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Analista Tributário
Direito Tributário
Prof. Ricardo Alexandre
www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Tributário
Professor Ricardo Alexandre
www.acasadoconcurseiro.com.br
EDITAL
DIREITO TRIBUTÁRIO: 1. Tributo: conceito e classificação. 2. Limitações constitucionais do 
poder de tributar. 3. Impostos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios. 4. Legislação Tributária: disposições gerais, vigência, aplicação, interpretação e 
integração. 5. Obrigação tributária principal e acessória. 6. Fato gerador da obrigação tributária. 
7. Sujeição ativa e passiva. 8. Capacidade tributária. Domicílio tributário. 10. Crédito tributário: 
conceito e constituição. 11. Lançamento: conceito e modalidades de lançamento. 12. Hipóteses 
de alteração do lançamento. 13. Suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 14. Extinção 
do crédito tributário e suas modalidades. 15. Exclusão do crédito tributário e suas modalidades. 
16. Administração tributaria: fiscalização; dívida ativa; certidão negativa. 
Banca Organizadora: ESAF
Cargo: Analista Tributário 
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Direito Tributário
1. O TRIBUTO COMO RECEITA PÚBLICA
O Estado tem como objetivo o Bem Comum. Para que o Estado chegue a consecução deste 
desígnio, precisa obter recursos, o que é realizado seguindo dois regimes jurídicos diferenciados 
que dão origem a uma tradicional classificação das receitas públicas , conforme abaixo 
esquematizado:
2. FINALIDADES DOS TRIBUTOS
2.1 – FISCAL
Tem a finalidade de arrecadar.
 
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2.2 – EXTRAFISCAL
Tem a finalidade de intervir na economia ou em situações de relevância social.
Pela agilidade necessária para determinadas medidas interventivas (extrafiscais), é comum que 
a Constituição libere os tributos extrafiscais de algumas limitações ao poder de tributar.
Como exemplo, existem tributos que podem ter suas alíquotas alteradas por decreto, não 
dependendo da edição de lei formal.
Alíquotas alteradas pelo ● IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II)
 Poder Executivo 
	
  
● IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE)
 ● IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI)
 ● IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF)
 ● IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE RURAL (ITR) 
CUIDADO!
1) O CTN diz que pode alterar as alíquotas ou as Bases de Cálculo. Na CF só se fala em 
alíquotas. Portanto a disposição do CTN que fala em Base de Cálculo é tida como revogada 
ou não recepcionada. 
2) Nem sempre o tributo extrafiscal é exceção a alguma ou algumas limitações ao poder de 
tributar. A título de exemplo, o ITR não é exceção a qualquer das limitações.
2.3 – PARAFISCAL
Na finalidade parafiscal não é o próprio Estado (pessoa jurídica de direito público) que arrecada 
e tem a disponibilidade do produto da arrecadação. O Estado delega a uma outra pessoa a 
capacidade tributária ativa (capacidade de cobrar o tributo) de cobrar para uma outra pessoa 
de direito público (CTN, art. 7º – a ser estudado em aula futura). O Estado cria o tributo (porque 
só quem pode criar o tributo é o Estado) e passa para outra pessoa a capacidade de arrecadar e 
a disponibilidade do produto da arrecadação.
● ATIVIDADES DE INTERESSE DO ESTADO
Exemplo: Contribuições para as entidades que fiscalizam o exercício de profissões (salvo a 
OAB, segundo o STJ – o tema será detalhado em aula futura).
3. CONCEITO DE TRIBUTO
Apesar da existência de diversas definições doutrinárias de tributo, em provas de concurso 
púbico devemos adotar a definição constante do art. 3.º do Código Tributário Nacional nos 
seguintes termos:
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ARTIGO 3º
“Art. 3.º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade 
administrativa plenamente vinculada”. 
Para um completo entendimento do tema, tal definição deve ser analisada mediante o 
desdobramento de cada uma das características do tributo, conforme detalhado abaixo.
1 – PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA ... EM MOEDA OU CUJO VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR.
Redundância → Prestação Pecuniária → Prestação em Moeda
O Tributo tem que ser pago em dinheiro, não em serviços (in labore) ou bens (in natura).
Exceção: Dação em Pagamento de Bens Imóveis (CTN, art. 156).
2 – PRESTAÇÃO COMPULSÓRIA
O pagamento de tributo é obrigatório, não decorrendo da manifestação de vontade do devedor, 
ao contrário da maioria das obrigações entre particulares, reguladas pelo direito civil.
O caráter compulsório da obrigação tributária decorre de ela ser instituída em lei (terceira 
característica), uma vez que ninguém pode ser obrigado a nada salvo em virtude de lei (CF, art. 
5º, II).
3 – PRESTAÇÃO INSTITUÍDA EM LEI
Como toda obrigação, o dever de pagar tributo decorre da lei, mas ao contrário das obrigações 
civilistas, decorrestes indiretamente da lei, a obrigação tributária é diretamente decorrente da 
lei (é “ex lege”).
Esta regra não possui exceções (medidas provisórias não são exceções porque têm força de lei).
Regra → LEI ORDINÁRIA. 
Exceção → LEI COMPLEMENTAR (NESTES CASOS NÃO É PERMITIDA A EDIÇÃO DE MEDIDAS 
PROVISÓRIAS). 
4 – PRESTAÇÃO QUE NÃO CONFIGURA SANÇÃO POR ATO ILÍCITO
Essa parte da definição traz a única diferença entre um tributo de uma multa;
A Multa é exatamente o que, por definição, o Tributo não pode ser: a sanção de um ato ilícito.
 
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IMPORTANTE: é possível a tributação de rendimentos oriundos de atividade ilícita, inclusive 
criminosa (princípio do “pecunia non olet” ou “dinheiro não cheira). Neste caso o tributo não 
está sendo cobrado como sanção pelo ato ilícito, mas em virtude da manifestação de riqueza 
consistente na obtenção de rendimentos.
5 – PRESTAÇÃO COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA
Não há qualquer grau de discricionariedade (análise de conveniência e oportunidade) na 
cobrança de tributo por parte da autoridade administrativa competente.
O poder de lançar é um poder-dever e, se verificado o fato gerador do tributo, a cobrança 
(lançamento) deve ser obrigatoriamente realizada.
4. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS
NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO
Para se entender a classificação dos tributos em espécie, faz-se necessário o prévio 
entendimento de famosa classificação dos tributos quando ao fato gerador. No livro “Direito 
Tributário Esquematizado, a matéria é analisada da seguinte forma:
“Para classificar um tributo qualquer quanto ao fato gerador, deve-se perguntar se o Estado 
tem de realizar, para validar a cobrança, alguma atividade específica relativa ao sujeito passivo 
(devedor). Se a resposta for negativa, trata-se de um tributo não-vinculado; se for positiva, 
o tributo é vinculado (pois sua cobrança se vincula a uma atividade estatal especificamente 
voltada ao contribuinte).
Assim, todos os impostos são não-vinculados. Se alguém obtém rendimentos, passa a dever 
imposto de renda; se presta serviços, deve ISS; se é proprietário de veículo automotor, deve 
IPVA. Repare-se que, em nenhum desses casos, o Estado tem de realizar qualquer atividade 
referida ao contribuinte. Daí a assertiva, correta e muito comum em doutrina, de que o imposto 
é um tributo que não goza de referibilidade. Aliás, justamente pelo fato de ser um tributo não-
vinculado a qualquer atividade, deixa de ser argumento juridicamente relevante (apesar de 
politicamente sê-lo) afirmar que “não se deve pagar IPTU, caso as avenidas da cidade estejam 
esburacadas”. 
Note-se que o CTN, em seu art. 16, define imposto como sendo o tributo cuja obrigação tem 
por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa 
ao contribuinte. Ora, pelo exposto, essa seria uma definição precisa de tributo não-vinculado. 
Portanto, o imposto é, por excelência, o tributo não-vinculado. Já as taxas e contribuições de 
melhoriasão, claramente, tributos vinculados.”
Esquematicamente, a classificação pode ser enxergada da seguinte forma:
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Registre-se que em direito tributário, a palavra “vinculado” aparece com mais dois sentidos, 
além do ora estudado.
 • SEGUNDO SENTIDO DA PALAVRA VINCULADO:
O segundo sentido da palavra VINCULADO consta na definição de tributo, segundo a qual este 
é uma “cobrada mediante atividade administrativa plenamente VINCULADA. Neste sentido, a 
palavra demonstra que não há possibilidade de análise de conveniência e oportunidade para 
que a autoridade competente cobre o tributo. A atividade, portanto, não é discricionária.
 • TERCEIRO SENTIDO DA PALAVRA VINCULADO:
Por fim, o último sentido da palavra vinculado refere-se ao destino da arrecadação. Existem 
tributos (como as contribuições para a seguridade social) cuja arrecadação somente pode ser 
utilizada com determinadas despesas. Tais tributos possuem “arrecadação vinculada”. 
Há tributos, porém, cuja arrecadação não é vinculada a determinada despesa, podendo ser 
utilizada com quaisquer finalidades previstas no orçamento, como ocorre, via de regra, com os 
impostos (CF, art. 167, IV).
Voltando para o primeiro sentido da palavra vinculado, é correto afirmar que se adotada a 
corrente que divide os tributos em três espécies (como faz o art. 5º do Código), seria impossível 
confundir impostos, taxas e contribuições de melhoria, pois seus fatos geradores são bastante 
distintos. 
É por isso que o CTN, no art. 4º, estatui o FG como único critério para definir a natureza jurídica 
do tributo, sendo irrelevantes denominação, demais características formais e o destino da 
arrecadação.
Não obstante, o STF tem adotado a teoria da pentapartição das espécies tributárias.
 
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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
1 – Impostos
1 – Fato gerador – manifestação de riqueza (ver definição do art. 16 do CTN);
2 – Base de cálculo – grandeza que quantifique a riqueza tributada;
3 – Competência para instituição – privativa;
4 – Previstos em listas exaustivas, salvo para a união que pode exercer as competências residual 
e extraordinária.
2 – Taxas
1 – Fato gerador – exercício do poder de polícia (taxa de polícia) ou prestação de determinados 
serviços (taxa de serviço) (ver definição do art. 145, II da Constituição e detalhamento dos 
artigos 77 a 80 do CTN);
2 – Base de cálculo – grandeza que guarde correlação com o custo da atividade estatal, não 
podendo ser base de cálculo própria de imposto;
3 – Competência para instituição – comum;
4 – Não existem listas atributivas de competência, pois quem exercer a atividade estatal, é 
competente para instituir a respectiva taxa;
5 – Para a FCC, o pedágio é preço público e não taxa.
3 – Contribuições de Melhoria
1 – Fato gerador – valorização imobiliária decorrente de obra pública (ver art. 145, III da 
Constituição e artigos 81 e 82 do CTN);
2 – Base de cálculo – acréscimo de valor ao imóvel beneficiado;
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3 – Competência para instituição – comum;
4 – Não existem listas atributivas de competência, pois quem realizar a obra, no âmbito de suas 
respectivas atribuições pode, legitimamente instituir a CM.
4 – Empréstimos compulsórios
1 – Se adotada a teoria da tripartição, seria um imposto, com a peculiaridade de ser restituível
2 – Na teoria da Pentapartição – É ESPÉCIE TRIBUTÁRIA DIFERENCIADA, regida pelo art. 148 da 
CF.
3 – Fatos geradores e bases de cálculo devem ser definidos na lei complementar instituidora.
4 – Só podem ser instituídos pela União – Competência exclusiva e indelegável.
5 – A instituição apesar de sempre depender de situações de relevância e urgência, somente 
pode ser feita por lei complementar – não cabe Medida Provisória.
6 – Hipóteses de instituição:
GUERRA EXTERNA OU CALAMIDADE PÚBLICA → Por ter maior urgência, nestas hipóteses 
o Empréstimo Compulsório pode ser cobrado de imediato, sem obediência a regra da 
anterioridade. Não precisa esperar o exercício seguinte nem o prazo de 90 dias.
INVESTIMENTO URGENTE E RELEVANTE → O Empréstimo Compulsório para investimento 
urgente e relevante interesse nacional obedece à anterioridade anual e à nonagesimal 
(noventena). 
Obs. O CTN prevê uma terceira hipótese de Empréstimo Compulsório (para redução temporária 
do poder aquisitivo) que não foi recepcionado pela CF/88. 
Cuidado para não confundir:
Não existe Imposto Extraordinário para Calamidade Pública.
A RESTITUIÇÃO DO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO deve ser feita na mesma espécie em que o 
tributo foi cobrado, ou seja, em dinheiro.
 
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5 – Contribuições Especiais
1 – Se adotada a teoria da tripartição, seria um imposto, com a peculiaridade de possuir 
arrecadação vinculada a determinadas despesas
2 – Na teoria da Pentapartição – É ESPÉCIE TRIBUTÁRIA DIFERENCIADA, regida pelos arts. 149 
e 149-A da CF.
3 – Fatos geradores e bases de cálculo devem ser definidos na lei complementar instituidora.
4 – Subdivisão: 
 SEGURIDADE SOCIAL
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS RESIDUAIS
 
	
  
 GERAIS
CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO (CIDE)
CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS 
CONTRIBUIÇÃO PARA CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA
5 – Só podem ser instituídos pela União – Competência exclusiva e indelegável EXCEÇÃO: 
Contribuições Previdenciárias dos Servidores Públicos Estaduais e Municipais. Este é o único 
caso em que Estados, DF e Municípios podem criar contribuições. (Art. 149 §1º)
Atenção: As alíquotas das contribuições previdenciárias estaduais e municipais não podem ser 
inferiores à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
5.1 – CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
I – SEGURIDADE SOCIAL
Saúde, Previdência e Assistência.
Sempre que uma contribuição é criada para financiar um ou mais desses três subsistemas, tem-
se contribuição para financiamento da seguridade social.
 • SÓ OBEDECEM À NOVENTENA
 • NÃO OBEDECE A ANTERIORIDADE
II – RESIDUAIS
Criadas com base na competência prevista no art. 195, § 4º da CF/88.
Requisitos: LC, não-cumulatividade e FG/BC diferentes dos já utilizados pelas contribuições 
para a seguridade social já previstas pela CF/88.
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III – OUTRAS
Contribuições sociais com arrecadação vinculada a atuações da União em área social não 
integrante da seguridade social (ex. salário educação).
 • OBEDECE A NOVENTENA
 • OBEDECE A ANTERIORIDADE
5.2 – CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO- CIDE
Intervenção no sentido de FOMENTAR determinado setor ou atividade pela destinação da 
arrecadação da contribuição.
ARRECADAÇÃO DIVIDIDA DA CIDE COMBUSTÍVEL. A CIDE Combustível é o único tributo (com 
exceção dos impostos) que tem a sua arrecadação dividida entre os entes.
5.3 – CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS
São contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas (corporações).
Exemplo: contribuição sindical
5.4 – CONTRIBUIÇÃO PARA CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO 
PÚBLICA
Criada para driblar a jurisprudência do STF, cristalizada na Súmula 670, segundo a qual o serviço 
de iluminação pública não pode ser custeada mediante taxa.
A COSIP, segundo o STF é tributo “sui generis”, não constituindo taxa.
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR
A maioria das limitações constitucionais ao poder de tributar configuram cláusulas pétreas. 
Algumas por protegerem garantias individuais (ex. anterioridade do art. 150, III, “b”), outras 
por protegerem o pacto federativo (ex. imunidade recíproca do art. ’50, VI, a).
Tais cláusulas não podem ser retiradas da CF nem pode ser postas em deliberação emendas 
constitucionais que tendam a diminuir seu alcance. Não obstante, são admitidas emendas queas reforcem, as ampliem (ex. extensão da noventena pela EC 42/2003)
As limitações constantes nos artigos 150 a 152 da CF/88 são as mais importantes, mas não são 
as únicas. O próprio artigo 150 anuncia que as garantias que enumera são asseguradas “sem 
prejuízo de outras”.
 
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As regras que passaremos a enumerar são tão importantes que a maioria dos tributarista as 
trata como verdadeiros princípios tributários. Será esta a terminologia adotada neste resumo.
1 – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE (CF, art. 150, II)
UM TRIBUTO NÃO PODE SER EXIGIDO NEM MAJORADO SEM LEI QUE ESTABELEÇA.
→ Para a criação de tributos, além da possibilidade de utilização de Medida Provisória, também 
é possível o uso de Lei Delegada, desde que cumpridos os requisitos estabelecidos no artigo 68 
da Constituição Federal para este tipo de norma.
→ Não é possível, contudo, a chamada delegação legislativa em branco, tendo em vista ser 
excepcional a delegação de funções típicas entre os Poderes do Estado.
2 – PRINCÍPIO DA ISONOMIA (CF, art. 150, II)
Conforme previsto no art. 150, II da Constituição Federal, é vedado aos entes tributantes 
instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, 
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, 
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. 
Não se pode exigir que contribuintes que tenham renda equivalente a um salário mínimo sejam 
tributados da mesma forma que as pessoas com rendimentos de dezenas de milhares de reais. 
Tratamento igual para quem está em situação econômica e financeira totalmente diferente 
geraria uma extrema injustiça ao retirar dos mais pobres valores utilizados para subsistência e 
daqueles mais ricos valores praticamente irrelevantes.
As deduções da base de cálculo do imposto de renda (valores gastos com dependentes, 
educação, saúde, previdência pública e privada etc) também serve para atender ao princípio 
da isonomia, pois acabam por tratar diferentemente pessoas que apesar de terem rendimentos 
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iguais, tem uma capacidade contributiva bastante diversa em virtude das despesas a que estão 
sujeitas.
É seguindo este raciocínio que o art. 145, § 1º da CF/88 estabelece que sempre que possível, 
os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do 
contribuinte.
Registre-se que apesar de o STF já haver afirmado que o princípio da capacidade contributiva 
pode ser aplicado a outras espécies tributárias, a FCC (e somente ela) tem considerado corretas 
questões de concurso que afirmam que apenas o impostos a ele se sujeitam.
3 – PRINCÍPIO DA NÃO-SURPRESA E SEUS SUBPRINCÍPIOS 
(IRRETROATIVIDADE, ANTERIORIDADE E NOVENTENA)
Decorre de um princípio ainda maior: Princípio da Segurança Jurídica.
Tem como objetivo evitar que um repentino aumento de carga tributária atinja imediatamente 
(ou, pior, retroativamente) o contribuinte. 
ATENÇÃO:
IRRETROATIVIDADE → É regra de vigência.
ANTERIORIDADE → não é regra de vigência. É regra de eficácia, de produção de 
efeitos. A lei pode entrar em vigor de imediato, desde que a produção de efeitos 
financeiros (cobrança) somente ocorra no exercício seguinte.
ANTERIORIDADE E NOVENTENA → Somente são aplicáveis nas mudanças que 
impliquem aumento de carga tributária.
 
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EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
(*)- ICMS COMBUSTÍVEIS E CIDE COMBUSTÍVEIS – exceções parciais visto que tais tributos 
somente são exceções à anterioridade no caso de redução (aqui não há qualquer novidade, 
pois nenhum caso de redução de tributo se sujeita à anterioridade ou noventena) ou 
restabelecimento
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA NOVENTENA
CUIDADO!
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4 – PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO (CF, art. 150, IV)
Também poderia ser chamado de PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE DA CARGA TRIBUTÁRIA 
A idéia do legislador é impedir que o Estado exagere na cobrança de um tributo de forma 
a desestimular a livre iniciativa e o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão 
(garantias constitucionais).
Não há como definir matematicamente a partir de que momento estará havendo p confisco. A 
noção de confisco varia no tempo e no espaço e, no caso brasileiro, é o Supremo Tribunal Federal 
que vai definir em caráter definitivo e caso a caso a existência ou não de efeito confiscatório de 
um tributo ou de um conjunto de tributos criados pelo mesmo ente gravando a mesma riqueza.
MULTAS:
A jurisprudência evoluiu no sentido de estender o Princípio do Não Confisco às multas. O STF 
tem entendido assim. Mas a CF só fala em Tributos, e multa não é tributo.
5 – PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO (CF, art. 150, V)
Não se pode estabelecer limitações tributárias à livre circulação de pessoas ou bens pelo País.
PEDÁGIO → pode ser cobrado pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
O STF entende que o Pedágio é um tributo da espécie TAXA quando ele é instituído por lei e 
COBRADO PELO ESTADO, pela conservação de vias que ele mesmo faz.
Quando é COBRADO POR PARTICULAR, o Pedágio não é tributo, é PREÇO PÚBLICO.
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
O Tributo pode não ser cobrado porque alguma norma impede a cobrança → esta norma As 
imunidades que iremos estudar agora (CF, art. 150, VI) somente se aplicam para impostos, e 
 
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não para todos os tributos. Mas existem em outros pontos do texto constitucional imunidades 
para outras espécies tributárias.
Ex: Art. 195 §7º → Imunidade de Contribuição
Art. 5º XXXIV → Imunidade de Taxa
6 – IMUNIDADES A IMPOSTOS
6.1 – IMUNIDADE RECÍPROCA(CF, art. 150, VI, a)
Baseada no PRINCÍPIO FEDERATIVO. Seria muito arriscado permitir que os entes federados 
cobrassem impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços uns dos outros porque poderia 
restar prejudicada a autonomia dos próprios entes.
A imunidade prevista no artigo 150, VI, “a” somente abrange os entes políticos (União, 
Estados, DF e Municípios). Mas o § 2º do mesmo artigo constitucional, estende a imunidade 
para Autarquias e Fundações públicas desde que os respectivos patrimônios rendas e serviços 
estejam vinculados às finalidades essenciais das entidades ou a outras delas decorrentes (a 
restrição não se aplica aos entes políticos!) .
ATENÇÃO: SEGUNDO O STF, AS EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
QUE PRESTEM SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS DE PRESTAÇÃO OBRIGATÓRIA PELO ESTADO 
SÃO IMUNES.
6.2 – IMUNIDADE RELIGIOSA
Esta imunidade sobre templos de qualquer natureza está ligada à garantia de Liberdade de 
Culto e, desta forma protege não apenas o prédio (templo), mas a própria entidade religiosa. 
Se a entidade é imune, não irá pagar nenhum imposto sobre patrimônio renda ou serviços, 
desde que vinculados a suas finalidades essenciais (atenção: aqui não existe o “ou a outras 
delas decorrentes”).
6.3 – IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS E SUAS FUNDAÇÕES, 
SINDICATOS DE TRABALHADORES E INSTITUIÇÕE DE EDUCAÇÃO E 
ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS 
ATENÇÃO:
1. A imunidade é para o SINDICATO DOS TRABALHADORES. O Sindicato dos Empregadores 
não é imune.
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2. Para serem imunes as instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos 
devem atender aos requisitos estabelecidos em lei complementar (os requisitos, hoje, 
estão no art. 14 do Código Tributário Nacional).
6.4 – IMUNIDADE CULTURAL
Para que a manifestação do pensamento seja livre, as pessoas devem ter acesso mais barato a 
informação.
Apesar de a imunidade ser doutrinariamente denominada de cultural, não cabe ao intérprete 
analisar a qualidade cultural de uma publicação. Se é livro, é jornal ou é periódico, éimune. 
Assim, até a “revistinha pornográfica” é beneficiada pela proteção constitucional.
DOS INSUMOS UTILIZADOS PARA PRODUZIR UM LIVRO, JORNAL OU PERIÓDICO, SÓ O PAPEL 
É IMUNE.
Máquinas, as tintas colas... → não são imunes. O máximo que o STF considerou imune foram os 
filmes e papeis fotográficos, por assemelhados a papel.
A IMUNIDADE DO LIVRO É OBJETIVA
A imunidade é apenas do livro, e não da livraria ou do autor do livro. Estes pagam imposto de 
renda com relação à venda do livro e aos direitos autorais.
6.5 – IMUNIDADE DA MÚSICA NACIONAL
Para melhor compreensão da alínea “e” do inciso VI, do art. 150 da Constituição Federal, 
convém desmembra-la em tópicos. Assim, é vedado aos entes federados instituir impostos 
sobre:
– Fonogramas e videofonogramas musicais;
O art. 5º, IX da Lei de Direitos Autorais (Lei 9.610/98), conceitua fonograma como “toda fixação 
de sons de uma execução ou interpretação ou de outros sons, ou de uma representação de sons 
que não seja uma fixação incluída em uma obra audiovisual. Assim, de maneira simplificada 
pode-se considerar como “fonograma musical” o arquivo contendo música.
Apesar da inexistência de definição legal, podemos considerar como “videofonograma musical, 
o arquivo contendo música e vídeo”.
Em ambos os casos, para a caracterização do arquivo como fonograma ou videofonograma 
musical não se tem como relevante a sua apresentação em suporte material (CD, DVD, Blu-ray, 
cassete, vinil) ou sua disponibilidade e circulação mediante transferência eletrônica de dados, 
como os comercializados pela App Store, Google Play e assemelhados).
– Produzidos no Brasil;
A exigência de produção no Brasil é de caráter absoluto, não comportando, nos termos 
constitucionais, qualquer flexibilização ou alternativa, diferentemente do que ocorre quanto à 
composição ou interpretação, conforme será visto a seguir. Em termos menos congestionados, 
 
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para gozar da imunidade, o fonograma ou videofonograma deve ser necessariamente produzido 
no Brasil, sem qualquer exceção.
– Contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral 
interpretadas por artistas brasileiros;
Esta exigência descaracteriza o caráter puramente objetivo que a imunidade poderia ter. É 
que para imunizar determinadas coisas (fonogramas e videofonogramas musicais produzidos 
no Brasil), exigiram-se certas características das pessoas a elas vinculadas (“nacionalidade 
brasileira” para o intérprete ou para o autor). Assim, por possuir requisitos objetivos e 
subjetivos, a imunidade pode ser classificada como mista.
Para cumprir a exigência ora estudada (requisito subjetivo), basta que o compositor ou 
o intérprete seja brasileiro. Desta forma, se produzidos no Brasil, seriam protegidos pela 
imunidade hipotéticos fonogramas contendo: a) o intérprete brasileiro Roberto Carlos 
cantando “New York, New York” (composta pelos norte-americanos John Kander e Fred Ebb) e 
b) o Irlandês Bono Vox cantando “Vodka ou Água de Coco” (composta pelo brasileiro Naldo). 
Em qualquer das situações, o elemento de conexão nacional estará presente, garantindo a 
aplicação da regra imunizante.
– Bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham;
Essa importante regra destina-se a evitar que se instaure a respeito da imunidade da música 
nacional discussão semelhante àquela existente quanto à imunidade dos livros, jornais e 
periódicos (cultural). Lá o insumo “papel destinado à impressão” é imunizado em virtude de 
disposição expressa, mas as mídias em que são gravados em meio magnético ou óptico os livros 
eletrônicos, têm sido indevidamente tratadas como insumos não imunizados, sendo grande a 
discussão sobre a imunidade do próprio livro gravado na mídia (ver tópico anterior).
No que concerne à imunidade da música nacional, a discussão não encontra eco, de forma 
que todos os suportes materiais (vinil, cassete, CD, DVD, Blu-ray) e arquivos digitais (vendidos 
por App Store, Google Play e similares) contendo fonogramas e videofonogramas imunes são 
também protegidos pela benesse constitucional.
– Salvo na replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
A ressalva final do dispositivo foi inserida na tentativa de arrefecer a insatisfação do Estado 
do Amazonas com o fato de que a imunidade aplicada nacionalmente retiraria a exclusividade 
do benefício existente na Zona Franca de Manaus. Realmente as indústrias responsáveis pela 
replicação das mídias digitais somente mantém suas sedes em Manaus, e não em locais mais 
próximos dos maiores centros consumidores, em virtude dos benefícios fiscais exclusivos da 
Zona Franca. A existência de beneficio de caráter nacional com extensão semelhante poderia, 
portanto, resultar em perda de postos de trabalhos na Zona Franca. 
Para minorar o problema, foi inserida no texto da nova alínea a ressalva hora estudada. Há de se 
registrar, contudo, que o Estado do Amazonas reclama que somente foi excluída da imunidade 
a replicação industrial, mas não a distribuição das mídias digitais, de forma que o Estado ainda 
corre sérios riscos de perda de postos de trabalho.
Perceba-se que a ressalva ora estudada não se aplica ao vinil, que não é mídia óptica, de forma 
que sua replicação industrial é abrangida pela imunidade. Sobre este aspecto, relembramos 
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que o Brasil sedia a única fábrica da América Latina que produz a mídia, a Polysom, em Belford 
Roxo/RJ. 
7 – PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA (CF, ART. 150, § 5º)
Os impostos sobre mercadorias e serviços (ICMS e ISS) são indiretos (têm seus encargos 
transferidos para o consumidor) e tendem a ficar escondidos dos consumidores. Para que a 
população tenha um maior conhecimento acerca da carga tributária a que está submetida o 
legislador constituinte previu a estipulação de medidas legais neste sentido. Nessa linha, dispõe 
o art. 150, § 5º da CF/88:
CF, art. 150, § 5º – “A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos 
acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.”
8 – LIMITAÇÃO DO PODER DOS ESTADOS PARA CONCEDER ISENÇÕES E 
DEMAIS BENEFÍCIOS FISCAIS (CF, ART. 150 §6º)
Se o patrimônio é público somente pela manifestação de vontade dos representantes do povo 
(lei) é que podem ser estabelecidos benefícios fiscais (subsídio, isenção, redução de base de 
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão). Assim, estabelece o art. 150, § 
6º da CF/88:
CF, art. 150, § 6.º “Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de 
crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá 
ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente 
as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do 
disposto no art. 155, § 2º, XII, g.”
Atenção para o final do dispositivo que aponta para ressalve específica relativa ao ICMS:
→ Outra regra a ser obedecida → Para ser concedido um benefício fiscal os Estados têm que 
obter uma Autorização do CONFAZ, além da posterior edição de decreto pelo Governador do 
Estado.
 
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9 – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PARA FRENTE (ART. 150 §7º)
Ocorre em cadeias de produção e circulação caracterizadas pela CAPILARIDADE.
CF, art. 150, § 7º “A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição 
de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer 
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se 
realize o fato gerador presumido”.
10 – PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA (CF, ART. 151, I) 
Art. 151. É vedado à União:
I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique 
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou aMunicípio, em detrimento 
de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do 
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
A União não pode constituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional, podendo 
conceder incentivos fiscais, com o objetivo de diminuir as desigualdades regionais. 
11 – UNIFORMIDADE NA TRIBUTAÇÃO DA RENDA (CF, ART. 151, II) 
(...) 
II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em 
níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;
O objetivo é evitar que a União concorra deslealmente no mercado de títulos públicos, 
tributando de maneira mais suave os seus títulos. Também proíbe que a União tribute os 
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rendimentos dos servidores públicos estaduais e/ou municipais com níveis mais elevados do 
que tributa os rendimentos dos seus próprios servidores.
12 – VEDAÇÃO À INSTITUIÇÃO DE ISENÇÕES HETERÔNOMAS (CF, ART. 151, III)
Art. 151. É vedado à União:
(...) 
III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios.
 
13 – PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO (CF, ART. 152) – APLICÁVEL 
SOMENTE AOS ESTADOS, AO DF E AOS MUNICÍPIOS
ATENÇÃO: A UNIÃO NÃO ESTÁ PROIBIDA DE FAZER O QUE O DISPOSITIVO PROÍBE ESTADOS, DF 
E MUNICÍPIOS DE FAZEREM!
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária 
entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
Pernambuco não pode tratar um bem diferentemente por que veio da Bahia ou de Alagoas → 
isso colocaria em risco a federação. Também não pode tratar diferente um bem só porque é 
importado (porque veio do exterior).
 
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LIVRO 02
1 – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
1.1 – DISPOSIÇÕES GERAIS
O art. 96 do CTN inaugura o Livro Segundo do Código, cujo título é “NORMAS GERAIS DE 
DIREITO TRIBUTÁRIO”. Registre-se que nos pontos em que o CTN trata de normas gerais do 
Direito Tributário, essas normas têm força de Lei Complementar. (ver Art. 146, III da CF).
ARTIGO 96
ART. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções 
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, 
sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
O dispositivo efine legislação tributária de uma maneira exemplificativa. Como a redação é de 
1966, não são citados atos hoje integrantes da legislação tributária brasileira, como as medidas 
provisórias, as resoluções do Senado Federal, os decretos legislativos.
No final das contas, se o ato é normativo (goza de generalidade e abstração) e versa sobre 
Direito Tributário, ele integra a legislação tributária.
CUIDADO!
Não misturar a classificação constante do CTN com a tradicional divisão utilizada pelos 
constitucionalistas:
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Matérias submetidas à reserva legal (perceba-se que estão arroladas mais matérias que as 
constantes do art. 150, I da Constituição Federal).
ARTIGO 97
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I – a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 
65;
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no 
inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 
21, 26, 39, 57 e 65;
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou 
para outras infrações nela definidas;
VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou 
redução de penalidades.
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em 
torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a 
atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.
CUIDADO: 
1) Além da atualização do valor monetário da base de cálculo, também não está submetida à 
legalidade a alteração do prazo para pagamento do tributo. Ambas as providências podem 
ser adotadas, por exemplo, por meio de decreto.
2) É possível a utilização de medidas provisórias ou leis delegadas nas matérias passíveis de 
regulação por lei ordinária, desde que respeitado o regramento constitucional daquelas 
espécies normativas.
 
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ARTIGO 98
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária 
interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha.
A) QUANTO À LEGISLAÇÃO ANTERIOR
SEGUNDO O CTN – O tratado revoga lei anterior.
DOUTRINA – O tratado deve ser considerado “lei específica”.
A) QUANTO À LEGISLAÇÃO POSTERIOR
SEGUNDO O CTN – As leis posteriores ao tratado tem que observá-lo. Consequentemente, a lei 
não poderia revogar o tratado. O tratado seria irrevogável.
Tal teoria é defendida por boa parte dos internacionalistas, entretanto parece agredir ao 
Princípio Democrático, por impedir que os representantes do povo alterem as regras de 
convivência em sociedade.
JURISPRUDÊNCIA DO STF – Tratado tem força de lei ordinária, podendo ser revogado 
internamente pr ato de igual hierarquia (inclusive medida provisória). 
Relembre-se que os tratados internacionais que versem sobre direitos humanos (requisito 
material) e que forem aprovados seguindo o ritual previsto no § 3º do art. 5º da CF/88 (requisito 
formal), terão status constitucional (Bloco Constitucional). Entretanto,o requisito material é de 
difícil verificação em matéria tributária, de forma que neste ramo de direito a regra é que os 
tratados internacionais continuem a possuir hierarquia legal.
JURISPRUDÊNCIA DO STJ – O tratado-contrato, ao contrário do tratado-lei, não pode ser 
revogado por lei posterior (mas já houve decisões em sentido contrário)
ARTIGO 99
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam 
expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.
Decretos do chefe do Poder Executivo podem ser regulamentares (CF, art. 84, IV) ou autônomos 
(nas estritas matérias previstas no art. 84, VI da CF/88).
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Em matéria tributária somente existem decretos regulamentares, ressalvada a possibilidade 
de um decreto autônomo disciplinar o funcionamento das repartições fiscais, desde que não 
implique aumento de despesa (CF, art. 84, VI, “a”).
Por ser regulamentar, ressalvada a hipótese aventada acima, o conteúdo do decreto se restringe 
ao conteúdo da lei em função da qual tenha sido elaborado.
ARTIGO 100
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos 
decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei 
atribua eficácia normativa;
III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Os atos normativos que possuem hierarquia inferior à dos decretos expedidos pelo Chefe do 
Poder Executivo são classificados como normas complementares.
NORMAS COMPLEMENTARES 
Atos normativos administrativos – atos gerais e abstratos expedidos pelas autoridades 
administrativas (exceto os decretos do Chefe do Executivo, enquadrados como atos normativos“principais”.
Decisões dos órgãos de jurisdição administrativa – somente quando a lei der eficácia normativa 
a tais decisões. Se não for o caso, o ato é concreto e individual, não integrando a legislação 
tributária.
Práticas administrativas – denota a possibilidade de aplicação dos costumes em matéria 
tributária.
Convênios firmados entre os entes federados – normalmente utilizados para uniformizar 
procedimentos e combater sonegação.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de 
penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo 
do tributo.
As pessoas que eventualmente deixarem de pagar tributo seguindo a orientação de uma 
norma complementar que depois se verificou ilegal, não podem ser obrigadas a pagar qualquer 
acréscimo (juros, multas ou correção), devendo recolher apenas o valor correspondente ao 
tributo.
 
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1.2 – VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
ARTIGO 101
Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais 
aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo.
As regras da Lei de Introdução ao Código Civil (LICC) são aplicáveis também ao Direito Tributário, 
com as exceções previstas no Código Tributário Nacional (princípio da especialidade)
ARTIGO 102
Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora 
dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de 
que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União.
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE
A norma deve ter vigência no território do ente federado que a expediu. 
Exceções (hipóteses de EXTRATERRITORIALIDADE):
1 – Convênio entre os entes.
2 – Hipóteses previstas em normas gerais expedidas pela União (necessariamente mediante lei 
complementar, tendo em vista o art. 146, III, da CF/88).
ARTIGO 103
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:
I – os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação;
II – as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 
(trinta) dias após a data da sua publicação;
III – os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista.
As normas do art. 103 do CTN, são regras especiais de vigência no tempo que excluem a 
aplicação da regra geral prevista na Lei de Introdução ao Código Civil.
ARTIGO 104
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua 
publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
I – que instituem ou majoram tais impostos;
II – que definem novas hipóteses de incidência;
III – que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao 
contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
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A isenção, segundo o CTN e a doutrina seguida pelo STF, impede o lançamento e, por 
consequência o nascimento do crédito tributário.
E se a lei que concedesse isenção for revogada? Pode ser cobrado o tributo a partir do dia 
seguinte ou tem que esperar até o exercício seguinte?
SEGUNDO O CTN (NO CASO DE IMPOSTOS SOBRE PATRIMÔNIO OU RENDA) E A MAIORIA DA 
DOUTRINA, A cobrança somente pode ser feita a partir do primeiro dia do exercício seguinte.
SEGUNDO O STF (POSIÇÃO ADOTADA ANTERIORMENTE À CF/88, MAS AINDA COBRADA 
EM PROVA DE CONCURSO), O tributo pode ser cobrado imediatamente no que concerne aos 
novos fatos geradores, porque, mesmo antes da revogação da isenção, já ocorria a incidência 
tributária, fazendo surgir a obrigação tributária. A lei isentiva apenas dispensava o pagamento. 
Assim, quando se revoga a nora concessiva de isenção, passa-se a cobrar o que já era devido. A 
situação não equivale à criação ou majoração de tributo existente, não se sujeitando, portanto, 
ao princípio da anterioridade.
Atenção ao caso da isenção por prazo certo e dependente de cumprimento de requisitos 
(denominada “onerosa” pela doutrina). Nestes casos, a lei que instituiu a isenção pode ser 
revogada, mas a isenção de quem cumpriu os requisitos é irrevogável e o beneficiário goza do 
favor fiscal até o final do prazo previsto na lei originária (CTN, art. 178). 
ARTIGO 105
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos 
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos 
termos do artigo 116.
Para entender a dicotomia fatos pendentes e fatos futuros, faz-se necessária a análise da 
classificação dos fatos geradores como instantâneos e periódicos.
FATOS GERADORES INSTANTÂNEOS – são instantâneos aqueles fatos geradores que ocorrem 
num momento preciso da linha do tempo, dando ensejo ao surgimento, em cada caso de 
ocorrência, de uma nova obrigação tributária, como é o caso do imposto de importação, cujo 
fato gerador se verifica a cada entrada de mercadoria estrangeira no território nacional.
FATOS GERADORES PERIÓDICOS – são periódicos os fatos geradores que se prolongam no 
tempo, sendo considerados ocorridos nos instantes legalmente determinados, gerando, a cada 
período concluído, uma nova obrigação tributária, como é o caso do IPVA, cujo fato gerador 
ocorre anualmente, no dia 1º de janeiro.
 
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FATOS GERADORES FUTUROS → ainda não iniciados ou não concluídos.
FATOS GERADORES PENDENTES → a lei nova também se aplica aos fatos geradores pendentes, 
que são aqueles já iniciados mas ainda não completos. Somente os fatos geradores periódicos 
podem ser considerados momentaneamente pendentes, pois os fatos geradores instantâneos 
ou já ocorreram (sendo, portanto, pretéritos) ou ainda não ocorreram (sendo, por conseguinte, 
futuros).
ARTIGO 106
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de 
penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que 
não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua 
prática.
DIREITO PENAL TRIBUTÁRIO → são normas de Direito Penal que tipificam como crimes 
determinadas infrações contra a ordem tributária.
DIREITO TRIBUTÁRIO PENAL → são normas de Direito Tributário que estipulam sanções não-
criminais às infrações tributárias.
Em Direito Penal a lei mais benéfica pode retroagir, em Direito Tributário essa regra não existe, 
salvo em se tratando de normas que definem infrações (Direito Tributário Penal), pois se estas 
forem melhores para os infratores retroagirão para beneficiá-los.
Em Direito Penal o Princípio da Retroatividade da lei mais benéfica aplica-se inclusive aos casos 
já protegidos pelo manto da coisa julgada. 
Em Direito Tributário Penal não há retroatividade quando o ato está definitivamente julgado.
ARTIGO 107
Art. 107. A legislação tributária será interpretada conforme o disposto neste Capítulo.
ARTIGO 108
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação 
tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
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O legislador não é um Deus para conseguir prever em textos legais abstratos tudo o que pode 
vir a ocorrer no mundo. Por isso, na sua estática– analisando norma por norma- o direito 
possui lacunas. Mas, na sua dinâmica – na aplicação do dia-a-dia –, o direito não possui lacunas 
porque ele mesmo estipula as providência aptas a solucionar o problema da omissão legislativa.
Segundo o art. 4º da LICC, quando a lei for omissa o juiz decidirá o caso de acordo com: a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de Direito. Tal regra não é aplicável em se tratando 
de matéria tributária, ramo de direito no qual o legislador previu solução diversa no art. 108 do 
CTN.
Assim, a sequência (taxativa e hierarquizada) a ser seguida no caso de disposição expressa é a 
seguinte:
ANALOGIA – técnica baseada no princípio da isonomia: tratamento semelhante (análogo) para 
situações semelhantes (análogas).
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE DIREITO TRIBUTÁRIO – são aqueles específicos desse ramo de direito, 
como o da anterioridade, o da noventena, o da isonomia, o da capacidade contributiva, o do 
não-confisco, o da liberdade de tráfego, entre outros
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE DIREITO PÚBLICO – são as diretrizes básicas válidas para os diversos 
ramos do direito público (administrativo, constitucional, processual, penal), como o da 
supremacia do interesse público sobre o privado, o da indisponibilidade do interesse público, 
o da segurança jurídica, o da ampla defesa, o do contraditório, o da unidade da jurisdição, o da 
liberdade de exercício de trabalho, ofício ou profissão, entre outros.
EQUIDADE – trata-se de dar a solução mais consentânea com os ideais de justiça. Dar a solução 
mais adequada, de bom senso, para o caso concreto. 
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
A título de exemplo, não se pode cobrar IPVA sobre bicicleta, sob o argumento de que a bicicleta 
por ser um automóvel de duas rodas seria equiparada (análoga) à moto. 
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.
A título de exemplo, suponha-se que determinada incidência tributária pareça injusta no caso 
concreto e que o legislador não tenha criado qualquer norma isentiva para a situação. Sem a 
regra, o intérprete poderia pretender invocar a existência de lacuna na legislação, visando a 
solucioná-la por meio do manejo da equidade.
CUIDADO!
Não confundir esta proibição de que o aplicador da lei deixe de cobrar o tributo usando a 
equidade com a utilização da equidade como critério legislativo para a concessão de um 
benefício fiscal pelo legislador. 
 
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ARTIGO 109 e 110
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo 
e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos 
tributários.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos 
e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas 
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para 
definir ou limitar competências tributárias.
Estes artigos trabalham em conjunto com a função de nortear o intérprete quando este se 
depara com normas de direito tributário (direito público) permeadas por institutos, conceitos e 
formas de direito privado.
→ O Direito Tributário (Direito Público) não pode mudar conceitos de Direito Privado usados 
na Constituição Federal (ou na Constituição Estadual, ou em Leis Orgânicas) para definir ou 
limitar competências tributárias.
 → O Direito Privado (Civil, Comercial) não pode definir os efeitos tributários de seus institutos.
Assim, na norma que atribui competência aos municípios para a criação do IPTU (CF, art. 156, I) 
é no direito privado (civil) que se deve busca o conceito de “propriedade”, mas a definição dos 
efeitos tributários da propriedade deve ser perquirida na lei tributária.
ARTIGO 111
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:
O legislador impõe que certas normas, por tratarem de exceções a regras gerais, sejam 
interpretadas estritamente, sem a possibilidade de ampliações.
I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
A regra é que o crédito seja lançado e a exceção é que haja suspensão ou exclusão. A 
suspensão e a exclusão são interpretadas literalmente. Registre-se que o legislador não impôs 
a interpretação literal da extinção do crédito tributário porque esta é regra (pelo pagamento) 
e não exceção.
II – outorga de isenção;
Dispositivo redundante, uma vez que a isenção é forma de exclusão do crédito tributário, 
estando, portanto, inserida no inciso anterior.
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Se a lei dispensa determinados contribuintes do dever de entregar declarações de imposto de 
renda (obrigação acessória), deve ser interpretada literalmente, não sendo possível a extensão 
da dispensa na via interpretativa.
ARTIGO 112
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira 
mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
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I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus 
efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
Novamente o Direito Tributário Penal é influenciado por princípio basilar do Direito Penal. É 
a idéia do “in dubio pro reo”. Na dúvida deve-se decidir em favor da pessoa que está sendo 
acusada.
2.0 – RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA
A relação jurídico-tributária é eminentemente obrigacional, tendo, no pólo ativo (credor) um 
ente político (União, Estado, Distrito Federal ou Município) ou outra pessoa jurídica de direito 
público a quem tenha sido delegada a capacidade ativa e, no pólo passivo, um particular 
obrigado ao cumprimento da obrigação. Essas duas pessoas, necessariamente presentes 
para que se forme o vínculo obrigacional, constituem os elementos subjetivos da obrigação 
tributária e serão estudadas em item específico.
Para entender por completo a relação, há de se analisar, também:
- o elemento causal, ou seja a situação que, ocorrida no mundo dos fatos dará causa ao 
surgimento da obrigação tributária (fato gerador); 
- O elemento temporal, ou seja, o momento em que o vínculo obrigacional nasce; e
- O elemento objetivo, ou seja, o objeto (conteúdo) do vínculo existente entre devedor e credor.
ARTIGO 113
O CTN usa a expressão “fato gerador”, tanto para se referir á previsão abstrata constante da lei 
(hipótese de incidência) quanto para se referir aos casos concretos que se verificam no mundo 
e que se enquadram na abstrata previsão legal (fato imponível).
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento 
de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
 
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§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, 
positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos 
tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação 
principal relativamente à penalidade pecuniária.
Em direito tributário as palavras “Principal” e “Acessória” são usadas com sentido diferente do 
estudado direito civil. Aqui o importante é o conteúdo (objeto) da obrigação. Se o conteúdo é 
pecuniário, a obrigação é principal. Se é não-pecuniário, a obrigação é acessória.
Em direito civil a obrigação de pagar juros e multas seria considerada acessória da obrigação 
principal da qual decorem os juros e multas. Em direito tributário tanto o tributo quanto os 
juros e multas serão enquadrados na obrigação principal,tendo em vista a natureza pecuniária 
dos mesmos.
2.2 – OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS PRINCIPAIS/ACESSÓRIAS E SEUS FATOS 
GERADORES
ARTIGO 114
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e 
suficiente à sua ocorrência.
ARTIGO 115
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação 
aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
ARTIGO 116
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os 
seus efeitos:
I – tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias 
materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
II – tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente 
constituída, nos termos de direito aplicável.
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Antes de a lei tributária definir determinada situação como fato gerador de um tributo, tal 
situação possuía apenas relevância econômica, mas não era definida em qualquer ramo de 
direito como produtora de efeitos jurídicos. Ex. Imposto de Importação – o FG é a entrada 
de mercadoria estrangeira no território aduaneiro (situação de fato).
Mesmo antes de a lei tributária definir determinada situação como fato gerador de um 
tributo, já há norma, de outro ramo do direito, estipulando efeitos jurídicos para o mesmo 
fato. Ex. IPTU – Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana – o principal FG é a 
propriedade (situação jurídica). 
QUANDO O FATO GERADOR SE CONSIDERA OCORRIDO?
SITUAÇÃO DE FATO → Momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais.
SITUAÇÃO JURÍDICA → Momento da constituição definitiva nos termos do direito aplicável.
FATOS JURÍDICOS CONDICIONADOS:
CONDIÇÃO RESOLUTIVA – Art. 117 II – A condição desfaz os efeitos do ato ou negócio.
CONDIÇÃO SUSPENSIVA – Art. 117 I – A condição suspende a eficácia do ato ou negócio.
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza 
dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária.
É a chamada REGRA ANTIELISÃO FISCAL (OBS. A SER DETALHADA NO INÍCIO DA AULA 09)
Trata-se, na realidade, de uma influência da doutrina alemã, segundo a qual é permitida a 
“interpretação econômica” do fato gerador, privilegiando a essência econômica dos fatos em 
detrimento das características meramente formais. Relembre-se, por oportuno, que o próprio 
Código Tributário Nacional veda expressamente que, do emprego da analogia, resulte a 
cobrança de tributo não previsto em lei (art. 108, § 1º). 
Quem defende a aplicação da regra invoca os princípios da isonomia e da capacidade 
contributiva, de forma que seria contrário ao direito deixar de cobrar um tributo diante de uma 
situação equivalente àquela em que outras pessoas, por adotarem as formas típicas, sofreram 
a incidência tributária.
Por enquanto, a questão ainda está pendente, não havendo pronunciamento do STF tratando 
diretamente da matéria. Nas provas de concurso público, aconselha-se presumir a norma como 
constitucional e seguir a literalidade do dispositivo legal.
ELISÃO FISCAL → é uma conduta lícita, normalmente anterior ao fato gerador, na qual 
o contribuinte pratica ato ou celebra negócio visando a enquadra-lo em hipótese de isenção, 
não-incidência ou incidência menos onerosa do tributo.
JU
RÍ
DI
CA
 
 
 
FA
TO
 
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EVASÃO FISCAL → É conduta ilícita em que o contribuinte, normalmente após a 
ocorrência do fato gerador, pratica atos que visam a evitar o conhecimento do nascimento da 
obrigação tributária pela autoridade fiscal. 
O fato gerador ocorre, mas o contribuinte o esconde do Fisco, na ânsia de fugir à tributação.
ELUSÃO FISCAL → É conduta com aparência de licitude, mas ilícita em virtude de o 
contribuinte simular determinado negócio jurídico com a finalidade de dissimular a ocorrência 
do fato gerador.
ARTIGO 117
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos 
ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
I – sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;
II – sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do 
negócio.
ARTIGO 118
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:
I – da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou 
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II – dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
Abstraindo-se → Sem levar em consideração.
Tem como base o Princípio do “PECUNIA NON OLET”. Para o Direito Tributário o que importa é 
a manifestação de riqueza ter ocorrido. Não importa nem a validade jurídica nem os efeitos. O 
que importa é ter ocorrido o fato gerador. 
ELEMENTOS SUBJETIVOS (SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA)
ARTIGO 119
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência 
para exigir o seu cumprimento.
É a Constituição Federal quem atribui competência para a criação do tributo. Contudo, há de 
se recordar que o CTN, no seu artigo 7º permite a delegação por uma pessoa de direito público 
a outra das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou 
decisões administrativas em matéria tributária.
Dessa forma, apenas a possibilidade de criar o tributo (competência tributária em sentido 
estrito) não pode ser delegada, uma vez que as funções de fiscalizar arrecadar e executar 
(capacidade tributária ativa) são delegáveis a outras pessoas de direito publico.
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ARTIGO 120
Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir 
pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária 
aplicará até que entre em vigor a sua própria.
A nova pessoa jurídica de direito público, além de aplicar a legislação do ente do qual se 
desmembrou até que crie a sua própria, sub-roga-se nos direitos deste, de forma a haver 
inovação subjetiva (dos sujeitos) na obrigação. 
Como exemplo, pode-se recordar o caso do Estado de Tocantins que, após ser criado por 
desmembramento territorial do Estado de Goiás, ficou utilizando a legislação tributária goiana 
até a criação de sua própria legislação, bem como passou a ser o credor dos tributos devidos a 
Goiás no que concerne aos fatos geradores ocorridos em área que posteriormente passou a ser 
parte do território tocantinense.
ARTIGO 121
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária.
Assim, independentemente de quem sobre economicamente o impacto do tributo, aquele 
legalmente obrigado ao pagamento do tributo ou da multa é seu sujeito passivo.
Não obstante, apesar de no linguajar comum se denominar “contribuinte” todas as pessoas 
que sofram impacto econômico financeiro do tributo (o que corresponde ao conceito de 
contribuinte de fato), há de se recordar que em direito a palavra deve ser usada somente para 
designar uma das modalidades de sujeito passivo, conforme demonstra o parágrafo único do 
dispositivo.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o 
respectivo fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de 
disposição expressa de lei.
Pela literalidade do dispositivo, qualquer pessoa poderia ser nomeadaresponsável pelo 
pagamento de qualquer tributo. A conclusão é incorreta, pois a regra deve ser conjugada com 
o art. 128 do CTN, que exige que a pessoa nomeada responsável seja vinculada ao fato gerador 
da obrigação.
 
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Noutros termos, o responsável nem pode possuir relação pessoal e direta com o fato gerador 
(hipótese em que seria contribuinte), nem pode ser um estranho a tal fato (hipótese em que, 
diante da falta de vínculo, a responsabilização estaria proibida).
No Artigo 128 do CTN há esta exigência de ligação, de vinculação ao fato gerador.
ARTIGO 122
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam 
o seu objeto.
Prestação → Fazer ou não fazer alguma coisa desprovida de conteúdo pecuniário (caso 
contrário, a obrigação seria principal).
Não há modalidades de sujeito passivo da obrigação tributária acessória. A dicotomia 
contribuinte/responsável só é aplicável ao sujeito passivo da obrigação principal.
ARTIGO 123
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à 
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para 
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
O exemplo sempre citado é o caso do contrato de aluguel. O IPTU tem como sujeito passivo 
o proprietário do imóvel (existem casos excepcionais em que a cobrança pode recair sobre o 
titular da posse ou do domínio útil).
Quando se faz um contrato de locação é comum se estipular no contrato uma cláusula que 
responsabiliza o locatário pelo pagamento do IPTU. 
Não obstante o acordo, se o locatário não pagar o IPTU, o município vai cobrar do proprietário. 
E mesmo que este apresente o contrato de locação demonstrando a obrigação contratual do 
locatário, o proprietário não se livra da obrigação legal de pagar o IPTU. Isso porque o contrato 
vincula as partes (proprietário e locatário), não obrigando o Estado. 
Em suma, o Estado cobra do proprietário e este, pagando o que é devido, pode acionar o 
locatário pelo descumprimento do contrato (ação regressiva).
ARTIGO 124
Art. 124. São solidariamente obrigadas:
De acordo com o direito civil, há a solidariedade ativa quando, no pólo ativo da obrigação, existe 
mais de um credor com direito a receber a dívida toda. Em contrapartida, há solidariedade 
passiva quando, no pólo passivo da obrigação, existe mais de um devedor com a obrigação de 
pagar toda a dívida.
Não existe solidariedade ativa em na relação jurídico-tributária, uma vez que Constituição 
Federal, ao atribuir a competência tributária, deixa claro quem pode cobrar cada tributo, não 
sendo possível a existência, numa mesma relação tributária, de mais de uma pessoa no pólo 
ativo.
I – as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da 
obrigação principal;
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SOLIDARIEDADE DE FATO (OU NATURAL) → Pessoas que têm interesse em comum na situação 
definida como fato gerador do tributo.
Por exemplo: IPTU. “A” e “B” compram um imóvel em conjunto. Os dois serão proprietários e 
terão interesse na propriedade (fato gerador do tributo). Neste caso ambos são solidários pelo 
débito do IPTU e o Estado pode cobrar de qualquer um o valor integral da dívida.
II – as pessoas expressamente designadas por lei.
SOLIDARIEDADE DE DIREITO (OU JURÍDICA) → Pessoas designadas pela lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.
Não existe primeiro e segundo devedor; ou devedor principal e devedor subsidiário. Todos 
devem o valor integral da obrigação. Em termos mais técnicos, quando há Solidariedade não há 
o chamado “benefício de ordem”.
ARTIGO 125
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
Este artigo fala dos demais efeitos da solidariedade, que nada mais são do que consequências 
da idéia de que não há benefício de ordem.
I – o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
Por exemplo:
Esta divisão proporcional do valor do imposto pouco efeito tem, porque todos são integralmente 
responsáveis pelo débito existente.
Se “B” paga o que seria a parte dele (R$ 100,00) vai favorecer diminuir a dívida de todos. Todos, 
inclusive “B”, passam a dever R$ 900,00.
II – a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada 
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo 
saldo;
A regra é que se há, por exemplo, isenção de IPTU que beneficie o imóvel, “A”, “B” e “C” serão 
beneficiados, salvo se houver outorga pessoal a um desses proprietários. Neste caso, como a 
isenção é pessoal, o outorgado fica livre do imposto na proporção de sua cota. Os demais ficam 
responsáveis pelo que restou de imposto a pagar.
 
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III – a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica 
aos demais.
Prescrição é um instituto ligado a segurança jurídica. Há um prazo para que o credor busque 
judicialmente o que entende devido. Se o prazo está em andamento e sofre interrupção, o 
prazo é integralmente devolvido (volta para o “zero”), o que beneficia o credor e prejudica o 
devedor.
Se é o Estado quem cobra o tributo dos devedores solidários e consegue interromper o prazo, a 
interrupção beneficia o Estado e prejudica todos os devedores. Se são os devedores que lutam 
judicialmente pela restituição de um tributo pago indevidamente e conseguem interromper o 
prazo, a interrupção prejudica o Estado e beneficia todos os devedores.
ARTIGO 126
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
Novamente o direito tributário, numa manifestação de autonomia quanto aos demais ramos 
de direito, prevê a aplicação do princípio do “PECUNIA NON OLET”.
I – da capacidade civil das pessoas naturais;
Não importa se a pessoa física é capaz ou não. Se a criança recebe renda, tem que pagar o IR.
II – de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do 
exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus 
bens ou negócios;
Existem várias atividades que algumas pessoas estão impedidas de realizar. Por exemplo, um 
membro do Ministério Público está impedido de exercer a advocacia. Se ele começar a advogar, 
apesar de não está cumprindo uma restrição constante da lei, o rendimento que ele obtiver 
com a advocacia está sujeito ao Imposto de Renda.
III – de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade 
econômica ou profissional.
Por exemplo, se “A” tem uma fábrica de “fundo de quintal” e não a registra formalmente no 
órgão público competente, não vai existir pessoa jurídica. Mas o Estado pode cobrar-lhe IRPJ. 
Os tributos devidos por uma entidade que está formalmente constituída são exatamente os 
mesmos a cargo da chamada“empresa de fato”
ARTIGO 127
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da 
legislação aplicável, considera-se como tal:
Domicílio Tributário → local que o contribuinte indica ao Estado para que este realize as 
diligências, fiscalizações e notificações eventualmente necessárias.
REGRA → É a eleição do domicílio. É a liberdade de escolha.
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EXCEÇÕES:
I – quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, 
o centro habitual de sua atividade;
II – quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, 
ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;
Quando a pessoa jurídica não eleger o domicílio, a regra é que o domicílio seja o local da sede. 
Mas, dependendodo tributo a ser cobrado, cada estabelecimento pode responder pelo que 
lhe cabe. A título de exemplo, uma empresa com sede em São Paulo e filiais em todo o país, 
pode ter como domicílio para os atos praticados em cada Estado, o local da respectiva filial 
(estabelecimento)
III – quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território 
da entidade tributante.
As pessoas jurídicas de direito público são imunes a impostos sobre o patrimônio, renda e 
serviço, mas pode estar sendo obrigada a pagar uma taxa, por exemplo. As pessoas jurídicas 
de direito público também têm o direito de elegerem os seus domicílios. Se não o fazem, serão 
quaisquer de suas repartições.
§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, 
considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação 
dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou 
dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo 
anterior.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
ARTIGO 128
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a 
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva 
obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter 
supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
Ver comentário ao artigo 121.
 
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ARTIGO 129
Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente 
constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos 
posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a 
referida data.
A título de exemplo, na sucessão “causa mortis” as regras sobre Responsabilidade vão 
ser aplicáveis somente para os fatos geradores que ocorreram antes do evento morte, 
independente dos tributos terem sido lançados ou não.
ARTIGO 130
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o 
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços 
referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos 
adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o 
respectivo preço.
A regra com suas exceções somente se aplicam para bens imóveis. O adquirente substitui o 
antigo proprietário como devedor do tributo (sub-rogação). 
Regra: quem adquirir um imóvel com débito, adquiriu o débito também.
O Código Tributário Nacional estipula duas expressas exceções à regra ora estudada. Assim, não 
ocorre a sub-rogação pessoal prevista no art. 130 nos seguintes casos:
a) Quando conste do título de transferência de propriedade a prova da quitação dos tributos 
(parte final do caput do art. 130 do CTN);
b) No caso de arrematação em hasta pública, caso em que a sub-rogação ocorre sobre o 
respectivo preço (CTN, art. 130, parágrafo único).
ARTIGO 131
Art. 131. São pessoalmente responsáveis:
I – o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos;
O adquirente aqui citado é somente o de bens móveis, uma vez que as regras relativas a bens 
imóveis foram estipuladas no artigo anterior. Como as exceções analisadas constam do próprio 
dispositivo relativo à aquisição de bem imóvel, no caso de bens móveis não há qualquer exceção 
à regra de responsabilização do adquirente.
No que concerne ao remitente, o CTN se refere ao sujeito que pratica a remição (com “ç”, 
significando resgate) e não ao que pratica a remissão (com “ss”, significando perdão).
II – o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a 
data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do 
legado ou da meação;
III – o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
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No livro “Direito Tributário Esquematizado” a matéria foi explicada da seguinte forma:
“Com a morte, ocorre a abertura da sucessão. Segundo o direito das sucessões, a transferência 
do patrimônio do de cujus (falecido) ocorre imediatamente com tal fato.
A formalização da transferência da responsabilidade para os sucessores, contudo, depende da 
conclusão do processo de inventário (ou arrolamento), com a consequente partilha dos bens. 
Durante o período de tempo iniciado com a abertura da sucessão (morte) e concluído com 
o término do processo de inventário (partilha dos bens), a responsabilidade pelos tributos 
devidos pelo de cujus, até a data de sua morte, é do espólio.
O espólio é o conjunto de bens e direitos deixados pelo de cujus, atuando no mundo jurídico 
por meio do inventariante. 
O espólio não é pessoa, consistindo tão-somente numa universalidade de bens e direitos. A 
decorrência teórica desta afirmação seria a impossibilidade de o espólio ser sujeito de direitos 
e obrigações na ordem jurídica. Assim, não seria possível ao espólio figurar como devedor 
(sujeito passivo) em qualquer relação jurídica (os débitos porventura existentes seriam dos 
sucessores, que, em teoria, imediatamente passam a ser proprietários dos bens, titulares dos 
direitos e sujeitos passivos das obrigações). 
Entretanto, conforme já visto, ao estipular as regras sobre capacidade tributária passiva, o CTN 
desconsidera por completo as regras civilistas sobre capacidade. 
Em mais uma manifestação dessa autonomia das regras tributárias, o Código afirma, no seu 
art. 131, III, que o espólio é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até 
a data da abertura da sucessão. Perceba-se que o CTN acabou por afirmar que algo que não é 
pessoa é pessoalmente responsável por algo. 
Alguns intérpretes mais apressados atestam que o espólio somente é responsável até a data 
da abertura da sucessão, o que é absurdo. Na realidade, a responsabilidade do espólio se 
inicia com a abertura da sucessão, pois antes desta data, o falecido estava vivo e era o sujeito 
passivo da obrigação (contribuinte). 
Dessa forma, a expressão “até a data da abertura da sucessão” refere-se aos tributos não pagos 
pelo de cujus (até tal data). Não se estipula, por óbvio, um momento a partir do qual o espólio 
deixa de ser responsável.
Com a prolação da sentença de partilha ou adjudicação, a responsabilidade por todo o 
período passado (respeitado o prazo decadencial) passa a ser dos sucessores a qualquer título 
 
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e do cônjuge meeiro, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou 
da meação (CTN, art. 131, II).
Portanto, se o de cujus deixou créditos tributários em aberto, o espólio deve fazer o pagamento 
(é responsável). Caso o pagamento não tenha sido feito e, mesmo assim, os bens tenham sido 
partilhados, os sucessores a qualquer título e o cônjuge meeiro deverão fazer o pagamento 
(são responsáveis).” 
ARTIGO 132
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou 
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas 
pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Os conceitos são bastante técnicos e, no livro “Direito Tributário Esquematizado” estão assim 
sintetizados:
“Ocorre fusão quando se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes 
sucederá em todos os direitos e obrigações, inclusive as de natureza tributária. 
Assim, quando as empresas Antarctica e Brahma resolveram criar a AmBev, aquelas deixaram 
de existir como sujeitos de direitos

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