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AULA 3 - FISIOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL Eixo hipotalâmico-hipofisário-ovariano - Estrutura que sustenta o funcionamento hormonal e regula a função ovariana; - SNC exerce controle sobre as funções reprodutoras por meio de diversas substâncias; O Sistema Nervoso Central é o responsável pelo controle das funções reprodutivas do nosso organismo. Hipotálamo - estrutura nervosa com múltiplas conexões. O núcleo arqueado secreta de forma pulsátil o GnRh (Hormônio estimulante das gonadotropinas) - age sobre as células basófilas da hipófise - produz FSH e LH FSH: HORMÔNIO FOLÍCULO ESTIMULANTE LH: HORMÔNIO LUTEINIZANTE Ovários: células tecais e da granulosa produzem - Estrogênio e Progesterona; GNRH - HORMÔNIO LIBERADOR DE GONADOTROFINAS - É secretado de forma pulsátil; - Para cada pulso de GnRH temos um pulso de LH; - Sua secreção é estimulada pela noradrenalina e inibida pela serotonina, dopamina, beta enforfina, estradiol e melatonina; - Controla a secreção de FSH e LH; GONADOTROFO - É a célula que produz FSH e LH; - É regulado pela secreção do GnRH; - Tanto o FSH como o LH tem secreção pulsátil e a frequência do pulso varia de acordo com a fase do ciclo menstrual; - As gonadotrofinas atual sobre os ovários através de receptores específicos; - O FSH estimula a síntese de receptores para FSH, nas células da granulosa; - O FSH estimula a síntese de receptores para LH, nas células da teca interna do folículo antral; - O LH quando está aumentado, inibe os receptores para LH; - Na metade do ciclo ocorre o pico ovulatório do LH e logo na fase luteal os níveis são mais baixos do que na fase folicular até 4 dias antes da menstruação quando voltar a aumentar. - A ciclicidade e o pico de LH-FSH que desencadeiam a ovulação são consequências das atividades ovarianas; PARTICULARIDADES SOBRE OS OVÁRIOS: - Ao nascimento temos em média 2 milhões de oócitos. - Menarca: 250 mil oócitos; - 50 anos, com ciclo regulares: 5 mil a 8 mil folículos; - Perda mensal de oócitos até a menopausa (nenhum oócito). Apenas 400 folículos ovulam; Menarca - primeira menstruação Menopausa - última menstruação Os receptores de FSH existem apenas das células da granulosa. Os receptores de LH existem apenas nas células da teca. QUAIS AS AÇÕES DOS ESTRÓGENOS? - Funções do estrogênio; - Determinar a distribuição da gordura no corpo (é capaz de diminuir o risco de desenvolver doença cardiovascular), assim, aumenta a deposição de gordura nos quadris e reduz no abdômen. Estimula o desenvolvimento mamário. - Preparar o corpo feminino durante a gravidez (aumenta o tecido mamário, útero e vagina); - O estrogênio também influencia o comportamento das mulheres, e seu excesso - como no caso de mulheres que têm níveis maiores do hormônio - está relacionado com muheres que sofre mais de TPM durante o ciclo menstrual; QUAIS AS AÇÕES DOS PROGESTÁGENOS? - Preparação do útero para implantação do embrião; - Preparação das mamas para a secreção láctea; - Aumenta o grau da atividade secretória das glândulas mamárias; - Ativação das células que revestem a parede uterina, aumentando o espessamento do endométrio e promovendo a “invasão” de vasos sanguíneos do mesmo; - Determina o surgimento de diversas glândulas produtoras de glicogênio; - Inibe as contrações do útero, impedindo a expulsão do embrião ou feto em desenvolvimento; A aromatase é uma enzima da família do citocromo P-450, produto do gene CYP19, que catalisa a conversão de androstenediona em estrona e de testosterona em estradiol, atuando como controladora da taxa de biossíntese de estrogênios (OLIVEIRA et al., 2006a; LEAL et al., 2010). - A enzima aromatase é a responsável pela conversão da testosterona em Estrona/ Estriol/ Beta-estradiol; A ovulação ocorre 14 dias antes da menstruação - o método da tabelinha só funciona para pacientes com ciclos regulares de 28 dias. Quem realiza o uso de contraceptivos - inibe a ovulação, faz feedback negativo na produção de FSH e LH. Anticoncepcionais inibem 99,7% e existe 0,3% de risco de ovulação mesmo em mulheres que fazem o uso de anticoncepcionais. O uso em horário inadequado ou concomitante a antibióticos que “cortam” o efeito do anticoncepcional aumenta em 8% o risco de engravidar. Durante a ovulação ocorre o aumento da temperatura em 0,5ºC , pico de FSH e LH, pico de Estradiol e aumento da produção de progesterona; CICLO UTERINO - A produção cíclica de hormônios produz mudanças significativas no útero; - A mudança mais importante no útero se produz no revestimento endometrial, porém ocorrem mudanças também na camada muscular e no colo uterino, de forma cíclica. Sob a influência dos hormônios ovarianos (estrógenos e progesterona), o endométrio mostra uma série de mudanças cíclicas características. Morfologicamente o endométrio se divide em duas camadas: 1. CAMADA BASAL: é a encarregada da regeneração pós menstrual do endométrio; 2. CAMADA FUNCIONAL: é a que sofre as mudanças cíclicas e se descama ao final de cada ciclo se não houver fecundação; O CICLO MENSTRUAL DIVIDE-SE EM DOIS PERÍODOS: A. Fase folicular, ou primeira fase, ou proliferativa: do início da menstruação até o pico ovulatório de LH (ação estrogênica); B. Fase luteal ou lútea, segunda fase ou secretória: do pico de LH até o início da menstruação (ação progestagênica); OVULAÇÃO - É o conjunto de fenômenos que acontecem periodicamente na mulher, levando a seleção e preparação de um folículo (dominante) para a ovulação; - O processo de ovulação permite a obtenção de um ovócito maduro apto para ser fecundado e a formação do corpo lúteo na segunda fase do ciclo; - Dor no meio do ciclo; FASE FOLICULAR: ENDOMÉTRIO PROLIFERATIVO 1. Fase inicial do endométrio; 2. Aumento de espessura por hiperplasia glandular e aumento do componente basal estromal; 3. Glândulas separadas na superfície; FASE LÚTEA: ENDOMÉTRIO SECRETOR 1. 5 - 6 mm de espessura; 2. Bem vascularizado e rico em glicogênio; 3. Glândulas tortuosas com atividade secretora máxima; 4. Desenvolvimento das artérias espiraladas; APTO PARA IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO Menstruação precoce e menopausa tardia - aumenta o risco de câncer de endométrio, a gravidez é um fator protetor. FASE MENSTRUAL Na ausência de fertilização e implantação, produz-se a involução do corpo lúteo e diminuem os níveis de estrógenos e progesterona. Esta queda hormonal determina o aparecimento de 3 fenômenos endometriais: 1. Reação vasomotora; 2. Perda tissular; 3. Menstruação (ausência de gestação); CONCEITOS: MENORRAGIA: fluxo sanguíneo maior que 80 ml ou sangramento uterino excessivo em quantidade e duração, ocorrendo em intervalos regulares. POLIMENORRÉIA: ciclo menstrual curto, sangramento que ocorre em intervalo inferior a 24 ou a 21 dias (ciclo normal possui 28 dias); AMENORRÉIA: ausência da menstruação por mais de 6 meses, ou ausência de menstruação em mulher na fase reprodutiva da vida, podendo ser primária (sem menarca até os 16 anos de idade) ou secundária (ausência de menstruação por mais de 6 meses em uma mulher que previamente tenha ciclos menstruais normais) MENSTRUAÇÃO PROLONGADA: perda sanguínea durante período superior a 10 dias. SANGRAMENTO INTERMENSTRUAL: entre os ciclos menstruais ou entre a retirada hormonal em mulheres usuárias de anticoncepcional oral ou terapia hormonal. Outra causa - escape, ocorre mais no verão devido a vasodilatação provocada pelo calor. SANGRAMENTO PÓS-COITAL: sangramento fora do período menstrual, dentro das primeiras 24 horas do ato sexual; Anticoncepcional - diminui o risco de câncer de endométrio e ovário. DISMENORRÉIA: também conhecida como algomenorreia, menalgia ou odinomenorreia, é uma condição caracterizada pela cólica menstrual acentuada. A palabra vem do grego e significa “menstruação difícil ou dolorosa”. Cerca de 50 a 90% das mulheres já sofreram desse mal em algum momento do seu período fértil. Contração do músculo liso a gente chama de cólica, porém quando ela tem uma cólica que chega cedo e é incapacitante ao ponto de tirar ela da escola para ir para o pronto-socorro,ao ponto de tirá-la do trabalho para ir a um pronto atendimento nós chamamos de dismenorréia que significa menstruação difícil ou dolorosa, esse termo dismenorreia refere-se a uma menstruação difícil, muito dolorosa de tamanha dor que ela é incapacitante. DISMENORREIA PRIMÁRIA: A dismenorreia primária geralmente aparece devido a oscilação de algum componente no organismo., sendo prostaglandina a mais comum. Produzida a partir da progesterona, o nível aumentado de prostaglandina provoca fortes espasmos no útero, o que comprime os vasos sanguíneos ao redos, dificultando o repasse de oxigênio para os tecidos uterinos, ocasionando a dor abdominal; DISMENORREIA SECUNDÁRIA: A dismenorreia secundária, por sua vez, decorre de alterações na prostaglandina em conjunto a problemas médicos no sistema reprodutor. ENDOMETRIOSE: - Cerca de 6 milhões de mulheres brasileiras na faixa etária de 30 anos portam a doença. A endometriose causa crescimento atípico do endométrio fora do útero. Quando não expelido pela menstruação, o tecido pode deslocar-se até os ovários ou na cavidade abdominal acarretando em ferimentos. Os sintomas consistem em dores intensas e infertilidade. não há causa definida, mas as chances aumentam se houver diagnóstico na mãe ou irmã. ADENOMIOSE: - A adenomiose é uma variação da endometriose, porém, neste caso, o aumento do endométrio ocorre dentro da musculatura uterina. Ela pode ser focal (quando encontra-se em uma parte específica do útero) ou difusa (quando recobre toda a parede do útero, tornando-o mais pesado e encorpado). Normalmente, os sintomas iniciais da adenomiose aparecem 2 a 3 anos depois do parto, mesmo naquelas que já apresentam o quadro desde a infância. A mulher é acometida por dor, sangramento e cólicas intensas. Devido a inexistência da menstruação após a menopausa, o problema desaparece. ESTENOSE CERVICAL: Causada pela compressão do orifício cervical interno, a estenose cervical pode desencadear hematometra (acúmulo sanguíneo no útero), piometria (acúmulo de pus no útero, principalmente em mulheres que têm câncer cervical e uterino) e fluxo menstrual atrasado em mulheres na menopausa, o que pode resultar em endometriose. A dismenorreia é um dos sintomas, além da amenorreia, sangramento incomum e infertilidade. Dilatação do útero e vagina nao são descartados. CISTOS E TUMORES NO OVÁRIOS: Cistos e tumores nos ovários dificultam a circulação do sangue. Fora a cólica menstrual, ocorre em algumas situações, sangramento vaginal anormal. Para paciente com câncer avançado, a indigestão, excesso de gases intestinais e dor nas costas também se fazem presente. MIOMA UTERINO: Conhecido como leiomioma uterino, fibroma ou fibromioma, o mioma uterino é um tumor benigno que aparece tanto na parte interna quanto externa do útero, provocando alterações na fisionomia do órgão. Sua origem é desconhecida, mas está relacionada à progesterona e ao estrogênio. Por conta disso, é comum mulheres que entraram na menopausa, entre 40 e 50 anos de idade, sofrerem com o problema, visto que neste período o nível desses hormônios são mais baixos. Em 75% dos casos de mulheres acometidas pelo mioma, metade delas não manifestam os sintomas, que consistem na menstruação irregular, disfunções urinárias e dores abdominal, pélvicas e durante o sexo. INFLAMAÇÃO PÉLVICA: Doença inflamatória pélvica (DIP) é causada por bactérias, como Chlamydia trachomatis e Gonococo, presentes em doenças sexualmente transmissíveis (DST’s) que se infiltram no colo do útero e ocasionam infecção nos órgãos reprodutores. A transmissão é feita através de contato sexual, aborto ou tratamento cirúrgico (raspagem e dilatação vaginal). A mulher pode sentir dor na parte inferior do abdômen, corrimento vaginal com coloração amarelada e menstruação irregular. SÍNDROME DE CONGESTÃO PÉLVICA: Síndrome de congestão pélvica é uma dor crônica (há mais de seis meses) na pelve - área abaixo do abdômen, tendo como causa o aglomeramento de sangue nas veias da pelve, devido a sua dilatação e enroscamento (varizes). A dor é variável, podendo ser prolongada e imprecisa, aguda ou latejante. A dor pode aumentar ao final do dia, quando a mulher fica deitada e durante ou após relação sexual. Fadiga, oscilações de humor, dores de cabeça e inchaço são outros sintomas apresentados. PÓLIPOS NO COLO DO ÚTERO: O excesso de células na parede interna do útero gera lesões parecidas com verrugas, mas formadas por epitélio. Este distúrbio é conhecido como pólipo uterino. Alteração hormonal ou infecção em volta de vasos endometriais são os principais fatores para o surgimento do problema. Como consequência, a mulher sofre com sangramentos fora do período menstrual e com fluxo maior. EXAME COMPLEMENTARES - ULTRASSONOGRAFIA O método consiste na visualização de certos órgãos por meio de ondas ultrassônicas de alta frequência. neste caso, o intuito é detectar possíveis distúrbios, como miomas, endometriose e cistos nos ovários. - HISTEROSSALPINGOGRAFIA E HISTEROSSONOGRAFIA Ambos os procedimentos consistem na injeção de um líquido através do colo do útero com a finalidade de averiguar o surgimento de pólipos (crescimento demasiado de células que revestem a parte interna uterina), miomas e deformidades congênitas - HISTEROSCOPIA E LAPAROSCOPIA Os exames possibilitam que o médico veja a área pélvica. Na histeroscopia, uma mcrocâmera é colocada por meio da vagina e colo do útero; na laparoscopia, a microcâmera é inserida através de um pequeno corte abaixo do umbigo. DISMENORREIA TEM CURA? Por se tratar de uma condição natural e atingir a maior parte do grupo feminino, a dismenorreia não tem cura, mas pode ser amenizada se receber tratamento adequado.
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