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Controle Interno da administração pública

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Aula 3 – Controle Interno
Conhecemos a atuação do controle externo. 
E como se dá a atuação do controle interno?
Os órgãos de controle externo e controle interno 
executam as mesmas atividades?
Se realizam as mesmas atividades, 
não há duplicação de esforços?
Nesta aula continuaremos a aprofundar nossos conhecimentos 
sobre o tema controle na administração, desta feita com foco no exercício 
do controle efetivado por órgãos internos à própria administração 
conhecido com controle interno.
Compreenderemos o exercício desse controle, a diferenciação com 
o controle externo, bem como os princípios que regem esse controle,
as noções sobre gestão de riscos, o sistema de controle interno e as 
diferentes atribuições.
Vamos notar a sutil diferenciação entre os conceitos de controle 
interno, auditoria interna e controladoria. Qual o papel de cada uma 
dessas unidades no controle da administração pública.
Esta aula está organizada da seguinte forma:
Todos prontos? 
Então, vamos lá! 
Aula 3 – Controle Interno
2� Princípios do controle interno administrativo
3� Noções sobre gestão de risco
4� Estabelecimento de sistema/estrutura de controles internos
3�1� Sistema de Controle Interno 
3�2� Atribuições das Unidades de Controle Interno 
3�3� Normas/orientações aplicadas ao controle 
interno
Síntese 
Referências bibliográficas 
1. Conceito e exercício do controle interno
Conforme estudamos no tópico “Espécies de Controle”, o controle, 
quanto ao órgão/entidade de atuação, poderá ser interno ou externo. 
Controle interno é o controle decorrente de órgão integrante da própria 
estrutura em que se insere o órgão controlado. Mencionamos como 
exemplo, a unidade de auditoria interna de um Município realizando 
auditoria numa Secretaria Municipal.
Partindo para o setor público, a Instrução Normativa nº 01, de 06 de 
abril de 2001, da Secretaria Federal de Controle Interno/Controladoria-
Geral da União, define controle interno administrativo como sendo 
“o conjunto de atividades, planos, rotinas, métodos e procedimentos 
interligados, estabelecidos com vistas a assegurar que os objetivos das 
unidades e entidades da administração pública sejam alcançados de 
forma confiável e concreta, evidenciando eventuais desvios ao longo da 
gestão, até a consecução dos objetivos fixados pelo Poder Público”1.
Dissecando a conceituação de controle interno, podemos abordar 
com mais profundidade os seguintes termos:
Conceito da Norma Explicação
Conjunto de atividades, planos, 
rotinas, métodos e procedimentos 
interligados
Quer dizer que dentro da organização deva existir 
uma forma coordenada dos controles internos, 
com procedimentos interligados, seguindo planos 
de ação, manuais e a boa gestão de organizações 
métodos.
Com vistas a assegurar que os 
objetivos das unidades e entidades 
da administração pública sejam 
alcançados, de forma confiável e 
concreta
Alcançar objetivos de forma confiável e concreta 
significa dizer que as orientações, quanto a 
procedimentos e rotinas, deverão ser cumpridas 
fielmente, verificando a fidedignidade dos 
documentos e outros atos administrativos.
Evidenciando eventuais desvios ao 
longo da gestão, até a consecução 
dos objetivos fixados pelo Poder 
Público
Os procedimentos e rotinas adotados na 
organização, conforme planos e manuais, devem 
evidenciar possíveis desvios, bem como promover 
ações administrativas para sanar os desvios e 
fraudes detectados. 
O controle interno, portanto, deve ser uma atividade permanente 
dentro da organização, seguindo manuais de boas práticas, devendo 
apontar e solucionar determinados desvios dos objetivos traçados pela 
organização.
1. BRASIL. Instrução Normativa nº 01, de 06 de abril de 2001. Define diretrizes, princípios,
conceitos e prova normas técnicas para a atuação do Sistema de Controle Interno do Poder 
Executivo Federal.
O Professor Antônio Lopes 
de Sá (1995) definiu 
controle interno como 
sendo o “controle que 
a empresa exerce sobre 
determinado fato ou série 
de fatos, de acordo com 
suas rotinas próprias”.
Trocando em miúdos, tais conceituações podem ser exemplificadas, 
na prática, por situações como as seguintes:
a) Almoxarifado: é a seção de suprimento da organização.
Se determinado Município adquire resmas de papel para
ser utilizado no expediente, como relatórios, pareceres e
comunicações oficiais, o responsável pelo setor de almoxarifado 
deverá registrar a entrada dessa quantidade de material, em
formulário específico (em papel ou informatizado). Quando
os demais setores requisitarem certa quantidade de resmas, o
responsável deverá anotar no formulário a respectiva saída,
com data, hora, o setor requisitante, colhendo assinatura do
servidor que retirar o material. Este é um ato de controle
interno. A qualquer momento, a unidade central de controle
ou auditoria ou controladoria poderá verificar as quantidades
existentes em estoque e confrontá-las com os registros.
Este exemplo aplica-se a qualquer material sob a guarda
do almoxarifado, a exemplo de remédios, itens da merenda
escolar e material de construção.
b) Setor de Transporte: imagine uma entidade pública que possua
10 (dez) veículos ou viaturas, e que sejam utilizadas em serviço,
atendendo à finalidade institucional da entidade. O responsável
pelo setor de transporte deverá adotar mecanismos de controle
de forma a anotar (manualmente ou eletronicamente) as saídas,
chegadas, percurso percorrido e a indicação do hodômetro
no painel do veículo. Caso esta rotina de controle não seja
adotada, percebemos como fica fragilizado o setor, podendo
ocorrer desvio de combustível bem como a utilização indevida
do veículo, ou seja, para uso particular.
c) Gestão de Recursos Humanos: a frequência do servidor, o
gozo de férias e os afastamentos diversos devem ser controlados
pelo setor de Recursos Humanos. Perceba como seria um caos
a ausência desse controle. O gestor não saberia com quem
poderia contar em determinados períodos, assim como alguns
servidores poderiam beneficiar-se, irregularmente, da ausência
de controle.
d) Gestão Financeira: o gestor desta área deve guardar as Notas
Fiscais e documentos de pagamento, em ordem, verificar os
valores a pagar, o saldo em conta, os valores de entrada e saída
em caixa, os pagamentos avulsos etc. É o controle contábil e
financeiro da organização.
Procuramos demonstrar, nos exemplos acima, que o controle 
interno é inerente a uma boa organização. Quanto mais controles eficazes 
existirem, menor será a fragilidade de um órgão ou entidade frente aos 
desvios de recursos.
Logicamente não se deve “amarrar” a Administração Pública em 
excessos de controle. Contudo, existem áreas da gestão governamental 
em que a adoção de tal mecanismo é imprescindível. Em casos como o 
de organização que possua poucos servidores ou que determinada área 
não representa risco de desvios de recursos, os controles devem ser mais 
brandos. Na hipótese inversa, os controles devem ser adotados com rigor.
O controle interno administrativo e seus servidores devem basear-
se em princípios, quando da adoção e manutenção de controles internos. 
Este é o nosso próximo tópico.
2. Princípios do controle interno administrativo
Tomemos como exemplificação os princípios do controle 
interno administrativo, definidos na Instrução Normativa nº 01/
SFC, de 06/04/2001. Tais princípios constituem-se no conjunto de 
regras, diretrizes e sistemas que visam ao atingimento de objetivos 
específicos: 
1. Relação custo/benefício - consiste na avaliação do custo de um
controle em relação aos benefícios que ele possa proporcionar.
2. Qualificação adequada, treinamento e rodízio de
funcionários - a eficácia dos controles internos administrativos 
está diretamente relacionada com a competência, com
a formação profissional e a integridade do pessoal. É
imprescindível haver uma política de pessoal que contemple:
a) seleção e treinamento de forma criteriosa e sistematizada, 
buscando melhor rendimento e menores custos;
b) rodízio de funções, comvistas a reduzir/eliminar
possibilidades de fraudes e
c) obrigatoriedade de funcionários gozarem férias
regularmente, como forma, inclusive, de evitar a 
dissimulação de irregularidades.
3. Delegação de poderes e definição de responsabilidades -
a delegação de competência, conforme previsto em lei, será
utilizada como instrumento de descentralização administrativa,
com vistas a assegurar maior rapidez e objetividade às decisões.
O ato de delegação deverá indicar, com precisão, a autoridade
delegante, delegada e o objeto da delegação. Assim sendo, em
qualquer unidade/entidade, devem ser observados:
a) existência de regimento/estatuto e organograma
adequados, onde a definição de autoridade e conseqüentes 
responsabilidades sejam claras e satisfaçam plenamente as 
necessidades da organização e
b) manuais de rotinas/procedimentos, claramente
determinados, que considerem as funções de todos os 
setores do órgão/entidade.
4. Segregação de funções - a estrutura das unidades/entidades
deve prever a separação entre as funções de autorização/
aprovação de operações, execução, controle e contabilização,
de tal forma que nenhuma pessoa detenha competências e
atribuições em desacordo com este princípio.
5. instruções devidamente formalizadas - para atingir um
grau de segurança adequado é indispensável que as ações,
procedimentos e instruções sejam disciplinados e formalizados
por meio de instrumentos eficazes e específicos, ou seja, claros
e objetivos e emitidos por autoridade competente.
6. Controles sobre as transações - é imprescindível estabelecer
o acompanhamento dos fatos contábeis, financeiros e
operacionais, objetivando que sejam efetuados mediante atos
legítimos, relacionados com a finalidade da unidade/entidade e
autorizados por quem de direito.
7. Aderência a diretrizes e normas legais – o controle interno
administrativo deve assegurar observância às diretrizes, aos
planos, às normas, às leis, aos regulamentos e aos procedimentos 
administrativos, e que os atos e fatos de gestão sejam efetuados
mediante atos legítimos, relacionados com a finalidade da
unidade/entidade.
A adoção de princípios de controle interno pelas organizações, 
conforme visto anteriormente, confere maior segurança às suas 
atividades, blindando-as de descaminhos. Nos trabalhos de auditoria, os 
auditores verificam a aderência dos controles internos a tais princípios, 
aplicando procedimentos mais extensos e aprofundados, conforme o 
grau de aderência.
Mais recentemente, a administração está implementando 
mecanismos de gestão de riscos, aliados com os princípios de controle 
interno. Abordemos, então, uma noção sobre o tema gestão de riscos.
3. Noções sobre gestão de risco
Os órgãos de controle estão inovando no planejamento das 
atividades de auditoria, utilizando-se da metodologia de riscos 
corporativos das instituições. Os conceitos de riscos corporativos estão 
definidos na publicação “Gerenciamento de Riscos Corporativos – 
Estrutura Integrada”, emitido pelo Committee of Sponsoring Organization 
of the Treadway Commission – COSO, traduzido para a língua portuguesa 
pelo Instituto de Auditores Internos do Brasil – Audibra, juntamente 
com a PricewaterhouseCoopers.
Riscos são eventos negativos que podem impedir a criação de valor 
ou mesmo destruir o valor existente influenciando o atingimento dos 
objetivos de uma organização. 
Como exemplo de riscos, podemos citar a situação de um armazém 
que venceu a licitação de determinada Prefeitura para fornecer itens 
alimentícios da “merenda escolar”. Acontece que o proprietário do tal 
armazém, em acordo com um servidor da Prefeitura, manipulou a 
licitação, de forma que o armazém ofereceu o menor preço, por isso 
venceu a licitação, mas os seus produtos são de baixa qualidade, estragam 
com facilidade, sem falar no constante atraso na entrega dos itens. 
Os setores de licitações, compras e pagamentos, geralmente, 
apresentam alto índice de risco em razão da manipulação de contratos 
e de dinheiro. No entanto, dependendo das atividades do órgão/
entidade, outras áreas podem indicar índices alarmantes de riscos para 
a gestão.
A Norma 2110 - Gestão de Riscos, das Normas para o Exercício 
Profissional da Auditoria Interna, preceitua que “a atividade de auditoria 
interna deve auxiliar a organização a identificar e avaliar exposições 
significativas a riscos e contribuir para a melhoria dos sistemas de gestão 
de riscos e controle”. 
Análise de Risco é o uso sistemático de informações para identificar 
os possíveis eventos que podem influenciar o atingimento dos objetivos 
da organização, compreendendo a estimativa da probabilidade de 
ocorrência do evento e seu impacto potencial na consecução dos alvos 
organizacionais. É usual dividir a Análise de Risco em duas áreas: 
riscos externos (oriundos de eventos cuja ocorrência independe da 
ação dos gestores) e riscos internos (oriundos das atividades/processos 
intrínsecos da entidade).
O conceito de “área de risco” está intimamente ligado ao de 
“controle interno”. Em uma definição preliminar podemos considerar 
que uma área de risco é aquela parcela da gestão submetida à fiscalização 
em que o auditor do setor público, em avaliação inicial, considera que 
o sistema de controle interno está desenhado incorretamente ou que
não está funcionando de maneira adequada. Por fim, concluímos que a 
detecção de áreas de risco se realiza por meio de avaliações do sistema de 
controle interno implantado pelos órgãos e entidades. 
A gestão de riscos consiste na adoção de medidas que diminuam a 
possibilidade de determinada área da Administração Pública ficar refém 
de agentes internos ou externos que cometem fraudes. O gerenciamento 
de riscos, portanto, é
• um processo contínuo e que flui por meio da organização;
• conduzido pelos profissionais em todos os níveis da organização;
• aplicado à definição das estratégias;
• aplicado em toda a organização, em todos os níveis e unidades,
e inclui a formação de uma visão de conjunto de todos os riscos
a que ela está exposta;
• formulado para identificar eventos em potencial, cuja ocorrência 
poderá afetar a organização, e para administrar os riscos de
acordo com seu apetite a risco;
• capaz de propiciar garantia razoável para o conselho de
administração e a diretoria executiva de uma organização;
• orientado para a realização de objetivos em uma ou mais
categorias distintas, mas dependentes.
3. Estabelecimento de sistema/estrutura de controles
internos
Antes de adentrarmos no assunto sobre sistema e estrutura de 
controles internos, faz-se necessário esclarecer alguns conceitos que são 
utilizados de forma genérica na Administração Pública, mas que, em 
verdade, possuem um significado diferenciado.
Você deve ter observado que utilizamos os seguintes termos: 
controle interno administrativo; controles internos; controladoria; 
auditoria interna; sistema de controle interno.
Veremos cada um destes conceitos, com representação gráfica ao 
final, a fim de propiciar uma visão mais técnica sobre o assunto.
Auditoria Interna: é a atividade que compreende os exames, 
análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente 
estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, 
eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informações 
e de controles internos integrados ao ambiente e de gerenciamento de 
riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento 
dos objetivos (Conselho Federal de Contabilidade - CFC).
Controle Interno Administrativo: é o conjunto de atividades, 
planos, rotinas, métodos e procedimentos interligados, estabelecidos 
com vistas a assegurar que os objetivos das unidades e entidades da 
administração pública sejam alcançados de forma confiável e concreta, 
evidenciando eventuais desvios ao longo da gestão, até a consecução 
dos objetivos fixados pelo Poder Público (Secretaria Federal de Controle 
Interno – SFC).
Controles Internos: são procedimentos utilizados pela área de 
controle com ointuito de preservar o patrimônio público. Por exemplo: 
procedimentos de almoxarifado. 
Sistema de Controle Interno: é o conjunto de ações desencadeadas 
pelas unidades de controle interno.
Controladoria: é o órgão central do Sistema de Controle Interno 
que agrega não somente as atividades de auditoria, mas diversas outras 
atividades de controle da administração pública, a exemplo de funções de 
defesa do patrimônio público, controle interno, auditoria pública, correição, 
prevenção e combate à corrupção, atividades de ouvidoria e incremento da 
transparência da gestão no âmbito da Administração Pública.
Vemos aqui alguns 
conceitos referentes 
ao controle interno e 
que frequentemente 
são utilizados de forma 
imprecisa.
Figura 1: Controladoria
3.1. Sistema de Controle Interno
Conforme definição precedente, Sistema de Controle Interno é 
o conjunto de ações desencadeadas pelas unidades de controle interno
que envolve auditoria, controle interno administrativo, correição 
etc. O órgão máximo do Sistema de Controle Interno é, em moderna 
concepção, a Controladoria.
A Lei nº 10.180/2001 prevê que o Sistema de Controle Interno 
do Poder Executivo Federal visa à avaliação da ação governamental 
e da gestão dos administradores públicos federais, por intermédio da 
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, 
e a apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional 
possuindo as seguintes finalidades:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, 
a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; 
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia 
e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e 
nas entidades da Administração Pública Federal, bem como da aplicação 
de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, 
bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão 
institucional.
Caso algum Município, órgão ou entidade pública queira 
implementar um Sistema de Controle Interno na sua estrutura 
organizacional, deve verificar o custo/benefício da composição desse 
sistema, devendo ser mais ou menos abrangente de acordo com o 
tamanho da corporação.
Em segundo lugar, deve-se ter em mente que a função controle 
na Administração Pública deve estar localizada no nível máximo de 
direção da organização, assessorando o gestor máximo e emitindo 
recomendações aos demais escalões da estrutura governamental.
A título de exemplo, podemos demonstrar a localização do 
“controle” no organograma de um Município de médio porte:
Gráfico 1: Posicionamento do controle no organograma da 
Administração Pública.
O Sistema de Controle Interno atua na Administração Pública 
na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial, visando à aplicação eficiente dos recursos públicos, pelos 
responsáveis.
As áreas de atuação do Sistema de Controle Interno, conforme 
estipula a Secretaria Federal de Controle Interno/Controladoria-Geral 
da União são as seguintes:
a) Controles da Gestão: elenca as recomendações e determinações 
exaradas à administração e verifica se as mesmas estão sendo
atendidas pelos responsáveis.
b) Gestão de Recursos Humanos: verifica o correto controle de
frequência, pagamento, contratação por tempo determinado,
recolhimento do INSS etc..
c) Gestão Orçamentária: verifica a correta classificação das
receitas e despesas correntes e de capital. Verifica, também,
a execução de despesas e se as mesmas se coadunam com a
classificação com os respectivos “elementos de despesa”.
d) Gestão Financeira: verifica o montante de caixa, realiza a
conciliação bancária, gerencia o pagamento a fornecedores,
realiza a retenção e o recolhimento e de tributos e contribuições
previdenciárias.
e) Gestão do Suprimento de Bens e Serviços: verifica o correto
procedimento licitatório, as causas de dispensa e inexigibilidade
de licitação, a aquisição de bens em conformidade com o que
foi contratado e a regularidade de convênios e contratos de
repasse.
f) Gestão Patrimonial: confirma a existência de bens, o
levantamento do inventário físico de bens móveis e imóveis,
induz ao registro patrimonial de todos os bens da Administração 
Pública, realiza a apuração de sumiços e extravio de bens.
g) Gestão Operacional: verifica os resultados operacionais, os
índices de desempenho e o cumprimento das metas assumidas
pela administração.
3.2. Atribuições das Unidades de Controle Interno
As Unidades de Controle Interno, para atingir as finalidades básicas, 
devem desempenhar, no mínimo, o seguinte conjunto de atividades 
essenciais:
a) a avaliação do cumprimento das metas previstas no âmbito da
entidade, que visa a comprovar a conformidade da sua execução;
b) a avaliação da execução das ações de governo que visa a
comprovar o nível de execução das metas, o alcance dos
objetivos e a adequação do gerenciamento;
c) a avaliação da execução do orçamento que visa a comprovar
a conformidade da execução com os limites e as destinações
estabelecidas na legislação pertinente;
d) a avaliação da gestão dos administradores públicos, que visa
a comprovar a legalidade e a legitimidade dos atos e examinar
os resultados quanto à economicidade, eficiência e eficácia
da gestão orçamentária, financeira, patrimonial, de pessoal e
demais sistemas administrativos e operacionais;
e) o controle das operações de crédito, avais, garantias, direitos 
e haveres do respectivo ente federado, que visa a aferir a sua 
consistência e a adequação;
f) avaliação das renúncias de receitas que visa avaliar o resultado
da efetiva política de anistia, remissão, subsídio, crédito
presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração
de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique
redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros
benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.
3.3. Normas/orientações aplicadas ao controle interno
O Tribunal de Contas da União, na sua função fiscalizadora, emite 
determinações e recomendações para o aperfeiçoamento da gestão 
pública. Nesse sentido, é pacífico no TCU, que as unidades de controle 
interno devem estar alocadas, no organograma funcional, no nível de 
assessoramento máximo dos dirigentes.
Assim ocorreu com a recomendação para a transposição da 
Secretaria Federal de Controle Interno da estrutura do Ministério da 
Fazenda para a estrutura da Casa Civil, até ser criada a Corregedoria-
Geral da União e, logo após, a Controladoria-Geral da União.
A aludida recomendação ocorreu no âmbito do processo de 
controle externo do Tribunal de Contas da União, TC 013.103/2000 – 
Auditoria de Natureza Operacional - (Decisão 507/2001), no sentido de 
que a Secretaria-Geral de Controle Externo do TCU recomendasse à Casa 
Civil da Presidência da República que promovesse estudos técnicos no 
sentido de avaliar a conveniência e oportunidade do reposicionamento 
hierárquico da Secretaria Federal de Controle Interno - SFC junto ao 
órgão máximo do Poder Executivo, retirando-a do Ministério da Fazenda, 
de modo a prestigiar-se o aumento no grau de independência funcional 
da entidade, em face da busca de maior eficiência no desempenho das 
competências definidas no art. 74 da Constituição Federal (link para a 
Decisão 507/2001: http://contas.tcu.gov.br/pt/MostraDocumento?p=
1&doc=1&templ=default&qn=12). 
Diversas outras recomendações nessa mesma linha foram 
emitidas, no sentido de conferir independência e autonomia aos órgãos 
de controle, a exemplo do TC 026.356/2008 2, que tratou da atuação 
da unidade de auditoria interna da Empresa Brasileira de Infraestrutura 
Aeroportuária (Infraero). O processo conta com o seguinte Sumário: 
“Necessidade de melhorias nas estruturas institucionais, na forma de 
atuação e no desenvolvimento de pessoal. Necessidade de avaliação de 
conveniência e oportunidade de reposicionamentohierárquico”.
Vejamos uma recente atuação do Tribunal de Contas da União 
nesse sentido:
O Tribunal de Contas da União (TCU) delibera suas decisões por meio 
de três colegiados: Primeira e Segunda Câmaras e Plenário. Nessas sessões, 
os Ministros do TCU proferem diversos comunicados de interesse geral à 
Corte de Contas, atinentes ao exercício do controle externo da Administração 
Pública.
Seguindo esta praxe, o Ministro-Substituto Weder de Oliveira, na sessão 
plenária de 6/10/2010, pronunciou-se acerca das ações de reposicionamento 
da estrutura do órgão de controle interno do Comando do Exército, bem como 
das ações implementadas pelo Conselho Nacional de Justiça no sentido de 
fortalecer o controle interno dos Tribunais do Poder Judiciário. Tais gestões 
são frutos do trabalho de auditoria realizado pelo Tribunal de Contas da União, 
conforme anunciado pelo Ministro.
Confira o comunicado: 
Comunicação do ministro-substituto Weder de Oliveira na sessão plenária 
de ontem (06/10/2010)
“Comunico a Vossas Excelências que no dia 10 de setembro foi publicado o 
Decreto nº 7.299/2010 que reposicionou hierarquicamente a unidade de controle 
interno do Comando do Exército. Dessa forma, o Centro de Controle Interno do 
Exército passou a se subordinar diretamente ao Comandante daquela força militar, 
dirigente máximo da unidade, atendendo ao que prescrevem as melhores práticas 
nacionais e internacionais de auditoria e, principalmente, ao recomendado no 
item 9.1.2.1 do Acórdão TCU nº 1.074/2009 - Plenário, de 20/5/2009, em que 
este Tribunal apreciou o TC 025.818/2008-4, auditoria (levantamento que visou 
http://contas.tcu.gov.br/pt/MostraDocumento?p=1&doc=1&templ=default&qn=12
http://contas.tcu.gov.br/pt/MostraDocumento?p=1&doc=1&templ=default&qn=12
conhecer e avaliar pontos específicos sobre as estruturas de governança dos 
órgãos e unidades de controle interno das unidades jurisdicionadas dos Poderes 
Judiciário e Legislativo, Ministério Público, Ministério da Defesa e Ministério 
das Relações Exteriores) conduzido pela antiga Secretaria-Adjunta de Normas e 
Procedimentos da Segecex.
2. Registro, também, que, há cerca de um ano, em 8/9/2009, o Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) editou a Resolução nº 86, que dispõe sobre a 
organização e o funcionamento de unidades ou núcleos de controle interno nos 
Tribunais, disciplinando as diretrizes, os princípios, conceitos e normas técnicas 
necessárias à sua integração. Essas diretrizes são completamente aderentes ao 
que foi recomendado no referido acórdão.
3. Entendo que essas mudanças contribuirão para aperfeiçoar a estrutura
de governança das unidades jurisdicionadas e para o desenvolvimento de um 
sistema mais sólido de controle interno, requisito essencial para que os órgãos 
da Administração Pública Federal e esta Corte de Contas alcancem maior 
efetividade no cumprimento de suas missões institucionais. 
4. Como externei na proposta de deliberação condutora do referido acórdão, 
a estrutura de governança representa a primeira e natural instância de controle da 
Administração Pública, o que faz com que a atuação do Tribunal para incentivar 
e propiciar o fortalecimento do sistema de governança das organizações públicas 
constitua uma das melhores formas de fortalecer o controle preventivo, que, se 
eficiente, tende a evitar ou minimizar a incidência de irregularidades que de 
outro modo acabariam por ocorrer e chegar ao conhecimento deste Tribunal, 
para o exame e julgamento pertinentes.”
Fonte: Tribunal de Contas da União
Destacamos que o Acórdão 1074/2009 – TCU – Plenário, 
mencionado na notícia acima, recomendou aos diversos órgãos e 
entidades da Administração Pública Federal a realização de ações para 
as seguintes observâncias:
9.1.2. normatizem a atividade da auditoria interna pelo menos 
quanto aos seguintes aspectos:
9.1.2.1. posicionamento do órgão/unidade de controle interno na 
organização;
9.1.2.2. autoridade do órgão/unidade de controle interno na 
organização, incluindo:
9.1.2.2.1. autorização para acesso irrestrito a registros, pessoal, 
informações e propriedades físicas relevantes para executar suas 
auditorias;
9.1.2.2.2. obrigatoriedade de os departamentos da organização 
apresentarem as informações solicitadas pelo órgão/unidade de controle 
interno de forma tempestiva e completa;
9.1.2.2.3. possibilidade de obter apoio necessário dos servidores 
das unidades submetidas à auditoria e de assistência de especialistas e 
profissionais, de dentro e de fora da organização, quando considerado 
necessário;
9.1.2.3. âmbito de atuação das atividades de auditoria interna, 
inclusive quanto à realização de trabalhos de avaliação de sistemas de 
controles internos;
9.1.2.4. natureza de eventuais trabalhos de consultoria interna que 
o órgão/unidade de controle interno preste à organização;
9.1.2.5. participação dos auditores internos em atividades que 
possam caracterizar cogestão e por isso prejudiquem a independência 
dos trabalhos de auditoria;
9.1.2.6. estabelecimento de regras de objetividade e confidencialidade 
exigidas dos auditores internos no desempenho de suas funções.
Segue link para o Acórdão 1074/2009 – TCU – Plenário:
http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?qn=2
&doc=1&dpp=100&p=0 
http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?qn=2&doc=1&dpp=100&p=0
http://contas.tcu.gov.br/portaltextual/MostraDocumento?qn=2&doc=1&dpp=100&p=0
Síntese 
Nesta aula estudamos o sistema de controle interno da administração 
pública e seus componentes, princípios e funções. Também foi alvo de 
estudo a normatização correlata ao controle interno. 
Você agora conhece os principais passos para elaborar um sistema 
de controle interno no seu estado ou município ou mesmo dentro de um 
órgão ou entidade específico. Basta adaptar à estrutura funcional da 
unidade em que você atua. 
Referências bibliográficas 
BRASIL. Constituição Federal Brasileira. Disponível em <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm> Acesso 
em 12 de novembro de 2010.
BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece 
normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão 
fiscal e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp101.htm 
BRASIL. Lei nº 10.180, de 6 de fevereiro de 2001. Organiza e disciplina 
os Sistemas de Planejamento e de Orçamento Federal, de Administração 
Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do 
Poder Executivo Federal, e dá outras providências.
CHAVES, Renato Santos. Auditoria e Controladoria no Setor Público: 
fortalecimento dos controles internos. Juruá: Curitiba, 2009.
Controladoria-Geral da União. Manual de Controle Interno: um guia 
para implementação e operacionalização de unidades de controle interno 
governamentais. Programa de Fortalecimento da Gestão Municipal.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 17 ed. São 
Paulo: Atlas, 2004.
LIMA, Luiz Henrique. Controle Externo: teoria, jurisprudência e mais 
de 400 questões. Rio de Janeiro: Campus, 2007.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 26ª ed. 
Malheiros Editores. São Paulo, 2001.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 24. ed. São Paulo: 
Atlas, 2010.
SÁ, Antônio Lopes de. Dicionário de Contabilidade. 9. ed. São Paulo: 
Atlas, 1995.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 25 ed. 
São Paulo: Malheiros, 2005.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp101.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp101.htm
RESPONSABILIDADE PELO CONTEÚDO
Tribunal de Contas da União
Secretaria Geral da Presidência
Instituto Serzedello Corrêa
1ª Diretoria de Desenvolvimento de Competências
Serviço de Planejamento e Projetos Educacionais
CONTEUDISTA
Renato Santos Chaves
TRATAMENTO PEDAGÓGICO
Flávio Sposto Pompeo
RESPONSABILIDADE EDITORIAL
Tribunal de Contas da União
Secretaria Geral da Presidência
Instituto Serzedello Corrêa
Centrode Documentação
Editora do TCU
PROJETO GRÁFICO
Ismael Soares Miguel
Paulo Prudêncio Soares Brandão Filho
Vivian Campelo Fernandes
DIAGRAMAÇÃO
Vanessa Vieira
Brasil. Tribunal de Contas da União.
Controles na Administração Pública - 2.ed. / Tribunal de Contas da União; 
Conteudista: Renato Santos Chaves. – Brasília : TCU, Instituto Serzedello 
Corrêa, 2012.
20 p. : il., color.
Conteúdo: Unidade 2: Controles. Aula 3: Controle interno.
1. Controle interno, estudo e ensino, Brasil. 2. Administração pública,
controle. I. Título.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Ministro Ruben Rosa
© Copyright 2012, Tribunal de Contas de União
<www.tcu.gov.br>
Permite-se a reprodução desta publicação, 
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desde que citada a fonte e sem fins comerciais.
	aula4controle interno
	Aula 3 – Controle Interno
	2. Princípios do controle interno administrativo
	3. Noções sobre gestão de risco
	4. Estabelecimento de sistema/estrutura de controles internos
	4.1. Sistema de Controle Interno
	4.2. Atribuições das Unidades de Controle Interno
	4.3. Normas/orientações aplicadas ao controle interno
	Síntese 
	Referências bibliográficas 
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	2. Princípios do controle interno administrativo
	3. Noções sobre gestão de risco
	4. Estabelecimento de sistema/estrutura de controles internos
	4.1. Sistema de Controle Interno
	4.2. Atribuições das Unidades de Controle Interno
	4.3. Normas/orientações aplicadas ao controle interno
	Síntese 
	Referências bibliográficas

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