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TEORIAS DO DOLO CONCEITO O dolo consiste na vontade e consciência de realizar o delito ou assumir o risco de produzi-lo. PREVISÃO LEGAL Art. 18 - Diz-se o crime: I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; TEORIAS DO DOLO QUESTÃO 01 (CESPE/2018 – STJ – Oficial de Justiça) Acerca do crime doloso e do arrependimento posterior, julgue o item seguinte. Em relação ao crime doloso, o Código Penal adota a teoria da vontade para o dolo direto e a teoria do assentimento para o dolo eventual. CULPA CONCEITO A culpa é a conduta voluntária e consciente, voltada à realização de um determinado resultado, mas que provoca um resultado involuntário, apesar de previsível, que poderia ser evitado com a devida cautela. PREVISÃO LEGAL Art. 18 - Diz-se o crime: (...) II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. ELEMENTOS DO CRIME CULPOSO MODALIDADES DE CULPA IMPRUDÊNCIA É a forma positiva da culpa, consistente na atuação do agente sem observância das cautelas necessárias. Por exemplo, dirigir em excesso de velocidade. NEGLIGÊNCIA É a modalidade negativa da culpa, consistente na omissão em relação à conduta que se devia praticar. Por exemplo, o pai que esquece o filho dentro do carro e a criança vem a morrer. IMPERÍCIA É a culpa no desempenho da atividade profissional, pois somente pode ser praticada no exercício de arte, profissão ou ofício. Por exemplo, um engenheiro que erra ao projetar uma planta imóvel com falha estrutural MODALIDADES DE CULPA QUESTÃO 02 (CESPE/2013 – Polícia Federal – Perito) A respeito das responsabilidades civil e penal do médico, julgue o item a seguir. A imprudência caracteriza-se pela omissão daquilo que razoavelmente se faz, ajustadas as condições emergentes às considerações que regem a conduta normal dos negócios humanos. CULPA: CONSCIENTE X INCONSCIENTE CULPA CONSCIENTE SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A” atende uma ligação telefônica e, desatento, acaba causando um acidente de trânsito. CULPA INCONSCIENTE SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: “A”, atrasado, avança o sinal vermelho e acelera para desviar das pessoas que atravessam a faixa de pedestre. Contudo, “B”, criança, solta a mão de sua mãe e corre para atravessar a rua, sendo atingida pelo veículo. CULPA: CONSCIENTE X INCONSCIENTE CULPA CONSCIENTE X DOLO EVENTUAL CULPA CONSCIENTE X DOLO EVENTUAL CULPA CONSCIENTE X DOLO EVENTUAL A resposta é NÃO. Para os Tribunais Superiores, a embriaguez ao volante, por si só, não configura o dolo eventual. QUESTÃO 03 (CESPE/2013 – Polícia Federal – Escrivão) No que concerne a infração penal, fato típico e seus elementos, formas consumadas e tentadas do crime, culpabilidade, ilicitude e imputabilidade penal, julgue os itens que se seguem. A culpa inconsciente distingue-se da culpa consciente no que diz respeito à previsão do resultado: na culpa consciente, o agente, embora prevendo o resultado, acredita sinceramente que pode evitá-lo; na culpa inconsciente, o resultado, embora previsível, não foi previsto pelo agente. QUESTÃO 04 (CESPE/2019 – PRF/CFP – Policial Rodoviário Federal) Cleiton, policial rodoviário federal e professor de curso de direção defensiva e ofensiva, viajava de carro com sua namorada, Gisele. Durante a viagem, Gisele reclamou da alta velocidade empreendida pelo namorado e o alertou da possibilidade de causar um acidente, tendo em vista o tempo chuvoso. Cleiton, por sua vez, respondeu que nada aconteceria, porque ele era um profissional competente, de excelência, que ensinava outros policiais rodoviários federais a pilotarem viaturas. Entretanto, durante uma curva, o veículo derrapou na pista molhada, o carro ficou desgovernado, capotou e Gisele faleceu instantaneamente. Cleiton sofreu pequenas escoriações. A perícia feita no local constatou excesso de velocidade. A partir dessa situação hipotética, julgue o item seguinte. Cleiton agiu com dolo eventual, devendo responder pela prática de homicídio doloso. CRIME: MATERIAL, FORMAL E DE MERA CONDUTA CRIME MATERIAL É aquele cuja consumação depende da ocorrência de resultado naturalístico. Por exemplo, o homicídio consumado ocorre quando a vítima morre. CRIME FORMAL É aquele que se consuma com a prática da conduta, independentemente de possível resultado naturalístico. Por exemplo, na corrupção passiva (art. 317, CP), o crime se consuma com a solicitação da vantagem indevida pelo funcionário público, independentemente de o particular pagá-la CRIME DE MERA CONDUTA É aquele que sequer há resultado naturalístico previsto no tipo penal, portanto, a conduta praticada, por si só, configura a modalidade consumada. Por exemplo, o porte ilegal de arma de fogo, como explicado acima CRIME: MATERIAL, FORMAL E DE MERA CONDUTA QUESTÃO 05 (CESPE/2019 – TJ-DFT – Titular de Serviços de Notas - Adaptada) Julgue o item a seguir, relativo à teoria do delito e ao erro no direito penal. A consumação do delito, em crimes formais, ocorre com o mero resultado jurídico, de forma que dispensa a mudança do mundo exterior para a obtenção do resultado típico. CRIME TENTADO Art. 14, CP. - Diz-se o crime: [...] II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tenta,va com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. CRIME TENTADO CRIME DE ATENTADO QUESTÃO 06 (CESPE/2018 – Polícia Federal – Perito Criminal) A fim de garantir o sustento de sua família, Pedro adquiriu 500 CDs e DVDs piratas para posteriormente revendê-los. Certo dia, enquanto expunha os produtos para venda em determinada praça pública de uma cidade brasileira, Pedro foi surpreendido por policiais, que apreenderam a mercadoria e o conduziram coercitivamente até a delegacia. Com referência a essa situação hipotética, julgue o item subsequente. Se a conduta de Pedro não se consumar em razão de circunstâncias alheias à sua vontade, ele responderá pelo crime tentado, para o que está prevista a pena correspondente ao crime consumado diminuída de um a dois terços. ITER CRIMINIS ITER CRIMINIS QUESTÃO 07 (CESPE/2018 – Polícia Federal – Papiloscopista) Na tentahva de entrar em território brasileiro com drogas ilícitas a bordo de um veículo, um traficante disparou um hro contra agente policial federal que estava em missão em unidade fronteiriça. Após troca de hros, outros agentes prenderam o traficante em flagrante, conduziram-no à autoridade policial local e levaram o colega ferido ao hospital da região. Nessa situação hipotéhca, se o policial ferido não falecer em decorrência do hro disparado pelo traficante, estar-se-á diante de homicídio tentado, que, no caso, terá como elementos caracterizadores: a conduta dolosa do traficante; o ingresso do traficante nos atos preparatórios; e a impossibilidade de se chegar à consumação do crime por circunstâncias alheias à vontade do traficante. TENTATIVA: BRANCA X VERMELHA QUESTÃO 08 (CESPE/2019 – TJ-DFT – Titular de Serviços de Notas - Adaptada) No que concerne ao crime impossível, à tentativa, à desistência voluntária, aos arrependimentos eficaz e posterior e à teoria do tipo, julgue o item. A tentativa incruenta ou branca ocorre quando, iniciados os atos executórios, o agente não consegue a consumação do delito, por força alheia à sua vontade, e nem atinge o objeto material do crime. CRIME ESCADA DO CRIME FATO TÍPICO CONCEITO A conduta humana que visa um resultado lesivo e que é penalmente relevante em razão da tipicidade. FATO TÍPICO ELEMENTOS EXCLUDENTES DA CONDUTA COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL (VIS ABSOLUTA) A coação física irresistível ocorre nas hipóteses em que o agente, em razão de força física externa, é impossibilitado de determinar seus movimentos de acordo com sua vontade. SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: O carona puxa o braço do motorista, fazendo com que o veículo desvie e atropele um pedestre. COAÇÃO FÍSICA IRRESITÍVEL QUESTÃO09 (CESPE/2015 – DPE-PE – Defensor Público) A respeito do conflito aparente de normas penais, dos crimes tentados e consumados, da tipicidade penal, dos tipos de imprudência e do arrependimento posterior, julgue o item seguinte. A coação física irresistível configura hipótese jurídico-penal de ausência de conduta, engendrando, assim, a atipicidade do fato. TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CONCEITO A teoria da equivalência dos antecedentes, conhecida como condiQo sine qua non, afirma que causa é toda ação ou omissão sem a qual não teria ocorrido o resultado. PREVISÃO LEGAL Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA CONCEITO A teoria da causalidade adequada aponta que causa é somente o evento apto a produzir o resultado. PREVISÃO LEGAL Art. 13, § 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. QUESTÃO 10 (CESPE/2013 – MPU – Analista) Com base no direito penal brasileiro, julgue os itens a seguir. Considere a seguinte situação hipotética. Júlio, com intenção de matar Maria, disparou tiros de revólver em sua direção. Socorrida, Maria foi conduzida, com vida, de ambulância, ao hospital; entretanto, no trajeto, o veículo foi abalroado pelo caminhão de José, que ultrapassara um sinal vermelho, tendo Maria falecido em razão do acidente. Nessa situação, Júlio deverá responder por tentativa de homicídio e José, por homicídio culposo. EXCLUDENTES DE ILICITUDE Estado de Necessidade Perigo atual Legíhma Defesa Injusta agressão Estrito cumprimento do dever legal Atuação de um agente público Exercício regular de direito Atuação de um particular QUESTÃO 11 (CESPE/2013 – PC-DF – Escrivão) Acerca do direito penal, julgue os itens subsecutivos. Considere a seguinte situação hipotética. Henrique é dono de um feroz cão de guarda, puro de origem e premiado em vários concursos, que vive trancado dentro de casa. Em determinado dia, esse cão escapou da coleira, pulou a cerca do jardim da casa de Henrique e atacou Lucas, um menino que brincava na calçada. Ato contínuo, José, tio de Lucas, como única forma de salvar a criança, matou o cão. Nessa situação hipotética, José agiu em legítima defesa de terceiro. ESTADO DE NECESSIDADE Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. ESTADO DE NECESSIDADE ESPÉCIES Estado de necessidade defensivo: a excludente é direcionada àquele que causou a situação de perigo. Por exemplo, atira-se no animal que iria atacar uma criança. Estado de necessidade agressivo: a excludente é direcionada àquele que não causou a situação de perigo. Por exemplo, o motorista joga o carro na contramão para desviar de um pedestre e acaba causando um acidente de trânsito. ESTADO DE NECESSIDADE ESPÉCIES Estado de necessidade justificante: adotado pelo Código Penal, exige que o bem jurídico sacrificado seja de igual ou menor relavância do que o protegido. Estado de necessidade exculpante: ocorre quando o agente sacrifica um bem jurídico de maior relevância e favor de um de menor valor. EXCLUDENTES DE ILICITUDE Estado de Necessidade Perigo atual Legítima Defesa Injusta agressão Estrito cumprimento do dever legal Atuação de um agente público Exercício regular de direito Atuação de um particular QUESTÃO 12 (CESPE/2018 – STJ – Oficial de Jushça) A respeito da culpabilidade, da ilicitude e de suas excludentes, julgue o item que se segue. Situação hipotéhca: Um policial, ao cumprir um mandado de condução coercihva expedido pela autoridade judiciária competente, submeteu, embora temporariamente, um cidadão a situação de privação de liberdade. Asserhva: Nessa circunstância, a conduta do policial está abarcada por uma excludente de ilicitude representada pelo exercício regular de direito. LEGÍTIMA DEFESA Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. LEGÍTIMA DEFESA ESPÉCIES - LEGÍTIMA DEFESA RECÍPROCA: ocorre quando, em tese, os agentes agem em legítima defesa um contra o outro. Não é admissível no Direito Penal. - LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA: ocorre quando o agressor reage contra o excesso de legítima defesa da vítima. É admissível no Direito Penal. QUESTÃO 13 (CESPE/2013 – Polícia Federal – Escrivão) No que concerne a infração penal, fato típico e seus elementos, formas consumadas e tentadas do crime, culpabilidade, ilicitude e imputabilidade penal, julgue os itens que se seguem. Considere que um estuprador, no momento da consumação do delito, tenha sido agredido pela vítima que antes tentara subjugar. A vítima, então, de posse de uma faca, fere e imobiliza o agressor, mas, pensando ainda estar sob o influxo do ataque, prossegue na reação, infligindo lhe graves ferimentos. Nessa situação, não é cabível ao estuprador invocar legítima defesa em relação à vítima da tentativa de estupro, porquanto aquele que deu causa aos acontecimentos não pode valer-se da excludente, mesmo contra o excesso. LEGÍTIMA DEFESA: EXCESSO ESPÉCIES - INTENSIVO: é o excesso que ocorre quando o agente se vale de meio/instrumento desproporcional para se defender da injusta agressão. Por exemplo, o uso de arma de fogo contra um indivíduo claramente mais fraco que o agente. - EXTENSIVO: é o excesso que ocorre quando o agente utiliza de meios adequados, mas excede na duração de sua defesa. Por exemplo, quando o indivíduo, ao sofrer tentativa de roubo, imobiliza a vítima e começa a agredi-la. QUESTÃO 14 (CESPE/2018 – Polícia Federal – Delegado) No que se refere às causas de exclusão de ilicitude e à prescrição, julgue os seguintes itens. Considere que João, maior e capaz, após ser agredido fisicamente por um desconhecido, também maior e capaz, comece a bater, moderadamente, na cabeça do agressor com um guarda-chuva e continue desferindo nele vários golpes, mesmo estando o desconhecido desacordado. Nessa situação hipotética, João incorre em excesso intensivo.
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