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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
DUPLA
Evelyn Ayane de Brito Souza
Maria Clara Menezes de Albuquerque
TRABALHO DE HISTÓRIA 1
RECIFE, 2021
Tipologias e a comunicação de Aldo Rossi
Em um contexto Pós-Segunda Guerra mundial, a arquitetura moderna entra em
destaque, sendo base para a maioria dos projetos desse período, valorizando uma tipologia
construtiva simples, minimalista e geométrica, de linhas retas, compostas, principalmente, por
concreto e aço, valorização da função social das edificações e, na maioria das vezes,
desconexão com seu entorno social e geográfico, padronizando as construções desse período,
fazendo referência a ideia de “uniformidade”. No entanto, por volta dos anos 60 o
modernismo começa a entrar em crise surgindo correntes como resposta carregando os
princípios do modernismo e fazendo releituras e algumas construções e pensamentos foram
criticados, vindo a construir o que se denominou período pós-moderno.
O destaque de Aldo Rossi no movimento pós-moderno buscava reinventar os
arquétipos construtivos rejeitados pelo movimento moderno, destacamos esses arquétipos
como memória coletiva de elementos herdados da arquitetura clássica, grega e romana, por
exemplo. São elementos que fazem parte de suas arquiteturas: colunas, frontão, janela, arcos,
que estão presentes na memória coletiva desde as construções clássicas, então ele propõe a
referência aos arquétipos através de um processo baseado no princípio da analogia, que é um
processo de operação lógico formal que se utiliza da memória e é capaz de mostrar por meio
de elementos arquitetônicos a essência de uma cidade.
Diante de todo esse contexto social, cultural e econômico na europa, o Arquiteto
italiano Aldo Rossi, nos seus projetos valorizava esse resgate da comunicação na arquitetura,
além da abstração em relação às formas básicas, que é o embasamento teórico na tipologia
arquitetônica, com a característica bastante particular de introduzir os elementos da
arquitetura clássica de forma resumida, minimalizando nos elementos arquitetônicos,
caracterizando a referência chave para a composição neoclassicista. Seguindo a linha de
raciocínio do movimento pós-moderno, alegava que “a observação é a melhor escola da
arquitetura”, uma vez que é necessária uma leitura e análise do ambiente, para que nele possa
ser executado um projeto, ou seja, ele defende que deve-se fazer uma análise científica da
história local para identificar o tipo que deve ser trabalhado na produção arquitetônica. Aldo
Rossi usa dos arquétipos na arquitetura contemporânea dialogando com a cidade já construída
ao longo do tempo, assim a herança da arquitetura clássica passa a ter o benefício da
atemporalidade em seus projetos.
O arquiteto ressalta também a ideia de que a cidade é sempre dinâmica, existindo
conflitos privados, públicos, particulares e coletivos que fazem parte da dinâmica e devem ser
levados em conta na criação e execução de projetos arquitetônicos. Também acreditava que o
lugar era mais forte que as pessoas, e que a forma não acompanha a função, visto que este uso
pode mudar ao longo do tempo. Em seus projetos arquitetônicos, Rossi optou pela redução
dos edifícios ao uso de formas simples, como cubos, cones, cilindros e esferas, mas
abordando a influência clássica e histórica, resgatando a diversidade dos elementos das
construções anteriores ao modernismo.
Aldo Rossi sustenta a ideia que a compreensão da cidade passa pela consideração de que
ela se constitui ao longo do tempo, e que é importante analisar a continuidade espacial da
cidade porque no interior de uma estrutura urbana podem existir elementos capazes de
acelerar ou retardar o desenvolvimento urbano.Um dos conceitos fundamentais para
compreensão dessa ideia de cidade como arquitetura proposta por Rossi no seu livro
“L'architettura della città” (A Arquitetura da Cidade) é o conceito de permanência. Ele
sustenta a ideia de que na cidade há sempre um antes e um depois. A partir desse princípio
tem-se a necessidade de identificação dos elementos permanentes na cidade e essas
permanências seriam “sinais físicos do passado”, que se revelam na persistência de traçados,
planos e edifícios.
CEMITÉRIO DE SAN CATALDO
O cemitério de San Cataldo, em Modena,
projetado pelos arquitetos italianos Aldo Rossi e
Gianni Braghieri em 1971 corresponde à ampliação
de uma estrutura funerária preexistente, este projeto
se deu em um concurso, vencido por Rossi e Gianni
Braghieri, que tinha como proposta justamente a
ampliação do cemitério construído no século XIX,
que adotou a tipologia convencional do grande
pátio central retangular, cercado por colunatas onde
se encontram os nichos fúnebres, como mostra a
imagem ao lado.
Sendo considerado um dos primeiros e mais
importantes edifícios pós-moderno, o Cemitério foi
projetado tendo como base a ideia de uma “cidade
para os mortos”, já proposta pelo arquiteto idealizador da estrutura funerária preexistente,
Cesare Costa, Atrelado a isso, é importante mencionar que Rossi acreditava na representação
de tipologias, traduções do passado, que eram teorias básicas argumentadas em seu livro “A
Arquitetura da Cidade”, de 1966, no qual ele afirmava que a arquitetura deveria ser
incorporada dentro do tecido existente da cidade. Ademais, segundo alguns historiadores, a
ideia por trás dessa estrutura pode ser relacionada ao acidente de carro sofrido pelo arquiteto
antes da elaboração do projeto, e a partir daí surgiu seu interesse em compreender a estrutura
de seu corpo como uma série de fraturas a serem justapostas novamente, de forma simétrica.
Diante disso, ele defendia que o elemento fragmentado vem a ser muito importante para a
arquitetura.
Desse modo, observa-se que os desenhos idealizados inicialmente pelo arquiteto
Aldo Rossi para o cemitério mostram estruturas triangulares, quadradas, circulares e
justapostas de maneira fragmentada que se assemelham a blocos de construção infantil, além
disso Rossi se baseou também nos elementos definidos e universais, como colunas, muralhas
e janelas quadradas. As janelas e portas de tamanhos idênticos estão presentes na fachada
laranja do ossuário, que é a parte central do terreno do cemitério. Além disso, a fachada em
tons terrosos do ossuário e os telhados azuis de aço dos prédios são um claro rompimento com
o concreto grisalho, preferido pelos modernistas nas décadas anteriores.
https://www.infopedia.pt/$aldo-rossi?intlink=true
O projeto faz referência a
composição clássica reproduzindo a
tipologia das formas elementares, a entrada
do edifício remete às colunas com pé direito
duplo, como na imagem ao lado, além da
regularidade das aberturas que faz uma
relação com cheios e vazios a partir de
elementos. A unidade preexistente projetada
por Costa, Rossi juntou um segundo pátio de
formato cúbico, igualmente cercado por
longas galerias, possibilitando uma
organização axial dos elementos no interior
da nova construção, no centro ficavam os
ossários lineares, repetidos paralelamente
de forma a inscreverem-se num triângulo. A
estrutura possibilitou a abordagem pelo
arquiteto de condições de axialidade,
simetria e repetição de formas para todos os
componentes do edifício, como os pórticos,
os espaços centrais e as entradas, como
podemos observar na imagem ao lado.
Ainda abordando o livro Arquitetura da
Cidade de Aldo Rossi, que nos serviu como
base para a análise projetual do Cemitério
de San Cataldo, observamos que o autor
valoriza a análise científica da história local para identificar o tipo que deve ser trabalhado,
sendo essa uma forte característica do período Pós-Moderno. Dessa maneira, notamos que o
arquiteto utiliza desse pretexto quando se baseia em pórticos das cidades italianas em seu
projeto, trazendo entradas e corredores amplos, é notório também as referências ao antigo
mausoléu (monumento funerário, de dimensões avantajadas, que abriga os despojos de um ou
vários membros de uma mesma família) do século XIX, justamente pela construção
preexistente ser datadado período oitocentista, de muitas maneiras, a extensão de Rossi com
suas passarelas alinhadas por colunas e cemitério fechado é uma forma reduzida desse design
original. De certa forma, a estrutura do projeto de Rossi faz uma referência ao período
industrial ou um campo de concentração projetado pelos ale
mães no período da Segunda Guerra Mundial. Além disso, o edifício cúbico central,
esvaziado, remete para a ideia de abandono, metáfora da “casa dos mortos”, citada no início
do texto, que o cemitério apresenta, rompendo com o pretexto dos cemitérios tradicionais, que
remetem a ideia lúdica de “descanso pós vida”. Os elementos formais utilizados, os volumes
simples (cubos, prismas e cones) possibilitam projetar, a partir de fragmentos, um território de
grande unidade e simplicidade compositiva, fortemente simbólico e evocativo. caracterizando
os ideais arquitetônicos do Pós- modernismo.
TEATRO DEL MONDO
Um projeto bastante inovador e provocativo de Aldo Rossi foi o “Teatro Del Mondo”,
onde ele projeta para a Bienal de Veneza. É importante contextualizar que a Bienal de Veneza
é uma das instituições culturais mais prestigiadas do mundo e em 1980 acontece a primeira
Exposição Internacional de Arquitetura. O tema central da Bienal foi "A Presença do
Passado", motivado pelo auge da crítica ao Movimento Moderno. Antes dessa primeira edição
da Bienal de Arquitetura, algumas mostras tinham sido organizadas pela “Fondazione
Biennale” (fundação bienal), sendo a última delas a obra "Venezia e lo Spazio Scenico"
realizada justamente no projeto de Aldo Rossi, o Teatro del Mondo.
Aldo Rossi projeta o teatro em 1979 e faz referência aos teatros flutuantes que eram
característicos do carnaval de Veneza no século 18. Ele é construído de fato como um barco,
num estaleiro, e é colocado no meio do mar com a intenção de ser temporário. Rossi transita
entre a cidade real e a cidade do imaginário para criar o Teatro. O projeto combina dois
conceitos fundamentais: a Arquitetura como “fato
urbano” inseparável da vida civil e a “construção
analógica”, ou seja, o processo de operação que
utiliza da memória e é capaz de mostrar a essência
de uma cidade.
Assim, o Teatro del Mondo apresenta-se como
fato novo, disposto a dialogar com a cidade, a
recompor sua paisagem e a reinventar a imagem
que dela se tem. Na foto ao lado percebemos o
teatro colocado junto a umas das Igrejas de Veneza,
e apesar de ter uma forma absolutamente regular,
há a releitura dos arquétipos e da preexistência que
estabelecem uma forte relação entre o Teatro e a
linguagem já existente, sendo esse o princípio do
neoracionalismo.
Em comentários externos sobre a obra encontramos Marta Bogéa, uma professora
da FAUUSP e ela descreve que o teatro é como um fragmento que se destaca do corpo do
qual faz parte. Ele navega pelas águas e aporta em diferentes locais com a naturalidade de
quem é parte do lugar. Projetado enquanto corpo itinerante, autônomo, o Teatro del Mondo
traz em seu desenho elementos da cidade, transformados, porém reconhecíveis. Constitui-se
assim como parte de Veneza, uma forma a um só
tempo nova e familiar, que reinterpreta os dados da
cidade, e ao se reinventar, reinventa também a cidade,
realmente uma obra de arte. Essas são características
notáveis e marcantes nas obras de Aldo Rossi.
A estrutura dele é formada por um aspecto
tubular soldado à balsa, revestida de madeira, onde
define geometrias justapostas. Tem um cubo central
ladeado pelos volumes das escadas, tem também um
sólido de planta octogonal das galerias nas partes
superiores apoiado no volume central e em por uma cobertura piramidal. No alto da cobertura
destaca-se a haste com uma esfera e uma bandeira, motivos que reverberam o coroamento de
edifícios vizinhos, identificados por Rossi como “elementos primários”.
Tipologicamente, o teatro combina o sistema de arquibancadas desenvolvidas em
lados opostos do palco central, com o de galerias aéreas dispostas em três andares,
configurando uma capacidade de 250 lugares e seu telhado revestido de zinco. A forma do
teatro é dada pela soma dos elementos puros: um palco central, praça retangular e escadas
terraços.
Como citado antes, o Teatro del Mondo é
uma síntese de Veneza. Nele, Rossi reúne todas
as suas experiências e teorias. Do seu interior,
e através das janelas, Rossi conta que via
passar os vaporetti, e que se sentia em um
deles, sendo parte de Veneza, voltando aqui à
ideia do espaço interior/exterior. O teatro por
fora é uma representação de Veneza, mas por
dentro, é a própria vida dela. Desta maneira,
Rossi coloca que todas as torres estavam feitas
para observar, mas também para serem
observadas.
Rossi reconhece também que o teatro pode ser
uma analogia à um farol, à um relógio, um
campanário ou um minarete, mas que todas
elas estão confrontadas com Veneza, com sua
história e seu entorno, até por que a cidade é conhecida como "Rainha do Adriático", "Cidade
da Água" ou "Cidade Flutuante", e Aldo Rossi traz referência justamente a essa ideia de
flutuância no Teatro Del Mondo. Este teatro viajante e flutuante viajou pelo mar Adriático de
Veneza até a Croácia durante dias e foi um marco na história da arte e da arquitetura.
Abrigava cerca de 400 pessoas e traduzia muito do que hoje chamamos de “cultura oceânica”
por que ele traz a reconexão com o meio a partir da arte, por que por exemplo, é possível
recontar a nossa história a partir de experiências, vivências, espaços e em viagens pelo
oceano, por isso que o Teatro Del Mondo é tão interessante de se pesquisar e estudar. Uma
verdadeira obra de arte do arquiteto Aldo Rossi.
Referências Bibliográficas
CEMITÉRIO DE MODENA
>https://www.archdaily.com.br/br/01-45884/classicos-da-arquitetura-cemiterio-de-san-cataldo
-aldo-rossi<. acessado em 29/07/2021
>https://pt.furniturehomewares.com/2015-07-30-san-cataldo-cemetery-modena-italy-aldo-ros
si-postmodernism<. acessado em 30/07/2021
>https://www.infopedia.pt/$cemiterio-de-san-cataldo<. acessado em 30/07/2021
TEATRO DEL MONDO
>://issuu.com/luanacotta/docs/teatro_do_mundo_-_aldo_rossi_b21db897d50a7e<. acessado
em 30/07/2021
>https://ocean-lab-academy.duopana.com/blog/teatro-del-mondo-aldo-rossi-veneza<.
acessado em 30/07/2021
Fonte das imagens:
WikiArquitetura
https://pt.wikiarquitectura.com/constru%C3%A7%C3%A3o/teatro-do-mondo/
Archdaily
https://www.archdaily.com.br/
https://www.archdaily.com.br/br/01-45884/classicos-da-arquitetura-cemiterio-de-san-cataldo-aldo-rossi
https://www.archdaily.com.br/br/01-45884/classicos-da-arquitetura-cemiterio-de-san-cataldo-aldo-rossi
https://pt.furniturehomewares.com/2015-07-30-san-cataldo-cemetery-modena-italy-aldo-rossi-postmodernism
https://pt.furniturehomewares.com/2015-07-30-san-cataldo-cemetery-modena-italy-aldo-rossi-postmodernism
https://www.infopedia.pt/$cemiterio-de-san-cataldo
https://issuu.com/luanacotta/docs/teatro_do_mundo_-_aldo_rossi_b21db897d50a7e
https://ocean-lab-academy.duopana.com/blog/teatro-del-mondo-aldo-rossi-veneza
https://pt.wikiarquitectura.com/constru%C3%A7%C3%A3o/teatro-do-mondo/
https://www.archdaily.com.br/

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