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Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE ODONTOLOGIA ANATOMIA DA MEDULA ESPINHAL CONCEITO: A medula espinhal é uma massa cilindróide de tecido nervoso achatada ântero-posteriormente. Medula significa “miolo” e remete a algo que está dentro. Ela é situada no interior de parte do canal vertebral(se estende a nível do forame magno até a borda da L2). Mede aproximadamente 45 cm no homem adulto, sendo um pouco menor nas mulheres. CRITÉRIO EMBRIONÁRIO: O sistema nervoso é derivado do ectoderma. O ectoderma localizado acima da notocorda sofre um espessamento, formando a placa neural. Logo então a placa neural passa por várias alterações conformacionais, como formação de um sulco neural, pregas neurais e essas pregas se unem e formam o tubo neural. O tubo neural é o precursor do sistema nervoso central, formando encéfalo e medula espinhal. LIMITES: Superiormente, inicia-se a partir de um plano imaginário a nível do forame magno ou ainda por meio de um plano horizontal que passa aproximadamente 1 cm abaixo da decussação/ cruzamento das pirâmides bulbares. Inferiormente tem o seu limite na borda superior da segunda vértebra lombar(L2). FUNÇÕES: Está envolvida no controle dos movimentos do corpo, na regulação de funções viscerais, no processamento de informações sensitivas e motoras e na condução do fluxo de informações aferentes e eferentes ao encéfalo pelos tratos ascendentes e descendentes. Conduz os impulsos nervosos das regiões do corpo até o encéfalo(vias aferentes), transmitindo também impulsos e coordenando atividades medulares e reflexos(vias eferentes). INTUMESCÊNCIAS MEDULARES: ● Regiões mais volumosas; ● Concentração de raízes nervosas que comporão os plexos cervical e lombossacral; ● A medula tem a forma de um cilindro achatado em sentido ventro-dorsal; Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ● Não possui o calibre uniforme em toda a sua extensão; ● Intumescências são dilatações ou espessamentos ● Essas intumescências estão relacionadas com a inervação dos membros ➔ Intumescência cervical: Plexo braquial- Membros superiores ➔ Intumescência lombar: Plexo sacral- Membros inferiores CONE MEDULAR: ● Porção final da medula; ● Imediatamente após a intumescência lombar, que é constituída pelos segmentos medulares S3, S4, S5 e coccígeos. DIVISÃO: A medula espinhal é dividida em 31 segmentos e cada segmento possui um par de nervos espinais. É importante lembrar também que todos os nervos medulares são mistos, com exceção do primeiro nervo cervical que só possui a raiz motora. ● Se divide em 5 porções correspondentes ao número de segmentos das vértebras; ● 31 pares de nervos medulares ● 26 vértebras ➔ 8 pares de nervos cervicais ➔ 12 pares de nervos torácicos ➔ 5 pares de nervos lombares ➔ 5 pares de nervos sacrais ➔ 1 par de nervos coccígeo MEIOS DE PROTEÇÃO: A medula espinhal é protegida por vértebras que formam o canal vertebral, por uma camada de tecido adiposo, que é o coxim adiposo, que serve como proteção contra choques mecânicos, e pelas meninges, a dura máter, a aracnóide e a pia máter. MENINGES E ESPAÇOS MENÍNGEOS: Membranas concêntricas; dura- máter, aracnóide e pia- máter. ● Dura máter: ➔ É a mais externa das 3 meninges; ➔ Constituída por uma extensa membrana fibrosa que se estende desde a abóbada craniana até a parte média do canal sacral; ➔ Sua porção espinhal, situada no canal vertebral, se estende desde o forame magno até S2 ou S3 e não está aderida ao periósteo do canal vertebral. ➔ OBS: Espaço epidural ➢ Mais externo; Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ➢ Entre a parede esquelética do canal vertebral e a dura- máter, que contém tecido adiposo(coxim adiposo) e um plexo venoso; ➔ OBS: Espaço subdural ➢ Entre a dura- máter e a aracnóide; ➢ Espaço quase virtual; ➢ Possui uma pequena quantidade de LCR para evitar a aderência entre a aracnóide e a dura- máter; ➢ Aparece quando a dura-máter e a aracnóide se separam, e têm pouca quantidade de líquido para lubrificar as superfícies das meninges. Esse líquido evita que a dura máter e a aracnóide se juntem ● Aracnóide: ➔ Membrana conjuntiva que se encontra acoplada à face interna da dura- máter ➔ Recebe esse nome por apresentar projeções que lembram teias de aranha(trabéculas aracnóideas) ➔ OBS: Espaço subaracnóideo ➢ Entre a aracnóide e a pia- máter; ➢ Grande quantidade de líquido céfalo raquidiano(LCR); ➢ Abaixo da L2 o espaço subaracnóideo é muito grande, apresentando muito líquor e não existindo medula; ➢ É um local ideal para punções e introdução de anestésicos(Raqui); ● Pia- máter: ➔ É a mais interna das 3 meninges ➔ É intimamente aderida ao tecido nervoso(face externa nervosa); ➔ Origina o ligamento denticulado/denteado ➢ Prega longitudinal formada por processos triangulares ➢ Disposta ao longo de toda extensão da medula espinhal ➢ Vai da face lateral da medula até a superfície interna da dura- máter, onde se insere, na aracnóide e na dura- máter, em pontos que se alteram com as emergências dos nervos espinhais. FILAMENTO TERMINAL/ LIGAMENTO INFERIOR DA MEDULA ESPINHAL: ● É um cordão delgado; ● Continua após o término da medula em nível do cone medular; ● Se estende até a face posterior do cóccix, onde se prende; Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE CAUDA EQUINA: ● Região abaixo do cone medular; ● Consiste no aglomerado de raízes nervosas dos últimos nervos espinhais; MEIOS DE FIXAÇÃO: ● Cranialmente/ superiormente pela sua continuação com a medula oblonga(bulbo); ● Lateralmente pelos pares de nervos espinhais e ligamentos denticulados da pia- máter(direito e esquerdo); ● Caudalmente/ inferiormente pelo ligamento coccígeo, sendo presa ao cóccix através do filamento da dura- máter espinhal; TOPOGRAFIA VÉRTEBRO- MEDULAR: ● No adulto, a extremidade inferior da medula está situada aproximadamente ao nível da segunda vértebra lombar; ● Os nervos cervicais são horizontais(ou quase isso); ● Os nervos torácicos são oblíquos; ● Os nervos lombares, sacrais e coccígeos são praticamente verticais; CONSTITUIÇÃO DA MEDULA ESPINHAL: Canal central, substância cinzenta e substância branca. ● Canal central/ canal ependimário: ➔ Canal longitudinal que ocupa todo o comprimento da medula espinhal. ● Substância cinzenta: ➔ Central; ➔ Constituída por corpos celulares de neurônios e fibras nervosas desprovidas de bainha de mielina; ➔ H medular; ➔ Colunas/ cornos anteriores, posteriores e laterais ➔ Cornos anteriores ➢ Vias descendentes(motoras); ➢ 2(direito e esquerdo); ➢ Correspondem a lâmina basal; ➢ Representam, ao lado dos núcleos homólogos dos pares cranianos, os centros de inervação motora somática; ➢ Nele terminam todas as vias descendentes ou motoras e se originam os neurônios que vão inervar a musculatura estriada. ➔ Cornos posteriores ➢ Vias ascendentes(sensitivas); Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ➢ 2(direito e esquerdo); ➢ Correspondem à lâmina alar, centros de terminações sensitivas somáticas; ➢ Nelas tem origem as grandes vias ascendentes ou sensitivas. ➔ Cornos laterais ➢ Inervação visceral; ➢ 2(direito e esquerdo); ➢ Representam, ao lado dos núcleos homólogos dos pares cranianos, os centros autônomos ou de inervação visceral; ➢ A inervação visceral compreende 2 componentes: ★ Simpático: Tóraco- lombar ★ Parassimpático: Crânio- sacral ● Substância branca: ➔ Periférica; ➔ Camada marginal; ➔ Envolve a substância cinzenta; ➔ Constituída por fibras nervosas mielínicas. SULCOS DA MEDULA ESPINHAL ● Orientação longitudinal; ➔ Fissura mediana anterior da medula espinhal ➔ Sulcos laterais anteriores direito e esquerdo da medula espinhal ★ Origem aparente das raízes motoras dos nervos espinhais ➔ Sulco mediano posterior da medula espinhal ➔ Sulcos laterais posteriores direito e esquerdo da medula espinhal ★ Origem aparente das raízes sensitivas dos nervos espinhais ➔ Sulco intermédio posterior da medula espinhal ★ Situado entre o sulco mediano posterior e os lateraisposteriores FUNÍCULOS DA MEDULA ESPINHAL ● Cordões longitudinais de substância branca delimitados pelos sulcos. ➔ Funículos anteriores direito e esquerdo da medula espinhal ★ Constituídos por vias descendentes(motoras) que se originam no córtex cerebral e núcleos subcorticais; Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ★ Vias ascendentes(sensitivas) que se originam nas colunas posteriores e terminam nos segmentos do SNC acima da medula; ➔ Funículos laterais direito e esquerdo da medula espinhal ★ Limitados pelos sulcos laterais anteriores e posteriores; ★ Vias descendentes(motoras); ★ Vias ascendentes(sensitivas); ★ Dão inserção nas suas faces laterais à borda interna do ligamento denticulado; ➔ Funículos posteriores direito e esquerdo da medula espinhal ★ Limitados pelos sulcos mediano posterior e laterais posteriores; ★ Na porção cervical da medula, cada funículo posterior se encontra dividido pelo sulco intermédio posterior em 2 fascículos(grácil e cuneiforme); ★ Constituídos apenas por vias ascendentes que se originam nos gânglios espinhais, que penetram e ascendem pela medula e que terminam em núcleos bulbares homólogos à coluna posterior da medula. ARCO REFLEXO: São os reflexos que são originados na medula de forma independente do cérebro. São dois reflexos, os monossinápticos e os polissinápticos. Suas diferenças são que um precisa apenas de dois neurônios e o exemplo é o reflexo de estiramento, o qual está sendo demonstrado na foto a esquerda, e enquanto o poli precisa de mais neurônios e são mais complexos já que envolvem grupos musculares. Ex: Reflexo de Retirada, quando colocamos a mão em algum lugar quente e automaticamente retiramos. ● Em um reflexo espinal, a informação sensorial, ao entrar na medula espinal, desencadeia uma resposta sem necessidade de comandos do encéfalo. No entanto, essas informações sensoriais sobre o estímulo podem ser enviadas para o encéfalo
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