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Unidade 1 Textos de Ficção em Língua Inglesa

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TEXTOS 
FUNDAMENTAIS DE 
FICÇÃO EM LÍNGUA 
INGLESA
Márcia Costa Bonamin
 
Elements of fiction
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os principais elementos da ficção.
 � Apreender a importância dos elementos da ficção.
 � Questionar os variados elementos da ficção quanto a sua funcionalidade.
Introdução
O que lhe vem a mente quando você ouve falar em textos de ficção? Será 
que você associa a textos literários ou o tema lhe remete àqueles livros ou 
filmes sobre mundos estranhos em um tempo futurístico? Bem, a ficção 
engloba tudo isso, mas não somente. Ficção é uma história ou cenário 
que é baseada na imaginação do autor, isto é, não é necessariamente 
originada a partir de um fato. 
Muitas vezes, os limites que separam fato e ficção são muito estreitos 
e há muitos debates nesse sentido. Isso acontece, por exemplo, quando 
existe uma adaptação de um fato real, digamos, a II Guerra Mundial, para 
um livro ou filme. Desse modo, uma história fictícia é criada a partir de 
elementos desse evento, seguidos de recriações de acontecimentos verí-
dicos que lhe imprimem um caráter dramático ou até mesmo romântico, 
a fim de atingir a sensibilidade do leitor ou do espectador. 
Neste capítulo, você irá aprender como identificar os elementos 
principais necessários para a interpretação de obras de ficção em lingua 
inglesa. Do mesmo modo, você irá compreender a importância desses 
elementos para dar sentido à história e discutir a sua aplicabilidade a 
partir da maneira como são elaborados e dos efeitos que causam em 
sua audiência.
U N I D A D E 1
lalves
Retângulo
lalves
Retângulo
Principais elementos de textos de ficção
Antes de abordarmos os elementos que fazem parte dos textos de ficção, convém 
que fiquem claras algumas conceituações. Primeiramente, é importante que 
você saiba a diferença entre textos literários (foco deste texto) e não literários. 
Vale ressaltar a definição de Paul Valéry, citado por Todorov (2003, 
p. 53), segundo o qual a literatura seria “[...] uma espécie de extensão e de 
aplicação de certas propriedades da linguagem”. Dotada de caráter estético, 
sua principal função seria entreter e sensibilizar o leitor. A literatura é ligada 
à arte, frequentemente demandando maior esforço de compreensão por parte 
do leitor, já que emprega uma linguagem subjetiva, palavras com múltiplos 
sentidos e figuras de linguagem, recursos que possibilitam ao autor maior 
autonomia criativa. Por sua vez, os textos não literários têm o propósito de 
informar, apresentam linguagem mais objetiva e estão mais sujeitos à gramática 
normativa. São, portanto, mais diretos, propiciando, assim, uma compreensão 
mais imediata de sua audiência. 
Cabe distinguir, também, textos ficcionais dos não ficcionais. Textos não 
ficcionais, diferentemente dos ficcionais, têm primordialmente a função de 
transmitir informações, pois estão calcados na realidade dos fatos. Usual-
mente lemos esses textos para conhecimento, para apreender novas ideias ou 
a fim de entender o ponto de vista de alguém. Isso não ocorre com os textos 
ficcionais, nos quais os autores podem subverter linguagem e realidade, como 
veremos a seguir.
Textos ficcionais
Se analisarmos a etimologia (origem do significado) da palavra ficção, veremos 
que ela é derivada do latim fictus, que significa “formar”. Entretanto, sob o 
ponto de vista literário, o dicionário Oxford (FICTION, 2018, documento on-
-line) conceitua o termo como “literatura em forma de prosa, especialmente 
romances que descrevem eventos imaginários e pessoas”.
A ficção é uma área da literatura que consiste em histórias, romances e 
dramas baseados em histórias e personagens fictícios. Com esse intento, pode 
tratar de questões relacionadas à vida social e política do ser humano, e tem 
a possibilidade de extrapolar a lógica e apelar à imaginação.
Uma obra de ficção pode aumentar nossa adrenalina ao nos fazer imaginar 
experiências impossíveis ou improváveis, cenários fantasiosos ou observações 
sobre a condição humana. Certamente, essas obram demandam do leitor maior 
envolvimento emocional e menor conexão com a realidade. Assim, os leitores 
Elements of fiction2
esperam que a ficção reflita, de certo modo, o mundo real, sem, entretanto, 
retratá-lo fielmente. É assim que livros baseados ou inspirados em fatos reais, 
tais como A Night to Remember, de Walter Lord, que aborda o naufrágio do 
navio Titanic, pode criar personagens, inventar diálogos e acrescentar eventos 
que podem não ter acontecido exatamente como o que descreve o autor.
Muitas vezes, a interpretação subjetiva é requerida do leitor. Por exemplo, 
o clássico da literatura Moby Dick, de Herman Melville, pode parecer, em 
um primeiro momento, uma simples aventura de um homem caçando uma 
baleia. Entretanto, em uma análise mais detalhada, veremos que o autor está 
tratando de um tema universal, ou seja, da representação da batalha do homem 
dominando a natureza ou até mesmo da luta entre o bem e o mal. Portanto, 
visto que a ficção é indireta, ela requer um grau maior de interpretação se o 
leitor quiser ir além do significado mais superficial da história.
Componentes dos textos de ficção
Enredo, espaço, personagens e ponto de vista (plot, setting, character, e point 
of view) são os principais elementos utilizados pelos autores para desenvolver 
uma história e seu tema (theme). Cada um desses componentes possui vários 
outros subelementos, mas, inicialmente, abordaremos o tópico de modo abran-
gente, listando aqueles componentes que podemos identificar em qualquer 
história de ficção.
Enredo (plot)
Este elemento se refere ao modo com que a ação ocorre na história, ou seja, 
o desenrolar da ação. A partir do enredo podemos perceber algum tipo de 
conflito (que pode ser externo, como uma guerra, por exemplo, ou interno, 
como uma dúvida constante de algum personagem). Esse conflito deve chegar 
ao seu clímax, geralmente a parte mais emocionante do livro, na qual o conflito 
é resolvido e é dado um desfecho (resolução).
Espaço (setting)
Encontramos, normalmente dois tipos de espaço: o físico e o cronológico. O 
físico se refere ao local em que a história se passa, por exemplo, numa ilha, 
numa cidade, em outro planeta. O espaço cronológico também é importante, 
situando a história em alguma extensão de tempo presente, passada ou futura. 
O autor pode não deixar claro esse “onde” e “quando”, tornando o texto mais 
3Elements of fiction
subjetivo e, ao mesmo tempo, mais abrangente ou universal. Aliás, subverter 
a ordem é uma prerrogativa do autor.
Personagem (character) 
O leitor se situa na história a partir da percepção das características de seus 
personagens. São corajosos, independentes ou maus e covardes? Além disso, 
podemos avaliá-los pelo modo como agem, como são descritos pelo narra-
dor, ou, talvez, levando tudo isso em consideração e tirando nossas próprias 
conclusões.
Ponto de vista 
O ponto de vista narrativo se refere ao modo pelo qual a história é contada. 
Ele pode variar a partir da narração, dependendo da perspectiva adotada: 
primeira ou terceira pessoa. 
Os tipos mais comuns de narrador em primeira pessoa são:
 � Narrador personagem, ou seja, faz parte da trama;
 � Narrador protagonista, aquele que é personagem da história e, também, 
seu narrador.
Já os tipos mais comuns de narrador em terceira pessoa são: 
 � Narrador observador, aquele que relata os eventos que acontecem no 
decorrer da história e nos apresenta a partir de seu ponto de vista.
 � Narrador onisciente, ou seja, aquele que, além de nos relatar os eventos, 
conhece os pensamentos e os sentimentos dos personagens narrados. 
A escolha do ângulo pelo qual a história é narrada fornece um direcio-
namento ao texto, podendo exercer maior influência no leitor, especialmente 
quando o narrador também é personagem, ou menor, quando ele é observador.
Tema
Este elemento representa o porquê da história, ou seja, o assuntoprincipal que 
está sendo desenvolvido: é uma história de amor, fala sobre bruxas, figuras 
extraterrestres? Qualquer tema, se bem explorado, pode aguçar a imaginação 
do leitor.
Elements of fiction4
A Figura 1, a seguir, fornece um esquema desses elementos.
Figura 1. Elementos básicos constitutivos de obras de ficção.
Fonte: Adaptada de karawan/Shutterstock.com.
A importância dos elementos de textos 
de ficção
Todos os gêneros, sejam literários ou não, têm características próprias tanto 
do ponto de vista estrutural (as partes que o constituem) quanto dos aspectos 
linguísticos (vocabulário, gramática). Paris et al. (2005) defenderam uma alta 
correlação entre a conscientização da estrutura do texto e a compreensão em 
qualquer faixa etária.
Os gêneros literários em geral, por serem elementos oriundos das mentes 
férteis de seus autores, ainda que apresentem traços comuns, têm certa liberdade 
expressiva, podendo variar a depender do estilo e da intencionalidade do autor. 
Sejam romances, dramas ou poesias, cada qual tem a sua peculiaridade, mas 
partilham características comuns.
5Elements of fiction
Dessa maneira, grande parte dos textos de ficção apresentam alguns com-
ponentes (enredo, espaço, personagens, ponto de vista, tema) que permitem, ao 
criador da história, por um lado, desenvolvê-la a partir de certa lógica estrutural 
e, por outro, possibilita ao leitor uma melhor fluidez na compreensão dos textos.
É preciso estar atento ao fato de que essa linha mestra que serve de guia 
aos autores não tem a ver, na contemporaneidade, com aquele conceito de 
mimesis de Aristóteles, que considerava a arte como técnica. Segundo Hoff 
e Forli (2017, p. 39), a interpretação atual desse conceito aristotélico concebe 
a arte como representação da realidade a partir da perspectiva e do estilo de 
cada artista. 
Outro conceito apontado por Hoff e Forli (2017) é a noção de verossimi-
lhança, que resulta em um “pacto ficcional”. Essa relação criada entre escritor 
e leitor permite que este interprete eventos e personagens fantásticos, embora 
não existentes no mundo real, tais como bruxos, animais e objetos falantes, 
com valor de verdade naquela obra, eximindo o autor de ser um eventual 
criador de “mentiras”. 
Assim, as obras de ficção propiciam ao leitor a oportunidade de vivenciar 
realidades paralelas, de despertar a sua imaginação, dar asas às suas fantasias 
e incentivam a sua reflexão. 
Para atingir tal objetivo, aliado aos recursos organizacionais, os autores 
se utilizam de uma série de imagens e símbolos que desencadeiam respostas 
emocionais e imagens mentais. As cores, principalmente, carregam muito 
simbolismo a partir de associações que geralmente fazemos acerca delas. 
No livro “Scarlet Letter”, de Nathaniel Hawthorne, a personagem principal, 
Hester Pryne, após dar à luz a uma criança sem ter constituído uma família, é 
condenada pela sociedade puritana da época a portar a letra vermelha “A” (de 
adúltera) em suas vestimentas. O vermelho, que evoca emoções contrastantes 
como paixão e vingança, é bem explorado na obra deste autor. 
Dentre os vários gêneros, os livros infantis são os que mais se utilizam de 
recursos imagéticos. Por exemplo, no livro “Branca de Neve” (Snow White), 
dos irmãos Grimm, a personagem principal é descrita como com lábios “red 
as blood”, cútis “white as snow” e cabelos “black as ebony”. Cada uma dessas 
cores se coaduna com o desdobramento da história: vermelho (sofrimento, 
raiva vs. amor); branco (pureza, ingenuidade) e preto (mal, morte).
Outro recurso bastante explorado em textos de ficção são as figuras de 
linguagem, sempre com o objetivo de evocar sentimentos ou criar imagens 
mentais nos leitores. Grandes filósofos da antiguidade já utilizavam esses 
artifícios em suas obras e discursos. Segundo Silva (2009), Aristóteles, por 
exemplo, já dava sentido à metáfora, definindo-a como “o transporte de uma 
Elements of fiction6
coisa à outra”, e recorria especialmente à analogia, utilizando-a como recurso 
retórico. 
Existe uma grande variedade desses elementos figurativos, dentre os quais 
podemos destacar: 
 � Metáfora: consiste em utilizar um termo com sentido diferente do usual.
As You Like It, 
William Shakespeare 
All the world’s a stage, 
And all the men and women merely players; 
They have their exits and their entrances.
Nessa obra de Shakespeare, o personagem Jaques está explicado ao duque 
(Duke) que a vida é um palco em que as pessoas são meros personagens. 
Embora ele não declare formalmente, fica implícita a ideia de que a vida 
“parece” um palco. 
 � Metonímia: consiste em usar uma parte do todo para se referir ao todo.
The party preserved a dignified homogeneity, and assumed to itself the function 
of representing the staid nobility of the countryside—East Egg condescending 
to West Egg, and carefully on guard against its spectroscopic gayety. (“The 
Great Gatsby”, de Scott Fitzgerald)
Nesse caso, Fitzgerald usa o nome de locais como “West Egg” e “East Egg” 
para se referir às pessoas que ali vivem. No contexto da história, o narrador 
está enfatizando a diferença de classe social entre as pessoas que moram em 
uma área mais elegante da cidade, “East Egg”, comparada a outra de moradores 
de classe média, “West Egg”.
 � Personificação: Consiste em dar vida a seres inanimados ou irracionais, 
atribuindo-lhes ações características dos seres humanos.
The Raven, 
Edgar Allen Poe
But the Raven, sitting lonely on the placid bust, spoke only 
That one word, as if his soul in that one word he did outpour. 
Nothing farther then he uttered—not a feather then he fluttered— 
7Elements of fiction
Till I scarcely more than muttered “Other friends have flown before— 
On the morrow he will leave me, as my Hopes have flown before.” 
Then the bird said “Nevermore”.
O corvo, pássaro maligno da poesia de Edgar Allen Poe, é um bom exemplo 
de personificação. Esse animal fala e tem sentimentos, especialmente aqueles 
ligados à solidão e à morte, misturados com nuances de mistério e sobrenatural.
 � Hipérbole: consiste em exagerar um conceito com objetivo de 
enfatizá-lo.
As I Walked One Evening,
W. H. Auden
I’ll love you, dear, I’ll love you 
Till China and Africa meet, 
And the river jumps over the mountain 
And the salmon sing in the street, 
I’ll love you till the ocean 
Is folded and hung up to dry.
W. H. Auden utiliza essa figura de linguagem nesse poema para falar da 
grandeza de seu sentimento, da profundidade desse grande amor. 
 � Paradoxo: consiste em utilizar palavras que carregam, no contexto, 
um significado oposto ao seu sentido literal.
An Ideal Husband, 
de Oscar Wilde
Lord Caversham: 
I don’t know how you stand society. A lot of damned nobodies 
talking about nothing. 
Lord Arthur Goring: 
I love talking about nothing, Father. It’s the only thing 
I know anything about.
Portanto, pode-se perceber que, devido ao caráter subjetivo criado pela lin-
guagem e seus simbolismos, a interpretação dos textos pode variar a depender 
da perspectiva, dos valores e interesses de cada um que os analise, tornando 
o leitor, de certo modo, cocriador de determinada obra.
Elements of fiction8
O conhecimento da composição de textos de ficção se presta tanto àqueles 
que tencionem interpretá-los quanto àqueles que pretendam elaborá-los. 
Logicamente, para uma análise mais profunda, há necessidade de ter 
conhecimento do panorama histórico, do estilo e de como a linguagem é 
trabalhada pelo autor.
Para aqueles que queiram se iniciar na arte literária, escrevendo sua pri-
meira obra, não é suficiente ter somente uma boa ideia ou temática. Além de 
muita inspiração, é primordial, para esses autores iniciantes, muita leitura das 
obras de mestres, a fim de trazer estímulo para a sua composição artística. 
Também é essencial que se apropriem das particularidades do gênero de ficção 
escolhido (organização, linguagem), fornecendo à história seu próprio estilo, 
instigando o leitor por meio dos vários recursos linguísticose imagéticos 
propiciados pela linguagem.
Um bom livro de ficção captura a atenção do leitor pela habilidade do 
autor de desenvolver seu tema, de modo a entreter, surpreender, retratar ou 
subverter a realidade. Em suma, a ficção tem o poder de evocar sentimentos 
ou criar experiências que levem as pessoas a desenvolver seu senso crítico, a 
refletir ou a simplesmente descobrir novos universos, enfim, fantasiar.
Gêneros de ficção
Gêneros são tipos de textos que apresentam características próprias tanto em sua 
organização quanto no vocabulário utilizado. 
De modo geral, a ficção é subdividida em vários gêneros literários a partir de catego-
rias mais amplas, que envolvem a apresentação de diferentes conflitos, personagens 
e locais. São eles: 
 � Ficção histórica: retrata ou se baseia em situações ou personagens que fazem 
parte da história.
 � Ficção realística: eventos que ocorrem no presente, que podem, ou não, asse-
melhar-se à realidade.
 � Ficção científica: muito semelhante à fantasia, mas difere no sentido de que há, 
necessariamente, a apresentação de tecnológicas futurísticas, também incluindo 
seres de outros mundos ou galáxias.
 � Fantasia: envolve a criação de personagens, locais e situações mágicos ou míticos 
que não podem ocorrer no mundo real.
 � Mistério: abrange a tentativa de um ou mais personagens em resolver um mistério, 
seja no presente, no passado ou no futuro.
 � Contos populares: são histórias contadas ou recontadas a partir das gerações, tais 
como fábulas ou contos de fada.
9Elements of fiction
Os elementos de ficção e sua funcionalidade
As obras de ficção, como resultado da engenhosa configuração de realidades 
paralelas, podem desenrolar-se em uma diversidade de formatos: sejam con-
cisos, como poemas, contos, fábulas e short stories, ou mais extensos, como 
novelas e romances. Há vários exemplos de livros com mais de 1000 páginas, 
dentre os quais podemos citar o clássico “Guerra e Paz”, de Leo Tolstoy, que 
relata, sob a perspectiva de cinco famílias russas, a invasão da França, na era 
napoleônica, ou “Senhor dos Anéis”, de J. R. R. Tolkien, que conta a história 
de um anel que precisa ser encontrado a fim de salvar um local chamado de 
Terra Média (Middle Earth) e seus habitantes.
Independentemente de sua extensão e do modo como o autor lhes dá forma, 
os textos de ficção precisam incluir alguns elementos que propiciarão a sua 
tessitura, ou seja, sua organização. O eixo principal da ficção é a narrativa, 
embora nem todas as narrativas resultem em arte. Obras artísticas e literárias 
nascem a partir do modo com que a história é concebida a partir do espírito 
inventivo de seu criador, que reelabora e reconfigura a realidade, fornecendo, 
à história, os ingredientes básicos para vivenciarmos novas experiências e 
sentimentos.
Para assegurar os efeitos desejados, os elementos básicos que compõem 
a ficção (enredo, espaço, personagens, ponto de vista, tema) têm que estar 
entrelaçados e estão tão intimamente ligados que é difícil incluir algum e 
deixar o outro de lado. 
Como poderemos entender uma história se o seu sequenciamento não 
for, de algum modo, claro? Para isso, temos o enredo, componente a partir 
do qual os eventos são expostos. No enredo, encontramos um conflito, 
denominado de “intriga” por Todorov (2003) e que resulta numa tensão 
que vai percorrendo a história até que se chegue ao clímax e, depois, à sua 
resolução. É o que vemos no clássico “Robinson Crusoe”, de Daniel Defoe 
(1719), que retrata um jovem aventureiro que, posteriormente, torna-se um 
náufrago (conflito), aprende a sobreviver numa ilha e faz amigos, até seu 
resgate final (resolução).
Do mesmo modo, nenhuma história pode ser contada sem que possamos 
localizá-la no tempo e no local (espaço). Em algumas obras, esse torna-se o 
elemento principal para a compreensão do texto. Na obra “The Great Gatsby”, 
do americano F. Scott Fitzgerald (1925), entender que os eventos narrados 
aconteceram na sociedade americana dos anos 1920 é essencial para conhecer, 
sob a ótica crítica do autor, o perfil da decadente sociedade nova-iorquina, 
caminhando para a Grande Depressão de 1929. Atores e trama ficariam soltos 
Elements of fiction10
se não tivéssemos esse aporte histórico da época em que os eventos narrados 
se passam.
Na literatura de ficção, os autores também utilizam vários tipos de per-
sonagens, que têm papéis centrais ou coadjuvantes. Geralmente, são tão bem 
descritos que até criamos uma imagem mental de seus rostos e personalidades. 
Muitas vezes, acontece de, após a leitura de algum livro, resolvermos assistir a 
uma adaptação dessa obra no cinema ou no teatro. Provavelmente, já criamos 
uma imagem mental do personagem, suas características físicas, atitudes 
e, muitas vezes, até da sua voz. Assim, é comum sairmos, de certo modo, 
decepcionados se a imagem que concebemos não corresponder às nossas 
expectativas. Esse é o efeito que o autor pode causar ao leitor, conforme sua 
habilidade em descrever o personagem.
O papel central do personagem cabe ao protagonista. Há grandes prota-
gonistas que são o tópico de livros, como em “As Aventuras de Tom Sawyer” 
(1876), do escritor americano Mark Twain, ou “Harry Potter” (1998-2007), da 
autora inglesa J. K. Rowling, duas obras que, embora em diferentes estilos, 
retratam as aventuras de garotos por mundos reais e imaginários. Também 
há grandes antagonistas ou vilões, como o Conde Drácula, de Bram Stocker, 
o aristocrata sedento por sangue, ou Iago, o invejoso e maldoso personagem 
da obra “Otelo”, de Shakespeare. Entretanto, não somente protagonistas ou 
antagonistas são importantes, mas também os personagens secundários, que 
dão apoio à trama a partir de sua interação com as personagens principais. 
Na série “Harry Potter”, por exemplo, várias são as personagens secundárias 
que fornecem o tom de aventura às ações do protagonista.
De nada adianta termos personagens em ação em certo tempo e local se 
não tivermos o ponto de vista do narrador, isto é, como este nos descreve os 
eventos, como os personagens são retratados, como a história se desenrola. 
Seja contando a história como participante ou como observador, é o narrador 
que nos fornece uma visão mais crítica dos eventos que estão sendo expostos. É 
ele que nos guia por meio de sua perspectiva acerca das ações das personagens 
e da descrição dos eventos na evolução da trama.
Finalmente, temos o tema, sem o qual nada faria sentido. Quando falamos 
do tema de um livro, referimo-nos a uma ideia universal, à mensagem que 
geralmente se estende por toda a história. Isso, porém, não significa que uma 
obra não possa ter vários temas, que podem variar entre amor e vingança, 
guerra e paz, bem e mal, dentre tantos outros.
Essa visão geral acerca dos textos de ficção poderá dar a você uma melhor 
compreensão das obras literárias, possibilitando um olhar mais atento àqueles 
elementos que são lapidados pelos autores para dar vazão às suas ideias.
11Elements of fiction
Em um mundo tão cheio de estímulos externos, especialmente aqueles 
propiciados pelas mídias sociais, as obras literárias podem transportar você 
para outras eras, outros mundos ou para dentro de você mesmo. 
1. O texto ficcional (poema, 
romance, conto, fábula) difere de 
um texto não ficcional (notícia, 
biografia, relatório) porque: 
a) cria sua própria visão 
de realidade.
b) tem o objetivo de 
divertir e entreter.
c) inclui seres imaginários 
e fantasiosos.
d) inclui temas futurísticos.
e) aborda temas que 
ocorreram no passado.
2. Considerando os itens de I a V 
assinale a alternativa correta:
I. O enredo (plot) determina 
a temática da história.
II. A história usualmente é 
narrada em 1ª ou 3ª pessoa. 
III. Protagonistas e antagonistas são 
essenciais numa obra de ficção.
IV. Espaço é, por exemplo, saber 
que a história está situada em 
São Paulo, na década de 1940. 
V. Os personagens são 
escolhidos pelo narrador. 
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e V.
d) somente a IV.
e) I eV.
3. Alguns elementos do texto ficcional 
são essenciais para a construção e a 
interpretação de uma obra literária. 
Alguns autores são, inclusive, 
reconhecidos por optarem por 
determinados recursos linguísticos. 
Sendo assim, e para fornecer um 
tom emocional e despertar no 
leitor sua imaginação, muitos textos 
literários se utilizam de: 
a) cores variadas.
b) linguagem rebuscada.
c) figuras de linguagem.
d) símbolos de linguagem.
e) cores simbólicas.
4. A frase “Why hello there,” the 
cat said, “Who might you be?” 
extraída do livro “Alice no País 
das Maravilhas”, de Lewis Carroll, 
é um exemplo de: 
a) personificação.
b) hipérbole.
c) metonímia.
d) metáfora.
e) paradoxo.
5. Considerando suas características 
típicas, isto é, os elementos 
organizacionais que são 
comuns, podemos afirmar que 
obras ficcionais, podem 
a) não incluir narrativas. 
b) ter heróis, ou seja, antagonistas.
c) conter um ou mais temas.
d) apresentar vários enredos.
e) não incluir tempo e local.
Elements of fiction12
FICTION. English Oxford living Dictionaries, 2018. Disponível em: <https://
en.oxforddictionaries.com/definition/fiction>. Acesso em: 02 jul. 2018.
HOFF, P. C.; FORLI, C. A. Textos fundamentais de ficção em língua portuguesa. Porto 
Alegre: Sagah Educação, 2017.
PARIS, S. G. et al. Spurious and genuine correlates of children’s reading comprehen-
sion. In: PARIS, S. G.; STAHL, S. A. (Ed.). Children’s reading comprehension and assessment. 
Mahwah: Lawrence Erlbaum, 2005. p. 131-160. 
SILVA, A.S. Figura. E-dicionário de termos literários, 26 dez. 2009. Disponível em: <http://
edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/figura>. Acesso em: 02 jul. 2018.
TODOROV, T. As estruturas narrativas. São Paulo: Perspectiva, 2003. (Coleção Debates).
Leituras recomendadas
E-READING WORKSHEETS. 2018. Disponível em: <https://www.ereadingworksheets.
com>. Acesso em: 02 jul. 2018.
LITERARY DEVICES. What are literary devices? 2018. Disponível em: <http://www.
literarydevices.com>. Acesso em: 02 jul. 2018.
PROENÇA FILHO, D. A linguagem literária. 8. ed. São Paulo: Ática, 2008.
13Elements of fiction
http://en.oxforddictionaries.com/definition/fiction
http://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/figura
https://www.ereadingworksheets/
http://literarydevices.com/
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.

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