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CURSO DE MEDICINA TUTORIA 3º ETAPA SITUAÇÃO PROBLEMA 4: “Ainda me lembro...” MINEIROS/GO 2021 1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS CURSO DE MEDICINA TUTORIA VII SITUAÇÃO PROBLEMA 4: “Ainda me lembro...” Maria Clara Trettel de Oliveira Mariana Oliveira Fernandes Matheus Fleury Alves Mydian Gabriela S. Fernandes Nathalia Martins Carneiro Natália Hugueney Hidalgo Rafaella Ciconello Dal Molin (relatora) Sara Leite Lira Santos Victor Rodrigues de Souza Vinícius de Moraes Laabs Vinícius de Souza Fernandes Vieira Vitoria Macedo Falcão Ferreira Tamillis Martins Barbosa Willy Johnny Araújo Docente: Dr. Carolina Chelatka Fernandes MINEIROS/GO 2021 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 2. OBJETIVOS ......................................................................................................... 4 2.1. OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 4 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 4 3. DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 5 3.1. RECONHECER O ENVELHECIMENTO FISIOLÓGICO DOS SISTEMAS NERVOSO, GENITO-URINÁRIO E ENDÓCRINO .............................................................. 5 3.2. DESCREVER AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA SENESCÊNCIA DOS SISTEMAS NERVOSO. ....................................................................................................... 9 3.3. DESCREVER AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA SENESCÊNCIA ENDÓCRINO. .................................................................................................................... 11 3.4. DESCREVER AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA SENESCÊNCIA GENITO- URINÁRIO MASCULINO E FEMININO. ............................................................................ 13 3.5. RECONHECER A EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS DEGENERATIVAS NEUROLÓGICAS E GENITO-URINÁRIAS PREVALENTES NO IDOSO. ........................ 14 3.6. DIFERENCIAR OS ASPECTOS CLÍNICOS, FISIOPATOLÓGICOS E EPIDEMIOLÓGICOS DAS DEMÊNCIAS VASCULARES E DA DOENÇA DE ALZHEIMER. ................................................................................................................................ 15 3.7. DESCREVER OS TESTES CLÍNICOS UTILIZADOS NAS AVALIAÇÕES GERIÁTRICAS. .................................................................................................................. 20 3.8. CARACTERIZAR AS ALTERAÇÕES GÊNITO-URINÁRIAS PREVALENTES NO IDOSO (MASCULINO E FEMININO) E SUAS FORMAS DE PREVENÇÃO E ABORDAGEM (HPB, CA DE PRÓSTATA E PERDA INV. DE URINA). ............................ 26 3.9. DISCUTIR A IMPORTÂNCIA DA SEXUALIDADE NA TERCEIRA IDADE. ........... 28 3.10. DISCUTIR ACERCA DA NECESSIDADE DE INTERNAÇÃO PARA CUIDADOS DOS IDOSOS E AS CONSEQUÊNCIAS PSICOSSOCIAIS PARA ESTES. ..................... 29 3.11. DISCUTIR OS EXAMES LABORATORIAIS EMPREGADOS NO DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO URINÁRIA, HIPERPLASIA DE PRÓSTATA E HIPOTIREOIDISMO. ....... 31 4. CONCLUSÃO .................................................................................................... 34 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35 3 1. INTRODUÇÃO O presente relatório refere-se à situação problema 4 “AINDA ME LEMBRO...”, que retrata assuntos relacionados ao envelhecimento do Sistema Nervoso Central, gera destaque sobre os termos senilidade e senescência, além de abordar temas como o envelhecimento do Sistema Geniturinário, a importância da sexualidade na terceira idade, uma vez que é algo pouco discutido na sociedade e as alterações fisiológicas da senescência endócrino. Além disso, permitiu ser abordado os contextos sobre a hiperplasia prostática, câncer de próstata e incontinência urinária feminina, quanto ao quadro clínico, as formas de prevenção e abordagem dessas doenças, destaca-se também o estudo sobre as diferenças dos aspectos clínicos, fisiopatológicos e epidemiológicos da demência vascular e doença de Alzheimer. Por fim, a importância dos testes clínicos utilizados nas avaliações geriátricas e as consequências psicossociais para os idosos em instituições de longa permanência. Assim, traçamos objetivos referentes a esses assuntos, os quais discutiremos a seguir. 4 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL Reconhecer o envelhecimento fisiológico dos sistemas nervoso, genito-urinário e endócrino. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1) Reconhecer o envelhecimento fisiológico dos sistemas nervoso, genito-urinário e endócrino. 2) Descrever as alterações fisiológicas da senescência dos sistemas nervoso. 3) Descrever as alterações fisiológicas da senescência endócrino. 4) Descrever as alterações fisiológicas da senescência genito-urinário masculino e feminino. 5) Reconhecer a epidemiologia das doenças degenerativas neurológicas e genito- urinárias prevalentes no idoso. 6) Diferenciar os aspectos clínicos, fisiopatológicos e epidemiológicos das demências vasculares e da doença de Alzheimer. 7) Descrever os testes clínicos utilizados nas avaliações geriátricas. 8) Caracterizar as alterações gênito-urinárias prevalentes no idoso (masculino e feminino) e suas formas de prevenção e abordagem (HPB, CA de próstata e perda inv. de urina). 9) Discutir a importância da sexualidade na terceira idade. 10) Discutir acerca da necessidade de internação para cuidados dos idosos e as consequências psicossociais para estes. 11) Discutir os exames laboratoriais empregados no diagnóstico de infecção urinária, hiperplasia de próstata e hipotireoidismo. 5 3. DESENVOLVIMENTO 3.1. Reconhecer o envelhecimento fisiológico dos sistemas nervoso, genito-urinário e endócrino SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso central (SNC) é o sistema biológico mais comprometido com o processo do envelhecimento, já que desempenha inúmeras funções, tanto relacionais (sensações, movimentos, funções psíquicas), quanto vegetativas (biológicas internas). Tal acometimento é digno de preocupação, já que a constituição do SNC são, em suma, unidades morfofuncionais pós-mitóticas sem possibilidade reprodutora, disposta e compostas de propriedades anatômicas e moleculares altamente especializadas, um dos pré-requisitos para a aquisição de cognição. Os danos decorrentes do processo de envelhecimento sofrem influência de fatores intrínsecos (ex. genético, gênero, circulatório, metabólico, psicológico e radicais livres) e extrínsecos (ex. ambiente, sedentarismo, tabagismo e uso de drogas) (FREITAS et al., 2013). A quebra do mecanismo neuronal integrado, em consequência do envelhecimento, é a soma de inúmeras mudanças que ocorrem em variados locais do sistema nervoso. Alterações mais significativas, de acordo com FREITAS et al. (2013), que ocorrem no envelhecimento são: • Declínio do metabolismo da glicose (gera consequências metabólicas, como redução de suprimento aos neurônios e interferência na síntese de neurotransmissores); • Depósito de lipofucsina nas células nervosas, depósito amiloide nos vasos sanguíneos e células, aparecimento de placas senis e emaranhados neurofibrilares (perda do citoesqueleto (hiperfosforilação da proteína tau) normal de microtúbulos e neurofilamentos); • Neuróglia - hiperplasia e hipertrofia dos astrócitos, com maior população de astrócitos nas áreas de atrofia dos giros; • Angiopatia amiloide cerebral; • Redução do RNA citoplasmático (associado à redução da substância de Nissl) 6 Alterações no SNC • Cérebro -atrofia, diminuição de peso e de volume. Entretanto, é importante destacar que a perda de peso cerebral não é exclusivamente correlacionada com a inteligência o Sulcos corticais - alargamento e aprofundamento; o Córtex - redução do volume do córtex para-hipocampal, no núcleo lentiforme (maior decréscimo) e núcleo caudado. Redução da largura dos giros; o Substância branca - redução nas partes mais anteriores do corpo caloso, perda de grandes e pequenos neurônios e/ou retração dos grandes neurônios corticais; o Ventrículos, cisternas basais e fissuras - alargamento e aumento do volume médio; o Liquor – aumento; o Meninges – espessamento; • Cerebelo - diminuição do peso e atrofia das três camadas corticais; • Núcleos da base - redução do número de neurônios do corpo estriado; • Tálamo - perda de neurônios do núcleo anterior; • Tronco cerebral – atrofia, diminuição numérica de neurônios (núcleo facial), redução do volume (núcleo coclear); • Medula espinal - perda de neurônios motores e perda de fibra das raízes dos nervos espinais; Alterações de neurotransmissores e enzimas correlatas (a maior parte diminui) o Acetilcolinia (ACh) - diminui o Acetilcolinesterase (AChE) - diminui (11 a 85%) o Enzima colina-acetiltransferase (CAT) – diminui (40 a 65%) o Dopamina (DA) - diminui o Tirosina hidroxilase (TH) – diminui (48%) - (catalizador da formação de L-DOPA) o L-aminoácido aromático descarboxilase (DDC) - diminui - (enzima síntese de seratonina) o Seratonina (5HT) - diminui o Ácido gama-aminobutírico (GABA) - diminui 7 o GABA transaminase (GABA-T) – diminui – (catalizador) o Glutamato (GLUT) - diminui o Monoamina oxidase (MAO-A e MAO-B) - aumenta – (degradar monoaminas) O cérebro detém capacidade que podem minimizar algumas dessas alterações adversas (FREITAS, et al., 2013). • Redundância – apresentar mais células nervosas do que o necessário para desempenhar funções; • Mecanismos compensadores, quando há lesão ao cérebro, são mais eficientes quanto mais altos forem os centros atingidos; e • Plasticidade cerebral, capacidade adaptativa de reorganização estrutural e funcional de conexões sinápticas. SISTEMA GENITURINÁRIO A estabilidade da função renal é de suma importância para garantir um envelhecimento bem-sucedido, com preservação da qualidade de vida; isto deve-se ao caráter funcional do rim na manutenção do meio interno, e correlação com demais mudanças orgânicas e tentativas de ajustes terapêuticos, já que os rins processam e excretam substâncias. Devido a estas funções, é difícil separar o envelhecimento biológico e do patológico, já que vários fatores influem sobre esse processo, entre eles há os hábitos de vida (alimentação rica em sódio, tabagismo, sedentarismo e alcoolismo) e algumas disfunções do organismo como aterosclerose sistêmica, hipertensão arterial sistêmica e intolerância à glicose (FREITAS et al., 2013). Alterações morfofuncionais • Redução do peso; • Diminuição da área de filtração glomerular (redução do número e volume dos glomérulos, 7° década de vida conta com 1/3 do total ao nascimento); • Deterioração glomerular (espessamento da membrana basal), no caso dos justamedulares, ao desaparecerem, os vasos formam um shunt vascular; 8 • Perda de estruturas corticais (com consequências como atrofia, esclerose e hiperplasia de vasos, glomérulos, túbulos e interstício renal) • Modificações vasculares – esclerose, diminuição da luz, perda de elasticidade; com consequente menor aporte sanguíneo; • Diminuição do ritmo de filtração glomerular, a partir da 5° década, menos 1% ao ano; • Aumento da ureia plasmática; • Menor capacidade de reserva renal (capacidade de os rins responderem aos estímulos de trabalho da filtração glomerular); • Balanço de sódio - resposta mais lenta aos estímulos que impõem uma restrição ou sobrecarga salina, implica consequências sobre o balanço de potássio, com limitação da eliminação; • Nível basal de renina e aldosterona reduzido. Ademais, o envelhecimento da bexiga é de importante observação, já que se trata de um órgão de armazenamento de urina, os comprometimentos morfofuncionais do mesmo trazem consequências biológicas, psíquicas e sociais. A bexiga como os demais órgãos acaba tendo substituição de firas musculares por de colágeno, implicando perda de elasticidade e menor força de contração, tal ponto associado com o desarranjo dos músculos estriados (voluntários) e lisos (autônomo) permite o aparecimento de eventos como a incontinência urinária. Outro ponto a se salientar é que as alterações da bexiga e da uretra permitem maior pré-disponibilidade para infecções urinárias (em especial, nas mulheres); a bexiga ainda está vulnerável, nos homens, quanto ao aumento prostático que implica menor capacidade de reserva (FREITAS et al., 2013). SISTEMA ENDÓCRINO O declínio da secreção espontânea dos hormônios do crescimento e sexuais é frequentemente referido como somatopausa, menopausa e andropausa. Têm-se que as alterações do sistema endócrino provenientes do passar dos anos levariam ao próprio envelhecimento, à deterioração orgânica e interferências no sistema imunológico (FREITAS et al., 2013). 9 De acordo com FREITAS et al. (2013), entre as alterações do sistema endócrino se tem a diminuição da reserva funcional dos órgãos, redução dos linfócitos T supressores, aumento de autoanticorpos, diminuição das respostas pré e pós- receptores, além da variação dos valores referenciais. Quanto aos hormônios em si, há as seguintes mudanças: • GH – diminui; • TSH – diminui nos homens; • ACTH – nível basal tem leve aumento; • Alteração na periodicidade da melatonina; • LH e FSH (gonadotrofinas) – aumentam; • Hormônios tireoidianos (T4 e T3) – leve aumento; • Cortisol – diminui • Aldosterona – diminui • Hormônios calcitróficos – paratormônio aumenta – calcifediol (25 (OH) vit. D) e calcitriol (1,25(OH) vit. D) diminuem; • Testosterona total e livre – diminuem; • DHT – reduz; • Estradiol – diminui; • Estrona – diminui. 3.2. Descrever as alterações fisiológicas da senescência dos sistemas nervoso. Segundo a Organização Pan-Americana de saúde o envelhecimento é “um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte”, o processo de envelhecimento pode ser dividido em dois, a senilidade e a senescência – processo natural, de diminuição progressiva da reserva funcional dos indivíduos. (FREITAS, 2002) O sistema nervoso central (SNC) é o sistema biológico mais comprometido com o processo do envelhecimento, pois é o responsável pela vida de relação (sensações, 10 movimentos, funções psíquicas, entre outros) e pela vida vegetativa (funções biológicas internas). As células nervosas, os neurônios, e as células de apoio, as células gliais (astrócitos e oligodendrócitos), estão sujeitas a danos no decorrer do processo do envelhecimento por meio de fatores intrínsecos (genético, gênero, circulatório, metabólico, radicais livres etc.) e extrínsecos (ambiente, sedentarismo, tabagismo, uso de drogas ilícitas, radiações etc.), que não deixam de exercer uma ação deletéria com o decorrer do tempo. Sinais de deficiências funcionais vão aparecendo de maneira discreta no decorrer da vida de um indivíduo que envelhece, sem comprometer a sua vida de relação, suas atividades pessoais, gerenciais, executivas etc., e que podem ser considerados como envelhecimento saudável (senescência): apesar de existirem danos, a sua intensidade é muito menor. (FREITAS, 2002) Conforme o envelhecimento, o peso e o volume do cérebro diminuem por perda neuronal. Ocorrenas células nervosas, bem como em outras células do organismo, acúmulo de uma substância chamada lipofuscina. Por muito tempo estudou-se esse pigmento como um provável marcador do envelhecimento. Observam-se também depósito de substância beta-amiloide na parede dos vasos e a formação de algumas placas senis em determinadas regiões, como o hipocampo. Quando essas placas são encontradas em grande quantidade e difusas por todas as regiões cerebrais, associadas ao quadro de demência, diagnostica-se a doença de Alzheimer. (FREITAS, 2002) Apesar da redução da massa encefálica que acompanha o processo de envelhecimento, as funções mentais permanecem preservadas até o final da vida. Contudo, a memória para fatos recentes e a capacidade de reter novas informações podem diminuir com a idade, mas nunca com tal intensidade que comprometa as atividades socioeconômicas e a vida familiar. Se isso acontece, deve-se pesquisar uma doença como causa. (FREITAS, 2002) Os neurotransmissores diminuem com a idade, principalmente a acetilcolina e a dopamina, mas nunca a níveis suficientes para causar disfunção na ausência de doenças que os reduzam ainda mais. A velocidade de condução nervosa também diminui e, com isso, há atenuação dos reflexos tendinosos profundos, principalmente os patelares e os aquileus. (FREITAS, 2002) 11 Os idosos apresentam redução do tempo total de sono em decorrência da diminuição da duração e da frequência da fase 4 do sono não REM (sono profundo); consequentemente, aumentam-se os despertares noturnos. (FREITAS, 2002) 3.3. Descrever as alterações fisiológicas da senescência endócrino. De acordo com Morley (2019), ao longo do processo de envelhecimento, o sistema endócrino sofre inúmeras alterações, refletindo assim nos níveis hormonais do corpo. Essas mudanças são variadas, uma vez que alguns aumentam suas concentrações, outros diminuem e alguns terceiros se mantém inalterados, tais como o hormônio estimulante da tiroide (TSH), hormônio adrenocorticotrófico (basal), tiroxina, cortisol (basal), 1,25-di-hidroxicolecalciferol, insulina (algumas vezes, aumenta) e estradiol (em homens). Dentre os hormônios que comumente aumentam com a senescência, os mais conhecidos são: • Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH); • Hormônio estimulador de folículos; • Gonadotrofinas; • Epinefrina (em indivíduos muito idosos); • Paratormônio; • Noradrenalina; • Colecistocinina; • Vasopressina. Observa-se como os níveis hormonais variam com a senescência e como essas variações seguem um padrão em inúmeros pacientes, muitos autores acabam acreditando na hipótese de “fonte hormonal de juventude”, que nada mais é do que a hipótese que acredita que algumas alterações do envelhecimento podem ser evitadas e/ou revertidas através de técnicas de reposição hormonal (MORLEY, 2019). Algumas evidências experimentais apontam que a reposição hormonal se mostra eficaz na melhora de alguns aspectos funcionais, tais como força muscular e densidade óssea mineral, embora há poucas evidências no que diz respeito à redução da mortalidade. Entretanto, a reposição hormonal deve ser realizada com 12 muito cuidado, uma vez determinados hormônios podem se tornar prejudiciais quando em grandes concentrações, como o estrogênio em algumas mulheres idosas (MORLEY, 2019). Além dessa hipótese da “fonte hormonal de juventude”, há uma segunda teoria que afirma que todas as alterações hormonais enfrentadas na senescência seriam um mecanismo de defesa do metabolismo celular. Segundo essa hipótese, as alterações hormonais aconteceriam para desacelerar o metabolismo, uma vez que quanto mais elevada a taxa metabólica, mais rápido um organismo morre (MORLEY, 2019). Principais alterações hormonais relacionadas à idade Com o envelhecimento, as concentrações de desidroepiandrosterona (DHEAS) e seu sulfato diminuem drasticamente, assim como a pregnenolona, que é um importante precursor de quase todos os esteroides conhecidos. Alguns estudos realizados na década de 1940 serviram para identificar que a suplementação de pregnenolona se mostrava bastante eficaz para indivíduos acometidos por artrite, entretanto não mostrava grandes efeitos benéficos em se tratando de memória e força muscular (MORLEY, 2019). Além dos hormônios já citados, também é identificado diminuição nas concentrações do hormônio do crescimento (GH) e seu hormônio endócrino periférico (fator de crescimento IGF-1). Sob tais circunstâncias, a reposição de GH seria capaz de aumentar a massa muscular, porém não surtiria efeito no aumento da força muscular, salvo os casos de pacientes subnutridos, que assim, apresentariam uma melhora significativa (MORLEY, 2019). Contudo, apesar de apresentar certa eficácia, a reposição hormonal de GH apresenta alguns efeitos adversos, tais como: • Síndrome do túnel do carpo; • Artralgias; • Aumento da retenção de água. Desta maneira, é claro que o tratamento a curto prazo pode ter algum efeito, principalmente com pacientes idosos e desnutridos, entretanto para pacientes criticamente enfermos, o GH aumentaria as taxas de mortalidade. Além do GH, é comum que se encontrem alterações nas concentrações de melatonina, um hormônio produzido pela glândula pineal. Na grande maioria dos pacientes idosos, 13 as taxas de produção e liberação deste hormônio diminuem, o que resulta no descontrole do ciclo circadiano (MORLEY, 2019). 3.4. Descrever as alterações fisiológicas da senescência genito-urinário masculino e feminino. As alterações decorrentes da senilidade dos tecidos, a diminuição de função renal, atrofia da uretra, enfraquecimento da musculatura pélvica associado à perda de elasticidade uretral e de colo vesical, doenças próprias do indivíduo idoso também contribuem para o desenvolvimento de incontinência urinária (SOUZA,2002; CARDOSO, 2009). A hiperplasia prostática benigna, que está presente em aproximadamente 50% dos homens aos 50 anos de idade, em metade dos quais causa obstrução ao fluxo urinário e acarreta alterações significativas do trato urinário inferior, como a instabilidade do músculo detrusor. A presença de instabilidade detrusora em muitos indivíduos idosos continentes sugere que a relação entre urge-incontinência e instabilidade detrusora seja mais fraca em pessoas idosas do que em jovens. Uma possível explicação para este fato é que, nos idosos, as características das contrações involuntárias, de menor amplitude, necessitem de alterações estruturais e funcionais do esfíncter uretral para que ocorra a incontinência urinária (REIS ET AL.,2003). Quanto às características do envelhecimento masculino, percebe-se que o inter-relacionamento de fatores tais como as alterações morfológicas nos órgãos genitais, estes acoplados parcialmente às redes endócrinas, fatores ambientais e o estilo de vida parecem exercer forte influência sobre as características individuais. A maioria dos homens idosos sofre o crescimento da próstata, o que conduz a uma doença muito comum, a hiperplasia prostática benigna (BPH), que acarreta em uma obstrução do trato urinário. Dependendo da origem da alteração fisiológica, esta pode funcionar como fator gerador de pulso hipotalâmico de GnRH, resultando em uma perda da ritmicidade circadiana, assim como em alterações dos níveis séricos hormonais. Embora estas mudanças não afetem a fertilidade e não sejam de importância clínica, elas podem ser significativas no desenvolvimento de BPH (BULCÃO ET AL.,2004). Nas mulheres ocorre a abertura do assoalho pélvico, para a passagem da cabeça fetal, é pequena e, por essa razão, a cabeça empurra o assoalho pélvico para 14 baixo até que tenha dilatado o suficiente para passar por ela. Os relatos documentam essas alterações do assoalho pélvico após o parto vaginal, o qual seja um dos causadores de incontinência urinaria nas mulheres (BARBOSAET AL.,2005). Estima-se que a incontinência urinária em mulheres é em torno de 58,8%, sendo e 39,2% entre os homens. As mulheres são ao longo de sua vida mais suscetível a infecções do trato urinário o que possivelmente justifica as diferenças. A prevalência de incontinência urinaria varia conforme a faixa etária, é de 26,5% em indivíduos com até 65 anos, para 73,7% em indivíduos com 95 anos ou mais (BARBOSA ET AL.,2005). 3.5. Reconhecer a epidemiologia das doenças degenerativas neurológicas e genito-urinárias prevalentes no idoso. As doenças neurológicas são as doenças do SNC E SNP que incluem patologias do encéfalo, dos nervos periféricos, da medula espinhal na junção neuromuscular e pode ter origens diferentes podendo ser genética ou congênita, devido algum distúrbio embrionário do sistema nervoso ou por influencia do meio ambiente ao longo da vida. A tendencia é que quanto mais a população envelheça maior vai ser a tendencia de doenças neurovegetativas. As doenças mais comuns são o AVE, doenças desmielizantes (esclerose múltipla), meningites e encefalites, tumores no SNC ou no SNP, traumas cranianos e raquidianos, deficiência mental, doença degenerativas, Alzheimer, Parkinson e distrofia muscular. Então essas doenças trazem um aspecto de incapacidade funcional que reduz a autonomia do paciente em realizar as atividades básicas e essenciais do dia-a-dia e interfere, desse modo nas atividades funcionais. Assim, a população idosa é a parte populacional em que em conjunto com seus hábitos de vida e sua relação com meio ambiente e aliada a diversos fatores (genéticos e congênitos) são levados a uma deterioração progressiva da saúde, tendo uma grande interação entre os três polos (comportamento, meio ambiente e genética) (MATINS et.al, 2019). Já as doenças geniturinárias são mais comuns na população idosa por na medida em que o processo do envelhecimento se estabelece, há uma diminuição lenta e constante do peso dos rins e da função renal. Assim, durante a senescência, as artérias que fazem a irrigação renal se estreitam e não podem suprir sangue suficiente para rins de tamanho normal, então os rins podem diminuir de tamanho, como também 15 a diminuição da capacidade dos nefrons em fazer a função de excreta de resíduos e medicamentos. Então, os rins dos idosos precisam funcionar em sua capacidade quase máxima para conseguir ter suas funções renais normais, no entanto poucos danos ou um dano pode fazer com que haja uma disfunção renal. A epidemiologia das doenças geniturinárias nas mulheres diz que a uretra vai se encurtando e tem um revestimento mais fino, diminuindo a capacidade do esfíncter urinário se fechar levando a quadros de incontinência urinaria, devido principalmente a chegada da menopausa e a diminuição hormonal do estrogênio. Já a epidemiologia das doenças geniturinárias nos homens, é que a próstata tende aumentar ao passar da idade, então isso pode bloquear o fluxo urinário podendo causar retenção urinaria ou danos renais (PREMINGER, 2019) 3.6. Diferenciar os aspectos clínicos, fisiopatológicos e epidemiológicos das demências vasculares e da doença de Alzheimer. Sistema Nervoso O sistema nervoso central é o sistema biológico mais comprometido com o processo do envelhecimento, pois é o responsável pela vida de relação (sensações, movimentos, funções psíquicas) e pela vida vegetativa (funções biológicas internas). O seu comprometimento, é preocupante, uma vez que este é formado em sua maioria por unidades morfofuncionais pós-mitóticas sem possibilidade reprodutora (GUYTON, 2006). As células nervosas, os neurônios, e as células de apoio, as células gliais (astrócitos e oligodendrócitos), estão sujeitas a danos no decorrer do processo do envelhecimento por meio de fatores intrínsecos (genético, gênero, circulatório, metabólico, radicais livres etc.) e extrínsecos (ambiente, sedentarismo, tabagismo, uso de drogas ilícitas, radiações etc.), que não deixam de exercer uma ação deletéria com o decorrer do tempo. Os sinais de deficiências funcionais vão aparecendo de maneira discreta no decorrer da vida de um indivíduo que envelhece, sem comprometer a sua vida de relação, suas atividades pessoais, gerenciais e executivas, podendo serem considerados como envelhecimento saudável, senescente, apesar de existirem danos, a sua intensidade é muito menor (GUYTON, 2006). 16 O envelhecimento patológico, senilidade, ocorre quando esses mesmos danos se dão em uma intensidade muito maior, levando a deficiências funcionais marcantes, alterações das funções nobres do SNC, atingindo, especialmente, as relacionadas com a capacidade intelectual do indivíduo, por meio de alterações da atenção, memória, raciocínio e juízo crítico, as funções práxicas e gnósicas, na fala e outros tipos de comunicação e, consequentemente, comprometendo progressiva e severamente a sua vida de relação, sua afetividade, sua personalidade e sua conduta (GUYTON, 2006). As demências são mais prevalentes na população idosa e, apesar de causas reversíveis serem descritas, em sua maioria são processos neurodegenerativos progressivos e irreversíveis, de consequências desastrosas para indivíduo, familiares e sociedade. As diferentes etiologias terão início, evolução clínica e marcadores biológicos distintos, embora possam compartilhar entre si algumas características clínicas e, até mesmo, coexistir no mesmo indivíduo (GUYTON, 2006). Dentre as doenças neurodegenerativas mais prevalentes no idosos tem-se: Doença de Alzheimer A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal caracterizado pela deterioração da memória e de outras funções cognitivas, com um comprometimento progressivo das atividades da vida diária e uma multiplicidade de alterações comportamentais e psicológicas que mais comprometem a qualidade de vida na velhice. A doença de Alzheimer é a principal causa de demência e de incapacitação entre pessoas com mais de 60 anos (TEIXEIRA, 2015). No Brasil, um estudo utilizando amostra de idosos de base comunitária demonstrou que a taxa de prevalência de demência na população com mais dos 65 anos foi de 7,1%, sendo que a DA foi responsável por 55% dos casos. A taxa de incidência foi de 7,7 por 1.000 pessoas/ano no estudo de São Paulo e de 14,8 por 1.000 pessoas/ano no estudo do Rio Grande do Sul. Considerando a prevalência de demência no Brasil e a população de idosos de aproximadamente 15 milhões de pessoas, a estimativa de demência na população brasileira é de 1,1 milhão. Uma revisão sistemática recente encontrou taxas de demência na população brasileira variando de 5,1% a 17,5%, sendo a DA a causa mais frequente (TEIXEIRA, 2015). A DA se instala, em geral, de modo insidioso e se desenvolve lenta e continuamente por vários anos. As suas alterações neuropatológicas e bioquímicas 17 podem ser divididas em duas áreas gerais: mudanças estruturais e alterações nos neurotransmissores ou nos sistemas neurotransmissores (TEIXEIRA, 2015). A etiologia da DA não é totalmente esclarecida, com exceção de casos familiares nos quais se encontram quadros de mutação genética. Entretanto, alguns autores afirmam que as alterações biológicas desta doença ocorrem prevalentemente nas proteínas Tau e Beta-amialóide. A proteína Tau localiza-se no corpo dos neurônios e está envolvida na condução e troca de nutrientes e de informações. Esta proteína se organiza na forma de microtúbulos, porém quando a DA se instala ocorre uma mudança nesta proteína, fazendo com que sua estrutura conformacional venha a se desestabilizar, ela fica hiperfosforilada, acarretando na formação de emaranhados neurofibrilares e isto conduzirá, gradativamente, à falência neuronal (TEIXEIRA, 2015). A evolução dos sintomas da DA pode ser dividida em três fases: • Fase leve: podem ocorrer alterações como perda de memóriarecente, dificuldade para encontrar palavras, desorientação no tempo e no espaço, dificuldade para tomar decisões, perda de iniciativa e de motivação, sinais de depressão, agressividade, diminuição do interesse por atividades e passatempos (TEIXEIRA, 2015). • Fase moderada: são comuns dificuldades mais evidentes com atividades do dia a dia, com prejuízo de memória, esquecimento de fatos mais importantes, nomes de pessoas próximas, incapacidade de viver sozinho, incapacidade de cozinhar e de cuidar da casa, de fazer compras, dependência importante de outras pessoas, necessidade de ajuda com a higiene pessoal e autocuidados, maior dificuldade para falar e se expressar com clareza, alterações de comportamento, ideias sem sentido e alucinações (TEIXEIRA, 2015). • Fase grave: prejuízo gravíssimo da memória, com incapacidade de registro de dados e muita dificuldade na recuperação de informações antigas como reconhecimento de parentes, amigos, locais conhecidos, dificuldade para alimentar-se associada a prejuízos na deglutição, dificuldade de entender o que se passa a sua volta, dificuldade de orientar-se dentro de casa. Pode haver incontinência urinária e fecal e intensificação de comportamento inadequado. Há tendência de prejuízo motor, que interfere na capacidade de locomoção, sendo necessário auxílio para caminhar. Posteriormente, o 18 paciente pode necessitar de cadeira de rodas ou ficar acamado (TEIXEIRA, 2015). Doença de Parkinson A doença de Parkinson é um transtorno neurológico complexo, progressivo que afeta a saúde e a qualidade de vida dos pacientes e compromete a estrutura socioeconômica familiar. É caracterizado pela degeneração, especialmente, das células da camada ventral da parte compacta da substância nigra e do locus ceruleus. A patologia inclui a identificação dos corpos de Lewy, que são inclusões eosinofílicas intracitoplasmáticas constituídas por várias estruturas proteicas, em neurônios remanescentes, na parte compacta da substância nigra. O início das manifestações clínicas motoras, quando é geralmente feito o diagnóstico, baseado nos critérios clínicos vigentes, corresponde à perda de 60% dos neurônios dessas regiões e 80% da dopamina do estriado (FORLENZA, 2005). A doença de Parkinson é a principal causa dos casos de parkinsonismo, variando de acordo com locais e populações estudadas. Não se conhece a causa da doença de Parkinson, de modo que ela é também denominada parkinsonismo primário ou doença de Parkinson idiopática. Preferencialmente, acomete pessoas com idade superior a 50 anos de ambos os sexos, diferentes raças e classes sociais, A incidência e a prevalência aumentam com o avançar da idade. A prevalência média em estudos é de 1,5% acima de 60 anos e foi de 3,3% no estudo brasileiro em idosos acima de 64 anos vivendo no município de Bambuí, Minas Gerais (Barbosa et al., 2006) (FORLENZA, 2005). Apesar do grande avanço de novos conhecimentos sobre a DP, sua causa permanece desconhecida e isto leva ao desafio do estudo da fisiopatologia dos sinais parkinsonianos, da doença e de sua associação com o processo de envelhecimento humano. Mecanismos etiopatogênicos diferentes estão relacionados com a morte dos neurônios dopaminérgicos da parte compacta da substância nigra. As pesquisas têm se concentrado em fatores genéticos, toxinas ambientais, estresse oxidativo e anormalidades mitocondriais. Com o envelhecimento, todos os indivíduos saudáveis apresentam morte progressiva das células nervosas que produzem dopamina. Algumas pessoas, entretanto, perdem essas células num ritmo muito acelerado e, assim, acabam por manifestar os sintomas da doença (FORLENZA, 2005). 19 Os principais sintomas da doença de Parkinson são a lentidão motora, a rigidez entre as articulações do punho, cotovelo, ombro, coxa e tornozelo, os tremores de repouso notadamente nos membros superiores e geralmente predominantes em um lado do corpo quando comparado com o outro e, finalmente, o desequilíbrio. Estes são os chamados “sintomas motores” da doença, mas podem ocorrer também “sintomas não-motores” como diminuição do olfato, alterações intestinais e do sono (FORLENZA, 2005). Demência com corpos de Lewy A demência com corpos de Lewy (DCL) é o segundo tipo mais comum de demência degenerativa, respondendo por 10 a 15% dos casos. Clinicamente, a DCL é caracterizada por declínio cognitivo progressivo, acompanhado de sintomas característicos, como alucinações visuais complexas, atenção e cognição flutuantes e parkinsonismo de início precoce no curso da doença. Características que apoiam a doença incluem a hipersensibilidade aos neurolépticos e distúrbios comportamentais do sono REM. Atenção, habilidades visuoespaciais e funções executivas encontram- se mais afetadas nos indivíduos com DCL em comparação aos portadores de DA. Além disso, alucinações visuais como sintomas iniciais são frequentes na DCL e também podem auxiliar no diagnóstico diferencial de DA (FORLENZA, 2005). Demência vascular A doença cerebrovascular é a segunda causa mais comum de demência no idoso. O aparecimento de demência no prazo de 3 meses após um acidente vascular cerebral e a deterioração da cognição em degraus são altamente sugestivos de demência vascular (DV). O curso, entretanto, pode ser bastante variável, e um início insidioso de alterações cognitivas com progressão gradual e sem histórico de acidente vascular cerebral ou evidências de lateralização neurológica também pode ser encontrado (FORLENZA, 2005). As demências de padrão subcortical, em geral, resultam em uma síndrome caracterizada por alterações frontais, disfunção executiva, comprometimento leve da memória, prejuízo da atenção, depressão, alentecimento motor, sintomas parkinsonianos, distúrbios urinários e paralisia pseudobulbar. Nas demências de padrão cortical, as características cognitivas dependerão das áreas cerebrais afetadas (FORLENZA, 2005). 20 3.7. Descrever os testes clínicos utilizados nas avaliações geriátricas. Os idosos devido às suas peculiaridades, é de extrema importância aplicar testes de avaliação sobre os aspectos cognitivos, funcionais e psicossociais. A avaliação geriátrica ampla é fundamental para determinar incapacidade, deficiências e desvantagens que acometem os idosos, utilizando testes e escalas de diferentes aspectos (PORTO, 2013). Teste de get up and go test (teste de levantar e andar): avalia o equilíbrio e a mobilidade do idoso, assim, o paciente fica sentado e depois levanta e anda por 3 metros e senta-se novamente. Esse teste avalia a marcha o equilíbrio e a mobilidade, sendo que score 1 é normal e score 5 é gravemente anormal. Há outro teste semelhante chamado timed get up and go test (teste de levantar e andar cronometrado) que cronometra essa ação, sendo que até 10 segundos é normal e independente, e maior que 29 segundos é dependente (PORTO, 2013). Sobre a cognição, há vários testes que vão avaliar para detectar modificações precocemente e determinar o grau delas para tratamento terapêutico. Dessa forma há o miniexame do estado mental (MEEM) criado por Folstein et al. em 2013, sendo que o máximo de pontos é 30 (PORTO, 2013). 21 Imagem 01: Miniexame do estado mental (Folstein, 1975) Fonte: PORTO, 2013 (p. 167). Ademais, há outro teste sobre a cognição desenvolvido por Pfeiffer em 1975, a pontuação é atribuída de acordo com as respostas feitas, sendo que de 0 a 2 pontos é normal e 8 a 10 é bem grave (PORTO, 2013). 22 Imagem 02: Questionário resumido do estado mental (Pfeiffer, 1975) Fonte: PORTO, 2013 (p. 168). Existe outros testes para avaliar como o paciente idoso responde às atividades básicas da vida diária, dessa forma, há a escala de Barthel que contem vários aspectos para a avaliação como: 23 Imagem 03: Escala de Barthel para a avaliação funcional do idoso (Mahoney e Barthel,1965) Fonte: PORTO, 2013 (p. 169) O questionário de Pfeffer é importante para avaliar as condições do paciente sobre as atividades funcionais, é usado para avaliar a autonomia funcional sobre as atividades diárias, juntando a cognição com autonomia funcional. A pontuação para um idoso normal é de 6 pontos para baixo (PORTO, 2013). 24 Imagem 04: Questionário de Pfeiffer para atividades funcionais (Pfeffer et al., 1982) Fonte: PORTO, 2013 (p. 171). A escala geriátrica de depressão de Yesavage é objetiva e rápida para ser realizada, ela possui 30 ou 15 itens. Esse tipo de escala é importante, pois os idosos são propensos para desenvolvimento de doenças psíquicas, que possuem sintomas como: irritabilidade, afastamento social, pessimismo, falta de interesse e baixa autoestima (PORTO, 2013). 25 Imagem 05: Escala geriátrica de depressão de Yesavage (Yesavage, 1983) Fonte: PORTO, 2013 (p. 171) Para saber o estado de nutrição que o idoso se encontra há a avaliação do IMC, seguindo os critérios de medição correta adaptada para a população idosa. Sendo que, IMC menor ou igual a 22 indica baixo peso, de 22 a 27 indica eutrofia e maior e igual a 27 indica obesidade. Ademais, existe uma miniavaliação nutricional para avaliar nutrição, como se fosse uma triagem (PORTO, 2013). 26 Imagem 06: Miniavaliação nutricional (Guigoz et al.,1994) Fonte: PORTO, 2013 (p. 174). 3.8. Caracterizar as alterações gênito-urinárias prevalentes no idoso (masculino e feminino) e suas formas de prevenção e abordagem (HPB, CA de próstata e perda inv. de urina). O processo de envelhecimento provoca redução do tamanho e do peso dos rins, que influencia nas modificações vasculares, os néfrons diminuem, os glomérulos ficam espassados, hialinizados ou fibrosos, as arteríolas aferentes desaparecem, os túbulos renais diminuem de tamanho, tem espessamento da cápsula renal, depósito de tecido adiposo perirrenal e as musculaturas vesical e uretral atrofiam-se, diminuindo a capacidade vesical e a elasticidade uretral. (PORTO, 2014) 27 A partir dos 40 anos, o fluxo plasmático renal e a filtração glomerular sofrem redução de aproximadamente 10% por década, o que reduz a depuração da creatinina de 8 a 10 mf/min/1,73 m2 por década. As alterações tubulares renais junto com a diminuição da síntese de aldosterona e o aumento do hormônio antidiurético diminui a concentração da urina e também compromete os rins quanto a excreção dos ácidos. A complacência da bexiga diminui e tem um aumento do volume residual pós- miccional (PORTO, 2014). Alterações do sistema genital feminino Os órgãos genitais femininos, principalmente os ovários atrofiam-se e as mulheres ficam estéreis após a menopausa. As mamas ficam flácidas e pendentes e o tecido glandular é substituído por tecido fibroso. Diminui o comprimento e largura da vagina, a mucosa se atrofia e fica ressecada (PORTO, 2014). Alterações do sistema genital masculino Tem a diminuição dos testículos, das vesículas seminais do pênis, que perde sua elasticidade. O volume prostático aumenta e as glândulas se atrofiam. A capacidade reprodutiva diminui, mas não ficam estéril (PORTO, 2014). Formas de prevenção e abordagem HPB: A hiperplasia prostática benigna (HPB) e o carcinoma são mais frequentes após os 60 anos. Pela reação anatômica entre a próstata, uretra e colo vesical, o aumento da próstata obstrui o fluxo urinário. O paciente pode se assintomático ou apresentar situações de desconforto e gravidade variada, como: sintomas do sistema urinário baixo (LUTS), hematúria, litíase vesical, incontinência urinária, infecções locais e insuficiência renal pós-renal. A idade e os hormônios androgênios atuantes são os maiores fatores de risco para o desenvolvimento da HPB. (FREITAS; PY, 2016) CA de próstata: O câncer de próstata é o mais incidente em homens no Brasil. A idade é o principal fator de risco, mas dieta rica em gordura saturada e pobre em frutas, verduras e legumes, obesidade e tabagismo também são fatores de risco bem estabelecidos. Acima de 95% das neoplasias da próstata correspondem ao adenocarcinoma. Os adenocarcinomas estão localizados principalmente na zona periférica. (FREITAS; PY, 2016) 28 Os tumores são classificados em: Grau 1 – tumor que consiste em glândulas pequenas, uniformes, com alterações nucleares discretas; Grau 2 – tumor com ácinos de tamanho médio, separados por estroma, arranjados mais proximamente; Grau 3 – tumor com grande variação no tamanho e organização glandular, infiltrando o estroma e os tecidos vizinhos; Grau 4 – tumor que mostra grande atipia celular e extensa infiltração; Grau 5 – tumor caracterizado por camadas de células indiferenciadas. (FREITAS; PY, 2016) Perda involuntária de urina: É um dos problemas mais frequentes no idoso, a incontinência de urina transitória é caracterizada por insulto psicológico, medicamento ou orgânico que cessa ou melhora após o controle do fator desencadeante. Ela pode ser causada por estresse com o aumento da pressão intra-abdominal (tosse, espirro, atividade física) na ausência de contrações vesicais, acontece principalmente em mulheres, por urgência, por hiperfluxo ou transbordamento devido a hipocontratilidade do músculo detrusor, a obstruções uretrais ou ambos, mista quando coexiste mais de um tipo de incontinência no mesmo paciente, funcional atribuído a fatores externos ao trato urinário. (FREITAS; PY, 2016) 3.9. Discutir a importância da sexualidade na terceira idade. A sexualidade é algo que está relacionada tanto com valores biopsicossociais, quanto históricos, culturais, religiosos e educacionais. É mais do que o próprio ato sexual, propriamente dito. Por mais que a sociedade tem uma visão de que idoso é “assexuado”, as necessidades sexuais não se limitam na velhice, ademais que há efeitos positivos que a prática sexual acarreta na melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa. Logo, mesmo com as limitações físicas e psíquicas que maioria dos idosos enfrentam, muito deles não visualizam tais como empecilhos para uma vida sexual ativa (VIEIRA, COUTINHO, SARAIVA, 2016). O sexo na terceira idade para muitos seria uma renúncia, devido ao envelhecimento sexual estar relacionado com as disfunções sexuais, porém, por mais que isso exista, pode ser reconhecido com um bem-estar para grande parte da população idosa. Tanto a prática de atividade sexual, quanto a história conjugal de um casal de idosos são fontes protetoras contra a mortalidade e problema de saúde, ou seja, é algo que vai muito além do prazer. Na vida, nem todos os idosos são iguais em relação ao sexo. A importância e o interesse sobre ele é reflexo de toda uma vida 29 e história do sujeito. Há idosos quem enxergam esse fato como um tabu, entretanto, tem aqueles que lidam muito bem com o assunto e acham normal tal prática, assim como existe isso na vida de pessoas mais jovens também (VIEIRA, COUTINHO, SARAIVA, 2016). Alguns fatores influenciam para a diminuição do interesse e frequência sexual, como a falta de um parceiro, que ocorre mais no caso das mulheres, as quais possuem uma maior expectativa de vida, os estereótipos relacionados com a idade, que também atinge mais as mulheres por acharem que a forma física já não está mais “adequada”, a crença sobre impotência sexual em homens, os efeitos colaterais de alguns medicamentos de doenças crônicas, que causam distúrbios ejaculatórios e disfunção erétil nos homens e, por fim, a demora em procurar ajuda profissional, já que muitos possuem a visão de que se já que estão velhos não adianta tratar tal problema (VIEIRA, COUTINHO, SARAIVA, 2016). De tal modo, como a sociedade impõem o idoso como “assexuado”, destaca- se o risco para as ISTs, já que não é comum a orientação sobre o uso de preservativos para essa população e a alerta sobre as doenças que podemser adquiridas, reflexo disso é a grande quantidade de idosos que são portadores dessas, como a AIDS, a sífilis, porém não é algo tão divulgado e que não recebe tanta atenção. Outro fator que contribui para isso é a vergonha dos profissionais em fazer perguntas para este público alvo, e por parte do próprio idoso, que não se sente à vontade para esclarecer suas dúvidas com o profissional por temer ser mal interpretado (VIEIRA, COUTINHO, SARAIVA, 2016). 3.10. Discutir acerca da necessidade de internação para cuidados dos idosos e as consequências psicossociais para estes. A necessidade de internação em idosos é algo complexo, visto que o paciente tende a ficar com alguns traumas após a alta hospitalar. A maioria dos idosos que internam, necessitam de unidade de terapia intensiva, no qual é destinada para pacientes em estado grave e isso já traz um impacto psicológico para a pessoa. Um dos quesitos que explicam o fato da pessoa idosa necessitar de UTI se explica pelo fato da maioria possuir alguma crônica degenerativa e isso requer cuidados mais monitorados. Porém, o hospital traz alguns traumas psicológicos à pessoa, entre eles o fato de achar que poderá voltar para o local para ser internado e passar pelo 30 processo de tratamento novamente. Além disso, o idoso pode apresentar consequências psicossociais pelo fato de apresentarem apego ao seu lar e seus familiares, ou seja, eles não querem deixar sua casa com a sua zona de conforto para serem internados no hospital (SOARES et al.,2011). Dessa maneira se explica um pouco o fato do idoso apresentar traumas psicossociais após a internação, pois eles possuem um apego emocional a sua rotina e isso em si já faz com que ele sofra após uma internação para cuidados mais especiais diante de algum tratamento. As principais alterações que são observadas são durante o sono, pois o distanciamento do seu território habitual causava certo desconforto e a maioria deles não dormem da mesma maneira que poderia dormir em casa. Eles também sofriam pelo fato de se distanciarem de alguém de seu convívio rotineiro, tais como filhos, netos, irmãos, cuidadores e outros. As alterações emocionais nos idosos podem ser observadas pela falta de apetite, irritabilidade, nervosismo, choro fácil, vômitos, ânsias e insônia. Todas as alterações no emocional do idoso podem ser observadas durante a internação e após, pelo fato de lembrarem o ambiente hospitalar e adquirirem medo ter que internar novamente (SOARES et al.,2011). É observado também que durante a internação, o indivíduo ter poderes mínimos de escolhas, ou seja, não tem a autonomia total de escolher suas tarefas diárias, devido ao fato de estar necessitando de cuidados da equipe de saúde, por isso a maioria sofre em não poder realizar suas tarefas diárias. Assim, o idoso vai ficando deprimido e desenvolvendo alguns transtornos psicossociais, como a depressão e a ansiedade. Por isso, durante e após a internação, é necessário observar se o indivíduo apresenta sintomas de alguma alteração psicossocial, para que assim seja feita alguma intervenção com acompanhamentos de psicólogos. É necessário compreender que mesmo o idoso desenvolvendo alterações psicossociais, algumas doenças não apresentam a opção de tratamento em casa, ou seja, necessita do suporte hospitalar para que sejam tratadas. Portanto, é importante observar todos os aspectos, analisando que a saúde do idoso é primordial para sua sobrevivência (SOARES et al.,2011). 31 3.11. Discutir os exames laboratoriais empregados no diagnóstico de infecção urinária, hiperplasia de próstata e hipotireoidismo. Infecção urinária É uma das patologias que mais atingem as pessoas pelo mundo inteiro é a infecção urinária ou infecção do trato urinário. Ela pode afetar diferentes áreas do sistema urinário, que é formado pela bexiga, uretra, ureteres e pelos rins e recebe denominações de acordo com a parte infectada. Os sintomas da doença são: dor, ardência, incômodo ou sangramentos ao urinar, aumento da frequência com que o paciente vai ao banheiro, cheiro forte na urina e dor lombar, podendo variar em casos mais graves. Caso o paciente se identifique com alguns dos sintomas, deve procurar um médico o quanto antes. Ele irá orientá-lo a realizar exames, para detectar se há ou não uma infecção urinária, e a partir deles e dos relatos da pessoa, também descobrir qual o seu tipo e região afetada (PINHEIRO, 2018). Alguns dos exames que o médico pode pedir: • Exame de urina: fica pronto em um curto período de tempo e analisa a presença de bactérias, o número de leucócitos (células de defesa do organismo) e outros sinais que identifiquem uma possível infecção. É o exame mais adotado para realizar o diagnóstico da patologia; • Urocultura ou cultura da urina: as bactérias presentes na urina do paciente são cultivadas em laboratório, por aproximadamente três dias. O exame ajuda a identificar qual a bactéria causadora da infecção e o medicamento correto para tratá-la. O resultado demora de três a cinco dias para ficar pronto; • Ecografia/Ultrassonografia, tomografia e radiografia com contraste das vias urinárias (exames de imagem) para detectar quais partes do sistema urinário apresentam a infecção e se há alguma complicação. (PINHEIRO,2018). O tratamento é iniciado logo após o diagnóstico, quando o médico possui todas as informações necessárias sobre o tipo de infecção. Normalmente, o uso de antibióticos receitados de acordo com os resultados, é o suficiente para a recuperação do paciente. Mas tomar os devidos cuidados com a higiene pessoal é essencial para prevenir a infecção e outras doenças e evitar que ela apareça novamente (PINHEIRO, 2018). 32 O diagnóstico da ITU (infecção do trato urinário) é clínico-laboratorial, incluindo anamnese e exame físico detalhados. Na anamnese é importante pesquisar, além da sintomatologia específica da ITU, o padrão miccional (frequência urinária, incontinência urinária diurna e/ou enurese), o hábito intestinal (constipação e escapes fecais), a característica do jato urinário, os sintomas gerais associados (febre, vômitos, diarreia, déficit no ganho ponderal). Hiperplasia Prostática Benigna Para uma avaliação do paciente, há a relação da história clínica, familiar e do exame físico, que inclui o exame retal digital. Exames de imagem e laboratoriais são usados para avaliar o tamanho da próstata e para excluir outros problemas que podem estar presentes. Podendo em alguns casos, ser feita uma biópsia para excluir câncer da próstata (PAGANA, 2012). Alguns exames laboratoriais: o Antígeno específico prostático (PSA) – Pode estar elevado na hiperplasia benigna ou no câncer da próstata. O médico deve considerar o resultado em conjunto com outros dados. o Urinálise – Para triagem de dirtúrbios renais o Cultura de urina – Para pesquisar infecção urinária o Ureia e creatinina – Exames de sangue para avaliar a função renal o Alguns exames não laboratoriais: o Ultrassonografia – Para medir o tamanho da próstata e o volume de urina retido na bexiga o Cistoscopia – Avaliação endoscópica da uretra e da bexiga o Medidas do fluxo e da pressão urinárias - Avaliam o grau de obstrução e de retenção urinária o Biópsia da próstata – Exame ao microscópio de amostras de tecido prostático para pesquisa de câncer (PAGANA, 2012). Principais Exames da Tireoide Os principais exames para identificar as doenças relacionadas ao funcionamento tireoidiano são: 33 o Dosagem do TSH: É o principal exame para o diagnóstico do hipotireoidismo e hipertireoidismo. Os valores normais de referência diferem de acordo com a faixa etária e presença ou não de gestação. Recomenda-se a dosagem em pacientes com suspeita ou risco para hipo ou hipertireoidismo além de se recomendar o rastreio a cada cinco anos a partir dos 35anos. Não necessariamente um TSH alterado reflete a presença de doença tiroeidiana. Em algumas situações ele se eleva temporariamente, retornando para os seus valores normais em determinado período. Assim, é necessário realizar nova coleta em um intervalo de três a seis meses, acompanhado de dosagem T4 livre. o T4 livre: Assim como o TSH, o T4 livre auxilia no diagnóstico do hiper e hipotireoidismo. Caso haja discordância nos resultados de T4 livre uma investigação pelo especialista é recomendada. o Anticorpos Antiperoxidase (Anti TPO), Anticorpos Antitireoglobulina (Anti-Tg), Anticorpos Anti-receptores de TSH (TRAb): Detectam doenças tireoidianas autoimunes (DTA) como Doença de Graves e Tireoide de Hashimoto. Essas doenças são as causas mais comuns de hipo e hipertireoidismo. o Ultrassonografia, Punção Aspirativa por Agulha Fina e Biópsia: Auxílio na identificação da natureza do nódulo de tireoidie – benigno ou maligno. A ultrassonografia também é útil também para indicar a necessidade e orientar a punção aspirativa por agulha fina, método padrão ouro para esclarecimento da natureza dos nódulos suspeitos. o Triagem Neonatal (Teste do Pezinho): Deve ser realizada no recém-nascido entre o 3° e 6° dia de vida. O teste consiste na dosagem do TSH e/ou T4 total (T4T) em amostra de sangue seco em papel de filtro retiradas do calcanhar do bebê. É recomendado um segundo teste confirmatório, que deve ocorrer entre a primeira e segunda semana de vida. 34 4. CONCLUSÃO Diante do que foi estudado, concluímos que o envelhecimento fisiológico que se denomina senescência é algo normal, que vai acontecer com o decorrer dos anos, porém se o indivíduo não se aderir a um estilo de vida saudável, tal envelhecimento pode ser comprometido com fatores patológicos (senilidade), acarretando problemas de saúde na velhice. Diante no relatório, sabe-se que o sistema mais comprometido do nosso organismo quanto ao processo de envelhecimento é o Sistema Nervoso Central, já que ele é responsável pela vida de relação e vegetativa. Além disso, denota-se que o envelhecimento geniturinário também ganha destaque, já que o principal órgão desse sistema que é o rim, é responsável pela homeostasia hídrica corporal, ou seja, se ele estiver com muitos danos, irá comprometer outros órgãos do corpo humano. A importância da sexualidade do idoso, que também foi discutida, é de extrema necessidade de análise, já que é algo praticamente “banido” pela sociedade, mas que existe com muita frequência, e a desatenção com esse assunto pode ocasionar diversos problemas para a saúde dessa população. Ademais, as alterações fisiológicas da senescência endócrina destacam-se para as modificações que ocorrem nos hormônios tireoidianos, hormônio do crescimento (GH) e o hipogonadismo masculino, que é muito frequente na vida dos homens idosos. Vimos também sobre a demência vascular, que é a segunda maior causa de demência, ficando atrás apenas do Alzheimer, pode-se dizer que são doenças comuns na velhice, porém com causas distintas, sendo a primeira provocada por alguma lesão cerebral e a segunda por questões neurodegenerativas. Os testes clínicos utilizados nas avaliações geriátricas também foram colocados em pauta, destacando a importância dele para o rastreamento e diagnósticos sobre questões de funcionalidade e depressão no idoso. Por fim, foi visto a questão da institucionalização, que apesar de possuir alguns aspectos negativos na visão do idoso, também possui aspectos positivos para a qualidade de vida do mesmo. 35 REFERÊNCIAS BARBOSA, A.M.P. et al. Efeito da via de parto sobre a força muscular do assoalho pélvico. Revista Brasileira Ginecologia obstetrícia. Acessado 31 mai., 2021. BULCAO, C. B; ET AL. Aspectos fisiológicos, cognitivos e psicossociais da senescência sexual. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806- 58212004000100007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 31 mai., 2021. CARDOSO, A.F. Particularidades dos Idosos: uma Revisão sobre fisiologia do envelhecimento. Revista digital. Acessado 31 mai., 2021. FORLENZA, O. V. Diagnóstico diferencial das demências. 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