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INTERNATO GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA MARIA LUIZA AMARAL ANDRADE ROGÉRIO ALVES RESENDE SUMÁRIO GINECOLOGIA.................................................................................................................................................................... 6 FISIOLOGIA MENSTRUAL ................................................................................................................................................... 6 Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Ovariano....................................................................................................................... 7 Sistema de Retroalimentação ..................................................................................................................................... 11 Esteroidogênese .......................................................................................................................................................... 11 Ciclo ovariano .............................................................................................................................................................. 13 Ciclo uterino ................................................................................................................................................................ 14 Efeitos hormonais em outros locais ............................................................................................................................ 16 ANATOMIA DO TRATO REPRODUTOR FEMININO ........................................................................................................... 16 EMBRIOLOGIA DO TRATO REPRODUTOR FEMININO ...................................................................................................... 18 MALFORMAÇÕES DO TRATO REPRODUTOR FEMININO ................................................................................................. 18 Estados Intergenitais ................................................................................................................................................... 18 Malformações Genitais- ANOMALIAS UTERINAS ........................................................................................................ 20 Malformações Genitais- MALFORMAÇÕES VAGINAIS ................................................................................................ 20 INFERTILIDADE ................................................................................................................................................................ 21 Propedêutica Da Infertilidade Feminina ..................................................................................................................... 22 Propedêutica De Infertilidade Masculina ................................................................................................................... 24 Questões Éticas ........................................................................................................................................................... 24 PLANEJAMENTO FAMILIAR E ANTICONCEPÇÃO ............................................................................................................. 25 Eficácia- Índice De Pearl .............................................................................................................................................. 25 Critérios De Elegibilidade Da OMS .............................................................................................................................. 25 2 Métodos comportamentais ........................................................................................................................................ 26 Métodos de barreira ................................................................................................................................................... 26 Dispositivos intrauterinos ........................................................................................................................................... 27 Contracepção hormonal ............................................................................................................................................. 29 Contracepção de emergência ..................................................................................................................................... 35 Contracepção Cirúrgica: Método Contraceptivo Irreversível ..................................................................................... 36 LEI 9263 DE 12/01/1996: ............................................................................................................................................ 36 CLIMATÉRIO .................................................................................................................................................................... 36 Pré-menopausa ........................................................................................................................................................... 39 Menopausa ................................................................................................................................................................. 40 Pós-menopausa ........................................................................................................................................................... 41 Avaliação da síndrome climatérica ............................................................................................................................. 42 Identificação e rastreamento de doenças endocrinológicas ...................................................................................... 43 Rastreamento de câncer ............................................................................................................................................. 44 Tratamento hormonal ................................................................................................................................................. 46 Tratamentos não hormonais ...................................................................................................................................... 48 MASTITES AGUDAS (PUERPERAIS) .................................................................................................................................. 49 ABSCESSO SUBAREOLAR CRÔNICO RECIDIVANTE .......................................................................................................... 50 CISTOS MAMÁRIOS ......................................................................................................................................................... 50 SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL ............................................................................................................................. 51 VULVOVAGINITES ............................................................................................................................................................ 55 Fluxo vaginal fisiológico .............................................................................................................................................. 56 Microbiota vaginal ...................................................................................................................................................... 56 Vaginose Bacteriana .................................................................................................................................................... 56 Tricomoníase ............................................................................................................................................................... 59 Candidiase ................................................................................................................................................................... 61 Vaginite atrófica ..........................................................................................................................................................63 Vaginose citolítica ....................................................................................................................................................... 63 Vaginose inflamatória ................................................................................................................................................. 64 CERVICITES ...................................................................................................................................................................... 64 DOENÇA INFLAMATÓRIA PELVICA .................................................................................................................................. 65 INCONTINÊNCIA URINÁRIA ............................................................................................................................................. 69 ENDOMETRIOSE .............................................................................................................................................................. 73 ABUSO SEXUAL ................................................................................................................................................................ 74 AMENORREIAS ................................................................................................................................................................ 75 Investigação De Amenorreia Secundária .................................................................................................................... 77 Investigação De Amenorreias Primárias ..................................................................................................................... 79 SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS- SOP ............................................................................................................... 81 3 MANEJO DOS PROLAPSOS GENITAIS .............................................................................................................................. 83 NEOPLASIAS DE ENDOMÉTRIO ....................................................................................................................................... 85 Estadiamento .............................................................................................................................................................. 87 Conduta ....................................................................................................................................................................... 87 Seguimento ................................................................................................................................................................. 88 NEOPLASIA DE OVÁRIO ................................................................................................................................................... 89 NEOPLASIA DE MAMA..................................................................................................................................................... 92 CÂNCER DE COLO UTERINO ............................................................................................................................................ 94 HIPERPROLACTINEMIAS .................................................................................................................................................. 97 MIOMA UTERINO ............................................................................................................................................................ 99 ADENOMIOSE ................................................................................................................................................................ 102 PÓLIPOS ENDOMETRIAL E CERVICAL ............................................................................................................................ 103 Pólipo Endometrial.................................................................................................................................................... 103 Polipos Cervicais ........................................................................................................................................................ 104 EXAME FÍSICO DAS MAMAS .......................................................................................................................................... 105 OBSTETRICIA ................................................................................................................................................................. 106 VISITA EM PUÉRPERA (Prática) ..................................................................................................................................... 106 Prescrição se parto cesára ........................................................................................................................................ 106 Prescrição se parto normal ....................................................................................................................................... 107 IDADE GESTACIONAL ..................................................................................................................................................... 107 DATA PROVÁVEL DO PARTO ......................................................................................................................................... 108 ABORTAMENTO LEGAL ................................................................................................................................................. 108 NOÇÕES GERAIS SOBRE CARDOITOCOGRAFIA ............................................................................................................. 108 ESTÁTICA FETAL ............................................................................................................................................................ 108 PREMATURIDADE .......................................................................................................................................................... 110 CRESCIMENTO INTRA-UTERINO RESTRITO (CIUR) ........................................................................................................ 112 RUPTURA PREMATURA DAS MEMBRANAS .................................................................................................................. 115 DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ ......................................................................................................................................... 115 Sinais de presunção .................................................................................................................................................. 118 Sinais de probabilidade ............................................................................................................................................. 118 Sinais de certeza........................................................................................................................................................ 118 MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GESTAÇÃO .............................................................................................................. 119 INDUÇÃO E CONDUÇÃO AO PARTO .............................................................................................................................. 122 CESARIANA .................................................................................................................................................................... 124 ABORTO ......................................................................................................................................................................... 126 Conduta ameaça de abortamento ............................................................................................................................ 126 Conduta no abortamento inevitávele abortamento incompleto ............................................................................ 127 Conduta Abortamento Infectado .............................................................................................................................. 127 4 Conduta Abortamento Retido .................................................................................................................................. 127 Tratamento Medicamentoso Com Misoprostol ....................................................................................................... 128 GESTAÇÃO ECTÓPICA .................................................................................................................................................... 128 PLACENTA PRÉVIA ......................................................................................................................................................... 130 VASA PRÉVIA ................................................................................................................................................................. 131 ROTURA UTERINA ......................................................................................................................................................... 131 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL- DTG ............................................................................................................ 132 MOLA Hidatiforme .................................................................................................................................................... 132 Mola invasora ............................................................................................................................................................ 133 Coriocarcinoma ......................................................................................................................................................... 133 Tumor Trofoblástico Do Sítio Plcentário ................................................................................................................... 134 DESCOLAMENTO PREMATURA DA PLACENTA- DPP ..................................................................................................... 134 GESTAÇÃO PROLONGADA ............................................................................................................................................. 136 DISTÚRBIOS DO LÍQUIDO AMNIÓTICO ......................................................................................................................... 137 Oligoâmnio ................................................................................................................................................................ 137 Polidrâmnio ............................................................................................................................................................... 138 GEMELARIDADE ............................................................................................................................................................ 139 Gemelidade Monocoriônica ..................................................................................................................................... 141 Gemelidade Monoamniótica .................................................................................................................................... 141 Gemelidade Imperfeita (Gêmeos unidos) ................................................................................................................. 141 Gemelidade Multifetal .............................................................................................................................................. 141 Particularidades E Complicações Maternas Na Gravidez Gemelar ........................................................................... 142 Complicações fetais .................................................................................................................................................. 142 Síndrome Da Transfusão Fetofetal ........................................................................................................................... 142 Malformação discordante ......................................................................................................................................... 144 Feticídio Seletivo ....................................................................................................................................................... 144 Morte unifetal ........................................................................................................................................................... 145 Perfusão Arterial Reversa Do Gemelar ..................................................................................................................... 145 Parto Gemelar ........................................................................................................................................................... 145 TOCURGIA ..................................................................................................................................................................... 146 SOFRIMENTO FETAL AGUDO......................................................................................................................................... 148 SOFRIMENTO FETAL CRÔNICO ...................................................................................................................................... 151 HIPEREMESE GRAVIDICA ............................................................................................................................................... 152 ASSISTÊNCIA PRÉ NATAL NORMAL E DE RISCO............................................................................................................. 154 Rotinas ...................................................................................................................................................................... 157 ASSISTÊNCIA AO PARTO VAGINAL ................................................................................................................................ 160 Mecanismos do parto ............................................................................................................................................... 160 Períodos Do Parto ..................................................................................................................................................... 162 5 Assistência Ao Parto .................................................................................................................................................. 163 SÍNDROMES HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO ................................................................................................................ 166 Pré-eclâmpsia /eclâmpsia ......................................................................................................................................... 167 Iminência De Eclampsia: ........................................................................................................................................... 170 Eclâmpsia .................................................................................................................................................................. 170 Síndrome HELLP ........................................................................................................................................................ 171 Hipertensão Arterial Crônica .................................................................................................................................... 172 Hipertensão arterial crônica com pré-eclâmpsia sobreposta ................................................................................... 174 Hipertensão Transitória da Gestação(Hipertensão gestacional) ............................................................................. 174 DIABETES NA GESTAÇÃO ............................................................................................................................................... 174 INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO ................................................................................................................................. 177 Bacteriúria Assintomática ......................................................................................................................................... 177 Cistite Aguda ............................................................................................................................................................. 178 Pielonefrite Aguda .................................................................................................................................................... 178 TOXOPLASMOSE + GESTAÇÃO ...................................................................................................................................... 179 SÍFILIS +GESTAÇÃO ........................................................................................................................................................ 180 RUBÉOLA + GESTAÇÃO .................................................................................................................................................. 183 CITOMEGALOVÍVUS +GESTAÇÃO .................................................................................................................................. 184 HIV+ GESTAÇÃO ............................................................................................................................................................ 185 ZICA ............................................................................................................................................................................... 188 HPV ................................................................................................................................................................................ 189 DISTÓCIAS E DISCINESIAS .............................................................................................................................................. 191 Distocia Funcional: .................................................................................................................................................... 192 Distocia Do Trajeto .................................................................................................................................................... 192 Distocias Ósseas ........................................................................................................................................................ 193 Distocias De Partes Moles ......................................................................................................................................... 193 Distocia Do Objeto .................................................................................................................................................... 193 Distocia De Biacromial .............................................................................................................................................. 193 Normalidades De Situação E Apresentação .............................................................................................................. 194 ASSISTÊNCIA AO PUERPÉRIO NORMAL E PATOLÓGICO................................................................................................ 195 Fisiologia da lactação ................................................................................................................................................ 195 Assistência ao puerpério imediato ........................................................................................................................... 195 Assistência ao puerpério tardio ................................................................................................................................ 196 Hemorragia puerperal ............................................................................................................................................... 196 Atonia uterina ........................................................................................................................................................... 196 Restos Placentares .................................................................................................................................................... 196 Laceração Do Canal De Parto .................................................................................................................................... 196 Coagulopatia ............................................................................................................................................................. 197 6 Infecção puerperal .................................................................................................................................................... 197 Doença tromboembólica .......................................................................................................................................... 198 Tromboflebite pélvica séptica ................................................................................................................................... 199 DISTÚRBIOS PSIQUIÁTRICOS NO PUERPÉRIO ............................................................................................................... 200 Tristeza materna, blues puerperal ou baby blues. ................................................................................................... 200 Depressão pós-parto: ................................................................................................................................................ 200 Psicose puerperal ...................................................................................................................................................... 201 Uso de medicações psicotrópicas na gravidez e amamentação ............................................................................... 201 Riscos teratogênicos das medicações psiquiátricas .................................................................................................. 202 Drogas psicotrópicas na amamentação .................................................................................................................... 202 TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA NA GESTAÇÃO ......................................................................................................... 203 Problemas Do Aparelho Digestivo ............................................................................................................................ 203 Problemas Do Sistema Nervoso: ............................................................................................................................... 203 Problemas Do Aparelho Reprodutor: ....................................................................................................................... 204 Problemas Do Aparelho Reprodutor: ....................................................................................................................... 204 Problemas Do Aparelho Respiratório: ...................................................................................................................... 204 Problemas Do Aparelho Urinário: ............................................................................................................................. 204 Problemas Do Aparelho Cardiovascular: .................................................................................................................. 204 Problemas No Sistema Endócrino: ............................................................................................................................204 Problemas No Trabalho De Parto: ............................................................................................................................ 204 Problemas No Puerpério: .......................................................................................................................................... 204 CORIOAMNIONITE......................................................................................................................................................... 205 HIPERTIREOIDISMO ....................................................................................................................................................... 207 HIPOTIREOIDISMO ........................................................................................................................................................ 209 NOÇÕES GERAIS SOBRE ULTRA-SONOGRAFIA .............................................................................................................. 211 NOÇÕES GERAIS SOBRE DOPPLERVELOCIMETRIA incompleto ..................................................................................... 211 GINECOLOGIA FISIOLOGIA MENSTRUAL FUNDAMENTOS ➢ A mulher é um ser cíclico e pulsátil ➢ Durante a menacme, ela “cicla” mensalmente e seus hormônios passam por alterações de pulsos (frequência e amplitude), que produzirão diferentes concentrações hormonais durante o ciclo menstrual. ➢ Estrogênios naturais: estradiol, estrona (menos potente) e estriol (produção principalmente pela placenta) ➢ Androgênios naturais: testosterona, androstenediona, di-hidrostenediona e de-hidroepiandrosterona (DHEA) ➢ Progestogênios naturais: progesterona e 17OH-progesterona CICLO MENSTRUAL NORMAL 7 Duração do ciclo menstrual normal 28 ± 7 dias Duração do fluxo menstrual 2 a 8 dias Perda sanguínea 20 a 80 mL Fases do ciclo ovariano Folicular, ovulação (algumas referências não consideram essa fase) e lútea Fases do ciclo uterino Proliferativa, secretora e menstrual Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Ovariano ➢ Responsável pelo ciclo menstrual HIPOTÁLAMO ➢ Desempenha papel fundamental na iniciação do ciclo ➢ Anatomia: ❖ Situada na base do encéfalo, acima do quiasma óptico e abaixo do terceiro ventrículo, formado pelo agrupamento de corpos celulares organizados em núcleos ➢ regula toda a produção da hipófise por meio da secreção dos fatores de liberação hipofisários: ❖ Hormônio de liberação das gonadotrofinas (GnRH) ❖ Homônio de liberação do hormônio do crescimento (GH) ❖ Hormônio liberador da tireotrofina ❖ Fator de liberação de corticotrofina ❖ Fator inibidor da prolactina (Dopamina) 8 ➢ Hormônio de liberação das gonadotrofinas (GnRH) ❖ Sua produção acontece de forma pulsátil no núcleo arqueado ou infundibular do hipotálamo. ❖ É captado e transportado pela circulação porta-hipofisária ❖ Age simultaneamente controlando a secreção de dois hormônios (gonadotrofinas) na adeno- hipófise: ✓ Hormônio Folículo Estimulante (FSH) ✓ Hormônio Luteinizante (LH) ❖ Secreção pulsátil: ✓ Devido à meia vida curta (2 a 4 minutos) ✓ Acontece a cada 60-90 min no período pré-ovulatório (1ª fase ou fase folicular) ✓ A cada 210-270 min após a ovulação (2ª fase ou fase lútea). ➢ O controle da secreção do GnRH se dá por meio de retrocontrole, em 3 níveis: ❖ Alça longa: Por meio dos hormônios ovarianos ❖ Alça curta: Pelos hormônios hipofisários ❖ Alça ultracurta: Na qual o GnRH age no hipotálamo ➢ Conexão do Hipotálamo com Sistema límbico: ❖ As emoções (estresse, depressão, ansiedade, fobias) podem influenciar a liberação pulsátil do GnRH hipotalâmico, podendo alterar o eixo neuroendócrino, determinando alteração do ciclo menstrual. ➢ Dopamina: ❖ Inibe a síntese de prolactina. ❖ O Hormônio Tireotrófico (TRH) é considerado o maior estimulador da síntese de PRL ➢ Serotonina e Melatonina: ❖ São neurotransmissores que influenciam negativamente a secreção de gonadotrofinas. ➢ Endorfinas: ❖ Controlam a liberação hipofisária de gonadotrofinas, modulando o ciclo menstrual. ❖ Estudos sugerem que as beta- endorfinas inibem a liberação de FSH e LH pela hipófise. ➢ Ácido aracdônico: ❖ Precursor de prostaglandinas, que favorecem a liberação de gonadotrofinas ❖ Portanto, o uso de inibidores delas podem produzir efeito contrario ➢ A administração CONTÍNUA de análogos do GnRH leva ao fenômeno chamado de downregulation: ❖ Os receptores gonadotróficos sensíveis ao GnRH são reduzidos. ➢ A administração INTERMITENTE de análogos de GnRH leva a up-regulation: ❖ Aumenta o número de receptores. HIPÓFISE 9 ➢ Dividida em: ❖ Adeno-Hipófise (porção anterior da hipófise- 75% do volume da glândula) ❖ Neuro-Hipófise (porção posterior) ADENO-HIPÓFISE NEURO-HIPÓFISE Derivada do ectoderma epidérmico Uma extensão do hipotálamo NÃO apresentando tecido neural Apresenta tecido neural NÃO possuindo conexão direta com o hipotálamo Ocitocina Recebe sua influencia pelo sistema porta-hipofisário Secreta Hormônio antidiurético Secreta Hormônio folículo-estimulante (FSH) Originado da invaginação da neuroectodérma do 3° ventrículos Secreta Hormônio luteinizante (LH) Os axônios são de neurônios com corpos celulares localizados nos núcleos supraótico e paraventricular do hipotálamo. Secerta Hormônio tireoestimulante (TSH) Secreta Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) Secreta GH Secreta Prolactina ➢ As gonadotrofinas (FSH e LH) são responsáveis pela: ❖ Estimulação folicular ❖ Ovulação ❖ Regulação da esteroidogênese ovariana ❖ Síntese e secreção de FSH e LH dependem dos níveis de estrogênios, progesterona e inibina ✓ FSH e LH: secretados de forma pulsátil pelos gonadotrofos, com frequência e amplitude que variam de acordo com a fase do ciclo. ✓ O padrão pulsátil é diretamente relacionado à secreção pulsátil do GnRH. ✓ A modulação da frequência e amplitude é resultado da retroação dos esteroides no hipotálamo e na hipófise. ➢ FSH: ❖ Eleva-se no período pré-menstrual e é responsável pelo crescimento folicular. ❖ Cada folículo tem sensibilidade própria ao FSH, sendo que o mais sensível (o que possuir maior concentração de receptores) crescerá mais e será o folículo dominante, sintetizando inibina e estradiol em maiores concentrações. ❖ Os demais folículos sofrem atresia e o dominante é conduzido à ovulação. ❖ Meia vida de 4 horas. ❖ Em mulheres na menopausa, devido à diminuição dos folículos ovarianos ou até sua ausência, há diminuição importante nos níveis de inibina B ✓ Leva a altos níveis de FSH (que pode ser um marcador da reserva folicular ovariana) ✓ Quanto maior a concentração de FSH na fase folicular inicial, pior a qualidade dos folículos ovarianos (menor produção de inibina). ➢ LH: ❖ Ação sobre as células da teca, sintetizando principalmente androgênios, além dos outros esteroides sexuais. ❖ Na fase folicular, as concentrações de LH são baixas e com a elevação do estradiol no meio do ciclo, há incremento da liberação do LH ❖ Responsável direto pela ovulação (pico no meio ciclo). ❖ Meia vida de 20 min. ➢ Prolactina-PRL: ❖ Ação sobre as mamas, ovários, fígado, adrenais e outros órgãos. ❖ Relacionado à lactação, pois regula a síntese de caseína e alfalactalbumina para a produção de leite. ❖ A secreção de PRL é pulsátil e está relacionada com a dopamina (Inibidor da síntese de prolactina). ❖ Alguns estímulos podem causar a liberação de prolactina, como: ✓ Manipulação da mama 10 ✓ Medicamentos ✓ Estresse ✓ Exercício físico ✓ Alguns alimentos. ❖ O hormônio tireotófico (TRH) é um potente estimulador da síntese de prolactina, por isso quando há hipotireoidismo pode haver hiperprolactinemia. ❖ A hipersecreção de PRL está associada à disfunção de todo eixo HHO, com secreção acíclica de gonadotrofinas, galactorreia, anovulação e irregularidademenstrual ➢ Ocitocina: ❖ Produzida principalmente pelo núcleo paraventricular ❖ Sucção estimula sua liberação, conduzida pelo nervo torácico -> medula espinhal -> até o hipotálamo. ❖ Também pode ser liberada por estímulos olfatórios, visuais e auditivos. ❖ Sua principal função é desencadear contração muscular em dois tipos de tecido: ✓ Uterino, durante o parto ✓ Mioepiteliais dos ductos lactíferos mamários durante o reflexo de ejeção do leite ➢ Hormônio Antidiurético (ADH) ou Arginina vasopressina (AVP): ❖ Produzido principalmente pelos neurônios do núcleo supraótico. ❖ Regulação do volume sanguíneo circulante, da pressão e da osmolaridade plasmática ❖ Causa vasoconstricção arteriolar, conservação renal da água corpórea, diminuição da osmolalidade sanguínea e aumento da pressão arterial OVÁRIOS ➢ Gônadas femininas responsáveis pela produção dos esteroides sexuais e desenvolvimento de folículos ➢ Produção de óvulos com capacidade de serem fecundados pelos espermatozoides ➢ Dinâmica folicular ovariana ❖ Na vida fetal, durante a 20ª semana de gestação, existem aproximadamente 7 milhões de folículos primordiais, contendo um oócito em fase de prófase I, que permanecerá assim até que o processo de ovulação aconteça ❖ Ao nascimento, cada ovário possui cerca de 1 milhão de folículos primordiais ❖ Na menarca, existirão 300 a 400 mil folículos primários em ambos os ovários ❖ Durante a menacme, a cada ciclo menstrual em média 1000 folículos são recrutados e quase todos sofrem atresia, pois em geral somente um folículo será ovulado, que durante a vida totalizam 400 a 500 folículos ovulados. ❖ Na menopausa, o ovário será constituído basicamente por estroma denso, com raros oócitos dispersos. ➢ Classificação funcional ❖ Folicular: responsável pela produção de estrógenos e inibina B ❖ Lútea: responsável pela produção de progesterona e inibina A ❖ Estroma: responsável pela produção de androgênios ESTEROIDOGÊNESE OVARIANA ➢ Os ovários são a principal fonte de produção de estrogênios na menacme, e para isso possuem dois tipos de células (sistema de duas células duas gonadotrofinas): ❖ Teca e Granulosa ➢ Ovários normais têm a capacidade de sintetizar os 3 tipos de hormônios sexuais femininos (estrogênios, progestogênios e androgênios) ➢ Os ovários sintetizam estrogênios que farão retrocontrole negativo sob a liberação de FSH/LH (hipófise) e GnRH (hipotálamo). ➢ O LH estimula as células da teca a sintetizar androgênios (testosterona e androstenediona) a partir de colesterol. (TEca – LH = TELHA) 11 ➢ Posteriormente, os androgênios passam, por difusão, para a camada granulosa. ➢ Logo depois, o FSH se liga em receptores de membrana e leva a produção da enzima aromatase ➢ A enzima aromatase é responsável pela conversão dos androgênios em estradiol ➢ Uma vez transformado de androgênios para estrogênios, não há a possibilidade de reconversão. ➢ A inibina é outra substância, de natureza proteica, produzida nos ovários e que age sinergicamente ao estrogênio inibindo principalmente a secreção de FSH. ➢ Após a menopausa, os ovários perdem sua função reprodutora, mas não endócrina. ➢ A queda do número de folículos leva à redução da produção de estradiol e inibina ❖ Isso eleva os níveis de FSH e LH, que estimulam as células do estroma a continuarem produzindo androgênios em proporções reduzidas. ❖ Esses androgênios ganharão a circulação e terão conversão periférica no tecido gorduroso para estrogênios Sistema de Retroalimentação Esteroidogênese ➢ Os hormônios esteroides sexuais são sintetizados nas gônadas, nas suprarrenais e na placenta. ➢ Estrogênios: ❖ Estradiol: é o principal hormônio produzido pelos ovários na menacme, derivada da produção direta pelos folículos e da conversão de estrona ❖ Estrona: é secretada diretamente pelos ovários e também pode ser oriunda da conversão periférica de androstenediona ❖ Androgênios são convertidos a esteroides em muitos tecidos, mas principalmente na pele e no tecido adiposo pela ação da aromatase ➢ Androgênios ❖ Ovários produzem principalmente a androstenediona e testosterona, além de pequena quantidade de DHEA ❖ Córtex adrenal contribui com 50% da produção diária de androstenediona e 90% da produção de DHEA, e toda a forma sulfatada de DHEA (SDHEA) ❖ 25% da testosterona circulante é secretada pelos ovários, 25% pelas suprarrenais e 50% pela conversão periférica de androstenediona 12 ESTROGÊNIOS NA PRÁTICA CLÍNICA ➢ O principal estrogênio C-18 sintético é o etinilestradiol, que é utilizado nos contraceptivos orais combinados ➢ Estrogênios sintéticos não esteroides: Dietilestilbestrol (DES) e os Moduladores Seletivos do Receptor de Estrogênio (MSREs) como tamoxifeno ➢ Entre os estrogênios naturais, o 17 beta-estradiol é o mais potente, seguido pela estrona e, então, pelo estriol PROGESTOGÊNIOS NA PRÁTICA CLÍNICA ➢ São classificados de acordo com sua origem em derivados da progesterona (17-hidroxiprogesterona), da testosterona (19-nortestoterona) ou da espironolactona (17-alfa-espirolactona) CLASSIFICAÇÃO QUANTO À GERAÇÃO DOS PROGESTOGÊNIOS 1° GERAÇÃO 2° GERAÇÃO 3° GERAÇÃO 4° GERAÇÃO Oriundos da testosterona (19- nortestosterona) Derivadas da 19-Nortestosterona (gonanos) Derivados do levonorgestrel Mais seletivos pelo receptor Noretisterona Norgestrel Desogestrel Dienogest Noretindrona Levonorgestrel Norgestimato Nomegestrol Acetato De Noretindrona Progesteronas mais seletivas Gestodeno Drospirenona Noretinodrel Ainda afeta perfil lípidico Mais seletivos pelo receptor melhora perfil lipídico Linestrenol Tem efeito androgênico Melhora perfil lipídico antiandrogênico Etinodiol Fraco efeito androgênico Maior efeito tromboemb. Maior efeito tromboembólico ➢ Progestina: ❖ Derivada da espironolactona ❖ Ação antiandrogênica e antimineralocorticoide ❖ Apresenta leve efeito diurético ➢ Derivados da progesterona (17-alfa-hidroxiprogesterona) ❖ Não possuem classificação de geração ❖ Incluem o acetato de medroxiprogesterona, o acetato de megestrol, o acetato de ciproterona e o acetato de clormadinona. ➢ Ciproterona é a progesterona mais antiandrogênica que existe, simultaneamente é a que tem maior risco tromboembólico. ❖ Quanto maior o efeito antiandrogênico, maior o risco tromboembólico ❖ Os progestogênios podem se ligar á outros receptores, levando aos principais efeitos colaterais: ✓ Receptores androgênicos (medroxiprogesterona e noretisterona): • ↑ de acne e oleosidade da pele e cabelo ✓ Piora de perfil lípidico: • ↑ LDL e trigliceridios e ↓ HDL ✓ Eventos tromboembólicos: • Menos importante do que o estrogênio. 13 • O levonosgestrel é o de menor risco tromboembólico Ciclo ovariano FASE FOLICULAR ➢ 1° dia da menstruação até o dia do pico de LH no meio do ciclo ➢ Pode ter uma duração variável em cada mulher, portanto a duração do ciclo menstrual é determinada pela fase folicular ➢ Fase em que o folículo dominante é selecionado e se desenvolve até formar o folículo maduro ➢ Folículo primordial → folículo primário → folículo pré-antral →folículo antral → folículo pré-ovulatório ➢ A transformação de folículo primordial para folículo primário com o início da puberdade não é dependente de FSH ❖ Já a transformação de folículo primário em folículo antral/ secundário, depende da ação do FSH ➢ Com o final do ciclo menstrual, libera um sinal para recrutar novos folículos: ❖ SINAL: ↓ Progesterona, ↓ Estrogênio, ↓Inibina e ↑ FSH ➢ O FSH: ❖ Aumenta a produção estrogênica ❖ Promove o crescimento da granulosa ❖ Estimula a atividade da aromatase ❖ Promove uma multiplicação das células cuboides da granulosa ❖ Diferenciação das células da teca interna e teca externa, que produzem testosterona e andostenediona sob efeito de LH ✓ Esses androgênios serão transportadospara as células da granulosa para serem convertidos a estrogênios pela ação da aromatase ➢ O folículo dominante caracteriza-se por: ❖ Uma maior atividade da enzima aromatase (↑ produção de estradiol) ❖ Maior número de receptores de FSH ❖ Expressão de receptores de LH também nas células da granulosa. ➢ O bom desenvolvimento de um folículo depende da predominância do estradiol em seu interior ❖ Caso os androgênios predominem, esse folículo entrará em atresia OVULAÇÃO: (Algumas referências não consideram essa fase) ➢ Somente o folículo que atinge o estado final de maturação é capaz de se romper ➢ O marcador fisiológico mais importante da aproximação da ovulação é o pico de LH no meio do ciclo, que é precedido por um pico de estradiol ➢ Para ter a liberação do LH: ❖ A concentração de estradiol deve ser >200pc/mL e deve persistir por pelo menos 50 horas ➢ Após 32-36 horas da ↑ de LH, acontece a ovulação. ➢ O pico de LH tem a duração aproximada de 48 a 50 horas. 14 ➢ No momento da ovulação, dentro do folículo, acontecem 3 fenômenos principais: ❖ Recomeço da meiose: ✓ Com o pico de LH, o oócito que estava estacionado em prófase I retoma sua divisão celular e torna-se apto à fecundação, mas a meiose só se completa após a penetração do espermatozoide. ❖ Luteinização: ✓ Um pequeno aumento de progesterona acontece 12 a 24 h antes da ovulação ✓ É importante para que o ocorra o pico de FSH e de LH, ↑ distensibilidade do folículo e a expulsão do folículo ocorre pela ação de enzimas proteolíticas estimuladas pelo FSH, LH e progesterona ❖ Ovulação: ✓ Comparada à um processo inflamatório, pois envolve mediadores como bradicinina, prostaglandinas, neutrófilos, etc. ✓ Sob ação sinérgica das prostaglandinas E e F e do LH, acontece contração das células musculares da parede folicular, já enfraquecida, com extrusão do oócito ✓ A rotura folicular se acompanha de eliminação do óvulo e do líquido folicular para a cavidade peritoneal. ✓ Pode haver uma irritação local e, consequentemente, a dor abdominal (dor do meio ou Mittelschmerz) referida por algumas mulheres. ✓ O óvulo é capturado pelas fímbrias tubárias FASE LÚTEA ➢ Duração FIXA de 14 dias, pois é o tempo que o corpo lúteo consegue se manter caso não haja fecundação ➢ Desde a ovulação até a menstuação ➢ Caracterizada pelo aumento dos níveis de progesterona, com pico máximo em torno de 8 dias após a ovulação, coincidindo com os maiores níveis de estrogênio e maior vascularização endometrial ➢ Após a liberação do oócito, a estrutura remanescente, passa a ser denominada corpo lúteo ➢ Sob influência de fatores que induzem a angiogênese, os capilares penetram na granulosa, atingem a cavidade central e, usualmente, preenchem-na com sangue (o que favorece o aporte de LDL-colesterol, substrato para a produção de progesterona). ➢ O estrogênio da fase lútea é necessário para que ocorram as alterações induzidas pela progesterona no endométrio após a ovulação, pois uma quantidade inadequada de receptores de progesterona no endométrio pode levar a uma preparação inadequada do útero e ser uma possível causa de abortamento ➢ Caso não ocorra fecundação dentro de 14 dias, o corpo lúteo entra em processo de apoptose (luteólise) ➢ Se gravidez, o hCG mantém o corpo lúteo até que a placenta estabeleça sua esteroidogênese ➢ A regressão do corpo lúteo, leva à uma queda dos níveis de estradiol, progesterona e inibina A, retirando o feedback negativo do FSH, que novamente recruta folículos para iniciar um novo ciclo Ciclo uterino DIVISÃO HISTOLÓGICA DO ENDOMÉTRIO CAMADA BASAL/PROFUNDA CAMADA MÉDIA/ ESPONJOSA CAMADA SUPERFICIAL/COMPACTA Não responde aos hormônios ovarianos Maior parte da espessura do endométrio Colo das glândulas e epitélio superficial São os fundos de saco das glândulas Reage intensamente aos Hormônios DIVISÃO MORFOFUNCIONAL CAMADA FUNCIONAL CAMADA BASAL Porção cíclica do endométrio O 1/3 inferior do endométrio 2/3 superiores do endométrio (Esponjosa + superficial) Sofre pouca alteração no ciclo menstrual Responsável pela preparação do endom. para receber o embrião Responsável por regenerar o endométrio após menstruação ➢ FASE MENSTRUAL: alguns autores não consideram essa fase 15 ❖ O endométrio menstrual é caracterizado pela ruptura irregular após a interrupção da secreção das glândulas endometriais na ausência de implantação embrionária ❖ Ocorre devido ao fim do corpo lúteo, com consequente redução da progesterona e do estrogênio ❖ Com a ↓ dos níveis hormonais leva a reações vasomotoras, com isquemia e perda de tecido: ✓ Menstruação ✓ Liberação de enzimas proteolíticas e lisossomas, que aceleram a perda de tecido ❖ Prostaglandinas são produzidas durante todo o período menstrual, mas são intensificadas na fase menstrual ✓ Principalmente PGF2alfa, um potente vasoconstritor ✓ Intensifica os espasmos arteriolares e a isquemia do tecido ✓ Leva à contração do miométrio ❖ A camada basal permanece intacta e pode reiniciar a reparação da camada funcional ❖ O fluxo menstrual para devido a: ✓ Vasoconstrição prolongada ✓ Estase vascular ✓ Reinício da ação estrogênica ➢ FASE PROLIFERATIVA: ❖ Corresponde à fase folicular do ovário ❖ Após 3-4 dias da menstruação, o endométrio regenera e cresce rapidamente em resposta ao estrogênio ❖ No início, as glândulas endometrias são pequenas, tubulares e curtas. ❖ No final desta fase, tornam-se alongadas e tortuosas. ❖ Há aumento das células ciliadas e microvilosas ➢ FASE SECRETORA ❖ Corresponde à fase lútea do ovário ❖ Caracteriza-se pela atuação da progesterona produzida pelo corpo lúteo ❖ As glândulas endometriais tornam-se cada vez mais tortuosas, o estroma é edemaciado e os vasos sanguíneos são espiralados ❖ As células das glândulas endometriais formam vacúolos contendo glicogênio e tem atividade secretora máxima até o sétimo dia após a ovulação ❖ O endométrio já se encontra preparado para a implantação do blastocisto ❖ A concentração de Receptores de Estrogênio (RE) é alta na fase proliferativa e diminui após a ovulação, ✓ O que reflete a ação supressiva da progesterona sobre estes receptores ❖ A concentração de Receptores de Progesterona (RP) é máxima durante a fase ovulatória, ✓ O que reflete a indução desses receptores pelo estradiol. ❖ Os RP reduzem muito nas glândulas na fase lútea, mas continuam presentes no estroma. 16 Efeitos hormonais em outros locais MUCO CERVICAL ➢ Sob efeito do estrogênio: ❖ Torna-se mais fluido, comparado à clara de ovo, e adquire capacidade de filância, tornando-se elástico ❖ Cristalização: começa a aparecer no 8° dia do ciclo e torna-se evidente no período periovulatório. ✓ Cristalização típica em folha de samambaia ❖ Entre o 8° dia do ciclo e a ovulação, pelo ↑ dos níveis de estrogênio: ✓ Quantidade de muco ↑ ✓ ↓ a viscosidade ✓ ↑ a concentração de água em relação a outros componentes. ➢ Sob efeito da progesterona ❖ Torna-se espesso, turvo e perde a distensibilidade ❖ Maior viscosidade ❖ Menor quantidade VAGINA ➢ Na 1° metade do ciclo (predomínio estrogênico), o esfregaço vaginal constitui-se de células eosinófilas isoladas, sem dobras nas suas bordas. ❖ É dito “limpo” se os leucócitos estão praticamente ausentes ➢ Na 2° metade do ciclo (estímulo progestacional), caracteriza-se pela presença de células basófilas dispostas em grupos e que evidenciam dobras em suas bordas. ❖ É dito “sujo”, com grande número de leucócitos MAMAS ➢ Na fase proliferativa: ❖ Níveis crescentes de estrogênio acarretam um rápido desenvolvimento do tecido epitelial ❖ Aumento do número de mitoses ➢ Fase secretora: ❖ Altos níveis de progesterona promovem a dilatação dos ductos mamários e a diferenciação das células epiteliais alveolares em células secretoras (acinares) ➢ Período pré-menstrual:❖ Há um aumento do volume mamário, que resulta do aumento dos níveis de estrogênio e progesterona ANATOMIA DO TRATO REPRODUTOR FEMININO ➢ É composto por: ❖ Vulva (órgão genital externo). ❖ Vagina ❖ Útero ❖ Duas tubas uterinas ❖ Tem Dois ovários VULVA ➢ É o órgão genital externo, composto por: ❖ Monte púbico: elevação constituída de tecido adiposo e recoberta de pelos espessos após a puberdade. ❖ Grandes lábios: duas pregas cutâneas; apresentam-se cobertos de pelos após a puberdade; ❖ Pequenos lábios: encontram-se escondidos pelos grandes lábios; 17 ❖ Vestíbulo da vagina: é o espaço entre os pequenos lábios, local onde se situam as glândulas vestibulares, que produzem uma secreção lubrificante; ❖ Clitóris: estrutura extremamente sensível, ligada à excitação sexual feminina. VAGINA ➢ Órgão de cópula feminino, tubular ➢ Constituído de parte muscular e parte membranosa ➢ Em torno de 7-8 cm de comprimento. ÚTERO ➢ Fibras musculares lisas, que se contraem. ➢ Pode ser dividido em 3 porções: colo, corpo e istmo. ➢ É formado por três camadas: ❖ Perimétrio: representado pelo peritônio (externa) ❖ Miométrio: média, musculatura lisa. ❖ Endométrio: parte interna do útero. ❖ Essa musculatura possui uma elevada capacidade para se distender e se contrair. ➢ O colo pode ser dicivido em: ❖ Endocérvice ❖ Ectocérvice ❖ A união das duas é denominada junção escamocolunar, o local mais frequente de metaplasias ➢ Aparelho de sustentação ou Assoalho pélvico ❖ Diafragma pélvico ✓ M. Levantador do ânus (Principal do aparelho de sustentação) • Porção interna • Pubococcígea • Íleococcígea ✓ M. Coccígeo ❖ Diafragma urogenital ✓ M. Transverso profundo do períneo ✓ M. Esfincter da uretra ➢ Aparelho de sustentação ❖ Ligamentos pubovesicouterinos + paramétrios laterais + ligamentos uterossacrais + fáscia endopélvica OVÁRIOS ➢ São do tamanho de uma ameixa; ➢ Apresentam-se presos aos ligamentos do útero ➢ Secretam os óvulos e os hormônios que controlam o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos e atuam sobre o útero, após a fecundação TUBAS ➢ Na extremidade próxima do ovário existem as fímbrias, que recolhem o óvulo. ➢ Após receber o óvulo, levam-no ao útero através dos movimentos ciliares e de contração peristáltica; ➢ Além disso, é o local de fecundação. INERVAÇÃO VULVA E PERÍNEO ➢ Basicamente, nervo pudendo e seus ramos IRRIGAÇÃO VULVA E PERÍNEO 18 ➢ Artéria pudenda interna (ramo da artéria hipogástrica ou artéria ilíaca interna DRENAGEM VULVA E PERÍNEO ➢ Linfonodos inguinais e femorais IRRIGAÇÃO CAVIDADE PÉLVICA ➢ Ovários: Artérias ovarianas (ramos direitos da aorta) e pelo ramo ovárico da artéria uterina ➢ Útero e tubas: Artérias uterinas (ramo das artérias ilíacas internas) ➢ Vagina: Ramos vaginais da artéria uterinae da artéria vaginal e por ramos da artéria retal e da pudenda interna DRENAGEM CAVIDADE PÉLVICA ➢ Lindonodos ilíacos, para-aorticos e inguinais EMBRIOLOGIA DO TRATO REPRODUTOR FEMININO ➢ As malformações do aparelho reprodutor são as grandes responsáveis pelas amenorreias primárias ➢ Desenvolvimento embriológico sexual normal: 1. Estabelecimento do sexo após a fecundação de acordo com a com os cromossomos XX ou XY. Nnos dois primeiros meses de gestação, os fetos de ambos os sexos têm desenvolvimento idêntico 2. Determinação do sexo gônadas, que acontece a partir de 8 semanas, quando ocorre desenvolvimento das gônadas diferenciadas em ovário e testículo 3. Desenvolvimento dos fenótipos sexuais, com 12 semanas originam-se as estruturas caracteristicamente masculina e feminina ➢ Genitália interna: O trato urogenital interno é derivado de dois conjuntos de ductos, os ductos de Wolff (mesonéfricos) e ductos de Müller (paramesonéfricos), os quais estão presentes precocemente em ambos os sexos ✓ : ductos de Muller originam as trompas, útero e 2/3 superiores da vagina, ductos de Wolff persistem de forma vestigial ✓ : ductos de Wolff originam epidídimo, vaso deferente, vesicular seminal e ducto ejaculatório, e os ductos de Muller regridem ➢ Genitália externa: se desenvolve de precursores comuns em ambos os sexos, que são o tubérculo genital, a protuberância genital (eminencias labioescrotais), dobras urogenitais (pregas urogenitais) e seio urogenital ✓ :tubérculo genital origina o clitóris, as protuberâncias originam os grandes lábios e as dobras urogenitais os pequenos lábios ✓ :as protuberâncias se fundem para originar o escroto e as dobras urogenitais se alongam e se fundem para formar o corpo peniano e uretra peniana, a qual termina na glande, formada pelo tubérculo genital. A formação do fenótipo masculino está praticamente completa com 12 semanas de gestação, exceto pela falta de descida do testículo ara a bolsa escrotal, a qual ocorre em estágio mais avançado da gravidez. ➢ O sexo cromossômico determina o sexo gonadal, o qual, por sua vez, irá determinar o sexo fenotípico. Se o testículo se desenvolve e é funcionante, o trato urogenital dará origem a órgãos masculinos, enquanto se um ovário ou mesmo nenhuma gônada estiver presente, o trato urogenital será feminino MALFORMAÇÕES DO TRATO REPRODUTOR FEMININO Estados Intergenitais HERMAFRODITISMO VERDADEIRO ➢ Cariótipo: 46, xx ou 46, xy ou diferentes formas de mosaicismos ➢ Gônadas: 19 ❖ Aternante: Ovário de um lado e testículo do outro ❖ Unilateral: Ovotestis de um lado e testículo ou ovário do outro ❖ Bilateral: Quando ambas as gônadas são ovotestis ➢ Genitália externa: ❖ Variável de feminina a tipicamente masculina, podendo apresentar-se como genitália ambígua PSEUDO-HERMAFRODITISMO FEMININO ➢ Etiologia: ❖ Excesso de androgenismos na circulação de fetos femininos ❖ Hiperplasia adrenal congênita: ✓ Síndrome caracterizada por deficiência no mecanismo que envolve, em especial, a enzima 21-hidroxilase. ✓ Na falta ou na ausência dessa enzima, há acúmulo da substancia precursora (17- hidroxiprogesterona), cujos altos níveis séricos confirmam o diagnóstico ❖ Ingestão materna de androgênicos ❖ Neoplasias maternas virilizantes ➢ Cariotipo ❖ 46, xx ➢ Gônadas ❖ Ovários ➢ Genitália externa ❖ Masculinização em graus variáveis pelo excesso de androgênicos PSEUDO-HERMAFRODITISMO MASCULINO ➢ Etiologia: Deficiências na síntese ou na ação de androgênicos ➢ Causas: ❖ Diversas mutações que impedem a esteroidogênese ❖ Mutações no receptor de LH ✓ Síndrome de Morris ➢ Cariótipo: 46, xy ➢ Gônadas: Testículos ➢ Genitália interna: ❖ Involução dos ductos de Muller, sem o desenvolvimento normal dos ductos de Woff por ação inexistente ou incompleta da testosterona, com graus variáveis de feminilização ➢ Genitália externa: Dúbia ou feminina SÍNDROME DE TURNER ➢ Cariótipo: 45, X0 ➢ Gônadas: ❖ Indiferenciadas ✓ Como não há o cromossomo Y, não se forma o testículo ✓ Para desenvolver o ovário, precisa de 2 X ➢ Fenótipo: ❖ Baixa estatura ❖ Pescoço alado ❖ Alterações cardíacas ❖ Hipertelorismo ocular ❖ Implantação baixa de cabelos (na nuca) ❖ Orelhas “de abano” ❖ Linfadema em mãos e pés ❖ Gônadas em fita (disgenéticas) 20 SÍNDROME DE KINEFELTER ➢ Cariótipo: 47, xxy ➢ Fenótipo: ❖ Desenvolvimento mamário ❖ Genitais externos masculinos ❖ Testículos pequenos e endurecidos ❖ Retardo mental em graus variáveis ❖ Quadris largos ❖ Braços e pernas longos ❖ Ombros estreitos Malformações Genitais- ANOMALIAS UTERINAS ➢ Defeito no desenvolvimento ou na fusão dos ductos de Muller no período embrionário Malformações Genitais- MALFORMAÇÕES VAGINAIS PERSISTÊNCIA DO SEPTO VAGINAL LONGITUDINAL ➢ A persistência do septo longitudinal da vagina deve-se a uma incompleta reabsorção do septo que é formado durante a fusão das estruturas Mullerianas. ➢ Suapermanência poderá estar associada a defeitos na fusão uterina e este defeito do septo tem sido caracterizado como uma proliferação e persistência do mesoderma. ➢ Na maioria, causa dispareunia e obstrução do canal do parto ➢ Duas síndromes genéticas associadas a esta malformação foram descritas como síndrome de Edwards-Gale, que é uma síndrome autossômica dominante, e a síndrome de Johanson-Blizzard, que é autossômica recessiva. 21 PERSISTÊNCIA DO SEPTO VAGINAL TRANSVERSO ➢ Sua ocorrência é esporádica e sua etiologia, desconhecida. ➢ Na síndrome de McKusik-Kaufman, onde estão associadas polidactilia e doença cardíaca congênita havendo uma maior incidência no grupo étnico Amish poderá coexistir também o septo vaginal transverso. ➢ O lócus genético responsável por esta síndrome situa-se no cromossomo 20 e, especificamente, no 20p12. HÍMEN IMPERFURADO ➢ É de incidência esporádica e ocorre em torno de 0,1% dos RN do sexo feminino. ➢ No entanto, existem referências de que possa ocorrer em certas famílias e foi descrita sua ocorrência em pacientes portadoras da síndrome ulnar-mamaria, onde, além da imperfuração himenal, coexistem anomalias esqueléticas e das INFERTILIDADE DEFINIÇÃO ➢ Incapacidade de conceber apesar de atividade sexual regular (2-4 vezes/semana), sem uso de método contraceptivo, por um período mínimo de 1 ano ➢ Infertilidade primária: Sem história de gestação anterior ➢ Infertilidade secundária: Pelo menos uma concepção anterior ➢ Fertilidade: capacidade de conceber ➢ Fecundabilidade: É a probabilidade de se conseguir gravidez dentro de um único ciclo menstrual ➢ Fecundidade: É a probabilidade de se conseguir um nascido vivo em um único ciclo ETIOLOGIA Fator masculino: 35% Fator tuboperitoneal: 35% Disfunção ovulatória: 15% Imunológica Infertilidade sem causa: 10% Outros: 5% EPIDEMIOLOGIA ➢ Acomete 7 a 15 % dos casais ➢ Prevalência varia com a idade da mulher ➢ Fatores associados: idade, DIP, fumo, excesso de peso QUANDO INICIAR INVESTIGAÇÃO ➢ Mulheres>35 anos OU História de oligomenorreia OU portadora de doença tubária conhecida ou endometriose OU parceiro sabidamente subfértil: ❖ Iniciar a investigação imediatamente ou após 6 meses de tentativas; ❖ Avaliar além dos exames de infertilidade, comorbidades como HAS e DM ➢ Mulher<35 anos: ❖ Iniciar investigação após 1 ano PRIMEIRA CONSULTA: AVALIAR O CASAL ➢ Anamnese completa ➢ Exame físico completo e ginecológico ➢ Se identificado alguma alteração no homem, encaminhar ao urologista ➢ Iniciar suplementação com ácido fólico PROPEDÊUTICA DO CASAL ➢ Espermograma ➢ HMG 22 ➢ Tipagem sanguínea ➢ VDRL, HBsAG, anti HBs, antiHCV, anti HIV, rubéola IgG, HTLV I e II ➢ Dosagens hormonais: FSH, estradiol basal, TSH, T4 livre, Progesterona de segunda fase ➢ USTV ➢ Histerossalpingografia Propedêutica Da Infertilidade Feminina ESTUDO DO FATOR OVULATÓRIO: ➢ Envelhecimento ovulatório: ❖ Diminuição ininterrupta do numero de folículo e da qualidade dos oócitos. ❖ A redução da fecundabilidade começa a partir dos 35 anos ➢ Causa mais comum de disfunção ovulatória é SOP ❖ Outras causas incluem: Hipogonadismo hiper ou hipogonadotrófico, hiperprolactinemia, excesso de peso, falência ovariana precoce ➢ Curva de temperatura basal: ❖ Progesterona produzida pelo corpo lúteo exerce ação termogênica no hipotálamo, provocando aumento da temperatura basal corpórea em torno de 0,3ºC (varia de 0,3 a 0,8ºC) após a ovulação, que resulta em um gráfico de temperatura bifásico; ❖ Não é um método confiável para predizer ovulção ➢ Dosagem de LH: no 14º dia do ciclo, se houver aumento, é indicativo de ovulação, mas não dá certeza ➢ Dosagem de progesterona no meio do ciclo (mesolútea): ❖ Obter amostra de sangue no 21º dia no ciclo de 28 dias; ❖ Valores 4-6ng/ml relacionam-se com ovulação/ corpo luteo; ❖ Não é um parâmetro fidedigno ➢ USTV: ❖ Avaliar folículos pré-ovulatorios (2-3cm) ❖ É o parâmetro mais fidedigno para predizer ovulação. ❖ Se não há evidência de ovulação, encaminhar para biópsia de endométrio (alguns autores apenas). ✓ Outros autores consideram que apenas o USTV é suficiente para predizer ausência de ovulação, devendo ser encaminhada para indução da ovulação ➢ Biópsia de endométrio: ❖ Realizar procedimento na segunda fase do ciclo para identificar se endométrio é secretor; ❖ PO para avaliar a ovulação, procedimento invasivo em desuso ESTUDO DO FATOR TUBOPERITONEAL ➢ Sequelas de DIP: principal causa de infertilidade feminina no Basil ❖ Chlamydia tipos D, E, F, G (“Difícil É Ficar Grávida”) ❖ Gonococo ➢ Endometriose: ❖ Reação inflamatória local nos focos de endometriose ❖ Redução da motilidade das tubas e também pode levar à obstrução tubária ➢ Histerosalpingografia: ❖ Avaliar perviedade das tubas, hidrosalpinge (sequela de DIP) ❖ Se há evidência de obstrução tubária, encaminhar para VLSC para confirmar ➢ Videolaparoscopia + cromotubagem: é o PO para avaliar perviedade das tubas ❖ Injeção de azul de metileno pelo colo e visualiza se há extravasamento abdominal ❖ Se cromotubagem (não houve extravasamento de contraste): encaminhar para reprodução assistida ESTUDO DO FATOR UTERINO 23 ➢ Sinéquias uterinas ➢ Útero septado ➢ Útero bicorno: um colo e um istmo ➢ Útero didelfos: dois colos, duas cavidades uterinas ➢ USTV: suspeita de malformação uterina, encaminhar para histeroscopia ➢ Histeroscopia: PO para avaliar fatores uterinos ESTUDO DO FATOR IMUNOLÓGICO ➢ Existem mulheres que têm em seu muco cervical anticorpos contra os spzs ➢ Teste pós-coital: avaliação do liquido do fundo de saco vaginal após o coito ❖ Avaliação no microscópio: muco em folha de samambaia + spzs vivos e móveis AVALIAÇÃO DE RESERVA OVARIANA: ➢ Útil para determinar necessidade de congelamento de oócitos em pacientes que vão ser submetidas à algum tratamento quimioterápico e pretendem engravidar depois ➢ Útil para mulheres com mais de 40 anos que querem engravidar futuramente ❖ Inibina-A ❖ FSH ❖ USTV ❖ Hormônio Anti-Mulleriano: ✓ Principal preditor de reserva ovariana ✓ Se baixo vale a pena congelar TRATAMENTO CAUSA OVULATÓRIA: ➢ SOP: ❖ Orientar perda de peso, metformina ❖ Indução da ovulação: CITRATO DE CLOMIFENO (antiestrogênico) ✓ Ocupa os receptores de estrogênio no hipotálamo e hipófise, impedindo o feedback negativo do estrogênio e induzindo liberação de GnRH, LH e FSH ✓ 50mg/dia/ 5 dias iniciado a partir do 3-5° dia do ciclo ✓ Efeitos indesejados: antiestrogênico no muco, gestação múltipla ✓ Contraindicações: cisto ovariano, hepatopatia, tumor hipofisário, disfunção adrenal ou tireoideiana não controladas ➢ Hipogonadismo hipogonadotrófico (↓FSH, LH e estrogênio): ❖ Administrar gonadotrofinas para mimetizar o ciclo ❖ Inicia administrando FSH e no meio do ciclo inicia LH ➢ Hipogonadismo hipergonadotrófico: (↑FSH e LH ↓estrogênio): ❖ Falência ovariana precoce, ou seja, não há mais oócitos para ovulação ❖ Tratamento: oócito de doadora CAUSA TUBOPERIOTONEAL ➢ Obstrução tubária, homem vasectomizado: FIV ou ICSI ❖ FIV: transferência para o útero quando em estágio de mórula ❖ Injeção intracitoplasmática de spz (ICSI): ✓ Seleciona spz do parceito, injeta no oocito, transferência para o útero no estágio de mórula ➢ Endometriose: ❖ Realizar VLSC e tentar gestação logo após o procedimento, se não há sucesso, pode-se tentar FIV CAUSA UTERINA 24 ➢ Histeroscopia cirúrgica: lise das sinéquias CAUSA IMUNOLÓGICA ➢ Corticoides, sensibilização materna? ➢ Nada muito claro a literatura Propedêutica De Infertilidade Masculina ➢ Causas de infertilidade masculina ❖ Varicocele: leva ao aumento de temp testicular, levando à alteração da espermatogênese ❖ Orquiepididimites ❖ Sequela de parotidite (caxumba) ❖ Cirurgias testiculares ❖ Criptorquidia: testículo no canal inguinal,se não foi corrigido até os 2 anos, ↑ chance de infertilidade ❖ Drogas espermotoxicas: isoniazida ❖ Disgenesias gonadais: XXY (síndrome de Klinefelter) ❖ 50% idiopática ➢ Espermograma: 3 dias de abstinência sexual, coleta por masturbação ❖ Volume normal: >1,5ml ❖ Número de spz normal: >15.000.000/mL (se abaixo disso caracteriza oligospermia) ❖ Vitalidade normal: >58% vivos (se abaixo disso caracteriza necrospermia) ❖ Motilidade normal: >40% móveis (se abaixo disso caracteriza astenospermia) ✓ Motilidade progressiva: pelo menos 32 % dos spzs móveis ✓ Motilidade não progressiva: 8% dos spzs móveis ❖ Morfologia normal: pelo menos 4% dos spzs devem ter morfologia normal ✓ Se abaixo disso se chama teratospermia ❖ Espermograma alterado: repetir em 15 dias para confirmar ❖ Se comprovada a alteração, examinar o homem para tentar identificar sauda ❖ Varicocele; encaminhar para tto cirurgico ➢ Cariotipagem: indicada se <3-10milhões de spz no espermograma ➢ Se todos os exames da propedêutica são normais, diz-se que há infertilidade conjugal sem causa aparente TRATAMENTO PARA FATOR MASCULINO ➢ Cirurgia para correção de varicocele ➢ Se mesmo com a correção da varicocele continua com espermograma ruim: ❖ Realizar inseminação artificial, realizada com a seleção dos spzs mais capacitados que são inseridos dentro do útero da pcte ➢ Sem causa aparente ❖ Injeção intracitoplasmática de spz (ICSI): seleciona spz do parceito, injeta no oocito, transferência para o útero no estágio de mórula Questões Éticas ➢ Eficácia dos métodos de reprodução assistida: ICSI > FIV > Inseminação ariticial ➢ Número de embriões que podem ser transferidos varia com a idade da mulher: ➢ <35 anos: até 2 embriões ➢ 36-39 anos: até 3 embriões ➢ 40-50 anos: até 4 embriões ➢ CFM 2015: 25 ❖ Mulheres com 50 anos ou mais devem discutir com o médico sobre riscos da gestação com essa idade, mas se a paciente estiver esclarecida e ainda quiser, poderá ser feito o procedimento. Anteriormente era proibido realizar procedimento de reprodução assistida em mulheres com mais de 50 anos ❖ Casais homossexuais femininos pode ser feita doação de oocito por uma e gestação na outra mulher do casal ❖ Doação de óvulos: somente é permitida sem fins lucrativos ❖ Segue proibida escolha do sexo PLANEJAMENTO FAMILIAR E ANTICONCEPÇÃO DEFINIÇÃO ➢ O planejamento familiar é definido pela Lei 9263 de 12/01/1996 como: ❖ “Conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal” ➢ A avaliação da eficácia de cada método é feita através do índice de Pearl MÉTODOS DISPONIBILIZADOS PELO MINITÉRIO DA SAÚDE Condom masculina e feminima Diafragma Minipílula Espermicida DIU de cobre Anticoncepcional oral Anticoncepcional injetável Esterilização cirúrgica Eficácia- Índice De Pearl ➢ A eficácia é aferida pelo número de gestações em 100 mulheres utilizando o método em um ano. ➢ Quanto menor o índice, maior a eficácia do método ➢ A OMS recomenda que os métodos tenham índice menor que 1 ➢ Uso típico/ rotineiro/ habitual: sujeita a esquecimento, vômitos (ACO), diarreia, validade da medicação, etc. ➢ Uso perfeito/ correto/ consistente: índices sugeridos pelos fabricantes, sem falhas (teórico). Critérios De Elegibilidade Da OMS ➢ Útil para orientar os profissionais de saúde e as usuárias na escolha do método contraceptivo, especificando as situações em que cada método deve ser evitado CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE CATEGORIA 1 CATEGORIA 2 CATEGORIA 3 CATEGORIA 4 26 Uso sem restrições Uso com restrições Os riscos superam os benefícios Risco inaceitável Vantagens superam os riscos Método de última escolha Não deve ser usado Acompanhamento + frequente Acompanhamento rigoroso Não é recomendado Métodos comportamentais ABSTINÊNCIA SEXUAL PERIÓDICA ➢ Não ser utilizado por mulheres na perimenopausa ou próximo da menarca, pela irregularidade dos ciclos ➢ Ciclos muito longos ou muito curtos não são seguros para utilizar esses métodos ➢ O casal deve abster-se de relações sexuais no período fértil ❖ 3 a 4 dias antes da data prevista para a ovulação (14° dia de um ciclo de 28 dias) ❖ 3 a 4 dias depois da ovulação (tempo de meia vida do gameta feminino) ➢ Taxa de falha de até 20% TABELINHA (OGINO-KNAUS) ➢ Orientar observação do ciclo por pelo menos 6 meses antes de iniciar o método ➢ Calcular a diferença entre o ciclo mais longo e o mais curto, se > 10 dias, o método deve ser contraindicado ➢ Cálculo do período fértil: subtrair 18 do período mais curto (Início) e 11 do período mais longo (fim) TEMPERATURA CORPORAL BASAL ➢ Após a ovulação, o aumento da progesterona leva ao aumento da temperatura corporal em 0,3 a 0,8°C ➢ O registro da temperatura deve ser diário, pela manhã, após repouso de pelo menos 5 horas. ➢ Aferir temperatura por via oral, retal ou vaginal ➢ A ovulação geralmente ocorre um dia antes da elevação da temperatura (não permite prever a ovulação) ➢ Abstinência durante toda a primeira fase do ciclo até o 4º dia após o aumento da temperatura BILLINGS: ➢ Avaliação do muco cervical ➢ Perto da ovulação, o muco torna-se elástico, filante, comparado à clara de ovo, devido à ação do estrogênio ➢ Abstinência: da percepção do muco ou sensação de lubrificação, até o 4° dia após a lubrificação máxima SINTOTÉRMICO: ➢ Avaliação do muco + temperatura COITO INTERROMPIDO: ➢ Não deve ser recomendada como método anticoncepcional, índice de Pearl alto Métodos de barreira ➢ Barreira mecânica ou química que impede a ascensão do espermatozoide ➢ Proteção contra ISTs PRESERVATIVO MASCULINO ➢ O emprego correto do método, em todas as relações sexuais, associa-se a uma taxa de falha de 3%. ➢ Apresenta índice de Pearl de 2% a 15%, com grande variação, pois depende do uso correto ➢ NUNCA prescrever camisinha isoladamente ➢ Vantagens: ❖ Protege contra DST (inclusive HIV e Hepatite B) ❖ Não depende de controle médico ❖ Fácil acesso. ➢ Desvantagens: ❖ Requer motivação e manipulação durante o ato sexual; 27 ❖ Podem ocorrer roturas do preservativo e reação alérgica ao látex. ❖ A proteção contra algumas DST não é total (através do contato com a pele não coberta). PRESERVATIVO FEMININO ➢ A taxa de falha oscila entre 5% (uso correto) e 21% (uso habitual). ➢ Vantagens: ❖ Inserção fora do intercurso sexual (até 8 hrs antes) ❖ Menos reação alérgica e maior resistência ❖ Não necessita ser retirado logo em seguida à ejaculação ➢ Desvantagens: ❖ Confere proteção parcial para herpes genital e HPV ❖ Pouco estética ❖ Alto custo ❖ Provoca desconforto pelo anel interno ❖ Provoca ruídos durante o ato sexual, o que pode gerar incômodo intolerante DIAFRAGMA ➢ Depende do médico para ser utilizado, pois é necessária avaliação do tamanho adequado de diafragma para cada paciente. ➢ Necessita de reavaliação após cada parto e caso haja ganho ou perda de peso excessivos ➢ O dispositivo poderá ser inserido até duas horas antes da relação sexual. ➢ Sua remoção só deverá ser efetuada seis a oito horas após o coito (garantir maior exposição do espermatozoide ao espermicida) ➢ A taxa de falha varia de 6% (uso consistente) a 16% (uso habitual). ➢ Protege contra DST (redução de 50% do risco pela oclusão do colo, embora não proteja contra HIV) ➢ O diafragma aumenta o risco de infecções geniturinárias CAPUZ CERVICAL ➢ Dispositivo de borracha ou látex que se adapta ao colo e se adere a ele, por sucção. ➢ Deve ser utilizado junto com o espermicida ➢ Pode ser inserido ate 24hrs antes da relação e deve ser retirado 6 a 8 hrs depois ➢ Pode ser utilizado em pctes com prolapso, nas quais o diafragma é contraindicado ➢ Não está disponível no brasil ESPERMICIDA ➢ Substâncias químicas que imobilizam ou destroem o espermatozoide por lesão da membrana
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