Buscar

ELEMENTOS SUBJETIVOS E OBJETIVOS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 30 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
ELEMENTOS SUBJETIVOS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
Legitimação ativa e passiva
O CPC art.  778 enumera os legitimados ativos para promover a execução forçada:
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título
executivo.
§ 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao
exequente originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes
for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido
por ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§ 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado.
Consideram-se legitimados ativos originários (ou primários) o credor – conforme se
verifica do conteúdo do próprio título executivo -, e o Ministério Público, nos casos
prescritos em lei (vide CPC arts. 177 e 178; CDC art. 82 e 97[1], dentre outros).
Os legitimados ativos secundários (ou supervenientes), são os indicados no CPC art.
778 § 1º incisos II, III e IV, acima transcrito, e oriundos das situações jurídicas formadas
posteriormente a criação do título, antes ou depois de iniciada a execução, através das
quais se opera a transmissão do direito resultante do título executivo, nas hipóteses de
sucessão causa mortis ou inter vivos.
Sugere-se a leitura do CC arts. 346 e 347, com relação as hipóteses de sub-rogação legal e
convencional e CC art. 831 e CPC art. 794, com relação ao fiador.
Nas hipóteses de sucessão previstas no CPC art. 778 § 1º., os respectivos legitimados
poderão tanto promover a execução, como nela prosseguir, dispensando-se, para tanto,
o consentimento do executado.
O CPC art. 779, por sua vez, enumera os legitimados passivos para a execução:
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação
resultante do título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
Tem legitimidade passiva originária o devedor, reconhecido como tal no título
executivo. São legitimados passivos secundários (ou supervenientes) aqueles
indicados no CPC art. 779 II a VI, acima transcrito, de modo que a execução poderá
instaurar-se ou passar a se desenvolver, por sucessão processual, contra todos eles.
Com relação ao espólio, importante ressaltar que, a teor do CPC art. 796, esse responde
pelas dívidas do falecido, mas, feita a partilha, cada herdeiro só responde por elas até o
limite do seu quinhão.
Para a execução já em curso, quando ocorrer o óbito do devedor, o espólio ou
sucessores deverão substituí-lo por meio de habilitação incidente (CPC arts. 110, 687,
692[2]), suspendendo-se o processo pelo necessário à citação dos interessados (CPC art.
313 I e § 1º[3]). Se a execução for promovida depois do óbito do devedor, deverá ser
ajuizada diretamente em face do espólio, representado pelo inventariante, se não
houver partilha; ou contra os herdeiros, se o inventariante for dativo ou já finda a
partilha. Pode ser nomeado administrador provisório (CPC arts. 613, 614[4]), enquanto
não nomeado e compromissado o inventariante.
A sucessão pelo “novo devedor”, conforme CPC 779 III, deverá ocorrer mediante o
consentimento do credor (vide CC art. CC 299[5]), já que, em regra, no nosso direito não
há “cessão de dívida”, mas apenas de crédito.
O CPC art. 779 IV estabelece que a execução pode ser promovida em face do fiador de
título executivo extrajudicial, o qual, portanto, poderá ser executado diretamente, ou,
a depender da situação em litisconsórcio com o devedor principal, tal como ocorre na
hipótese tratada no CC art. 827[6], que trata do benefício de ordem.
O CPC art. 779 V trata da hipótese da legitimidade passiva do terceiro garante, que
constituiu garantia real sobre bem próprio para assegurar dívida de outrem. Ressalte-se
que a teor do CC art. 1419, nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o
bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação, de
modo que o seu proprietário ficará responsável pelo pagamento, embora sua
responsabilidade seja limitada ao valor da coisa.
Com relação ao responsável tributário, previsto no CPC art. 779 V, importante
verificar o que dispõe o CTN art. 121[7] a esse respeito, para identificação dos efetivos
responsáveis pelo pagamento do débito nessa hipótese.
 
Litisconsórcio na execução
Conforme ressaltado por Humberto Theodoro Júnior, “há consenso em torno da
inexistência, em princípio, do litisconsórcio necessário, mormente ativo, no processo de
execução, seja fundado em título judicial ou extrajudicial. Mesmo sendo múltipla a
titularidade do crédito, com ou sem solidariedade ativa, a cada credor separadamente
sempre se reconhece o poder de executar a parte que lhe toca. Poderão, é verdade, os
credores agir em conjunto e executar a totalidade da dívida comum, mas fá-lo-ão em
litisconsórcio facultativo, apenas”[8].
E assim prossegue o mesmo doutrinador: “no lado passivo, são frequentes os casos de
litisconsórcio necessário, como o de marido e mulher, quando a penhora atinge bem
imóvel (NCPC, art. 842). Em tais circunstâncias a ausência de participação de um dos
cônjuges, na formação da relação processual executiva, é causa de nulidade visceral de
todo o processo. Somente não haverá necessidade de citação do cônjuge se forem casados
em regime de separação absoluta de bens (art. 842, in fine). A solidariedade ou a
corresponsabilidade, no entanto, é motivo de litisconsórcio passivo apenas facultativo,
porque aí a execução tanto pode ser proposta contra um como contra diversos ou todos
coobrigados” [9].
De uma forma geral, com relação a execução, pode-se resumir que o litisconsórcio será
facultativo quando a obrigação for pecuniária, e necessário quando se tratar de
obrigação de entregar coisa, fazer ou não fazer relativa a objeto indivisível.
Com relação as hipóteses de intervenção de terceiros, há praticamente  consenso na
doutrina no sentido de não se admitir a denunciação da lide e o chamamento ao
processo na execução, havendo controvérsias em relação a assistência que, para parte
da doutrina, seria cabível apenas quando houver embargos do executado ou de
terceiros.
Cumulação de execuções - Pluralidade de títulos
Pode ocorrer o cúmulo de execuções, em que duas ou mais obrigações, representadas
por títulos distintos são objeto do mesmo processo. Nesse sentido:
CPC. Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em
títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja
competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
Vejam que, a teor do mencionado artigo, em regra, para que ocorra a cumulação deverá
haver identidade do devedor – e, também, do exequente -, do juízo competente e da
forma do processo, que deverão ser os mesmos para todas as execuções. Assim, por
exemplo, não seria possível a cumulação de execução por título extrajudicial e de
cumprimento de sentença, dada a diversidade de procedimentos adotados. De outro
lado, seria possível a cumulação relativa a um mesmo crédito consubstanciado em dois
ou mais títulos executivos, como, no caso de uma confissão de dívida firmada por duas
testemunhas e ainda garantida por uma nota promissória de mesmo valor
Cabe lembra, aqui, que o CPC art. 327 também estabelece como requisitos de
admissibilidade da cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários
pedidos, ainda que entre eles não haja conexão, que os pedidos sejam compatíveis
entre si, seja competente para conhecer deles o mesmo juízo e queseja adequado para
todos os pedidos o tipo de procedimento.
Competência para a execução civil
Podemos dividir a competência para a execução civil em dois grupos, um deles voltado
para o cumprimento de sentença (execução de títulos executivos judiciais), e que está
prevista no CPC art. 516[10], e outro voltado para a execução de títulos executivos
extrajudiciais, que é o que nos interessa nesse momento, tratado basicamente no CPC
art. 781, que assim dispõe:
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo
competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição
constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de
qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser
proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta
no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que
ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
As regras acima transcritas são de competência territorial e relativa.
As execuções fiscais serão propostas no foro de domicílio do réu, no de sua residência
ou no do lugar onde for encontrado, conforme disposto no CPC art. 46 § 5º.
De acordo com o CPC art. 782, não dispondo a lei de modo diverso, a competência para
decidir sobre o eventual cabimento dos atos executivos é do juiz, cabendo ao oficial de
justiça o seu cumprimento, observando-se o seguinte:
§ 1º O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos determinados pelo juiz
também nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma
região metropolitana.
§ 2º Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de força policial, o
juiz a requisitará.
§ 3º A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do executado
em cadastros de inadimplentes.
§ 4º A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for
garantida a execução ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo.
§ 5º O disposto nos §§ 3º e 4º aplica-se à execução definitiva de título judicial.
 
ELEMENTOS OBJETIVOS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
Da responsabilidade patrimonial
Bens sujeitos a execução
Conforme disposto no CPC art. 789, em regra, quem responde pelos pagamentos das
dívidas é o próprio devedor (responsável primário), com todos os seus bens
presentes e futuros, corpóreos ou incorpóreos, desde que tenham valor econômico,
salvo as restrições estabelecidas em lei.
Excluem-se da responsabilidade patrimonial os bens considerados impenhoráveis.
Nesse sentido:
CPC. Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de
elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos
de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias
recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua
família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal,
ressalvado o § 2º; 
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens
móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem
penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação
compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta)
salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos
da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem,
inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para
pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às
importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a
constrição observar o disposto no art. 528, § 8º , e no art. 529, § 3º .
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos,
os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa
individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de
financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando
respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária.
Ainda que essa matéria venha a ser melhor analisada oportunamente, em outro
módulo, cabe ressaltar, desde logo, os seguintes aspectos acerca da impenhorabilidade:
- a impenhorabilidade é matéria de ordem pública e, portanto, deve ser conhecida de
ofício pelo juiz a qualquer tempo, podendo ser alegada até mesmo por simples petição
ou na impugnação ou nos embargos à execução.
- conforme o CPC art. 833 §1º., a impenhorabilidade não é oponível à execução de
dívida relativa ao próprio bem, inclusive aquela contraída para sua aquisição. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art528%C2%A78
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art529%C2%A73
- o CPC art. 833 §2º. estabelece exceção à regra da impenhorabilidade salarial.
Merece, ainda, um breve destaque a questão da impenhorabilidade do “bem de
família” tratada na Lei n. 8.009/90, e que reputa como impenhorável o imóvel
residencial da família ou entidade familiar, em qualquer processo de execução civil,
fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: - pelo titular
do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do
imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo
contrato; - pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do
seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas
as hipóteses em que ambos responderão pela dívida; - para cobrança de impostos,
predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar; -
para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou
pela entidade familiar; - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução
de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens; -
por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de locação; dentre outras.
Embora o devedor seja o responsável primário, há situações em que a responsabilidade
se estenderá a outras pessoas, conforme disposto no CPC art. 790, que trata da chamada
responsabilidade executiva secundária. Nesse sentido:
CPC Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou
obrigação reipersecutória;
II - do sócio, nos termos da lei;
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros;
IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua
meação respondem pela dívida;
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sidoanulada em razão do
reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.
Passaremos, agora, a análise dessas hipóteses:
CPC Art. 790 I - Excussão dos bens do sucessor a título singular
Havendo, no curso do processo, que versa sobre direito real ou obrigação
reipersecutória, alienação de bem litigioso a terceiro, a respectiva sentença terá
efeitos estendidos ao terceiro, permitindo ao credor alcançar os bens onde quer que
eles estejam. Nessas hipóteses, portanto, a alienação da coisa litigiosa é ineficaz perante
o credor, desde que observada a exigência do CPC 792 I, acerca da averbação da
pendência do processo no respectivo registro público, se houver. Conforme
estudaremos a seguir, caso venha a ser evidenciada a boa-fé do terceiro adquirente na
aquisição do bem, eventualmente, poderá ser descartada a fraude e afastada a
aplicação desse dispositivo.
CPC Art. 790 II - Bens dos sócios
Embora a regra seja a distinção entre o patrimônio da empresa e o dos seus sócios, cada
um deles respondendo pelas suas próprias dívidas, verifica-se, em determinados casos,
a possibilidade de corresponsabilidade dos sócios pelas dívidas da sociedade. É o caso
da desconsideração da personalidade jurídica, tratada no CC art. 50, através da qual,
“em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade
ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério
Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de
certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de
administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente
pelo abuso.”
CPC Art. 790 III - Bens do devedor/executado ainda que em poder de terceiros
Nessa hipótese, na verdade, a responsabilidade recai sobre o próprio devedor e dos
seus próprios bens, ainda que esses estejam em poder de terceiro.
CPC Art. 790 IV - Bens do cônjuge ou companheiro
Se a dívida foi adquirida pelos dois, de igual forma, ambos serão responsáveis pelo seu
pagamento. Mas, caso a dívida tenha sido adquirida por um só deles, a sua eventual
incomunicabilidade deixa de existir, dentre outros motivos, quando as obrigações
tiverem sido contraídas e revertidas em benefício do casal ou da família (vide CC arts.
1.644, 1.663, 1.664, 1666[11]). Como se trata de presunção relativa, o
cônjuge/companheiro prejudicado poderá defender-se por meio de embargos de
terceiro (CPC art. 674[12]).
CPC Art. 790 V - Bens alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução
As alienações de bens em fraude à execução são consideradas ineficazes perante o
credor e, embora o adquirente ou cessionário não responda pela dívida, haverá
submissão à execução dos bens transferidos a esses terceiros.
 
Fraude à execução
Conforme disposto no CPC art. 792:
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à execução:
I - quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no respectivo
registro público, se houver;
II - quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de
execução, na forma do art. 828 ;
III - quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato de
constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
IV - quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação
capaz de reduzi-lo à insolvência;
V - nos demais casos expressos em lei.
§ 1º A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art828
§ 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adquirente tem o
ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a
exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no local onde se
encontra o bem.
§ 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução
verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
§ 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente,
que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias.
A fraude à execução é instituto de direito processual civil, ato atentatório à dignidade
da justiça, pois o Estado-Juiz é o prejudicado imediato, sendo, também, tipificada como
crime (CP art. 179[13]). A Súmula 375/STJ dispõe que “o reconhecimento da fraude à
execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do
terceiro adquirente”.
O seu reconhecimento não implicará a declaração de nulidade/anulação do ato de
alienação, que será válido, mas apenas a ineficácia do negócio jurídico fraudulento
perante o credor/execução (CPC arts. 790 V; 792 § 1º). Configura-se após a citação para o
processo de conhecimento ou de execução, já que exige a existência de ação judicial em
curso, em cujos autos poderá ser requerido diretamente o seu reconhecimento – o que
se dará através de decisão interlocutória, que determina a constrição do bem alienado
em poder do terceiro/adquirente - sem a necessidade de ação autônoma.
Incumbe ao exequente proceder à averbação em registro público do ato de propositura
da execução e dos atos de constrição realizados, para conhecimento de terceiros sendo
que se presume em fraude à execução a alienação ou oneração de bens efetuada após a
averbação (CPC arts. 799 IX; 828 caput e §4º[14]). Falhando o credor em proceder ao
registro, será seu o ônus de provar que o adquirente sabia da existência da ação. Caso
se trate de bem não sujeito a registro, caberá ao terceiro adquirente o ônus de provar
que adotou as cautelas necessárias para a aquisição (CPC 792 §2º.).
Importante ressaltar, com relação à hipótese tratada no CPC art. 792 I, que o bem
alienado em fraude à execução é o próprio objeto do litígio, e, portanto, o bem
sobre o qual deverá recair a execução, ainda que existam outros bens do devedor
passíveis de penhora. O reconhecimento da fraude, contudo, está condicionado à
realização da averbação da pendência do processo no respectivo registro público, se
houver, conforme já mencionado.
Já na hipótese do CPC art. 792 IV, a fraude à execução se caracterizará pela alienação
ou oneração de qualquer bem do patrimônio do devedor contra o qual corre
demanda capaz de reduzi-lo à insolvência. No caso, o estado de insolvência do devedor
costuma ocorrer em razão da alienação do referido bem (ou bens), e da ausência de
outros para fazer frente à execução, e não necessariamente da pendência da demanda.
O CPC 792 § 4º determina que antes de declarar a fraude à execução, o juiz sempre
deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de
terceiro, no prazo de 15 (quinze) dias. A não oposição dos embargos de terceiro nesse
prazo não implica, necessariamente, a decadência do direito de seu ajuizamento
posterior, conforme disposto no CPC art. 675[15].
Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução
verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
Caso o referido incidente venha a ser acolhido, todos os atos de alienação ou oneração
de bens praticados pelo sócio ou sociedade desde sua citação, poderão ser considerados
em fraude à execução (vide CPC arts. 137[16]; 792 §3º; CC art. 50[17]).
Cumpre destacar, ainda, que a alienação de bem penhorado é forma grave de fraude
à execução, sendo ineficaz perante o exequente, ainda que não esteja inscrita a penhora
e independentemente de insolvência do devedor. Portanto, a rigor, o terceiro
adquirente não pode, nessa hipótese, opor sua posse ou propriedade ao credor e ao
juízo da penhora.
Fraude contra credores
CPC 790 VI: são sujeitos à execução os bens cuja alienação ou gravação com ônus real
tenha sido anulada em razãodo reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra
credores.
A fraude contra credores é instituto de direito material, constitui vício social ou defeito
do negócio jurídico, na medida em que ofende direito dos credores, que são os
prejudicado imediatos nesse caso. Além da existência de dano ao direito do credor
(eventus damni), é necessária, também, a comprovação de má-fé do adquirente
(consilium fraudis).
A insolvência do devedor deve estar caracterizada, assim como deve haver uma
dívida já existente e ocorre antes da propositura de ação judicial pelos credores
com o fim de cobrar/satisfazer seus créditos, sendo necessária propositura de ação
autônoma, própria para o seu reconhecimento. Trata-se da chamada “ação pauliana” –
cujo prazo decadencial é de 4 anos e que poderá ser intentada contra o devedor
insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou
terceiros adquirentes que tenham procedido de má-fé -, através da qual anula-se o ato,
gerando ineficácia contra o credor e implicando no retorno do bem ao patrimônio do
devedor para responder pela obrigação (vide CC arts. 158-165 e 178 II [18]).
CPC Art. 791 - Execução que tenha por objeto bem gravado com direito real de
superfície
O direito de superfície compreende direito real autônomo, de construir ou plantar em
terreno alheio, por prazo indeterminado. Se a execução tiver por objeto obrigação de
que seja sujeito passivo o proprietário de terreno submetido ao regime do direito de
superfície, ou o superficiário, responderá pela dívida, exclusivamente, o direito real do
qual é titular o executado, recaindo a penhora ou outros atos de constrição
exclusivamente sobre o terreno, no primeiro caso, ou sobre a construção ou a
plantação, no segundo caso.
CPC Art. 793. – Bens sujeitos ao direito de retenção
O credor/exequente que estiver, por direito de retenção, na posse de coisa pertencente
ao devedor não poderá promover a execução sobre outros bens senão depois de
excutida a coisa que se achar em seu poder.
CPC Art. 794. – Excussão de bens do fiador
Pelo contrato de fiança, uma pessoa – o fiador - garante satisfazer ao credor uma
obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra (CC art. 818[19]).
Por sua vez, o fiador, quando executado, exceto se houver renunciado ao benefício de
ordem, tem o direito de exigir que primeiro sejam executados os bens do devedor
situados na mesma comarca, livres e desembargados, indicando-os
pormenorizadamente à penhora. Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do
devedor, situados na mesma comarca que os seus, forem insuficientes à satisfação do
direito do credor. O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do
mesmo processo (CPC art. 794 caput e §§).
CPC Art. 795. - Benefício de ordem na execução de dívida de pessoa jurídica
Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos
casos previstos em lei. O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da
sociedade, tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade –
é o chamado benefício de ordem -, devendo, para tanto, nomear quantos bens da
sociedade situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o
débito. O sócio que pagar a dívida – lembrando que a responsabilidade dos sócios é
sempre subsidiária – ficará sub-rogado e poderá executar a sociedade nos autos do
mesmo processo, sendo que, para a eventual desconsideração da personalidade jurídica
é obrigatória a observância do incidente previsto nos arts. 133 e ss. do CPC[20].
CPC Art. 796. - Bens de espólio
Conforme já analisamos, o espólio responde pelas dívidas do devedor falecido, mas,
feita a partilha, cada herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na
proporção da parte que lhe coube.
Títulos executivos extrajudiciais e sua classificação
Como já foi estudado em outro módulo, toda execução há de estar fundada em título
executivo de obrigação certa, líquida e exigível, sob pena inclusive de faltar o
interesse processual (CPC arts. 783 e 803 I[21]). O título executivo, portanto, é requisito
indispensável de qualquer execução.
Os títulos executivos dividem-se, quanto a sua origem, em dois grandes grupos:
(i) os títulos judiciais, em síntese, são aqueles formados através de um processo,
emanados do Poder Judiciário e enumerados no CPC art. 515[22], executam-se através
do cumprimento de sentença cujo meio de defesa do executado é a impugnação (CPC
arts. 513 e ss.); 
(ii) os títulos extrajudiciais, em síntese, compreendem os demais títulos executivos,
não provenientes do Poder Judiciário, aos quais a lei atribui eficácia executiva, e
que se encontram enumerados no CPC art. 784, e, também, em leis especiais. Sua
execução se faz através do processo de execução, cujo meio de defesa do executado
são os embargos do executado (CPC arts. 771 e ss.).
Convém citar aqui a lição do prof. Humberto Theodoro Júnior, no sentido de que “o
sistema do Código é o da taxatividade dos títulos executivos, de modo que só se
revestem dessa qualidade aqueles instituídos pela lei. Quanto ao rol enunciado pelo
art. 784, convém observar que alguns têm todos os requisitos formais e substanciais
definidos em lei própria. É o caso dos títulos cambiários (inc. I). Outros são apenas
parcialmente identificados, como ocorre com a escritura pública (inc. II) e o documento
particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas (inc. III). O mesmo se pode dizer
dos demais títulos constantes dos incisos IV a XI, os quais ora se identificam pela forma
documental, ora pelo conteúdo, sem que haja na previsão legal uma completa
configuração”
[23]
.
Não obstante os títulos de crédito, de uma forma geral, sejam objeto de exame mais
detalhado e específico perante outras disciplinas, tais como o Direito Civil e o
Empresarial, dada a sua importância para o Direito Processual Civil, passaremos, agora,
a análise dos principais títulos executivos extrajudiciais, previstos no CPC art. 784.
CPC. Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria
Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou
mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de
garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem
como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio
edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde
que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de
emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas
tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força
executiva.
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título executivo não
inibe o credor de promover-lhe a execução.
§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de
homologação para serem executados.
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos de
formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado
como o lugar de cumprimento da obrigação.
- Letrade câmbio, nota promissória, duplicata, debênture e cheque: são títulos de
crédito e, como tais, devem seguir as exigências do CC arts. 887, 888 e 903[24], dentre
outros, além daquelas dispostas em cada uma das respectivas leis especiais.
Conforme descrito no Decreto n. 2.044/1098, art. 1º, a letra de câmbio é ordem de
pagamento que deve conter os seguintes requisitos: a denominação “letra de câmbio”
ou a denominação equivalente na língua em que for emitida; a soma de dinheiro a
pagar e a espécie de moeda; o nome da pessoa que deve pagá-la, sendo que esta
indicação pode ser inserida abaixo do contexto;  o nome da pessoa a quem deve ser
paga. A letra pode ser ao portador e, também, pode ser emitida por ordem e conta de
terceiro. O sacador pode designar-se como tomador. Deve conter, ainda, a assinatura do
próprio punho do sacador ou do mandatário especial. A assinatura deve ser firmada
abaixo do contexto. Só terá eficácia executiva se houver o aceite do sacado. 
A nota promissória, em síntese, compreende título de crédito através do qual o
emitente/subscritor promete ao beneficiário/tomador o pagamento, à vista ou a prazo,
de determinada quantia. Também se aplica a ela o disposto no Decreto n. 2.044/1098.
A duplicata é regulada pela Lei nº 5.474, de 08.07.1968, com as modificações da Lei nº
6.458, de 01.11.1977, e tem por objetivo documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador decorrente de contrato de compra e venda
mercantil ou prestação de serviço na qual se extraiu fatura que discrimina as
mercadorias vendidas ou que indica somente os números e valores das notas parciais
expedidas por ocasião das vendas, despachos ou entregas das mercadorias. A duplicata
indicará sempre o valor total da fatura, ainda que o comprador tenha direito a
qualquer rebate, mencionando o vendedor o valor líquido que o comprador deverá
reconhecer como obrigação de pagar.
Conforme disposto na Lei nº 5.474/68 art. 15, a cobrança judicial da duplicata será
efetuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos
extrajudiciais, de que cogita o Livro II do Código de Processo Civil, desde que se trate de
duplicata, ou triplicata aceita, protestada ou não. Caso não tenha sido aceita, será
necessário, cumulativamente, que haja sido protestada, esteja acompanhada de
documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria; e  o sacado
não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condições e pelos
motivos previstos nos arts. 7º e 8º da referida lei[25].            
Debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas (sociedades anônimas),
representativos de empréstimos a ela concedidos, e negociados no mercado de capitais.
O credor/investidor é remunerado com uma determinada rentabilidade em forma de
taxa de juros, e caso não ocorra o resgate do título na data prevista o credor poderá
promover a execução do crédito perante a empresa emissora. Conforme disposto na Lei
n. 6.404/76, art. 68 caput e § 3º, o agente fiduciário que representa, nos termos desta lei
e da escritura de emissão, a comunhão dos debenturistas perante a companhia
emissora, pode usar de qualquer ação para proteger direitos ou defender interesses dos
debenturistas, sendo-lhe especialmente facultado, no caso de inadimplemento da
companhia.
O cheque pode ser definido como uma ordem de pagamento à vista emitida pelo
devedor/titular da conta bancária, contra um banco (sacado), em seu próprio benefício
ou de terceiro (tomador/beneficiário). A sua execução independe de protesto, sendo que
pode o portador promover a execução do cheque nos prazos previstos na Lei n.
7.357/85[26].
- Escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor: em síntese,
é o documento público, lavrado por tabelião que goze de fé pública, ou funcionário
público no exercício de suas funções, que contém a obrigação de pagamento de
determinada quantia. Não requer assinatura de testemunhas.
- Documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas: a
confissão de dívida firmada pelo devedor, por meio de instrumento particular, através
da qual ele assume determinada obrigação, também compreende título executivo
extrajudicial, desde que assinado por duas testemunhas que estejam aptas, inclusive
nos termos do CPC art. 447[27], a depor em juízo.
- Transação referendada pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela
Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou
mediador credenciado por tribunal: em qualquer dessas hipóteses, caso tenha sido
estabelecida obrigação líquida, certa e exigível entre os transatores, haverá título
executivo extrajudicial. Se a transação for levada a homologação judicial, haverá título
executivo judicial. Referendo significa que houve efetiva aprovação dos respectivos
membros subscritores com relação à transação e ao seu conteúdo.
- Contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de
garantia e aquele garantido por caução: são títulos executivos extrajudiciais os
contratos cujas obrigações – líquidas, certas e exigíveis - neles fixadas estejam
asseguradas por um direito real de garantia. Havendo inadimplemento, nos contratos
garantidos por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por
vínculo real, ao cumprimento da obrigação (CC art. 1.419). Caso se trate de contrato de
alienação fiduciária em garantia, vencida a dívida, e não paga, fica o credor obrigado a
vender, judicial ou extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o preço no
pagamento de seu crédito e das despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se houver,
ao devedor (CC art. 1.361). Os contratos garantidos por fiança (caução/garantia
fidejussória), também são considerados títulos executivos extrajudiciais, e, portanto,
sujeitos a execução.
  - Seguro de vida em caso de morte: é o contrato através do qual o segurador se
obriga a pagar determinada indenização ao beneficiário, em caso de morte do
segurado, e que poderá ser exigida por meio de execução, cuja petição inicial deverá ser
instruída com a apólice ou bilhete do seguro e com o comprovante de falecimento do
segurado. Conforme expresso no próprio dispositivo, apenas o contrato de seguro de
vida é título executivo extrajudicial, o que não ocorre em relação ao contrato de seguro
de acidentes pessoais, ainda que em caso de morte.
- Foro e laudêmio: conforme disposto no CC art. 2.038, fica proibida a constituição de
novas enfiteuses e subenfiteuses, subordinando-se as existentes, até sua extinção, às
disposições do Código Civil anterior, Lei n o 3.071, de 1 o de janeiro de 1916 , e leis
posteriores, de forma que ainda se pode considerar o crédito decorrente daquelas
ainda existentes como título executivo extrajudicial.
A teor do revogado CC/16, compreende a enfiteuse um direito real, quando por ato
entre vivos, ou de última vontade, o proprietário atribui a outrem o domínio útil do
imóvel, pagando a pessoa, que o adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio
direto uma pensão, ou foro, anual, certo e invariável. O enfiteuta pode doar, dar em
dote, ou trocar por coisa não fungível o prédio aforado, avisando para tanto o senhorio
direto, sob pena de continuar responsável pelo pagamento do foro. Realizada a
penhora, por dívida do enfiteuta, sobre o prédio emprazado, o senhorio direto terá
preferência sobre os demais interessados, na arrematação ou adjudicação. A enfiteuse
extingue-se pela natural deterioração no prédio aforado, quando chegue a não valer o
capital correspondente ao foro e mais um quinto deste; pelo comisso, deixando o
foreiro de pagar as pensões devidas, por três anos consecutivos, caso em que o senhorio
o indenizará das benfeitorias necessárias; pelo falecimento do enfiteuta, sem herdeiros,
salvo o direito dos credores.
Conforme a explicação do prof. Humberto Theodoro Júnior: “Foro é a pensão anual
certa e invariável que o enfiteuta paga ao senhorio direto pelo direito de usar, gozar e
dispor do imóvel objeto do direito real de enfiteuse (art.678 do Código Civil de 1916). Esse
direito real foi abolido no Código Civil de 2002, subsistindo em vigor os constituídos
anteriormente sob regência do Código anterior até sua extinção (art. 2.038 do Código de
2002).                                                                                                                                 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3071.htm
Laudêmio é a compensação que é devida ao senhorio direto pelo não uso do direito de
preferência, quando o enfiteuta aliena onerosamente o imóvel foreiro (art. 686 do Código
Civil de 1916)” [28].
- Aluguel de imóvel e encargos acessórios: o contrato de locação, escrito e assinado, é
título executivo extrajudicial, inclusive quanto aos encargos acessórios, tais como taxas
e despesas de condomínio.
- Certidão de dívida ativa: a teor da Lei n. 6.830/80 art. 2º., constitui dívida ativa da
Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não tributária na Lei nº 4.320/64,
podendo compreender qualquer valor, cuja cobrança seja atribuída por lei à União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias. A inscrição da
dívida ativa será feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do
crédito, e a sua certidão é título executivo extrajudicial.
-  Crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de
condomínio edilício: desde que documentalmente comprovado, constituirá título
executivo extrajudicial o crédito referente às contribuições ordinárias ou
extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou
aprovadas em assembleia geral.
- Certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de
emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados: as
certidões expedidas pelos tabelionatos oficiais de registros públicos, para cobrança de
emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, possuem força
de título executivo extrajudicial.
- Outros títulos previstos em lei: - também caberá execução a todos os demais títulos
aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. São os títulos
executivos extrajudiciais criados por leis especiais, a exemplo das cédulas de crédito
industrial e rural (Dec.-Lei n. 413/69 e Dec.-Lei n. 167/67), da cédula de crédito bancário
(Lei n. 10.931/04), do compromisso de ajustamento de conduta (Lei n. 7.347/85), dentre
outras.
- Títulos estrangeiros: a teor dos §§ 2º e 3º do CPC art. 784, os títulos executivos
extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de homologação perante o
STJ para serem executados, e só terão eficácia executiva quando satisfeitos os requisitos
de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando o Brasil for indicado
como o lugar de cumprimento da obrigação (vide CPC art. 376[29]).
- Concurso de execução forçada e ação de conhecimento sobre o mesmo título:
conforme o CPC art. 784 § 1º, a propositura de qualquer ação relativa a débito constante
de título executivo não inibe a propositura da execução, nem a suspende.
Por fim, cabe destacar a possibilidade de opção do credor pela obtenção de título
executivo judicial, não havendo impedimento legal para tanto, ainda que ele já possua
título executivo extrajudicial, conforme previsto no CPC art. 785. Por vezes, tal opção se
justifica como meio de eliminar qualquer dúvida a respeito da exigibilidade, certeza e
liquidez do título.
 
 
  
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4320.htm
 
 
 
 
[1] CPC. Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade com suas atribuições
constitucionais.
CPC. Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem
jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do
Ministério Público.
CDC. Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: I - o Ministério Público
(...).
CDC. Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores,
assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
 
 
[2] CPC. Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus
sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1º e 2º .
CPC. Art. 687. A habilitação ocorre quando, por falecimento de qualquer das partes, os interessados houverem
de suceder-lhe no processo.
CPC. Art. 692. Transitada em julgado a sentença de habilitação, o processo principal retomará o seu curso, e
cópia da sentença será juntada aos autos respectivos.
[3] CPC. Art. 313. Suspende-se o processo:
I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de
seu procurador;
[...]
§ 1º Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos do art. 689.
 
[4] CPC. Art. 613. Até que o inventariante preste o compromisso, continuará o espólio na posse do administrador
provisório.
CPC. Art. 614. O administrador provisório representa ativa e passivamente o espólio, é obrigado a trazer ao
acervo os frutos que desde a abertura da sucessão percebeu, tem direito ao reembolso das despesas
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art689
necessárias e úteis que fez e responde pelo dano a que, por dolo ou culpa, der causa.
[5] CC. Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor,
ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o
ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida,
interpretando-se o seu silêncio como recusa.
[6] CC. Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que
sejam primeiro executados os bens do devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do
devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito.
[7] CTN. Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa
de lei.
 
[8] Theodoro Junior, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, volume 3. - 52 ed. – Rio de Janeiro. Forense,
2019. p. 310.
[9] Ibidem.
[10] CPC. Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença
estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do
executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva
ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será
solicitada ao juízo de origem.
 
[11] CC. Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os
cônjuges.
CC. Art. 1.663. A administração do patrimônio comum compete a qualquer dos cônjuges.
§ 1º As dívidas contraídas no exercício da administração obrigam os bens comuns eparticulares do cônjuge que
os administra, e os do outro na razão do proveito que houver auferido.
§ 2º A anuência de ambos os cônjuges é necessária para os atos, a título gratuito, que impliquem cessão do uso
ou gozo dos bens comuns.
§ 3º Em caso de malversação dos bens, o juiz poderá atribuir a administração a apenas um dos cônjuges.
CC. Art. 1.664. Os bens da comunhão respondem pelas obrigações contraídas pelo marido ou pela mulher para
atender aos encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes de imposição legal.
CC. Art. 1.666. As dívidas, contraídas por qualquer dos cônjuges na administração de seus bens particulares e
em benefício destes, não obrigam os bens comuns.
[12] CPC. Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens
que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu
desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.
[13] CP. Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
 
[14] CPC. Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação
das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens
sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
(...)
§ 4º Presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a averbação.
[15] CPC. Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto
não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco)
dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da
assinatura da respectiva carta.
[16] Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de
execução, será ineficaz em relação ao requerente.
[17] CC. Art. 50.  Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no
processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou
indiretamente pelo abuso.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o propósito
de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada
por:
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa;
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor proporcionalmente
insignificante; e  
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial.
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de sócios
ou de administradores à pessoa jurídica.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste artigo não
autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica.  
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade
econômica específica da pessoa jurídica.
[18] CC. Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já
insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores
quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1 o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2 o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
CC. Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor insolvente, quando a insolvência for
notória, ou houver motivo para ser conhecida do outro contratante.
CC. Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver pago o preço e este for,
aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depositando-o em juízo, com a citação de todos os interessados.
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá depositar o preço que lhes corresponda
ao valor real.
CC. Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159 , poderá ser intentada contra o devedor insolvente, a pessoa
que com ele celebrou a estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de
má-fé.
CC. Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o pagamento da dívida ainda não vencida,
ficará obrigado a repor, em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que
recebeu.
CC. Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as garantias de dívidas que o devedor
insolvente tiver dado a algum credor.
CC. Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de
estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família.
CC. Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante reverterá em proveito do acervo sobre
que se tenha de efetuar o concurso de credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir direitos preferenciais, mediante hipoteca,
penhor ou anticrese, sua invalidade importará somente na anulação da preferência ajustada.
CC. Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
[...]
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio
jurídico;
[...].
[19] CC. Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida
pelo devedor, caso este não a cumpra.
[20] CPC. Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte
ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13874.htm#art7
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art158
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
CPC. Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no
cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na
petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º.
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para
desconsideração da personalidade jurídica.
CPC. Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as
provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
CPC. Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
CPC. Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de
execução, será ineficaz em relação ao requerente.  
[21] CPC. Art. 783. A execução para cobrança de créditofundar-se-á sempre em título de obrigação certa, líquida
e exigível.
CPC. Art. 803. É nula a execução se:
I - o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível;
[...]
 
[22]CPC. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos
neste Título:
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de
fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos
sucessores a título singular ou universal;
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por
decisão judicial;
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal
de Justiça;
X - (VETADO).
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para
a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que
não tenha sido deduzida em juízo.  
[23] Ibidem, p. 365-366, grifo nosso.
[24] CC. Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
CC. Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não
implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
CC. Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código.
[25] Lei nº 5.474/68. Art . 7º A duplicata, quando não fôr à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao
apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua apresentação, devidamente assinada ou
acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da falta do aceite.
§ 1º Havendo expressa concordância da instituição financeira cobradora, o sacado poderá reter a duplicata em
seu poder até a data do vencimento, desde que comunique, por escrito, à apresentante o aceite e a retenção.
§ 2º - A comunicação de que trata o parágrafo anterior substituirá, quando necessário, no ato do protesto ou na
execução judicial, a duplicata a que se refere.      
Lei nº 5.474/68. Art . 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:
I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco;
II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
 
[26]Lei n. 7.357/85:
Art. 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art. 47
desta Lei assegura ao portador.
Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra outro prescreve em 6
(seis) meses, contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado.
Art. 60 A interrupção da prescrição produz efeito somente contra o obrigado em relação ao qual foi promovido o
ato interruptivo.
Art. 61 A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que se locupletaram injustamente com
o não-pagamento do cheque, prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescrição
prevista no art. 59 e seu parágrafo desta Lei.  
[27] CPC. Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou
suspeitas.
§ 1º São incapazes:
I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental;
II - o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia
discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções;
III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos;
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam.
§ 2º São impedidos:
I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau,
de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se de
causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao
julgamento do mérito;
II - o que é parte na causa;
III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o
advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes.
§ 3º São suspeitos:
I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;
II - o que tiver interesse no litígio.
§ 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas.
§ 5º Os depoimentos referidos no § 4º serão prestados independentemente de compromisso, e o juiz lhes
atribuirá o valor que possam merecer.
[28] Ibidem. p. 385.
[29] CPC. Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o
teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
Exercício 1:
Júlio manejou procedimento de execução contra Marco com base em título executivo
extrajudicial contendo obrigação de pagamento de quantia. Marco perdeu o prazo para
embargos à execução e deixou de realizar o cumprimento da obrigação a ele imputada.
Diante do exposto e de acordo com os ditames da legislação processual civil, assinale a
alternativa INCORRETA.
A)
Caso Marco aliene seu patrimônio a fim de impossibilitar o pagamento da obrigação, poderá
incorrer em fraude à execução, o que poderá gerar a ineficácia da alienação em relação ao
exequente Júlio.
B)
As atitudes de Marco que dificultem a realização de penhora poderão ser classificadas como
ato atentatório à dignidade da justiça, podendo acarretar em multa de até 20% (vinte por
cento).
C)
Caso Marco aliene seu patrimônio a fim de impossibilitar o pagamento da obrigação, poderá
incorrer em fraude contra credores, o que poderá gerar a anulação da alienação com efeitos
erga omnes.
D)
Caso Marco houvesse manejado embargos à execução e obtido sucesso nesse procedimento
com a declaração de inexistência da obrigação que deu ensejo à execução, Júlio teria a
obrigatoriedade de ressarcir eventuais danos causados pelo procedimento executivo.
E)
Tendo-se em vista que Marco não manejou embargos à execução, Júlio pode desistir de toda
a execução, independentemente da concordância de Marco.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C)
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 2:
São impenhoráveis, exceto:
A)
os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução.
B)
os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor.
C)
o seguro de vida.
D)
a quantia depositada em caderneta de poupança, independentemente do valor.
E)
os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários
ou úteis ao exercício da profissão do executado.
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(D)
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 3:
Com relação a responsabilidade patrimonial tratada no CPC, são sujeitos à execução os bens, exceto:
A)
do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;
B)
do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela
dívida;
C)
do sócio, em qualquer hipótese;
D)
do devedor, ainda que em poder de terceiros;
E)
do responsável, nos casos dedesconsideração da personalidade jurídica.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 4:
Conforme previsto no CPC, assinale a alterativa incorreta com relação aos legitimados ativos secundários
para promover a execução forçada.
A)
os herdeiros ou sucessores do credor;
B)
o Ministério Público;
C)
o cessionário;
D)
o sub-rogado;
E)
n.d.a.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 5:
De acordo com o disposto no CPC, considera-se atentatório à dignidade da Justiça o ato do executado que
A)
frauda a execução.
B)
deixa de contestar a ação.
C)
não apresenta embargos à execução.
D)
resiste, de forma justificada, a ordens judiciais.
E)
n.d.a.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 6:
Segundo o CPC, considera-se em fraude de execução a alienação ou oneração de bens quando:
A)
o bem objeto de alienação vier a sofrer evicção.
B)
sobre eles pender ação fundada em direito real ou com pretensão reipersecutória.
C)
não houver a devida anuência do cônjuge do alienante, denominada de vênia conjugal.
D)
houver alienação de bens imóveis durante a pendência de execução fiscal ajuizada contra o alienante,
independente do valor do bem e da existência de bens outros capazes de garantir o débito.
E)
houver alienação de bens imóveis durante a pendência de processo administrativo fiscal ajuizado contra o
alienante, independente do valor do bem e da existência de bens outros capazes de garantir o débito.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 7:
A respeito do processo de execução, assinale a afirmativa incorreta.
A)
A escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor, o documento particular
assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas e o contrato de seguro de vida em caso de morte
são títulos executivos extrajudiciais.
B)
O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando
o executado for o mesmo e desde que, para todas elas, seja competente o mesmo juízo e
idêntico o procedimento.
C)
A necessidade de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo retira a
liquidez da obrigação constante do título.
D)
A existência de título executivo extrajudicial impede a parte de optar pelo processo de
conhecimento, a fim de obter título executivo judicial.  
E)
Considera-se atentatória à dignidade da Justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que,
intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos
valores, nem exibe prova de sua propriedade.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 8:
Tem legitimidade ativa para ajuizar ação de execução, EXCETO:
A)
 Ministério Público, nos casos previstos em lei.
B)
espólio, herdeiros ou sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito
resultante do título executivo.
C)
o responsável tributário.
D)
o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos.
E)
o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 9:
(TRF 5ª 2012 - FCC - Analista Judiciário Área Judiciária - Execução de Mandados)            
 Em relação à execução:
 
A)
Podem ser executados os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis.
B)
Entre outros, são absolutamente impenhoráveis os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal
do executado, salvo se de elevado valor.
C)
À falta de outros bens, podem ser penhorados os frutos e rendimentos dos bens inalienáveis, mesmo
que destinados à satisfação de prestação alimentícia.
D)
É penhorável a quantia depositada em caderneta de poupança, de qualquer valor, salvo se ficar
provado que se destina à futura aposentadoria do executado.
E)
O seguro de vida é penhorável, por não ter natureza de crédito alimentício.
 
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 10:
É incorreto afirmar que: 
A)
O Ministério Público pode promover a execução forçada, nos casos legalmente previstos.
B)
São sujeitos passivos da execução, entre outros, o fiador do débito constante em título extrajudicial judicial
e o responsável tributário, como tal definido na legislação própria.
C)
Se fundadas em títulos diferentes, o credor não poderá cumular várias execuções, ainda que o devedor seja
o mesmo.
D)
o espólio responde pelas dívidas do falecido até que seja feita a partilha.
E)
a sucessão pelo novo devedor deverá ocorrer mediante o consentimento do credor.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 11:
Com relação à penhora, marque a alternativa incorreta.
A)
o reconhecimento da fraude à execução não depende necessariamente da pendência de uma execução, é
suficiente que esteja pendente ação de conhecimento.
B)
O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de
má-fé do terceiro adquirente.
C)
Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da
citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
D)
A alienação do bem penhorado em fraude à execução é nula de pleno direito.
E)
n.d.a.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários 
Exercício 12:
NÃO constitui título executivo:
A)
a nota promissória;
B)
o contrato garantido por hipoteca;
C)
o documento particular assinado pelo devedor e por uma testemunha;
D)
o crédito referente a contribuições de condomínio edilício, previstas na convenção ou
aprovadas em assembleia, desde que documentalmente comprovadas;
E)
a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei.
Comentários:
Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários

Continue navegando