Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ana Clara Quirino – 69 FACULDADE DE MEDICINA DE BARBACENA IMAGEM APLICADA À CLÍNICA AULA 7 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DOS NÓDULOS HEPÁTICOS · NÓDULOS SÓLIDOS Mais frequentes (90%): · Hemangioma · Esteatose focal · Hiperplasia Nodular Focal · Adenoma · Carcinoma Hepatocelular · Metástase · HEMANGIOMA · É a lesão sólida benigna de natureza vascular mais comum do fígado · Em até 50% das vezes são múltiplos · Raramente alteram suas dimensões (persistência do aspecto com o passar dos anos) – exceto em situações raras de sangramento · Frequentemente são subcapsulares e posteriores · 20% tem apresentação atípica (grande desafio, DD com outras lesões dificultando o diagnóstico) · Assintomáticos quando pequenos (achados casuais na investigação do abdome superior ou total) · US: Geralmente nódulo hiperecóico, pode ser hipoecóico em algumas situações como na esteatose · Lesão hepática focal, bem delimitada, com ecogenicidade elevada em localização sucapsular e posterior. · TC: Nódulo com densidade semelhante ao parênquima na fase pré-contraste ou ligeiramente hipoatenuante (rapidamente suplantada quando há a infusão do meio de contraste venoso) · RM: Nódulo (circunscrito) com hipersinal em T2 e sinal intermediário a discretamente baixo em TI. Melhor que a TC (ajuda a avaliar apresentação atípica) ( Nódulo subcapsular com limites bem definidos, hiperecóico ) ( Doppler colorido: sem fluxo evidente (baixa velocidade) ) ( Hipoecóico (escuro, atípico) - por culpa do fígado DD com neoplasia ) v · Característica dinâmica (comportamento do hemangioma quando injeta contraste): realce progressivo e gradual, centrípeto (de fora para dentro), nodular ou globular · Lavagem lenta (delayed wash-out): contraste entra aos poucos e sai aos poucos · Densidade semelhante ao da aorta no estudo dinâmico. TC: duas lesões nodulares. E: discretamente hipoatenuantes, D: hipoatenuante Pequenos focos de realce Realce vai ficando mais evidente Realce uniforme (fase tardia ou de equilíbrio). E: hemangioma D: cisto hepático simples ( Lesão nodular com hipersinal em T2 ) · Padrão de Realce semelhante ao da TC (progressivo, nodular, com enchimento tardio) · RM mais sensível na esteatose e na cirrose · Rastreamento satisfatório em lesões < 1cm · NÓDULOS SÓLIDOS: ESTEATOSE FOCAL (menos frequente que o hemangioma, pode se apresentar na forma difusa – mais comum ou focal). · Nodular · Multinodular · Geográfica · ESTEATOSE FOCAL · Preferencialmente no segmento IV · Pode simular massa hepática para um observador pouco inexperiente · Não há distorção vascular dos vasos hepáticos subjacentes ou compressão de vias biliares ( Imagem quase triangular, hiperecoica, bem delimitada, no segmento IV ) TC: lesão de baixa densidade (hipoatenuante) RM – T1: fora de fase perde sinal – presença de gordura macroscópica ocorre por causa do artefato de desvio químico. Lesão persiste com características de baixo sinal mesmo após o contraste – presença de gordura. · ÁREA POUPADA EM ESTEATOSE · Ilha de fígado normal em um fígado alterado · Preferencialmente no segmento IV (mesma região) · Simula massa hepática · Não há distorção vascular ou compressão de vias biliares Área de fígado alterado (infiltração gordurosa) e outra área de fígado preservado · HIPERPLASIA NODULAR FOCAL · Assemelha-se com o hemangioma, principalmente em prevalência · Segundo tumor benigno mais comum · F 8:1 M (frequência maior no sexo feminino) · Solitária em 80% · Associada a outras lesões vasculares em 20-25% (ex: hemangioma) · Lesão predominantemente uniforme quando pequena tanto na TC quanto RM · Quando é maior pode apresentar marcos que podem auxiliar o diag: · Presença de cicatriz central · Padrão de realce característico · Raramente rompem ou sangram · Típica: presença de · Tipo I: Homogênea: forma mais comum · Tipo II: Cicatriz Central · Tipo III: Artéria Central · Atípica US. E: Nódulo hipoecoico em figado com esteatose (lesão benigna ou não?) D: Lesão mal delimitada, ecogenicidade semelhante ao restante do fígado Doppler: lesões com cicatriz ou artéria central podem apresentar a forma clássica em roda de carroça (padrão de distribuição radial dos vasos sanguíneos) TC: grande diferença com hemagioma na fase arterial (primeira) há um intenso pico de realce pelo contraste. Já na fase portal a hiperplasia nodular focal passa a ter uma densidade muito semelhante ao restante do fígado (isoatenuante), que persite na fase tardia. Duas imagens nodulares. Uma na fase arterial é hiperatenuante e a outra é discretamente hipoatenuante. Na fase tardia uma desaparece e a debaixo realçou pelo contraste. Ou seja, a de cima é uma hiperplasia nodular focal e a debaixo é um hemangioma. RM: área central com sinal menor (área de cicatriz) – fase pré contraste E: fase arterial com intenso realce pelo meio de contraste – hiperplasia nodular focal D: fase tardia – lesão passa a ter um sinal igual ao restante do fígado e ocorre o chamado realce tardio da cicatriz central · ADENOMA · Mais comum em mulheres jovens · Forte relação com contraceptivos orais e androgênicos · Solitário em 80% · Propensão à hemorragia, calcificação, necrose · Geralmente ricos em gordura e/ou glicogênio (não tem bom marcador) · Junto com o CHC o adenoma é uma das lesões que mais sangra espontaneamente em pacientes sem doença hepática, historia de trauma ou em uso de anticoagulantes · O padrão do sangramento varia com o tamanho do adenoma e a presença ou não de alguma discrasia sanguínea pode ser maciço e levar o paciente ao óbito · Sua imagem se assemelha à outras lesões precisa de avaliação criteriosa para confirmação US: ecogenicidade variavel – hiperecoica (pode ser hemangioma também) continuar investigação US com Doppler: lesão pode ter realce capsular ou não Estudo dinâmico do adenoma: Pré-contraste: densidade parecida com o restante do fígado Fase arterial: realça Fase portal: densidade parecida com o restante do fígado Obs: comportamento igual ao da hiperplasia nodular focal – não da pra diferenciar. Nesse caso da foto a dica que ajudou foi a presença de uma área de baixa densidade (hipoatenuante) gordura no interior possibilidade maior de adenoma porque na hiperplasia não tem gordura. · Meio de diferenciar com boa margem de segurança o adenoma da hiperplasia nodular focal: uso de contraste hepato-especifico · Só pode ser usado na RM do abdome superior · Característica de realce diferente · CARCINOMA HEPATOCELULAR · Geralmente ocorre em pacientes com hepatopatia crônica · Sexta neoplasia maligna mais comum · Espectro de nódulos de regeneração (primeira tentativa do fígado), displásicos e neoplásicos · Apresentação infiltrativa (diagnóstico difícil, lesão mascarada), multinodular e focal · 10-15% em pacientes sem cirrose (variante fibrolamelar) · Melhor caracterização pela RM e em segundo lugar pela TC · Tende a ser hipervascular precocemente (fase arterial) – adenoma e hiperplasia nodular focal também tem essa característica · Lavagem rápida pelo meio de contraste ajuda no diagnóstico. Contraste entra rápido e sai rápido · Invasão vascular e biliar em lesões maiores (trombose, invasão) · Presença de pseudocápsula · Sinal elevado em T2 na ressonância (também é visto no hemagioma) TC: fígado de aspecto irregular, com contornos lobulados, presença de lesão nodular no lobo direito, levemente hipoatenuante. Pós contraste tem realce heterogêneo. Fase portal: contraste com maior densidade na veia porta. A densidade da lesão é menor do que o fígado circunjacente (wash-out pelo meio de contraste) suspeita alta para carcinoma hepatocelular Fase tardia: padrão de wash-out persiste Fase arterial, portal e tardia: o que muda é que nessa RM há padrão de realce da pseudocápsula Obs: hoje existe um estudo sistematizado das lesões hepáticas focais com estratificação de risco para malignidade – chamado de LI-RADS (probabilidade de um nódulo ser um carcinoma hepatocelular classificaçãoV). · METÁSTASE · Neoplasia hepática maligna mais comum · Em ordem decrescente: CA colorretal > Estômago > Pâncreas > Mama > Pulmão · Apresentação variável nos diversos métodos · Superioridade da TC/RM/PET-CT em sua caracterização · Alguns padrões podem sugerir o sítio primário · Realce marginal e peri-lesional - Hipovasculares (não realça pelo contraste – maioria, geralmente o realce é discreto na periferia) · Realce > 50% - Hipervasculares (minoria) · Lavagem periférica (marginal), quando existente · Efeito de massa (deforma as estruturas subjacentes) ( TC: lesão hipoatenuante e hipovascular com microcalcificações centrais. Depois do contraste não houve realce. ) Metástase única: lesão atípica, sem os padrões de comportamento estudados fase biópsia dirigida. Elevação da cápsula hepática pelo efeito de massa (origem de neoplasia secundaria). Lesão hipoatenuante, hipervascular (fase arterial e portal), wash-out rápido na fase tardia metástase em um paciente com melanoma Fígado com certa deformidade, areas hipoatenuantes mal delimitadas pode ser hepatopatia crônica e cirrose ou neoplasia. RM: lesão com hipersinal em T1 na fase pré contraste (melanoma pode ter essa característica). Lesões com hipersinal em T1- paciente com melanoma. Página | 1
Compartilhar