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SP5- UNIDADE VIII- RELATORIO

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UNIDADE DE BIOCIÊNCIAS 
CURSO DE MEDICINA 
TUTORIA 3ª ETAPA 
UNIDADE VIII 
 
SITUAÇÃO PROLEMA 5 : “A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA ESQUECE” 
 
Maria Clara Trettel de Oliveira 
Mariana Oliveira Fernandes (relatora) 
Matheus Fleury Alves 
Mydian Gabriela dos Santos Fernandes 
Natália Hugueney Hidalgo 
Nathália Martins Carneiro 
Rafaella Ciconello Dal Molin 
Sara Leite Lira Santos 
Tamillis Martins Barbosa 
Victor Rodrigues de Souza 
Vinícius de Moraes Laabs 
Vinícius de Souza Fernandes Vieira 
Vitória Macedo Falcão Ferreira 
Willy Johnny Araújo 
MINEIROS-GO 
2021 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 3 
2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 3 
2.1. Objetivo geral: ..................................................................................................... 3 
2.2. Objetivos específicos: ........................................................................................... 4 
2.2.1. Descrever as áreas encefálicas relacionadas com as emoções. ....................... 4 
2.2.2. Descrever a importância das estruturas no tronco encefálico relacionadas as 
emoções. ..................................................................................................................... 5 
2.2.3. Reconhecer as funções das áreas encefálicas relacionadas ao comportamento 
emocional e funções vegetativas e superiores do SNC. ................................................. 9 
2.2.4. Descrever o sistema límbico, suas estruturas e suas funções. ...................... 13 
2.2.5. Descrever as integrações do sistema límbico com os sistemas endócrino e 
neuro-vegetativo. ....................................................................................................... 16 
2.2.6. Caracterizar os mecanismos relacionados à manutenção da atenção. ......... 17 
2.2.7. Descrever os mecanismos fisiológicos de memória de curto e longo prazo .... 
 ................................................................................................................... 19 
2.2.8. Reconhecer as diferentes formas de classificação de memória, quanto a 
tempo, função e local. ................................................................................................ 20 
2.2.9. Reconhecer os estágios do processo de aprendizagem. ................................ 23 
2.2.10. Relacionar atenção, memória e aprendizagem ............................................ 24 
2.2.11. Relacionar a privação do sono com memória e aprendizagem .................... 25 
2.2.12. Descrever as fases do sono .......................................................................... 26 
2.2.13. Alterações da regulação sono e vigília ......................................................... 29 
2.2.14. Descrever a participação nos mecanismos de memória, identificando seus 
elementos constituintes .............................................................................................. 33 
2.2.15. Descrever a participação nos mecanismos cognitivos, destacando o papel das 
estruturas corticais .................................................................................................... 34 
3. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 36 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 37 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
Nessa situação problema foi proposto a discussão das principais estruturas 
responsáveis pela percepção e processamento de estímulos. Primeiramente, o sistema 
límbico responde pelos comportamentos instintivos, pelas emoções profundamente 
arraigadas e pelos impulsos básicos, como sexo, ira, prazer e sobrevivência. 
Inicialmente, o termo “límbico” era usado para descrever as estruturas da borda, ao 
redor das regiões basais do prosencéfalo, termo esse que foi expandido para significar 
todo o circuito neural que controla o comportamento emocional e as forças 
motivacionais. Sabe-se que o sistema límbico, desempenha importante papel na função 
visceral, no comportamento emocional e na memória, formado por componentes 
corticais e subcorticais. 
Uma maneira importante pela qual a percepção se torna consciente é por meio da 
atenção que é definida como a focalização consciente e específica sobre alguns aspectos 
ou algumas partes da realidade. No entanto, reconhece-se a atenção como um fenômeno 
de tensão, de esforço, de concentração, de interesse e de focalização da consciência. 
A memória é definida como a capacidade de um organismo alterar seu 
comportamento em decorrência de experiências prévias, e pode ser classificada como 
memória de curto e longo prazo. 
Sabemos que o aprendizado é um processo contínuo, que acontece a partir da 
interação sujeito/sujeito ou sujeito/objeto ao longo da existência e que não se acaba após 
retirar o diploma. Pelo contrário, as pessoas estão sempre assimilando novas 
informações e conhecimentos e nem sempre eles são desenvolvidos no ensino formal, 
além disso a privação do sono pode ocasionar impactos negativos na aprendizagem e 
memória. 
Ao decorrer do relatório as estruturas responsáveis pela percepção, transmissão e 
processamento das informações relacionadas ao comportamento emocional, funções 
vegetativas, sono e vigília estarão discorridas mais detalhadamente. 
2. OBJETIVOS 
2.1. Objetivo geral: 
Conhecer as estruturas responsáveis pela recepção, transmissão e processamento 
das informações (estímulos) relacionadas ao comportamento emocional, funções 
vegetativas, sono e vigília. 
2.2. Objetivos específicos: 
2.2.1. Descrever as áreas encefálicas relacionadas com as emoções. 
 
As emoções estão intimamente relacionadas com o sistema límbico, no qual 
temos como principal referência os sulcos e giros que compõe o grande lobo límbico. 
Portanto, há um consenso na anatomia humana que afirma que os giros corticais, os 
núcleos de substância cinzenta, tratos de substância branca dispostos nas superfícies 
mediais de ambos os hemisférios estão relacionadas com as emoções e a memória, por 
meio do hipotálamo, com a manutenção da homeostase do corpo humano. Assim, 
podemos dividir as situações de emoções em algumas partes. É válido ressaltar que, 
qualquer tipo de traumas ou mudança nas estruturas cerebrais que permitem as 
informações emocionais, irá comprometer todo o trajeto das informações emocionais do 
indivíduo (BARRETO, 2010). 
Prazer e Recompensa: O centro da recompensa está relacionado com o feixe 
prosencefálico medial, núcleos laterais e ventromedial do hipotálamo, no qual haverá 
conexões com o septo, amígdala e algumas áreas do tálamo. Já o prazer está relacionado 
com o hipotálamo lateral e ventral, globo pálido e algumas estruturas que estão 
conectadas com a região cerebral (BARRETO, 2010). 
Alegria: Na sensação de alegria, ou seja, quando o indivíduo tem uma sensação 
de felicidade, houve estimulação que provocou estimulação dos gânglios basais 
(estriado ventral e putâmen). Os gânglios basais recebem também inervação de 
neurônios dopaminérgicos do sistema mesolímbico, que geram prazer e 
consequentemente a alegria (BARRETO, 2010). 
Medo: A sensação de medo está relacionada com a amígdala, no qual reconhece 
as expressões que são referentes à ameaça e ao perigo. A amígdala irá exercer ligação 
com o córtex cerebral e assim reconhecer sensações relacionadas ao medo, por meio de 
vias que transmitem informações de estímulos que se convergem no núcleo lateral da 
amígdala, por onde partem as informações para o núcleo central e geram a sensação de 
medo no indivíduo (BARRETO, 2010). 
Raiva: Uma das estruturas relacionada à sensação de raiva é a estimulação de 
algumas áreas do hipotálamo, a lateral e a medial. E assimcomo o medo a sensação de 
raiva, também está relacionada com a amígdala, visto que está intimamente relacionada 
com algumas conexões que ocorrem no hipotálamo. A sensação de luta e fuga também 
pode está relacionada com a sensação de raiva, que irá fazer conexão com o hipotálamo 
e SNA, o que faz o indivíduo reagir de acordo com a situação em que está envolvido 
(BARRETO, 2010). 
Tristeza: Pode está relacionada com a depressão ou não, por isso é explicada 
por processos neurofisiológicos, no qual há disfunções emocionais e perdas cognitivas, 
sendo explicado por déficits na região límbica. Para explicar a tristeza também há 
disfunções nas áreas centrais, giros occipitais, giro fusiforme, giro temporal, amígdala e 
outras (BARRETO, 2010). 
Emoção e Razão: Está relacionada com as situações em que o indivíduo se 
encontra, visto que ao ver ou sentir algo prazeroso, as estruturas límbicas são ativadas e 
assim o córtex cerebral recebe informações que são transformadas em ações de razão ou 
emoção. A amígdala também participa do recebimento de estímulos que são 
provenientes das áreas temporais que são transformadas em ações de razão e emoção. 
Portanto, é nítido que não é apenas uma estrutura que ativa o fato do indivíduo reagir de 
maneira racional ou emocional frente a determinadas situações (BARRETO, 2010). 
 
2.2.2. Descrever a importância das estruturas no tronco encefálico 
relacionadas as emoções. 
 
Primeiramente, o tronco encefálico é responsável por guardar diversos núcleos 
cranianos, somáticos e núcleos/centros viscerais (respiratório e vasomotor). Essas 
estruturas são ativadas por meio de impulsos nervosos que são originados no telencéfalo 
ou diencéfalo quando há algum estado emocional, a resposta para estas ativações são 
manifestações externas que acompanham a emoção, como, o choro, as alterações 
fisionômicas, a sudorese, a salivação e o aumento do ritmo cardíaco (MACHADO, 
2014). 
Ademais, os neurônios medulares são ativados pelas diversas vias descendentes 
que são originadas ou apenas passam pelo tronco encefálico. Estas permitem 
manifestações periféricas de fenômenos emocionais que utilizam os nervos espinhais ou 
pelos sistemas simpático e parassimpático sacral. Assim, pode-se concluir que o papel 
principal do tronco encefálico é efetuar e agir expressando as emoções (MACHADO, 
2014). 
É valido destacar que no tronco encefálico são originados a maioria das fibras 
nervosas monoaminérgicas do sistema nervoso central. Nesse sentido, essas fibras são 
de suma importância, já que constituem as vias erotoninérgicas, noradrenérgicas e 
dopaminérgicas, que são as responsáveis por acionar neurônios e circuitos nervosos 
existentes nas principais áreas encefálicas, e que, portanto, refletem o comportamento 
emocional (MACHADO, 2014). 
 
Sendo assim, temos as principais estruturas: 
 Hipotálamo 
 Tálamo 
 Área pré frontal 
 Sistema límbico 
 
Hipotálamo: 
Exerce uma função de coordenar as manifestações periféricas e promove a 
integração dos processos emocionais, além de que algumas áreas do hipotálamo também 
atuam no componente central, subjetivo, da emoção (MACHADO, 2014). 
A característica de coordenador emocionais pode ser explicada por testes já 
realizados em animais não anestesiados, tendo em vista que estímulos elétricos ou 
lesões em algumas partes dessa estrutura pode estimular sentimentos raiva e medo. 
Segundo Ângelo Machado, “um exemplo clássico é verificado quando se retiram os 
hemisférios cerebrais de um gato, inclusive o diencéfalo, deixando-se apenas a parte 
posterior do hipotálamo, o animal desenvolve um quadro de raiva que desaparece quase 
completamente quando se destrói todo o hipotálamo.” (MACHADO, 2014, p. 264). 
Tálamo: 
O tálamo é uma região importante para conexões e retransmissões de estímulos, 
estando ligado ao sistema sensitivo, controle da motricidade, grau de ativação do córtex 
e no comportamento emocional. Sendo assim, o núcleo dorsomedial vai se ligar ao 
córtex da área pré-frontal ao hipotálamo e ao sistema límbico (MACHADO, 2014). 
Área pré-frontal: 
Esta área é referente a uma parte não motora do lobo frontal, fazendo – se como 
um córtex de associação supramodal. Por meio dos fascículos de associação do córtex, a 
área pré frontal vai receber fibras de todas as áreas de associação do córtex e se ligar ao 
sistema límbico. Além disso, possui extensas conexões recíprocas, que são mantidas 
com o núcleo dorsomedial do tálamo, tais quais são de suma importância (MACHADO, 
2014). 
Esta área é a responsável, principalmente, por pelo menos três funções, sendo: 
 A escolha das opções de estratégias, comportamentos e tomadas de decisões 
mais adequadas para situações físicas e mentais que o indivíduo se encontra; 
 Manutenção da atenção e linearidade de raciocínio lógico; 
 Controle emocional, que é uma função que atua em sincronia com o hipotálamo 
e sistema límbico. 
 
Sistema límbico: 
É um mecanismo que envolve varias estruturas como o lobo límbico, do hipotálamo 
e do tálamo, que são unidas pelo circuito de Papez, formando um mecanismo que atua 
em harmonia elaborando e participando da expressão de emoções (MACHADO, 2014). 
 Componentes Corticais: 
 Giro do cíngulo; 
 Giro para-hipocampal; 
 Hipocampo. 
 Componentes Subcorticais 
 Corpo amigdalóide; 
 Área septal; 
 Núcleos mamilares; 
 Núcleos anteriores; 
 Núcleos habenulares. 
 
 Conexões Intrínsecas: 
O sistema límbico possui diversas conexões, como o circuito de Papez, o qual une 
as estruturas límbicas e que representa a direção predominante dos impulsos nervosos. 
O circuito de Papez contém: hipocampo, fórnix, corpo mamilar, fascículo mamilo-
talâmico, núcleos anteriores do tálamo, cápsula interna, giro do cíngulo, giro para-
hipocampal e novamente o hipocampo, fechando o circuito. Ademais, também tem o 
corpo amigdalóide que apesar de fazer parte do circuito de Papez se ligam em vários 
pontos (MACHADO, 2014). 
 Conexões Extrínsecas 
O sistema límbico se conecta com muitos setores o sistema nervoso central, 
exaltando as conexões mútuas que mantêm com o hipotálamo (MACHADO, 2014). 
 Conexões Aferentes 
São conexões que acessam o sistema límbico de maneira indireta, sendo processadas 
nas áreas corticais de áreas corticais de associação secundárias e terciárias e adentram 
no sistema límbico por vias que chegam ao giro para-hipocampal de onde passam ao 
hipocampo, ganhando assim o circuito de Papez (MACHADO, 2014). 
 Conexões Eferentes 
São de suma importância há que por meio delas o sistema límbico participa dos 
mecanismos efetuadores que proporcionam o componente periférico e expressivo de 
processos emocionais, além de controlar a atividade do sistema nervoso autônomo. Tais 
funções são realizadas por meio de conexões que sistema límbico possui como 
hipotálamo e com a formação reticular do mesencéfalo. Desse modo, as conexões com a 
formação reticular do mesencéfalo são feitas basicamente através de três sistemas de 
fibras: 
 Feixe prosencefálico medial. 
 Fascículo mamilo-tegmentar. 
 Estria medular. 
 
 Funções do sistema límbico: 
É, primordialmente, regular os processos emocionais, além de que relacionados com 
essa função estão as de regular o sistema nervoso autônomo e os processos 
motivacionais essenciais à sobrevivência da espécie e do indivíduo, tendo como 
exemplo fome, sede e sexo. O sistema límbico, também, está ligado diretamente ao 
mecanismo de memória, aprendizagem e participa da regulação do sistema endócrino 
(MACHADO, 2014). 
 Corpo amigdalóide: 
Atua como regulador do comportamento sexual, excitabilidade emocional, como a 
raiva/agressividade. 
 Área Septal: 
Atua na regulação das atividades viscerais e também trabalham como um dos 
centros de prazer no cérebro. 
 Giro do cíngulo: 
Atua na função de captação de novos aprendizados e memórias. 
 Hipocampo: 
Atua como regulador emocionale memória. 
 Participação dos mecanismos da memória: 
A memória pode ser divida em 2 tipos: memória recente e memória remota. 
 Memória recente: 
Possibilita a retenção de informações por pouco tempo, sendo horas ou 
dias e pode ser comprometida em diversas situações patológicas e para a 
retenção dessa informação depende do sistema límbico, tanto para seu 
armazenamento temporário quanto para a transferência de áreas neocorticais 
de associação para armazenamento permanente (MACHADO, 2014). 
 Memória remota/permanente: 
A absorção da informação pode durar por anos. Esse tipo de memória é mais 
estável e se mantém inalterada mesmo após o indivíduo sofrer danos cerebrais. 
Ademais, é admitido que a localização de armazenamento dessas informações é 
associada no neocórtex (MACHADO, 2014). 
 
2.2.3. Reconhecer as funções das áreas encefálicas relacionadas ao 
comportamento emocional e funções vegetativas e superiores 
do SNC. 
 
Tronco encefálico 
No tronco encefálico estão localizados vários núcleos de nervos cranianos, 
viscerais ou somáticos, além de centros viscerais como o centro respiratório e o 
vasomotor. A ativação destas estruturas por impulsos nervosos de origem telencefálica 
ou diencefálica ocorre nos estados emocionais, resultando nas diversas manifestações 
que acompanham a emoção, tais como o choro, as alterações fisionômicas, a sudorese, a 
salivação, o aumento do ritmo cardíaco, etc. Além disto, as diversas vias descendentes 
que atravessam ou se originam no tronco encefálico vão ativar os neurônios medulares, 
permitindo aquelas manifestações periféricas dos fenômenos emocionais que se fazem 
por nervos espinhais ou pelos sistemas simpático e parassimpático sacral. Deste modo, 
o papel do tronco encefálico é principalmente efetuador, agindo basicamente na 
expressão das emoções (HALL; GUYTON, 2017). 
Contudo, existem dados que sugerem que a substância cinzenta central do 
mesencéfalo e a formação reticular podem ter, também, um papel regulador de certas 
formas de comportamento agressivo (HALL; GUYTON, 2017). 
Cabe lembrar também que no tronco encefálico origina-se a maioria das fibras 
nervosas monoaminérgicas do sistema nervoso central, destacando-se aquelas que 
constituem as vias serotoninérgicas, noradrenérgicas e dopaminérgicas. Estas vias 
projetam-se para o diencéfalo e telencéfalo e, deste modo, exercem ação moduladora 
sobre os neurônios e circuitos nervosos existentes nas principais áreas encefálicas 
relacionadas com o comportamento emocional. É especialmente importante a via 
dopaminérgica mesolímbica, que se projeta especificamente para áreas altamente 
relevantes à regulação dos fenômenos emocionais, como o sistema límbico e a área pré-
frontal. Em síntese, embora os centros encefálicos mais importantes para a regulação 
das emoções não estejam no tronco encefálico, estes centros sofrem influência de 
neurônios nele localizados, através das vias monoaminérgicas que aí se originam 
(HALL; GUYTON, 2017). 
Amígdala 
É uma estrutura situada dentro da região antero-inferior do lobo temporal, se 
interconecta com o hipocampo, os núcleos septais, a área pré-frontal e o núcleo dorso-
medial do tálamo. Possui controle das atividades emocionais de ordem maior, como 
amizade, amor e afeição, humor, medo, ira e agressividade. Por ser o centro 
identificador do perigo, é considerado um auto-preservação, gerando medo e ansiedade 
e colocando o animal em situação de alerta, aprontando-se para se evadir ou lutar. 
Quando essas estruturas, uma em cada hemisfério cerebral, possui pouca estimulo 
elétrico o animal se torna dócil, sexualmente indiscriminativo, afetivamente 
descaracterizado e indiferente às situações de risco, no entanto quando há estímulo 
elétrico dessas estruturas provoca crises de violenta agressividade. Lesão da amígdala 
faz, entre outras coisas, com que o indivíduo perca o sentido afetivo da percepção de 
uma informação vinda de fora, como a visão de uma pessoa conhecida. Ele sabe quem 
está vendo, mas não sabe se gosta ou desgosta da pessoa em questão (HALL; 
GUYTON, 2017). 
Hipotálamo 
A participação do hipotálamo na regulação do comportamento emocional, 
evidenciada pela primeira vez por Hess, foi amplamente confirmada em vários animais 
e no homem. Estimulações elétricas ou lesões do hipotálamo em animais não 
anestesiados determinam respostas emocionais complexas, como raiva e medo, ou, 
conforme a área, placidez. Verificou-se, por exemplo, que a lesão do núcleo 
ventromedial do gato torna o animal extremamente agressivo e perigoso. Em uma 
experiência clássica verificou-se que, quando se retiram os hemisférios cerebrais de um 
gato, inclusive o diencéfalo, deixando-se apenas a parte posterior do hipotálamo, o 
animal desenvolve um quadro de raiva que desaparece quase completamente quando se 
destrói todo o hipotálamo. Sabe-se hoje que este quadro de raiva só aparece quando são 
incluídas na lesão áreas corticais ou subcorticais do sistema límbico. Este sistema, 
através de inúmeras conexões, exerce uma ação inibidora sobre o hipotálamo posterior 
que, quando liberado, funciona como agente de expressão das manifestações viscerais e 
somáticas que caracterizam a raiva. Ao que parece, o hipotálamo tem um papel 
preponderante como coordenador das manifestações periféricas das emoções. Sabe-se, 
entretanto, que a estimulação de certas áreas do hipotálamo do homem desperta uma 
sensação de prazer, o que sugere sua participação também no componente central, 
subjetivo, da emoção (HALL; GUYTON, 2017). 
A maioria das modificações do comportamento observadas em experiências com 
o hipotálamo de animais já foi também observada no homem, em experiências 
realizadas durante o ato operatório ou como consequência de traumatismos, tumores, 
lesões vasculares ou infecções desta região. Não resta, pois, dúvidas de que o 
hipotálamo exerce um importante papel na coordenação e integração dos processos 
emocionais (HALL; GUYTON, 2017). 
Tálamo 
Lesões ou estimulações do núcleo dorsomedial e dos núcleos anteriores do 
tálamo já foram correlacionadas com alterações da reatividade emocional no homem e 
em animais. Ao que parece, entretanto, a importância destes núcleos na regulação do 
comportamento emocional decorre de suas conexões. O núcleo dorsomedial liga-se ao 
córtex da área pré-frontal ao hipotálamo e ao sistema límbico (HALL; GUYTON, 
2017). 
Os núcleos anteriores ligam-se ao corpo mamilar e ao córtex do giro do cíngulo, 
fazendo parte de circuitos do sistema límbico (HALL; GUYTON, 2017). 
Fórnix e Giro Parahipocampal – São importantes vias de conexão do circuito 
límbico. O Fórnix é um feixe ou um conjunto de axônios em forma de arco que 
conecta o hipocampo a outras regiões encefálicas. Destaca-se, no funcionamento 
do sistema límbico, sua conexão com os corpos mamilares e com o hipocampo. 
Assim, esse arco é o principal encarregado da transmissão de informações dentre 
as principais estruturas do sistema límbico (HALL; GUYTON, 2017). 
Área pré frontal 
A área pré-frontal corresponde à parte não motora do lobo frontal, 
caracterizando-se como córtex de associação supramodal. Essa área desenvolveu-se 
muito durante a evolução dos mamíferos e no homem ocupa cerca de 1/4 da superfície 
do córtex cerebral. Suas conexões são muito complexas. Através dos fascículos de 
associação do córtex ela recebe fibras de todas as demais áreas de associação do córtex, 
ligando-se ainda ao sistema límbico. Especialmente importantes são as extensas 
conexões recíprocas que ela mantém com o núcleo dorsomedial do tálamo. Informações 
sobre o significado funcional da área pré-frontal têm sido obtidas principalmente através 
de experiências feitas em macacos e observação de casos clínicos nos quais houve lesão 
nessa área. Destes, um dos mais famosos ocorreu em 1868, quando P.T. Gage, 
funcionário de uma ferrovia americana, teve seu córtex pré-frontal destruído poruma 
barra de ferro, durante uma explosão. Ele conseguiu sobreviver ao acidente, mas sua 
personalidade, antes caracterizada pela responsabilidade e seriedade, mudou 
dramaticamente. Embora com suas funções cognitivas basicamente normais, ele perdeu 
totalmente o senso de suas responsabilidades sociais e passou a vaguear de um emprego 
para outro, dizendo "as mais grosseiras profanidades" e exibindo a barra de ferro que o 
vitimara. "Sua mente estava tão radicalmente mudada que seus amigos diziam que ele 
não era mais o mesmo Gage", afirma Harlow (Harlow, H.M. – 1868 – “Recovery 
fromthepassageof na iron bar throughthehead”. Mass. Med. Publ. 2:327) (HALL; 
GUYTON, 2017). 
No que se refere às observações em animais, a experiência mais famosa foi feita 
em 1935, por Fulton e Jacobsen, em duas macacas chimpanzé que tiveram suas áreas 
pré-frontais removidas. Depois da operação, as macacas passaram a não resolver mais 
certos problemas simples, como achar o alimento escondido pouco tempo antes. Isso 
levou os autores a sugerir que a área pré-frontal poderia estar relacionada com algum 
tipo de memória para fatos recentes. Além disto, os animais tornaram-se completamente 
distraídos e não desenvolveram mais as características manifestações emocionais de 
descontentamento, em situações de frustração (HALL; GUYTON, 2017). 
Com base nessas experiências, Egas Moniz e Almeida Lima, dois cirurgiões 
portugueses, fizeram pela primeira vez, em 1936, a lobotomia (ou leucotomia) pré-
frontal, para tratamento de doentes psiquiátricos com quadros de depressão e ansiedade. 
A operação consiste em uma secção bilateral da parte anterior dos lobos frontais, 
passando adiante dos cornos anteriores dos ventrículos laterais. Sabe-se hoje que os 
resultados se devem principalmente à secção das conexões da área pré-frontal com o 
núcleo dorsomedial do tálamo. Essa cirurgia melhora os sintomas de ansiedade e 
depressão dos doentes, que entram em estado de „tamponamento psíquico‟, ou seja, 
deixam de reagir a circunstâncias que normalmente determinam alegria ou tristeza. 
Assim, por exemplo, pacientes com dores intratáveis causadas por um câncer e 
profundamente deprimidos, após a lobotomia, embora continuem a sentir dor, melhoram 
do ponto de vista emocional e passam a não dar mais importância à sua grave situação 
clínica. O trabalho de Egas Moniz e Almeida Lima sobre a leucotomia frontal teve 
grande repercussão, pois pela primeira vez empregou-se uma técnica cirúrgica para 
tratamento de doenças psíquicas (psicocirurgia). O método foi largamente usado, caindo 
em desuso com o aparecimento de drogas de ação antidepressiva. Uma consequência 
indesejável da leucotomia é que muitos pacientes perdem a capacidade de decidir sobre 
os comportamentos mais adequados diante de cada situação, podendo, por exemplo, 
com a maior naturalidade, urinar, defecar ou masturbar-se em público (HALL; 
GUYTON, 2017). 
Embora existam ainda muitas divergências e especulações em torno do 
significado funcional da área pré-frontal, a interpretação às vezes difícil de dados 
experimentais e clínicos, como os expostos acima, permite concluir que esta área está 
envolvida pelo menos nas seguintes funções: 
a) escolha das opções e estratégias comportamentais mais adequadas à situação 
física e social do indivíduo, assim como a capacidade de alterá-las quando tais situações 
se modificam; (HALL; GUYTON, 2017). 
b) manutenção da atenção. Lesões na área pré-frontal causam distração, ou 
seja, os pacientes têm dificuldade de se concentrar e fixar voluntariamente a atenção. 
Cabe lembrar que outras áreas cerebrais - a formação reticular inclusive - também estão 
envolvidas no fenômeno da atenção. Entretanto, os aspectos mais complexos dessa 
função, como, por exemplo, a capacidade de seguir sequências ordenadas de 
pensamentos, dependem fundamentalmente da área pré-frontal; (HALL; GUYTON, 
2017). 
c) controle do comportamento emocional, função exercida juntamente com o 
hipotálamo e o sistema límbico (HALL; GUYTON, 2017). 
 
2.2.4. Descrever o sistema límbico, suas estruturas e suas funções. 
 
O sistema límbico constitui em um circuito neuronal que controla o 
comportamento emocional e as forças motivacionais, ele provém de lobo límbico e 
refere-se a uma variedade de estruturas situadas na face medial e inferior do hemisfério 
cerebral, que forma um limbo em torno do tronco encefálico. O lobo límbico e todas as 
estruturas corticais e subcorticais a ele conectadas constituem o sistema límbico, que 
desempenha importante papel na função visceral, no comportamento emocional e na 
memória. O hipotálamo também é uma parte importante que controla o comportamento 
e as condições internas que correspondem às funções vegetativas do 
cérebro(temperatura corporal, osmolalidade dos líquidos corporais, desejo de comer e 
beber e controle do peso corporal) (GUYTON, HALL, 2011). 
Localizado centralmente está o Hipotálamo, que desempenha um papel principal 
de controle do sistema límbico. Ele é responsável por grande parte de funções 
vegetativas e endócrinas, e muitos aspectos comportamentais. A região lateral do 
hipotálamo, controla a sede, fome, podendo levar a raiva e luta, já o núcleo 
ventromedial, controla tranquilidade e saciedade. Reações de medo e punição podem ser 
controladas pela área cinzenta central do mesencéfalo ou por zonas localizadas 
próximas ao terceiro ventrículo. Outra estrutura importante é o Tálamo, localizada no 
diencéfalo, entre o córtex cerebral e o mesencéfalo, formada fundamentalmente por 
substância cinzenta do encéfalo que desempenha funções mais conhecidas relacionadas 
com sensibilidade, motricidade, comportamento emocional e ativação do córtex 
cerebral. (GUYTON, HALL, 2011). 
A amigdala possui várias conexões com o hipotálamo, e outras áreas do sistema 
límbico, e está intensamente ligada com estímulos olfativos, sendo que o trato olfativo 
termina no núcleo corticomedial da amigdala. Considerando que o bulbo olfativo é parte 
do sistema límbico, muitos vezes chamado de cérebro emocional, o olfato desperta 
lembranças e respostas poderosas instantaneamente, graças ao seu íntimo acesso a 
amigdala (emoções) e ao hipocampo (aprendizado associativo). Assim, quando um 
cheiro é percebido pela primeira vez ocorre uma associação a um evento, a um 
indivíduo, a uma coisa ou mesmo a um momento (GUYTON, HALL, 2011). 
O hipocampo exerce importantes funções relacionadas ao comportamento e à 
memória. Localizado na porção do córtex cerebral que se dobra para dentro para formar 
a superfície ventral da parede interna do ventrículo lateral. O hipocampo tem numerosas 
conexões, mas principalmente indiretas com a maioria das porções do córtex cerebral, 
bem como com estruturas basais do sistema límbico a amígdala, o hipotálamo, a área 
septal e os corpos mamilares. A maioria dos tipos de experiências sensoriais levam à 
ativação de pelo menos parte do hipocampo, e este, por sua vez, distribui a maioria dos 
sinais eferentes para o tálamo anterior, hipotálamo e outras partes do sistema límbico, 
especialmente por meio do fórnix (GUYTON, HALL, 2011). 
Desse modo, é evidente que o hipocampo é um canal adicional pelo qual sinais 
sensoriais que chegam possam iniciar reações comportamentais para diferentes 
propósitos. Como em outras estruturas límbicas, a estimulação de diferentes áreas do 
hipocampo pode levar a diferentes estilos de comportamentos, como prazer, raiva, 
passividade ou excesso de desejo sexual. Pessoas submetidas à remoção bilateral dos 
hipocampos conseguem acessar a memória aprendida, mas não conseguem aprender 
qualquer informação nova. Essa área também está integrada à tomada de decisões, pois 
quando o hipocampo interpreta um sinal neuronal como importante provavelmente essa 
informação será armazenada na memória (GUYTON, HALL, 2011). 
Em relação aos componentes do sistema límbico, não há completo acordo entre 
os autoresquanto às estruturas que deveriam fazer parte do sistema límbico. Assim, 
enquanto alguns autores consideram como integrando este sistema uma parte da 
formação reticular e todo o hipotálamo, outros colocam nele apenas parte do 
hipotálamo, portanto é mais recomendado que se todo o hipotálamo for considerado 
parte do sistema límbico, certa unidade funcional que ainda existe nesse sistema ficará 
perdida pelo acréscimo de novas funções, como regulação da temperatura, secreção de 
hormônios, regulação do sono e dos ritmos circadianos (GUYTON, HALL, 2011). 
 Componentes Subcorticais: 
a) corpo amigdalóide – também chamado núcleo amigdalóide, é um dos núcleos 
da base. Situa-se no lobo temporal, próximo ao úncus e em relação com a cauda do 
núcleo caudado. É constituído de numerosos subnúcleos e suas conexões são 
extremamente amplas e complexas. A maioria de suas fibras eferentes agrupa-se em um 
feixe compacto, a estria terminal (uma parte das fibras eferentes do corpo amigdalóide 
constitui a via amigdalófuga ventral, que termina no núcleo dosomedial do tálamo e no 
hipotálamo), que acompanha a curvatura do núcleo caudado e termina principalmente 
no hipotálamo; 
b) área septal - situada abaixo do rostro do corpo caloso, anteriormente à lâmina 
terminal e à comissura anterior, a área septal compreende grupos de neurônios de 
disposição subcortical conhecidos como núcleos septais. Alguns destes neurônios se 
estendem até a base do septo pelúcido. A área septal tem conexões extremamente 
amplas e complexas, destacando-se suas projeções para o hipotálamo e para a formação 
reticular, através do feixe prosencefálico medial; 
c) núcleos mamilares - pertencem ao hipotálamo e situam-se nos corpos 
mamilares. Recebem fibras do hipocampo que chegam pelo fórnix e se projetam 
principalmente para os núcleos anteriores do tálamo e para a formação reticular, 
respectivamente pelos fascículos mamilo-talâmico e mamilo-tegmentar; 
d) núcleos anteriores do tálamo – situam-se no tubérculo anterior do tálamo. 
Recebem fibras dos núcleos mamilares e projetam-se para o giro do cíngulo; 
e) núcleos habenulares - situam-se na região do trígono das habênulas no 
epitálamo. Recebem fibras aferentes ela estria medular e projetam-se para o núcleo 
interpeduncular do mesencéfalo. 
 
 
2.2.5. Descrever as integrações do sistema límbico com os sistemas 
endócrino e neuro-vegetativo. 
 
O sistema límbico participa de uma rede encefálica que produz hormônios que 
são secretados para a corrente sanguínea diretamente a fim de ativar os órgãos corporais 
e influenciar o cérebro. Há oito glândulas endócrinas presentes no corpo e o sistema 
límbico promove algumas integrações (BERTONI, 2017). 
A hipófise é uma glândula central que vai produzir elementos de liberação ou de 
inibição que vai harmonizar as outras glândulas, e ainda vai atuar sobre vários órgãos 
como a suprarrenal, tireóide, gônadas e as mamas e vai ativar as glândulas que vão 
sensibilizar as funções cognitivas e emocionais. As suprarrenais vão ter a função de 
produzir adrenalina (que vão auxiliar a aumentar os níveis da glicose na corrente 
sanguínea a fim de fazer com que os vasos sanguíneos se contraiam e ainda mais, ajuda 
a equilibrar os sais minerais e água corporal do metabolismo de proteínas e, gorduras), 
cortisol e a noradrenalina. O timo vai produzir hormônios que são chamados de 
timosinas que vão regular o sistema imunológico. As gônadas vão produzir alguns 
hormônios como a progesterona, estrogênio e a testosterona, que vão controlar os 
impulsos sexuais, os caracteres sexuais secundários, e vão atuar na função cognitiva 
ajudando no aprendizado e as emoções e também auxilia na distribuição da gordura 
corporal. A tireóide vai produzir a T3 e a T4 que vai estimular o organismo e vão 
manter o humor. Por fim, tem-se a glândula pineal que tem a função de produzir a 
melatonina que vai regular e controlar o sono, e também auxiliar na cognição e nas 
emoções (BERTONI, 2017). 
O sistema neurovegetativo vai englobar os nervos e os centros que controlam a 
vida vegetativa, ou seja, todas as vísceras e glândulas. Esse sistema vai participar de 
todo o controle do organismo que se faz presente em todas as funções e proporciona 
reações adequadas e coordenadas por intimas conexões presentes nos centros corticais 
tanto no pré quanto no pós rolândricos com os núcleos de base, com diencéfalo e com a 
formação reticular. Essas conexões agem também nos centros neurovegetativos sobre os 
centros de vida mutuamente, atuando em reciprocidade. Há também algumas 
interconexões anatômicas e funcionais desse sistema neurovegetativo com os núcleos 
do hipotálamo que controlam o sistema endócrino e o imunitário. A localização desses 
centros neurovegetativos no córtex cerebral não é certa, mas praticamente toda a 
estimulação cortical reage a partir de reações neurovegetativas, fazendo com que os 
neurônios corticais que estão nesta atividade sejam distribuídos difusamente no córtex 
tendo inclusive nas áreas corticais diferentes que quando estimuladas provocarão 
reações similares. As funções vegetativas são a regulação cardiovascular, da 
temperatura corporal, da água corporal, da contratilidade uterina e da ejeção de leite 
materno e a regulação gastrointestinal e da alimentação (SOBRINHO, 2003). 
 
2.2.6. Caracterizar os mecanismos relacionados à manutenção da 
atenção. 
 
A atenção pode ser definida como a capacidade de um indivíduo de responder 
aos principais estímulos. Nesse processo, o sistema nervoso pode manter contato 
seletivo com as informações que chegam pelos órgãos sensoriais, desviando a atenção 
os principais comportamentos para garantir uma interação efetiva. (LIMA, 2005). 
A atenção geralmente envolve dois aspectos básicos. O primeiro é o alerta, que 
representa o estado geral de sensibilidade dos órgãos sensoriais e o estabelecimento e 
manutenção do tônus cortical para receber os estímulos. A segunda é a própria atenção, 
que envolve focar em certos processos mentais e neurobiológicos. (LIMA, 2005). 
A atenção pode ser dividida em voluntária ou involuntária. A voluntária envolve 
a escolha ativa e deliberada do indivíduo em uma determinada atividade, ou seja, está 
diretamente relacionado à motivação, interesse e expectativas. A atenção involuntária 
leva em consideração as características dos estímulos, ou seja, em situações inesperadas 
o indivíduo não controla sua atenção, não requer controle consciente do indivíduo. 
(LIMA, 2005). 
A atenção também é dividida de acordo com a maneira que é operacionalizada e 
destacamos quatro tipos: seletiva (o indivíduo tem a capacidade de escolher em que 
focar), sustentada (capacidade de foco por longo tempo em uma atividade constante e 
ininterrupta), alternada (capacidade de alternar o foco) e dividida (capacidade de 
realizar duas atividades ao mesmo tempo). (LIMA, 2005). 
A formação reticular é responsável por regular o estado de alerta (tenacidade) e 
subsidiar o processo de atenção, ela tem a capacidade de mediar os estímulos externos e 
internos. Por meio de suas projeções o sistema ativador reticular ascendente (SARA) 
que é neuroquimicamente mediado por neurônios dopaminérgicos ativa o córtex, faz a 
manutenção do estado de alerta e seleciona as respostas comportamentais. (LIMA, 
2005). 
O sistema reticular ascendente é dividido em dois componentes, o mesencéfalo e 
o tálamo. O mesencéfalo é formado pela substância reticular e a protuberância superior, 
quando é estimulada tem um fluxo de impulso difuso que passa da área do tálamo para a 
área espalhada no córtex cerebral, para produzir um estado de vigília geral. (LIMA, 
2005). 
Para a modalidade visual da atenção, há três sistemas principais: 
 Orientação da atenção: ocorre em três momentos, o primeiro é o desengajamento do 
foco atual que ocorre no lobo parietal posterior, principalmente do hemisfério 
direito; a mudança de foco atencionalpara a localização do estímulo esperado que 
ocorre no colículo superior e a localização do alvo e engajamento que ocorre no 
tálamo, com destaque para o núcleo pulvinar. 
 Atenção executiva: está relacionada à detecção da relevância de um estímulo e a 
inibição das interferências de outros estímulos concorrentes. O giro cingulado 
anterior está envolvido nesse processo assim como outras áreas do lobo frontal e 
pré-frontal. 
 Vigilância: está relacionada ao processo de sustentação da atenção e nesse estado 
encontra-se uma diminuição da taxa cardíaca e atividade elétrica cerebral e há um 
maior fluxo sanguíneo cerebral nas áreas dos lobos frontal e parietal, com destaque 
significativo do hemisfério direito. 
 
Figura 1- Resumo esquemático representando as divisões e mecanismos atencionais. 
 
Fonte: LIMA p.115, ano 2005. 
 
 
 
2.2.7. Descrever os mecanismos fisiológicos de memória de curto e 
longo prazo. 
 
Memória de curto prazo é aquela que inclui memórias que duram por segundos 
ou até mesmo minutos no máximo, por exemplo, é ilustrada pela memória que se tem de 
7 a 10 dígitos em um telefone, assim, ela dura somente se a pessoa continua a pensar 
nesses números (HALL; GUYTON, 2011). 
Além disso, observa-se duas possíveis causas para as memórias de curto prazo: 
 Atividade neural contínua: resultando de sinais neurais que se propagam 
em círculos em traço de memória temporária de circuito de neurônios 
reverberantes (HALL; GUYTON, 2011). 
 Inibição pré-sináptica: ocorre em sinapses que ficam em fibras nervosas 
terminais, antes que formem sinapses com o neurônio subsequente, 
assim, as substâncias neurotransmissoras que são liberadas nesses 
terminais causam a inibição, que dura apenas alguns segundos ou 
minutos, podendo causar uma memória a curto prazo (HALL; GUYTON, 
2011). 
Já a memória de longo prazo, é aquela que uma vez armazenada, pode ser 
recordada até anos, além disso, é causada por alterações estruturais reais e que realcem 
ou suprimam a condução dos sinais. Dessa forma, observa-se algumas dessas mudanças 
estruturais: 
 Aumento dos locais onde vesículas liberam a substância 
neurotransmissora; 
 Aumento do número de vesículas transmissoras; 
 Aumento do número de terminais pré-sinápticos; 
 Mudanças nas estruturas das espinhas dendríticas que permitem a 
transmissão de sinais mais fortes; 
Por fim, nota-se que a capacidade estrutural das sinapses de transmitir sinais 
aumenta, a medida que se estabelecem traços de uma memória a longo prazo. (HALL; 
GUYTON, 2011). 
 
2.2.8. Reconhecer as diferentes formas de classificação de memória, 
quanto a tempo, função e local. 
 
Classificação das Memórias: Sabemos que algumas memórias duram somente 
alguns segundos, enquanto outras duram por horas, dias, meses ou anos. Para poder 
discuti-las vamos usar a classificação comum das memórias que as divide em (1) 
memória a curto prazo, que inclui memórias que duram por segundos ou, no máximo, 
minutos se não forem convertidas em memórias a longo prazo; (2) memórias de prazo 
intermediário, que duram por dias a semanas, mas, então, desaparecem; e (3) memória a 
longo prazo, que, uma vez armazenada, pode ser recordada até anos ou mesmo uma 
vida inteira mais tarde (LIMA, 2005). 
Além dessa classificação geral de memórias, há também (em conexão com os 
lobos pré-frontais), outro tipo de memória chamada “memória de trabalho” que inclui 
principalmente a memória a curto prazo, que é usada durante raciocínio intelectual, mas 
é finalizada conforme cada passo do problema for resolvido. Memórias são 
frequentemente classificadas segundo o tipo de informação que é armazenada. Uma 
destas classificações divide as memórias em memória declarativa e memória de 
habilidades, como a seguir: 
Memória declarativa: significa basicamente memória dos vários detalhes de 
pensamento integrado como, por exemplo, memória de experiência importante que 
inclui (1) memória do ambiente, (2) memória das relações temporais, (3) memória de 
causas da experiência, (4) memória do significado da experiência e (5) memória das 
deduções que ficaram na mente do indivíduo (LIMA, 2005). 
Memória de habilidades: é, frequentemente, associada a atividades motoras do 
corpo da pessoa, tais como todas as habilidades desenvolvidas, para bater numa bola de 
tênis, incluindo memórias automáticas para : (1) avistar a bola, (2) calcular a relação e a 
velocidade da bola com a raquete e (3) deduzir rapidamente os movimentos do corpo e 
dos braços e da raquete necessários para bater na bola como desejado todas estas 
ativadas instantaneamente, com base na aprendizagem anterior do jogo de tênis então, 
se continua para o próximo lance do jogo enquanto se esquecem os detalhes do lance 
prévio Memória a Curto Prazo (LIMA, 2005). 
A memória a curto prazo é ilustrada pela memória que se tem de sete a 10 
dígitos, no número de telefone (ou sete a 10 outros fatos distintos), por alguns segundos, 
até alguns minutos de cada vez, mas que dura somente enquanto a pessoa continua a 
pensar nos números ou nos fatos. Muitos fisiologistas sugeriram que essa memória a 
curto prazo seja causada por atividade neural contínua, resultando de sinais neurais que 
se propagam em círculos em traço de memória temporária de circuito de neurônios 
reverberantes. Ainda não foi possível provar essa teoria. Outra explicação possível para 
a memória a curto prazo é a facilitação ou inibição pré-sináptica. Isso ocorre em 
sinapses que ficam em fibras nervosas terminais, imediatamente antes que formem 
sinapses com o neurônio subsequente. As substâncias neurotransmissoras, liberadas em 
tais terminais frequentemente causam facilitação ou inibição, que duram segundos ou 
até vários minutos. Circuitos desse tipo poderiam levar à memória a curto prazo (LIMA, 
2005). 
Memória de Prazo Intermediário: As memórias de prazo intermediário podem 
durar por muitos minutos ou até semanas. Serão por fim perdidas se os traços de 
memória não forem ativados o suficiente para se tornarem mais permanentes; então, são 
classificadas como memórias a longo prazo. Experimentos em animais primitivos 
mostraram que memórias do tipo de prazo intermediário podem resultar de alterações 
temporárias químicas ou físicas, ou ambas, tanto nos terminais pré-sinápticos quanto 
nas membranas pós-sinápticas, mudanças essas que podem persistir por alguns minutos 
a várias semanas. Esses mecanismos são tão importantes que merecem descrição 
especial. (LIMA, 2005). 
Mecanismo Molecular da Memória Intermediária: A nível molecular, o 
efeito de habituação no terminal sensorial resulta do fechamento progressivo de canais 
de cálcio na membrana terminal, apesar da causa do fechamento dos canais de cálcio 
não ser completamente conhecida. Logo, de qualquer forma, quantidades muito 
menores que as normais de íons cálcio podem se difundir para o terminal habituado, e, 
como consequência, muito menos neurotransmissor é liberado pelo terminal sensorial, 
já que a entrada de cálcio é o estímulo principal para a liberação do neurotransmissor. 
(GUYTON, HALL, 2017) 
Mecanismo para Facilitação: No caso da facilitação, acredita-se que pelo 
menos parte do mecanismo molecular seja o seguinte: 1- Estimulação do terminal pré-
sináptico facilitador, ao mesmo momento em que o terminal sensorial estimulado causa 
liberação de serotonina, na sinapse facilitadora, na superfície do terminal sensorial. 2- A 
serotonina age em receptores serotoninérgicos na membrana do terminal sensorial, e 
esses receptores ativam a enzima adenil ciclase do lado interno da membrana. A adenil 
ciclase causa a formação de monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) também no 
terminal sensorial pré-sináptico. 3- O AMP cíclico ativa uma proteinocinase que causa a 
fosforilação de proteína que, por sua vez, é parte dos canais de potássio, na membrana 
do terminal sináptico sensorial; isso, por sua vez, bloqueia a condutânciade potássio 
pelos canais. O bloqueio pode durar minutos ou até algumas semanas. 4- A falta de 
condutância de potássio leva a potencial de ação bastante prolongado na terminação 
sináptica, uma vez que a saída íons potássio do terminal é necessária para a recuperação 
rápida do potencial de ação. 5- O potencial de ação prolongado leva à ativação 
prolongada dos canais de cálcio, permitindo a entrada de grande quantidade de íons 
cálcio no terminal sináptico sensorial. Esses íons cálcio levam à liberação muito 
aumentada de neurotransmissor pela sinapse, facilitando dessa forma pronunciadamente 
a transmissão sináptica para o neurônio seguinte. (GUYTON, HALL, 2017) 
Assim, de forma muito indireta, o efeito associativo de estimular o terminal 
facilitador, no mesmo momento em que o terminal sensorial é estimulado, leva a um 
aumento prolongado da sensibilidade excitatória do terminal sensorial e isso estabelece 
o traço de memória (LIMA, 2005). 
Memória a Longo Prazo: Não existe uma demarcação óbvia entre as formas 
mais prolongadas da memória de prazo intermediário e a verdadeira memória a longo 
prazo. Entretanto, em geral se acredita que a memória a longo prazo resulte de 
alterações estruturais reais, em vez de somente químicas nas sinapses, e que realcem ou 
suprimam a condução dos sinais. Mais uma vez vamos lembrar experimentos em 
animais primitivos (nos quais os sistemas nervosos são muito fáceis de estudar), e que 
ajudaram imensamente a compreensão de possíveis mecanismos da memória a longo 
prazo (LIMA, 2005). 
 
 
2.2.9. Reconhecer os estágios do processo de aprendizagem. 
 
A aprendizagem é um processo contínuo, que acontece a partir da interação 
sujeito/sujeito ou sujeito/objeto ao longo da existência. Todo conhecimento que temos 
advindo da educação formal ou não, necessita permanecer em nossa memória para que 
seja considerado aprendizado, pois se não lembramos, é sinal que não aprendemos. 
Deste modo, aprendizagem tem íntima relação com memória e se não fosse por esse 
mecanismo, passaríamos cada minuto da nossa vida tendo de aprender (NITRINI & 
LUIZ, 2010). 
As quatro fases do processo de aprendizagem e como elas se aplicam em nossa vida: 
 1ª fase do aprendizado: incompetência inconsciente: Nessa fase há consciência 
da falta de habilidade para executar certa função ou atividade. Este é o estágio 
em que inicia o processo de aprendizado; 
 2ª fase do aprendizado: incompetência consciente: A incompetência consciente 
acontece quando passa a ter consciência da falta de habilidade para determinada 
atividade; 
 3ª fase do aprendizado: competência consciente: Na fase da competência 
consciente, passa-se fazer todas as operações de maneira correta; 
 4ª fase do aprendizado: competência inconsciente: A competência inconsciente 
significa fazer tudo de uma vez sem perceber como se faz, porque já foram 
muitas práticas e repetições. 
 
 
2.2.10. Relacionar atenção, memória e aprendizagem 
 
Primeiramente para relacionar todos esses mecanismos, é necessário entende-los 
melhor. Então, de uma forma geral, a atenção é uma função da cognição que vai ser 
necessária para ser possível selecionar e transformar em informação, um determinado 
estímulo encontrado em um ambiente em detrimento de múltiplos estímulos também 
presentes. Ou seja, por meio da atenção é possível haver um controle seletivo sobre as 
informações captadas por meio dos órgãos sensoriais. Ela pode ser dividida em: atenção 
seletiva, alternada, sustentada, concentrada e dividida, e ainda consegue organizar suas 
informações e estímulos provenientes das vias sensoriais nos diversos processamentos 
mentais (SILVA; FERREIRA; CIASCA, 2014). 
A memória também é uma função cognitiva, ela possui várias funcionalidades 
como o poder registrar, armazenar, elaborar e resgatar as informações. Pode ser dividida 
em três níveis conforme sua função, tempo de duração e conteúdo que são: memória 
sensorial, memória de curto e longo prazo ou operacional. Cada tipo de memória possui 
seus mecanismos, vantagens e desvantagens que são necessários para o melhor 
funcionamento do cérebro. O hipocampo é a região que concentra maior quantidade de 
neurônios para a consolidação da memória (GUYTON, 2017). 
A atenção e a memória podem até apresentar diferentes conceitos, porém são 
funcionalidades que se correlacionam fortemente. Para que haja a atenção, as funções 
cognitivas precisam focalizar um determinado estímulo através de algum órgão 
sensorial e ser encaminhado ao cérebro para processar as informações. Através dessas 
informações passadas por neurônios, haverá processamentos para geração de memórias 
que podem ser de curto ou longo prazo, sensorial ou operacional (GUYTON, 2017). 
A aprendizagem é alcançada quando há consolidação da memória. O 
aprendizado e a memória podem ser sobre, por exemplo, como andar de bicicleta ou 
também sobre algo que foi aprendido em uma conversa semana passada. Pode-se ser 
observado que quando há o aprendizado, haverá modificações morfológicas nas 
sinapses, ou seja, elas serão moldadas, novas sinapses serão criadas e as antigas serão 
fortalecidas. De um modo geral, a atenção, a memória e a aprendizagem serão 
fortemente ligadas. A atenção é extremamente necessária para levar as informações, a 
memória é necessária para codificar, selecionar e armazenar determinadas informações, 
e com isso, será gerada a aprendizagem (LOMBROSO, 2004). 
 
2.2.11. Relacionar a privação do sono com memória e aprendizagem 
 
Sem sombra de dúvidas o sono é um estado extremamente importante para a 
manutenção da homeostase do corpo, uma vez que o sono é uma das condições que 
regulam o estado de vigília. Além disso, o sono contribui para o repouso mental e físico 
do corpo, como também para o processo de aprendizagem e memorização. Em outras 
palavras, o sono é um processo vital relacionado com diversos sistemas hormonais e 
cerebrais, sendo assim , uma das funções necessárias para a sobrevivência . Desta 
maneira, o papel que o sono desenvolve é muito maior do que só a ação propriamente 
dita de descansar , sono está relacionado à conservação da energia e recuperaçaõ 
metabólica, na restauraçaõ dos neurônios e dos tecidos , na regulaçaõ da temperatura do 
cérebro e em sua desintoxicação , na secreçaõ de hormônios e regulaçaõ da motivaçaõ , 
contribuindo, diretamente, para a manutenção do nível de consciência (CIRELLI e 
TONONI, 2008). 
A relação entre qualidade de sono aprendizagem se dá através de 
sincronizadores externos, tais como estímulos luminosos e fatores sociais. Dentre estes, 
pode-se citar a tecnologia que cada vez mais traz dispositivos emissores de luz para a 
rotina do dia a dia e a própria sociedade globalizada, que tem feito as pessoas buscarem 
cada vez mais trabalho e obrigações estudantis, sob o pensamento de que dormir é 
sinônimo de perda de oportunidades. Diante destes casos, muitas pessoas passam meses 
e até mesmo anos se privando do sono, o que acaba resultado em distúrbios no futuro 
(MONTES et al, 2006). 
O ciclo que regula o funcionamento do corpo é conhecido como ciclo circadiano 
ou, popularmente, relógio biológico. É ele que controla a hora de acordar, dormir, sentir 
sono, liberar hormônios, dentre outras funções. Quando um indivíduo sofre de privação 
do sono, esse ciclo se desregula e a pessoa passa a sentir sono, fome, prazer em 
momentos inadequados para o bom funcionamento do corpo. Resumidamente, nos 
transtornos do ritmo circadiano, os ritmos de sono-vigília endógenos (relógio 
corporal) e ciclo externo claro-escuro estão dessincronizados (SANTAMARÍA, 2003). 
Segundo Montes et . al (2006), sabe-se que o padrão de sono muda muito ao 
longo da vida , pois cada faixa etária possui necessidades diferentes , entretanto dormir 
menos do que o necessário resulta em uma dívida de sono que com o passar dos anos, 
acumulando produz uma privaçaõ crônicade sono . Diante disso, as principais 
consequências são: 
 Sonolência diurna excessiva; 
 Deterioração cognitiva; 
 Menor tempo de reaçaõ; 
 Menos exatidaõ para realizar tarefas; 
 Maior risco de acidentes; 
 Sensação subjetiva de lentidão; 
 Alterações emocionais, nas relações sociais; 
 Alterações qualidade de vida; 
 Prejuízo no ciclo de memorização. 
 
Diante disso, é evidente que o sono é essencial para estimular a aprendizagem, 
uma vez que o “estar acordado” não resulta obrigatoriamente na aprendizagem, visto 
que para um completo desenvolvimento cognitivo é preciso estar atento para a coleta de 
informações (estímulos), descansado o suficiente para processá-las e ter uma boa noite 
de sono para memorizá-las. (CIRELLI e TONONI, 2008). 
Considerando a relaçaõ sono -aprendizagem, é durante esse estado que o nosso 
cérebro forma novas sinapses buscando a memorização do que foi retido naquele dia, 
sendo que as informações não relevantes ou pouco relevantes são interpretadas como 
“lixo” cognitivo e descartadas . Esse processo ocorre com o intuito de buscar a 
homeostase, que irá convergir para a restauraçaõ , fortalecimento e formaçaõ de novas 
conexões dos neurônios, mecanismos essenciais para aprender (MONTES et al, 2006). 
 
2.2.12. Descrever as fases do sono 
 
Existem dois tipos de sono, sendo o sono com movimentos rápidos dos olhos 
(sono REM), no qual os olhos realizam movimentos rápidos, apesar de a pessoa ainda 
estar dormindo; e o sono de ondas lentas ou não REM (NREM), no qual as ondas 
cerebrais são fortes e de baixa frequência. (ROSINHA, 2000) 
O sono REM ocorre em episódios que ocupam aproximadamente 25% do tempo 
de sono dos adultos jovens; e cada episódio geralmente recorre a cada 90 minutos. Esse 
tipo de sono não é restaurador e está em geral associado a sonhos vívidos. Quando a 
pessoa está extremamente sonolenta, cada episódio de sono REM é curto e pode até 
estar ausente. Por sua vez, à medida que a pessoa vai ficando mais descansada com o 
passar da noite, a duração dos episódios de sono REM aumenta. (ROSINHA, 2000) 
O sono REM tem várias características importantes: 
1. É a forma ativa de sono, geralmente associada a sonhos e a movimentos 
musculares corporais ativos; 
2. . É mais difícil despertar o indivíduo por estímulo sensorial do que 
durante o sono de ondas lentas, e as pessoas em geral despertam 
espontaneamente pela manhã, durante episódio de sono REM; 
3. . O tônus muscular está excessivamente reduzido, indicando forte 
inibição das áreas de controle da medula espinal; 
4. Comumente, as frequências cardíaca e respiratória ficam irregulares, o 
que é característica dos sonhos; 
5. Apesar da inibição extrema dos músculos periféricos, movimentos 
musculares irregulares podem ocorrer. Isso acontece em superposição 
aos movimentos rápidos oculares; 
6. O cérebro fica muito ativo no sono REM, e o metabolismo cerebral 
global pode estar aumentado por até 20%. O eletroencefalograma (EEG) 
mostra padrão de ondas cerebrais semelhante ao que ocorre durante o 
estado de vigília. Esse tipo de sono, por isso, é também chamado sono 
paradoxal, porque é um paradoxo em que a pessoa possa ainda estar 
dormindo, apesar dessa grande atividade cerebral. 
Em resumo, o sono REM é o tipo de sono em que o cérebro está bem ativo. 
Entretanto, a pessoa não está totalmente consciente em relação ao ambiente, e, portanto, 
ela está na verdade adormecida. 
A maior parte do sono, durante cada noite, é da variedade de ondas lentas 
(NREM), é composto por quatro etapas em grau crescente de profundidade, os estágios 
I, II, III e IV, ele corresponde ao sono profundo e restaurador que a pessoa experimenta 
na primeira hora de sono após ter ficado acordada por muitas horas. A maioria de nós 
pode entender as características do profundo sono de ondas lentas, lembrando da última 
vez em que ficamos acordados por mais do que 24 horas, e, então, o sono profundo que 
ocorreu durante a primeira hora após irmos dormir. Esse sono é excepcionalmente 
relaxante e está associado às diminuições do tônus vascular periférico e a muitas outras 
funções vegetativas do corpo. Por exemplo, há diminuição de 10% a 30% da pressão 
arterial, da frequência respiratória e no metabolismo basal (ROSINHA, 2000). 
Embora o sono de ondas lentas seja chamado “sono sem sonhos”, sonhos e até 
mesmo pesadelos podem ocorrer durante esse estágio. A diferença entre os sonhos que 
ocorrem no sono de ondas lentas e os que ocorrem no sono REM é que os do sono REM 
são associados à maior atividade muscular corporal, e os sonhos do sono de ondas lentas 
usualmente não são lembrados, pois não acontece a consolidação dos sonhos na 
memória (ROSINHA, 2000). 
O sono normal é constituído pela alternância dos estágios REM e NREM. O 
sono NREM é caracterizado pela presença de ondas sincronizadas no 
eletroencefalograma e pode ser subdividido em quatro fases: estágio 1, 2, 3 e 4 (3 e 4 
equivalem ao sono de ondas lentas ou sono delta). O eletroencefalograma (EEG) de 
sono REM é caracterizado por ondas dessincronizadas e de baixa amplitude 
(ROSINHA, 2000). 
Em condições normais, um indivíduo inicia o sono noturno pelo estágio I do 
sono NREM, após um tempo de latência aproximada de 10 minutos. Uma latência 
muito baixa para início do sono NREM pode ocorrer nos indivíduos privados de sono, 
ou muito cansados, sendo também encontrada em síndromes que cursam com sono não 
reparador, como os distúrbios respiratórios do mesmo. Após uns poucos minutos em 
sono I, há o aprofundamento para o sono II, em que se torna mais difícil o despertar do 
indivíduo (ROSINHA, 2000). 
Após 30 a 60 minutos, instala-se o sono de ondas lentas, respectivamente, os 
estágios III e IV, com interpenetrações de ambos no decorrer desta etapa mais profunda 
do sono NREM. Passados aproximadamente 90 minutos, acontece o primeiro sono 
REM, que costuma ter curta duração no início da noite (5 a 10 minutos), completando-
se o primeiro ciclo NREM-REM do sono noturno. A saída do sono REM pode se fazer 
com intrusão de micro despertares (3 a 15 segundos de duração), sem um despertar 
completo do paciente, mudando-se para o estágio I e, em seguida, o estágio II do sono 
NREM, ou passando diretamente para este último estágio e, em seguida, aprofundando-
se novamente nos estágios III e IV. Desta forma, cumprem-se cerca de 5 a 6 ciclos de 
sono NREM-REM, durante uma noite de 8 horas de sono (ROSINHA, 2000). 
Os despertares podem ocorrer a qualquer momento durante o sono, a partir de 
qualquer estágio, seja de forma espontânea, ou eventualmente provocada por fatores 
extrínsecos (exemplo: ruído) ou eventos patológicos (como apneias, conforme citado 
em capítulos seguintes). É comum que o indivíduo não tenha consciência destes 
despertares, especialmente quando de curta duração e não relacionados com eventos 
anormais (pesadelos, quadros respiratórios etc.) (ROSINHA, 2000). 
Na primeira metade da noite, ocorre sono de ondas lentas, estágios III e IV, em 
alternância com os demais estágios. Porém, o sono delta, III e IV, tende a não mais 
ocorrer na segunda metade da noite e no amanhecer, quando há alternância entre os 
estágios I, II e REM, especialmente nos adultos (ROSINHA, 2000). 
 
2.2.13. Alterações da regulação sono e vigília 
 
Para entender a regulação fisiológica do sono e vigília é preciso compreender, 
primeiramente, a formação reticular. Ela consiste em uma rede de neurônios profundos 
do tegumento do tronco encefálico, que se estende ao longo desse tronco, bem como ao 
núcleo central de toda a medula espinal (ver Fig. 12.1). A grande maioria dos neurônios 
dessa rede é composta de interneurônios que têm múltiplas projeções eferentes, 
resultando em literalmente trilhões de contatos sinápticos. Todo neurônio da formação 
reticular pode processar informações ipsilaterais e contralaterais (cruzadas e não 
cruzadas). Além disso,as projeções de um único neurônio podem ser tanto ascendentes 
quanto descendentes. Todos os sistemas da formação reticular são influenciados pelas 
projeções de outras áreas do cérebro e podem, por sua vez, influenciar a função dessas 
áreas, e umas às outras. Assim, a formação reticular é verdadeiramente o integrador do 
SNC (KREBS, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: visão geral da formação reticular no tronco encefálico 
 
Fonte: Neurociências ilustradas, Claudia Krebs 
A formação reticular pode ser subdividida em três componentes funcionais: 1) a 
zona lateral, que processa a informação aferente sensorial; 2) a zona medial, que 
processa a informação eferente motora; e 3) a soma dos sistemas neurotransmissores 
que se projetam para áreas amplas do SNC. Juntas, as projeções da formação reticular 
que ascendem para o tálamo e córtex e atuam na modulação da consciência são 
chamadas de sistema ativador reticular ascendente (SARA) (KREBS, 2013). 
Entretanto, o foco desse objetivo está no componente funcional (3) do sistema 
reticular, sendo o sistema de neurotransmissores. Ele é uma série de redes paralelas de 
sistemas de neurotransmissores que se projeta para diversas áreas do SNC influencia o 
nível de consciência e o sono/vigília, bem como atua no processamento da dor, da 
motivação, da emoção, da recompensa e do vício. Os sistemas de neurotransmissores 
mais importantes incluem aqueles envolvendo a dopamina (DA), a noradrenalina (NA) 
e a serotonina (5-HT). Então, como trata-se de estudar a regulação fisiológica do sono e 
vigília, iremos abordar os sistemas noradrenérgicos (KREBS, 2013). 
Nos sistemas noradrenérgicos os neurônios que utilizam a NA como seu 
principal neurotransmissor estão agrupados na ponte, ao lado do quarto ventrículo. 
Neurônios noradrenérgicos adicionais estão espalhados por todo o tegmento lateral do 
tronco encefálico e projetam-se a vastas áreas do SNC, tanto ascendendo a estruturas do 
cérebro como descendendo a neurônios da medula espinal (Fig. 12.6). A atividade 
desses neurônios noradrenérgicos pode ser tanto tônica (ou seja, em um nível constante 
e contínuo) como fásica (ou seja, a taxa de disparo é aumentada periódica e 
temporariamente). A principal função desses neurônios é modular a atenção, a excitação 
(estados de sono/vigília), o humor e a dor (KREBS, 2013). 
Figura 3 : projeções noradrenérgicas do lócus coeruleus 
 
Fonte: Neurociências ilustradas, Claudia Krebs 
Vigília: É o nosso estado de alerta e suas principais características é a ativação 
cortical, sensorial e motora, a sua ativação depende de diversas estruturas neurais. Uma 
das áreas de ativação do sistema de vigília é o SARA (sistema ativador reticular 
ascendente) (KREBS, 2013). 
Os três principais núcleos da vigília: Locus ceruleus LC- principal 
neurotransmissor é a noradrenalina, Área tegumentar ventral- principal 
neurotransmissor é a dopamina e os Núcleos de Rafe, sendo o principal 
neurotransmissor a serotonina (KREBS, 2013). 
E os sistemas ativadores da vigília estão localizados no tálamo e hipotálamo, 
usando principalmente a histamina (KREBS, 2013). 
A NA é um dos determinantes da vigília. A mediação da vigília ocorre por 
projeções para o tálamo, que são silenciadas durante o sono, de modo que os estímulos 
não nos acordam. Curiosamente, a distensão da bexiga conduz à ativação dos neurônios 
do LC, que, por sua vez, aumenta a excitação, ou nos acorda, de modo que a bexiga 
possa ser esvaziada (KREBS, 2013). 
Os mecanismos neurais envolvidos na vigília (estado de consciência), é função da 
formação reticular ativadora. Existem no tronco encefálico, fibras neurais que formam 
uma rede, um retículo, que se distribuem ao longo do tronco e enviam projeções 
ascendentes. Essas projeções podem percorrer dois caminhos, sendo: 
 Dorsal, faz sinapse no tálamo e se projeta no córtex; 
 Ventral, que faz sinapse com alguns núcleos do prosencéfalo e se projeta no 
córtex.; 
Esse sistema reticular ativador possui uma atividade própria e continua, o que nos 
mantém dispersos e alerta (KREBS, 2013). 
Sono: Existe o sono fisiológico e não fisiológico, sendo o primeiro o estado de 
consciência onde há aumento do limiar de excitabilidade cortical e importante redução 
de interações com meio externo, ele é facilmente revertido por estímulos e obedece a 
arquitetura organizacional do sistema nervoso. Já o não fisiológico é o estado de como 
ou de anestesia geral, sendo que neles não ocorre uma organização normal do sono (não 
tem delimitação de fases) e não há possibilidade de reversão por estímulos. O sono é 
dividido em dois tipos: NREM- de ondas lentas e o REM- paradoxal (KREBS, 2013). 
Primeiramente, tratando-se do sono NREM ou de ondas lentas, vê-se que ele tem 
como principais características a sincronização cortical, hipotonia muscular e fusos. A 
principal estrutura responsável pela indução do sono NREM é o núcleo do trato solitário 
(bulbo), e os principais neurotransmissores são o gaba (principal neurotransmissor 
inibitório, estão em quase todas as regiões do cérebro), serotonina, adenosina e 
peptídeos. A liberação do gaba ocorre em maior quantidade no sono NREM e os 
neurônios que utilizam o gaba inibem os neurônios do SARA (neurônios que estimulam 
a vigília), além disso inibe atividade de neurônios que se projetam no tálamo. Ele é 
dividido em 4 estágios, os quais serão discutidos posteriormente (KREBS, 2013). 
No que tange ao sono REM ou sono paradoxal, tem-se como características o 
eletroencefalograma dessincronizado, atonia muscular e episódios de movimentos 
oculares (KREBS, 2013). 
A teoria da interação recíproca é responsável por tentar explicar a mudança do sono 
de ondas lentas para o paradoxal, sendo que as células sp on-off, são inativas ou ativas. 
À medida que os neurônios das células sp on são ativados, as células sp-off são menos 
ativas. Ao final do estágio do sono, essa ativação diminui nas células sp on e aumenta 
nas sp off (KREBS, 2013). 
 
2.2.14. Descrever a participação nos mecanismos de memória, 
identificando seus elementos constituintes 
 
Há diferentes sistemas sensoriais, associativos e motores participam em cada um 
destes aprendizados e nas correspondentes memórias. (IZQUIERDO, 2010) 
O principal constituinte nesse processo de memória, é o hipocampo, parte 
integrante do sistema límbico, hipocampo joga um papel vital na aprendizagem de 
regulamento, na codificação da memória, na consolidação da memória. O hipocampo 
participa das etapas iniciais do armazenamento de memória a longo prazo. A 
informação é depois transferida para áreas associativas neocorticais. Além disso, outras 
regiões do cérebro também desempenham função importante na memória como o 
córtex, o tálamo, a amígdala, o septum, o estriado, os bulbos olfatórios, o cerebelo. 
(IZQUIERDO, 2010) 
Vários sistemas hormonais também modulam a consolidação. Os hormônios em 
destaque são a adrenalina, adrenocorticotrofina e vasopressina, três hormônios liberados 
em resposta ao alerta e/ou ao stress. Após um processo de experiência de atenção em 
que os sistemas nervosos autônomos agem. Logo, as memórias adquiridas em estado de 
alerta e com certa carga emocional ou afetiva são melhores lembradas que as memórias 
de fatos inexpressivos ou adquiridas em estado de sonolência. (IZQUIERDO, 2010) 
Na formação da memória é preciso destacar quatro fatores fundamentais de 
influência: 
 Recebemos informações constantemente, através de nossos sentidos; mas não 
memorizamos todas. A atenção influenciara diretamente se ocorrerá o 
armazenamento desta; 
 As memórias não são gravadas na sua forma definitiva, e são muito mais 
sensíveis à facilitação ou inibição logo após sua aquisição que em qualquer 
outro período posterior; 
 As memórias são também muito mais sensíveis à incorporação de informação 
adicional nos primeiros minutos ou horas após a aquisição. Essa informaçãopode ser acrescentada, tanto por substâncias endógenas liberadas pela própria 
experiência como bendorfina, adrenalina, etc., como por outras experiências que 
deixam memórias; 
 As memórias não consistem em itens isolados, mas em contexto vivido. 
(IZQUIERDO, 2010) 
A memória é armazenada por todo o córtex cerebral em vias conhecidas como 
traços da memória. Alguns componentes da memória são armazenados no córtex 
sensorial, onde são processados. (SILVERTHORN, 2017) 
Quando recordamos acontecimentos, fazem sentir as mesmas sensações como se 
estivéssemos vivendo novamente aquele momento. Isto é possível porque ao recordar, 
nosso cérebro faz uma “viagem mental” e ativa as mesmas áreas cerebrais que 
estiveram envolvidas no episódio. (SILVERTHORN, 2017) 
A memória de trabalho é uma forma especial de memória de curta duração 
processada nos lobos pré-frontais, é associada à memória de longa duração armazenada, 
de forma que a informação recém-adquirida pode ser integrada à informação 
armazenada, influenciando-a. Quando um estímulo chega ao SNC, primeiro vai para a 
memória de curta duração, uma área de armazenamento limita que pode reter somente 
cerca de 7 a 12 partes da informação por vez. As informações na memória de curta 
duração desaparecem, a não ser que um esforço seja feito, como a repetição, para 
armazená-la em uma forma mais permanente. (SILVERTHORN, 2017) 
A memória de longa duração é uma área de armazenamento capaz de reter uma 
grande quantidade de informações, há participação do hipocampo, córtex temporal. Essa 
subdivide em memória reflexiva (implícita) participando gânglios da base, cerebelo, 
amigdala, córtex frontal, e também memória declarativa (explícita) a região do 
hipocampo é fundamental. (SILVERTHORN, 2017) 
 
2.2.15. Descrever a participação nos mecanismos cognitivos, 
destacando o papel das estruturas corticais 
 
De acordo com o GUYTON e HALL (2011), o termo cognição remete aos 
processos cerebrais que compõem a construção do pensamento, ou seja, eferentes 
sensoriais somados aos dados armazenados previamente na memória. A cognição, em 
síntese, é a expressão das capacidades do córtex cerebral, nisto se inclui a já dita 
possibilidade do pensar; os aspectos eferentes sensoriais (áreas primária e secundária); 
memória; funções motoras (áreas primária e secundária); as áreas associativas (parieto-
occiptotemporal, pré-frontal e límbica) que se relacionam com as coordenadas espaciais 
do corpo, linguagem (leitura e fala), nomeação, planejamento (motor ou não), 
comportamento e emoções; a consciência, a interpretação e a vigília. 
SOARES e ALMONDES (2012) trazem sobre o funcionamento cognitivo, em 
específico a memória, atenção, raciocínio, vigilância psicomotora, percepção visual e 
visuoespacial. O artigo aborda sobre as implicações do sono sobre tais capacidades 
cognitivas; ao se correlacionar o que é trazido, com as informações disponíveis no 
GUYTON e HALL (2011) percebe-se a íntima interação, ainda mais quanto à 
memória/aprendizado e à atenção, ambas as capacidades, não só exemplificam o que é 
cognição, mas ainda são inter-relacionadas com o sono, visto que para a consolidação 
da memória se precisa do mesmo, e ao se tratar da atenção, existe o ciclo sono-vigília, 
adjunto ao processo homeostático S, que se trata do controle a partir da interação do 
sono e vigília; se “desenvolverá” sono ao permanecer longos períodos em alerta ou ao 
excesso de “descanso”, implicará na diminuição de indução ao mesmo. 
Cabe salientar que o sono também é influenciado por fatores exteriores/ambientais, 
que são tidos como sincronizadores, por condicionar o comportamento do organismo, 
tal fato explora a cognição/o pensar. Alguns exemplos são o ciclo claro-escuro, 
compromissos, dias de folga e finais de semana, rotina de sono (horários de dormir e 
acordar, além de comportamentos antes e depois). Os sincronizadores podem entrar em 
conflito com os aspectos internos do indivíduo, assim pode ocasionar em privação de 
sono, tal desenrolar afeta a saúde da pessoa, bem como sua capacidade cognitiva, a 
exemplo, há flutuações de humor (emoção), implicações cardiovasculares, queda dos 
desempenhos físico e intelectual, fadiga, diminuição da concentração/vigília, menor 
retenção de informações (memória e aprendizado), aumento do tempo de reação, atraso 
da focalização visual, alterações na percepção visual e visuoespacial, interferência sobre 
as funções executivas (processos cognitivos de controle e regulação por planejamento, 
monitoramento, flexibilidade, controle inibitório, regulação emocional e tomada de 
decisão) e diminuição da atividade cerebral (SOARES & ALMONDES, 2012; GOMES, 
SIMONETTI e MAIDEL, 2018). 
 
3. CONCLUSÃO 
Dado o exposto, conclui-se que o sistema límbico está associado com inúmeras 
funções, incluindo os sentidos especiais, comportamento, aprendizagem, memória e 
emoções, influencia outros sistemas, incluindo o sistema nervoso autônomo e sistema 
endócrino e está ligado ao córtex pré-frontal e ao centro de prazer do cérebro. 
Observou-se também que o hipocampo, a amígdala e o hipotálamo são estruturas 
importantes do sistema límbico, além de seu papel no controle comportamental essas 
áreas controlam muitas condições internas do corpo, como a osmolalidade dos líquidos 
corporais, a temperatura corporal, os desejos de comer e beber e o controle do peso 
corporal, chamadas funções vegetativas. 
Por fim, os quatro estágios do processo de aprendizagem e como eles se aplicam em 
nossa vida, tem estreita relação com a atenção e com a memória e se não fosse por esse 
mecanismo, ficaríamos sem a aquisição do aprendizado, por isso entender o processo da 
aprendizagem relacionado à atenção e à memória é de suma importância. 
 
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