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Hematopoese, Eritropoese e Hemocaterese

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É o processo de crescimento das células vermelhas, 
células brancas e plaquetas, que se originam das células 
tronco hematopoiéticas imaturas, na medula óssea. 
 
 
 
Quando ocorre um processo inflamatório muito grave, 
células imaturas começam a ser liberadas no sangue, para 
tentar combater a infecção. Esse processo é chamado de 
desvio à esquerda, porque as células mais a esquerda da 
linhagem são liberadas, mesmo que ainda não estejam 
prontas para iniciar as reações de defesa. 
 
Tem como funções fisiológicas: 
• Automanutenção do pool indiferenciado de 
CTH’s (células-tronco hematopoiéticas), ou 
seja, manutenção da quantidade adequada de 
células para a diferenciação. 
• Geração e manutenção do pool de células 
comprometidas com uma linhagem 
hematológica. 
• Proliferação e diferenciação das células 
precursoras em células diferenciadas que 
migram para a corrente sanguínea. 
 
Em recém-nascidos, a produção está próxima da faixa 
total, enquanto em adultos, apenas metade da medula 
está ativa (quanto mais idoso, menor é a atividade 
medular). 
A porcentagem de medula vermelha varia, a depender 
dos ossos, sendo: pélvis – 40%, vertebras – 28%, crânio e 
mandíbula – 13%, extremidade dos ossos longos – 8%, 
costelas 8% e esterno 2%. 
 
A produção varia no decorrer da vida: 
▪ Embrião: trinta dias inicia a hematopoese 
(CTH no saco vitelínico, formando eritrócitos); 
4° semana de gestação já é capaz de gerar 
todas as células; 5° semana, hematopoese 
migra para a placenta e fígado fetal; 12° 
semana hematopoese migra para a MO. 
▪ Hemoblastocistos (steam cells – células 
tronco): derivadas de células mesenquimais 
dos vasos embrionários do saco vitelínico. 
▪ MO amarela pode ser substituída por tecido 
hematopoiético em um processo patológico. 
▪ Fígado e baço podem reassumir a função 
hematopoiética fetal, mas em processos 
patológicos, quando a medula não consegue 
dar conta de produzir a quantidade de células 
necessárias. 
A presença de tecido hematopoiético ativo fora da 
medula pode indicar metaplasia mieloide. Isso acontece 
em processos compensatórios de anemias hemolíticas ou 
doenças mieloproliferativas (neoplásicas). 
 
 
Órgãos hematopoiéticos: 
Estroma: é o ambiente em si, composto por matriz 
extracelular, fibroblastos e adipócitos (fatores solúveis e 
reserva de lipídeos para o metabolismo das células em 
proliferação), macrófagos linfócitos (fagocitose e 
armazenamento de ferro) e células endoteliais (ligação 
entre estroma e vasos – complexo de seios venosos) dos 
sinusóides medulares. 
 
 
Células hematopoiéticas: podem ser de 3 tipos. Essas 
células passam por diapedese (se “espremem” pelos 
poros do endotélio vascular) para o sangue. 
➢ Células tronco totipotente: proporcionam 
plasticidade, na diferenciação para células 
tronco de outras linhagens (epitelial, 
mesenquimal e neural). Também promovem 
autorregeneração, ao se dividirem dando 
origem a uma nova célula tronco e uma célula 
precursora mieloide ou linfoide (seleção 
aleatória ou estimulada). 
➢ Células precursoras (CFU): se comprometem 
com uma dada via de diferenciação, perdendo 
o potencial de autorregeneração. Originam 
colônias com células de diferentes linhagens 
(células precursoras multilinhagem), porém, 
conforme se diferenciam, ficam mais restritas 
a uma única linhagem (células precursoras 
unilinhagem). 
➢ Células diferenciadas: são especializadas e 
sofrem apenas algumas divisões. 
 
Fatores de crescimento: glicoproteínas (citocinas e 
hormônios), secretadas pelas células estromais, que 
regulam a expressão genica das células hematopoiéticas. 
Dependem da idade hematopoiética dos órgãos de 
produção e da célula que será produzida. 
Permitem a proliferação, diferenciação, maturação e 
ativação dessas células, mas inibem a apoptose celular. 
 
 
Eritropoetina (EPO): produzida nas células 
peritubulares renais (90%) e por hepatócitos (10%), em 
decorrência inversamente proporcional ao nível de 
oxigenação sanguínea (em hipoxia, sua produção 
aumenta até 1000x). Os receptores que a identificam 
estão presentes nos eritroblastos e na placenta. 
 
 
Trombopoetina (TPO): produzida nos hepatócitos, 
fibroblastos e células endoteliais. Variam inversamente a 
quantidade de plaquetas. Em situações de plaquetose 
(muita plaqueta), as plaquetas destroem a TPO, já em 
situações de plaquetopenias (pouca plaqueta), limitam 
sua destruição. 
 
Fator estimulador de colônia de granulócito-monócito: 
reforçam a atividade de neutrófilos, eosinófilos e 
monócitos. Atua sinergicamente com a EPO e a TPO. 
Alguns medicamentos tem efeito similar à esse fator 
estimulante e podem ser utilizados para aumentar a 
produção das células citadas. 
 
IL-3 (interleucina-3): produzida por linfócitos T. Dá 
suporte a colônias de basófilos, eosinófilos, neutrófilos, 
monócitos e megacariócitos. Inibe a apoptose celular, 
propiciando a perpetuação celular. 
 
Steam cell factor e receptor c-kit: atua nas células mais 
primitivas (células tronco), aumentando o número de 
colônias e as células destas. Produzida nas células 
endoteliais, fibroblastos e estroma. 
Receptor é o c-kit, da família tirosina-quinase, sendo 
expresso em todas as células progenitoras. 
 
 
 
É o processo de produção das células vermelhas. 
Os eritrócitos (hemácias) são células anucleadas, com 
formato de disco bicôncavo. Transportam o O2 para os 
tecidos e seu principal componente é a hemoglobina. 
Nos homens, a quantidade normal é de 4,5 – 6,5 
milhões/mm³ e nas mulheres, 3,9 – 5,6 milhões/mm³. 
Sua membrana é formada por fosfolipídios e 
colesterol não esterificado, arranjados em camada dupla, 
com canais proteicos transmembrana e receptores. 
Além disso, possui um citoesqueleto de espectrina alfa 
e beta, anquirina, actina e protomiosina, que mantem a 
forma da hemácia. Em algumas patologias, esse 
citoesqueleto perde sua forma e altera a configuração da 
hemácia, fazendo com que ela perca a mobilidade. 
Essas características promovem flexibilidade, 
manutenção da forma bicôncava e grande área de 
contato para difusão. 
 
 
Produção de hemácias: segue a mesma produção da 
hematopoese. 
• Primeiras semanas de vida embrionária: saco 
vitelínico produz hemácias nucleadas e 
primitivas. 
• Segundo trimestre de gestação: fígado, baço e 
linfonodos. 
• Último mês de gestação e após o nascimento: 
produção exclusiva pela medula óssea. 
 
Corpo produz cerca de 200bi de hemácias por dia, 
sendo que os precursores da linhagem eritroide são 1/3 
das células da MO. 
A produção é controlada pela EPO, IL-3, 6 e 11, 
hormônios tireoidianos e andrógenos. 
 
 
 
Pró-eritroblasto: fase mais primitiva, com células 
grandes, com pouco citoplasma (homogêneo) e 
cromatina frouxa, basofílica. Apresenta nucléolos. 
Eritroblasto basófilo: possui núcleo menor e mais 
grosseiramente estruturado. Maturação ligada com 
macrófagos (fagocitam o núcleo). 
Eritroblasto policromático: azul acinzentado, com 
capacidade de divisão. 
Eritroblasto ortocromáticos: citoplasma rosado, com 
grande quantidade de hemoglobina. Não se dividem mais 
e faz a liberação e destruição do núcleo. 
Reticulócitos: liberados na circulação, sofrendo 
maturação em 1-2 dias. São anucleados, com resquícios 
de organelas. O número absoluto no sangue periférico 
indica a capacidade funcional da MO em anemia. Sua 
elevação indica atividade proliferativa compensatório 
(anemia hemolítica). 
 
Hemoglobina: é uma metaloproteina (globina) que 
contém ferro, sintetizada inicialmente no pró-
eritroblasto, prosseguindo até o reticulócito. 
É um tetrâmero com 4 globinas pareadas em cadeia, a 
+ β, γ ou δ. Cada globina possui um grupamento heme 
(ferro + protoporfirina), que se liga frouxa e 
reversivelmente a uma molécula de O2. O controle da 
afinidade da Hb pelo O2 depende da temperatura, pH, 
quantidade de O2 (pO2) e 2,3 – DPG. Portanto, aumento 
da temperatura, diminuição do pH e aumento do 2,3-DPG 
diminuem essa afinidade. 
Fetos possuem mais hemoglobinafetal (a2γ2), adultos 
podem possuir hemoglobina A (a2 β2) 97%, hemoglobina 
A2 (a2 δ2) 2% ou hemoglobina fetal 1% (mulheres 
grávidas). 
 
 
Síntese do grupamento heme: o anel de 
protoporfirina com Fe no meio se liga a globina pelas 
histidinas. 
 
 
Alterações genéticas na biossíntese do heme podem 
causar acumulo de intermediários da via, gerando 
porfirias. Essas patologias levam ao aumento na atividade 
da ALA sintetase ou diminuição na atividade da 
uroporfirinogeneo I sentetase, causando porfiria aguda 
intermitente (mais comum). 
 
Catabolismo da hemoglobina: os aa’s das globinas são 
reutilizados no organismo. O grupamento heme é 
fagocitado no fígado, baço e medula óssea, liberando 
protoporfirina → bilirrubina → urobilinogenio → 
urobilina e estercobilina. O ferro é carreado pela 
ferritina/transferrina e reutilizado para a formação de 
outros grupos heme. 
 
Ferro: pode estar na forma ferrosa (Fe+², melhor 
absorvido por ter mesmo pH alcalino do duodeno) ou na 
forma férrica (Fe+³), sendo que o Fe livre é insolúvel e 
toxico. É absorvido no duodeno e jejuno (0,5-2mg/dia), 
dependendo do deposito corporal, hipoxia e ritmo de 
eritropoiese. Alguns alimentos podem retardar sua 
absorção (fitatos, oxalatos e fosfatos) e outros podem 
aumentar (ác. ascórbico, cisteína, lactato, piruvato e 
frutose). 
O Fe está presente na natureza de duas formas, Fe 
heme (principalmente carnes, com biodisponibilidade 8x 
maior e melhor absorvido) e Fe não-heme (vegetais, 
absorção é menos eficiente). 
A quantidade total de Fe no corpo é de 3-4g, sendo 
que as mulheres têm 30% menos devido a menstruação, 
sendo: 65% ligados hemoglobina (principal forma 
funcional de ferro – 2 gramas, principal depósito); 15% – 
30% armazenados na forma de hemossiderina 
(macrófagos da MO, fígado e baço), e na forma de 
ferritina (proteína de estoque – 2/3); 5% combinado à 
transferrina no plasma (proteína de transporte). 
Na sobrecarga de Fe, o corpo aumenta a hepcidina e 
diminui a ferroportina, transportando menos Fe para o 
plasma. (Fe alto, transfusão, ferro parenteral, inflamação) 
Na deficiência de Fe, a hepcidina diminui e a 
ferroportina aumenta, transportando mais Fe para o 
plasma. (Fe baixo, anemia ferropriva, eritropoiese 
ineficaz) 
Excreção de 0,6mg/dia no suor, fezes, descamação 
celular e 1,3mg/dia na menstruação. 
 
 
É captado, interiorizado e entregue a célula sob forma 
solúvel, pelas proteínas transferrina: 
• Transferrina: sintetizada no fígado. Capta e 
transporta o Fe, impedindo toxicidade. Tem 
dois sítios de ligação que promovem maior 
afinidade nos tecidos (saturação de 
transferrina). 
• Ferritina e hemossiderina: complexo 
apoferritina + Fe (todas as células), são as 
formas de armazenamento do Fe. Cada 
molécula de ferritina transporta 4500 átomos 
de Fe. Quando agregado em grumos nos 
lisossomos é chamado de hemossiderina e 
pode estar presente nos histiocitos, nas 
células de Kupffer e no fígado. 
 
Metabolismo do ferro: na superfície apical do 
enterócito, o Fe+³ é reduzido a Fe+² pela Dcytb (enzima 
ferroredutase) e transportado para o interior do 
enterócito pela DMT1 (transportador de metal 
divalente). Dentro do enterócito ele pode ser 
armazenado como ferritina ou ser transportado ao 
plasma pela ferroportina. No plasma ele é convertido 
novamente em Fe+³ pela hefastina. 
 
 
É o processo de destruição das hemácias, que ocorre 
após 120 dias de sua formação. 
Quando chegam ao esgotamento metabólico ou 
sofrem alterações degenerativas, são removidas e 
destruídas intracelularmente no baço, fígado e MO. 
O baço identifica quais hemácias devem ser destruídas 
porque ocorre a formação de agregados de proteína de 
banda 3 com moléculas de Hb oxidada reconhecida por 
anticorpos IgG e complemento. A hemácia se decompõe 
em membrana e hemoglobina, sendo que as proteínas e 
os fosfolipídios são digeridos. 
A Hb é decomposta em globina e aa’s. o grupamento 
heme libera o ferro e forma a biliverdina, presente na 
bilirrubina direta e indireta. 
O ferro permanece no macrófago (pool de 
armazenamento) ou é transportado para o eritroblasto, 
ligado a transferrina por meio de pequenos fragmentos 
de citoplasma de macrófago para o eritroblasto 
(rofeocitose). 
 
 
Baço: local onde ocorrem as respostas imunológicas a 
antígenos da circulação. Macrófagos presentes na polpa 
vermelha filtram e retem hemácias senescentes e 
partículas estranhas ao organismo. 
Cordões esplênicos ou de Billroth: rede de células e 
fibras reticulares, com macrófagos, linfócitos T e B, 
plasmócitos, plaquetas e eritrócitos. 
S eios ou sinusóides esplênicos: células endoteliais 
envolvidas por fibras reticulares alongadas com lâmina 
basal descontinua. 
Folículos linfoides: envoltos pela zona marginal, 
possuem linfócitos T e B e macrófagos. 
Bainha linfática periarteriolar: circunda a arteríola 
central e possui linfócitos T. 
Centro germinativo: ativado por antígenos – 
corpúsculo de Malpigh. 
Se o corpo estiver em condições normais, a 
esplenectomia não altera a sobrevida das hemácias, 
porque ocorre destruição medular compensatória. 
Porém, em casos de talassemia e esferocitose, ocorre 
uma acentuada redução da hemólise e aumento da 
sobrevida das hemácias.

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