Buscar

SP4- UNIDADE IX- RELATORIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSO DE MEDICINA 
TUTORIA 3º ETAPA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SITUAÇÃO PROBLEMA 4: “Ainda me lembro...” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINEIROS/GO 
2021 
 1 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS 
CURSO DE MEDICINA 
TUTORIA VII 
 
 
 
 
SITUAÇÃO PROBLEMA 4: “Ainda me lembro...” 
 
 
 
Maria Clara Trettel de Oliveira 
Mariana Oliveira Fernandes 
Matheus Fleury Alves 
Mydian Gabriela S. Fernandes 
Nathalia Martins Carneiro 
Natália Hugueney Hidalgo 
Rafaella Ciconello Dal Molin (relatora) 
Sara Leite Lira Santos 
Victor Rodrigues de Souza 
Vinícius de Moraes Laabs 
Vinícius de Souza Fernandes Vieira 
Vitoria Macedo Falcão Ferreira 
Tamillis Martins Barbosa 
Willy Johnny Araújo 
 
 
Docente: Dr. Carolina Chelatka 
Fernandes 
 
 
 
MINEIROS/GO 
2021 
 2 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 
2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 4 
2.1. OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 4 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 4 
3. DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 5 
3.1. RECONHECER O ENVELHECIMENTO FISIOLÓGICO DOS SISTEMAS 
NERVOSO, GENITO-URINÁRIO E ENDÓCRINO .............................................................. 5 
3.2. DESCREVER AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA SENESCÊNCIA DOS 
SISTEMAS NERVOSO. ....................................................................................................... 9 
3.3. DESCREVER AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA SENESCÊNCIA 
ENDÓCRINO. .................................................................................................................... 11 
3.4. DESCREVER AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA SENESCÊNCIA GENITO-
URINÁRIO MASCULINO E FEMININO. ............................................................................ 13 
3.5. RECONHECER A EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS DEGENERATIVAS 
NEUROLÓGICAS E GENITO-URINÁRIAS PREVALENTES NO IDOSO. ........................ 14 
3.6. DIFERENCIAR OS ASPECTOS CLÍNICOS, FISIOPATOLÓGICOS E 
EPIDEMIOLÓGICOS DAS DEMÊNCIAS VASCULARES E DA DOENÇA DE ALZHEIMER.
 ................................................................................................................................ 15 
3.7. DESCREVER OS TESTES CLÍNICOS UTILIZADOS NAS AVALIAÇÕES 
GERIÁTRICAS. .................................................................................................................. 20 
3.8. CARACTERIZAR AS ALTERAÇÕES GÊNITO-URINÁRIAS PREVALENTES NO 
IDOSO (MASCULINO E FEMININO) E SUAS FORMAS DE PREVENÇÃO E 
ABORDAGEM (HPB, CA DE PRÓSTATA E PERDA INV. DE URINA). ............................ 26 
3.9. DISCUTIR A IMPORTÂNCIA DA SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE. ........... 28 
3.10. DISCUTIR ACERCA DA NECESSIDADE DE INTERNAÇÃO PARA CUIDADOS 
DOS IDOSOS E AS CONSEQUÊNCIAS PSICOSSOCIAIS PARA ESTES. ..................... 29 
3.11. DISCUTIR OS EXAMES LABORATORIAIS EMPREGADOS NO DIAGNÓSTICO 
DE INFECÇÃO URINÁRIA, HIPERPLASIA DE PRÓSTATA E HIPOTIREOIDISMO. ....... 31 
4. CONCLUSÃO .................................................................................................... 34 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
1. INTRODUÇÃO 
 
O presente relatório refere-se à situação problema 4 “AINDA ME LEMBRO...”, que 
retrata assuntos relacionados ao envelhecimento do Sistema Nervoso Central, gera 
destaque sobre os termos senilidade e senescência, além de abordar temas como o 
envelhecimento do Sistema Geniturinário, a importância da sexualidade na terceira 
idade, uma vez que é algo pouco discutido na sociedade e as alterações fisiológicas 
da senescência endócrino. 
Além disso, permitiu ser abordado os contextos sobre a hiperplasia prostática, 
câncer de próstata e incontinência urinária feminina, quanto ao quadro clínico, as 
formas de prevenção e abordagem dessas doenças, destaca-se também o estudo 
sobre as diferenças dos aspectos clínicos, fisiopatológicos e epidemiológicos da 
demência vascular e doença de Alzheimer. 
Por fim, a importância dos testes clínicos utilizados nas avaliações geriátricas 
e as consequências psicossociais para os idosos em instituições de longa 
permanência. Assim, traçamos objetivos referentes a esses assuntos, os quais 
discutiremos a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
2. OBJETIVOS 
 
2.1. OBJETIVO GERAL 
 
Reconhecer o envelhecimento fisiológico dos sistemas nervoso, genito-urinário 
e endócrino. 
 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
1) Reconhecer o envelhecimento fisiológico dos sistemas nervoso, genito-urinário 
e endócrino. 
2) Descrever as alterações fisiológicas da senescência dos sistemas nervoso. 
3) Descrever as alterações fisiológicas da senescência endócrino. 
4) Descrever as alterações fisiológicas da senescência genito-urinário masculino 
e feminino. 
5) Reconhecer a epidemiologia das doenças degenerativas neurológicas e genito-
urinárias prevalentes no idoso. 
6) Diferenciar os aspectos clínicos, fisiopatológicos e epidemiológicos das 
demências vasculares e da doença de Alzheimer. 
7) Descrever os testes clínicos utilizados nas avaliações geriátricas. 
8) Caracterizar as alterações gênito-urinárias prevalentes no idoso (masculino e 
feminino) e suas formas de prevenção e abordagem (HPB, CA de próstata e 
perda inv. de urina). 
9) Discutir a importância da sexualidade na terceira idade. 
10) Discutir acerca da necessidade de internação para cuidados dos idosos e as 
consequências psicossociais para estes. 
11) Discutir os exames laboratoriais empregados no diagnóstico de infecção 
urinária, hiperplasia de próstata e hipotireoidismo. 
 
 
 5 
3. DESENVOLVIMENTO 
 
3.1. Reconhecer o envelhecimento fisiológico dos sistemas nervoso, 
genito-urinário e endócrino 
 
SISTEMA NERVOSO 
O sistema nervoso central (SNC) é o sistema biológico mais comprometido com 
o processo do envelhecimento, já que desempenha inúmeras funções, tanto 
relacionais (sensações, movimentos, funções psíquicas), quanto vegetativas 
(biológicas internas). Tal acometimento é digno de preocupação, já que a constituição 
do SNC são, em suma, unidades morfofuncionais pós-mitóticas sem possibilidade 
reprodutora, disposta e compostas de propriedades anatômicas e moleculares 
altamente especializadas, um dos pré-requisitos para a aquisição de cognição. Os 
danos decorrentes do processo de envelhecimento sofrem influência de fatores 
intrínsecos (ex. genético, gênero, circulatório, metabólico, psicológico e radicais livres) 
e extrínsecos (ex. ambiente, sedentarismo, tabagismo e uso de drogas) (FREITAS et 
al., 2013). 
A quebra do mecanismo neuronal integrado, em consequência do 
envelhecimento, é a soma de inúmeras mudanças que ocorrem em variados locais do 
sistema nervoso. Alterações mais significativas, de acordo com FREITAS et al. (2013), 
que ocorrem no envelhecimento são: 
• Declínio do metabolismo da glicose (gera consequências metabólicas, como 
redução de suprimento aos neurônios e interferência na síntese de 
neurotransmissores); 
• Depósito de lipofucsina nas células nervosas, depósito amiloide nos vasos 
sanguíneos e células, aparecimento de placas senis e emaranhados 
neurofibrilares (perda do citoesqueleto (hiperfosforilação da proteína tau) 
normal de microtúbulos e neurofilamentos); 
• Neuróglia - hiperplasia e hipertrofia dos astrócitos, com maior população de 
astrócitos nas áreas de atrofia dos giros; 
• Angiopatia amiloide cerebral; 
• Redução do RNA citoplasmático (associado à redução da substância de Nissl) 
 
 6 
Alterações no SNC 
• Cérebro -atrofia, diminuição de peso e de volume. Entretanto, é importante 
destacar que a perda de peso cerebral não é exclusivamente correlacionada 
com a inteligência 
o Sulcos corticais - alargamento e aprofundamento; 
o Córtex - redução do volume do córtex para-hipocampal, no núcleo 
lentiforme (maior decréscimo) e núcleo caudado. Redução da largura 
dos giros; 
o Substância branca - redução nas partes mais anteriores do corpo 
caloso, perda de grandes e pequenos neurônios e/ou retração dos 
grandes neurônios corticais; 
o Ventrículos, cisternas basais e fissuras - alargamento e aumento do 
volume médio; 
o Liquor – aumento; 
o Meninges – espessamento; 
• Cerebelo - diminuição do peso e atrofia das três camadas corticais; 
• Núcleos da base - redução do número de neurônios do corpo estriado; 
• Tálamo - perda de neurônios do núcleo anterior; 
• Tronco cerebral – atrofia, diminuição numérica de neurônios (núcleo facial), 
redução do volume (núcleo coclear); 
• Medula espinal - perda de neurônios motores e perda de fibra das raízes dos 
nervos espinais; 
Alterações de neurotransmissores e enzimas correlatas (a maior parte diminui) 
o Acetilcolinia (ACh) - diminui 
o Acetilcolinesterase (AChE) - diminui (11 a 85%) 
o Enzima colina-acetiltransferase (CAT) – diminui (40 a 65%) 
o Dopamina (DA) - diminui 
o Tirosina hidroxilase (TH) – diminui (48%) - (catalizador da formação 
de L-DOPA) 
o L-aminoácido aromático descarboxilase (DDC) - diminui - (enzima 
síntese de seratonina) 
o Seratonina (5HT) - diminui 
o Ácido gama-aminobutírico (GABA) - diminui 
 7 
o GABA transaminase (GABA-T) – diminui – (catalizador) 
o Glutamato (GLUT) - diminui 
o Monoamina oxidase (MAO-A e MAO-B) - aumenta – (degradar 
monoaminas) 
 
O cérebro detém capacidade que podem minimizar algumas dessas alterações 
adversas (FREITAS, et al., 2013). 
• Redundância – apresentar mais células nervosas do que o necessário para 
desempenhar funções; 
• Mecanismos compensadores, quando há lesão ao cérebro, são mais 
eficientes quanto mais altos forem os centros atingidos; e 
• Plasticidade cerebral, capacidade adaptativa de reorganização estrutural e 
funcional de conexões sinápticas. 
 
SISTEMA GENITURINÁRIO 
 
A estabilidade da função renal é de suma importância para garantir um 
envelhecimento bem-sucedido, com preservação da qualidade de vida; isto deve-se 
ao caráter funcional do rim na manutenção do meio interno, e correlação com demais 
mudanças orgânicas e tentativas de ajustes terapêuticos, já que os rins processam e 
excretam substâncias. Devido a estas funções, é difícil separar o envelhecimento 
biológico e do patológico, já que vários fatores influem sobre esse processo, entre eles 
há os hábitos de vida (alimentação rica em sódio, tabagismo, sedentarismo e 
alcoolismo) e algumas disfunções do organismo como aterosclerose sistêmica, 
hipertensão arterial sistêmica e intolerância à glicose (FREITAS et al., 2013). 
 
Alterações morfofuncionais 
• Redução do peso; 
• Diminuição da área de filtração glomerular (redução do número e volume dos 
glomérulos, 7° década de vida conta com 1/3 do total ao nascimento); 
• Deterioração glomerular (espessamento da membrana basal), no caso dos 
justamedulares, ao desaparecerem, os vasos formam um shunt vascular; 
 8 
• Perda de estruturas corticais (com consequências como atrofia, esclerose e 
hiperplasia de vasos, glomérulos, túbulos e interstício renal) 
• Modificações vasculares – esclerose, diminuição da luz, perda de 
elasticidade; com consequente menor aporte sanguíneo; 
• Diminuição do ritmo de filtração glomerular, a partir da 5° década, menos 1% 
ao ano; 
• Aumento da ureia plasmática; 
• Menor capacidade de reserva renal (capacidade de os rins responderem aos 
estímulos de trabalho da filtração glomerular); 
• Balanço de sódio - resposta mais lenta aos estímulos que impõem uma 
restrição ou sobrecarga salina, implica consequências sobre o balanço de 
potássio, com limitação da eliminação; 
• Nível basal de renina e aldosterona reduzido. 
 
Ademais, o envelhecimento da bexiga é de importante observação, já que se 
trata de um órgão de armazenamento de urina, os comprometimentos morfofuncionais 
do mesmo trazem consequências biológicas, psíquicas e sociais. A bexiga como os 
demais órgãos acaba tendo substituição de firas musculares por de colágeno, 
implicando perda de elasticidade e menor força de contração, tal ponto associado com 
o desarranjo dos músculos estriados (voluntários) e lisos (autônomo) permite o 
aparecimento de eventos como a incontinência urinária. Outro ponto a se salientar é 
que as alterações da bexiga e da uretra permitem maior pré-disponibilidade para 
infecções urinárias (em especial, nas mulheres); a bexiga ainda está vulnerável, nos 
homens, quanto ao aumento prostático que implica menor capacidade de reserva 
(FREITAS et al., 2013). 
 
SISTEMA ENDÓCRINO 
O declínio da secreção espontânea dos hormônios do crescimento e sexuais é 
frequentemente referido como somatopausa, menopausa e andropausa. Têm-se que 
as alterações do sistema endócrino provenientes do passar dos anos levariam ao 
próprio envelhecimento, à deterioração orgânica e interferências no sistema 
imunológico (FREITAS et al., 2013). 
 9 
De acordo com FREITAS et al. (2013), entre as alterações do sistema 
endócrino se tem a diminuição da reserva funcional dos órgãos, redução dos linfócitos 
T supressores, aumento de autoanticorpos, diminuição das respostas pré e pós-
receptores, além da variação dos valores referenciais. Quanto aos hormônios em si, 
há as seguintes mudanças: 
• GH – diminui; 
• TSH – diminui nos homens; 
• ACTH – nível basal tem leve aumento; 
• Alteração na periodicidade da melatonina; 
• LH e FSH (gonadotrofinas) – aumentam; 
• Hormônios tireoidianos (T4 e T3) – leve aumento; 
• Cortisol – diminui 
• Aldosterona – diminui 
• Hormônios calcitróficos – paratormônio aumenta – calcifediol (25 
(OH) vit. D) e calcitriol (1,25(OH) vit. D) diminuem; 
• Testosterona total e livre – diminuem; 
• DHT – reduz; 
• Estradiol – diminui; 
• Estrona – diminui. 
 
3.2. Descrever as alterações fisiológicas da senescência dos sistemas 
nervoso. 
 
Segundo a Organização Pan-Americana de saúde o envelhecimento é “um 
processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, 
de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma 
espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do 
meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte”, o processo de 
envelhecimento pode ser dividido em dois, a senilidade e a senescência – processo 
natural, de diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos. (FREITAS, 
2002) 
O sistema nervoso central (SNC) é o sistema biológico mais comprometido com 
o processo do envelhecimento, pois é o responsável pela vida de relação (sensações, 
 10 
movimentos, funções psíquicas, entre outros) e pela vida vegetativa (funções 
biológicas internas). As células nervosas, os neurônios, e as células de apoio, as 
células gliais (astrócitos e oligodendrócitos), estão sujeitas a danos no decorrer do 
processo do envelhecimento por meio de fatores intrínsecos (genético, gênero, 
circulatório, metabólico, radicais livres etc.) e extrínsecos (ambiente, sedentarismo, 
tabagismo, uso de drogas ilícitas, radiações etc.), que não deixam de exercer uma 
ação deletéria com o decorrer do tempo. Sinais de deficiências funcionais vão 
aparecendo de maneira discreta no decorrer da vida de um indivíduo que envelhece, 
sem comprometer a sua vida de relação, suas atividades pessoais, gerenciais, 
executivas etc., e que podem ser considerados como envelhecimento saudável 
(senescência): apesar de existirem danos, a sua intensidade é muito menor. 
(FREITAS, 2002) 
Conforme o envelhecimento, o peso e o volume do cérebro diminuem por perda 
neuronal. Ocorrenas células nervosas, bem como em outras células do organismo, 
acúmulo de uma substância chamada lipofuscina. Por muito tempo estudou-se esse 
pigmento como um provável marcador do envelhecimento. Observam-se também 
depósito de substância beta-amiloide na parede dos vasos e a formação de algumas 
placas senis em determinadas regiões, como o hipocampo. Quando essas placas são 
encontradas em grande quantidade e difusas por todas as regiões cerebrais, 
associadas ao quadro de demência, diagnostica-se a doença de Alzheimer. 
(FREITAS, 2002) 
Apesar da redução da massa encefálica que acompanha o processo de 
envelhecimento, as funções mentais permanecem preservadas até o final da vida. 
Contudo, a memória para fatos recentes e a capacidade de reter novas informações 
podem diminuir com a idade, mas nunca com tal intensidade que comprometa as 
atividades socioeconômicas e a vida familiar. Se isso acontece, deve-se pesquisar 
uma doença como causa. (FREITAS, 2002) 
Os neurotransmissores diminuem com a idade, principalmente a acetilcolina e 
a dopamina, mas nunca a níveis suficientes para causar disfunção na ausência de 
doenças que os reduzam ainda mais. A velocidade de condução nervosa também 
diminui e, com isso, há atenuação dos reflexos tendinosos profundos, principalmente 
os patelares e os aquileus. (FREITAS, 2002) 
 11 
Os idosos apresentam redução do tempo total de sono em decorrência da 
diminuição da duração e da frequência da fase 4 do sono não REM (sono profundo); 
consequentemente, aumentam-se os despertares noturnos. (FREITAS, 2002) 
 
3.3. Descrever as alterações fisiológicas da senescência endócrino. 
 
De acordo com Morley (2019), ao longo do processo de envelhecimento, o 
sistema endócrino sofre inúmeras alterações, refletindo assim nos níveis hormonais 
do corpo. Essas mudanças são variadas, uma vez que alguns aumentam suas 
concentrações, outros diminuem e alguns terceiros se mantém inalterados, tais 
como o hormônio estimulante da tiroide (TSH), hormônio adrenocorticotrófico 
(basal), tiroxina, cortisol (basal), 1,25-di-hidroxicolecalciferol, insulina (algumas 
vezes, aumenta) e estradiol (em homens). 
Dentre os hormônios que comumente aumentam com a senescência, os mais 
conhecidos são: 
• Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH); 
• Hormônio estimulador de folículos; 
• Gonadotrofinas; 
• Epinefrina (em indivíduos muito idosos); 
• Paratormônio; 
• Noradrenalina; 
• Colecistocinina; 
• Vasopressina. 
Observa-se como os níveis hormonais variam com a senescência e como 
essas variações seguem um padrão em inúmeros pacientes, muitos autores acabam 
acreditando na hipótese de “fonte hormonal de juventude”, que nada mais é do que 
a hipótese que acredita que algumas alterações do envelhecimento podem ser 
evitadas e/ou revertidas através de técnicas de reposição hormonal (MORLEY, 
2019). 
Algumas evidências experimentais apontam que a reposição hormonal se 
mostra eficaz na melhora de alguns aspectos funcionais, tais como força muscular e 
densidade óssea mineral, embora há poucas evidências no que diz respeito à 
redução da mortalidade. Entretanto, a reposição hormonal deve ser realizada com 
 12 
muito cuidado, uma vez determinados hormônios podem se tornar prejudiciais 
quando em grandes concentrações, como o estrogênio em algumas mulheres idosas 
(MORLEY, 2019). 
Além dessa hipótese da “fonte hormonal de juventude”, há uma segunda 
teoria que afirma que todas as alterações hormonais enfrentadas na senescência 
seriam um mecanismo de defesa do metabolismo celular. Segundo essa hipótese, 
as alterações hormonais aconteceriam para desacelerar o metabolismo, uma vez 
que quanto mais elevada a taxa metabólica, mais rápido um organismo morre 
(MORLEY, 2019). 
 
Principais alterações hormonais relacionadas à idade 
Com o envelhecimento, as concentrações de desidroepiandrosterona (DHEAS) e 
seu sulfato diminuem drasticamente, assim como a pregnenolona, que é um 
importante precursor de quase todos os esteroides conhecidos. Alguns estudos 
realizados na década de 1940 serviram para identificar que a suplementação de 
pregnenolona se mostrava bastante eficaz para indivíduos acometidos por artrite, 
entretanto não mostrava grandes efeitos benéficos em se tratando de memória e 
força muscular (MORLEY, 2019). 
Além dos hormônios já citados, também é identificado diminuição nas 
concentrações do hormônio do crescimento (GH) e seu hormônio endócrino 
periférico (fator de crescimento IGF-1). Sob tais circunstâncias, a reposição de GH 
seria capaz de aumentar a massa muscular, porém não surtiria efeito no aumento 
da força muscular, salvo os casos de pacientes subnutridos, que assim, 
apresentariam uma melhora significativa (MORLEY, 2019). 
Contudo, apesar de apresentar certa eficácia, a reposição hormonal de GH 
apresenta alguns efeitos adversos, tais como: 
• Síndrome do túnel do carpo; 
• Artralgias; 
• Aumento da retenção de água. 
Desta maneira, é claro que o tratamento a curto prazo pode ter algum efeito, 
principalmente com pacientes idosos e desnutridos, entretanto para pacientes 
criticamente enfermos, o GH aumentaria as taxas de mortalidade. Além do GH, é 
comum que se encontrem alterações nas concentrações de melatonina, um 
hormônio produzido pela glândula pineal. Na grande maioria dos pacientes idosos, 
 13 
as taxas de produção e liberação deste hormônio diminuem, o que resulta no 
descontrole do ciclo circadiano (MORLEY, 2019). 
 
3.4. Descrever as alterações fisiológicas da senescência genito-urinário 
masculino e feminino. 
 
As alterações decorrentes da senilidade dos tecidos, a diminuição de função 
renal, atrofia da uretra, enfraquecimento da musculatura pélvica associado à perda de 
elasticidade uretral e de colo vesical, doenças próprias do indivíduo idoso também 
contribuem para o desenvolvimento de incontinência urinária (SOUZA,2002; 
CARDOSO, 2009). 
A hiperplasia prostática benigna, que está presente em aproximadamente 50% 
dos homens aos 50 anos de idade, em metade dos quais causa obstrução ao fluxo 
urinário e acarreta alterações significativas do trato urinário inferior, como a 
instabilidade do músculo detrusor. A presença de instabilidade detrusora em muitos 
indivíduos idosos continentes sugere que a relação entre urge-incontinência e 
instabilidade detrusora seja mais fraca em pessoas idosas do que em jovens. Uma 
possível explicação para este fato é que, nos idosos, as características das contrações 
involuntárias, de menor amplitude, necessitem de alterações estruturais e funcionais 
do esfíncter uretral para que ocorra a incontinência urinária (REIS ET AL.,2003). 
Quanto às características do envelhecimento masculino, percebe-se que o 
inter-relacionamento de fatores tais como as alterações morfológicas nos órgãos 
genitais, estes acoplados parcialmente às redes endócrinas, fatores ambientais e o 
estilo de vida parecem exercer forte influência sobre as características individuais. A 
maioria dos homens idosos sofre o crescimento da próstata, o que conduz a uma 
doença muito comum, a hiperplasia prostática benigna (BPH), que acarreta em uma 
obstrução do trato urinário. Dependendo da origem da alteração fisiológica, esta pode 
funcionar como fator gerador de pulso hipotalâmico de GnRH, resultando em uma 
perda da ritmicidade circadiana, assim como em alterações dos níveis séricos 
hormonais. Embora estas mudanças não afetem a fertilidade e não sejam de 
importância clínica, elas podem ser significativas no desenvolvimento de BPH 
(BULCÃO ET AL.,2004). 
Nas mulheres ocorre a abertura do assoalho pélvico, para a passagem da 
cabeça fetal, é pequena e, por essa razão, a cabeça empurra o assoalho pélvico para 
 14 
baixo até que tenha dilatado o suficiente para passar por ela. Os relatos documentam 
essas alterações do assoalho pélvico após o parto vaginal, o qual seja um dos 
causadores de incontinência urinaria nas mulheres (BARBOSAET AL.,2005). 
Estima-se que a incontinência urinária em mulheres é em torno de 58,8%, 
sendo e 39,2% entre os homens. As mulheres são ao longo de sua vida mais 
suscetível a infecções do trato urinário o que possivelmente justifica as diferenças. A 
prevalência de incontinência urinaria varia conforme a faixa etária, é de 26,5% em 
indivíduos com até 65 anos, para 73,7% em indivíduos com 95 anos ou mais 
(BARBOSA ET AL.,2005). 
 
3.5. Reconhecer a epidemiologia das doenças degenerativas 
neurológicas e genito-urinárias prevalentes no idoso. 
 
As doenças neurológicas são as doenças do SNC E SNP que incluem 
patologias do encéfalo, dos nervos periféricos, da medula espinhal na junção 
neuromuscular e pode ter origens diferentes podendo ser genética ou congênita, 
devido algum distúrbio embrionário do sistema nervoso ou por influencia do meio 
ambiente ao longo da vida. A tendencia é que quanto mais a população envelheça 
maior vai ser a tendencia de doenças neurovegetativas. As doenças mais comuns são 
o AVE, doenças desmielizantes (esclerose múltipla), meningites e encefalites, 
tumores no SNC ou no SNP, traumas cranianos e raquidianos, deficiência mental, 
doença degenerativas, Alzheimer, Parkinson e distrofia muscular. Então essas 
doenças trazem um aspecto de incapacidade funcional que reduz a autonomia do 
paciente em realizar as atividades básicas e essenciais do dia-a-dia e interfere, desse 
modo nas atividades funcionais. Assim, a população idosa é a parte populacional em 
que em conjunto com seus hábitos de vida e sua relação com meio ambiente e aliada 
a diversos fatores (genéticos e congênitos) são levados a uma deterioração 
progressiva da saúde, tendo uma grande interação entre os três polos 
(comportamento, meio ambiente e genética) (MATINS et.al, 2019). 
Já as doenças geniturinárias são mais comuns na população idosa por na 
medida em que o processo do envelhecimento se estabelece, há uma diminuição lenta 
e constante do peso dos rins e da função renal. Assim, durante a senescência, as 
artérias que fazem a irrigação renal se estreitam e não podem suprir sangue suficiente 
para rins de tamanho normal, então os rins podem diminuir de tamanho, como também 
 15 
a diminuição da capacidade dos nefrons em fazer a função de excreta de resíduos e 
medicamentos. Então, os rins dos idosos precisam funcionar em sua capacidade 
quase máxima para conseguir ter suas funções renais normais, no entanto poucos 
danos ou um dano pode fazer com que haja uma disfunção renal. A epidemiologia das 
doenças geniturinárias nas mulheres diz que a uretra vai se encurtando e tem um 
revestimento mais fino, diminuindo a capacidade do esfíncter urinário se fechar 
levando a quadros de incontinência urinaria, devido principalmente a chegada da 
menopausa e a diminuição hormonal do estrogênio. Já a epidemiologia das doenças 
geniturinárias nos homens, é que a próstata tende aumentar ao passar da idade, então 
isso pode bloquear o fluxo urinário podendo causar retenção urinaria ou danos renais 
(PREMINGER, 2019) 
 
3.6. Diferenciar os aspectos clínicos, fisiopatológicos e 
epidemiológicos das demências vasculares e da doença de Alzheimer. 
 
Sistema Nervoso 
O sistema nervoso central é o sistema biológico mais comprometido com o 
processo do envelhecimento, pois é o responsável pela vida de relação (sensações, 
movimentos, funções psíquicas) e pela vida vegetativa (funções biológicas internas). 
O seu comprometimento, é preocupante, uma vez que este é formado em sua maioria 
por unidades morfofuncionais pós-mitóticas sem possibilidade reprodutora (GUYTON, 
2006). 
As células nervosas, os neurônios, e as células de apoio, as células gliais 
(astrócitos e oligodendrócitos), estão sujeitas a danos no decorrer do processo do 
envelhecimento por meio de fatores intrínsecos (genético, gênero, circulatório, 
metabólico, radicais livres etc.) e extrínsecos (ambiente, sedentarismo, tabagismo, 
uso de drogas ilícitas, radiações etc.), que não deixam de exercer uma ação deletéria 
com o decorrer do tempo. Os sinais de deficiências funcionais vão aparecendo de 
maneira discreta no decorrer da vida de um indivíduo que envelhece, sem 
comprometer a sua vida de relação, suas atividades pessoais, gerenciais e 
executivas, podendo serem considerados como envelhecimento saudável, 
senescente, apesar de existirem danos, a sua intensidade é muito menor (GUYTON, 
2006). 
 16 
O envelhecimento patológico, senilidade, ocorre quando esses mesmos danos 
se dão em uma intensidade muito maior, levando a deficiências funcionais marcantes, 
alterações das funções nobres do SNC, atingindo, especialmente, as relacionadas 
com a capacidade intelectual do indivíduo, por meio de alterações da atenção, 
memória, raciocínio e juízo crítico, as funções práxicas e gnósicas, na fala e outros 
tipos de comunicação e, consequentemente, comprometendo progressiva e 
severamente a sua vida de relação, sua afetividade, sua personalidade e sua conduta 
(GUYTON, 2006). 
As demências são mais prevalentes na população idosa e, apesar de causas 
reversíveis serem descritas, em sua maioria são processos neurodegenerativos 
progressivos e irreversíveis, de consequências desastrosas para indivíduo, familiares 
e sociedade. As diferentes etiologias terão início, evolução clínica e marcadores 
biológicos distintos, embora possam compartilhar entre si algumas características 
clínicas e, até mesmo, coexistir no mesmo indivíduo (GUYTON, 2006). 
Dentre as doenças neurodegenerativas mais prevalentes no idosos tem-se: 
 
Doença de Alzheimer 
A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e 
fatal caracterizado pela deterioração da memória e de outras funções cognitivas, com 
um comprometimento progressivo das atividades da vida diária e uma multiplicidade 
de alterações comportamentais e psicológicas que mais comprometem a qualidade 
de vida na velhice. A doença de Alzheimer é a principal causa de demência e de 
incapacitação entre pessoas com mais de 60 anos (TEIXEIRA, 2015). 
No Brasil, um estudo utilizando amostra de idosos de base comunitária 
demonstrou que a taxa de prevalência de demência na população com mais dos 65 
anos foi de 7,1%, sendo que a DA foi responsável por 55% dos casos. A taxa de 
incidência foi de 7,7 por 1.000 pessoas/ano no estudo de São Paulo e de 14,8 por 
1.000 pessoas/ano no estudo do Rio Grande do Sul. Considerando a prevalência de 
demência no Brasil e a população de idosos de aproximadamente 15 milhões de 
pessoas, a estimativa de demência na população brasileira é de 1,1 milhão. Uma 
revisão sistemática recente encontrou taxas de demência na população brasileira 
variando de 5,1% a 17,5%, sendo a DA a causa mais frequente (TEIXEIRA, 2015). 
A DA se instala, em geral, de modo insidioso e se desenvolve lenta e 
continuamente por vários anos. As suas alterações neuropatológicas e bioquímicas 
 17 
podem ser divididas em duas áreas gerais: mudanças estruturais e alterações nos 
neurotransmissores ou nos sistemas neurotransmissores (TEIXEIRA, 2015). 
A etiologia da DA não é totalmente esclarecida, com exceção de casos 
familiares nos quais se encontram quadros de mutação genética. Entretanto, alguns 
autores afirmam que as alterações biológicas desta doença ocorrem prevalentemente 
nas proteínas Tau e Beta-amialóide. A proteína Tau localiza-se no corpo dos 
neurônios e está envolvida na condução e troca de nutrientes e de informações. Esta 
proteína se organiza na forma de microtúbulos, porém quando a DA se instala ocorre 
uma mudança nesta proteína, fazendo com que sua estrutura conformacional venha 
a se desestabilizar, ela fica hiperfosforilada, acarretando na formação de 
emaranhados neurofibrilares e isto conduzirá, gradativamente, à falência neuronal 
(TEIXEIRA, 2015). 
A evolução dos sintomas da DA pode ser dividida em três fases: 
• Fase leve: podem ocorrer alterações como perda de memóriarecente, 
dificuldade para encontrar palavras, desorientação no tempo e no espaço, 
dificuldade para tomar decisões, perda de iniciativa e de motivação, sinais de 
depressão, agressividade, diminuição do interesse por atividades e 
passatempos (TEIXEIRA, 2015). 
• Fase moderada: são comuns dificuldades mais evidentes com atividades do 
dia a dia, com prejuízo de memória, esquecimento de fatos mais importantes, 
nomes de pessoas próximas, incapacidade de viver sozinho, incapacidade de 
cozinhar e de cuidar da casa, de fazer compras, dependência importante de 
outras pessoas, necessidade de ajuda com a higiene pessoal e autocuidados, 
maior dificuldade para falar e se expressar com clareza, alterações de 
comportamento, ideias sem sentido e alucinações (TEIXEIRA, 2015). 
• Fase grave: prejuízo gravíssimo da memória, com incapacidade de registro 
de dados e muita dificuldade na recuperação de informações antigas como 
reconhecimento de parentes, amigos, locais conhecidos, dificuldade para 
alimentar-se associada a prejuízos na deglutição, dificuldade de entender o 
que se passa a sua volta, dificuldade de orientar-se dentro de casa. Pode 
haver incontinência urinária e fecal e intensificação de comportamento 
inadequado. Há tendência de prejuízo motor, que interfere na capacidade de 
locomoção, sendo necessário auxílio para caminhar. Posteriormente, o 
 18 
paciente pode necessitar de cadeira de rodas ou ficar acamado (TEIXEIRA, 
2015). 
 
Doença de Parkinson 
A doença de Parkinson é um transtorno neurológico complexo, progressivo que 
afeta a saúde e a qualidade de vida dos pacientes e compromete a estrutura 
socioeconômica familiar. É caracterizado pela degeneração, especialmente, das 
células da camada ventral da parte compacta da substância nigra e do locus ceruleus. 
A patologia inclui a identificação dos corpos de Lewy, que são inclusões eosinofílicas 
intracitoplasmáticas constituídas por várias estruturas proteicas, em neurônios 
remanescentes, na parte compacta da substância nigra. O início das manifestações 
clínicas motoras, quando é geralmente feito o diagnóstico, baseado nos critérios 
clínicos vigentes, corresponde à perda de 60% dos neurônios dessas regiões e 80% 
da dopamina do estriado (FORLENZA, 2005). 
A doença de Parkinson é a principal causa dos casos de parkinsonismo, 
variando de acordo com locais e populações estudadas. Não se conhece a causa da 
doença de Parkinson, de modo que ela é também denominada parkinsonismo primário 
ou doença de Parkinson idiopática. Preferencialmente, acomete pessoas com idade 
superior a 50 anos de ambos os sexos, diferentes raças e classes sociais, A incidência 
e a prevalência aumentam com o avançar da idade. A prevalência média em estudos 
é de 1,5% acima de 60 anos e foi de 3,3% no estudo brasileiro em idosos acima de 
64 anos vivendo no município de Bambuí, Minas Gerais (Barbosa et al., 2006) 
(FORLENZA, 2005). 
Apesar do grande avanço de novos conhecimentos sobre a DP, sua causa 
permanece desconhecida e isto leva ao desafio do estudo da fisiopatologia dos sinais 
parkinsonianos, da doença e de sua associação com o processo de envelhecimento 
humano. Mecanismos etiopatogênicos diferentes estão relacionados com a morte dos 
neurônios dopaminérgicos da parte compacta da substância nigra. As pesquisas têm 
se concentrado em fatores genéticos, toxinas ambientais, estresse oxidativo e 
anormalidades mitocondriais. Com o envelhecimento, todos os indivíduos saudáveis 
apresentam morte progressiva das células nervosas que produzem dopamina. 
Algumas pessoas, entretanto, perdem essas células num ritmo muito acelerado e, 
assim, acabam por manifestar os sintomas da doença (FORLENZA, 2005). 
 19 
Os principais sintomas da doença de Parkinson são a lentidão motora, a rigidez 
entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo, os tremores de 
repouso notadamente nos membros superiores e geralmente predominantes em um 
lado do corpo quando comparado com o outro e, finalmente, o desequilíbrio. Estes 
são os chamados “sintomas motores” da doença, mas podem ocorrer também 
“sintomas não-motores” como diminuição do olfato, alterações intestinais e do sono 
(FORLENZA, 2005). 
 
Demência com corpos de Lewy 
A demência com corpos de Lewy (DCL) é o segundo tipo mais comum de 
demência degenerativa, respondendo por 10 a 15% dos casos. Clinicamente, a DCL 
é caracterizada por declínio cognitivo progressivo, acompanhado de sintomas 
característicos, como alucinações visuais complexas, atenção e cognição flutuantes e 
parkinsonismo de início precoce no curso da doença. Características que apoiam a 
doença incluem a hipersensibilidade aos neurolépticos e distúrbios comportamentais 
do sono REM. Atenção, habilidades visuoespaciais e funções executivas encontram-
se mais afetadas nos indivíduos com DCL em comparação aos portadores de DA. 
Além disso, alucinações visuais como sintomas iniciais são frequentes na DCL e 
também podem auxiliar no diagnóstico diferencial de DA (FORLENZA, 2005). 
 
Demência vascular 
A doença cerebrovascular é a segunda causa mais comum de demência no 
idoso. O aparecimento de demência no prazo de 3 meses após um acidente vascular 
cerebral e a deterioração da cognição em degraus são altamente sugestivos de 
demência vascular (DV). O curso, entretanto, pode ser bastante variável, e um início 
insidioso de alterações cognitivas com progressão gradual e sem histórico de acidente 
vascular cerebral ou evidências de lateralização neurológica também pode ser 
encontrado (FORLENZA, 2005). 
As demências de padrão subcortical, em geral, resultam em uma síndrome 
caracterizada por alterações frontais, disfunção executiva, comprometimento leve da 
memória, prejuízo da atenção, depressão, alentecimento motor, sintomas 
parkinsonianos, distúrbios urinários e paralisia pseudobulbar. Nas demências de 
padrão cortical, as características cognitivas dependerão das áreas cerebrais afetadas 
(FORLENZA, 2005). 
 20 
3.7. Descrever os testes clínicos utilizados nas avaliações geriátricas. 
 
Os idosos devido às suas peculiaridades, é de extrema importância aplicar 
testes de avaliação sobre os aspectos cognitivos, funcionais e psicossociais. A 
avaliação geriátrica ampla é fundamental para determinar incapacidade, deficiências 
e desvantagens que acometem os idosos, utilizando testes e escalas de diferentes 
aspectos (PORTO, 2013). 
Teste de get up and go test (teste de levantar e andar): avalia o equilíbrio e a 
mobilidade do idoso, assim, o paciente fica sentado e depois levanta e anda por 3 
metros e senta-se novamente. Esse teste avalia a marcha o equilíbrio e a mobilidade, 
sendo que score 1 é normal e score 5 é gravemente anormal. Há outro teste 
semelhante chamado timed get up and go test (teste de levantar e andar 
cronometrado) que cronometra essa ação, sendo que até 10 segundos é normal e 
independente, e maior que 29 segundos é dependente (PORTO, 2013). 
Sobre a cognição, há vários testes que vão avaliar para detectar modificações 
precocemente e determinar o grau delas para tratamento terapêutico. Dessa forma há 
o miniexame do estado mental (MEEM) criado por Folstein et al. em 2013, sendo que 
o máximo de pontos é 30 (PORTO, 2013). 
 21 
Imagem 01: Miniexame do estado mental (Folstein, 1975)
 
Fonte: PORTO, 2013 (p. 167). 
 
Ademais, há outro teste sobre a cognição desenvolvido por Pfeiffer em 1975, a 
pontuação é atribuída de acordo com as respostas feitas, sendo que de 0 a 2 pontos 
é normal e 8 a 10 é bem grave (PORTO, 2013). 
 22 
Imagem 02: Questionário resumido do estado mental (Pfeiffer, 1975)
 
Fonte: PORTO, 2013 (p. 168). 
 
Existe outros testes para avaliar como o paciente idoso responde às atividades 
básicas da vida diária, dessa forma, há a escala de Barthel que contem vários 
aspectos para a avaliação como: 
 23 
Imagem 03: Escala de Barthel para a avaliação funcional do idoso 
(Mahoney e Barthel,1965)
 
 
Fonte: PORTO, 2013 (p. 169) 
 
O questionário de Pfeffer é importante para avaliar as condições do paciente 
sobre as atividades funcionais, é usado para avaliar a autonomia funcional sobre as 
atividades diárias, juntando a cognição com autonomia funcional. A pontuação para 
um idoso normal é de 6 pontos para baixo (PORTO, 2013). 
 24 
Imagem 04: Questionário de Pfeiffer para atividades funcionais (Pfeffer et al., 1982)
 
Fonte: PORTO, 2013 (p. 171). 
 
A escala geriátrica de depressão de Yesavage é objetiva e rápida para ser 
realizada, ela possui 30 ou 15 itens. Esse tipo de escala é importante, pois os idosos 
são propensos para desenvolvimento de doenças psíquicas, que possuem sintomas 
como: irritabilidade, afastamento social, pessimismo, falta de interesse e baixa 
autoestima (PORTO, 2013). 
 25 
Imagem 05: Escala geriátrica de depressão de Yesavage (Yesavage, 1983)
 
Fonte: PORTO, 2013 (p. 171) 
 
Para saber o estado de nutrição que o idoso se encontra há a avaliação do 
IMC, seguindo os critérios de medição correta adaptada para a população idosa. 
Sendo que, IMC menor ou igual a 22 indica baixo peso, de 22 a 27 indica eutrofia e 
maior e igual a 27 indica obesidade. Ademais, existe uma miniavaliação nutricional 
para avaliar nutrição, como se fosse uma triagem (PORTO, 2013). 
 26 
Imagem 06: Miniavaliação nutricional (Guigoz et al.,1994)
 
 
Fonte: PORTO, 2013 (p. 174). 
 
3.8. Caracterizar as alterações gênito-urinárias prevalentes no idoso 
(masculino e feminino) e suas formas de prevenção e abordagem (HPB, CA de 
próstata e perda inv. de urina). 
 
O processo de envelhecimento provoca redução do tamanho e do peso dos 
rins, que influencia nas modificações vasculares, os néfrons diminuem, os glomérulos 
ficam espassados, hialinizados ou fibrosos, as arteríolas aferentes desaparecem, os 
túbulos renais diminuem de tamanho, tem espessamento da cápsula renal, depósito 
de tecido adiposo perirrenal e as musculaturas vesical e uretral atrofiam-se, 
diminuindo a capacidade vesical e a elasticidade uretral. (PORTO, 2014) 
 27 
A partir dos 40 anos, o fluxo plasmático renal e a filtração glomerular sofrem 
redução de aproximadamente 10% por década, o que reduz a depuração da creatinina 
de 8 a 10 mf/min/1,73 m2 por década. As alterações tubulares renais junto com a 
diminuição da síntese de aldosterona e o aumento do hormônio antidiurético diminui 
a concentração da urina e também compromete os rins quanto a excreção dos ácidos. 
A complacência da bexiga diminui e tem um aumento do volume residual pós-
miccional (PORTO, 2014). 
 
Alterações do sistema genital feminino 
Os órgãos genitais femininos, principalmente os ovários atrofiam-se e as 
mulheres ficam estéreis após a menopausa. As mamas ficam flácidas e pendentes e 
o tecido glandular é substituído por tecido fibroso. Diminui o comprimento e largura da 
vagina, a mucosa se atrofia e fica ressecada (PORTO, 2014). 
 
Alterações do sistema genital masculino 
Tem a diminuição dos testículos, das vesículas seminais do pênis, que perde 
sua elasticidade. O volume prostático aumenta e as glândulas se atrofiam. A 
capacidade reprodutiva diminui, mas não ficam estéril (PORTO, 2014). 
 
Formas de prevenção e abordagem 
HPB: A hiperplasia prostática benigna (HPB) e o carcinoma são mais 
frequentes após os 60 anos. Pela reação anatômica entre a próstata, uretra e colo 
vesical, o aumento da próstata obstrui o fluxo urinário. O paciente pode se 
assintomático ou apresentar situações de desconforto e gravidade variada, como: 
sintomas do sistema urinário baixo (LUTS), hematúria, litíase vesical, incontinência 
urinária, infecções locais e insuficiência renal pós-renal. A idade e os hormônios 
androgênios atuantes são os maiores fatores de risco para o desenvolvimento da 
HPB. (FREITAS; PY, 2016) 
CA de próstata: O câncer de próstata é o mais incidente em homens no Brasil. 
A idade é o principal fator de risco, mas dieta rica em gordura saturada e pobre em 
frutas, verduras e legumes, obesidade e tabagismo também são fatores de risco bem 
estabelecidos. Acima de 95% das neoplasias da próstata correspondem ao 
adenocarcinoma. Os adenocarcinomas estão localizados principalmente na zona 
periférica. (FREITAS; PY, 2016) 
 28 
Os tumores são classificados em: 
Grau 1 – tumor que consiste em glândulas pequenas, uniformes, com 
alterações nucleares discretas; Grau 2 – tumor com ácinos de tamanho médio, 
separados por estroma, arranjados mais proximamente; Grau 3 – tumor com grande 
variação no tamanho e organização glandular, infiltrando o estroma e os tecidos 
vizinhos; Grau 4 – tumor que mostra grande atipia celular e extensa infiltração; Grau 
5 – tumor caracterizado por camadas de células indiferenciadas. (FREITAS; PY, 2016) 
Perda involuntária de urina: É um dos problemas mais frequentes no idoso, a 
incontinência de urina transitória é caracterizada por insulto psicológico, medicamento 
ou orgânico que cessa ou melhora após o controle do fator desencadeante. Ela pode 
ser causada por estresse com o aumento da pressão intra-abdominal (tosse, espirro, 
atividade física) na ausência de contrações vesicais, acontece principalmente em 
mulheres, por urgência, por hiperfluxo ou transbordamento devido a hipocontratilidade 
do músculo detrusor, a obstruções uretrais ou ambos, mista quando coexiste mais de 
um tipo de incontinência no mesmo paciente, funcional atribuído a fatores externos ao 
trato urinário. (FREITAS; PY, 2016) 
 
3.9. Discutir a importância da sexualidade na terceira idade. 
 
A sexualidade é algo que está relacionada tanto com valores biopsicossociais, 
quanto históricos, culturais, religiosos e educacionais. É mais do que o próprio ato 
sexual, propriamente dito. Por mais que a sociedade tem uma visão de que idoso é 
“assexuado”, as necessidades sexuais não se limitam na velhice, ademais que há 
efeitos positivos que a prática sexual acarreta na melhoria da qualidade de vida da 
pessoa idosa. Logo, mesmo com as limitações físicas e psíquicas que maioria dos 
idosos enfrentam, muito deles não visualizam tais como empecilhos para uma vida 
sexual ativa (VIEIRA, COUTINHO, SARAIVA, 2016). 
O sexo na terceira idade para muitos seria uma renúncia, devido ao 
envelhecimento sexual estar relacionado com as disfunções sexuais, porém, por mais 
que isso exista, pode ser reconhecido com um bem-estar para grande parte da 
população idosa. Tanto a prática de atividade sexual, quanto a história conjugal de um 
casal de idosos são fontes protetoras contra a mortalidade e problema de saúde, ou 
seja, é algo que vai muito além do prazer. Na vida, nem todos os idosos são iguais 
em relação ao sexo. A importância e o interesse sobre ele é reflexo de toda uma vida 
 29 
e história do sujeito. Há idosos quem enxergam esse fato como um tabu, entretanto, 
tem aqueles que lidam muito bem com o assunto e acham normal tal prática, assim 
como existe isso na vida de pessoas mais jovens também (VIEIRA, COUTINHO, 
SARAIVA, 2016). 
Alguns fatores influenciam para a diminuição do interesse e frequência sexual, 
como a falta de um parceiro, que ocorre mais no caso das mulheres, as quais possuem 
uma maior expectativa de vida, os estereótipos relacionados com a idade, que 
também atinge mais as mulheres por acharem que a forma física já não está mais 
“adequada”, a crença sobre impotência sexual em homens, os efeitos colaterais de 
alguns medicamentos de doenças crônicas, que causam distúrbios ejaculatórios e 
disfunção erétil nos homens e, por fim, a demora em procurar ajuda profissional, já 
que muitos possuem a visão de que se já que estão velhos não adianta tratar tal 
problema (VIEIRA, COUTINHO, SARAIVA, 2016). 
De tal modo, como a sociedade impõem o idoso como “assexuado”, destaca-
se o risco para as ISTs, já que não é comum a orientação sobre o uso de preservativos 
para essa população e a alerta sobre as doenças que podemser adquiridas, reflexo 
disso é a grande quantidade de idosos que são portadores dessas, como a AIDS, a 
sífilis, porém não é algo tão divulgado e que não recebe tanta atenção. Outro fator que 
contribui para isso é a vergonha dos profissionais em fazer perguntas para este 
público alvo, e por parte do próprio idoso, que não se sente à vontade para esclarecer 
suas dúvidas com o profissional por temer ser mal interpretado (VIEIRA, COUTINHO, 
SARAIVA, 2016). 
 
3.10. Discutir acerca da necessidade de internação para cuidados dos 
idosos e as consequências psicossociais para estes. 
 
A necessidade de internação em idosos é algo complexo, visto que o paciente 
tende a ficar com alguns traumas após a alta hospitalar. A maioria dos idosos que 
internam, necessitam de unidade de terapia intensiva, no qual é destinada para 
pacientes em estado grave e isso já traz um impacto psicológico para a pessoa. Um 
dos quesitos que explicam o fato da pessoa idosa necessitar de UTI se explica pelo 
fato da maioria possuir alguma crônica degenerativa e isso requer cuidados mais 
monitorados. Porém, o hospital traz alguns traumas psicológicos à pessoa, entre eles 
o fato de achar que poderá voltar para o local para ser internado e passar pelo 
 30 
processo de tratamento novamente. Além disso, o idoso pode apresentar 
consequências psicossociais pelo fato de apresentarem apego ao seu lar e seus 
familiares, ou seja, eles não querem deixar sua casa com a sua zona de conforto para 
serem internados no hospital (SOARES et al.,2011). 
Dessa maneira se explica um pouco o fato do idoso apresentar traumas 
psicossociais após a internação, pois eles possuem um apego emocional a sua rotina 
e isso em si já faz com que ele sofra após uma internação para cuidados mais 
especiais diante de algum tratamento. As principais alterações que são observadas 
são durante o sono, pois o distanciamento do seu território habitual causava certo 
desconforto e a maioria deles não dormem da mesma maneira que poderia dormir em 
casa. Eles também sofriam pelo fato de se distanciarem de alguém de seu convívio 
rotineiro, tais como filhos, netos, irmãos, cuidadores e outros. As alterações 
emocionais nos idosos podem ser observadas pela falta de apetite, irritabilidade, 
nervosismo, choro fácil, vômitos, ânsias e insônia. Todas as alterações no emocional 
do idoso podem ser observadas durante a internação e após, pelo fato de lembrarem 
o ambiente hospitalar e adquirirem medo ter que internar novamente (SOARES et 
al.,2011). 
É observado também que durante a internação, o indivíduo ter poderes 
mínimos de escolhas, ou seja, não tem a autonomia total de escolher suas tarefas 
diárias, devido ao fato de estar necessitando de cuidados da equipe de saúde, por 
isso a maioria sofre em não poder realizar suas tarefas diárias. Assim, o idoso vai 
ficando deprimido e desenvolvendo alguns transtornos psicossociais, como a 
depressão e a ansiedade. Por isso, durante e após a internação, é necessário 
observar se o indivíduo apresenta sintomas de alguma alteração psicossocial, para 
que assim seja feita alguma intervenção com acompanhamentos de psicólogos. É 
necessário compreender que mesmo o idoso desenvolvendo alterações 
psicossociais, algumas doenças não apresentam a opção de tratamento em casa, ou 
seja, necessita do suporte hospitalar para que sejam tratadas. Portanto, é importante 
observar todos os aspectos, analisando que a saúde do idoso é primordial para sua 
sobrevivência (SOARES et al.,2011). 
 
 
 
 31 
3.11. Discutir os exames laboratoriais empregados no diagnóstico de 
infecção urinária, hiperplasia de próstata e hipotireoidismo. 
 
Infecção urinária 
É uma das patologias que mais atingem as pessoas pelo mundo inteiro é a 
infecção urinária ou infecção do trato urinário. Ela pode afetar diferentes áreas do 
sistema urinário, que é formado pela bexiga, uretra, ureteres e pelos rins e recebe 
denominações de acordo com a parte infectada. Os sintomas da doença são: dor, 
ardência, incômodo ou sangramentos ao urinar, aumento da frequência com que o 
paciente vai ao banheiro, cheiro forte na urina e dor lombar, podendo variar em casos 
mais graves. Caso o paciente se identifique com alguns dos sintomas, deve procurar 
um médico o quanto antes. Ele irá orientá-lo a realizar exames, para detectar se há 
ou não uma infecção urinária, e a partir deles e dos relatos da pessoa, também 
descobrir qual o seu tipo e região afetada (PINHEIRO, 2018). 
 
Alguns dos exames que o médico pode pedir: 
• Exame de urina: fica pronto em um curto período de tempo e analisa a presença 
de bactérias, o número de leucócitos (células de defesa do organismo) e outros 
sinais que identifiquem uma possível infecção. É o exame mais adotado para 
realizar o diagnóstico da patologia; 
• Urocultura ou cultura da urina: as bactérias presentes na urina do paciente são 
cultivadas em laboratório, por aproximadamente três dias. O exame ajuda a 
identificar qual a bactéria causadora da infecção e o medicamento correto para 
tratá-la. O resultado demora de três a cinco dias para ficar pronto; 
• Ecografia/Ultrassonografia, tomografia e radiografia com contraste das vias 
urinárias (exames de imagem) para detectar quais partes do sistema urinário 
apresentam a infecção e se há alguma complicação. (PINHEIRO,2018). 
 
O tratamento é iniciado logo após o diagnóstico, quando o médico possui todas 
as informações necessárias sobre o tipo de infecção. Normalmente, o uso de 
antibióticos receitados de acordo com os resultados, é o suficiente para a recuperação 
do paciente. Mas tomar os devidos cuidados com a higiene pessoal é essencial para 
prevenir a infecção e outras doenças e evitar que ela apareça novamente (PINHEIRO, 
2018). 
 32 
O diagnóstico da ITU (infecção do trato urinário) é clínico-laboratorial, incluindo 
anamnese e exame físico detalhados. Na anamnese é importante pesquisar, além da 
sintomatologia específica da ITU, o padrão miccional (frequência urinária, 
incontinência urinária diurna e/ou enurese), o hábito intestinal (constipação e escapes 
fecais), a característica do jato urinário, os sintomas gerais associados (febre, vômitos, 
diarreia, déficit no ganho ponderal). 
 
Hiperplasia Prostática Benigna 
Para uma avaliação do paciente, há a relação da história clínica, familiar e do 
exame físico, que inclui o exame retal digital. Exames de imagem e laboratoriais são 
usados para avaliar o tamanho da próstata e para excluir outros problemas que podem 
estar presentes. Podendo em alguns casos, ser feita uma biópsia para excluir câncer 
da próstata (PAGANA, 2012). 
 
Alguns exames laboratoriais: 
o Antígeno específico prostático (PSA) – Pode estar elevado na hiperplasia 
benigna ou no câncer da próstata. O médico deve considerar o resultado em 
conjunto com outros dados. 
o Urinálise – Para triagem de dirtúrbios renais 
o Cultura de urina – Para pesquisar infecção urinária 
o Ureia e creatinina – Exames de sangue para avaliar a função renal 
o Alguns exames não laboratoriais: 
o Ultrassonografia – Para medir o tamanho da próstata e o volume de urina retido 
na bexiga 
o Cistoscopia – Avaliação endoscópica da uretra e da bexiga 
o Medidas do fluxo e da pressão urinárias - Avaliam o grau de obstrução e de 
retenção urinária 
o Biópsia da próstata – Exame ao microscópio de amostras de tecido prostático 
para pesquisa de câncer (PAGANA, 2012). 
 
Principais Exames da Tireoide 
Os principais exames para identificar as doenças relacionadas ao funcionamento 
tireoidiano são: 
 33 
o Dosagem do TSH: É o principal exame para o diagnóstico do hipotireoidismo e 
hipertireoidismo. Os valores normais de referência diferem de acordo com a 
faixa etária e presença ou não de gestação. Recomenda-se a dosagem em 
pacientes com suspeita ou risco para hipo ou hipertireoidismo além de se 
recomendar o rastreio a cada cinco anos a partir dos 35anos. Não 
necessariamente um TSH alterado reflete a presença de doença tiroeidiana. 
Em algumas situações ele se eleva temporariamente, retornando para os seus 
valores normais em determinado período. Assim, é necessário realizar nova 
coleta em um intervalo de três a seis meses, acompanhado de dosagem T4 
livre. 
o T4 livre: Assim como o TSH, o T4 livre auxilia no diagnóstico do hiper e 
hipotireoidismo. Caso haja discordância nos resultados de T4 livre uma 
investigação pelo especialista é recomendada. 
o Anticorpos Antiperoxidase (Anti TPO), Anticorpos Antitireoglobulina (Anti-Tg), 
Anticorpos Anti-receptores de TSH (TRAb): Detectam doenças tireoidianas 
autoimunes (DTA) como Doença de Graves e Tireoide de Hashimoto. Essas 
doenças são as causas mais comuns de hipo e hipertireoidismo. 
o Ultrassonografia, Punção Aspirativa por Agulha Fina e Biópsia: Auxílio na 
identificação da natureza do nódulo de tireoidie – benigno ou maligno. A 
ultrassonografia também é útil também para indicar a necessidade e orientar a 
punção aspirativa por agulha fina, método padrão ouro para esclarecimento da 
natureza dos nódulos suspeitos. 
o Triagem Neonatal (Teste do Pezinho): Deve ser realizada no recém-nascido 
entre o 3° e 6° dia de vida. O teste consiste na dosagem do TSH e/ou T4 total 
(T4T) em amostra de sangue seco em papel de filtro retiradas do calcanhar do 
bebê. É recomendado um segundo teste confirmatório, que deve ocorrer entre 
a primeira e segunda semana de vida. 
 
 
 34 
4. CONCLUSÃO 
 
Diante do que foi estudado, concluímos que o envelhecimento fisiológico que 
se denomina senescência é algo normal, que vai acontecer com o decorrer dos anos, 
porém se o indivíduo não se aderir a um estilo de vida saudável, tal envelhecimento 
pode ser comprometido com fatores patológicos (senilidade), acarretando problemas 
de saúde na velhice. Diante no relatório, sabe-se que o sistema mais comprometido 
do nosso organismo quanto ao processo de envelhecimento é o Sistema Nervoso 
Central, já que ele é responsável pela vida de relação e vegetativa. Além disso, 
denota-se que o envelhecimento geniturinário também ganha destaque, já que o 
principal órgão desse sistema que é o rim, é responsável pela homeostasia hídrica 
corporal, ou seja, se ele estiver com muitos danos, irá comprometer outros órgãos do 
corpo humano. 
A importância da sexualidade do idoso, que também foi discutida, é de extrema 
necessidade de análise, já que é algo praticamente “banido” pela sociedade, mas que 
existe com muita frequência, e a desatenção com esse assunto pode ocasionar 
diversos problemas para a saúde dessa população. Ademais, as alterações 
fisiológicas da senescência endócrina destacam-se para as modificações que ocorrem 
nos hormônios tireoidianos, hormônio do crescimento (GH) e o hipogonadismo 
masculino, que é muito frequente na vida dos homens idosos. 
Vimos também sobre a demência vascular, que é a segunda maior causa de 
demência, ficando atrás apenas do Alzheimer, pode-se dizer que são doenças 
comuns na velhice, porém com causas distintas, sendo a primeira provocada por 
alguma lesão cerebral e a segunda por questões neurodegenerativas. Os testes 
clínicos utilizados nas avaliações geriátricas também foram colocados em pauta, 
destacando a importância dele para o rastreamento e diagnósticos sobre questões de 
funcionalidade e depressão no idoso. Por fim, foi visto a questão da 
institucionalização, que apesar de possuir alguns aspectos negativos na visão do 
idoso, também possui aspectos positivos para a qualidade de vida do mesmo. 
 
 
 35 
REFERÊNCIAS 
 
BARBOSA, A.M.P. et al. Efeito da via de parto sobre a força muscular do assoalho 
pélvico. Revista Brasileira Ginecologia obstetrícia. Acessado 31 mai., 2021. 
 
BULCAO, C. B; ET AL. Aspectos fisiológicos, cognitivos e psicossociais da 
senescência sexual. Disponível em 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
58212004000100007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 31 mai., 2021. 
 
CARDOSO, A.F. Particularidades dos Idosos: uma Revisão sobre fisiologia do 
envelhecimento. Revista digital. Acessado 31 mai., 2021. 
 
FORLENZA, O. V. Diagnóstico diferencial das demências. Archives Of Clinical 
Psychiatry (São Paulo), [s.l.], v. 32, n. 3, p. 119-130, jun. 2005. 
 
FREITAS et al. Tratado de geriatria e gerontologia. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2006. 
 
___________. Tratado de geriatria e gerontologia. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2013. 
 
GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. Elsevier Brasil, 2006. 
 
MARTINS, I. L. S. et al. Perfil Epidemiologico e Clinico de Pacientes Neurologicos 
em um Hospital Universitário. Disponivel em: 
https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/view/9737. . Acesso em: 
04 de jun. 2021 
 
MORLEY, J. E. Visão geral dos distúrbios endócrinos. Saint Louis University School of 
Medicine, 2019. Disponível em: 
<https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-
end%C3%B3crinos-e-metab%C3%B3licos/princ%C3%ADpios-de-
 36 
endocrinologia/vis%C3%A3o-geral-dos-dist%C3%BArbios-
end%C3%B3crinos>.Acesso em: 05 de Junho, 2021. 
 
PAGANA, K. D; Timothy J. Mosby's Diagnostic and Laboratory Test Reference -
E-Book. Elsevier Health Sciences, 2012. 
 
PINHEIRO, E. Quais os exames realizados para detectar a infecção urinária – 
urocentro: centro urológico de Brasília- 2018 /Disponível em: urocentrobrasilia.com.br. 
Acesso em: 31 de maio de 2021. 
 
PORTO, C. C. Semiologia Médica. 7ª Edição. Editora Guanabara Koogan, 2014 
 
PREMINGER, G.M; Efeitos da idade no trato urinário. Disponível em: 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-renais-e-
urin%C3%A1rios/biologia-dos-rins-e-do-trato-urin%C3%A1rio/efeitos-da-idade-no-
trato-urin%C3%A1rio. Acessado em 04 de jun. 2021 
 
REIS, R. B. Incontinência urinária do idoso. Acta Cirúrgica Brasileira. Acessado 31 
mai., 2021. 
 
SOARES, N. N. IMPACTOS EMOCIONAIS DA ALTERAÇÃO DA ROTINA EM 
IDOSOS HOSPITALIZADOS. Disponível em: < https://revista.pgsskroton.com > 
Acessado em: 04 jun. 2021. 
 
SOUZA, R. S. Anatomia do envelhecimento. In: Papaléo Neto, M.; Carvalho Filho, 
E. T. Geriatria: Fundamentos, Clínica e Terapêutica. São Paulo. Atheneu. Acessado 
31 mai., 2021. 
 
TEIXEIRA, J. B. Mortality from Alzheimer's disease in Brazil, 2000-2009. 
Cadernos de Saúde Pública, [s.l.], v. 31, n. 4, p. 850-860, abr. 2015. 
 
VIEIRA, K. F. L.; COUTINHO, M. P. L.; SARAIVA, E. R. A. A sexualidade na velhice: 
representações sociais de idosos frequentadores de um grupo de convivência. 
Psicologia: Ciência e Profissão, v. 36, n.1, p. 196-209, 2016.

Continue navegando