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Compostos Fitoterápicos

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Compostos Fitoterápicos
APRESENTAÇÃO
Compostos fitoterápicos são medicamentos que têm como princípio ativo as drogas vegetais, 
popularmente conhecidas como plantas medicinais. Estes compostos atuam sobre o organismo, 
proporcionando benefícios como o alívio do enjoo e das náuseas, o aumento da saciedade e a 
melhora do funcionamento intestinal.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá sobre as principais plantas com propriedades 
medicinais, a fitoterapia como uma terapia complementar, os princípios ativos fitoterápicos e os 
cuidados necessários para o seu uso.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Conhecer as principais plantas com propriedades medicinais.•
Identificar a fitoterapia como uma terapia complementar.•
Reconhecer os princípios ativos fitoterápicos e os cuidados necessários para o seu uso.•
DESAFIO
A tradição do uso das plantas medicinais com finalidade terapêutica vem sendo transmitida ao 
longo dos séculos nas diferentes sociedades. A fitoterapia se tornou cada vez mais popular, 
como alternativa aos medicamentos sintéticos. As plantas medicinais sintetizam e armazenam 
uma variedade de princípios ativos, que respondem pelos seus efeitos no manejo de sintomas, de 
prevenção e de tratamento de várias doenças.
O conhecimento dos princípios ativos da planta é essencial para entendermos o seu mecanismo 
de ação no organismo humano, a sua indicação ou contraindicação terapêutica, assim como as 
interações que esses compostos possam apresentar com medicamentos, com outros fitoterápicos 
e com alimentos.
Você é nutricionista do ambulatório materno-infantil de um hospital público. 
Clique na imagem abaixo e veja o caso clínico da paciente que recebeu nesta manhã.
 
 
Com base nesta situação hipotética, responda as questões que seguem: 
a) Identifique a planta medicinal indicada para o alívio das náuseas apresentadas por Joana, 
assim como seu princípio ativo fitoterápico e respectivo mecanismo de ação. 
b) Descreva como deve ser a sua orientação sobre o uso planta medicinal para a paciente.
INFOGRÁFICO
O reconhecimento do uso de plantas medicinais vem crescendo nas práticas de profissionais da 
saúde. Identificá-las e atentar às suas propriedades terapêuticas é um dos primeiros passos para 
que a Fitoterapia possa complementar a prescrição dietética do nutricionista.
Clique na imagem e veja as principais plantas com propriedades medicinais, suas nomenclaturas 
popular e botânica, acompanhadas de uma indicação terapêutica.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
O capítulo Compostos fitoterápicos, que faz parte do livro "Nutrição funcional e fitoterapia", 
constitui a base teórica desta Unidade de Aprendizagem e traz as principais plantas com 
propriedades medicinais, a fitoterapia como terapia complementar, os princípios ativos 
fitoterápicos e os cuidados necessários para o seu uso.
Boa leitura!
Conteúdo:
NUTRIÇÃO
FUNCIONAL E 
FITOTERAPIA
Daniela Aguirre
Luciana de 
Souza
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
S719n Souza, Luciana de.
 Nutrição funcional e fitoterapia / Luciana de Souza, 
 Daniela Graciela Aguirre Martínez. – Porto Alegre : 
 SAGAH, 2017.
 243 p. : il. ; 22,5 cm. 
 ISBN 978-85-9502-128-0
 1. Nutrição funcional. 2. Fitoterapia. I. Martínez, 
 Daniela Graciela Aguirre. II. Título.
CDU 613.2+615.322
Revisão técnica:
Sandra Muttoni
Nutricionista e Professora. Especialista em Nutrição Clínica e Dietética
pelo Instituto Metodista de Educação e Cultura (IMEC)
Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE)
Mestre em Medicina - Ciências Pneumológicas pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Iniciais_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 2 07/07/2017 16:57:24
Compostos fitoterápicos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Conhecer as principais plantas com propriedades medicinais.
  Identi� car a � toterapia como uma terapia complementar
  Reconhecer os princípios ativos � toterápicos e os cuidados necessários 
para o uso.
Introdução
Compostos fitoterápicos são medicamentos cujo princípio ativo são 
substâncias vegetais, popularmente conhecidas como plantas medicinais. 
Esses compostos atuam sobre o organismo, proporcionando benefícios 
como melhora de enjoo e náuseas, aumento da saciedade e melhora do 
funcionamento intestinal.
Neste capítulo, você vai conhecer as principais plantas com proprieda-
des medicinais, identificar a fitoterapia como uma terapia complementar 
e estudar os princípios ativos fitoterápicos e os cuidados necessários 
para o seu uso.
Principais plantas com propriedades medicinais
O Brasil tem uma das maiores biodiversidades de plantas do mundo e, por 
isso, uma grande fonte de frutas, folhas, chás e ervas medicinais. Porém, é 
necessário saber utilizar tais recursos com consciência para que seus benefícios 
sejam aplicados, pois a maioria das espécies tem substâncias tóxicas que, em 
excesso, podem oferecer mais riscos do que benefícios à saúde.
A seguir, são citadas e descritas plantas com comprovação científica e com 
liberação pelo Ministério da Saúde.
U4_C17_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 203 07/07/2017 17:05:23
  Alcachofra – Cynara scolymus
 ■ Propriedades medicinais: diurética, hipoglicemiante, hipocoles-
terolemiante e digestiva.
  Alho – Allium sativum
 ■ Propriedades medicinais: anti-inflamatório, antigripal, analgésico, 
antisséptico pulmonar e vermífugo.
  Anis ou erva-doce – Pimpinella anisum
 ■ Propriedades medicinais: combate à flatulência; antiespasmódica 
e digestiva.
  Babosa – Aloe vera e Aloe arborescens
 ■ Propriedades medicinais: laxativa e cicatrizante; ameniza a dor; 
fortalece os cabelos e é anticaspa.
  Boldo – Coleus barbatus
 ■ Propriedades medicinais: digestivo; desintoxica o fígado.
  Calêndula – Calendula officinalis
 ■ Propriedades medicinais: cicatrizante para feridas e queimaduras, 
alergias e micoses; repõe hormônios no organismo para a menopausa.
  Camomila – Matricaria chamomilla
 ■ Propriedades medicinais: anti-inflamatória, antisséptica, calmante 
e digestiva.
  Confrei – Symphytum officinale
 ■ Propriedades medicinais: cicatrizante e antisséptico de feridas 
(somente para uso externo).
  Gengibre – Zingiber officinale
 ■ Propriedades medicinais: dor de garganta, tosse e perda de voz; 
dores musculares e contusões.
  Hortelã – Mentha sp.
 ■ Propriedades medicinais: digestivo, vermífugo, analgésico e 
antiespasmódico.
  Maracujá – Passiflora alata
 ■ Propriedades medicinais: calmante, sedativo e diurético.
  Melissa – Melissa officinalis
 ■ Propriedades medicinais: calmante e digestivo; tônico para a pele.
  Sene – Cassia angustifolia
 ■ Propriedades medicinais: purgativo.
Nutrição funcional e fitoterapia204
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Existem 12 medicamentos fitoterápicos oferecidos pela rede pública de saúde em 13 
estados brasileiros e no Distrito Federal. Entre eles, estão a Aloe vera (babosa) para o 
tratamento de psoríase e queimaduras, o Salix alba (salgueiro) contra dores lombares 
e a Rhamnus purshiana (cáscara-sagrada) para prisão de ventre.
Financiados com recursos da União, estados e municípios, esses medicamentos 
podem ser manipulados ou industrializados e devem ter registro na Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os produtos são oferecidos nos seguintes estados: Acre, 
Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, 
Santa Catarina, Sergipe, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal.
Fitoterapia como uma terapia complementar
A fi toterapia é utilizada como uma terapia complementar em muitas doenças. 
Ultimamente, seu recurso terapêutico tem aumentado de forma signifi cativa, 
apresentando papel fundamental na atenção primária à saúde. Seu empregoé 
consolidado pelas diretrizes da atual Política Nacional de Medicina Natural e 
Práticas Complementares, desenvolvida pelo Ministério da Saúde.
O uso da fitoterapia no sistema de saúde pública, além de representar 
baixo custo, resgata o conhecimento popular e promove o seu uso racional, 
embasado em evidências científicas. Ao contrário de algumas décadas atrás – 
quando a maioria das evidências de “cura natural” não eram cientificamente 
comprovadas –, encontram-se, hoje, milhares de evidências sobre centenas 
de substâncias naturais e atividades terapêuticas que podem amenizar e até 
curar muitas doenças que, antes, eram consideradas incuráveis.
No Brasil, a partir da década de 1980, diversos programas de fitoterapia 
foram implantados na rede pública de saúde, com destaque para o uso em 
indivíduos em tratamento de doenças crônicas e fazendo uso de outros medi-
camentos. A Resolução Ciplan, de 1988, regulamentou a prática da fitoterapia 
no serviço público e criou procedimentos e rotinas relativas a essa prática nas 
unidades assistenciais médicas.
205Compostos fitoterápicos
U4_C17_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 205 07/07/2017 17:05:24
O Ministério da Saúde, através da Portaria nº 971, de 3 de maio de 2006, disponibiliza 
opções terapêuticas e preventivas aos usuários do SUS, como o uso de plantas medi-
cinais e medicamentos fitoterápicos. (BRASIL, 2006).
Embora existam vários estudos a respeito do uso, da toxicidade e da efi-
cácia das plantas medicinais, as pesquisas científicas ainda são precárias no 
sentido de conhecer a forma como tais plantas estão sendo usadas, quais são 
seus benefícios e como será possível capacitar os profissionais de saúde para o 
aconselhamento da utilização das plantas como medicina integrativa no SUS.
Alguns Estados e municípios desenvolveram políticas e legislações específi-
cas para o serviço de fitoterapia no SUS, disponibilizando plantas medicinais 
e/ou seus derivados, além de publicações para profissionais de saúde e para a 
população sobre o uso racional desses produtos. Já os Estados e municípios 
com menor nível de complexidade têm hortos com algumas espécies de plantas 
medicinais, que são utilizadas como fonte de matéria-prima e produção de 
mudas, sendo local, também, para educação em saúde e orientações sobre o 
uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos.
Antes que a população utilize fitoterápicos, é necessário que estes passem por vários 
processos que, no final, oferecerão formulações com indicações de uso seguro e 
adequado. Esses processos englobam química orgânica, fitoquímica (em que ocorre 
o isolamento, a purificação e a caracterização de princípio ativo), farmacologia (in-
vestigando farmacologicamente os extratos e os constituintes químicos isolados), 
química orgânica sintética (fazendo as transformações químicas de princípios ativos), 
química medicinal e farmacológica (estudando a relação estrutura/atividade e os 
mecanismos de ação dos princípios ativos) e, por fim, preparação de formulações 
para a produção do fitoterápico.
Nutrição funcional e fitoterapia206
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Princípios ativos fitoterápicos e os cuidados 
necessários para o uso
Princípios ativos fi toterápicos são compostos químicos presentes nas subs-
tâncias vegetais, responsáveis por seus efeitos terapêuticos.
A concentração dos princípios ativos depende:
  da parte utilizada da planta;
  da época da colheita;
  do local de cultivo;
  das condições de secagem.
Os princípios ativos, geralmente, são decorrentes do metabolismo se-
cundário das plantas. A seguir, são expostas as diferenças entre metabólitos 
primários e secundários:
  Metabólitos primários: estão ligados diretamente à subsistência da 
planta, como os carboidratos, aminoácidos e lipídeos.
  Metabólitos secundários: não são vitais para a sobrevivência da planta 
e variam de espécie para espécie. Muitas vezes, estão vinculados com 
a relação da planta com o meio ambiente, por exemplo, em situações 
de estresse ou meio de defesa contra predadores. São expressão da 
individualidade química e genética, tanto de forma qualitativa quanto 
quantitativa. Geralmente, são produzidos em pequenas quantidades.
Os princípios ativos podem ser classificados conforme seus grupamentos 
químicos. Alguns exemplos de grupos de princípios ativos são:
Antraquinonas
Propriedades laxantes: irritam a mucosa intestinal por ação direta, causando 
aumento do peristaltismo; bloqueiam a bomba de sódio no epitélio intestinal, 
causando diminuição da absorção de água e eletrólitos.
As antraquinonas causam cólicas abdominais, sendo contraindicadas para 
gestantes, portadores de colites crônicas e crianças com menos de 10 anos; 
também não são indicadas para utilização com medicamentos que provo-
quem ou sejam afetados por hipocalemia. O uso prolongado pode favorecer 
a ocorrência de câncer de colo. Por isso, substâncias com antraquinonas não 
207Compostos fitoterápicos
U4_C17_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 207 07/07/2017 17:05:26
devem ser utilizadas por mais de 15 dias consecutivos. Estão presentes em 
altas concentrações nas plantas. Pode-se utilizar sob a forma de pós da planta.
Flavonoides
Apresentam baixa toxicidade e são bem tolerados pelo organismo humano. 
Contam com ampla variedade de efeitos terapêuticos, mas sua atividade antio-
xidante é bastante presente. Diminuem a permeabilidade capilar e aumentam 
a resistência dos vasos. Atuam como tônicos venosos e protetores capilares. 
Além disso, fortalecem os vasos capilares e estabilizam o endotélio vascular. 
São anti-infl amatórios, diuréticos e antiespasmódicos. Melhoram o fl uxo 
coronariano e são anti-hepatotóxicos.
Taninos
  Propriedades cicatrizantes: formam uma película protetora sobre as 
lesões, facilitando a cicatrização e protegendo pele e mucosas;
  Propriedades antissépticas: agem como bactericidas e fungicidas;
  Propriedades antidiarreicas: diminuem movimentos peristálticos por 
ação anti-inflamatória da mucosa.
  Propriedades anti-hemorrágicas: precipitam proteínas plasmáticas e 
ativam fatores de coagulação.
Além das qualidades citadas, os taninos apresentam ação constritora de 
pequenos vasos, são hemostáticos e têm ação antioxidante.
Usos
  Inflamações no trato digestivo, queimaduras, faringites, hemorroidas 
e varizes.
  Antídotos para intoxicação de alcaloides (precipita os alcaloides).
Contraindicações
  Constipação, anemias e deficiências de ferro, desnutrição.
Nutrição funcional e fitoterapia208
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Cuidado
  Efeito antinutricional (como a precipitação de proteínas) se os taninos 
forem utilizados em doses excessivas.
Alcaloides
Muitos alcaloides têm ação sobre o sistema nervoso central (SNC), e alguns 
são tóxicos para o fígado. Há também aqueles que atuam no sistema nervoso 
autônomo (SNA).
Mucilagens
Propriedades
Em soluções aquosas, absorvem a água, formando uma massa viscosa e gela-
tinosa. Retêm água no intestino, evitam o ressecamento das fezes e aumentam 
o volume do bolo fecal, estimulando os movimentos peristálticos, sendo con-
sideradas laxativas. Além disso, agem como lubrifi cantes e protetoras, ou seja, 
formam um fi lme viscoso que cobre as mucosas, conferindo ação protetora e 
minimizando a ação irritante de ácidos e bactérias. São, também, protetoras 
das mucosas gástrica e respiratória, aumentando a secreção de muco.
Indicações
Dispepsia, doenças infl amatórias do trato gastrintestinal, uso tópico em lesões 
infl amadas, emolientes e hidratantes.
Contraindicações
Condições catarrais congestivas dos brônquios, pois podem diminuir o refl exo 
da tosse, difi cultando a drenagem.
 ■ Se forem submetidas à fervura prolongada, as mucilagens podem 
perder suas propriedades por degradação.
209Compostos fitoterápicos
U4_C17_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 209 07/07/2017 17:05:26
Cumarinas
Suas ações são espasmolítica,dilatadora dos vasos, sedativa central e bacte-
ricida. Podem ser simples, condensadas ou complexas:
  Simples: protetoras vasculares.
  Condensadas: anticoagulantes.
  Complexas: fotossensibilizantes, usadas no tratamento de vitiligo, 
pois agem nos melanócitos estimulando a síntese de melanina e a re-
pigmentação da pele. 
Óleos essenciais (composição múltipla)
Efeitos diversos: antiespasmódicos, expectorantes, anti-infl amatórios, bacte-
ricidas, cicatrizantes, relaxantes, sedativos e vermífugos.
Em geral, têm baixa toxicidade, pois são eliminados rapidamente do orga-
nismo, exceto em doses altas, quando se tornam neurotóxicos e convulsivantes. 
Alguns óleos podem causar sensibilização cutânea e fotossensibilização por 
uso tópico. Nesses casos, o ideal é diluir o produto.
Glicosídeos cardiotônicos
Apresentam alta especifi cidade pelo músculo cardíaco, podendo causar in-
toxicações graves. Seu uso deve ser restrito e com acompanhamento médico 
indispensável.
Os glicosídeos cardiotônicos somente devem ser usados como fitofármacos, 
pois são muito tóxicos, tendo uma margem tênue entre dose terapêutica e 
dose tóxica. Em casos de intoxicação, podem ocorrer náuseas, vômitos, visão 
borrada, arritmias graves, fibrilação ventricular e parada cardíaca.
Efeito e ações
  Efeito inotrópico positivo: aumentam a força de contração do miocárdio.
  Efeito cronotrópico negativo: diminuem a frequência cardíaca por ação 
direta vagotônica depressiva sobre o nodo sinusal e por ação indireta 
antiadrenérgica.
  Ação sobre SNC (indesejável) com estimulação dos centros do vômito 
e dos centros visuais.
Nutrição funcional e fitoterapia210
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  Ação renal: ação diurética indireta devido ao aumento do débito san-
guíneo e, consequente, aumento da filtração glomerular e eliminação 
urinária.
  Aumento do tônus simpático nos músculos em geral.
Saponinas
Propriedades
  ação emulsionante;
  ação expectorante (emulsifica e fluidifica o muco);
  ação diurética (carrega água e íons);
  ação hemolítica (mas só por via endovenosa, pois tem absorção reduzida 
no trato gastrintestinal);
  ação hipocolesterolemiante e antifúngica;
  aumento da absorção de muitas substâncias químicas e alimentares.
Contraindicações
Processos de má absorção, doença celíaca, defi ciência de vitaminas liposso-
lúveis, irritações do trato gastrintestinal.
Os vários princípios ativos fitoterápicos ainda são pouco divulgados e conhecidos 
popularmente e apresentam muitas indicações e contraindicações. Portanto, as evi-
dências científicas devem ser devidamente estudadas, e sua recomendação deve ser 
realizada somente por profissionais da saúde habilitados. Assim, os pacientes serão 
beneficiados, inclusive, com a possibilidade de redução na dosagem de medicamentos.
211Compostos fitoterápicos
U4_C17_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 211 07/07/2017 17:05:27
1. Qual planta está corretamente 
relacionada à sua propriedade 
funcional? 
a) Calêndula: cicatrizante para 
feridas e queimaduras.
b) Alcachofra: antigripal.
c) Alho: diurético.
d) Babosa: analgésico.
e) Boldo: vermífugo.
2. É um medicamento fitoterápico 
oferecido pela rede pública 
brasileira: 
a) Anticoncepcional.
b) Aloe vera.
c) Estatina.
d) Inibidor da bomba de próton.
e) Penicilina.
3. Sobre a fitoterapia na rede pública 
no Brasil é correto afirmar: 
a) Fitoterapia foi implantada 
na rede pública do Brasil 
na década de 90.
b) Ao ser implantada na rede 
pública, a fitoterapia teve 
seu custo aumentado.
c) Portaria nº 971, do Ministério 
da Saúde, disponibiliza opções 
terapêuticas e preventivas 
para usuários do SUS.
d) Os últimos pacientes a se 
beneficiarem no tratamento 
com fitoterápicos foram os 
portadores de doenças crônicas.
e) Desconsiderou o conhecimento 
popular em prol do científico.
4. Quanto à concentração dos 
princípios ativos fitoterápicos, 
podemos afirmar: 
a) Tem igual concentração em 
todas as partes de uma planta.
b) Tem igual concentração em 
todas as épocas de colheita.
c) Tem igual concentração em 
todos os locais onde é cultivado.
d) A concentração é 
decorrente do metabolismo 
secundário das plantas.
e) A concentração é 
independente do metabolismo 
secundário das plantas.
5. Sobre o grupo de princípio ativo 
“Mucilagem”, qual alternativa está 
correta? 
a) Causam cólicas abdominais, 
sendo contra-indicados 
para gestantes.
b) Melhoram o fluxo coronariano.
c) Tem ação antioxidante.
d) Atua no Sistema Nervoso 
Central (SNC).
e) Retém água no intestino, 
evitando o ressecamento 
das fezes.
Nutrição funcional e fitoterapia212
U4_C17_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 212 07/07/2017 17:05:28
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 971, de 03 de maio de 2006. Aprova a Política 
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de 
Saúde. Brasília, DF, 2006. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2006/prt0971_03_05_2006.html>. Acesso em: 20 jun. 2017.
Leituras recomendadas
ANTONIO, G. D.; TESSER, C. D.; MORETTI-PIRES, R. O. Fitoterapia na atenção primária 
à saúde. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 48, n. 3, p. 541-553, 2014. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v48n3/pt_0034-8910-rsp-48-3-0541.pdf>. Acesso 
em: 20 jun. 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Aten-
ção Básica. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na 
Atenção Básica. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégi-
cos. Departamento de Assistência Farmacêutica. A fitoterapia no SUS e o Programa 
de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos. Brasília, DF: Ministério 
da Saúde, 2006. 
BRASILEIRO, B. G. et al. Plantas medicinais utilizadas pela população atendida no 
“Programa de Saúde da Família”, Governador Valadares, MG, Brasil. Revista Brasileira de 
Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v. 44, n. 4, out./dez. 2008. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/rbcf/v44n4/v44n4a09.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2017.
BRUNING, M. C. R.; MOSEGUI, G. B. G.; VIANNA, C. M. de M. A utilização da fitoterapia 
e de plantas medicinais em unidades básicas de saúde nos municípios de Cascavel 
e Foz do Iguaçu – Paraná: a visão dos profissionais de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 
Rio de Janeiro, v. 17, n. 10, p. 2675-2685, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/csc/v17n10/17.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2017.
FERRO, D. Fitoterapia: conceitos clínicos. São Paulo: Atheneu, 2006. 
FRANÇA, I. S. X. de et al. Medicina popular: benefícios e malefícios das plantas me-
dicinais Medicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinais. Revista 
Brasileira de Enfermagem, Brasília, DF, v. 61, n. 2, p. 201-208, mar./abr. 2008. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v61n2/a09v61n2.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2017. 
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Paulinia, SP, v. 8, p. 39-41, 2006. Disponível em: <http://www.bioethicus.com.br/d_ar-
tigos/1182908606.pdfc
Referência
213Compostos fitoterápicos
U4_C17_Nutrição funcional e fitoterapia.indd 213 07/07/2017 17:05:28
OLIVEIRA, L. A. R.; MACHADO, R. D.; RODRIGUES, A. J. L. Levantamento sobre o uso 
de plantas medicinais com a terapêutica anticâncer por pacientes da Unidade On-
cológica de Anápolis. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v. 16, n. 1, p. 
32-40, 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbpm/v16n1/a05v16n1.pdf>. 
Acesso em: 20 jun. 2017.
PORTAL BRASIL. SUS tem fitoterápicos para doenças simples. 09 nov. 2012. Disponível 
em: <http://www.brasil.gov.br/saude/2012/11/sus-tem-fitoterapicos-para-doencas-
-simples>. Acesso em: 20 jun. 2017.
RODRIGUES, A. G.; SANTOS, M. G.; SIMONI, C. de. Fitoterapia na saúde dafamília. In: 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE (Org.). Programa 
de Atualização em Medicina de Família e Comunidade (PROMEF). Porto Alegre: Artmed; 
Panamericana, 2011. p. 131-165.
SANTOS, R. L. et al. Análise sobre a fitoterapia como prática integrativa no Sistema 
Único de Saúde. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, SP, v. 13, n. 4, p. 
486-491, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbpm/v13n4/a14v13n4.
pdf>. Acesso em: 20 jun. 2017.
SILVESTRE NETO, J. et al. A fitoterapia como terapêutica complementar no tratamento 
do Alzheimer. Revista de Ciências da Saúde Nova Esperança, João Pessoa, v. 12, n. 2, dez. 
2014. Disponível em: <http://www.facene.com.br/wp-content/uploads/2010/11/A-
-fitoterapia-como-terap--utica-complementar-PRONTO.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2017.
Nutrição funcional e fitoterapia214
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da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
A prática da fitoterapia pelo nutricionista exige questionamentos de alguns aspectos relativos ao 
seu exercício profissional, tendo em vista o amplo domínio de conhecimentos e de habilidades 
que estão ausentes ou são abordados de forma superficial durante o curso de graduação do 
nutricionista.
Demandando do profissional a habilitação adequada para essa prática, como cursos de 
especialização reconhecidos na área da Fitoterapia, assegura-se que essa terapêutica seja 
efetivamente aliada à intervenção nutricional proposta.
Acompanhe no vídeo a importância de conhecer sobre os fitoterápicos e as interações que 
podem ocorrer com os demais medicamentos e alimentos.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Qual planta está corretamente relacionada à sua propriedade funcional?
A) a) Calêndula: cicatrizante para feridas e queimaduras.
B) b) Alcachofra: antigripal.
C) c) Alho: diurético.
D) d) Babosa: analgésico.
E) e) Boldo: vermífugo
2) É um medicamento fitoterápico oferecido pela rede pública brasileira:
A) a) Anticoncepcional.
B) b) Aloe vera
C) c) Estatina.
D) d) Inibidor da bomba de próton.
E) e) Penicilina.
3) Sobre a fitoterapia na rede pública no Brasil é correto afirmar que:
A) a) A fitoterapia foi implantada na rede pública do Brasil na década de 1990.
B) b) Ao ser implantada na rede pública, a fitoterapia teve seu custo aumentado.
C) c) A Portaria No 971, do Ministério da Saúde, disponibiliza opções terapêuticas e 
preventivas para usuários do SUS.
D) d) Os últimos pacientes a se beneficiarem no tratamento com fitoterápicos foram os 
portadores de doenças crônicas.
E) e) Desconsiderou o conhecimento popular em prol do científico.
4) Quanto à concentração dos princípios ativos fitoterápicos, podemos afirmar que:
A) a) Tem igual concentração em todas as partes de uma planta.
B) b) Tem igual concentração em todas as épocas de colheita.
C) c) Tem igual concentração em todos os locais onde é cultivado.
D) d) A concentração é decorrente do metabolismo secundário das plantas.
E) e) A concentração é independente do metabolismo secundário das plantas.
5) Sobre o grupo de princípio ativo “Mucilagem”, qual alternativa está correta?
A) a) Causa cólicas abdominais, sendo contraindicado para gestantes.
B) b) Melhora o fluxo coronariano.
C) c) Tem ação antioxidante.
D) d) Atua no SNC (sistema nervoso central).
E) e) Retém água no intestino, evitando o ressecamento das fezes.
NA PRÁTICA
O nutricionista tem o papel de contribuir na promoção, na recuperação e na manutenção da 
saúde de indivíduos ou de comunidades (sadias ou enfermas) por meio de atividades de 
alimentação e de nutrição nas suas diversas áreas de atuação. As plantas medicinais vêm sendo 
utilizadas pelo homem com finalidades terapêuticas desde os tempos mais remotos e, com o 
avanço da Etnofarmacologia, tem sido possível legitimar e aprimorar esta prática.
Ao nutricionista, a adoção desse recurso está determinada legalmente pelo seu conselho 
profissional, como estratégia complementar à prescrição dietética, desde que os critérios de 
eficácia e de segurança do uso da fitoterapia apresentem embasamento científico relevante.
Após assistir a um programa de televisão sobre os fitoterápicos e a perda de peso, Josiane 
resolveu agendar uma consulta com o nutricionista, já que apresenta excesso de peso.
Durante o atendimento, Josiane revelou que queria emagrecer, explicou ao nutricionista que 
ficou bastante motivada com o que viu na televisão e que, desta vez, acreditava que ficaria 
magra em pouco tempo com o uso do fitoterápico. A abordagem do nutricionista consistiu em 
esclarecer para Josiane que o foco da sua assistência nutricional é o ALIMENTO, não o 
fitoterápico.
Cique na imagem abaixo e veja a explicação passo a passo do planejamento do nutricionista.
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Plantas medicinais utilizadas pela população atendida no “Programa de Saúde da 
Família”, Governador Valadares, MG, Brasil.
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Levantamento sobre o uso de plantas medicinais com a terapêutica anticâncer por 
pacientes da Unidade Oncológica de Anápolis.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Fitoterapia na atenção primária à saúde.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Medicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinais
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
A utilização da fitoterapia e de plantas medicinais em unidades básicas de saúde nos 
municípios de Cascavel e Foz do Iguaçu – Paraná: a visão dos profissionais de saúde.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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