO PRESENTE
	
Utilize os estilos
Utilizar os estilos (Título 1, Título 2, Título 3, etc.) adequadamente é essencial para garantir a acessibilidade em documentos criados em editores de texto. Isso permite aos usuários que navegam com leitor de tela entenderem a hierarquia dos títulos e subtítulos no documento, uma vez que pessoas cegas não podem percebê-la através da mudança na cor ou no tamanho da fonte. Quando um elemento é marcado como Título 1, por exemplo, o leitor de tela, ao passar por esse elemento, informa ao usuário que se trata de um Título de nível 1. Assim, procure sempre utilizar a marcação dos níveis de título com os estilos já definidos no editor, ao invés de simplesmente modificar a formatação da fonte.
b) Na legenda da figura: 
Quando a própria legenda consegue transmitir as informações essenciais da imagem, não sendo necessário fornecer outras descrições. Nesses casos, deve-se manter a caixa de texto alternativo vazia para evitar que informações desnecessárias ou repetidas sejam transmitidas ao usuário pelo leitor de tela. 
 Utilize o atalho Ctrl + Enter para nova página 
Ao iniciar uma nova página, utilize o atalho Ctrl + Enter, específico em editores de texto para esta função, ao invés de teclar Enter inúmeras vezes. Dessa forma, a pessoa que estiver utilizando o leitor de tela poderá ir direto ao conteúdo da próxima página, sem precisar navegar por todas as linhas em branco (lidas como “em branco” pelo leitor de tela) inseridas no documento.
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Não divida o documento em colunas
É importante evitar a divisão do documento em colunas, já que, na navegação por setas, os leitores de tela consideram apenas a primeira coluna de cada página e não leem as demais.
Não utilize caixas de texto 
Ao invés de utilizar caixas de texto, procure digitar o texto normalmente, selecionando-o e inserindo uma borda ao seu redor. Essa é uma prática importante, pois os leitores de tela ignoram as caixas de texto inseridas em editores de texto, e usuários que estejam navegando com um leitor não terão acesso ao conteúdo inserido dessa forma
 Evite mesclar células em tabelas
Ao inserir uma tabela no documento, evite utilizar células mescladas. Os leitores de tela realizam a leitura de forma linear, sem agrupar as linhas ou colunas mescladas. Além disso, aconselha-se utilizar tabelas somente para dados tabulares (que apresentam relação entre linhas e colunas), e não para fins diversos, como modificar o layout, dividir o documento em colunas, entre outros.
 bullet
Disponibilize sumário com hiperlinks
Quando o documento for extenso ou apresentar muitos títulos, é importante disponibilizar um sumário com hiperlinks para as diversas seções do texto. Essa medida facilita a navegação para quem utiliza leitor de tela, pois permite ir diretamente até a seção desejada, sem precisar procurá-la manualmente por todo o documento. Para que o sumário possa ser inserido automaticamente, devem ter sido utilizados os estilos de título (título 1, título 2, título 3, etc.), pois é a partir deles que o editor gera o sumário.
 bullet
Utilize fontes sem serifa
É recomendada a utilização de fontes sem serifa (sans-serif), como Arial e Verdana, uma vez que fontes serifadas podem dificultar a leitura de alguns grupos de usuários, já que dão a impressão de estarem unidas devido aos prolongamentos nos fins das hastes das letras. Da mesma forma, recomenda-se evitar o uso de fontes muito elaboradas, decoradas e cursivas, que podem confundir usuários com baixa visão e dificultar a leitura de pessoas com dificuldades de aprendizagem. Também é importante evitar utilizar frases ou parágrafos inteiros em itálico e texto todo em caixa alta (maiúsculo).
 bullet
Utilize uma boa relação de contraste    
É importante criar documentos que apresentem uma boa relação de contraste entre o plano de fundo e a fonte, como: fonte branca, fundo preto; fundo preto, fonte branca; fundo cinza claro, fonte preta; fundo preto, letra amarela, etc. A percepção de pessoas com baixa visão ou com daltonismo pode ser bastante prejudicada por um contraste ruim.
 bullet
Não utilize apenas cor para transmitir informações 
A cor e outras características visuais não devem ser o único meio para transmitir uma informação. Pessoas cegas não enxergarão as cores e o leitor de tela não tem como passar essa informação.
O h1 deve ser o título principal da página, ou seja, deverá existir apenas um elemento h1 em cada página. A seguir, devem ser utilizados os níveis subsequentes de título, de maneira hierárquica, sem pular um ou mais níveis. A apresentação visual dos títulos poderá ser modificada através das folhas de estilo.
Para evitar problemas de acessibilidade como esse, o ideal é que o próprio título da notícia seja o link, de modo que o usuário não precise navegar por todo o entorno para saber qual a finalidade do link.
Da mesma forma que o "Leia mais" é problemático para navegação com leitor de tela, linksdo tipo "Clique aqui" e "Saiba mais" também o são, pois não descrevem o seu destino. Assim, esse tipo de link deve ser evitado.
· Documentos para download
Assim como o conteúdo de um site deve ser acessível, o material disponibilizado para download também precisa ser. Um dos formatos mais acessíveis é o próprio HTML e, por isso, sempre que possível, disponibilize documentos nesse formato.
Também podem ser utilizados arquivos para download no formato ODF - Open Document Format, tomando-se os cuidados para que sejam acessíveis. Se um arquivo for disponibilizado em PDF - Portable Document Format, deverá ser fornecida uma alternativa em HTML ou ODF. É necessário também informar a extensão e o tamanho do arquivo no próprio texto do link.
O Microsoft Office 2010 também inclui suporte para ODF.
 Utilizar listas de itens ao invés de uma longa série de palavras ou frases separadas por vírgulas.
 Fazer referências claras a pronomes e outras partes do documento.
 Utilizar, preferencialmente, a voz ativa.
· Contraste
 Uma relação de contraste adequada entre o texto e o plano de fundo é fundamental para que todos possam visualizar as informações de forma clara e sem grandes esforços. Além disso, um bom contraste é essencial para pessoas com baixa visão, com daltonismo e usuários que utilizam monitores monocromáticos.
A deficiência de cor vermelho/verde é o tipo mais comum de daltonismo. Por isso, deve-se evitar a utilização de contrastes entre essas duas cores.
· Vídeos que não possuem faixa de áudio:
Para vídeos que não apresentam faixa de áudio, é necessário fornecer alternativa em texto, ou seja, disponibilizar, junto ao vídeo, um arquivo para download ou um link para a transcrição textual.
A transcrição textual representa uma alternativa em texto que contém todo o conteúdo de um vídeo, incluindo tanto as informações contidas na faixa de áudio (se existir), quanto informações visuais transmitidas durante o vídeo. Assim, além das informações contidas nas falas, é preciso informar todo o conteúdo visual relevante para a compreensão do vídeo, como expressões corporais, risadas, informações em texto, mudança de ambiente, entre outros.
Além das legendas, muitos vídeos irão exigir uma faixa de audiodescrição para que sejam totalmente acessíveis. A audiodescrição não é a transcrição textual do conteúdo de um vídeo, mas sim uma faixa de áudio que contempla informações que aparecem visualmente, mas não estão presentes nos diálogos ou no áudio do próprio vídeo.
Em filmes, por exemplo, o audiodescritor precisa ter cuidado para não colocar suas inferências no texto, principalmente aquelas cruciais para o entendimento do filme. A garantia da acessibilidade está na possibilidade de a leitura ser feita pelo espectador, seja ele vidente, ouvinte, surdo ou com deficiência visual. Não faz parte do trabalho do audiodescritor, portanto, facilitar essa leitura. Ele precisa apenas traduzir as imagens para propiciar à pessoa com deficiência visual a oportunidade de fazer a própria interpretação.
A descrição vai além das informações percebidas pela visão, abordando as questões técnicas, linguísticas e de gênero, levando em consideração uma série de fatores relacionados à obra ou ao evento a ser audiodescrito, ao tipo de AD que será realizada e ao público-alvo.
A tarefa de audiodescrever requer uma investigação sobre o material a ser audiodescrito, como a cinematografia, estudos da semiótica, gênero, público, entre outros. A audiodescrição precisa atender à máxima coerência, coesão, intencionalidade, aceitabilidade, contextualização, intertextualidade e informatividade.
O audiodescritor deve ser capaz de decodificar a intenção do texto para transmitir as informações relevantes para o público. Ele precisa também editar o que vê, ou seja, saber diferenciar o que é mais relevante, selecionar o que deve ser levado em consideração partindo do geral para o mais específico e utilizando uma linguagem objetiva para garantir acessibilidade.
Em eventos presenciais, tais como congressos e seminários, é bastante comum a utilização de ADS. Nesses eventos, o equipamento utilizado para levar a mensagem às pessoas é o mesmo utilizado na tradução simultânea, funcionando da seguinte forma:
Os audiodescritores ficam em cabines acústicas com um roteiro previamente elaborado sobre o local do evento, logomarcas, vídeos que serão apresentados e tudo o que é possível adiantar, como o conhecimento prévio de terminologia, nomes dos palestrantes e suas apresentações. 
As pessoas com deficiência visual recebem receptores e fones de ouvido e podem, dessa maneira, escutar a audiodescrição que é inserida, preferencialmente, em momentos de pausa do palestrante ou em momentos em que a sobreposição de falas não comprometa o entendimento.
Na ADS, o audiodescritor se preocupa com o vocabulário utilizado e com a norma culta, apesar da rapidez e da imprevisibilidade com que as informações se apresentam. Os estados das pessoas/personagens, sejam eles emocionais ou mentais, não são informações prioritárias na ADS, como acontece no cinema, por exemplo, visto que a prioridade é a localização espacial e temporal do evento e a descrição dos ambientes.
Por exemplo, no caso de o palestrante dizer: “Isso é o que importa”, fazendo o gesto de esfregar o polegar no indicador, com o significado de dinheiro; se o audiodescritor não audiodescrever o gesto e o que ele significa, a pessoa com deficiência visual não terá acesso à informação.
A inclusão acaba beneficiando toda a população. Uma pessoa que não sabe ler, por exemplo, não consegue ter acesso à programação de uma peça de teatro ou exposição. Nesse caso, a audiodescrição poderia ajudá-la, permitindo o acesso ao conteúdo. O mesmo pode acontecer com uma pessoa idosa, que já não consegue mais visualizar as letras com tamanhos usuais em matérias de divulgação. Nesse caso, a oferta de material com letra ampliada poderia colaborar não só com as pessoas com baixa visão, mas também com o público idoso.
A audiodescrição, além de permitir o acesso ao conteúdo, oferece a oportunidade de compreender melhor os detalhes do que está passando, como as expressões faciais, a linguagem corporal, o figurino, as ações, a presença de outras pessoas, etc.
O aplicativo “Vem CA” foi idealizado pela ONG Escola de Gente com o intuito de ser uma ferramenta para permitir que as pessoas saibam o quê, quando, onde e com quais acessibilidades estão acontecendo as programações culturais das cidade, como museus, peças teatrais, festivais gastronômicos, cinema, circo, bibliotecas, entre outras.
No dia 9 de setembro de 2017, foi sancionada a Lei no 13.442, que torna o dia 19 de setembro o “Dia Nacional do Teatro Acessível: Arte, Prazer e Direitos”. O objetivo da Lei é garantir mais autonomia e participação de pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e baixo letramento, entre outras condições, na vida cultural de suas cidades
A escolha da data 19 de setembro para celebrar o Dia Nacional do Teatro Acessível, coincidindo com a comemoração do Dia Nacional do Teatro, legitima e fortalece a luta pela necessidade de obter cada vez mais manifestações artísticas para todas as pessoas. O importante é que todos tenham acesso e possam desfrutar com equiparação de oportunidades.
A Declaração Internacional de Direitos Humanos afirma que “Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir das artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios”.
Isso significa que todos os indivíduos têm o direito de usufruir das manifestações e bens culturais, independentemente de origem, classe social, experiências prévias, condição congênita, aquisição de deficiência ou quaisquer outros fatores socioeconômicos que os identifiquem como minorias.
Nesse sentido, promover a acessibilidade nos espaços culturais para pessoas com deficiência é trabalhar pela garantia do direito de participação de todo ser humano na vida cultural da comunidade. O recurso da audiodescrição é essencial para eliminar barreirasde comunicação nos espaços dedicados à cultura, como as exposições virtuais.
O audioguia é um sistema de locução disponibilizado para pessoas que visitam exposições, museus, centros históricos, entre outros. O recurso funciona de forma fácil e prática, não pesando na página, caso a exposição seja virtual. O recurso também pode ser utilizado com a  gravação de áudios em aparelhos portáteis, caso a exposição seja física. O audioguia conta com informações descritivas que ajudarão e visualizar todo o cenário, imagens do acervo, fotos e demais elementos visuais.
A Norma Brasileira ABNT 15599 aborda a acessibilidade em exposições em espaços culturais
Espaço livre de barreiras que impeçam o acesso aos equipamentos ou tornem o caminho inseguro ou perigoso. O espaço deve ser construído e sinalizado como especificado na ABNT NBR 9050. 
Etiquetas e textos com versões em braille e em tipos ampliados, fixados de forma a poderem ser lidos tanto por pessoas que estejam em pé como por pessoas sentadas, de acordo com a ABNT NBR 9050:2004, 4.7 e Seção 5. 
· LIBRAS TÁTIL 
Sistema não alfabético que corresponde a língua de sinais utilizada tradicionalmente pelas pessoas surdas, mas adaptado ao tato. A informação é compreendida pela pessoa surdo-cega pelo contato de uma ou ambas as mãos, com as mãos do interlocutor. 
· TEXTOS EM BRAILLE 
Código composto por seis pontos em relevo, com 63 combinações possíveis que representam letras do alfabeto, sinais de pontuação e outros. Permite a edição de textos legíveis pelo tato e a aquisição da correta ortografia. 
· THERMOFORME
Sistema de reprodução de documentos em relevo, páginas de escrita em braille, gráficos, desenhos, esquemas, etc. Requer a utilização de papel plastificado especial.
A presença de pessoas com deficiência nos espaços culturais de nossas cidades nem sempre é comum. Esse fato não costuma acontecer por falta de interesse por parte dessas pessoas, e sim por falta de oportunidades. Para que as pessoas com deficiência possam experimentar a vivência cultural, é necessário pensarmos tanto na acessibilidade física quanto na acessibilidade comunicacional. 
É importante lembrar que os equipamentos utilizados para a audiodescrição são os mesmos da tradução simultânea, mas o público e o serviço são diferentes.
Tour tátil
–
A exploração tátil de cenários e figurinos, quando possível, é um procedimento bastante apreciado, pois intensifica a experiência artística e a fruição do espetáculo. Para isso, é necessário haver a permissão da direção, bem como divulgação e orientação sobre o momento de realização (se antes ou depois do espetáculo).
As pessoas com deficiência visual que têm a oportunidade de experimentar a Audiodescrição se sentem incluídas, respeitadas e capazes de discutir sobre os conteúdos acessados.
O filme chamado “Os olhos do Pianista”, do autor Frederico Pinto, é um curta de cinema mudo que apresenta dois personagens principais, um pianista idoso com deficiência visual e uma criança, neta do pianista, que auxilia o avô em suas trilhas sonoras ao vivo na sala de cinema. A história transmite uma intensa solidariedade e irmandade.
O curta, feito em stop motion, foi produzido no ano de 2005 e já recebeu diversos prêmios, como o de melhor Direção, no festival de Gramado de 2005, e o de melhor Roteiro de Animação, no Festival Sabbi de Desenho Animado em 2005. Além disso, o curta participou de inúmeros festivais no Brasil e em outros países, como o Anima Mundi, em 2006, o Festival do Rio de Janeiro, em 2005, e o Rencontres Cinemás D’ameriques Latine de Toulouse (França), em 2005.
No Brasil, ainda existe uma lacuna na oferta de livros acessíveis para pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e mobilidade reduzida. A discriminação por ausência de acessibilidade está presente até nos territórios institucionais onde se trabalha com o atendimento de pessoas com deficiência e onde, muitas vezes, não há oferta de livros e leituras em todos os formatos acessíveis. Pessoas com deficiências acabam discriminadas, impossibilitadas de acessar a literatura. 
O acesso à literatura, ao livro e à leitura é fundamental para assegurar os direitos humanos fundamentais às pessoas, como educação, cultura, lazer, acesso à informação, liberdade, opinião e expressão. As pessoas são influenciadas pelos conteúdos que acessam diariamente. Portanto, garantir o acesso à literatura é necessário para formação de uma nova geração mais autêntica, reflexiva, argumentativa e consciente dos seus direitos.
A Lei Brasileira de Inclusão considera livro em formato acessível os arquivos digitais reconhecidos e acessados por softwares leitores de telas ou outras tecnologias assistivas, permitindo a leitura de voz sintetizada, ampliação de caracteres, diferentes contrastes ou impressão em braille.
Por meio de um Termo de Ajustamento de Condutas firmado entre o Sindicato Nacional dos Editores de Livros e o Ministério Público Federal, ficou definido que cabe às editoras aderentes estipular qual será o formato para a venda da obra na versão acessível, de acordo com a disponibilidade.
Entre as opções de formato, o ePub3, abreviação de Electronic Publication, em inglês, ou Publicação Eletrônica, em português, tem ganhado cada vez mais espaço entre as editoras, por ser um arquivo digital com padrão específico para e-books e por suportar elementos multimídia, como áudio e vídeo para múltiplas plataformas e idiomas.
Os livros escritos no Sistema Braille têm a vantagem de permitir que o usuário tenha contato direto com a ortografia das palavras, sendo a alternativa  mais viável para aqueles que, além da deficiência visual, possuem deficiência auditiva: os surdocegos.
Livros em letra ampliada
A grande vantagem desse formato é que ele pode atender às necessidades do usuário de baixa visão tanto através do livro físico quanto do livro digital.
Diversos sistemas operacionais, desde aqueles utilizados nos computadores de mesa e laptops até aqueles disponíveis em tablets e smartphones, oferecem programas especializados para facilitar a experiência de leitura de usuários de baixa visão. Há softwares que funcionam como uma lente de aumento, ampliando regiões específicas da tela.  Há também programas que permitem configurar o espaço de trabalho para utilizar cores de alto contraste, fazendo com que as palavras se destaquem.
O livro falado apresenta muitos pontos positivos, o que pode estimular a sua produção e consumo. São apontadas vantagens como: a facilidade de transporte; a flexibilidade de o usuário poder acessá-lo em diversas ocasiões; a versatilidade de ser gravado  em  diferentes  mídias como CD, DVD, MP3 e pen drive; e também o fato de possuir um baixo custo de produção.
Projeto Livro Acessível
Com o objetivo de promover a acessibilidade, no âmbito do Programa Nacional Livro Didático (PNLD) e Programa Nacional da Biblioteca Escolar (PNBE), o Ministério da Educação (MEC) conta com o Projeto Livro Acessível.
Esse projeto foi desenvolvido pelo Ministério da Educação com o objetivo de garantir livros em formatos acessíveis aos estudantes com deficiência matriculados em escolas públicas da educação básica. O programa é implementado por meio de parceria entre SECADI, FNDE, IBC e Secretarias de Educação, que se vinculam aos Centros de Apoio Pedagógico a Pessoas com Deficiência Visual (CAP) e aos Núcleos Pedagógicos de Produção Braille (NAPPB).
Entre as ações do Projeto Livro Acessível, destacam-se:
· O desenvolvimento de Tecnologia Assistiva de leitores digitais acessíveis para o Programa Nacional do Livro Didático - PNLD. Atualmente, o Sistema utilizado é o formato EPUB3.
· A realização de seminários de formação dos profissionais envolvidos na produção de material didático acessível em formato digital e em braile.
· O apoio aos Centros Públicos de Produção de Material Didático Acessível (CAP e NAPPB), presentes nos estados, municípios e no Distrito Federal, e ao Instituto Benjamin Constant para Cegos - IBC, na produção de livros digitais acessíveis e complementos em braillepara estudantes com deficiência visual, matriculados no ensino fundamental e médio das escolas públicas de educação básica.
Segue abaixo a legilação que trata sobre livro acessível:
· Lei no 10.753, de 30 de outubro de 2003 - Institui a Política Nacional do Livro. 
· Lei no 13.146, de 6 de julho de 2015 - Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). 
· Lei no 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 – Atualiza e consolida a legislação sobre os direitos autorais. 
· Decreto no 9.099, de 18 de julho de 2017 - Dispõe sobre o Programa Nacional do Livro e do Material Didático.
2.1. Acessibilidade na leitura 
O livro “Sonhos do Dia”, escrito por Cláudia Werneck e publicado pela editora WVA em 2011, foi o primeiro livro infantil a seguir todas as leis de acessibilidade, garantindo o acesso à literatura para crianças com ou sem deficiência, alfabetizadas ou não. 
O livro foi lançado simultaneamente com os seguintes formatos:
· bullet
Livro impresso em tinta com um DVD e um CD encartados na terceira capa com pino EVA trazendo identificação em braile.
· bullet
Livro falado sem audiodescrição no mesmo CD encartado na terceira capa com trilha sonora própria.
· bullet
Livro falado com audiodescrição no mesmo CD encartado na terceira capa com trilha sonora própria.
· bullet
Livro no formato Daisy com descrição de todas as fotos e imagens no mesmo CD encartado na terceira capa.
· bullet
Filme com animação e audiodescrição em DVD com identificação em braile com trilha sonora própria.
· bullet
Filme com Libras e legenda em DVD com identificação em braile.
· bullet
Livro em .doc e .txt no mesmo CD encartado na terceira capa.
· bullet
Livro em PDF no mesmo CD encartado na terceira capa.
Perceberam a diferença entre ver o livro em tinta e ouvir descrição do livro no vídeo? O recurso da audiodescrição permite que uma criança com deficiência visual ouça o livro ao mesmo tempo em que seus amigos, sejam eles alfabetizados ou não.
3.1. Descrição de tirinhas
As tirinhas são narrativas visuais com poucos quadros e que, devido à predominância do humor, podem ser consideradas piadas visuais. As tirinhas conjugam texto e imagens com o objetivo de narrar histórias dos mais variados gêneros e estilos. Além de cômicas, elas podem ser de aventura, de ficção e de outros gêneros.
É importante esclarecer que as tirinhas são diferentes das histórias em quadrinhos. Embora pertençam ao mesmo gênero de texto, as tirinhas são mais curtas, com personagens que podem ser fixos ou não, e geralmente são publicadas em jornais, websites e revistas de grande circulação.
Para realizar a descrição de tirinhas e histórias em quadrinhos, é necessário observar os códigos visuais, que incluem: pontuação, traçado dos balões de fala, letras maiúsculas ou minúsculas, repetição de letras, espaços e desenhos. A caracterização física dos personagens também é um elemento que precisa ser observado com bastante atenção, pois muitos são representações estereotipadas.
Lívia Motta, especialista em audiodescrição no Brasil, recomenda que sejam adotados alguns passos para realizar a audiodescrição em tirinhas. Observe:
· Começar a descrição com “a tirinha mostra/apresenta/conta/acontece, se passa”.
· Quando houver título, ele deverá ser citado logo no início da descrição, pois é a primeira informação a que temos acesso.
· Mencionar local de publicação, principalmente quando a tirinha for retirada do seu suporte original, como ocorre em livros didáticos.
· Mencionar quem são e quantos são os personagens, caracterizá-los, falar sobre o cenário e o tempo (dia, noite, inverno, verão), para depois fazer a descrição de cada quadrinho.
· Quando os personagens mudam a roupa no decorrer da história, isso deverá ser mencionado no próprio quadrinho.
· Falar sobre como aparecem as falas, se dentro ou fora de balõezinhos. Se o desenho do balãozinho apontar para algum significado, como pensamento (bolinhas) ao invés de fala, isso deverá ser apontado na descrição do quadro onde aparece.
· Descrever quadro a quadro, marcando-os com a letra Q e o número correspondente.
· Transformar os detalhes visuais de cada quadrinho em texto para que a pessoa com deficiência visual construa sua interpretação.
· Dar atenção para o significado dos diferentes tipos de balões de fala, letras e outros símbolos.
· Anunciar a fala dos personagens usando os verbos dizer, responder, perguntar, comentar, continuar, gritar e falar.  
· Descrever elementos gráficos, como pontos de interrogação, exclamação, gotas de suor, raios, nuvenzinhas, formatos diferentes de balõezinhos onde estão as falas, pois eles também expressam significado.
· Utilizar o tempo verbal presente do indicativo na descrição.
· 4.1. Acessibilidade em banners, cards e flyers
· Quando preparamos a divulgação de um evento, é necessário colhermos todas as informações possíveis para quem receber o convite não ter dúvidas. O objetivo de uma divulgação, seja para seminários, espetáculos, exposições ou afins, é garantir a presença do público alvo, por isso, é preciso caprichar! 
como o banner é uma imagem JPG, o software de leitura não consegue ter acesso.
Para tornar o conteúdo acessível, será necessário elaborar a sua descrição. Nesse sentido, é importante destacar que, normalmente, os cards são inseridos em redes sociais e/ou enviados pelo WhatsApp, de modo que a versão acessível costuma ser sinalizada com as hashtags #Pracegover ou #Descriçãodaimagem
Para que o flyer seja acessível, é fundamental que todas as informações estejam contempladas na descrição da imagem, mesmo que ela fique longa, pois isso oferece a equiparação de oportunidades entre todas as pessoas.
A logomarca é um instrumento de comunicação entre a empresa e o público consumidor, uma imagem que representa e identifica a empresa. É a forma particular como o nome da marca é representada graficamente, uma assinatura institucional. 
A logomarca está ligada à missão, à visão e aos valores de uma empresa. Nela, estão presentes elementos imagéticos como formas, cores, texturas, linhas, ícones, que, juntos, transmitem ao público informações relevantes sobre a empresa. 
O logotipo é mais que um símbolo gráfico. Ele confere autoria aos trabalhos, oficializa as ações, demarca a distinção de outros órgãos e setores do poder público, imprime credibilidade e uniformiza a comunicação com o cidadão, traduz a imagem e a personalidade do órgão/empresa.
A identidade visual sintetiza o patrimônio imaterial do órgão/empresa naquilo que lhe é mais caro e deve ser gerida com responsabilidade, coerência e segurança. Para tanto, também deve ser cuidadosamente descrita a fim de repassar todos os elementos e seus significados para o leitor.
Existe diferença entre logomarca e logotipo? Há quem diga que são a mesma coisa ou que o nome não faz diferença, porém a maioria dos logos é composta por 2 itens: a parte escrita e um desenho. O Logotipo é a parte escrita (o nome da marca) de forma estilizada. A Logomarca é o desenho, o símbolo ou o ícone que representa a marca graficamente.
A identidade visual é a forma como determinada empresa vai se posicionar visualmente, quais serão suas cores, qual estratégia visual ela deverá usar em seus comunicados, como serão suas imagens, publicações, anúncios, entre outras coisas.
As cores possuem significado nas logomarcas, pois despertam diferentes sensações nas pessoas. Essa noção é utilizada no momento da criação das logomarcas, com a eleição cuidadosa das cores. Veja só o significado de algumas cores:
	Vermelho
	Impulsividade, paixão, força, calor, alegria, otimismo, virilidade.
	Laranja
	Receptividade, comunicação, ação.
	Amarelo
	Juventude, inteligência, luz, sol.
	Verde
	Vida, fertilidade, tranquilidade, ecologia.
	Azul
	Racionalidade e espiritualidade.
	Violeta
	Lealdade, força, religião.
	Marrom
	Força, riqueza, densidade.
	Preto
	Nobreza, distinção, elegância.
	Branco
	Pureza, sabedoria, verdade.
As formas também possuem significado das formas nas logomarcas, despertando diferentessensações nas pessoas. O círculo indica evolução, tranquilidade, movimento. O triângulo transmite uma ideia de leveza, inteligência, divindade, espiritualidade. O quadrado evoca uma sensação de evolução, movimento, tranquilidade.
· Iniciar a descrição com o nome do órgão/empresa, já mencionando o fundo: a logomarca da xxxxx, com fundo xxxxx, é composta por xxxxx.
· Destacar os elementos mais significativos, mencionando cores que exprimem significados ligados à missão e aos valores da empresa.
· Quando não houver uma identificação muito clara dos elementos, pode-se utilizar na descrição os verbos parecer/lembrar/assemelhar.
· Descrever os desenhos, ícones e outros elementos visuais que compõem a logomarca.
· #Pracegover: Barra de logos, divididas em três linhas. Primeira linha, logomarcas de Apoio: Lei de incentivo à cultura, Associação Nacional do Ministério Público de Contas, Associação Nacional dos Procuradores da República, Ashoka, Baptista Luz Advocacia, Fórum Brasileiro pelos Direitos Culturais, Fundação Pedro Jorge, Oi Futuro. Segunda linha, logomarcas de Patrocínio: Itaú, MRS Logística, Oi, White Martins, Wilson, Sons, Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro. Terceira linha, logomarcas de Realização: Escola de Gente - Comunicação em Inclusão, Secretaria Especial de Cultura, Ministério da Cidadania, Governo Federal do Brasil.
No caso de assinatura conjunta, é inviável descrever os elementos de cada logomarca. A melhor solução em barra de logos e descrever apenas o nome e atuação (apoio, realização, patrocínio).
1.1. Audiodescrição em mídias sociais
As pessoas com deficiência visual fazem o uso das mídias sociais com o auxílio de softwares de leitura de tela. Esses softwares reconhecem os textos exibidos na tela dos dispositivos e vocalizam o seu conteúdo à medida que a navegação avança, mas não reconhecem arquivos em formatos de imagem, como JPEG e PNG. 
Para que os softwares de leitura de tela reconheçam o conteúdo de imagens, muito utilizadas em mídias sociais, é necessário que elas tenham descrição. Nesse sentido, para descrever uma imagem e disponibilizá-la de modo acessível nas mídias sociais, a Prefeitura de São Paulo, em um workshop sobre descrição de imagens, recomendou a adoção dos seguintes passos:
· Descrever a imagem sem julgamentos ou opiniões.
· Evitar excesso de informações e apontamentos desnecessários.
· Descrever características físicas e vestimentas, quando possível.
· Dizer com objetividade o suficiente para que a ideia geral seja transmitida;.
· Em caso de memes, cujo intuito é, na maioria das vezes, cômico, a descrição também pode ser cômica, contanto que não confunda o leitor.
· Sinalizar que a imagem será descrita. Um exemplo disso é a utilização da hashtag #PraCegoVer antes da descrição.
· Evitar o uso de figuras de linguagem.
· Identificar os elementos relevantes.
· Mencionar cores e detalhes.
· Usar verbos no presente.
· Não usar verbo de movimento em imagens estáticas.
Patrícia é professora de Braille desde os seus 16 anos de idade e tem muitos amigos cegos. Quando entrou para o Facebook, ela logo teve a necessidade de se comunicar com eles, por meio de imagens, em suas redes sociais. O projeto #PraCegoVer, criado oficialmente por ela no dia 4 de janeiro de 2012, nasceu nesse contexto. Estamos falando da iniciativa da professora baiana Patrícia Braille.
“Eu não me permitia postar fotos sem descrever, do mesmo modo como fazia em meu blog, o Patricitudes. Pela passagem do aniversário do criador do Sistema Braille, Louis Braille, criei um evento virtual no Facebook chamado ‘Pra Cego Ver’ no 4 de janeiro de 2012, convocando pessoas a experimentarem descrever para um cego. Foi um sucesso! Em seguida criei a página para não deixar a ideia cair no esquecimento. Em resumo: ‘enxergar’ a existência de pessoas com deficiência nas redes sociais foi minha motivação”, disse.
O #PraCegoVer é um projeto de disseminação da cultura da acessibilidade nas redes sociais e tem, por princípio, a descrição de imagens e a audiodescrição para apreciação das pessoas com deficiência visual. Quem acessa a página do Projeto no Facebook, logo encontra dois avisos em destaque. Principalmente para as pessoas entenderem o contexto do uso da hashtag.
· #PraCegover é um trocadilho. Como essa hashtag tem uma função educativa e inclusiva, ela se refere aos videntes que não enxergam o cego e nunca se dão conta de que pessoas com deficiência visual usam redes sociais. Ela existe para impactar, para despertar o olhar de quem lê e se pergunta: “Ué, pra que raios esta descrição está aqui?”. Então vai pesquisar mais um pouco e… Zaz! Mais um vidente deixou de ser “cego”. Existe, principalmente, para o cego ou pessoa com deficiência visual/baixa visão que, pela falta de acessibilidade, não podia apreciar as imagens publicadas.
· Não, a descrição não faz a pessoa cega literalmente enxergar. É, mais uma vez, um jogo de palavras, um empréstimo da palavra “ver” no sentido de “ter acesso” a algo. Ouvir uma descrição não substitui a visão. Nem mesmo o tato, como muitos acreditam, seria capaz de substituir o ato de enxergar, na exata medida em que os olhos o fazem.
[
A rede social Facebook gera um texto alternativo automático editável para postagens de fotos, permitindo a utilização de até 100 caracteres.
A rede social corporativa Linkedin também possui campo para inclusão de descrição para as imagens, inclusive com a hashtag #PraCegoVer.
A rede social Instagram permite a inclusão de legenda alternativa nas configurações avançadas da publicação. Veja:
No Twitter, é possível ativar o recurso de acessibilidade para adicionar a descrição com até 420 caracteres em fotos.
2.1. Formatos de texto acessível
Para que um maior número de pessoas possa ter acesso ao conteúdo de um documento digital, é necessário tomar alguns cuidados quanto ao formato em que ele será salvo. A seguir, serão apresentadas algumas dicas para tornar os documentos mais acessíveis:
· Documentos salvos no formato PDF
O PDF (Portable Document Format) é um formato de arquivo usado para exibir e compartilhar documentos de maneira compatível, independentemente de software, hardware ou sistema operacional. Inventado pela Adobe, o PDF agora é um padrão aberto mantido pela ISO (International Organization for Standardization).
Além de elementos como texto, imagens, links, tabelas, formulários e gráficos, que formam o conteúdo de um documento em PDF, esses arquivos contêm também uma estrutura responsável por definir a ordem lógica de leitura do documento, a apresentação correta de listas e tabelas, entre outros. 
Para gerar um PDF estruturado, são utilizadas tags ou marcações, que fornecem aos documentos:
· bullet
Ordem lógica de leitura.
· bullet
Texto alternativo para as imagens.
· bullet
Tabelas com estrutura correta (células de cabeçalho e células de dados).
· bullet
Campos de formulário acessíveis, entre outros.
Documentos do Google
–
Os aplicativos do Google (Documentos, Apresentações e Planilhas) também apresentam a opção para realizar o download do arquivo em formato PDF. No entanto, o Google ainda não oferece a possibilidade de manter as marcas estruturais do documento para a acessibilidade, ou seja, o arquivo PDF gerado não será acessível. Portanto, recomenda-se fazer o download do arquivo para outro formato e, a partir desse documento baixado, gerar o PDF, garantindo que a opção para manter as marcas estruturais esteja habilitada.
As ferramentas que convertem um documento para PDF a partir de dados enviados para a impressora não preservam as marcações do documento. Assim, documentos PDF gerados dessa maneira não serão acessíveis.
O software mais utilizado para a criar e manipular arquivos em PDF é o Adobe Acrobat. As últimas versões do Acrobat (a partir do Acrobat X) oferecem ferramentas para verificar, ajustar e validar documentos como forma de garantir a acessibilidade. 
O Acrobat disponibiliza ferramentas para verificar e modificar a ordem de leitura, para inserir texto alternativo, para editaros níveis de título, para tornar acessível tabelas e formulários, entre outras. Uma forma prática de realizar essas marcações para a acessibilidade no Adobe é por meio da ferramenta Acessibilidade.
O Acrobat oferece também a ferramenta “Tornar acessível”, que apresenta cinco passos a serem realizados para melhorar a acessibilidade do documento, além de outras possibilidades para acessibilidade, inclusive para documentos complexos, como formulários interativos.
· Verificador de Acessibilidade
A partir do Microsoft Office 2010, uma nova ferramenta chamada Verificador de Acessibilidade foi disponibilizada e permite verificar os documentos do Word quanto a problemas de acessibilidade.
O Verificador de Acessibilidade do Word, do Excel e do PowerPoint oferece ajuda para criar um conteúdo mais acessível. De maneira semelhante ao modo como o verificador ortográfico indica os erros de ortografia, o Verificador de Acessibilidade informa sobre certos problemas de acessibilidade que podem impedir pessoas com deficiências de ler seu conteúdo.
O Verificador de Acessibilidade examina o arquivo para detectar um conjunto de possíveis problemas que as pessoas com deficiência talvez enfrentem ao usar o arquivo. Cada problema é classificado como um Erro, Aviso ou Dica, e a correção pode exigir a alteração, reformatação ou atualização do conteúdo.
Erro
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Um erro se refere ao conteúdo que torna o entendimento de um arquivo muito difícil ou impossível para pessoas com deficiências.
Aviso
–
Um aviso é para o conteúdo que, na maioria dos casos, mas não em todos, dificulta que as pessoas com deficiência entendam um arquivo.
Dica
–
Uma dica é para o conteúdo que pessoas com deficiências possam entender, mas cuja organização ou apresentação poderia ser melhorada para maximizar a experiência.
Para utilizar o Verificador de Acessibilidade, os usuários deverão:
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Clicar em Arquivo > Informações.
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Se o Verificador de Acessibilidade encontrar potenciais problemas, será exibida uma mensagem ao lado do botão “Verificar Problemas”. O arquivo vai aparecer novamente, e o painel de tarefas “Verificador de Acessibilidade” exibirá os resultados da inspeção.
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Para visualizar e reparar problemas no arquivo, será necessário clicar em Verificar Problemas > Verificar Acessibilidade.
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Feito isso, deve-se clicar em um problema específico para consultar “Informações Adicionais” e as etapas que poderão ser executadas para alterar o conteúdo.
Quando os documentos já estiverem com todas as orientações de acessibilidade inseridas, podem ser copiados no Bloco de Notas e salvo com o formato .txt, que também é acessível. Ou seja, para documentos, temos algumas extensões que podem ser oferecidas como acessíveis, entre eles: .txt, .doc, .pdf.  Assim, damos ao leitor a oportunidade da escolha!
3.1. Acessibilidade e mercado de consumo
O mercado audiovisual perde oportunidades ao não se comunicar com as pessoas com deficiência. Segundo os dados do Censo de 2010, divulgado pelo IBGE, mais de 45 milhões de pessoas declaram ter alguma deficiência no Brasil, o equivalente a 24% da população, sendo 18,6% com deficiência visual e 5,10% com deficiência auditiva.
Esse número significa que, se não houver acessibilidade, uma grande parcela do mercado consumidor não conseguirá entender as mensagens dos produtos culturais e publicidades colocados em circulação. Permitir que a pessoa com deficiência visual ou auditiva tenha acesso a essas mensagens pode ser a chave para despertar o desejo de consumir produtos, serviços e cultura.
Abrir as portas das salas de exibição para cegos e surdos, por exemplo, abriria um universo de possibilidades de produtos e serviços que poderiam ser comercializados, como baldes de pipoca com texturas e relevos, cardápios em braille e trailers com inserção de audiodescrição. Para que esses novos produtos tenham sucesso entre os consumidores, seria necessário realizar consultorias, abrindo as portas do mercado de trabalho para profissionais de audiodescrição, intérpretes de Libras e outros profissionais.
A oportunidade de ganhar com a acessibilidade se estende aos shoppings, que, aliando publicidade ao treinamento de seus colaboradores para atenderem as necessidades desse público, teriam a chance de fidelizar clientes com desejo e poder de compra até então esquecidos.
No ambiente digital, as estratégias de marketing e publicidade voltadas ao público com deficiência estão um passo à frente. O uso da hashtag #PraCegoVer, uma iniciativa da professora baiana Patrícia Silva de Jesus, também conhecida como Patrícia Braille, para possibilitar a leitura de imagens por deficientes visuais, se tornou o símbolo mais expressivo do uso da acessibilidade pelas marcas nas redes sociais.
A adoção de sites e e-commerces acessíveis segue a mesma lógica, embora haja legislação específica para isso. Avon, Quem disse Berenice?, O Boticário, Magazine Luíza, Banco Bradesco, são exemplos de empresas que saíram primeiro nessa corrida. 
4 – Comunicação eficiente na diversidade 
Seção 4 de 4
4.1. Boas práticas para orientação e apoio às pessoas com deficiência
O atendimento às pessoas com e sem deficiência em eventos de pequeno e grande porte requer certos cuidados. A seguir serão apresentadas algumas dicas importantes para comunicação eficiente com o público, levando em consideração a sua diversidade. As dicas também ajudam no reconhecimento dos diferentes perfis, na mobilização de conhecimentos e habilidades para abordagem uma ativa e receptiva, além da adoção de postura adequada para respeitar as especificidades de conferencistas.
“ Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.
Art. 1º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
· Práticas Básicas
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Para começar, é importante destacar que as palavras agem sobre as pessoas e podem ou não discriminar. O que dizemos mostra o que pensamos e em que acreditamos. Assim, em primeiro lugar, é preciso dizer que a nomenclatura correta a ser utilizada é “pessoa com deficiência”.
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Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com uma pessoa com deficiência como se ela não tivesse uma deficiência, você vai ignorar uma característica muito importante dela. Não subestime as possibilidades, nem superestime as dificuldades.
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A maioria das pessoas com deficiência não se importa em responder perguntas a respeito da sua deficiência. Assim, sempre que quiser ajudar ou estiver em dúvida sobre como agir, pergunte. E lembre-se: quando quiser alguma informação, dirija-se diretamente à pessoa e não a seus acompanhantes ou intérpretes.
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Sempre que quiser ajudar, pergunte a forma mais adequada para fazê-lo e não se ofenda se seu oferecimento for recusado, pois, às vezes, uma determinada atividade pode ser mais bem desenvolvida sem assistência.
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Se você não se sentir seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa com deficiência, sinta-se à vontade para recusar. Nesse caso, procure ou indique uma pessoa que possa ajudar.
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Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja sempre com naturalidade. Se ocorrer alguma situação inusitada, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falham.
· Pessoas Cegas ou com Deficiência Visual
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Quando se relacionar com pessoas com deficiência visual, identifique-se, faça-a perceber que você está falando com ela e ofereça seu auxílio.
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Caso seja necessária sua ajuda como guia, coloque a mão da pessoa no seu cotovelo dobrado ou em seu ombro, conforme a preferência da pessoa a ser guiada. Além disso, é sempre bom avisar antecipadamente a existência de degraus, escadas rolantes, pisos escorregadios, buracos e obstáculos durante o trajeto. Num corredor estreito, por onde só é possível passar uma pessoa, coloque o seu braço ou ombro paratrás, de modo que a pessoa cega possa continuar seguindo você.
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Para ajudar uma pessoa cega a se sentar, você deve guiá-la até a cadeira e colocar a mão dela sobre o encosto, informando se esta tem braço ou não. Deixe a pessoa se sentar sozinha.
· Ao explicar direções para uma pessoa cega, seja o mais claro e específico possível, evitando fazer gestos, movimentos de cabeça ou apontar lugares. Fale com a pessoa em tom de voz usual, algumas pessoas, sem perceber, falam em tom de voz mais alto quando conversam com pessoas cegas.
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O cão-guia nunca deve ser distraído do seu dever de guia com afagos, alimentos, etc. Lembre-se de que esse cão está trabalhando e tem a responsabilidade de guiar um dono que não enxerga.
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Sempre que se afastar, avise a pessoa cega, pois ela pode não perceber a sua saída.
· Pessoas com Deficiência Física e Motora
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Ao conversar por mais tempo que alguns minutos com uma pessoa em cadeira de rodas, sente-se, para que você e ela fiquem no mesmo nível. Para uma pessoa sentada, é incômodo ficar olhando para cima por muito tempo.
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A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) é parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo. Agarrar ou apoiar-se nela é como fazê-lo em uma pessoa sentada numa cadeira comum.
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Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permissão para a pessoa e, quando estiver conduzindo uma cadeira de rodas e parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente para que a pessoa também possa participar da conversa. 
 Ao conduzir uma pessoa em cadeira de rodas, faça-o com cuidado. Preste atenção para não bater nas pessoas que caminham à frente. Para subir degraus, incline a cadeira para trás para levantar as rodinhas da frente e apoiá-las sobre a elevação. Para descer um degrau, é mais seguro fazê-lo de marcha à ré (de costas), sempre apoiando para que a descida seja sem solavancos. 
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Mantenha as muletas ou bengalas sempre próximas à pessoa com deficiência.
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Pessoas com paralisia cerebral podem ter dificuldades para andar, falar e podem fazer movimentos involuntários com pernas e braços. Se a pessoa tiver dificuldade na fala e você não compreender imediatamente o que ela está dizendo, peça para que repita. É importante respeitar o seu ritmo e ter atenção ao ouvir, pois a maioria das pessoas com paralisia cerebral tem dificuldade na fala.
· Pessoas Surdas ou com Deficiência Auditiva
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Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas Surdas não falam porque não aprenderam a falar. Muitas fazem a leitura labial, outras usam a Língua Brasileira de Sinais - Libras.
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Quando quiser falar com uma pessoa surda que saiba fazer leitura labial, se ela não estiver prestando atenção em você, acene para ela ou toque levemente em seu braço. Fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas não exagere. Use a sua velocidade e o seu tom de voz normalmente. Não grite. Fale diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela. Faça com que a sua boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo em frente à boca torna impossível a leitura labial. Fique num lugar iluminado e evite ficar contra a luz, pois isso dificulta ver o seu rosto.
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Se você souber Libras, tente usá-la. Se a pessoa surda tiver dificuldade em entender, ela avisará. De modo geral, suas tentativas serão apreciadas e estimuladas.
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Seja expressivo ao falar. Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de voz que indicam sentimentos, as expressões faciais, os gestos e o movimento do seu corpo serão excelentes indicações do que você quer dizer.
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Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contato visual. Se você desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou. Se tiver dificuldade para compreender o que ela está dizendo, não se acanhe em pedir para que repita.
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Quando a pessoa surda estiver acompanhada de um intérprete, dirija-se à pessoa surda, não ao intérprete.
· Pessoas com Deficiência Intelectual
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Você deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência intelectual. Trate-as com respeito e consideração. Se for uma criança, trate-a como criança. Se for adolescente, trate-a como adolescente. Se for uma pessoa adulta, trate-a como tal. Não trate como criança aquelas pessoas que não o sejam.
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Não as ignore. Cumprimente e despeça-se delas normalmente, como faria com qualquer pessoa. Dê atenção, converse e seja gentil.
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Não superproteja. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente necessário. Não subestime sua inteligência. As pessoas com deficiência intelectual podem levar mais tempo, mas adquirem habilidades intelectuais e sociais.
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Lembre-se: o respeito está em primeiro lugar e só existe quando há troca de ideias, informações e manifestação de vontades. Por maior que seja a deficiência, não se esqueça que ali está uma pessoa.
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Deficiência intelectual não deve ser confundida com doença mental. As pessoas com deficiência intelectual possuem déficit no desenvolvimento, enquanto que a doença mental se refere aos transtornos de ordem psicológica ou psiquiátrica.
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Paralisia cerebral e deficiência cognitiva ou intelectual não são a mesma coisa.
 
Audiodescrição: Trata
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se de uma narração adicional que descreve a ação, a linguagem 
corporal, as expressões faciais, os cenários e os figurinos. A tradução é colocada entre os 
diálogos e não interfere nos efeitos musicais e sonoros.
 
 
Além das 
pessoas com deficiência visual, a audiodescrição amplia também o entendimento 
de pessoas com deficiência intelectual, idosos e disléxicos.
 
 
 
Essa transposição caracteriza
-
se pela descrição objetiva de imagens que, paralelamente e 
em conjunto com as falas o
riginais, permite a compreensão integral da narrativa 
audiovisual.
 
 
 
Para a audiodescritora Graciela Pozzobon e para a produtora e curadora Lara Pozzobon, a 
audiodescrição consiste na descrição clara e objetiva de todas as informações que 
compreendemos vis
ualmente e que não estão contidas nos diálogos, como: 
 
 
Expressões faciais e corporais que comuniquem algo. 
 
Informações sobre o ambiente. 
 
Figurinos. 
 
Efeitos especiais. 
 
Mudanças de tempo e espaço. 
 
Leitura de créditos, títulos e qualquer informação escr
ita na tela. 
 
 
 
A audiodescrição permite o recebimento da informação contida na imagem ao mesmo 
tempo em que ela aparece, permitindo que a pessoa aproveite toda a obra, seguindo a 
trama e captando a subjetividade da narrativa da mesma forma que uma pessoa sem 
alguma defic
iência visual. 
 
 
As descrições acontecem nos espaços entre os diálogos e nas pausas entre as informações 
sonoras do filme ou espetáculo, nunca se sobrepondo ao conteúdo sonoro relevante, de 
forma que a informação audiodescrita se harmoniza com os sons do f
ilme.
 
 
 
Além de ser destinada a pessoas com deficiência visual, a audiodescrição também é voltada 
para os seguintes públicos: 
 
 
pessoas com deficiência intelectual; 
 
idosos; 
 
disléxicos; 
 
autistas; 
 
 
Audiodescrição: Trata-se de uma narração adicional que descreve a ação, a linguagem 
corporal, as expressões faciais, os cenários e os figurinos. A tradução é colocada entre os 
diálogos e não interfere nos efeitos musicais e sonoros. 
 
Além das pessoas com deficiência visual, a audiodescrição amplia também o entendimento 
de pessoas com deficiência intelectual, idosos e disléxicos. 
 
 
Essa transposição caracteriza-se pela descrição objetiva de imagens que, paralelamente e 
em conjunto com as falas originais, permite a compreensão integral da narrativa 
audiovisual. 
 
 
Para a audiodescritora Graciela Pozzobon e para a produtora e curadora Lara Pozzobon, a 
audiodescrição consiste na descrição clara e objetiva de todas as informações que 
compreendemos visualmente e que não estão contidas nos diálogos, como: 
 
Expressões faciais e corporais que comuniquem algo.

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