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Afecções Benignas da Mama - AFBM MARC - 6°

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1 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Afecções Benignas 
da Mama 
A maioria das afecções mamárias é benigna. 
A incidência das doenças benignas da 
mama começa a aumentar durante a segunda 
década de vida, com pico entre a quarta e a 
quinta década. 
A expressão “doença mamária benigna” 
engloba vários tipos de diferentes patologias e 
pode ser dividida em dois grupos: 
 Alterações funcionais benignas da mama 
(AFBM): são variações do desenvolvimento 
normal da glândula mamária; 
 Doenças mamárias propriamente ditas: 
patologias adquiridas, tais como infecções, 
que acometem a mama. 
A diferenciação entre essas situações é 
importante, pois, no caso das AFBM, p. ex., a 
paciente deve estar ciente de que esse caso não 
é verdadeiramente uma doença, e que a 
necessidade de tratamento não se aplica a todos 
os casos. 
Já as doenças que acometem a mama, 
correspondem, majoritariamente, aos processos 
inflamatórios e às neoplasias, devendo 
obrigatoriamente ser tratadas. 
Diferenciação entre mama normal, AFBM e doenças mamárias 
Os temas considerados mais relevantes são: 
 Nódulo de mama; 
 Dor mamária; 
 Fluxo papilar; 
 Processos inflamatórios da mama; 
 Alterações do desenvolvimento; 
 Lesões proliferativas. 
AFBM 
O termo alterações funcionais benignas da 
mama define condição clínica caracterizada por 
dor e/ou nodularidade mamária que aparece no 
começo do menacme (período em que a mulher se 
encontra em idade fértil), inicia-se ou intensifica-se 
no período pré-menstrual e tende a desaparecer 
com a menopausa. 
O primeiro diagnóstico diferencial que deve 
ser feito em caso de nódulo palpável é 
justamente o pseudonódulo mamário, 
representado principalmente pelas alterações 
funcionais benignas da mama. Mulheres no 
menacme, na segunda fase do ciclo, 
frequentemente se queixam e, por vezes, 
apresentam, de fato, nódulos palpáveis. De fato, 
o estímulo sinérgico do estradiol e progesterona 
na unidade ductal lobular terminal leva à 
proliferação do epitélio e do estroma, produzindo 
nodularidade e dor na fase pré-menstrual. No 
final da fase lútea, com a redução de níveis do 
estradiol e de progesterona, há regressão do 
epitélio lobular por apoptose e também do 
estroma intralobular, com melhora da 
sintomatologia no início do fluxo menstrual. 
Por isto, uma pergunta importante para a 
paciente é a data da última menstruação e, em 
2 
Khilver Doanne Sousa Soares 
caso de dúvida clínica, repetir o exame na 
primeira fase do ciclo. Estes nódulos geralmente 
apresentam-se com limites indistintos, podem ser 
uni ou bilaterais e são mais frequentes nos 
quadrantes laterais, muitas vezes dolorosos. 
Obs.: se a nodularidade unilateral permanecer por mais 
de 3 ciclos menstruais, estar atento ao diagnóstico 
diferencial de CA de mama ou fibroadenoma. 
Nódulo de Mama 
O nódulo de mama é a queixa mais comum 
nos consultórios de mastologia (até 50% dos 
pacientes). 
Define-se nódulo de mama por qualquer 
massa, palpável ou não, que esteja presente na 
glândula mamária. Podendo ter conteúdo sólido 
ou cístico. 
As causas mais frequentes de tumoração 
benigna da mama são os cistos e os 
fibroadenomas. Outras causas podem ser 
observadas, ainda que raramente, como tumor 
filoide, lipoma, neurinoma e hamartoma. 
Tumores benignos. Incluem papilomatose 
juvenil, fibroadenoma (mais comum), adenoma 
tubular, adenoma da lactação, adenoma papilar, 
tumor filoide, papiloma intraductal, lipoma, tumor 
das células da granular, hamartoma, leiomioma. 
A maioria dos nódulos sólidos é decorrente 
de lesões fibroepiteliais. O mais comum, o 
fibroadenoma (FAD), não deveria ser chamado de 
neoplasia, pois é histologicamente idêntico ao 
lóbulo hiperplásico, alteração vista na quase 
totalidade das mulheres – é mais correto 
considerá-lo como aberração do desenvolvimento. 
Essas alterações são hormônio dependente, ou 
seja: aumentam no período menstrual e gravídico-
puerperal e involuem na pós-menopausa. 
A etiologia é incerta – anticoncepcionais? 
Presença do vírus Epstein-Barr? 
 
 
Fibroadenoma 
O fibroadenoma é a segunda neoplasia mais 
frequente da glândula mamária, precedida pelo 
carcinoma. É a afecção mamária benigna mais 
comum em mulheres com menos de 35 anos, 
assintomática em 25% dos casos e com múltiplas 
lesões em 13 a 20%. Pode ocorrer desde a 
menarca até a senectude, mas é mais comum 
entre 20 e 30 anos de idade. Em geral é 
autolimitado, não ultrapassando 3 a 4 cm de 
diâmetro. 
Algumas variações, como o tumor filoide e 
o fibroadenoma gigante apresentam maior 
celularidade do estroma e normalmente atingem 
tamanhos maiores. 
O diagnóstico é essencialmente clínico. 
Apresenta-se como tumor único ou múltiplo, 
móvel, bem delimitado, não fixo ao tecido 
adjacente, lobulado, de crescimento lento, com 
maior ocorrência no quadrante superolateral. Em 
geral é indolor, exceto durante a gravidez e 
lactação. 
A consistência é fibroelástica, mas, nas 
pacientes de maior faixa etária, pode haver 
deposição de calcificação distrófica no nódulo 
(“calcificação em pipoca”), e o nódulo passa a ter 
consistência endurecida. É mais frequente na 
terceira década e em mulheres negras. O 
tamanho médio é de 2 a 3 cm, mas pode alcançar 
até 6 a 7 cm, caracterizando o fibroadenoma 
gigante. A bilateralidade é da ordem de 10 a 15% 
e focos múltiplos na mesma mama, de 5 a 10% 
dos casos. A frequência de transformação 
maligna é muito baixa (0,1 a 0,3% dos casos), 
ocorrendo em faixa etária dos 40 aos 45 anos - 
o tipo histológico mais comumente envolvido é o 
lobular (65% dos casos). 
Quando o aspecto palpatório não é típico, 
recorresse à ultrassonografia, que evidencia 
imagem nodular circunscrita, ovalada, hipoecóide, 
com margens bem definidas e com maior eixo 
paralelo à pele (diâmetro anti-radial – largura, 
maior que o radial – altura). Pode ocorrer reforço 
3 
Khilver Doanne Sousa Soares 
posterior e sombras laterais, características 
sugestivas de benignidade, classificadas como 
BI-RADS 3. 
 
 
Fonte: Nazário ACP, Rego MF, Oliveira VM. Fibroadenoma. 
A) aspecto mamográfico (à esquerda), evidenciando 
imagem ovoide, bem delimitada e circunscrita (seta), e 
aspecto ultrassonográfico (à direita), exibindo imagem 
ovoide, de contornos regulares e com diâmetro anti-
radial (largura) maior que o radial (altura); B) Aspecto 
anatomopatológico, no qual se pode observar 
crescimento expansivo fibroepitelial. 
Por incidirem em mulheres na segunda e 
terceira décadas de vida, a mamografia não está 
indicada, pois o fibroadenoma apresenta a 
mesma textura radiológica do tecido mamário 
normal, que é exuberante nesta idade. Em faixas 
etárias mais elevadas, quando se indica a 
mamografia, apresenta-se como imagem nodular 
circunscrita, ovalada, de média densidade e 
eventualmente com calcificações grosseiras, com 
aspecto de “pipoca”, aspecto que tipifica o 
achado mamográfico como BIRADS 2.
 
4 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Fonte: Nazário ACP, Rego MF, Oliveira VM. Fluxograma de conduta nos nódulos mamários benignos palpáveis. Notas: 
*Características benignas: móvel, consistência fibroelástica ou elástica, margens bem definidas; 
**PAAF = punção aspirativa com agulha fina.
A punção aspirativa com agulha fina é 
método diagnóstico importante, pois trata-se de 
uma das poucas lesões benignas da mama que 
está associada a diagnóstico citológico específico 
– no esfregaço, grupos celulares epiteliais em 
dedo de luva. 
A citologia, considerada isoladamente, tem 
valor elevado (70 a 90%). Já o tríplice diagnóstico 
(clínica, imagem e citologia) tem sensibilidade de 
99,6%. 
Alguns estudos indicam o fibroadenoma 
como fator de risco para o desenvolvimento do 
carcinoma mamário, principalmente o 
fibroadenoma complexo, que é conceituado como 
aquele que possui alterações císticas, papilares, 
adenose esclerosante ou calcificações epiteliais 
no seu interior. 
Etiopatogenia: acredita-se que o fibroadenoma 
seja originado do lóbulo mamário, apresentando 
estreita dependência hormonal,aumentando na 
lactação e regredindo na pós-menopausa, e não 
sofrendo transformação maligna. 
Diagnósticos diferenciais: pseudonódulos das 
alterações funcionais benignas, cisto mamário e 
carcinoma circunscrito. 
O tratamento cirúrgico é indicado em 
tumores com diâmetros maiores que 2 cm e 
consiste na exérese simples - O objetivo principal 
é evitar deformidade futura, pois embora o 
crescimento do fibroadenoma seja lento, é 
progressivo. 
 
 
Fonte: Clínica Médica USP. 1 ed. A e B: Fibroadenoma 
(em B incisado medialmente). 
 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/multimedia/
image/v34454274_pt 
 
https://silviobromberg.com.br/voce-ja-ouviu-falar-do-
fibroadenoma/ 
O diagnóstico mamográfico conclusivo só é 
feito em caso de macrocalcificações no interior 
da lesão (“calcificações em pipoca” – BI-RADS 2). 
 
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/multimedia/image/v34454274_pt
https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/multimedia/image/v34454274_pt
https://silviobromberg.com.br/voce-ja-ouviu-falar-do-fibroadenoma/
https://silviobromberg.com.br/voce-ja-ouviu-falar-do-fibroadenoma/
5 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
Fonte: Nazário ACP, Rego MF, Oliveira VM. Fibroadenoma. 
Punção aspirativa com agulha fina orientada pela 
ultrassonografia (1) e aspecto citológico arborescente 
característico, com projeções fibroepiteliais em dedo de 
luva (2). 
Cistos 
Já os cistos de mama são estruturas 
redondas ou ovoides, preenchidas por líquido. 
Derivam-se da unidade ducto lobular terminal, 
definidos como estruturas com diâmetro maior 
que 3 mm. 
Os cistos complexos correspondem a 5% 
dos tipos de cistos. O diagnóstico é feito através 
de ultrassonografia, pois possuem ecos internos 
ou septações no seu interior. 
Frente a uma massa palpável em exame 
ginecológico de rotina, deve-se considerar como 
primeira opção, por sua fácil execução, 
desconforto mínimo e baixo custo, a punção 
aspirativa com agulha fina. Este procedimento 
será diagnóstico e terapêutico, em caso de cistos 
mamários. A faixa etária em que mais 
comumente os cistos ocorrem é de 35 a 50 anos, 
coincidindo, pois, com a fase involutiva dos 
lóbulos mamários. Os cistos incidem em 7 a 10% 
da população feminina, podendo ser únicos ou 
múltiplos, uni ou bilaterais. Manifestam-se 
clinicamente como nódulos de aparecimento 
súbito, de contornos regulares, móveis e 
dolorosos. A consistência pode ser amolecida ou, 
quando o líquido intracístico encontra-se sob 
tensão, a sensação palpatória é fibroelástica. 
Fatores como menarca precoce, menopausa 
tardia, nuliparidade, oligoparidade ou 
primiparidade tardia e amamentação curta ou 
ausente são fatores agravantes na sua gênese. 
A mamografia é obrigatória nas pacientes 
com mais de 40 anos, podendo diagnosticar 
distintas alterações não palpáveis. A 
ultrassonografia a é o método mais sensível para 
o diagnóstico dos cistos mamários, com precisão 
de até 100%, detectando lesões a partir de 2 mm. 
Distingue ainda os cistos complicados (cistos com 
conteúdo espesso ou “debris” – pontos ecogênicos em 
suspensão) e os complexos (com septações espessas 
e/ou vegetações intracísticas). 
 
https://melhorcomsaude.com.br/dicas-prevenir-detectar-
tempo-cistos-nos-seios/ 
 
A ultrassonografia é a forma mais simples de 
diagnóstico dos cistos, aparecendo na forma de nódulos 
extremamente escuros, descritos tecnicamente como 
nódulos ou cistos anecóicos. Quando aparecem na 
https://melhorcomsaude.com.br/dicas-prevenir-detectar-tempo-cistos-nos-seios/
https://melhorcomsaude.com.br/dicas-prevenir-detectar-tempo-cistos-nos-seios/
6 
Khilver Doanne Sousa Soares 
mamografia, não há como distinguir cistos de 
nódulos. Cistos são dilatações saculares repletas de 
líquido, benignos na enorme maioria dos casos. 
Normalmente são múltiplos e bilaterais, esparsos no 
parênquima mamário. http://www.alvo.med.br/blog/o-que-
e-cisto-mamario.htm 
 
Cisto complexo: no interior do cisto, observa-se imagem 
nodular sólida (seta). 
Tumor Filóides 
O tumor filóides ou filodes (cystosarcoma 
phyllodes) apresenta-se como tumor móvel, 
lobulado e indolor. É muito raro, correspondendo 
a 2% dos tumores fibroepiteliais da mama, sendo 
mais comum após os 40 anos. Entretanto, 
apresenta alta tendência de recidiva local e pode 
sofrer degeneração maligna sarcomatosa. 
* também é denominado 
fibroadenoma hipercelular pela 
grande celularidade do estroma. 
A principal diferença clínica entre o tumor 
filóides e o fibroadenoma, é o seu crescimento 
rápido e a capacidade de atingir grandes volumes, 
por vezes ocupando toda a mama - a associação 
com fibroadenoma ocorre em 30% dos casos. 
O diagnóstico é clínico e a mamografia é 
inespecífica. A punção aspirativa com agulha fina 
e a biópsia percutânea com agulha grossa 
apresentam baixo valor preditivo, provavelmente 
pelo fato de o tumor ser bastante volumoso e 
apresentar com frequência, em seu interior, áreas 
de infarto hemorrágico, o que dificulta o 
diagnóstico. A biópsia com agulha grossa (core 
biopsy ou mamotomia) pode diferenciar o tumor 
filóides do carcinoma, mas, com frequência, não 
discrimina a variedade benigna da maligna, sendo 
necessária a avaliação anatomopatológica de todo 
o tumor. 
Diagnóstico diferencial: fibroadenoma juvenil, que 
também atinge grandes dimensões (costuma 
aparecer na adolescência). 
O tratamento cirúrgico consiste na 
tumorectomia com retirada de 1 a 2 cm de tecido 
mamário peritumoral macroscopicamente normal, 
para garantir margens cirúrgicas livres e diminuir 
a taxa de recorrência. 
 Em tumores mais volumosos que compreendem toda 
a glândula mamária: pratica-se a mastectomia total ou 
a adenomastectomia, com reconstrução plástica 
imediata. A linfadenectomia axilar é desnecessária, uma 
vez que, quando a forma histológica for maligna, a 
disseminação faz-se por via hematogênica. 
 
 
Fonte: Nazário ACP, Rego MF, Oliveira VM. Tumor filóides. 
A) Aspecto clínico: observa-se grande abaulamento, 
comprometendo toda a mama esquerda e provocando 
assimetria intensa; B) aspecto ultrassonográfico 
(esquerda), observando-se volumosa formação nodular 
circunscrita e hipoecóide (setas) e aspecto 
anatomopatológico (direita), demonstrando neoformação 
fibroepitelial com intensa celularidade do estroma. 
 
http://www.alvo.med.br/blog/o-que-e-cisto-mamario.htm
http://www.alvo.med.br/blog/o-que-e-cisto-mamario.htm
7 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Papiloma 
O papiloma intraductal é neoplasia epitelial 
benigna que se desenvolve no lúmen de grandes 
e médios ductos subareolares, não formando 
massa palpável. O potencial de malignidade é 
baixo (risco relativo de 1,3). O seu principal 
sintoma é a descarga papilar hemorrágica, 
espontânea, uniductal e unilateral. O fluxo pode 
ser intermitente, com períodos de remissão, em 
função de necrose e eliminação de parte do 
papiloma junto com a secreção; entretanto, ao se 
regenerar a partir de sua porção basal, volta a 
produzir manifestação clínica. É mais frequente 
entre os 30 e 50 anos – em maiores de 50 anos 
com esta queixa deve-se afastar o diagnóstico de 
carcinoma papilífero e o ductal. 
O papiloma em geral é único e, no 
diagnóstico clínico, é importante a pesquisa do 
“ponto-gatilho”, que consiste na pressão dos 
pontos cardinais do complexo areolopapilar com 
dedo indicador, com o intuito de identificar qual 
ducto está comprometido. 
A mamografia fornece poucos subsídios, 
mas é realizada em função da faixa etária, pois 
o papiloma é mais prevalente nas quarta e quinta 
décadas. 
O tratamento consiste na exérese seletiva 
do ducto, também designada microductectomia, 
pela incisão transareolopapilar ou periareolar. A 
identificação do ducto comprometido é feita pela 
pesquisa do “ponto-gatilho”, que é cateterizado e 
dissecado distalmente. Quando não se identifica 
o ponto-gatilho, a ultrassonografia pode ser útil. 
Lipoma 
O lipoma que contém estruturas ductais é 
chamado de adenolipoma, e quando possui 
componentes vasculares e cartilagem madura,é 
denominado angiolipoma e condrolipoma, 
respectivamente. Já o hamartoma é lesão pouco 
observada, com perfil mamográfico peculiar de 
lesão circunscrita contendo gordura. Apresenta-
se como nódulo de dimensões variadas (1 a 20 
cm), amolecido e móvel. Esta afecção tem 
margens bem definidas, mas não possui cápsula 
verdadeira. É achado tipicamente benigno (BI-
RADS 2) e não é obrigatória sua enucleação. 
Devem ainda ser destacados os adenomas 
mamários, classificados em adenoma tubular e 
da lactação. São clinicamente semelhantes aos 
fibroadenomas. 
 
Fonte: Nazário ACP, Rego MF, Oliveira VM. Hamartoma. 
A) aspecto mamográfico: na incidência oblíqua, visibiliza-
se imagem radiolucente que compromete toda a mama 
e rechaça o parênquima mamário superiormente (seta); 
B) aspecto anatomopatológico correspondente: tecido 
fibroglandular, estroma fibroso e tecido adiposo 
presentes em proporção variável. 
 
Fonte: Nazário ACP, Rego MF, Oliveira VM. Adenoma. A) 
aspecto ultrassonográfico: imagem nodular hipoecoica, 
bem delimitada, indistinguível do fibroadenoma; B) 
Aspecto anatomopatológico correspondente: observa-se 
proliferação epitelial proeminente, com estruturas 
glandulares muito próximas umas das outras e 
apresentando pequena quantidade de secreção no 
lúmen glandular. 
Derrame Papilar 
Derrame papilar pode ser definido como a 
eliminação de secreções por meio do óstio ductal, 
sem estar relacionado com o ciclo gravídico 
puerperal. Essa queixa representa a terceira 
causa de procura ao especialista e, como motivo 
de consulta e/ou achado clínico, pode exprimir: 
 Fenômeno fisiológico (secreção mamária 
neonatal, telarca, menacme, climatério); 
8 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 Alterações iatrogênicas e patológicas do 
eixo neuroendócrino (medicações, 
hiperprolactinemia); 
 Patologia intraductal. 
Rastreamento por Mamografia 
De 50 a 69 anos: o MS recomenda o 
rastreamento com MMG em mulheres com idade 
entre 50 a 69 anos (de 50 a 59 anos -recomendação 
favorável fraca: os possíveis benefícios e danos 
provavelmente são semelhantes; de 60 a 69 
recomendação favorável fraca: os possíveis benefícios 
provavelmente superam os possíveis danos). 
Periodicidade 
O MS recomenda que a periodicidade do 
rastreamento com MMG nas faixas etárias 
recomendadas seja a bienal (recomendação 
favorável forte: os possíveis benefícios provavelmente 
superam os possíveis danos quando comparada às 
periodicidades menores do que a bienal). 
Mulheres com risco elevado para 
desenvolvimento de câncer de mama 
 Mulheres com história familiar de, pelo 
menos, um familiar de primeiro grau (mãe, 
irmã ou filha) com diagnóstico de câncer 
da mama, abaixo dos 50 anos de idade; 
 Mulheres com história familiar de, pelo 
menos, um familiar de primeiro grau (mãe, 
irmã ou filha) com diagnóstico de câncer 
da mama bilateral ou câncer de ovário, em 
qualquer faixa etária; 
 Mulheres com história familiar de câncer 
de mama masculino; 
 Mulheres com diagnóstico histopatológico 
de lesão mamária proliferativa com atipia 
ou neoplasia lobular insitu. 
Nas lesões palpáveis de mama, as 
recomendações são as seguintes: 
 Mulheres com menos de 35 anos de idade: 
a US é o método de escolha para avaliação 
das lesões neste grupo etário. Mulheres 
com 35 anos de idade ou mais: a MMG é 
o método recomendado. O exame 
mamográfico pode ser complementado 
pela US em determinadas situações 
clínicas. A US complementar não deve ser 
solicitada nas lesões categorias 2 e 5 
(BIRADS®, do inglês Breast Imaging 
Reporting and Data System). 
Nas lesões suspeitas palpáveis com imagem 
negativa (MMG e US), a investigação é 
mandatória com PAAF, punção por agulha grossa 
(PAAG) ou biópsia cirúrgica. 
Segundo a recomendação do USPSTF de 
2013,11 as seguintes situações devem ser 
referenciadas para investigação genética (BRCA-
1, BRCA-2 e TP53): 
 Familiares próximos (lado paterno ou 
materno) de mulheres com história de 
câncer de mama ou de ovário com alguma 
mutação conhecida. 
 O MS recomenda contra o ensino do 
autoexame da mama como método de 
rastreamento do câncer de mama 
(recomendação contrária fraca: os possíveis 
danos provavelmente superam os possíveis 
benefícios). 
Exames Complementares 
Mamografia 
A mamografia (MMG) é o principal método 
de diagnóstico por imagem na detecção, no 
diagnóstico e no planejamento terapêutico das 
doenças mamárias. A especificidade varia entre 
94 e 97%, e a sensibilidade, entre 61 a 89%. A 
sensibilidade e a especificidade da MMG no 
rastreamento podem ser influenciadas por vários 
fatores ligados à paciente (idade, densidade 
radiológica do parênquima mamário e uso de 
terapia hormonal). 
Ultrassonografia das mamas 
A ultrassonografia (US) é o melhor método 
diagnóstico complementar à MMG, pois uma das 
9 
Khilver Doanne Sousa Soares 
maiores limitações que ela enfrenta para o 
diagnóstico é a mama densa, mesmo com a 
evolução tecnológica digital atual. A mama na 
mulher jovem é densa e, à medida que os anos 
avançam, ela involui, ocorrendo a substituição por 
tecido adiposo que a torna radiotransparente, 
facilitando, assim, o diagnóstico mamográfico. 
Quando a MMG mostra corpos glandulares 
radiotransparentes, a US não acrescenta dados 
ao diagnóstico. No entanto, quando as mamas são 
densas, a US é uma ferramenta importante no 
diagnóstico, embora seja um exame que dependa 
mais do operador do que os outros. 
Recomendação: a US deve ser utilizada 
como método complementar à MMG em 
mulheres de alto risco e em mamas densas, de 
jovens (em geral, menos de 35 anos), em grávidas 
e para diferenciar lesões sólidas de císticas.
 
Alertas vermelhos na avaliação de sinais e sintomas em doenças de mama 
 
 
 
10 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Alertas amarelos 
 
 
Categorias BIRADS® e condutas 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
GUSSO, Gustavo; LOPES, José Mauro Ceratti; 
DIAS, Lêda Chaves. Tratado de medicina de 
família e comunidade: princípios, formação e 
prática. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. 
Nazário ACP; Rego MF; Oliveira VM. Nódulos 
benignos da mama: uma revisão dos 
diagnósticos diferenciais e conduta. Revista 
Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. São 
Paulo, v.29, n.4, p.211-9, 2007.

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