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NASF = NUCLEO DE APOIO A SAUDE DA FAMILIA A atenção primária é uma atenção complexa que demanda intervenção ampla de diversos aspectos para ter efetividade sobre a qualidade de vida dos indivíduos, sendo um conjunto de saberes para fazer de forma eficaz, eficiente e resolutiva. É o primeiro contato com o paciente no sistema de saúde e tem como característica a integralidade da atenção, coordenação da assistência dentro do sistema, atenção centrada na família, orientação e participação comunitária e competência cultural dos profissionais. Atributos essenciais da APS: 1) acesso de primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde 2) longitudinalidade (atender todas as pessoas ao longo do tempo) 3) a integralidade da atenção e a coordenação do cuidado dentro do sistema, assim como a resolutividade A Saúde da Família é a porta de entrada prioritária de um sistema de saúde hierarquizado (organizar a atendimento, visualizar os níveis de atenção, a primária, a secundária e separar os diferentes atendimentos) e regionalizado, o que provoca importante movimento de reorientação do modelo de atenção à saúde no SUS. Visando apoiar a inserção da Estratégia Saúde da Família na rede de serviços e ampliar a abrangência e o escopo das ações da APS, bem como sua resolutividade, o MS criou o NASF com a Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de 2008, republicada em 4 de março de 2008. O NASF Deve ser constituído por equipes de profissionais de diferentes áreas de conhecimento para atuarem em conjunto com profissionais de equipes de Saúde da Família, para compartilhar as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade das equipes de Saúde da Família em que o NASF se insere. Existem 3 modalidades de NASF, mas trabalhamos com duas, o NASF 1 é composto por no mínimo 5 profissões de nível superior (psicólogo, assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, profissional de Educação Física, nutricionista, terapeuta ocupacional, médico ginecologista, homeopata, médico acupunturista, pediatria, psiquiatra) vinculado a no mínimo 8 e no máximo 20 equipes de Saúde da Família, a escolha de profissionais é de acordo com a questão epidemiológica do município, de acordo com as necessidades da cidade. A equipe NASF 1 recebe 20.000 mensais. O NASF 2 é composto por no mínimo 3 profissionais de nível superior de ocupações não coincidentes, como as abordadas acima, vinculado a no mínimo 3 equipes de Saúde da Família. A equipe NASF 2 recebe 12.000 mensais. O NASF 3 recebe 8.000 mensais. É vedado aos municípios e ao DF a implantação de duas modalidades de forma concomitante. A definição dos profissionais que irão compor a equipe dos NASF é de responsabilidade dos gestores municipais, seguindo os critérios de prioridade identificados a partir das necessidades locais e da disponibilidade de profissionais de cada uma das diferentes ocupações. O NASF tem como responsabilidade central atuar e reforçar nove diretrizes na atenção à saúde: a interdisciplinaridade (várias competências e conhecimentos em conjunto), a intersetorialidade (vai envolver outros setores da comunidade, da secretária de saúde, pode envolver a assistência social), a educação popular, o território, a integralidade, o controle social, a educação permanente em saúde, a promoção da saúde e a humanização. O processo de trabalho dos NASF, nos territórios de sua responsabilidade, deve ser estruturado priorizando: 1) Ações Clínicas compartilhadas para uma intervenção interdisciplinar, com troca de saberes, capacitação e responsabilidades mútuas, gerando experiência para ambos os profissionais envolvidos. Com ênfase em estudo e discussão de casos e situações, atendimento conjunto, realização de projeto terapêutico singular, reuniões, orientações, bem como apoio por telefone, e-mail, etc. 2) Intervenções especificas do profissional do NASF com os usuários e/ou famílias, com discussão e negociação a prioridade com os profissionais da equipe de SF responsáveis pelo caso, de forma que o atendimento individualizado pelo NASF se dê apenas em situações extremamente necessárias. Compartilhar esses casos com a equipe, procurando redefinir um padrão para seguimento complementar e compatível ao cuidado oferecido pelo NASF diretamente com o usuário ou sua família ou até com a comunidade. 3) Ações compartilhadas nos territórios de sua responsabilidade, desenvolvidas de forma articulada com as equipes e também com os demais setores. Desafios para enfrentar: a questão de trabalhar em equipe, a gente cria um certo emponderamento, como a minha enfermeira, minha comunidade, meus técnicos, criando uma rivalidade com novos profissionais vindos. É uma equipe extensa que dificulta a relação, necessitando de criar certos contratos para manter a convivência, garantir o sigilo, os trabalhos devem ser realizados em espaços coletivos, com relação ao sigilo, os assuntos tratados devem ter criticas feitas e recebidas de forma adequada, para um aprendizado continuo de gerenciamento de conflitos de forma positiva. A questão do usuário querer te contar algo mas não fazer devido ao agente que pode tirar seu benefício. Quais as principais responsabilidades atribuídas a todos os profissionais que compõem os NASF Identificar as atividades, ações e práticas a serem adotadas em cada uma das áreas de abrangência Identificar o público-alvo e cada uma das ações Atuar, de forma integrada e planejada, nas atividades desenvolvidas pelas ESF de Internação Domiciliar, quando estas existirem, se tornam difícil essa questão domiciliar pela falta de tempo dos profissionais que fazem rodízio Acolher os usuários e humanizar a atenção Desenvolver ações intersetoriais de forma a integrar a saúde a outras politicas sociais como a educação, o esporte, o trabalho, o lazer, a cultura e outros Promover a gestão integrada e a participação dos usuários nas decisões, por meio dos Conselhos Locais e/ou Municipais de Saúde, todos os projetos necessitam de aprovação dos Conselhos, com qual a finalidade, como vai ser feito, entre outras coisas Elaborar estratégias de comunicação para divulgar e sensibilizar as atividades feitas nos NASF bem como ser material educativo e informativo onde se atua Avaliar, em conjunto com as ESF e os Conselhos de Saúde, o desenvolvimento e a implementação das ações e a medida de seu impacto sobre a situação de saúde, por meio de indicadores previamente estabelecidos Elaborar projetos terapêuticos individuais, realizando ações multiprofissionais (trabalho integrado) e transdisciplinares, pelas ESF e os NASF, desenvolvendo a responsabilidade compartilhada Legislação Vigente que regulamenta o NASF A Portaria nª 562 de 04 de abril de 2013 define o valor mensal integral do incentivo financeiro do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), denominado como Componente de Qualidade do Piso de Atenção Básica Variável (PAB Variável). A Portaria nº 548, de 04 de abril de 2013 que define o valor de financiamento do Piso de Atenção Básica Variável para os NASF modalidade 1, 2 e 3. Trabalha também a questão da Equipe Fluvial. A Portaria nº 256/SAS/MS de 11 de março de 2013 estabelece novas regras para o cadastramento das equipes que farão parte dos NASF no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (SCNES). A Portaria nº 3.124/GM de 28 de dezembro de 2012 que aprovou a Política Nacional de Atenção Básica, o que estabeleceu a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para as ESF e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). A Portaria nº 2.488/GM de 21 de outubro de 2011 redefine os parâmetros de vinculação dos NASF de modalidade 1 e 2 às equipes de SF e/ou Atenção Básica para populações especificas, cria a modalidade NASF 2 e dá outras providências. A Portaria nº 198 que fala de ter o cadastro dessa equipe no CNES, para receber o incentivo ela deve estar cadastradano CNES e ter um estabelecimento de funcionamento, um centro de apoio à família. FERRAMENTAS UTILIZADAS PELO NASF EM SUA ORGANIZAÇÃO São ferramentas já testadas na realidade brasileira que tem objetivo organizar e desenvolver o processo de trabalho do NASF. Segue abaixo o conceito de cada uma delas: Projeto de Saúde no Território (PST) Pretende ser uma estratégia das equipes de SF e NASF para desenvolver ações efetivas na produção de saúde em um território articulando os serviços de saúde com outros serviços e politicas sociais, de forma a investir na qualidade de vida e na autonomia das comunidades. Inicia-se pela identificação de uma área ou população ou até os dois que estão em vulnerabilidade ou risco. Essa identificação pode acontecer a partir de um caso clinico que chame atenção da equipe, como uma idosa com marcas de queda e que pode ser vitima de violência. Deve ter foco na promoção de saúde, participação social e intersetorialidade, com a criação de espaços coletivos de discussão, onde sejam analisados a priorização das necessidades de saúde, os seus determinantes sociais, as estratégias e os objetivos propostos para a sua abordagem. É no espaço coletivo onde a comunidade, as lideranças e os membros de outras politicas e/ou serviços públicos, presentes no território, podem se apropriar, reformular, estabelecer responsabilidades, pactuar e avaliar o projeto de saúde para a comunidade. O PST auxilia o fortalecimento da integralidade do cuidado a medida que trabalha com ações vinculadas à clinica, à vigilância e à promoção de saúde.
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