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Livro Texto - Unidade I FISIOTERAPIA GERIATRICA E GERONTOLOGICA

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Prévia do material em texto

Autoras: Profa. Juliane Gomes de Almeida Lucareli
 Profa. Vanessa Vieira Pereira
Colaboradores: Prof. Cristiano Schiavinato Baldan
 Profa. Kelly Cristina Sanches
Fisioterapia Geriátrica 
e Gerontológica
Professoras conteudistas: Juliane Gomes de Almeida Lucareli / 
Vanessa Vieira Pereira
Juliane Gomes de Almeida Lucareli
Graduada em Fisioterapia pela Universidade Paulista (2001). Especialista em Fisioterapia Neurológica pela 
Universidade Metodista de São Paulo (2002). Mestre em Ciências da Reabilitação Neuromotora pela Universidade 
Bandeirante de São Paulo (2005). Docente do curso de Fisioterapia da Universidade Paulista desde 2005. 
Vanessa Vieira Pereira
Fisioterapeuta pela Universidade de Santo Amaro (2000), com especialização/aprimoramento em Atendimento 
Multidisciplinar em Geriatria e Gerontologia (2002). Mestre em Ciências da Saúde pelo Instituto de Assistência Médica 
ao Servidor Público Estadual de São Paulo (2012). Aperfeiçoamento em Hidroterapia no National Institute of Allied 
Health Professions, Holanda (1999). Coordenadora da Especialização em Fisioterapia Gerontológica do Instituto 
Imparare/Universidade Paulista desde 2017. Docente do curso de Fisioterapia da Universidade Paulista desde 2013.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
L932f Lucareli, Juliane Gomes de Almeida.
Fisioterapia Geriátrica e Gerontológica / Juliane Gomes de 
Almeida Lucareli, Vanessa Vieira Pereira. – São Paulo: Editora Sol, 2021.
132 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Envelhecimento. 2. Doença. 3. Avaliação. I. Lucareli, Juliane 
Gomes de Almeida. II. Pereira, Vanessa Vieira. III. Título.
CDU 615.8-053.9
U512.12 – 21
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Ricardo Duarte
 Bruna Baldez
Sumário
Fisioterapia Geriátrica e Gerontológica
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 PRINCIPAIS CONCEITOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA ..............................................................9
1.1 Envelhecimento .................................................................................................................................... 10
1.1.1 Senescência ............................................................................................................................................... 10
1.1.2 Senilidade ....................................................................................................................................................11
1.2 Considerações gerais sobre o envelhecimento......................................................................... 11
2 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO ............................................................................... 17
2.1 Composição e forma do corpo ....................................................................................................... 17
2.2 Envelhecimento do sistema tegumentar .................................................................................... 17
2.3 Envelhecimento do sistema ósseo................................................................................................. 18
2.4 Envelhecimento do sistema articular ........................................................................................... 19
2.5 Envelhecimento do sistema muscular ......................................................................................... 20
2.6 Envelhecimento do sistema cardiovascular .............................................................................. 21
2.7 Envelhecimento do sistema respiratório .................................................................................... 22
2.8 Envelhecimento do sistema nervoso ............................................................................................ 23
2.9 Envelhecimento do sistema geniturinário ................................................................................. 24
2.10 Envelhecimento do sistema imunológico ................................................................................ 25
3 ALTERAÇÕES POSTURAIS E MARCHA DO IDOSO ................................................................................ 25
3.1 Alterações posturais ............................................................................................................................ 25
3.2 Marcha do idoso ................................................................................................................................... 26
4 MANIFESTAÇÕES CINESIOPATOLÓGICAS, NEUROMUSCULARES E NEUROLÓGICAS 
NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO E INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS ..................................... 29
4.1 Envelhecimento musculoesquelético e alterações venosas................................................ 29
4.1.1 Fraqueza muscular ................................................................................................................................. 29
4.1.2 Síndrome da fragilidade ....................................................................................................................... 30
4.1.3 Síndrome do imobilismo ...................................................................................................................... 32
4.1.4 Osteoporose .............................................................................................................................................. 33
4.1.5 Osteoartrite ............................................................................................................................................... 36
4.1.6 Trombose venosa profunda ................................................................................................................ 37
4.1.7 Insuficiência venosa crônica e úlcera varicosa ........................................................................... 40
4.1.8 Erisipela ....................................................................................................................................................... 41
4.2 Demência ................................................................................................................................................. 42
4.2.1 Doença de Alzheimer ............................................................................................................................ 45
4.2.2 Demência vascular ................................................................................................................................. 48
4.2.3 Demência frontotemporal ou de Pick ............................................................................................ 50
4.2.4 Demência por corpúsculosde Lewy ................................................................................................ 51
4.2.5 Demência associada à doença de Parkinson ............................................................................... 52
4.2.6 Abordagem diagnóstica das demências ........................................................................................ 53
4.2.7 Tratamento das demências ................................................................................................................. 56
Unidade II
5 CAPACIDADE FUNCIONAL DO IDOSO E AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA .................................. 63
5.1 Capacidade funcional ......................................................................................................................... 63
5.2 Instrumentos de avaliação ............................................................................................................... 66
5.2.1 Índice de Katz ........................................................................................................................................... 66
5.2.2 Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment Questionnaire ....................... 67
5.2.3 Medida de Independência Funcional .............................................................................................. 68
5.2.4 Atividades Instrumentais da Vida Diária ....................................................................................... 70
5.3 Processo de avaliação e tratamento fisioterapêutico ........................................................... 72
6 EQUILÍBRIO, QUEDAS E ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS .......................................................................... 73
6.1 Definições ................................................................................................................................................ 73
6.2 Avaliações funcionais de equilíbrio e risco de queda ............................................................ 79
6.2.1 Escala de Equilíbrio de Berg ............................................................................................................... 80
6.2.2 Índice de Marcha Dinâmica ................................................................................................................ 87
6.2.3 Timed Up and Go Test ........................................................................................................................... 91
6.2.4 Teste Clínico para Interação Sensorial no Equilíbrio ................................................................ 92
6.3 Prevenção de quedas: atuação da equipe interdisciplinar .................................................. 93
7 CUIDADOS PALIATIVOS ...............................................................................................................................103
7.1 Princípios dos cuidados paliativos ..............................................................................................103
7.2 O fisioterapeuta na equipe de cuidados paliativos ..............................................................106
8 ENVELHECIMENTO ATIVO ...........................................................................................................................107
8.1 Atendimento em grupo terapêutico ..........................................................................................111
7
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina busca mostrar de que modo o processo de envelhecimento fisiológico e patológico 
pode influenciar na capacidade funcional e na qualidade de vida do idoso. Os objetivos específicos são:
• fornecer subsídios teóricos e práticos para que o aluno considere o processo de envelhecimento 
nas dimensões biológicas, psicológicas e socioculturais;
• discutir as propostas fisioterapêuticas em face do idoso e do envelhecimento;
• estudar as alterações funcionais do processo de envelhecimento, além das intervenções 
fisioterapêuticas nas principais síndromes geriátricas;
• abordar as modalidades de assistência à pessoa idosa.
Neste livro-texto, o aluno vai estudar o processo de envelhecimento num contexto biológico, 
psicológico e social, sendo instrumentalizado para usar recursos fisioterapêuticos que reabilitem o idoso 
e potencializem suas habilidades motoras.
INTRODUÇÃO
Nesta disciplina, veremos o processo fisiológico e patológico do envelhecimento, que acontece 
em todos os órgãos e sistemas do corpo e tem início em diferentes fases da vida. Serão discutidos 
conceitos importantes para compreender esse processo e, em seguida, aspectos epidemiológicos 
presentes no envelhecimento.
Após um panorama geral sobre o envelhecimento em diferentes lugares do mundo e a comparação 
entre homens e mulheres, abordaremos o processo fisiológico do envelhecimento de forma mais 
específica nos sistemas tegumentar, ósseo, articular, muscular, cardiovascular, respiratório, nervoso, 
geniturinário e imunológico.
Na sequência, estudaremos o processo patológico, considerando algumas afecções mais frequentes 
no idoso, como as alterações posturais e de marcha, determinantes para compreender o processo de 
envelhecimento no paciente idoso e as respectivas abordagens fisioterapêuticas.
Trataremos ainda das alterações cognitivas, que com frequência compõem o quadro clínico das 
demências. Veremos a importância do diagnóstico diferencial entre demência e depressão, e demência 
e delirium. A demência mais comum é a doença de Alzheimer, sendo 50% mais frequente que as 
demais, seguida pela demência de origem vascular, a demência por corpúsculos de Lewy, a demência 
frontotemporal ou de Pick e a demência associada à doença de Parkinson. Discutiremos o diagnóstico 
e o tratamento nas demências.
Em seguida, discorreremos sobre a capacidade funcional do idoso e questões associadas a equilíbrio 
e queda, abordando os testes usados para avaliar esses pontos. Por fim, veremos os cuidados paliativos e 
a noção de envelhecimento ativo.
9
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Unidade I
1 PRINCIPAIS CONCEITOS EM GERIATRIA E GERONTOLOGIA
Como você já deve saber, o envelhecimento populacional é um fenômeno que vem crescendo no 
mundo todo nas últimas décadas, em especial nos países em desenvolvimento. Esse fenômeno exigiu 
que os profissionais da área da saúde procurassem mais conhecimento sobre o envelhecimento e suas 
implicações na capacidade motora e funcional do idoso.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2025 haverá cerca de 1,2 bilhão de pessoas no 
mundo com mais de 60 anos (WHO, 2005).
No Brasil, de acordo com o Estatuto do Idoso (BRASIL, 2003), consideram-se idosos pessoas com 
60 anos ou mais, mas é importante ressaltar que há diferença entre idade cronológica e idade biológica.
A idade cronológica, usada para bases legais e trabalhos científicos, é determinada por meio dos 
anos em tempo real que as pessoas têm segundo sua data de nascimento. Já a idade biológica refere-se 
a quantos anos de idade as pessoas aparentam ter, o que se relaciona com a independência funcional, 
uma vez que um medidor para avaliar a saúde do idoso seria sua capacidade funcional e autonomia.
A autonomia, conceito importante em geriatria, é a capacidade humana de determinar e seguir suas 
próprias regras, dentro dos conceitos morais estabelecidos pelas leis de onde vive.
Freitas e Py (2006, p. 9) definem: “O envelhecimento (processo), a velhice (fase da vida) e o velho ou 
idoso (resultado final) constituem um conjunto, cujos componentes estão intimamente relacionados”.
É interessante saber que a fisioterapia passou a reconhecer sua atuação na geriatria e na gerontologia em 
janeiro de 2017, ou seja, é algo bem recente. Isso se deu através das Resoluções n. 476 e n. 477 do 
Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), que regulamentaram a especialidade 
de fisioterapia em gerontologia, seguindo a estimativa de que o envelhecimento populacional 
aumentará nos próximos anos.
O fisioterapeuta faz parte de uma equipe multiprofissional que visaassegurar um envelhecimento 
ativo e bem-sucedido por meio da manutenção e da recuperação funcional do idoso, diminuindo suas 
limitações e melhorando sua qualidade de vida.
10
Unidade I
 Lembrete
Autonomia é a capacidade de tomar as próprias decisões, de fazer as 
coisas pelos próprios meios, com independência.
1.1 Envelhecimento
Papaléo Netto (2002) define o envelhecimento como um processo progressivo e dinâmico, no qual 
acontecem alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, que modificam o organismo de forma 
lenta e gradual até a morte.
O envelhecimento não é igual para todas as pessoas; ele pode variar de indivíduo para indivíduo. 
Para alguns, o envelhecimento pode ser mais lento e gradativo; para outros, esse processo pode ser 
mais acelerado. Essas variações dependem de fatores como estilo de vida, condições socioeconômicas e 
doenças crônicas (FECHINE; TROMPIERI, 2012).
O idoso com um envelhecimento bem-sucedido é aquele que tem reservas funcionais, associadas 
com hábitos alimentares saudáveis, prática de atividade física regular e condição socioeconômica e 
cultural favorável. O envelhecimento não tem a ver com cronologia, mas com biologia. Isso explica por 
que algumas pessoas aparentam ser mais jovens do que outras.
O estudo do envelhecimento pode ser subdividido em dois momentos: a senescência e a senilidade. 
Primeiro, porém, vamos diferenciar os termos geriatria e gerontologia (BRASIL; BATISTA, 2015).
• Geriatria: é uma especialidade médica. O termo, criado em 1909 por Ignatz L. Nascher, representa 
o estudo do tratamento clínico do envelhecimento.
• Gerontologia: é uma disciplina científica que investiga as características do envelhecimento como 
fase do desenvolvimento humano, bem como o processo e as determinantes do envelhecimento. 
Do grego gero (envelhecimento) + logia (estudo/ciência), o termo foi criado em 1903 por 
Ilya I. Mechnikov.
1.1.1 Senescência
Podemos pensar no envelhecimento como um processo dinâmico e progressivo, caracterizado por 
alterações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas. Essas alterações determinam a progressiva 
perda da capacidade de adaptação ao meio ambiente e a maior incidência de processos patológicos, que 
acabam por levar o indivíduo à morte (FREITAS; PY, 2006). Comfort (1979) diz que o envelhecimento 
é a redução da capacidade de adaptação homeostática diante de situações de sobrecarga funcional 
do organismo.
11
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
O envelhecimento é um processo natural e esperado. No entanto, no envelhecimento patológico, 
considerado por muitos autores um envelhecimento malsucedido, há alterações que implicam perdas 
motoras, funcionais e cognitivas.
 Observação
Alterações cognitivas estão relacionadas com a perda de funções 
mentais devido à perda de neurônios. O indivíduo apresenta, por exemplo, 
deterioração da sua capacidade de memória e alteração de comportamento.
Senescência é um termo que se refere às alterações que acontecem no organismo humano ao longo 
da vida e que não são consideradas doenças, ou seja, trata-se do processo fisiológico do envelhecimento, 
que ocorre em todos os órgãos, sistemas e células do corpo humano. Portanto, a senescência, apesar de 
estar relacionada com o envelhecimento, não provoca danos à saúde do idoso. É esperada para todos e 
acontece antes de os indivíduos serem reconhecidos como idosos. Abordaremos adiante as alterações 
fisiológicas nos diferentes órgãos e sistemas (FREITAS; PY, 2006).
Exemplo de aplicação
Imagine dois idosos da mesma faixa etária, porém com processo de envelhecimento distinto: um 
com aparência mais jovem e saudável, o outro com aparência mais velha e doenças instaladas. Reflita 
sobre as diferenças entre pessoas na mesma faixa etária. Associe idade cronológica e idade biológica 
com o conceito de reservas funcionais.
1.1.2 Senilidade
A senilidade pode ser considerada um envelhecimento malsucedido. Devido aos maus hábitos de 
vida e à falta de reservas funcionais, causada principalmente pela inatividade, os indivíduos apresentam 
um envelhecimento patológico, caracterizado pelo aparecimento de várias comorbidades, como as 
doenças crônicas (hipertensão e diabetes, por exemplo).
Cabe ressaltar a dificuldade de perceber o momento em que o envelhecimento fisiológico acaba e 
o patológico começa – de determinar que o processo de senescência deixou de existir e a senilidade 
passou a se instalar. Podemos dizer que a senilidade se inicia quando o idoso apresenta dificuldade para 
realizar suas atividades diárias.
1.2 Considerações gerais sobre o envelhecimento
O crescimento populacional é considerado um fenômeno mundial, tendo sido observado em todos 
os países, em especial naqueles em desenvolvimento. Nesta seção vamos descrever os fatores que 
influenciaram a transição demográfica no Brasil e no mundo.
12
Unidade I
Tabela 1 – Projeção da população com mais de 60 anos até 2025
Países
População (000.000)
Classificação 
em 1950 1950 1975 2000 2025
Classificação 
em 2025
China 1º 42 73 134 284 1º
Índia 2º 32 29 65 146 2º
URSS 4º 16 34 54 71 3º
EUA 3º 18 31 40 67 4º
Japão 8º 6 13 26 33 5º
Brasil 16º 2 6 14 32 6º
Indonésia 10º 4 7 15 31 7º
Paquistão 11º 3 3 7 18 8º
México 25º 1 3 6 17 9º
Bangladesh 14º 2 3 6 17 10º
Nigéria 27º 1 2 6 16 11º
Fonte: World Health Organization (1979, 1982 apud KALACHE; VERAS; RAMOS, 1987, p. 201).
Segundo Vasconcelos e Gomes (2012), em 1970 o perfil demográfico brasileiro se modificou. 
Mudanças como o avanço da medicina e da tecnologia, a migração de pessoas do meio rural para o 
urbano, a redução do número de filhos por casal e o aumento da expectativa de vida contribuíram para 
uma sociedade com um número maior de idosos. É preciso entender cada uma dessas mudanças que, ao 
longo das décadas, foram responsáveis pela mencionada transição demográfica.
Observemos a pirâmide etária do Brasil na década de 1940, que apresentava base mais larga, com 
maior número de indivíduos jovens, e ápice mais estreito, com menor número de pessoas idosas.
10.000.000
80+
75 a 79
70 a 74
55 a 59
40 a 44
65 a 69
50 a 54
35 a 39
60 a 64
45 a 49
30 a 34
20 a 24
10 a 14
25 a 29
15 a 19
5 a 9
0 a 4
8.000.000 6.000.000 0 6.000.0004.000.000 2.000.000 8.000.0002.000.000 4.000.000 10.000.000
Homens Mulheres
Figura 1 – Pirâmide etária absoluta no Brasil, de acordo com o censo de 1940
13
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
As mulheres têm expectativa de vida maior em comparação com os homens devido a fatores como 
menor exposição ambiental, menor envolvimento em acidentes de trabalho e de trânsito e em situações 
de violência, menor consumo de álcool e cigarro, e maior procura por serviços de saúde.
10 10 105 5 50 0 05 5 510 10 10 151515
População (em milhões)
Brasil: população em 1950
Homens Homens HomensMulheres Mulheres Mulheres
Brasil: população em 1985 Brasil: população em 2020
Id
ad
e
15
0
10
20
50
80
30
60
90
40
70
100
Figura 2 – Pirâmide populacional (distribuição por sexo e idade) do Brasil: 1950, 1985 e 2020
Adaptada de: https://bit.ly/2QVFJA7. Acesso em: 2 jun. 2021.
Com os anos, a pirâmide foi se modificando em razão de uma série de fatores, como aumento da 
expectativa de vida, novos arranjos familiares e ampliação dos rendimentos, o que pode ser observado 
na figura a seguir.
10 1086422468 10 108642246810 1086422468
75 a 79
80 a 84
85 a 89
Mais de 90
2013Idade
Homens Homens HomensMulheres Mulheres Mulheres
2040 2060
70 a 74
55 a 59
40 a 44
65 a 69
50 a 54
35 a 39
60 a 64
45 a 49
30 a 34
20 a 24
10 a 14
25 a 29
15 a 19
5 a 9
1 a 4
0 a 1
Milhões de pessoas
Figura 3 – Pirâmides etárias absolutas para homens e mulheres no Brasil até 2060. Segundo projeção do IBGE (2013), 
pessoas com idade superior a 65 anos serão mais de um quarto dos brasileiros em 2060
Os principais indicadores da transição demográfica no Brasil são mortalidade, expectativa de vida, 
fecundidade e migração.
14
Unidade I
Mortalidade
A mortalidadeda população idosa pode ser estudada por meio de alguns indicadores de saúde, 
como o índice de mortalidade e a expectativa de vida. Uma das maiores mudanças demográficas do 
mundo foi a redução das taxas de mortalidade. Isso fez com que tivéssemos aumento da esperança 
de vida ao nascer.
Expectativa de vida
Esse termo equivale à esperança de vida que as pessoas têm ao nascer e está associado historicamente 
a uma melhor qualidade de vida. Apesar de as conquistas médico-tecnológicas possibilitarem a 
prevenção e a cura de muitas doenças, milhões de pessoas continuam vivendo em situações de pobreza 
em todo o mundo.
No Brasil, no início do século XX, a expectativa de vida ao nascer era de 33,7 anos, tendo atingido 43,2 
na década de 1950. No decorrer da década de 1960 a expectativa de vida aumentou em quase 8 anos 
(55,9). Na década de 1970 passou a 57,1 e em 1980 atingiu 63,5 anos (KALACHE; VERAS; RAMOS, 1987).
Atualmente o Brasil tem expectativa de vida de 76,6 anos, segundo dados do IBGE de 2019 (EM 
2019…, 2020).
1940 1960 1980 2000 20101950 1970 1990 2008 2015 2019
40
50
60
70
80
45,5
76,6
Figura 4 – Evolução da expectativa de vida no Brasil (em anos)
Adaptada de: Mota (2017).
Como já indicado, a expectativa de vida da mulher é maior que a dos homens em praticamente 
todos os países desenvolvidos ou em desenvolvimento, havendo uma diferença de aproximadamente 
7,5 anos.
15
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Tabela 2 – Expectativa de vida ao nascimento para homens 
e mulheres de 1960 até 2025 nos países desenvolvidos
Países
1960/5 1980/5 2000/5 2020/5
H M H M H M H M
Todos os países 
desenvolvidos 66,6 72,8 69,4 76,9 72,3 79,7 73,8 80,8
Japão 66,5 71,6 74,0 79,4 75,0 80,6 75,0 81,4
Austrália e 
Nova Zelândia 67,9 74,1 70,9 77,7 73,0 80,2 74,2 81,0
América do Norte 66,9 73,5 70,4 78,1 72,8 80,3 74,0 81,1
Europa Ocidental 67,8 73,8 70,5 77,9 72,9 80,2 74,1 81,1
Europa Oriental 66,5 71,3 68,5 75,1 71,8 78,8 73,4 80,5
URSS 65,5 73,2 66,5 75,4 70,7 78,9 73,0 80,5
Fonte: United Nations (1984 apud KALACHE; VERAS; RAMOS, 1987, p. 203).
Tabela 3 – Expectativa de vida ao nascimento para homens e mulheres 
de 1960 até 2025 nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento
Países
1960/5 1980/5 2000/5 2020/5
H M H M H M H M
Todos os países 
subdesenvolvidos 44,9 46,5 55,5 57,7 61,9 64,6 67,2 70,7
China 42,7 45,6 65,5 69,4 70,0 73,9 73,2 76,9
Ásia do Sul 45,1 45,0 53,5 53,8 61,9 64,6 67,2 70,7
América Latina 54,6 58,4 61,8 66,5 66,8 72,0 69,6 75,0
Brasil 54,0 57,8 60,9 66,0 65,7 71,6 69,1 75,3
África 40,3 43,0 48,2 51,3 55,9 59,4 63,0 66,8
África do Norte 45,8 47,3 54,8 57,0 63,6 66,6 68,9 73,2
Fonte: United Nations (1985 apud KALACHE; VERAS; RAMOS, 1987, p. 204).
1920
0%
10%
20%
30%
1950 1970 1990 2010 20301940 1960 1980 2000 2020 2040
Muito idosas
Muito idosos
Idosos
Idosas
Figura 5 – Proporção da população brasileira idosa e muito idosa por sexo
Adaptada de: Freitas e Py (2006, p. 136).
16
Unidade I
Fecundidade
Outro indicador importante para essa transição demográfica é a taxa de fertilidade, que na maioria 
dos países está em declínio. Esse fato decorre dos novos arranjos familiares e da entrada das mulheres 
no mercado de trabalho, com menos tempo para a família e o casamento.
Ramos, Veras e Kalache (1987) mostram que no Brasil houve um decréscimo da taxa de fertilidade 
em mais de um terço entre 1970 e 1980. Embora a vida média do brasileiro tenha aumentado no fim do 
século XX, as altas taxas de fertilidade do passado ainda se refletirão nas pirâmides populacionais das 
próximas décadas. O gráfico da figura a seguir mostra a taxa de fecundidade total, no Brasil e no mundo, 
de 1950 até 2100, segundo novas projeções da Organização das Nações Unidas (UN, 2019).
19
50
-1
95
5
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80
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4
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6
7
TF
T 
= 
fil
ho
s p
or
 m
ul
he
r
Mundo
Brasil
Figura 6 – Taxa de fecundidade total (TFT), no Brasil e no mundo, de 1950 até 2100
Migração
O movimento migratório tende a englobar um número maior de jovens, parcela da população que 
deixa seu país de origem em busca de melhores oportunidades. Atualmente esse movimento no Brasil 
é menor do que em décadas anteriores, o que não altera a pirâmide etária. Essas mudanças foram mais 
expressivas entre os anos de 1871 e 1900, quando houve uma grande entrada de imigrantes, o que 
contribuiu para o crescimento da população de 65 anos ou mais até 1980.
Existe uma migração interna entre o campo e as grandes cidades, em que o migrante é jovem e 
motivado por desemprego rural, diferenças salariais entre campo e cidade, concentração de serviços 
públicos no ambiente urbano e influência da mídia.
17
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
2 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO
2.1 Composição e forma do corpo
Com o envelhecimento, sofremos mudanças anatômicas, posturais e estruturais. Há aumento do 
diâmetro do crânio, tanto em homens quanto em mulheres, e crescimento do nariz e do pavilhão 
auditivo, caracterizando a conformação típica da face do idoso. Os cabelos vão se tornando brancos 
devido à perda dos melanócitos. Pode aparecer ainda a calvície, principalmente no sexo masculino.
Também são importantes as alterações anatômicas da coluna vertebral, que causam redução da 
estatura em 1 cm por década após os 40 anos e que se intensificam a partir dos 70 anos (figura a 
seguir). Isso acontece por causa do aumento da curvatura da cifose torácica e do achatamento dos 
discos intervertebrais e dos arcos plantares. Podemos observar ainda na postura do idoso o aumento 
do diâmetro anteroposterior do tronco, o que leva a um tronco mais curto.
Idade de 
55 anos
Idade de 
65 anos
Idade de 
75 anos
Figura 7 – Deformidade gradativa da coluna vertebral e diminuição da estatura
Fonte: Freitas e Py (2006, p. 902).
Além disso, há mudança na forma e na composição do corpo. Podemos observar maior depósito de 
tecido adiposo e diminuição de tecido muscular. A distribuição de tecido adiposo é mais acentuada na 
região central do corpo. Portanto, há maior concentração de gordura no tronco e menor nos membros.
2.2 Envelhecimento do sistema tegumentar
A pele do idoso sofre muitas alterações ao longo de todo o processo de envelhecimento. Isso ocorre 
pela diminuição na produção das células epiteliais, levando a um adelgaçamento de 20% a 30% na 
espessura da epiderme e à redução da sudorese pela diminuição das glândulas sudoríparas. A derme 
desidrata, e a pele vai perdendo elasticidade, tornando-se menos elástica e mais friável, ficando enrugada 
(FREITAS; PY, 2006).
18
Unidade I
Figura 8 – Perda da elasticidade da pele e aparecimento de rugas
Surgem manchas senis, com coloração amarronzada. Estão presentes principalmente na face, no 
dorso das mãos e nos antebraços, devido a alterações da coloração da pele.
Figura 9 – Manchas senis no dorso das mãos
2.3 Envelhecimento do sistema ósseo
O tecido ósseo sofre várias alterações desde a sua formação, após o nascimento, sendo um sistema 
orgânico em constante remodelação. Na criança, os ossos se formam mais rápido do que são reabsorvidos. 
Assim, há maior atuação de osteoblastos (células que fazem a síntese dos componentes orgânicos da 
matriz óssea) e menor atuação de osteoclastos (células que fazem a reabsorção óssea).
Estima-se que chegamos a 90% de massa óssea aos 18 anos de idade, alcançamos seu pico por volta 
dos 35 anos e atingimos um platô até mais ou menos a quarta década de vida, ou seja, osteoblastos 
19
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICAe osteoclastos trabalham em equilíbrio. A partir dessa idade, tais células sofrem um desequilíbrio, e os 
osteoclastos passam a trabalhar mais que os osteoblastos, havendo maior reabsorção óssea (ROSSI, 2008).
Quando chegamos ao desequilíbrio mencionado, acontece uma diminuição progressiva de massa 
óssea. Esse processo é chamado de osteopenia e faz parte da senescência. A diminuição óssea não é 
igual: até os 50 anos, a perda é maior nos ossos trabeculares; após essa idade, perde-se mais osso cortical.
 Lembrete
Senescência é o processo fisiológico de envelhecimento.
2.4 Envelhecimento do sistema articular
As articulações também sofrem alterações com o processo de envelhecimento. A cartilagem 
articular perde água e proteoglicanos, e sua capacidade reparadora diminui, aumentando-se a chance 
do aparecimento de processos degenerativos. Observamos também a degradação do colágeno tipo II 
e a redução progressiva dos condrócitos, perdendo-se assim a sua capacidade de manter e reparar a 
cartilagem articular. Essas alterações permitem compreender o aparecimento de doenças articulares 
nos idosos. Com o aumento na espessura das fibras colágenas, a cartilagem torna-se mais fina, com 
rachaduras e fendas na superfície.
Com o envelhecimento, os discos intervertebrais sofrem degeneração, desidratação e diminuição da 
capacidade de absorver o impacto entre as vértebras, o que leva ao desgaste entre os ossos. A degeneração 
discal compreende rupturas estruturais e alterações na composição da matriz. Há evidências de que 
sobrecargas mecânicas moderadas e repetidas, sobretudo nos discos de indivíduos de 50 a 70 anos, 
possam ser a causa inicial do processo (ROSSI, 2008).
As articulações sinoviais são as que predominam nos membros, caracterizadas por terem membrana 
sinovial, cápsula articular e líquido sinovial, importante para nutrir e lubrificar a articulação, os 
ligamentos, os meniscos e os discos.
Para manterem sua integridade e funcionalidade, as articulações sinoviais recebem irrigação 
sanguínea de artérias articulares formadas por redes próximas à membrana sinovial. Mesmo sendo 
protegidas para resistir ao desgaste, a sobrecarga excessiva, o aumento de peso e as alterações posturais 
que aparecem ao longo dos anos favorecem o desenvolvimento de alterações degenerativas (ARAÚJO; 
BERTOLINI; MARTINS JR., 2014).
Durante o envelhecimento articular, há diminuição da produção de líquido sinovial e adelgaçamento 
do tecido. Além disso, os tendões e ligamentos tornam-se menores e menos flexíveis, o que implica 
redução da amplitude do movimento articular. As articulações sinoviais, como joelhos, quadris, punhos 
e cotovelos, são mais afetadas durante o envelhecimento. Isso acontece devido ao grau de liberdade 
dessas articulações, que realizam movimentos repetidamente durante toda a vida do indivíduo (RIBEIRO; 
ALVES; MEIRA, 2009).
20
Unidade I
Segundo Esquinazi, Silva e Guimarães (2014), a partir dos 35 anos de idade acontecem alterações 
fisiológicas na cartilagem articular que podem levar à diminuição da flexibilidade e da função locomotora, 
aumentando o risco de lesão degenerativa das articulações sinoviais.
 Saiba mais
Para ampliar seu conhecimento sobre o envelhecimento do sistema 
osteoarticular, leia o artigo a seguir:
ROSSI, E. Envelhecimento do sistema osteoarticular. Einstein, São Paulo, 
v. 6, supl. 1, p. S7-S12, 2008. Disponível em: https://bit.ly/3gcgwv6. Acesso 
em: 2 jun. 2021.
2.5 Envelhecimento do sistema muscular
Durante o envelhecimento, há uma perda lenta e progressiva da massa muscular, que passa a 
ser substituída por tecido conjuntivo e gorduroso. Segundo Freitas e Py (2006), o músculo diminui 
aproximadamente 50% dos 20 aos 90 anos ou 40% dos 30 aos 80 anos. Essa perda está associada à 
excreção urinária de creatinina após os 30 anos de idade.
Tais perdas vão acarretar diminuição da secção transversa do músculo e maior substituição ou 
acúmulo de colágeno ou tecido gorduroso. Isso decorre da redução do número de fibras musculares, 
que no idoso é aproximadamente 20% menor que num adulto jovem. A diminuição é maior nas fibras 
musculares do tipo II. Chamamos de sarcopenia a perda fisiológica de fibras musculares do tipo I 
e do tipo II.
Massa óssea
Tecido adiposo 
subcutâneo
Massa muscular
Figura 10 – Ressonância magnética da coxa de uma pessoa de 21 anos 
e de uma pessoa de 63 anos, respectivamente
Fonte: Silva et al. (2006, p. 391).
21
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
A redução de massa muscular está diretamente relacionada com a perda da força muscular. Estudos 
mostram que a força do músculo quadríceps aumenta progressivamente até os 30 anos; depois dos 50, 
ela começa a diminuir, o que se acentua após os 70. Outros estudos indicam que a força muscular 
diminui aproximadamente 15% a cada década de vida, até a sétima década, e cerca de 30% após a 
oitava década (KENT-BRAUN; NG, 2000; ROSSI, 2008).
A sarcopenia é multifatorial. Ela deriva de alterações endócrinas e no metabolismo do músculo, fatores 
nutricionais, mitocondriais e genéticos, condições ambientais e sedentarismo. O que vai determinar o 
grau de sarcopenia serão as já mencionadas reservas funcionais da pessoa.
Estima-se que, após os 60 anos, a prevalência da sarcopenia seja de aproximadamente 30%, 
aumentando progressivamente com o envelhecimento. A partir dos 75 anos, ela passa a ser um dos 
indicadores da chance de sobrevivência do indivíduo (LARSSON; RAMAMURTHY, 2000).
A avaliação do grau da sarcopenia é difícil, uma vez que ela faz parte da fisiologia do envelhecimento 
natural, sendo portanto considerada senescência. Na prática clínica, podemos avaliar quando essa perda 
de massa muscular começa a causar uma diminuição de força muscular que compromete a capacidade 
funcional do idoso, a sua marcha e o seu equilíbrio, passando a ser senilidade.
Alguns estudos mostram que é possível definir o idoso com prejuízos motores devido à sarcopenia 
quando a razão da soma da massa muscular apendicular (kg) pela altura ao quadrado (m2) é superior 
a dois ou mais desvios padrão (dp) em relação ao esperado para uma população jovem saudável. 
A avaliação da massa muscular apendicular total é realizada pelo estudo da composição corporal, por 
meio da densitometria de corpo total, porém ficamos limitados pela falta de dados de referência de 
normalidade para a população brasileira (BAUMGARTNER et al., 1998; ROSSI, 2008; SILVA et al., 2006).
2.6 Envelhecimento do sistema cardiovascular
O sistema cardiovascular sofre muitas alterações durante o envelhecimento, com redução da sua 
capacidade funcional, principalmente pelo fato de que mais de 50% dos idosos com 60 anos ou mais 
apresentam cardiopatias (FERRIGNO, 2002). As alterações mais expressivas ocorrem no miocárdio e nos 
vasos sanguíneos. No miocárdio acontece uma diminuição das fibras musculares, os miócitos. Quando 
perdidas, essas fibras são substituídas por tecido conjuntivo colágeno e tecido gorduroso, e também há 
presença de lipofuscina. As fibras musculares remanescentes sofrem hipertrofia.
 Observação
A lipofuscina, conhecida como pigmento senil, é um indicador que 
serve para detectar a idade da célula: quanto mais lipofuscina, mais 
velha é a célula.
Essas alterações levam à redução da complacência ventricular, ao prolongamento do relaxamento 
ventricular e ao aumento da pós-carga, contribuindo para a diminuição da fase de enchimento rápido 
do ventrículo no início da diástole (DANGELO; FATTINI, 1988).
22
Unidade I
Alterações das valvas
Com o envelhecimento, observa-se um enrijecimento dos vasos em razão da perda de elastina. 
O vaso se torna menos flexível, o que faz a passagem do sangue ser mais difícil, e há um aumento de 
placas de ateroma no interior do vaso.
Chamamos essas alterações de:
• Arteriosclerose: processo de envelhecimento natural do vaso devido ao seu enrijecimento.
• Aterosclerose: acúmulo de tecido adiposo ou aumento do depósito de placas de ateroma no 
interior do vaso.
Essas alterações explicamo aumento da pós-carga, uma vez que o miocárdio vai precisar aumentar 
a força de ejeção. A calcificação e degeneração mais expressivas acometem principalmente as valvas 
mitral e aórtica. O envelhecimento determina modificações estruturais que levam à diminuição da 
reserva funcional durante a atividade física.
2.7 Envelhecimento do sistema respiratório
Durante o envelhecimento natural, o sistema respiratório apresenta modificações anatômicas 
e funcionais que poderão afetar a função pulmonar. Essas modificações podem ser agravadas por 
influência ambiental: poluição, tabagismo, exposição profissional, doenças pulmonares, diferenças 
socioeconômicas e raciais etc.
As alterações que fazem parte do processo natural do envelhecimento respiratório afetam os pulmões, 
a caixa torácica e a musculatura respiratória, o que vai atingir toda a mecânica respiratória do idoso.
Entre essas alterações, podemos citar a perda das propriedades elásticas dos pulmões, o que 
favorecerá o aumento da complacência pulmonar. Com isso, os alvéolos ficam mais flácidos, o tamanho 
das vias aéreas e dos bronquíolos diminui, os ductos alveolares aumentam, e os sacos alveolares sofrem 
um achatamento. Essas alterações, apesar de muito semelhantes a um enfisema pulmonar (senilidade), 
fazem parte do processo de senescência, sendo conhecidas como enfisema senil.
Vale ressaltar as mudanças que ocorrem no sistema de defesa mucociliar devido à redução do número 
e da atividade das células mucociliares do epitélio de revestimento brônquico, o que pode facilitar a 
entrada de agentes patogênicos. Esse processo, conhecido como clearance (clareamento) mucociliar, 
ocasiona elevada incidência de infecções respiratórias em idosos. A diminuição dos reflexos protetores 
das vias aéreas pode levar à aspiração brônquica e à dificuldade de uma tosse efetiva, principalmente 
pela diminuição da força dos músculos respiratórios, que também vai comprometer o sistema de limpeza 
das vias aéreas inferiores nos idosos.
23
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Na parede torácica, observamos um enrijecimento do gradeado costal, com redução da complacência 
torácica, ou seja, o tórax do idoso fica mais rígido. Isso está associado às mudanças decorrentes das 
alterações posturais, como o aumento da curvatura da cifose torácica e do diâmetro anteroposterior do 
gradil costal, o que modifica a mecânica respiratória do idoso.
Os músculos respiratórios também sofrem alterações por causa da sarcopenia, como a diminuição 
de fibras musculares e sua substituição por tecido conjuntivo e gordura, acarretando uma redução de 
força e endurance (resistência) muscular.
Quando comparado ao de um indivíduo jovem, o diafragma de um idoso tem de 13% a 25% menos 
de força muscular, o que não provoca repercussões no idoso saudável (FREITAS; PY, 2006).
As mudanças derivadas do diâmetro das vias aéreas e do aumento da complacência pulmonar levam 
a maior acúmulo de ar retido nos alvéolos, o que contribui para o aumento do espaço morto, diminuindo a 
troca gasosa.
 Observação
Espaço morto é o espaço onde não há troca gasosa.
Com o envelhecimento, as vias aéreas aumentam, e isso compromete a eficiência das trocas gasosas. 
A redução da complacência torácica, o aumento da complacência pulmonar e a redução da força dos 
músculos respiratórios produzem diminuição da capacidade vital (CV). Outra alteração importante 
decorrente do aumento da complacência pulmonar é o aumento da capacidade residual funcional (CRF) 
e do volume residual (VR), que dizem respeito aos gases que ficam retidos no interior dos alvéolos 
após uma expiração forçada. Já a capacidade pulmonar total (CPT) e o volume corrente (VC) quase não 
sofrem alteração.
A capacidade aeróbica máxima diminui com a idade. As pessoas idosas fisicamente ativas têm 
capacidade semelhante à de jovens ativos. Dessa maneira, o exercício pode modificar alguns processos 
fisiológicos que diminuem com a idade, melhorando a eficiência cardíaca, a função pulmonar e os 
níveis de cálcio. O sedentarismo acarreta menor capacidade de adaptação ao exercício, com aumento 
da necessidade de gasto energético e de consumo de O2 e redução do débito cardíaco (HAYFLICK, 1997).
2.8 Envelhecimento do sistema nervoso
No envelhecimento, um dos sistemas mais acometidos é o sistema nervoso central (SNC), responsável 
por sensações, movimentos, cognição e funções biológicas internas. Com o envelhecimento, o SNC 
apresenta alterações como redução no número de neurônios, diminuição na velocidade de condução 
nervosa e dos reflexos, e restrição das respostas motoras, do poder de reação e da capacidade de 
coordenação (DE VITTA, 2000).
24
Unidade I
Até a segunda década de vida, o encéfalo pesa em média 1,350 kg. Depois da metade dessa década, 
ele sofre um declínio ponderal progressivo, de 1,4% a 1,7% por década. Nas mulheres, o declínio é mais 
precoce que nos homens.
Entre as principais alterações anatômicas do SNC no envelhecimento estão a atrofia do parênquima 
cerebral – mais intensa a partir dos 60 anos para as mulheres e dos 70 anos para os homens – e o 
alargamento e aprofundamento dos sulcos corticais e giros, mostrando uma atrofia maior nos lobos 
frontal e temporal e o aparecimento de placas senis.
A substância branca sofre alterações após a sétima década de vida devido à desmielinização das 
células nervosas. Isso pode ser visto em exames como a tomografia cerebral; ali é possível observar 
áreas de densidade diminuída na substância branca (leucoaraiose), sendo esse um achado fisiológico do 
envelhecimento, e não algo relacionado com uma alteração patológica.
 Observação
Hachinski, Potter e Merskey (1987) introduziram o conceito de 
leucoaraiose – do grego leuko (branco) + araios (redução) – para se 
referirem a uma alteração da substância branca dos hemisférios cerebrais 
observada nas imagens de tomografia computadorizada e de ressonância 
magnética cerebral.
O processo de desmielinização resulta numa diminuição das sinapses, mais evidente a partir da 
oitava década de vida. É encontrado também o pigmento lipofuscina, que tem coloração acastanhada 
e é indicativo de desgaste celular. As alterações vasculares no SNC derivam da diminuição do fluxo 
sanguíneo que pode acontecer devido à ateromatose.
 Lembrete
Quanto maior a concentração de lipofuscina, mais velha será a célula.
2.9 Envelhecimento do sistema geniturinário
Na fase adulta, os rins pesam de 230 a 250 gramas. A partir da quarta década de vida, há uma 
perda lenta e progressiva desse peso, que pode atingir cerca de 180 gramas. Com a redução da área de 
filtração glomerular e consequentemente da função fisiológica, vai ocorrer uma diminuição gradual 
da velocidade com que os rins filtram o sangue.
A diminuição dos rins se deve ao fato de que as artérias que os suprem ficam estreitas. Isso 
acarreta redução do suprimento de sangue suficiente para os rins. Os ureteres não se modificam muito 
com a idade. As alterações mais evidentes acontecem na bexiga e na uretra.
25
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
A quantidade de urina que permanece na bexiga após a micção, chamada de urina residual, 
aumenta, levando a maior frequência de micção e maior risco de infecção do trato urinário.
Nos homens, a glândula prostática aumenta com a idade, e isso muda a estrutura anatômica do 
trato geniturinário, produzindo um bloqueio do fluxo de urina.
2.10 Envelhecimento do sistema imunológico
Durante o envelhecimento, há um declínio da ação do sistema imune, o que acarreta um aumento 
de infecções na população idosa.
A resposta imune é mediada por células controladas pelos linfócitos T, que se proliferam em 
resposta à entrada de um organismo estranho (antígeno). Os linfócitos são produzidos na medula 
óssea e migram para o timo. Estudos mostram que os linfócitos T sofrem mudanças com o processo 
de envelhecimento, tendo sua ação reduzida devido às alterações que ocorrem no fenótipo dessas 
células (FREITAS; PY, 2006).
As mudanças não acontecem da mesmaforma para todos os componentes celulares do sistema 
imune. Por exemplo, a concentração de leucócitos, granulócitos e monócitos não é muito alterada 
com o envelhecimento; os linfócitos totais apenas diminuem em idades mais avançadas; os 
linfócitos B apresentam ligeira redução; e os linfócitos NK se mantêm estáveis ou até aumentam. 
Os linfócitos T não apenas diminuem em quantidade; a própria função dessas células parece ser 
afetada, evidenciando-se menor capacidade proliferativa em comparação com o que se observa 
em indivíduos jovens (SHEPHARD; SHEK, 1995).
Outra alteração importante acontece nas células de memória. As células que apresentam maior 
longevidade são as que ainda não encontraram nenhum antígeno, o que diminui a capacidade de 
defesa do corpo diante de novos antígenos. Esse é o principal fator da imunossenescência, que poderá 
contribuir para a maior incidência de doenças infecciosas, neoplásicas e autoimunes em idosos (FREITAS; 
PY, 2006; PAWELEC et al., 1995).
3 ALTERAÇÕES POSTURAIS E MARCHA DO IDOSO
3.1 Alterações posturais
A postura é a forma como mantemos o nosso corpo em relativo alinhamento. São frequentes as 
alterações posturais, o que ocasiona mudanças no equilíbrio e na marcha.
A manutenção da postura em equilíbrio é uma tarefa complexa, que depende das informações 
integradas dos sistemas vestibular, visual e somatossensorial, bem como do processamento realizado 
pelo SNC e pelo órgão efetor, que é o sistema musculoesquelético.
A postura pode se modificar ao longo dos anos, sendo influenciada por fatores como hábitos e vícios 
posturais. Com o passar do tempo, a inatividade do corpo reduz a capacidade muscular de sustentação 
26
Unidade I
corporal, o que favorece a acentuação das curvas vertebrais, encontradas com frequência no idoso 
(AKIMA et al., 2001).
As alterações posturais mais comuns incluem o aumento da cifose torácica, geralmente associado às 
mudanças no sistema musculoesquelético.
Na coluna vertebral, observa-se hipercifose torácica combinada com protusão de ombros e cabeça, 
retificação da lordose lombar associada a retroversão pélvica, aumento do ângulo de flexão do joelho, 
maior deslocamento da articulação coxofemoral para trás e inclinação do tronco para a frente.
3.2 Marcha do idoso
A marcha, uma das atividades mais complexas que o corpo humano realiza, se altera em decorrência 
do envelhecimento de vários sistemas responsáveis pelo controle motor.
Não existe um padrão para descrever a marcha do idoso, como acontece na marcha dos pacientes 
com sequela de acidente vascular cerebral. No idoso, alterações podem ou não acontecer, o que depende 
do processo de envelhecimento de cada um, ou seja, de suas reservas funcionais.
A marcha é descrita como um ciclo dividido em duas fases: apoio e balanço. A fase de apoio 
compreende o momento em que os pés estão apoiados no chão, e a fase de balanço consiste no 
momento em que uma das pernas está no ar. Na fase de apoio, há contato inicial, resposta à carga, 
apoio médio, apoio final e pré-balanço. Na fase de balanço, há balanço inicial, balanço médio e balanço 
final. Dois momentos são importantes durante o ciclo: aquele em que os dois pés estão apoiados no 
chão, denominado duplo apoio, e aquele em que há apenas um pé no apoio, chamado de apoio simples.
Contato 
inicial
Resposta 
à carga
Apoio 
médio
Apoio 
final
Pré-
balanço
Balanço 
inicial
Balanço 
médio
Balanço 
final
Duplo apoio Apoio simples Duplo apoio
Fase de apoio Fase de balanço
Figura 11 – Ciclo da marcha completo, com suas fases e subfases
Fonte: Santos (2016, p. 116).
27
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
 Saiba mais
Para ampliar seu conhecimento sobre a marcha normal, leia:
SUTHERLAND, D. H.; KAUFMAN, K. R.; MOITOZA, J. R. Cinemática da 
marcha humana normal. In: ROSE, J.; GAMBLE, J. Marcha humana. 2. ed. 
São Paulo: Premier, 1998. p. 23-44.
Na marcha do idoso, é possível observar o aumento da fase de duplo apoio e a redução do balanço 
dos braços e da rotação pélvica e do joelho. Os idosos apresentam diminuição no comprimento e na 
altura do passo, permanecem mais tempo na fase de apoio e menos tempo na fase de balanço, e mostram 
diminuição da velocidade da marcha, o que para muitos estudiosos está diretamente associado com a 
taxa de sobrevivência e mortalidade dos idosos, além de ser um dos critérios levados em consideração 
na fragilidade do idoso.
Observamos também alterações como a redução nos movimentos do tronco para as respostas 
respiratórias e motoras.
A diminuição da amplitude de movimento da abdução escapular, que altera o movimento 
escápulo-umeral normal, pode provocar afecções dolorosas para o ombro, e a projeção da cabeça para a 
frente, que acompanharia o aumento da cifose torácica, visando à manutenção do olhar no horizonte, 
leva a um aumento da lordose cervical. A combinação dessas alterações favorece:
• a redução da lordose lombar fisiológica, que por sua vez modifica a localização do centro de 
gravidade e leva o indivíduo a buscar um novo posicionamento na postura ereta;
• a redução da extensão do tronco e do quadril para as passadas da marcha, diminuindo o tamanho 
do passo e produzindo uma semiflexão dos joelhos.
Há alterações nos parâmetros temporoespaciais da marcha, a saber, comprimento do passo e da 
passada (figura a seguir), largura da base, altura do passo, velocidade da marcha, cadência e dissociação 
de cinturas.
Passo
Passada
Figura 12 – Comprimento do passo e da passada (ciclo completo da marcha)
28
Unidade I
Para uma boa avaliação da marcha no idoso, são consideradas normais estas medidas para os 
parâmetros mencionados:
• Comprimento do passo: de 35 a 45 cm.
• Comprimento da passada: 70 cm.
• Largura da base: de 8 a 10 cm.
• Altura do passo: usa-se como referência a altura do maléolo medial contralateral.
• Velocidade da marcha: aproximadamente 80 m/s.
• Cadência (número de passos por minuto): de 113 a 120 passos/minuto.
• Dissociação de cinturas: incluem-se os movimentos normais dos braços e a rotação pélvica.
 Observação
A avaliação desses parâmetros possibilita uma análise das alterações 
presentes na marcha do idoso. Lembramos que não há um padrão 
específico de marcha para essa população. As alterações mais observadas 
são diminuição do comprimento e da altura do passo, redução do impulso 
devido à fraqueza do músculo tríceps sural, diminuição da cadência, 
alargamento da base de sustentação, aumento do tempo de duplo apoio 
e diminuição da dissociação de cinturas, uma vez que o idoso tem uma 
postura mais cifótica.
A porcentagem de tempo de duplo apoio varia de 18% em adultos jovens para ≥ 26% em idosos 
saudáveis. Pessoas idosas podem aumentar mais o tempo de duplo apoio quando andam em superfícies 
irregulares ou escorregadias, quando têm o equilíbrio prejudicado ou quando têm medo de cair.
Exemplo de aplicação
Considerando o ciclo da marcha normal, suas fases e subfases, observe um idoso andando. Quais 
parâmetros citados podem ser identificados numa avaliação observacional da marcha?
29
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
4 MANIFESTAÇÕES CINESIOPATOLÓGICAS, NEUROMUSCULARES E 
NEUROLÓGICAS NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO E 
INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS
4.1 Envelhecimento musculoesquelético e alterações venosas
4.1.1 Fraqueza muscular
O envelhecimento produz um declínio de todos os órgãos e sistemas, e isso implica a diminuição das 
capacidades funcionais e físicas do idoso, entre elas a força muscular.
Em 1989, Rosenberg definiu a sarcopenia – do grego sarx (carne) + penia (perda) – como a perda de 
massa muscular esquelética decorrente do envelhecimento. Ela aumenta o risco de perda funcional e 
de incapacidade, mais em mulheres do que em homens, numa proporção de 2 × 3.
Essa perda progressiva de massa muscular é mais expressiva após os 40 anos de idade, sendo 8% 
por década até os 70 anos. Depois dessa idade, a perda aumenta para 15% por década (GRIMBY et al., 1982). 
Durante esse processo, há diminuição do diâmetroda secção transversa dos músculos. A perda 
acarreta uma redução de força de 15% nos membros inferiores após os 70 anos, podendo chegar a 
40%. A sarcopenia é um marcador importante da síndrome da fragilidade do idoso, assunto que vamos 
discutir adiante.
A fraqueza muscular está relacionada com prejuízos na execução das atividades da vida diária, no 
equilíbrio corporal e na marcha, sendo responsável por quedas frequentes, uma das maiores causas de 
morbidade e mortalidade na população idosa (MASSUD; MORRIS, 2001).
Idosos sedentários, com maior inatividade física, tendem a sofrer mais com a sarcopenia – sua massa 
muscular é menor que a de idosos ativos. Idosos acamados são os que mais sofrem com essa perda, que 
passa a ser mais acelerada.
Para diagnosticar a sarcopenia, é possível utilizar instrumentos como medidas antropométricas, 
força de preensão palmar e velocidade da marcha. Nas medidas antropométricas, tem sido usada com 
referência a medida da panturrilha; um diâmetro menor que 31 cm pode estar associado à sarcopenia. 
Já o resultado do teste de preensão palmar é considerado baixo quando a força de preensão palmar 
apresenta valores menores que 20 kg para mulheres e 30 kg para homens. A velocidade da marcha 
indica a diminuição de força nos membros inferiores; uma velocidade inferior a 0,8 m/s em um percurso 
de 6 m pode indicar prejuízo na capacidade funcional do idoso (CRUZ-JENTOFT et al., 2010).
30
Unidade I
Normal
Ausência de 
sarcopenia
Baixa
Sarcopenia
Baixa
Medida da força 
de preensão
Medida da massa 
muscular total
> 0,8 m/s ≤ 0,8 m/s
Medida da velocidade 
da marcha
Idoso (> 65 anos)
Normal
Ausência de 
sarcopenia
Figura 13 – Fluxograma para identificação de sarcopenia em idosos
Adaptada de: Cruz-Jentoft et al. (2010, p. 420).
A prática de atividade física regular ajuda a manter o pico de massa muscular adequado para 
desacelerar esse processo e, segundo muitos autores, a prevenção é a melhor forma de retardar a perda 
(SILVA et al., 2006).
O treinamento de força muscular em idosos melhora as habilidades físicas e a qualidade de vida, 
proporciona o aumento da massa muscular, preserva a capacidade funcional e a independência do 
idoso, além de diminuir a incidência de quedas (MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2001).
4.1.2 Síndrome da fragilidade
Em razão do envelhecimento, a incidência da síndrome da fragilidade aumenta de 10% a 25% em 
pessoas acima de 60 anos e 46% em pessoas acima de 85 anos. O idoso é considerado frágil quando 
sofreu um declínio funcional devido aos efeitos da própria idade e também de um processo patológico 
de envelhecimento. O aumento do risco de fragilidade se associa a baixo nível socioeconômico, 
antecedentes de doenças crônicas, fraturas e depressão (PERRACINI; FLÓ, 2019).
A síndrome da fragilidade é definida como a diminuição da capacidade de reserva homeostática 
do organismo e da resistência aos estressores, o que produz declínio funcional em múltiplos sistemas 
fisiológicos, causando vulnerabilidade e alterações patológicas.
A diminuição de energia, taxa metabólica, força, gasto energético e mobilidade se relaciona com 
fatores biológicos, sociais, psicológicos e cognitivos presentes ao longo da vida. 
31
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
São considerados com fragilidade indivíduos que apresentem vulnerabilidade aos fatores estressores 
e comprometimento da capacidade de manter a homeostase, bem como dependência parcial ou 
total em atividades da vida diária (AVDs) e maior presença de comorbidades ou debilitações (LANA; 
SCHNEIDER, 2014).
A sarcopenia é considerada a maior causa da fragilidade. Suas características estruturais promovem 
com o tempo o declínio da potência muscular, refletida na não realização das atividades funcionais 
que necessitam de velocidade. O indivíduo acometido apresenta alto risco de quedas e fraturas, 
dependência, hospitalização e mortalidade. Além de serem reservas de proteínas, utilizadas para a 
produção de anticorpos e energia, os músculos também são local de metabolização de alguns hormônios 
(PERRACINI; FLÓ, 2019).
Alterações imunológicas – por exemplo, o aumento de citocinas como a interleucina-6 (IL-6) – têm 
relação com a sarcopenia e o desenvolvimento da síndrome da fragilidade. Elas reduzem a capacidade 
de realizar as atividades da vida diária e aumentam a mortalidade (MACEDO; GAZZOLA; NAJAS, 2008; 
PERRACINI; FLÓ, 2019).
O quadro clínico da síndrome da fragilidade envolve uma série de sinais e sintomas e depende de 
uma boa avaliação. Segue-se a escala de classificação da fragilidade para determinar o fenótipo do idoso. 
Deve-se avaliar dependência nas atividades básicas e instrumentais, vulnerabilidade ao estresse do 
ambiente, patologias e quedas. Para um diagnóstico clínico da fragilidade, o idoso é classificado em:
• Frágil: apresenta três ou mais componentes do fenótipo.
• Pré-frágil: apresenta até três componentes do fenótipo.
• Não frágil: não apresenta nenhum dos componentes do fenótipo.
Os componentes do fenótipo são:
• perda de peso não intencional;
• diminuição da força de preensão palmar;
• fadiga;
• baixo nível de atividade física;
• diminuição da velocidade da marcha.
A fragilidade é um processo que se inicia com uma fase subclínica, também chamada de pré-frágil, 
e evolui para manifestações clínicas, havendo maior potencial para a prevenção no estágio anterior 
às manifestações. É importante identificar os estados anteriores ao declínio funcional nos idosos, 
32
Unidade I
contribuindo para o desenvolvimento de programas que facilitem a prevenção e o tratamento da 
síndrome (ASSUMPÇÃO; DIAS, 2009).
As consequências da síndrome da fragilidade são quedas, lesões, doenças agudas, hospitalizações, 
incapacitação, dependência, institucionalização e morte.
A prática de exercícios físicos auxilia na prevenção e retarda a fragilidade. Nesse contexto, a 
fisioterapia tem como objetivo aumentar a amplitude de movimento, melhorar o desempenho nas AVDs, 
a velocidade da marcha e o equilíbrio, e reduzir o número de quedas.
Exercícios resistidos são os mais indicados para aumentar a força e a massa muscular, bem como 
a potência, pois há aumento na síntese de proteínas e redução de alguns mediadores inflamatórios 
presentes no organismo do idoso. O treinamento de força deve ser realizado pelo menos duas vezes por 
semana, com um mínimo de 48 horas de repouso entre as sessões, para a recuperação da musculatura 
e a prevenção do supertreinamento. Recomenda-se realizar de 8 a 10 exercícios, com 8 a 12 repetições 
em cada série (MACEDO; GAZZOLA; NAJAS, 2008).
4.1.3 Síndrome do imobilismo
As consequências do imobilismo podem acontecer tanto em jovens como em idosos, por motivos 
multifatoriais e sistêmicos, que levam à alteração de todos os órgãos e sistemas em decorrência de 
imobilidade prolongada no leito. No entanto, as alterações são mais frequentes em idosos, em 
razão de maior fragilidade, desenvolvimento de doenças crônicas degenerativas, perda de força, perda 
de massa muscular e óssea, e perda de equilíbrio e percepção espacial. Algumas alterações vêm da 
senescência; outras, da senilidade.
A síndrome do imobilismo é definida como um complexo de sinais e sintomas resultantes da 
supressão de todos os movimentos articulares e, por conseguinte, da incapacidade de mudança 
postural. É caracterizada por diversas alterações nos sistemas tegumentar, musculoesquelético, urinário, 
gastrintestinal, vascular, respiratório e neuropsíquico. Acomete pessoas acamadas, confinadas ao leito 
por um período prolongado. Esse quadro produz a diminuição das capacidades funcionais, assim como 
da independência e da autonomia, afetando a qualidade de vida. Tais limitações favorecem ainda a 
depressão, as crises de ansiedade, a apatia e o isolamento social.
As causas da síndrome do imobilismo são variadas e incluem situações clínicas como trombose venosa 
profunda, insuficiência arterial, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), insuficiência cardíaca 
congestiva(ICC), cardiopatia isquêmica, desnutrição, depressão, acidente vascular encefálico (AVE), 
Parkinson, demências, esclerose múltipla, osteoartrite, osteoporose, fraturas, metástases, cegueira, 
surdez, úlceras, neuropatias periféricas, e uso de ansiolíticos, hipnóticos e anti-hipertensivos 
(FREITAS et al., 2011).
Por abranger diferentes patologias, não há características específicas da síndrome do imobilismo. 
O paciente precisa estar necessariamente restrito ao leito, com déficits cognitivos ou múltiplas 
contraturas. Pode apresentar sintomas como comprometimento da irrigação sanguínea nos músculos, 
33
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
diminuição da síntese proteica, atrofia das fibras musculares, perda de coordenação por fraqueza 
muscular, e contraturas musculares e articulares. Quanto maior o tempo de imobilidade, maiores podem 
ser as complicações e a evolução desse quadro.
Antes de estudar o quadro clínico, é importante lembrar o seguinte: pacientes submetidos ao leito 
de 7 a 10 dias são considerados em repouso; de 10 a 15 dias, em imobilização; por mais de 15 dias, 
em decúbito de longa duração. Não podemos afirmar, porém, que todos os pacientes confinados ao leito 
evoluirão com a síndrome, uma vez que é necessária a adoção de dois tipos de critério para o diagnóstico:
• Critérios maiores: déficit cognitivo de médio a grave e múltiplas contraturas.
• Critérios menores: sinais de comprometimento cutâneo, ou úlceras de decúbito, disfagia leve a 
grave, dupla incontinência e afasia.
Podemos definir o paciente com síndrome do imobilismo quando ele apresenta as características dos 
critérios maiores e pelo menos duas dos critérios menores.
Figura 14 – Síndrome do imobilismo do idoso
Fonte: Freitas e Py (2006, p. 973).
A fisioterapia auxilia na prevenção das consequências do imobilismo através de exercícios físicos, 
posicionamento adequado dos pacientes no leito (com o uso de coxins para evitar deformidades e 
úlceras de decúbito) e exercícios respiratórios para a prevenção de complicações respiratórias.
4.1.4 Osteoporose
Alterações epidemiológicas como queda da mortalidade (principalmente a infantil), redução da 
fecundidade e aumento da expectativa de vida favorecem o processo de envelhecimento da população 
e aumento das taxas de doenças crônico-degenerativas, como a osteoporose (FRAZÃO; NAVEIRA, 2006).
34
Unidade I
Osteoporose significa “osso poroso”. É considerada uma das doenças crônicas mais prevalentes na 
população idosa. Por ser assintomática e pouco diagnosticada, costuma ser identificada após uma queda 
com fratura. É um distúrbio osteometabólico caracterizado por perda de massa óssea e desarranjo de 
sua microarquitetura, o que eleva a fragilidade dos ossos, resultando em mudanças esqueléticas como 
deformações e diminuição da estatura, podendo acarretar dependência e até morte.
Doença crônica e progressiva, a osteoporose acomete tanto homens quanto mulheres. De causa 
multifatorial, atinge mais as mulheres devido à menopausa.
A osteoporose é classificada em primária, subdivida em tipo I e tipo II, ou secundária, conforme 
descrito no quadro a seguir.
Quadro 1 – Classificação da osteoporose
Primária tipo I Primária tipo II Secundária
Mulheres na menopausa Ambos os sexos Endocrinopatias
Perda acelerada do osso trabecular Compromete o osso cortical e o trabecular
Drogas (glicocorticoides, 
antiácidos, hormônios etc.)
Fraturas vertebrais comuns Fraturas vertebrais e de fêmur Doenças genéticas, como osteogênese imperfeita
Artrite reumatoide
Doenças gastrintestinais
Transplante de órgãos
Imobilização prolongada
Mieloma múltiplo
Câncer de mama
Anemias crônicas
Mastocitose
Tratamento prolongado com 
heparina
Fonte: Freitas e Py (2006, p. 799).
O osso é uma forma rígida de tecido conjuntivo, constituído pelas células denominadas osteócitos, 
osteoblastos e osteoclastos. Essas células estão na matriz proteica de fibras colágenas, cheias de sais 
minerais, como o fosfato de cálcio. A matriz óssea é constituída por ossos orgânicos e inorgânicos. No osso 
orgânico há colágeno, proteínas e glicosaminoglicanos; no osso inorgânico há principalmente fosfato 
de cálcio e, em menor quantidade, outros minerais. Os osteoblastos e osteoclastos são encontrados no 
periósteo e no endósteo.
O esqueleto é composto de aproximadamente 80% de osso cortical ou compacto, parte do osso mais 
resistente, e 20% de osso trabecular ou esponjoso, parte do osso mais frágil. O processo de remodelação 
35
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
óssea é realizado por osteoblastos e osteoclastos. Os osteoblastos atuam na formação do osso, e os 
osteoclastos fazem a reabsorção óssea, sobretudo na face interna do osso.
O processo de remodelação acontece em algumas fases. Primeiro temos a ativação óssea, em que os 
pré-osteoclastos, estimulados pelas forças mecânicas, transformam-se em osteoclastos, que vão fazer 
a reabsorção óssea. Estes secretam substância ácida e digerem as matrizes orgânica e mineral do osso, 
processo que leva de 14 a 21 dias. A próxima fase é a de inversão (de 7 a 10 dias), em que será feita a 
cobertura da cavidade por células derivadas de monócitos, que constituem uma superfície que previne 
a erosão óssea. Essa fase é mediada por fatores de crescimento e interleucinas liberados pela matriz 
óssea. A última fase é a de formação óssea (150 dias), em que os osteoblastos preenchem a lacuna com 
osteoide, mineralizado progressivamente.
Na infância, o osso cresce longitudinalmente. Ele para de crescer com o fechamento das epífises, 
perto dos 20 anos. Atingimos o pico de massa óssea perto dos 30 anos de idade. Nesse momento, 
a remodelação óssea é a principal atividade metabólica do esqueleto. A partir daí, a reabsorção e a 
reposição óssea não acontecem mais de forma equilibrada. A reabsorção óssea passa a ser maior 
devido ao aumento da atividade osteoclástica ou à diminuição da atividade osteoblástica, o que é mais 
observado nas mulheres.
Os fatores de risco para a osteoporose incluem idade, genética, fatores ambientais, doenças crônicas 
e hormonais e características físicas do osso. Com frequência, observa-se uma associação desses fatores. 
O sexo é determinante na incidência da osteoporose, uma vez que as mulheres têm maior prejuízo na 
remodelação óssea após a menopausa; a queda dos hormônios acaba levando a uma diminuição mais 
acentuada de massa óssea, enquanto nos homens essa diminuição é gradual (FREITAS; PY, 2006).
O quadro a seguir aponta os principais fatores de risco para a osteoporose.
Quadro 2 – Fatores de risco para a osteoporose
Fatores maiores Fatores menores
Sexo feminino Amenorreia primária ou secundária
Baixa massa óssea Hipogonadismo primário ou secundário em homens
Histórico de fratura Perda de peso após os 25 anos ou baixo índice de massa corpórea (IMC < 19)
Raça asiática ou caucásica Tabagismo, alcoolismo, sedentarismo 
Idade avançada Tratamento com drogas que induzem à perda de massa óssea
Histórico familiar Imobilização prolongada 
Menopausa precoce (antes dos 40 anos) Dieta pobre em cálcio 
Tratamento com corticoides Doenças que induzem à perda de massa óssea 
Fonte: Freitas e Py (2006, p. 801).
36
Unidade I
Os locais de maior incidência de fraturas são as vértebras, o punho e a região proximal do fêmur.
O diagnóstico é realizado através de anamnese e exame físico, embora não haja uma sintomatologia 
significativa. Alguns exames, como a densitometria óssea, são importantes na confirmação do diagnóstico.
O tratamento inclui dieta rica em cálcio, ingestão de vitamina D e alguns outros minerais, e a prática 
de exercícios com carga para estimular o efeito piezoelétrico.
 Observação
O efeito piezoelétrico é um processo que gera uma carga elétrica pela 
aplicação de força mecânica.
4.1.5 Osteoartrite
A osteoartrite (OA), doença degenerativa que afeta as articulações sinoviais, é mais frequente nos idosos. 
Acredita-se que 85% das pessoas com mais de 65 anos apresentem evidências radiográficas de OA.São muitos os fatores que podem levar a uma OA, como idade, genética, traumas, estresse 
repetitivo, obesidade, alterações morfológicas da articulação, instabilidade articular e alterações da 
cartilagem articular.
A fisiopatologia acontece devido aos processos de destruição e reparação da cartilagem, que se 
encontram alterados. Isso decorre da insuficiência do condrócito em manter o equilíbrio entre reparação 
e destruição tecidual, prevalecendo a destruição. Por essa razão, a cartilagem articular apresenta fissuras 
em sua estrutura, o que favorece a perda funcional da articulação e reduz a capacidade de absorção 
do impacto e da mobilidade articular. Além de lesões cartilaginosas, ocorre intensa remodelação do 
osso subcondral devido à sobrecarga articular, promovendo o aparecimento de osteófitos nas margens 
articulares, e até mesmo deformidades ósseas (RODRIGUES; CAMARGO, 2015).
O quadro clínico é insidioso, lento e progressivo. Cerca de 4% da população brasileira é acometida 
por osteoartrite, sendo as articulações da coluna vertebral as mais atingidas, seguidas das articulações 
do joelho e do quadril (RODRIGUES; CAMARGO, 2015).
A degeneração da articulação do joelho tem maior incidência em mulheres e está associada a 
alterações biomecânicas dos membros inferiores, como varo e valgo, e à presença de outros fatores de 
risco, entre eles a sobrecarga sofrida pela articulação.
No Brasil, estima-se que 65% das causas de incapacidade funcional estão relacionadas com a 
osteoartrite (VASCONCELOS; DIAS; DIAS, 2006). Os pacientes apresentam dor na região da articulação 
acometida durante o movimento e alívio no repouso. Para aqueles que convivem há mais tempo com 
a OA, não há alívio da dor durante o repouso. Outros sintomas incluem rigidez matinal, crepitação e 
estalidos, e diminuição da amplitude de movimento.
37
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
O tratamento clínico está baseado no tratamento farmacológico, através de analgésicos e 
anti-inflamatórios não hormonais. A abordagem cirúrgica só é recomendada em caso de comprometimento 
articular grave e perda da capacidade funcional pelo indivíduo, principalmente nas suas atividades da 
vida diária (ROSIS; MASSABKI; KAIRALLA, 2010).
O tratamento fisioterapêutico é realizado com a cinesioterapia, a fim de minimizar a dor e melhorar 
a força muscular e a amplitude do movimento articular, contribuindo assim para a capacidade funcional 
do indivíduo. Outros fisioterapêuticos, como eletroterapia, hidroterapia, plataforma vibratória e 
terapia manual, também apresentam resultados na capacidade funcional do indivíduo (RODRIGUES; 
CAMARGO, 2015).
4.1.6 Trombose venosa profunda
A trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP) são doenças frequentes e 
responsáveis por grande morbidade e mortalidade de idosos. Conforme a população envelhece, a TVP 
aumenta sua incidência. Os idosos são mais suscetíveis por apresentarem muitos fatores de risco 
para o seu desenvolvimento.
A TVP é uma oclusão total ou parcial de veia profunda ou superficial devido à presença de um 
trombo, com reação inflamatória da parede do vaso. Pode afetar qualquer membro do corpo, porém é 
mais comum nos membros inferiores, com maior gravidade nas veias profundas.
A fisiopatologia acontece em razão da tríade de Virchow:
• lesão endotelial;
• fluxo sanguíneo anormal;
• hipercoagulabilidade.
Fluxo sanguíneo 
anormal Hipercoagulabilidade
Lesão endotelial
Trombose
Figura 15 – Tríade descrita por Virchow em 1856
38
Unidade I
A lesão endotelial ocorre por causa do processo inflamatório reparador. Células sanguíneas 
promovem agregação e liberação plaquetária e ativação de fatores de coagulação, além de formação 
de trombina e fibrina, levando à estabilização do núcleo do trombo. O trombo acaba se aderindo à 
parede do vaso, e os fatores de crescimento permitem que o trombo aumente até obstruir parcial ou 
totalmente o vaso. Há alterações no fluxo sanguíneo normal. Sua diminuição (estase venosa) causa 
um fluxo turbulento, com redemoinhos, aumentando a presença de células sanguíneas e fatores de 
coagulação. A hipercoagulabilidade é qualquer alteração nas vias de coagulação, e pode ser primária 
(genética) ou secundária (adquirida).
Algumas causas de TVP são:
• cirurgias pélvicas e abdominais de grande porte;
• câncer;
• envelhecimento;
• gravidez;
• obesidade;
• veias varicosas;
• infecção;
• imobilidade;
• doenças cardíacas;
• DPOC;
• tabagismo;
• desidratação.
Os sintomas clássicos incluem edema unilateral nas proximidades das veias femoral inferior e 
poplítea, dor ou hipersensibilidade no local e aumento da temperatura da pele.
39
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Edema (inchaço) na 
perna afetada
Dificuldade de 
locomoção
Mudança na cor da 
pele no local, que 
começa a ficar com 
aparência vermelha 
ou azul
Dor nas pernas, 
principalmente 
nas panturrilhas, 
podendo chegar até 
o tornozelo
Sensação de 
queimação na 
região afetada
Varizes extensas
Figura 16 – Principais sintomas da TVP
Outro sintoma importante em pacientes com TVP é o sinal de Homans, que ocorre em 50% dos 
casos. Vale ressaltar que alguns pacientes podem ter sintomas leves e até ser assintomáticos.
 Observação
O sinal de Homans é caracterizado por dor ao movimento de dorsiflexão 
passiva do tornozelo, com o joelho posicionado em extensão.
O diagnóstico é baseado no quadro clínico do paciente, pelo sinal de Homans positivo. Exames 
como ultrassonografia venosa com doppler auxiliam na confirmação do diagnóstico. Vale ressaltar que 
devemos inspecionar atentamente os pacientes com fatores de risco associados à TVP, principalmente 
na presença de imobilidade ou inatividade, muito comum em idosos, em especial naqueles que vivem 
em instituições de longa permanência.
No tratamento clínico são administrados trombolíticos e antiplaquetários para a dissolução do 
trombo. O tratamento fisioterapêutico deve ocorrer de forma preventiva e após a dissolução do trombo, 
sendo baseado em exercícios terapêuticos.
40
Unidade I
A fisioterapia vascular vem ganhando espaço pelo tratamento não invasivo da cinesioterapia. 
Exercícios de alongamento são importantes, pois favorecem a recuperação da amplitude do movimento 
e melhoram a função corporal (CAROLYN, 2009).
Os exercícios de mobilização ativa do tornozelo provocam aumento do fluxo sanguíneo através da 
estimulação da bomba muscular da panturrilha (BMP) (LIMA et al., 2002; MACHADO; LEITE; PITTA, 2008; 
MEYER; CHACON; LIMA, 2006).
A associação entre a cinesioterapia vascular e a postura em elevação de membros inferiores (MMII) é 
capaz de evitar o aparecimento da dor e de complicações decorrentes de doença venosa crônica (DVC). 
O treino da marcha também deve ser realizado, sobretudo em hospitais, no pré-cirúrgico, como forma 
de prevenção, e no pós-cirúrgico, como deambulação precoce.
4.1.7 Insuficiência venosa crônica e úlcera varicosa
A insuficiência venosa crônica é a incapacidade de manutenção do equilíbrio entre o fluxo de sangue 
arterial que chega ao membro inferior e o fluxo de sangue venoso que retorna ao átrio direito. Decorre 
da incompetência do sistema venoso superficial e/ou profundo (CARMO et al., 2007).
A formação da úlcera venosa ou varicosa acontece por causa de uma insuficiência venosa crônica, e 
pode estar associada ao acúmulo de líquido e ao depósito de fibrina no interstício, formando manguitos. 
A deficiência de nutrientes e oxigênio pode acarretar ulcerações e necrose (CARMO et al., 2007).
Os sinais clínicos da insuficiência venosa crônica são:
• edema;
• dermatite;
• hiperpigmentação;
• dermatofibrose;
• linfedema secundário;
• exsudato abundante, com hiperemia e hipertermia, podendo surgir erisipela de repetição;
• relato de dor que melhora com a elevação dos MMII e piora com o ortostatismo prolongado;
• dormência, cãibras e edema vespertino;
• edema pós-parto, pós-operatório ou fraturas de MMII.
41
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
O tratamento

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