FARMACOGNOSIA PURA III MÉTODOS DE ANÁLISES FITOQUÍMICA

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MÉTODOS DE ANÁLISES
FITOQUÍMICAS
APRESENTAÇÃO
Olá!
Sabe-se que a fitoterapia, ou o uso popular de plantas medicinais como primeiro recurso
terapêu�co, tem grande relevância social e econômica, principalmente entre as
comunidades de baixa renda de vários países. Isso acontece porque, quando comparados
com os medicamentos alopá�cos, os fitoterápicos apresentam alta disponibilidade,
reduzidos efeitos colaterais e baixo custo.
No Brasil, essa realidade também é muito comum, em grande medida porque boa parte da
população tem grande dificuldade em acessar os serviços básicos de saúde pública. Além
disso, o consumo de produtos fitoterápicos tem aumentado muito entre as pessoas mais
idosas e preocupadas com a própria saúde.
Portanto, a inves�gação, o resgate de informações de uso popular e a correta iden�ficação
de plantas medicinais na�vas con�nuam sendo importantes, não só devido ao potencial
econômico e social, mas também pelo risco de perda da rica biodiversidade do país por ação
de crescentes desmatamentos e queimadas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender algumas técnicas para fracionar, isolar,
caracterizar e purificar as principais classes de metabólitos secundários potencialmente
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presentes em algumas plantas medicinais com excelentes propriedades terapêu�cas.
Bons estudos.
Ao �nal desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Listar as diferentes reações químicas de caracterização de metabólitos secundários de
origem vegetal. 
Explicar as etapas de fracionamento, isolamento e purificação de metabólitos. 
Descrever as principais técnicas para a avaliação da presença e a quan�ficação dos
principais metabólitos secundários: processos cromatográficos e eletroforé�cos.
DESAFIO
Segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a situação do setor
da saúde no Brasil, cerca de 19% dos medicamentos disponíveis no mercado do país são
ilegais. Ou seja, a es�ma�va é de que, a cada 100 medicamentos que são vendidos em
farmácias, feiras, ambulantes, inclusive pela Internet, 20 são falsificados.
Muitos deles chegam de países como Paraguai, China e Índia, muitas vezes como matéria-
prima (princípio a�vo) que segue para laboratórios clandes�nos, sem condições mínimas
de higiene e controle de qualidade. Segundo o estudo da OMS, a falsificação de tais
substâncias já matou cerca de 700 mil pessoas no mundo em 2014.
Nesse sen�do, as análises para verificar a auten�cidade das matérias-primas vegetais para
produção de medicamentos se tornam ainda mais importantes. Uma maneira fácil e barata
para a iden�ficação adequada em princípios a�vos vegetais é a triagem fitoquímica. Essa
triagem é capaz de iden�ficar classes fitoquímicas de interesse presentes nas amostras.
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Assim, para averiguar a possibilidade de se tratar das plantas medicinais de interesse, a
triagem fitoquímica é capaz de assegurar a matéria prima ques�onável possa se tratar da
planta de interesse. 
Desenvolva um fluxograma para cada amostra abordando os possíveis testes de triagem
gerais e específicos e os resultados desejáveis para a confirmação das classes terapêu�cas
presentes nas amostras A, B e C respec�vamente.
INFOGRÁFICO
Em sua maioria, as matérias-primas de origem vegetal para a produção de medicamentos
são misturas cons�tuídas por diferentes classes de metabólitos secundários e, caso seja
necessário iden�ficar ou purificar algum desses compostos, é recomendado u�lizar técnicas
mais sofis�cadas e específicas, como a cromatografia gasosa (CG) e a eletroforese capilar
(EC).
Neste Infográfico, você poderá comparar as principais caracterís�cas dessas duas técnicas e
avaliar qual é a melhor para atender a determinada situação.
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CONTEÚDO DO LIVRO
A polí�ca de saúde pública vigente no Brasil preconiza a popularização do uso racional de
plantas medicinais e fitoterápicas, principalmente na atenção primária, de forma eficaz,
segura e por meio de prá�cas que colaborem com a preservação da nossa valiosa
biodiversidade.
No capítulo Métodos de análises fitoquímicas, da obra Farmacognosia pura, você poderá
alcançar tais obje�vos ao conhecer técnicas fitoquímicas simples e de baixo custo usadas
para fracionamento, isolamento, purificação e caracterização química de extratos vegetais de
interesse terapêu�co.
Boa leitura. 
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DICA DO PROFESSOR
A fitoterapia tem grande relevância social e econômica para boa parte da população
brasileira, seja pela falta generalizada de serviços básicos de saúde, seja pela facilidade de
acesso, pelos reduzidos efeitos colaterais dos fitoterápicos e das plantas medicinais e,
inclusive, por seu baixo custo de aquisição. Portanto, um ponto importante com relação ao
uso de plantas medicinais, seja de forma caseira para o tratamento de doenças ou para a
produção industrial de fitoterápicos, é a correta iden�ficação do material vegetal a ser
u�lizado.
Veja na Dica do Professor técnicas e exemplos para iden�ficar corretamente uma planta
medicinal e evitar efeitos indesejáveis, tóxicos ou fatais. 
Conteúdo disponível na plataforma virtual de ensino. Con�ra!
EXERCÍCIOS
1) Devido à rica biodiversidade do Brasil, há grande oferta de plantas medicinais e
medicamentos fitoterápicos. Por isso, é muito importante verificar a auten�cidade da
planta que será u�lizada, comparando os seus principais caracteres morfoanatômicos com
ilustrações presentes em farmacopeias ou consultando alguma hexicata existente. Além
disso, informações sobre cores, formas, texturas e odor caracterís�co do seu material
também ajudam na correta iden�ficação. Pode-se dizer que esse �po de iden�ficação do
material vegetal se trata de: 
a) análise bibliográfica.
b) análise microscópica.
c) análise macroscópica.
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d) análise etnobotânica.
e) análise organolép�ca.
2) Os extratos ob�dos de fontes vegetais são cons�tuídos por centenas de compostos
bioa�vos, os chamados metabólitos secundários, mas apenas alguns deles são de fato os
responsáveis pelo efeito terapêu�co de uma planta medicinal, como os alcaloides, por
exemplo. Para verificar a presença de alcaloides em um extrato de origem vegetal, qual
dos reagentes a seguir é o mais recomendado para essa análise?
a) Reagente de Bronträger.
b) Reagente de Lieberman-Buchard.
c) Reagente de Bertrand.
d) Reagente de murexida.
e) Reagente de vanilla clorídrica.
3) Durante a análise de determinada matéria-prima por meio de cromatografia em camada
delgada, para se obter boa separação e observação das manchas correspondentes aos
compostos de interesse, é importante ajustar algumas condições experimentais de acordo
com as propriedades �sico-químicas dos compostos a serem analisados. Considerando a
análise de um triterpeno de caráter apolar por cromatografia em camada delgada, quais
devem ser, respec�vamente, a melhor fase estacionária e o melhor reagente para sua
caracterização qualita�va?
a) Fase normal e Bronträger.
b) Fase normal e Lieberman-Buchard.
c) Fase reversa e murexida.
d) Fase normal e Bertrand . 
e) Fase reversa e Lieberman-Buchard.
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4) Sabe-se que as fases móveis usadas para cromatografias por adsorção têm dupla função:
como solventes, solubilizar os componentes da amostra e, como eluentes, conduzir os
componentes da amostra de interesse e ao mesmo tempo removê-los (dessorver) da fase
estacionária. Assim, observando a figura a seguir, iden�fique quais são as prováveis fases
móveis usadas, respec�vamente, nas cromatoplacas 1 e 2, sabendo que a amostra A é um
composto apolar e a amostra B é polar. 
a) Metanol e clorofórmio.
b) Hexano e etanol.
c) Acetona e éter.
d) Éter e benzeno .
e) Metanol e tolueno.
5) A eletroforese capilar é uma técnica ú�l para inves�gar grande variedade de amostras,
desde moléculas pequenas e mais simples até moléculas mais volumosas e complexas.
Além disso, possibilita automação e detecção on-line, o que a torna uma técnica rápida,
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versá�l, de baixo custo, com alto poder de resolução e consumo mínimo de reagentes e
solventes. O grande diferencial dessa técnica é a possibilidade de purificar e caracterizar:
a) compostos voláteis.
b) macromoléculas apolares.
c) compostos de baixa massa.
d) macromoléculas carregadas.
e) macromoléculas neutras.
NA PRÁTICA
Sabe-se que os extratos vegetais ob�dos pela maioria dos métodos de extração são misturas
complexas cons�tuídas por diferentes classes de metabólitos secundários, dentre os quais
é possível encontrar alguma molécula com elevado potencial terapêu�co, principalmente
quando a planta tem histórico de uso popular em alguma comunidade. 
 Assim, para constatar de modo preliminar a presença de determinado composto bioa�vo de
interesse, é sempre recomendado analisar uma amostra do extrato por cromatografia
analí�ca, um ensaio simples, rápido e de baixo custo.
Que tal preparar uma cromatografia analí�ca e observar o perfil fitoquímico de alguns
vegetais que você tem na cozinha? Veja a experiência a seguir.
 
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do
professor:
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Revisões em processos e técnicas avançadas de isolamento e determinação estrutural de
a�vos de plantas medicinais 
Neste livro, você vai conhecer mais detalhes sobre técnicas de isolamento e determinação
estrutural de metabólitos secundários de plantas medicinais. 
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Eletroforese capilar 
A eletroforese capilar, uma técnica especial para isolamento e purificação de compostos
químicos de fontes naturais, foi inicialmente desenvolvida pelo químico Arne Tiselius para o
estudo de proteínas em soro, trabalho reconhecido com o prêmio Nobel em 1948. Para
saber mais sobre essa técnica, leia o ar�go a seguir. 
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Farmacognosia: do produto natural ao medicamento 
Leia o Capítulo 10 deste livro para aprender um pouco mais sobre métodos de extração de
matéria-primade origem vegetal. 
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